Rugido Jaguar - apresesentação visual

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Projeto de longa-metragem

RUGIDO JAGUAR

Jaguarão/BR - Montevideo/UY

Produção: Produtora BR e Produtora UY

Roteiro original: Tiagua

Direção: Tiagua e X-UY

Projeto desenvolvido no LabARS - incubação, qualificação e distribuição do setor audiovisual da Região Sul do RSEdital Ecossistema Regional de Audiovisual - LPG 13/2023, financiado pela Lei Complementar nº 195/22.

Pelotas - Porto Alegre

Sinopse

Bruninha (35), mulher trans/travesti, assumiu a identidade da falecida mãe Lenita para não frustrar a ilusão de sua querida abuela Blanca, desde que a reencontrou sozinha e em declínio senil, após 10 anos vivendo em Montevideo/UY, onde transicionou de gênero. Há 5 anos as duas moram em uma casa anacrônica em Jaguarão/RS, sua peculiar dinâmica familiar foi assimilada aos poucos pela comunidade local, sem grandes transtornos, e Bruninha vai todos os finais de semana para Montevideo fazer shows performáticos com suas personagens drag queens oitentistas, criadas com as roupas datadas da mãe. Porém, com a criação de laços de profunda cumplicidade com Brunão, uma anarcoartista de rua em fuga de ai, e a morte da avó, Bruninha encontra apoio para enfrentar o luto, o passado e a promessa de um novo começo.

Rugido Jaguar é um longa-metragem (aprox. 100min.) que propõe uma narrativa original sobre cuidado, afeto e identidade em meio a ruínas familiares e memórias trêmulas.

Trata-se de um drama de tons intimistas, com elementos de dramédia cotidiana, realismo afetivo e fabulação queer. O filme mistura o lirismo das relações familiares peculiares, inspirado por obras como "Tudo Sobre Minha Mãe" e "Volver", de Pedro

Almodóvar, com a energia visual do universo drag latino-americano, como em "Viva", de Paddy Breathnach, e "Divinas Divas", de Leandra Leal. A linguagem é híbrida, fundindo o naturalismo regional à expressividade performática da cena queer, com momentos em que o espetáculo e o cotidiano coexistem organicamente.

Entre perdas e partilhas, o filme é um convite à reflexão sobre quem somos, quando somos tudo para o outro.

Narrativamente, a obra opta por uma estrutura em três atos, modulada pelas relações entre as três personagens principais: avó, neta e hóspede.

O filme alterna entre o silêncio doméstico e o brilho das casas de show queer, explorando os contrastes entre o interior singelo e a vida performática pulsante de Montevideo.

Este é um filme sobre os ritos de passagem de uma mulher que já sobreviveu a muita coisa e que enfim encontra o espaço de ser plenamente quem é.

A direção de arte evoca um realismo poético com tons anacrônicos. A casa de Dona Blanca é uma cápsula estética dos anos 80, com objetos datados, cortinas de renda e móveis envelhecidos, contrastando com objetos digitais modernos, remetendo à referência de “Não se mova”, assim como os figurinos de Bruninha/Lenita em Jaguarão; já os figurinos de Bruninha/Cyndi López se inspiram em “Má Educação”, trazendo brilhos, exageros e feminilidade performática. Cenas de Montevidéu carregam contraste vibrante e kitsch queer latino. A arte gráfica inspira-se nas colagens visuais de Juan Gatti.

Não se mova (2004)

Sergio Castellitto

Má educação (2004)

Pedro Almodóvar

Maus hábitos (1983)

Pedro Almodóvar

Bombón, el perro (2004)

Carlos Sorín

Hedwig and the ungry inch (2001)

John Cameron Mitchell

A fotografia transita entre a melancolia doméstica (inspirada em “Bombón: el perro”) e o brilho das performances queer. Na casa, paleta sépia e tons ocres; nos shows, neons e contraluzes, como nas cenas musicais de “Hedwig and the ungry inch”). Câmera próxima e afetiva, explorando o espaço íntimo das personagens.

Direção de fotografia

LENDA DA JAGUA-RU

Em antigos mapas desta parte sul da américa, onde ainda não era localizada esta cidade, já encontrávamos o nosso rio, com o nome de Jaguarão, o que nos indica que esta denominação provenha de índios e sobre o qual existe uma lenda. Contam que antes mesmo de o homem branco ter pisado estes pastos, um grupo guarani dissidente da zona missioneira, nas costas do rio Uruguai fronteira com a Argentina, chegaram por aqui em busca de novas terras. Feito a pequena ocara, resolveram, certa noite de luar, pescar num rio que cruzava sua frente. Caminhavam pela costa quando um dos índios se aproximou demais da margem barrancosa e deu-se o desastre, pois houve um desmoronamento e o índio caiu na água.

Seus companheiros logo avistaram um monstro anfíbio, que avançou sobre o guarani, arrastou-o até margem oposta, onde uma escavação abriu-lhe as entranhas e tirou-lhe os pulmões para sua refeição, logo depois atirou o resto do corpo para as águas. O resto do grupo, deixou o lugar, mas ficou a denominação de rio Jaguarão, pois aquele monstro marinho que eles haviam visto sobre a semiclaridade do luar é o mesmo que haviam conhecido na zona missioneira e que havia dado o nome de Jagua-ru, animal com o corpo de lobo marinho e com dentes e patas como garras de onça, do tamanho de um petiço, alimentando-se dos pulmões de animais e pessoas que passavam pelas barrancas de rios onde ele havia escavado para facilitar a queda. A figura deste animal é a que hoje constitui parte principal no escudo de armas de nossa cidade.

(extraído do blog Jornal Espírito Santo)

Brasão oficial cidade de Jaguarão

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