Revista KartOnline - Jan | FEV 2012

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PERDA AUDITIVA O IMPACTO DA POLUIÇÃO SONORA NOS KARTÓDROMOS.

RÁDIO BOX QUEM PERDEU, QUEM GANHOU E AS NOVIDADES DO KARTISMO.

CALENDÁRIO 2012 A GRADE DAS PRINCIPAIS PROVAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS.

NO 02 - JAN | FEV - www.kartonline.com.br

PROCESSO CULTURAL

DE SHIFTER PARA KZ: UMA MUDANÇA SUTIL. DR. KART

Treino com motor 2 ou 4 tempos? Quais são os custos?

NOVOS KARTS E MARCAS NAS PISTAS

TECNOLOGIA INDUSTRIAL

A FIBRA DE UM BRASILEIRO

Detalhes do processo que levou a CIK-FIA realizar 100 novas homologação para a atual temporada.

O futuro voltou a brilhar para a engenharia do kartismo nacional após quase quarenta e cinco anos.

A relação de Gurgel, um homem que ao longo de mais de 25 anos produziu 40 mil veículos. Entenda sua trajetória do kart ao carro.


Uma gasolina com a assinatura dos nossos cientistas. Mas pode chamar de autĂłgrafo.

A marca Shell ĂŠ licenciada para RaĂ­zen, uma joint venture entre Shell e Cosan.


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Máxima proteção e resposta do motor.

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grid de pautas 5

CARTA DO EDITOR

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RÁDIO BOX

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Quem perdeu, quem ganhou e as novidades do kartismo nacional e mundial.

SHOW DA VIDADA O que esperar do kartismo brasileiro para a temporada 2012.

HOMOLOGAÇÕES CIK-FIA | CBA

Conheça as novas marcas e fabricantes. Análise com fotos.

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I Vintage Kart Race reúne pilotos e muitas histórias no Raceland.

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A tecnologia e desenvolvimento na indústria do kartismo.

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POLUIÇÃO SONORA

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DE SHIFTER PARA KZ:

VINTAGE KART

CAD

O impacto da poluição sonora nos kartódromos e aos pilotos.

Uma mudança sutil, mas que abre portas.

24 DR. KART KARTONLINE • I NO 01 - NOV | DEZ

2 ou 4 tempos? Quais são os custos? Motores X30 versus MY.

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Novos tempos, novas perspectivas. O tempo só se faz novo se nos dermos a oportunidade de virar a página e fazer diferente.

CALENDÁRIO

2012

Fique por dentro do que vai rolar no kartismo nacional e mundial.

JOÃO AUGUSTO DO AMARAL GURGEL

Memória: João Augusto do Amaral Gurgel um dos pais do kart no Brasil.

GALERIA DE FOTOS As melhores fotos do kartismo.

14 Kartistas clássicos em ação. 20


CARTA DO EDITOR LEANDRO CLARO DIRETOR DE REDAÇÃO

O tempo só se faz novo se nos dermos a oportunidade de virar a página e fazer diferente. É preciso avaliar posicionamentos e ancorar novos conceitos que acolham novos comportamentos. Fundamental ilustrar a diferença que queremos perceber ao nosso entorno.. A mensagem é curta, mas contundente na fala de Edith Pierce: “Nós abriremos o livro e suas páginas estarão em branco. Nós vamos pôr palavras nele. O livro chamase oportunidade e seu primeiro capítulo é o dia de ano novo.” Muito se fala de empreendedorismo, inovação, inclusão, sustentabilidade… Mas como sustentar novas configurações sem jogar fora aquilo que nos prende a velhos padrões do kartismo nacional? Como ser novo por fora sem mudar por dentro? É fácil? Não. É possível? Claro, que sim. E, se não tentarmos agora, os novos tempos serão apenas um medida do tempo. Se queremos vivenciar um novo tempo é realmente necessário falar e fazer de um novo jeito. Se quisermos mudar o nosso entorno precisamos ser os primeiros a dar o exemplo. Quer mudança? Então mude… não se lamente! Geração X – Y – Z… já abordada na Revista KartOnline mostra a sua força. De quem é a responsabilidade? De todos, pois estamos “todos” juntos. Não cabe mais segregar para liberar-se do compromisso de fazer dar certo. Se nesse momento a imagem de alguém lhe vem à

mente, é hora de questionar-se sobre qual a parcela que lhe cabe nessa relação. Se nos dizemos éticos precisamos ser, prioritariamente, justos. E onde existem dois, um não pode responder sozinho. Enquanto nos furtarmos de assumir a responsabilidade pelo que vivemos hoje, não podemos falar de parceria, trabalho conjunto e muito menos de construção de alianças em um meio onde somos apaixonados. Enquanto apontarmos o dedo em vez de nos darmos as mãos, continuaremos no modo “solo” e estaremos longe de poder dizer de forma honesta que “nesses novos dias, mais alegrias serão de todos é só querer.” Para que nossos sonhos tornem-se verdade é preciso fazer de hoje um novo futuro. E o tempo urge… Quer uma dica? Pense na sua vida como se fosse um trem. Quais pessoas você gostaria que saltassem na próxima estação e quais aquelas que você gostaria que ficassem ao seu lado? Qual o motivo o leva a querer que essas pessoas saiam da sua vida? Portanto, pense e analise de forma racional qual será o foco da sua temporada, quem são seus reais apoios, não deixe as oportunidades passarem, viva o kart e sua realidade! LEANDRO MARACCINI CLARO Editor Chefe de Conteúdo (Publisher) leandroclaro@kartonline.com.br Fotografe o QR CODE com seu celular e faça download do app KartOnline gratuitamente. www.kartonline.mobi

Publisher: Leandro Maraccini Claro Jornalista Responsável: Rafael Imolene Fontana MTB: 27355 SP Conselho Editorial: Leandro Maraccini Claro, Edson Caliman e Ricardo Molina

Dr. Kart: Edson Caliman Engenheiro Técnico: Ricardo Molina Diretor de Arte: Axel Ludwig Scholzel Fotógrafo: Mauricio Villela Mister Shadow Vendas e Assinatura Tel. (55 11) 9492-7300 Boost Usa: 1 310-461-6730 (Ligações Internacionais) ID: 124*847*19650 Copyright 2012 KartOnline Todos os Direitos Reservados. O nome KartOnline e o logotipo são marcas registradas pelo KartOnline cuja licença para Mídia Impressa foi concedida no CNPJ 07875151/0001-32, e patenteadas no processo 901740810 / 901740918. Todos Os Artigos Assinados São De Responsabilidade De Seus Autores E Não Refletem Necessariamente A Opinião Da Kartonline. É Proibida A Reprodução completa ou parcial De Textos Ou Imagens Sem Prévia Autorização Dos Autores.

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KARTONLINE • I NO 02 - JAN | FEV

NOVOS TEMPOS, NOVAS PERSPECTIVAS

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Notícias Rápidas

Rádio Box e Jogo Rápido:

Quem perdeu, quem ganhou e as novidades do kartismo nacional e mundial.

CIK-FIA Karting Awards celebra os campeões da temporada 2011

KARTONLINE • I NO 02 - JAN | FEV

Ocorreu em Paris, no grandioso "Pavillon Gabriel", próximo a Champs Élysées e a Place de la Concorde, a grande festa de confraternização e premiação a todos os pilotos vitoriosos no ambiente competitivo CIK.

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Max Verstappen deixa a CRG e segue para a Intrepid/TM em 2012 Após dois anos de muito sucesso e conquistas pela equipe de fábrica CRG na categoria KF3, o piloto Max Verstappen conquistou importantes títulos no World Series WSK e WSK Euro Series. Com apenas 14 anos, a aposta será na temporada 2012 com a equipe Intrepid. Max assinou um contrato na Itália como piloto de fábrica e irá usar a motorização TM. KO

O tradicional Prêmio CIK-FIA Giving recebeu as equipes vencedoras e os principais comissários da FIA. Um coquetel de boas-vindas e um elegante jantar no melhor estilo francês foi oferecido pela entidade, além do reconhecimento e entre da

premiação, liderada pelo presidente da FIA, Jean Todt e o presidente reeleito da CIK-FIA, Shaikh Abdulla bin Isa Al Khalifa, e seu Vice-Presidente, Kees van de Grint. KO www.cikfia.com

Victor Caliman é campeão das 6 Horas de Kart Aldeia da Serra 2011 O Kartódromo Internacional de Aldeia da Serra, recebeu a quarta edição das 6 Horas de Kart Agraupe, que contou com 30 equipes e mais de 100 pilotos. Um dos grandes destaque da competição foi o piloto paulistano Victor Caliman, convidado pela equipe Ribeiro Competições, com outros dois integrantes do time. Contando com o conjunto chassis Mega Kart e motorização Honda GX390, fornecido pela Agraupe, Caliman só não fez chover em Aldeia da Serra: fez a pole e liderou por 3 horas e 40 minutos de forma brilhante, levando o título de 2011. KO


Thiago Vivacqua substitui De Vries e segue para Chiesa Corse Em uma ano marcante ao kartismo brasileiro, quem brilhou e carregou os valores da nossa brasilidade no território europeu, com grande destaque foi o piloto carioca, Thiago Vivacqua. Após a conquista do título Ciao Thomas Knopper e o décimo segundo lugar no CIK-FIA World Cup KF3 (Copa do Mundo de Kart, o piloto brasileiro chamou a atenção dos agentes e "olheiros" do cenário do kartismo mundial. Tendo como exemplo o piloto holandês, Nyck De Vries (ZanardiParilla), a aproximação com o cultuado manager Dino Chiesa, foi questão de tempo! Com exclusividade, a Revista KartOnline obteve a informação da troca de equipe e de categoria do brasileiro Thiago Vivacqua. Na próxima temporada (2012), o piloto irá competir nas categorias KF1 e KF2, substituindo o bi-campeão

Mundial de Kart, Nyck De Vries. Desta forma, deixa a equipe Energy Corse e passa a competir pela Chiesa Corse Team, utilizando os chassis Zanardi, construídos pela CRG, homologados CIK-FIA (85/ CH/11). Os valores da transação e do novo modelo de gestão (Veloz Management + Chiesa Corse) não foram apresentados, mas o Portal KartOnline estima, com base em históricos e estudos anteriores, que os investimentos circulem em torno € 300.000,00 na temporada 2012, incluindo os treinos-livres, custos de pneus, chassis, motores, participação/inscrição nas competições, assistência e gestão técnica. Pode parecer um altíssimo investimento, mas o modelo de gestão e as respectivas entregas, certamente serão altas - apoiadas nas conquistas e na expressão de um piloto brasileiro na Europa e resto do mundo. KO

Foto: KSP

Equipe Fittipaldi conquista as 500 Milhas de Kart Beto Carreiro

A equipe liderara por Vitor Meira (kart 2) e os pilotos Cesar Ramos, Roger Rieger, Gabriel Dias, Giorgio Ramos, Jonathan Louis e Christian Fittipaldi, conquistaram o título da décima quinta edição das 500 Milhas de Kart. "A estratégia trabalhada foi concentrada em consumo.

Realizamos somente uma parada, em relação aos demais competidores. Pensamos que se trabalhássemos um x a menos que todo mundo, certamente ganharíamos a competição", declara Christian Fittipaldi.

Campeão de oito das 14 edições já realizadas das 500 Milhas de Kart, a equipe Caras/ Head Shoulders, do piloto Rubens Barrichello, que por mais de 10 horas liderou

a competição, ficou a 3.395 segundo dos líderes. O recordista de participações na Fórmula 1, certamente terá boas lembranças do traçado do Beto Carreiro, já que dominou o top qualify, largou na pole e fechou a participação da sua equipe nas 500 Milhas de Kart. A terceira posição ficou com a equipe Quirino Racing, dos pilotos Julio Campos, Lucas Gohr, Felipe Tozzo, Enrique Bernoldi, Ricardo Zonta, Gabriel Casagrande e Gustavo Frigotto. Na sequência vieram os pilotos Denis Navarro, João Pretto e Alexandre Ruiz Filho, na quarta posição com a equipe Spirit Sports e o kart 13. KO galeria de fotos, acesse http://goo.gl/zgoec

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As tradicional 500 Milhas de Kart 2011, realizada no Kartódromo Beto Carreiro, na cidade de Penha, em Santa Catarina, contou com 47 equipes e belas disputas em suas 700 voltas. O novo traçado de 1.2 KM, projetado pelo alemão Hermann Tilke, fez a diferença e proporcionou muitas ultrapassagens entre as equipes e os pilotos. Ao final, poucos segundos separam os primeiros colocados (+3.395).

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Bianchi é desclassificado e título do Desafio fica com Alguersuari

Vencedor das duas baterias do Desafio das Estrelas, Jules Bianchi teve sua festa estragada após a segunda corrida. O francês correu a prova deste domingo, disputada no Kartódromo Arena Sapiens, em Florianópolis, 600 gramas abaixo do peso mínimo exigido e acabou desclassificado. Com isso, a vitória na bateria de fundo e o título do evento caíram no colo de Jaime Alguersuari, da STR na Fórmula 1.

Felipe Massa, quinto na corrida de fundo após a punição ao francês, acabou com o vice-campeonato de 2011. Na corrida deste domingo, Bianchi não teve adversários. Após vencer no sábado, ele largou na oitava posição, graças à regra do grid invertido, mas subiu rapidamente, assumiu a liderança ainda na sétima volta e havia se tornado

o único piloto a vencer as duas baterias do evento organizado por Felipe Massa. Só que o jovem francês, reserva da Ferrari, acabou penalizado por uma falha de seu mecânico no momento da instalação do lastro no chassi em Florianópolis. KO Galeria de fotos especial e matérias complementares em http://goo.gl/AroU8

Resultados finais e título brasileiro no SKUSA SuperNationals XV

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Um grande palco foi montado na "cidade que nunca dorme". Las Vegas se tornou a capital mundial do kart e recebeu mais de 550 pilotos, entre eles 46 representantes brasileiros, para as disputas do SKUSA SuperNationals XV 2011.

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Andar no novo traçado montado no estacionamento do Rio All-Suite Hotel and Casino, com 0.7 milhas (ou 1.126 km de extensão) foi o desafio para boa parte dos pilotos e equipes presentes no SuperNationals XV. Após dois dias de treinos práticos e dois dias de competição, os novos campeões foram consagrados e inscritos nos livros históricos da principal competição norte americana de kart. Desde 2008, uma legião de brasileiros e as equipes européias, representadas com os melhores


pilotos de kart do mundo, mantém suas presenças constantes no SKUSA. O denominado Super Sunday, realizado hoje (20/11) definiu o título das onze categorias que estavam em disputa. O Brasil obteve seu melhor resultado com o bi-campeonato da categoria TAG Master, através do catarinense Leonardo Nienkotter. KO Galeria de fotos e filmes especiais do SKUSA, acesse http://goo.gl/he46z

Danilo Dirani foi eleito o melhor kartista na 15ª edição do Capacete de Ouro 2011

No ambiente Relevação e Kart, festa no palco do Via Funchal! O Portal KartOnline marcou sua presença prestigiando os pilotos premiados

e o Oscar do Automobilismo Brasileiro. Na categoria Revelação, o kartista sinopense Paulo Coelho, 8 anos, foi o destaque e levou o Capacete de Ouro 2011. A sequência da premiação contemplou Yanni Fontana e João Guim. Danilo Dirani levou a principal premiação da categoria Kart, com o Capacete de Ouro. O capacete de Prata ficou com Vitor Baptista e Bronze com o veterano Fernando Guzzi, mesmo resultado obtido na edição anterior.

Outras 15 taças foram entregues nas categorias Fórmula 1, Top, Internacional, Nacional, Fórmula 3, Turismo, Itaipava GT3, Itaipava GT4, Porsche GT3 Cup, Porsche GT3 Challenge, Rali, Off-Road, Trofeo Fiat Linea. Na Truck, a conquista foi de Felipe Giaffone e na Fórmula Future Fiat, o mineiro Guiherme Silva faturou o Capacete de Ouro, com Luir Miranda no Capacete de Prata e Jonathan Louis com o Bronze. KO galeria de fotos exclusiva e assista a TV KartOnline: http://goo.gl/NpDQ7

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Mais uma vez o Oscar do automobilismo nacional foi um sucesso. A 15ª edição do Capacete de Ouro, realizada em São Paulo (SP) no último mês de DEZ/2012, reuniu mais de 1.000 convidados entre esportistas, artistas, jornalistas, empresários, autoridades e premiou os pilotos e navegadores brasileiros que tiveram maior destaque nas pistas e trilhas de todo o mundo em 2011.

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CONCEITOS & IDEIAS

SHOW DA VIRADA:

o que esperar do kartismo

brasileiro para a temporada 2012. As bolas de cristal dos pilotos, coachings, empresários do setor estão a toda, como sempre, nesta época do calendário. É hora de fazer o balanço dos erros e acertos das previsões para o ano que se encerra e de rodar os modelos de previsão para o ano que se inicia.

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Não há muita surpresa no fato de que houve avanços e desvios – e alguns bem grandes – nas projeções, em relação ao que realmente se verificou em 2011. Mas é de certo modo surpreendente o otimismo que está aparecendo quando aparecem as projeções para 2012. A turma do "amendoim" caiu e feio, quando intimaram o fechamento da Granja Viana ou o volume de vendas do motor X e/ou chassis Y. Ficaram na casca e a indigestão foi grande.

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Sendo bem frio e avaliando a chegada de novas marcas e fabricantes, a notícia não é nada boa! Aos gringos, cuja a base será a importação, apostam na evolução da economia em 2012 - porém os indicadores econômicos apontam uma espécie de espelho invertido do que se assistiu em 2011. Ritmo lento no primeiro semestre, maior aceleração no segundo, para fechar o ano com expansão mínima.

O alto valor da tributação pode ser o problema a Energy, Intrepid, CRG e até mesmo a Birel/Sudam, com a importação dos acessórios da marca FreeLine. Na mesma batida vem os demais componentes da IAME e demais marcas, incluindo os motores da TM e até as rodas Douglas da Techspeed. A marcha, trimestre sobre trimestre, segundo os modelos de projeção, aponta para um crescimento gradual e crescente, no próximo ano. Nos exercícios futurológicos dos economistas, o PIB avançará nos próximos meses, o que pode aumentar o consumo. Inflacionar e alocar um markup (preço do produto acima do seu custo de produção e distribuição) será a penalidade aos fabricantes/ importadores, já que o controle estará nas mãos dos consumidores. O processo de decisão mudou e uma nova geração de pais podem revolucionar o alto consumismo. Em uma visão mais futurista ainda, a penetração dos importados se faz crescer para 2013. A tal curva projetada para esta evolução deve estar aplicada a logística integrada aos PDVs (Pontos de Venda), ao suporte direcionando aos cliente e

claro, a saúde financeira do País, que tem projetado um PIB de 5,5 ao final do último trimestre de 2013. Previsões desse tipo, na verdade, são mais úteis como referência para delimitar o “estado de espírito” do mercado do kartismo no Brasil, não só do ambiente econômico, mas também de um importante grupo de formadores de opinião – capazes em alguma medida de influenciar, com suas profecias, o próprio rumo dos acontecimentos. Mas qualquer tipo de expressão pode determinar a troca dos pneus amarelos e substituílos aos de chuva, já as trovoadas metodológicas e aos percalços podem ocorrer, justamente em um ano de eleições na Confederação Brasileira de Automobilismo, que pode determinar a nova cadeira do CNK. Aumento dos custos e repasse ao consumidor Investimentos foram realizados, "nem tanto ao céu, nem tanto à terra", já que a cadeia de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) na indústria do kartismo nacional sempre entrou em um processo de "Copy and Paste". Porém de que forma creditar o investimento ao consumidor final? Indexando o valor do produto ao aumento da inflação! Fechamos 2011 com a inflação, medida pelo IPCA, em torno de 6,5%, mais de um ponto acima dos 5,21% previstos. E os juros básicos fecharam 2011 em 11% ao ano, bem menos do que os 12,25% projetados.


Poucas fábricas de karts chegaram perto do alvo de suas previsões para o crescimento industrial, se de forma geral o cenário industrial no Brasil mal passou de 2% quando estava projetado em 5,35%, imagine no nicho do kartismo? Estejam certos que o pró-labore de 2011 foi baixo e muitas contas ficaram para 2012. Alguns empresários do setor estão com a "corda no pescoço" oferecendo suas garantias e apresentando suas cartas de venda da operação. Observemos, com atenção. No setor do kart de entretenimento, o mercado se mostrou extremamente saudável: o indoor gerou lucro e colocou no mercado novos consumidores, que a médio prazo podem migrar ao ambiente 4 Tempos, comprar seus primeiros capacetes e claro, acessar e ler o Portal e Revista KartOnline, qual mais? A perda de valor do euro e o cenário dos importados Um condicionante especial – o desenrolar da crise do euro ao longo do ano – poderá afetar a base das previsões do kartismo nacional e claro, a economia brasileira em 2012. São três os cenários principais: 1) a crise do euro não será inteiramente superada nem ocorrerá uma ruptura do sistema do euro;

2) a situação chegará ao ponto de ruptura; 3) o Banco Central Europeu (BCE) adotará posição mais agressiva no socorro às economias encalacradas da região. Em suma, a Itália, meca

pós Go-Live destas marcas no Brasil. Já assistimos este filme antes e sabemos bem o final: containers desembarcando e nada sendo efetivado de fato. Um cenário do tipo “empurrar com a barriga” – é considerado a mais provável. Futuro do presente

do kartismo mundial está "nesta na reta" e deverá apostar suas fichas no novo primeiro-ministro para superar a crise financeira. Mario Monti substituto de Berlusconi, terá de correr muito, acertar o chassis da economia local e acelarar um 125cc a economia da Bota. Mesmo com a crise na Europa, a chegada das operações da Intrepid, Energy Brasil e CRG Brasil - em um primeiro momento não estão ameaçadas - importam livremente e descarregam suas centenas de milhares de euros no mercado tupiniquim. A pressão fica em torno da CBA/CNK em seguir no detalhe os processo de homologação, verificar a efetividade das DOBRAS/SOLDAS NACIONAIS, a geração de emprego local e claro, a qualidade de suporte

Um arranjo virtuoso de juros mais baixos, aumento dos investimentos em P&D, corte de impostos ou isenção temporária de tributos e estímulos ao crédito aos novos consumidores, assim como priorizar o consumo da classe C e a propriedade de competições mono-marcas, podem ser um efetivo caminho para o respiro de 2012 e o que sustenta as otimistas futurologias econômicas do kartismo nacional. Encaixar tudo isso numa equação que não extrapole custos e eleve a qualidade técnica das competições nacionais, é como sonhar em ter um Campeão Mundial de Kart para 2012. Não custa sonhar, mas se não der certo, ao menos apresentamos as futurologias do kartismo brasileiro para a atual temporada de 2012. KO

Fotos: Mauricio Villela | KSP

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Aguardem, no mínimo teremos entre 7% ou 8% alocados nos custos e indicadores de aumento aos novos chassis e parts.

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PRODUTOS LEANDRO CLARO DIRETOR DE REDAÇÃO

CIK-FIA e CBA realizam novas homologações

de chassis para 2012 O processo de homologação internacional CIK-FIA chega ao fim e com ele a inclusão de novas opções de chassis, freios e carenagens no mercado de consumo mundial para os próximos anos. Quase 100 novas homologações foram realizadas e 45 rehomologações de produtos foram efetivadas em um período que se expirou em 31 de dezembro de 2011.

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O kartismo mundial apresenta nas próximas temporadas 2012-2017 novas marcas como o chassis Lotus Karts (fabricado pela Wildkart), Vorton (fabricado pela OTK), ART Grand Prix (Emme Racing), Bremer (PCR), Velox (GM / Severi) e duas marcas já haviam competido em 2011 - a Praga (fabricada pela Intrepid) e Formula K / FK. Equipe Andrea Bertolini, líder da categoria dividiu o desenvolvimento de seus chassis com os fabricantes Parolin e CRG, através do modelo FK.

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Marcas de sucesso na década de 70, 80 e 90 como New Taifun Kart (by Thomas Unterkircher), Kali Kart (by CRG) e Italcorse (by DAM) passaram pelo processo de homologação 2011 e devem chegar ao mercado reativadas, claro que no contexto da atual tecnologia.

Homologação CBA/CNK 2012 No Brasil, somente os fabricantes Kart Mini e Mega Kart investiram e desenvolveram produtos diante dos critérios internacionais da CIK-FIA. Tivemos 10 homologações realizadas e produtos lacrados pela CIK. Uma excelente perspectiva, visto o volume de produtos apresentados na última homologação. A Kart Mini, entra

no mercado internacional com dois novos modelos de chassis, totalmente modificados frente a homologação do M2. Em matéria já informado pelo Portal KartOnline, para 2012 os chassis S2 e R2, além do conjunto de freios 2WP. A Mega Kart apresenta para 2012, o modelo CIK-FIA MX1 125. Das fábricas gringas que estão participando do processo de homologação CBA, a CRG SPA foi a fabricante que renovou seus processos de homologação com 8 modelos de karts, entre eles o Kali Kart, Zanardi, LD, DR, Maddox e Maranello. A Intrepid SRL renova suas homologações válidas aos modelos Cruiser M2 e Silverstone M2. A fabricante Energy não participou do novo processo de homologação CIK-FIA e seguem com os produtos da vistoria anterior. A WildKart, apesar de não participar do ambiente de homologação CIK-FIA, apresentou na FIA 2 novos modelos de kart (FY30, FY32) e o conjunto de freios (DB12). KO www.cikfia.com


close–up Para a KartMini, o puro prazer de dirigir um kart está em constante evolução! O fato pode ser comprovado com lançamento dos modelo R2 e S2. O novo conceito pode ser visto: http://goo.gl/z9zQm

A Birel/Sudam oferece ao mercado seu novo lançamento, o chassis modelo Bravar que segue a base do modelo S4, da Birel SPA (Itália), trazendo um novo modelo de carenagens que, com formas mais arredondadas e aerodinâmicas, proporcionam maior velocidade ao conjunto. Outra aposta é o novo sistema de freios, através de um conjunto totalmente hidráulico, que conta com novos modelos de pinças e reservatório de fluído para o primeiro cilindro, excluindo assim a necessidade de regulagem. Veja: http://goo.gl/8Wwbx

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Os novos Chassis Techspeed, denominados TECH 1 e TECH 2 tem um visual contemporâneo, de formas esculpidas e aerodinâmicas que mantêm os elementos únicos do seu design, incluindo a postura confiante, a direção em posição de comando e um grande ganho técnico. http://goo.gl/daG8E

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KARTS CLÁSSICOS LEANDRO CLARO DIRETOR DE REDAÇÃO

Organizada pelo Museu do Kart, com patrocínio da fabricante de chassis Mecânica Riomar KartMini e do Portal e Revista KartOnline, a prova inaugural da categoria Vintage no Brasil, movimentou na Grande Curitiba as lendas e feras do kartismo da década de 60 / 70 e 80.

I Vintage Kart Race

reúne pilotos e muitas histórias no Raceland

Realizada no Kartódromo Raceland, em Pinhais-PR, uma prova que certamente irá entrar para a história do kartismo brasileiro.

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No traçado do Kartódromo Raceland, com 1250 metros de extensão, modelos como o Mini 1968 125cc - FBM K1 1969 de Marcelo Eduardo Afornali, disputavam a pole-position contra o modelo Mini Star II 1982, com motorização SILPO 88 e preparação de TCHÊ. A briga também ocorreu com Jayme Barbarisi e seu chassis Mini SS 1974, motorização DAP Corsair T-80 e o piloto Rodrigo Bernardes com chassis Mini Inter 1980 e a "usina" Parilla TT22 100cc.

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Volta ao passado praticamente, mas toda a movimentação do Vintage Kart, praticada nos dias atuais. Ao todo, 16 pilotos dos 18 presentes ao movimento I Vintage Kart Race Brasil colocaram seus conjuntos técnicos (chassis/motor) a disputadíssima seção de treinos e prova final. É até difícil de acreditar, mas somente 0,205 milésimos de segundo separam 23 anos do atual tempo da categoria Formula 4, vencida por Ricardo Peters (45.409) do vencedor da I Vintage Kart Race Brasil, com o tempo de 45.614. Participantes de todas as regiões do país estiveram presentes e unidos, preparando o melhor setup de seus chassis, lubrificação e ajuste de carburação, além de detalhes finais na motorização. Com a pressão dos pneus realizadas, acertos leves fechados - os treinos de classificação ocorreram por volta das 12:30hs. Dos 16 karts alinhados, somente 14 prosseguiram. Com problemas na motorização Riomar V4, o piloto

Ricardo Vieira Guimarães e seu chassis Mini SS II 1977 não puderam competir, assim como o piloto Gérard Strasser que passou a ter problemas no conjunto de freios do chassis Mini 1970 SKE 250cc Bimotor. A pole foi do carioca Clay Lopes e o chassis Mini Star II 1982 (foto acima). "Entre mortos e feridos, considero a prova e o feito deste dia (19/11/2011) um grande sucesso. Tiramos algo que estava escondido, esquecido e largado em porões, oficinas e cantos, levamos para a luz e nela, fizemos a 1a Prova de Karts Clássicos do Brasil - a Vintage Kart Race Brasil. Graças ao apoio de muitos amigos, o sonho de ativar o kart antigo, conhecido como vintage fora deste país, agora, tornou-se realidade", declarou Marcelo Eduardo Afornali, um dos idealizadores da prova.


Jayme Barbarisi todo estiloso com seu Mini SS 74 e motor DAP.

alinhamento total do grid e 26 voltas para coroar

o primeiro vencedor da Vintage Kart Race Brasil

Prova Final Muita Emoção! Pilotos classificados e posições garantidas no grid formado por 14 karts vintage e pilotos com meia idade de 40/50 anos, a solenidade de abertura da I Vintage Kart Race Brasil contou com o prefeito da cidade de Pinhais, o Sr. Luizão Goulart e Alexandre Lagana, presidente da Comissão de Kart da Federação Paranaense de Automobilismo – FPrA. A largada ocorreu por volta das 13:40 em uma temperatura de 26 graus e umidade de 68%. Foram necessárias somente duas voltas para alinhamento total do grid e 26 voltas para coroar o primeiro vencedor da Vintage Kart Race Brasil. O público presente no Kartódromo Raceland parou e assistiu ao show vintage. Após a largada, o domínio de Clay Lopes (Mini Star II 1982 | SILPO 125cc) sobre os demais pilotos era claro. Deixou para trás Daniel Rebesco

(Mini Star V - 1986 | Riomar V4) e Darci Bmikossiski (Mini SSII 1978 | V12). No bloco do miolo, a disputa era direta entre Rodrigo Bernardes (Mini Inter 1980 | Parilla TT22 100cc) e o paulista Jayme Barbarisi (Mini SS 1974 | DAP Corsair T-80). Na volta 11, a pressão e aproximação Darci Bmikossiski (Mini SSII 1978 | V12) ao carioca Clay Lopes (Mini Star II 1982 | SILPO 125cc) era somente visual e com aproximados 3 segundos de diferença. Ao final da reta, a motorização SILPO 125cc, desenvolvida pelo lendário Silvano Pozzi e atualmente preparada pelo mago Lucio Pascual Gascon, o Tchê, mostrava sua diferença, já que a perda de rendimento ocorria nas curvas de baixa - no miolo do traçado. Observamos uma ótima disputa entre Marcelo Eduardo Afornali (Mini 1968 125cc) e Miguel Zampellom que abandonou a prova na volta 12, por problemas técnicos na motorização.

No pelotão de trás outras desistências como Henri Strasser (Mini 1970 SKE 250cc Bimotor), Pedro Bucholtz (Mini 1967 | V12 125cc), Flavio Artur e Silva (Maxi-Mini 1974 | V-12) e Eduardo Pimenta (COX PARILLA | 100cc 1971). Ao final da prova, com o tempo total de 20:38.529 e melhor volta de 45.614, com média de 86,815, o carioca Clay Lopes (46 anos) com chassis Mini Star II 1982, conquistou a vitória, abrindo +2.371 sobre o paranaense Darci Bmikossiski (Mini SSII 1978 | V12). A terceira posição foi de Daniel Rebesco, piloto vintage da cidade de Irati, com +17.458 do líder. A quarta posição ficou com Rodrigo Bernardes e o conjunto Mini Inter 1980 + Parilla TT22 100cc. Fechando os TOP 5, vem o paulista Jayme Barbarisi (Mini SS 1974), ficando a 1 volta do líder. Após a I Vintage Kart Race Brasil, o gestor Marcelo Eduardo Afornali ressaltou: "Tudo está sendo feito para termos não somente uma prova de clássicos, mas um show de antigos. Entendam, a COMPETITIVIDADE ACIRRADA destes karts, acabaram a 30, 40 anos. Para nós, o que vale agora, é andar rápido, mas principalmente, chegar no final". KO

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Foram necessárias somente duas voltas para

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STOP AND GO

A tecnologia CAD e seu

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desenvolvimento na indústria do kartismo.

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O futuro voltou a brilhar para a engenharia do kartismo nacional após quase quarenta e cinco anos de pura reprodução do que era criado lá fora, as empresas estão voltando a ter desenvolvimento próprio. Nós podemos ver isto muito claro no desenvolvimento de novos motores, carburadores e linhas de chassis. Empresas como a Tecnotools e sua linha KTT, a KartMini Riomar que aposta suas fichas no desenvolvimento do novo chassis e 80% da sua produção em peças próprias, são exemplos que podemos destacar. Em tempos de homologação onde a temática do que é indústria ou montadora são discutidas na rádio-box, podemos ter uma certeza: os engenheiro passam a ser os cunhados preferidos. O kartismo nacional que passou os cinqüenta anos praticamente adaptando tecnologia exterior,

pegando produtos prontos lá fora e montando-os aqui dentro, volta a focar a criação. E o melhor, desta vez estamos buscando soluções de ponta para alcançarmos as multinacionais do exterior.

mesmas, como o poder de desenhar, desenvolver e corrigir imperfeições em instantes, independente se era uma grande indústria ou pequena.

Exemplos claros podem ser vistos na KartMini Riomar, RCParts, Thunder e a KTT que atualmente sustentam suas inovações com plantas de desenvolvimento e engenheiros brasileiros. Mas como a indústria do kartismo "tupiniquim" conseguiu mudar? O que ocorreu? É muito simples, unimos as “armas” de desenvolvimento usadas por italianos e americanos, com a insuperável vontade do brasileiro.

Extremamente requisitada em uma mesa de engenharia, a prototipagem digital permite a exploração virtual de um produto completo antes de torná-lo realidade. Engenheiros da indústria do kartismo nacional podem criar, validar e gerenciar projetos, desde o conceito até o processo de fabricação. O uso do modelo digital único auxilia as equipes de desenvolvimento a impulsionarem o nível de comunicação com os diferentes interessados, dentro de uma unidade fabril.

O sistema CAD por sí só revolucionou a indústria, aposentou as pranchetas e trouxe os “assentos”, as workstations para a área de projetos, trazendo grande autonomia e velocidade às

O ganho de desenvolvimento da prototipagem digital?

Por meio do protótipo digital, os fabricantes podem examinar e


A aplicação de protótipos digitais para a construção de carenagens, chassis, motores e carburadores é uma realidade no kartismo nacional - quando iríamos imaginar tal evolução? Os benefícios da prototipagem rápida Uniu-se a isto, recentemente, a tecnologia que faltava:

a prototipagem rápida (PR). As indústrias grandes dispunham de laboratórios maiores, de pátios e grande mão de obra disposta a produzir, montar e desmontar um projeto, até a perfeição. Vejamos o exemplo da líder de mercado no ambiente kart de competição, a cinqüentenária Riomar e sua marca KartMini, que chegou a atuar há 4 anos atrás com mais de 100 colaboradores, entre desenvolvimento e montagem. A economia e o consumo mudou a perspectiva de inovação e desenvolvimento da indústria do kartismo nacional. Os empresários do setor observaram que a única alternativa era usar o tempo a seu favor, com os melhores recursos. O sistema de PR foi a solução e ligou os projetistas ao modelo sólido, pronto para os testes. Através de um

software próprio, a PR foi capaz de fatiar um desenho 3D de qualquer CAD e depois depositar camadas de plástico, em geral ABS, gerando um modelo igual ao do desenho. Através disto, modelos que levavam dias agora ficam prontos em horas, as correções são feitas em velocidades espantosas e um produto novo é lançado mais rapidamente. Com isto, o Brasil vem atingindo um novo patamar na indústria mundial. O engenheiro volta a ter esperança no futuro e você pode ficar mais tranqüilo quando sua filha disser que está apaixonada por um. No kartismo brasileiro a engenharia aplicada pode ser observadas somente em alguns grupos e nem todos atuam com a prototipagem rápida, prototipagem digital, dinâmica dos fluídos computacional e outros conceitos que dão sobrevida a inovação e desenvolvimento.

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simular o desempenho real do projeto sem tanta dependência dos protótipos físicos onerosos. Esse conceito está fortemente comprometido em atender as necessidades das empresas, disponibilizando tecnologias escalonáveis, economicamente acessíveis à disposição das equipes de engenharia, permitindo assim, a criação de fluxos completos de trabalhos digitais.

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cfd (dinâmica dos fluidos computacional) O que é e para que serve? A simulação numérica de escoamentos (fluxo de fluidos), ou CFD (Computational Fluid Dynamics), é, sem dúvida, um ótimo exemplo de campo de conhecimento que se tem a somar ao embasamento teórico, matemático e experimental oferecido por muitos engenheiros dentro da indústria do kartismo nacional. E, certamente, sua existência não está na intenção de complicar mais o que já era complicado. Pelo contrário. Mesmo assim, os resultados obtidos por CFD devem ser tratados com cautela. A Mecânica dos Fluidos, ciência que estuda o movimento da matéria sem forma definida, bem como as forças relacionadas a ela, tem a simulação computacional desses efeitos cada vez mais visada pela ciência e, principalmente, pela indústria. O motivo disso é a facilidade de se prever comportamentos de objetos sob geometrias e condições físicas e complexas os quais, sem a computação, poderiam ser obtidos apenas experimentalmente.

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Os métodos experimentais, como testes de miniaturas (modelos) em túneis de vento, são muito bem-vindos e resultam em respostas satisfatórias em muitas situações. Vale lembrar que o desenvolvimento do chassis Thunder - modelo TK1, utilizou do processo de CFD e simulações em Prototipagem Digital.

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Todavia, determinados parâmetros que fazem a experimentação assemelhar-se ao problema real nem sempre podem ser colocados em prática e, nesse caso, necessita-se do objeto real para ser testado (um protótipo). Se o objetivo é a otimização geométrica de um automóvel para que sofra a menor força de arrasto possível, o teste de diferentes geometrias demandaria inúmeros protótipos, logo seria financeiramente inviável. Neste caso, simular numericamente estes problemas, isto é, utilizar modelos matemáticos inseridos em programas para rodar em computadores de alto desempenho, é extremamente bem-vindo.

A simulação numérica computacional dos mais diversos efeitos da natureza desenvolve-se nesta primeira década do terceiro milênio seguindo a evolução da computação e atraindo cada vez mais o interesse da indústria. Este novo advento vem sendo somado à herança da prancha de projeto em papel e experimentos reais, muito importantes. Resultados precisos de problemas complexos são, agora, fornecidos também por métodos numéricos computacionais, desenvolvidos em institutos de pesquisa estatais ou por empresas privadas especializadas. O principal motivo da pouca utilização desses métodos pelas pequenas e médias indústrias do kartismo brasileiro é a pouca confiança neles depositada. De fato, a falta do mínimo conhecimento nesse campo não irá trazer resultados corretos. Será necessário ao menos um especialista em simulação numérica computacional o qual, no atual período de amadurecimento desses métodos, dificilmente o será em todas as diferentes áreas de conhecimento das engenharias. A modelagem do problema com a utilização de softwares dedicados vai muito além de entender a interface gráfica dos mesmos, sendo necessário entender o significado das inúmeras opções de modelagem e de processos de cálculo oferecidos. Para cada tipo de problema, existem parâmetros que devem ser respeitados a fim de que cheguemos a resultados condizentes com a realidade: os parâmetros de simulação numérica. A busca destes parâmetros, sempre de posse de dados experimentais, é o primeiro passo antes de apostarmos nossas fichas em um resultado numérico. Uma coisa é obter-se um resultado. Outra coisa, completamente diferente, é obter-se um resultado correto. KO Fonte: Fox, R. W., McDonald, A. T., e Pritchard, P. J., Introdução à Mecânica dos Fluidos, 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006, pp. 287 – 312. | Website: http://www.torvergata-karting.it | http://blog. kartbuilding.net | http://www.turbosquid.com | Gráficos: Chaos Theory

http://goo.gl/w6XMc


SAUDE, CORPO E MENTE LUCIA MARA RIZZO CAVALCANTI BAPTISTA MÉDICA ESPECIALISTA EM OTORRINOLARINGOLOGIA

B

ritadeiras, furadeiras, máquinas industriais das fábricas, siderurgias, trânsito, e até no lazer, como nas discotecas, buffets infantis, brinquedos eletrônicos sonoros, pistas de corrida (autódromos e kartódromos), podem trazer problemas ao aparelho auditivo humano. Não falamos apenas em perda auditiva, mas também em zumbidos, distúrbios do sono, dificuldades no reconhecimento da fala, nervosismo, vertigem, e até transtornos comportamentais (alterações de conduta e humor).

PERDA DE AUDIçÃO

O I M PAC TO DA POlUIçÃO SONORA

No caso das perdas auditivas induzidas pelo ruído (PAIR), os especialistas em acústica verificaram que a perda de audição depende do nível da exposição e do tempo em que o indivíduo fica exposto e, na maioria das vezes, nem percebe. O nível de pressão sonora confortável ao ser humano é de 50 a 55 dB.

O Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva emite vários boletins e desde que foi instalado novas leis vão surgindo levando a mudanças de conceitos e atitudes frente ao problema. Vale lembrar que todo trabalhador exposto a níveis de pressão sonora superiores à 85dB(A) deve utilizar Equipamento de Proteção Individual Auditivo (EPI) previsto por lei pela NR-6, estes protetores são de uso individual e

destinados à proteção desses riscos, suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O mesmo vale aos praticantes do kartismo de competição, como pilotos, mecânicos e comissários de pista. Os motores de carros são grandes poluidores ambientais. Segundo medições realizadas em autódromos, verifica-se que a emissão de ruídos ultrapassa o limite determinado pela legislação (85 dB). Organizadores, competidores e trabalhadores (mecânicos, equipes de apoio) devem ser conscientizados da necessidade de proteção contra a emissão de ruídos excessivos. Amantes de corridas de carro (todas as modalidades), segundo pesquisas, não concebem participar de eventos onde o barulho dos motores não seja capaz de despertar forte emoção, independente da sensação de desconforto no organismo como taquicardia (aceleração do batimento cardíaco), que chega a ser bem vinda

no decorrer desses eventos. E o que dizer a respeito de kartódromos instalados em centros urbanos? O que pode acarretar para a vizinhança e para o meio ambiente? É uma questão que merece atenção não só dos legisladores, mas da comunidade, dos dirigentes, dos pilotos, enfim, há que se pensar de maneira global, agindo no sentido de prevenção. KO LEITURA COMPLEMENTAR CBA trabalha ação para redução de ruído dos escapamentos de kart. Acesse: http://goo.gl/olysE

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O limite é tolerável até 85 dB por no máximo 8 horas. Acima desses parâmetros podem aparecer lesões no aparelho auditivo levando à perdas permanentes de audição. A PAIR, uma vez instalada é irreversível. Verifica-se alto índice de prevalência masculina. As lesões auditivas são quase sempre similares e bilaterais. A PAIR é uma doença ocupacional geralmente relacionada ao trabalho, mas pode também haver perda auditiva em decorrência de atividades de lazer, em situações onde a intensidade sonora seja igual ou superior a 85 dB.

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FUTURO DO PRESENTE RICARDO MOLINA PILOTO & ENGENHEIRO TÉCNICO

De Shifter para KZ:

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uma mudança sutil, mas que abre portas.

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Na primeira semana de dezembro o Estado de Santa Catarina testemunhou a inauguração de uma nova praça para o kartismo brasileiro e mundial: o Kartódromo Internacional Beto Carreiro, parte do imponente Beto Carreiro World, parque temático que se tornou fundamental para a economia da região. Da programação de eventos que compreendiam as 500 Milhas de kart Beto Carreiro fez parte uma prova “festiva” da categoria que convencionamos chamar de Shifter. O adjetivo foi colocado entre aspas porque de modo algum pode ser considerada desta forma, ou amistosa, ou qualquer coisa que o valha. Pilotos de diversas praças onde se pratica a modalidade compareceram, incluindo um certo Davide Foré, ainda um relativo desconhecido aqui pela Ilha de Santa Cruz (ou Terra de

Vera Cruz, como queiram...), mas que amealhou nada menos que 5 Títulos Mundiais CIK FIA, dos quais o de 2006 na categoria em questão (Super ICC). Some-se a eles a presença de pilotos que esporadicamente voltam ao kart, mas com credenciais fortes: Cesar Ramos, Gabriel Dias, Rafael Suzuki, entre outros. Palco pronto, vamos ao show! Tudo certo e pronto para um evento memorável, certo? Nem tanto. Posso parecer impertinente repetindo o óbvio mas... para que um evento esportivo transcorra de maneira no mínimo aceitável é necessário, mais do que tudo, que as regras sejam claras, divulgadas, conhecidas e seguidas. E acabamos por presenciar falhas nas quatro condições. Assumo a responsabilidade por algumas delas, já que em última análise a

regulamentação da prova “passou” por minhas mãos, e eu não previ que: Apenas na Granja Viana (cujo regulamento técnico foi a base para o evento) existe a limitação para o uso exclusivo dos motores TM K9, K9B e K9C. Em outras praças o uso de outras unidades como Parilla Shifter KZ, TM KZ10 e Maxter MVO é autorizado; destas últimas, KZ10 e Maxter estiveram presentes, vencendo as duas categorias (Foré de Maxter na Graduados, Fernando Pastro de KZ10 na Senior). Havia um “acordo de cavalheiros” permitindo que outros motores pudessem competir, mas nenhum acordo verbal impediu protestos sobre diversos componentes dos motores Maxter. Como sempre, para evitar problemas, o acordo deveria ter sido escrito e publicado;


nossos pilotos (não é ironia: em diversas sessões de treino ele foi o segundo, atrás de Danilo Dirani: briga de cachorro grande!), protestos verbais em relação ao seu motor Maxter, flanges de admissão, entre outros componentes, foram impetrados. Houve mesmo o caso dos filtros de admissão, que pelo regulamento (falho, mas existente) deveriam ser homologados CBA, e alguns possuíam apenas unidades importadas, homologadas CIK FIA: sempre com o objetivo de fazer o evento acontecer, a organização providenciou o empréstimo de unidades homologadas CBA vindas de Joinville, já que não havia peças disponíveis para compra

http://goo.gl/w6XMc

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Algumas marcas apareceram com chassis ainda não homologados para fins de desenvolvimento ou promoção (Thunder TK2, PPK, CRG), como também tivemos chassis importados (Energy Kinetic produzido na Europa na fábrica da Parolin). Aquele “acordo de cavalheiros” novamente: uma vez que chassis-protótipo puderam participar, qualquer parâmetro para vistoria de chassis caiu por terra. Resultado: simplesmente não foi feita. Não querendo me deter aos fatos da competição em si, quero registrar que tão logo Davide Foré demonstrou condições de competir de igual para igual com

(kartódromo novo, loja provisória e temporária, com foco em motores 4 tempos das 500 Milhas). Resumindo, Srs. Leitores: ao final da competição, e findas as hostilidades, ficou a sensação de que, para eventos futuros, o regulamento deveria ser pensado de forma a permitir a participação de qualquer concorrente do Brasil ou “importado”. Reuniões com preparadores e pilotos aconteceram in loco. Também tive a oportunidade de conversar por uma hora inteira com o piloto com a mais completa vivência nos mais variados tipos de eventos nacionais e internacionais desta modalidade (e de qualquer outra do kartismo. Dado que durante a entrevista dada à TV KartOnline no ano passado pude obter autógrafo, foto, papo informal e tudo o mais que um humilde e sincero fã pudesse querer, pude discutir de maneira objetiva com Davide Foré alternativas de “Level Playing Field” para permitir que outros pilotos europeus pudessem vir ao Brasil(!!) Aí estava a maior surpresa: com os relatos de Foré e Kozlinsky, a presença de bons pilotos brasileiros nas categorias de formação KF3 e KF2, além da construção de kartódromos como o “Tilke designed” Beto Carreiro e a vinda de novas marcas para homologar seus produtos junto à CBA, diversas outras “figurinhas carimbadas” (velha essa, hein?) estão interessadas em vir para cá competir. E dada a distância entre as filosofias KF e a nossa de motores sem marcha (cuidado aos críticos de plantão: mais de uma vez autoridades da CIK FIA já procuraram conhecer a nossa realidade de motores mais simples, já que a arquitetura KF não é uma unanimidade na Europa, que dirá no Mundo) a única categoria CIK FIA praticada lá e aqui é a Shifter/KZ.

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Qual a solução?

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A solução mais fácil seria a adoção da regulamentação KZ2 em todos os campeonatos do Brasil: chassis CIK FIA, todas as marcas de motores, todos os componentes opcionais disponíveis (a TM tem 21 modelos de flanges de admissão, além dos famosos motori speciale, com virabrequim, biela, etc, que custam os olhos da cara; a Maxter disponibiliza 6 conjuntos de cabeçote e pistão para cada tipo de pista, altitude e clima, até mesmo 1 para utilizar pistões da concorrência). Em dois países que eu conheça esta medida levou ao esvaziamento do grid e a quase falência da categoria: Argentina (país em desenvolvimento, com a redução de grids ou extinção de campeonatos e fábricas nacionais) e Estados Unidos (país desenvolvido, com o mercado consumidor capitalista igualmente maduro. Neste caso em particular, não houve abandono do kartismo com marcha, mas uma migração para as categorias Pro-Moto, que utilizam os mesmos chassis mas equipados com motores Honda 2 tempos de Motocross (CR125 e CR80), cujas peças são indecentemente mais baratas e duráveis. Será que a Honda,

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interessadíssima no mercado de karts movidos a motores 2 tempos com caixa de marcha estaria praticando dumping? Novamente, Srs, Críticos de Plantão Pós-Graduados em Macroeconomia e Doutorandos em Teoria do Caos Aplicada ao Marketing e Vendas de Produtos e Serviços ao Mercado do Automobilismo e Kartismo de Competição, somos levados pela nossa tradição no Automobilismo a comparar nosso ambiente nacional com o Mundial ou Europeu de Kart. Devemos ser um pouco mais maduros e cautelosos, todavia, e pesquisar um pouco mais: os dois casos acima de auto-destruição esportiva mostram que a livre concorrência em um mercado em que a satisfação do cliente não é ditada por uma boa relação custo/benefício, mas

sim por um desejo quase vital de vencer. Assim, quando se esperava que a oferta de diversas marcas poderia levar à racionalização do preço de produtos e serviços, aconteceu o oposto, já que a competição esportiva desencadeou a competição tecnológica desenfreada, com o lançamento frequente de componentes especiais que garantiam “dois ou três décimos” (onde já ouvi isso mesmo?). Sabiamente, a CIK FIA autoriza as Federações Nacionais (e estas os órgãos regionais) a determinar seus próprios limites, de modo a estabelecer campos de nivelamento e permitir acesso ao esporte de um maior número de praticantes. Assim é nos campeonatos nacionais da Itália, Alemanha, França, Espanha, da GrãBretanha, etc. Pesquisem...


A medida que tomamos na Granja Viana foi a adoção de dois regulamentos baseados na KZ2 CIK FIA (chassis homologados e pneus médios, com mudança de marchas por alavanca e ligação mecânica à caixa de marchas), um para cada situação:

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Para a Copa São Paulo as normas técnicas da KZ2 foram adotadas, como a autorização do retrabalho de pistões (desde que de procedência original dos motores autorizados), entre outras. O objetivo é abrir a oportunidade de trabalho do desenvolvimento de componentes, para criar conhecimento sobre o assunto em preparadores e pilotos, caso venham a disputar provas internacionais (aqui ou lá...);

Para os chassis, vale a nova Homologação CBA que entra em vigor em 2012. O nome das categorias continuam a ser Shifter, mas com o qualificativo de “KZ2 Limitada”

Intercâmbios

Para provas internacionais organizadas pelo Kartódromo Granja Viana (no mesmo ou em outra praça, como o Kartódromo Beto Carreiro), será utilizado o regulamento KZ2 integral, ou seja: - Qualquer motor homologado CIK FIA para a categoria, com todos os seus opcionais; - Qualquer chassi homologado CIK FIA para a categoria, com todos os seus opcionais; - Cláusula de comprometimento técnico: pilotos ou equipes que disputarem a prova com chassis homologados CIK FIA ou motores diferentes dos utilizados na Copa São Paulo terão de, no ato da inscrição, fornecer as Fichas de Homologação CIK FIA dos mesmos, além dos catálogos de peças e opcionais disponíveis, para referência dos comissários durante as Vistorias Técnicas.

Uma vez que se procura estabelecer um “tradutor” técnico entre as disputas da Shifter/KZ realizadas aqui e “lá”, naturalmente surge a idéia de promover intercâmbios, com a troca de pilotos e equipes entre os mesmos. Mesmo que “nossos pilotos não devam nada aos de lá de fora” (concordo, mas novamente vamos adotar uma postura mais humilde...), seria de vital importância para desenvolvimento profissional de pilotos e preparadores (de chassis ou motor, indistintamente) a troca de experiências e a exposição a condições fora do conforto de seus campeonatos de

costume. Já há conversas a respeito, e o campo das propostas está aberto, bem como o das contribuições de gestão de recursos. O futuro desta modalidade mostra-se fértil e promissor. Basta que se desenvolva o campo com cuidado, na época correta, use sementes de boa procedência, fertilizantes e controle natural de pragas (um pesticida ou outro mais forte acaba sendo sempre necessário...), para colher frutos de boa qualidade, respeitando sempre os milites do solo, para que não desertifique. Como diversos casos conhecidos por todos. KO

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Não foi autorizado o uso de outras marcas e modelos porque ao final deste ano teremos nova Homologação CIK FIA para motores KZ. Autorizar, por exemplo, a entrada do KZ10 neste ano poderia tornar obsoleto um motor de investimento alto (ao redor de R$ 15.000,00, sem contar opcionais) depois de apenas 1 ano. A tendência (mas ainda não uma certeza) será a liberação de outras marcas e modelos, desde que haja representação oficial (com fornecimento de peças, serviços e informações).

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Fotos: Mauricio Villela | KSP

Para o ano de 2012 ainda permanecem os motores TM K9, K9B e K9C, mas com limitação de componentes. Um exemplo disso será a obrigatoriedade do uso da flange básica da TM (a mais barata do catálogo).

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DR. KART EDSON CALIMANN CONSULTOR TÉCNICO

Dr Kart: treino com motor

2 ou 4 tempos? Quais são os custos? Resposta KartOnline:

Dr. Kart Edson Caliman

Agradeço sua participação no Portal e Revista KartOnline e por assistir aos programas da TV KartOnline, além claro de recebermos o seu e-mail, já que faremos de tudo para agregar conhecimento e informação para você e aos praticantes do kartismo. O Portal KartOnline disponibiliza seu espaço, e é com maior orgulho que prestamos este tipo de apoio a todos e da melhor forma possível.

Pergunta do Internauta:

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Helinho Venzel

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Envie sua pergunta sobre os assuntos técnico de acerto, configuração de chassi, carburador e outras dúvidas relacionadas ao kartismo de competição e amador. Ela será respondida, por email e constará na base do dados do Portal KartOnline! Informe seu nome, sobrenome e cidade. doutorkart@kartonline.com.br

"Fale mestre, como vai você tudo certo? Estou iniciando no kart agora, e tenho uma dúvida crucial, qual o melhor kart para eu comprar, com 2 ou 4 tempos? Estou fechando negócio em um kart 125cc de dois tempos - muito potente e tem muita estabilidade, dadas a circunstâncias de eu nunca ter pilotado um kart ''profissional''. O kart 125cc me custará R$ 4.500,00 sem acessórios ou peças extras, porém ele também tem um com um motor 4 tempos '' 390 alguma coisa''. O vendedor disse ter tunado o motor e ele esta gerando 23cv no álcool, com a troca de peças por melhores, como o carburador e outras peças. Por esse ele pede R$ 8.000,00 mas o mecânico disse que até por R$ 6.000,00 ele entrega. E agora, qual devo comprar? O custo da manutenção do 125 e realmente muito caro? Qual o custo aproximado para andar 2 finais de semana por mês? Um grande abraço mestre!"

Sempre que recebemos um e-mail igual o seu, é bem claro e evidente que, o kartista de lazer é para o Portal e Revista KartOnline, uma esportista especial e um aliado em todas as situações. Procuramos ajudar da melhor forma possível, isso faz apresentar um custo real, e também melhorar o relacionamento entre preparador e piloto. Em relação a sua pergunta, vamos explicar em 3 situações, onde cada uma tem um diferencial, valores de treinos, manutenção chassis e motor. Em relação a treinos como você perguntou, a cada final de semana, você terá um custo médio de R$ 980,00, contando com a motorização 2 tempos, a gasolina e refrigerado à água com 125cc, subdivididos: Óleo 2 Tempos Motul 800: R$ 80,00 25 litros de Gasolina Podium - cada litro R$ 3,20 = Total R$ 80,00 Jogo de Pneu MG Amarelo: R$ 490,00 Aluguel da Pista Diária: R$ 100,00 Alimentação 2 Pessoas: R$ 30,00 Mecânico Diária: R$ 200,00 Total Geral: R$ 980,00 Os custos acima focam somente a realização do treino, porém não


esqueça que a manutenção dos componentes é primordial! Os motores 2 Tempos atuais, refrigerados a água, tem sua manutenção determinada em horas, para cada componente interno, quando usado em competição a média de revisão é de 6 horas para biela, 2 horas pistão, 6 horas rolamentos, isso como falei em ritmo de competição, em relação do uso em lazer, temos exemplos de motor que fez revisão de biela e pistão no período de 6 meses de uso, bem claro, uso lazer. Treino motorização álcool O treino para motor a álcool refrigerado a água 125cc, 2 tempos, a redução do custo ocorre justamente no combustível e a utilização do óleo para misturar, utilizando a marca Dimetil, o restante se mantém, subdivididos: Óleo Dimetil 1 Litro: R$ 30,00 20 litros de Álcool: R$ 35,00 Jogo Pneu MG Amarelo: R$ 490,00 Aluguel da Pista Diária: R$ 100,00 Alimentação 2 Pessoas: R$ 30,00 Mecânico Diária: R$ 200,00 Total Geral: R$ 850,00

Treino motorização 4 tempos O treino para motor 4 tempos você irá economizar o uso do Óleo 2 Tempos. A gasolina continua sendo da categoria Podium e os demais valores se mantém: 20 litros de Gasolina Podium - cada litro R$ 3,20 = Total R$ 64,00 Jogo Pneu MG Amarelo: R$ 490,00 Aluguel da Pista Diária: R$ 100,00 Alimentação 2 Pessoas: R$ 30,00 Mecânico Diária: R$ 200,00 Total Geral: R$ 884,00

O motor tipo 4 Tempos, sendo apenas bronzinado, é um motor que irá uma maior durabilidade, desta forma se for usado apenas em treinos de pequeno porte, sem forçar muito em questão de buscar tempo de pista. caso você utilize o motor em ritmo de competição, também será preciso uma manutenção constante, pelo desgaste que irá passar o motor. Com relação ao custo, dependendo da situação e estilo de prova/treino, o modelo 4 Tempos em muitas as vezes, chegam a ficar tão caro quanto um motor 2 Tempos, isso

levado ao número maior de peças internas, e tão quanto a mão de obra, provocando o alto custo da preparação. KO ASSISTA NA TV KARTONLINE

Qualquer dúvida sobre a manutenção dos motores, o Portal KartOnline disponibiliza matérias sobre o assunto e os filmes da TV KartOnline. Recomendamos a leitura da matéria especial: Motores de Kart no Brasil: custos, manutenção e homologações

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O custo de manutenção para o motor 2 Tempos a gasolina é bem menor que o motor a álcool, devido a condição de ferrugem interna do motor ser maior. Desta forma o serviço de abrir e conferir os componentes internos é constante, nos motores a álcool, isso serve para qualquer marca de motor 2 tempos, onde se enquadra essa condição.

Fotos: Mauricio Villela | Leandro Claro

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DR. KART EDSON CALIMANN CONSULTOR TÉCNICO

motores X30 ou MY

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Dúvida cruel: o que escolher?

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Pergunta do Internauta: Fábio Junior Sistemas "Me chamo Fábio, sou da cidade de Maringá no estado do Paraná. Corro de Kart a 1 ano e meio na categoria 13 HP em Campeonatos organizados pelo Kart Clube da cidade. Eu estou pensando em comprar um motor Parilla X30, mas muitas pessoas me dizem que o MY é muito superior. Gostaria de saber a real diferença entre os motores X30 e MY. Vi também no site da Parilla que a manutenção de troca dos pistões tem que ser a cada 2 horas para motores água em competição. No meu caso não faço nenhum tipo de preparação, corro com o motor original. Quantas horas posso andar antes de revisar um motor desse? Tanto o X30 quanto o MY. Agradeço desde já pela ajuda do KartOnline. Grande abraço, Fábio."

Resposta KartOnline:

Dr. Kart Edson Caliman

Agradeço sua participação no Portal KartOnline e por assistir aos programas da TV KartOnline, além claro de recebermos o seu e-mail, já que faremos de tudo para agregar conhecimento e informação para você e aos praticantes do kartismo. O Portal KartOnline disponibiliza seu espaço, e é com maior orgulho que prestamos este tipo de apoio a todos e da melhor forma possível. Os motores em questão, tem seus atributos bem individuais, o X30 tem basicamente os meemos cuidados de manutenção que o IAME MY em tempo de uso das peças em competição (principais blocos de peças = pistão, por exemplo) e dependendo da tocada, mantém o mesmo equilíbrio competitivo. Basta somente realizar todos os

processos de manutenção, com um preparador de sua confiança e analisar seus componentes internos, conforme indica o fabricante. Na motorização IAME MY você terá de ter sempre alguém te ajudando no início, já que você deixa o ambiente 13HP e segue para o competitivo 125cc. Diante desta mudança, terá de contar com um mecânico para dar aquela mão, empurrando kart. No X30, você, em partes, não dependerá de ninguém para esta ação, visto que o motor tem partida elétrica e com embreagem, facilitando e muito o custo neste caso de treinos livres. Outra situação que diferencia e muito as duas opões de motores X30 e MY, são os custos de manutenção. O modelo IAME X30 requer mais cuidados, com embreagem e parte


elétrica, revisando estes detalhes sempre que possível. O produto é amplamente utilizado na Copa São Paulo de Kart da Granja Viana e realizamos uma matéria especial sobre o tema, acesse: http://goo.gl/45RUX Tudo irá depender do campeonato que você irá participar, analisando o regulamento técnico disponível e sua ordem de investimento. O modelo X30 garante um retorno e custo/benefício bem apropriado ao piloto que recém deixou uma categoria 13HP. Recomendamos a leitura da matéria relativa a motorização homologada CBA, com as fichas de homologação e custos gerais dos produtos que competem no Brasil. KO ASSISTA NA TV KARTONLINE

Acesse: http://goo.gl/3NjIR VEJA TAMBéM:

Agradecemos muito a sua participação e esperamos poder ajuda-lo da melhor forma possível. Qualquer informação adicional, envie para drkartonline@ kartonline.com.br | O Portal KartOnline surgiu, justamente para elevar o nível do conhecimento técnico e profissionalizar alguns pilares do kartismo brasileiro, ajudando em todos os sentidos, através de matérias e entrevistas, coberturas de campeonatos nacionais e internacionais, fotos especiais e a TV KartOnline sempre buscando o melhor quando se do assunto kart!

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Visite o site da IAME no Brasil e veja os detalhes de peças e manutenção, no endereço: www.iamebrasil.com.br/

Fotos: Mauricio Villela | Leandro Claro

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CALENDÁRIO 2012 KARTISMO NACIONAL E MUNDIAL

CAMPEONATOS NACIONAIS 2011 CAMPEONATO BRASILEIRO DE KART (CBA) 1ª Fase – 14/07/2012 - Local não Definido 2ª Fase – 28/07/2012 - Local não Definido GP BRASIL DE KART 1ª Etapa - 24/03/2012 - RBC Racing (FMK) CIK-FIA ASIA-PACIFIC KF2 CHAMPIONSHIP 1ª Etapa 17 à 20/05/2012 | Suzuka (JPN)

SUPER KART BRASIL 05 1ª Etapa - 28 e 29/01/2012 - Interlagos (SP)

CAMPEONATOS INTERNACIONAIS CIK-FIA

COPA DAS FEDERAÇÕES DE KART 2012 1ª Etapa – 06 à 10/03/2012 Kartódromo Internacional de Serra (ES)

ROTAX CHALLENGE GRAND FINALS 1ª Etapa 01/12/2012 | Portimão (Portugal)

CAMPEONATO PAULISTA DE KART (FASP) 1ª Etapa - Interlagos - 28/01/2012 2ª Etapa - Interlagos - 31/03/2012

CIK-FIA U18 KARTING 1ª Etapa 06 à 08/07/2012 | Braga (PRT) 2ª Etapa 24 à 26/08/2012 | Angerville 3ª Etapa 01 à 03/11/2012 | Bahrain

CIK-FIA EUROPEAN SUPERKART CHAMPIONSHIP 1ª Etapa 20 à 22/04/2012 | Hockenheim 2ª Etapa 13 à 15/07/2012 | Snetterton 3ª Etapa 03 à 05/08/2012 | Assen (NLD) 4ª Etapa 28 à 30/09/2012 | Le Mans

CIK-FIA WORLD KF1 CHAMPIONSHIP 1ª Etapa 26 à 29/04/2012 | Allier (FRA) 2ª Etapa 17 à 20/05/2012 | Suzuka (JPN) 3ª Etapa 18 à 22/07/2012 | Brandon 4ª Etapa 06 à 09/09/2012 | Sarno (ITA) 5ª Etapa 18 à 21/10/2012 | Macau

CIK-FIA VIKING TROPHY FOR KF2, KF3 & KZ2 1ª Etapa 15 à 17/06/2012 | Pori (FIN) CIK-FIA MONACO KART CUP FOR KF3 & KZ2 1ª Etapa 12 à 14/10/2012 | Monaco

CIK-FIA KARTING ACADEMY TROPHY 1ª Etapa 06 à 08/07/2012 | Braga (PRT) 2ª Etapa 24 à 26/08/2012 | Angerville 3ª Etapa 01 à 03/11/2012 | Bahrain

TROPHÉE ANDREA MARGUTTI 1ª Etapa 23 à 25/03/2012 | Sarno (ITA)

COPA SÃO PAULO LIGHT DE KART 1ª Etapa - Interlagos - 04/02/2012 2ª Etapa - Aldeia da Serra - 03/03/2012 6° EDIÇÃO DA COPA VERÃO DE KART 2012 1ª Etapa - Aldeia da Serra - 15/01/2012 2ª Etapa - Aldeia da Serra - 12/02/2012 3ª Etapa - Aldeia da Serra - 18/03/2012 GRANDE PRÊMIO RBC 2011 Etapa Única - 16/12/2012 – Interlagos COPA BRASIL DE KART 1ª Etapa Única – 13/10/2012 CAMPEONATO AMERICANO DE KART 2012 FÓRMULA KART 2ª Etapa - 10 à 12/02/2012 - HOMESTEAD KARTING (USA) 3ª Etapa - 09 à 11/03/2012 - OCALA GRAN PRIX (USA) FLÓRIDA WINTER TOUR ROTAX MAX CHALLENGE 2ª Etapa - 16 à 19/02/2012 - HOMESTEAD KARTING (USA) 3ª Etapa - 15 à 18/03/2012 - OCALA GRAN PRIX (USA) SUPERKARTS USA SUPERNATIONALS XVI 14/11 à 18/11/2012 | Local: Las Vegas (USA)

CIK-FIA WORLD CUPS FOR KF2 & KF3 1ª Etapa 20 à 23/09/2012 | Zuera (ESP) CIK-FIA WORLD CUPS FOR KZ1 & KZ2 1ª Etapa 06 à 09/09/2012 | Sarno (ITA) CIK-FIA EUROPEAN KZ1 & KZ2 CHAMPIONSHIPS 1ª Etapa 07 à 10/06/2012 | Wackersdorf CIK-FIA EUROPEAN KF3 CHAMPIONSHIP 1ª Etapa 26 à 29/04/2012 | Allier (FRA) 2ª Etapa 19 à 22/07/2012 | Brandon CIK-FIA ASIA-PACIFIC KF3 CHAMPIONSHIP 1ª Etapa 18 à 21/10/2012 | Macau CIK-FIA EUROPEAN KF2 CHAMPIONSHIP 1ª Etapa 07 à 10/06/2012 | Wackersdorf 2ª Etapa 18 à 22/07/2012 | Brandon

WSK MASTER SERIES: KZ1/2 - KF2 KF3 - 60 MINI 1ª Etapa – 01 à 04/03/2012 | La Conca (I) 2ª Etapa – 15 à 18/03/2012 | Sarno (I) 3ª Etapa - 29/03 à 01/04/2012 | Castelletto di Branduzzo (I) WSK EURO SERIES: KF1 - KZ1/2 - KF2 - KF3 1ª Etapa – 12 à 15/04/2012 | Sarno (I) 2ª Etapa – 03 1 06/05/2012 | Argenton 3ª Etapa – 21 à 24/06/2012 | La Conca (I) 4ª Etapa – 02 à 05/08/2012 | Zuera (E) WSK CHAMPIONS CUP: KF1 - KZ2 KF2 - KF3 1ª Etapa – 25 à 28/10/2012 2ª Etapa – 01 à 04/11/2012 WSK FINAL CUP: KF1 – KZ1/2 - KF2 KF3 – 60 MINI 1ª Etapa – 04 à 07/10/2012 | Castelletto di Branduzzo (I) Fonte: Interlagos Motor Clube/CIK-FIA/SKUSA/WSK/KartOnline | Foto: KSP

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COPA SÃO PAULO GRANJA VIANA DE KART 1ª Etapa - Granja Viana - 11/02/2012 2ª Etapa - Granja Viana - 17/03/2012

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MEMÓRIA

JOÃO

AU g U S TO DO AMARAl

gURgEl

UM DOS PAIS

DO KART

NO BRASIl

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Mas antes de entrar no contexto, ou melhor voltar 50 anos da nossa história, é importante ressaltar que a real prática e profissionalização do esporte ocorreu com a criação da Mecânica Riomar Industria e Comércio Ltda, fundada em 1959, com especialização na fabricação de motores de popa de baixa rotação para barcos pelos irmãos Mario de Carvalho e Cezar de Carvalho.

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A história do kartismo brasileiro é um tanto quanto similar ao passado e a política brasileira - retalhada e com poucos registros. O Revista KartOnline correu atrás e buscando referências do início da atividade do esporte no País, observamos um fato um tanto quanto curioso e muito pouco comentado entre a "velha guarda".

Um ano antes, em 1958, um homem dinâmico e de grandes idéias, formado na Escola Politécnica de São Paulo em 1949 e estagiário da General Motors Institute, nos Estados Unidos - o então "Gurgel", já desenvolvia sua visão empreendedora e com apenas U$ 10.000 abriu duas empresas: a Moplast e a Mokart. Após uma passagem em 1956, em Pasadena-USA, o engenheiro João Augusto Amaral Gurgel, comprou os primeiros moldes de "chassis" da época e trouxe para o Brasil, em seu retono - no ano de 1957. Com criação da Moplast, pioneira em placas luminosas de acrílico no país, iniciou o planejamento e desenvolvimento, utilizando o segundo andar de sua empresa - localizada no bairro de Interlagos, em São Paulo, para a fabricação

dos experimentais mini-carros para crianças e o primeiro modelo de kart fabricado no Brasil - o Mokarts SS, que foi projetados 100% por Gurgel, incluindo o motor e carburador. Segundo registros históricos, as primeiras competições ocorriam nas ruas de São Paulo, desta forma o kart modelo Mokarts SS conquistou mercado e vitórias, durante os anos de 1961 à 1964, tendo como pilotos José Carlos Pace, Wilsinho e Emerson Fittipaldi. Já na década de 60, os custos das competições eram muito alto e o retorno baixo, desta forma os karts que ganhavam as corridas eram vendidos para minimizar as perdas, o próprio Gurgel dizia que "ganhava dinheiro num andar e perdia no outro".


No mesmo ano (1966), o entusiasmo do esporte kart, impactou o comerciante de automóveis, Cláudio Daniel Rodrigues, que resolveu importar a idéia, e também iniciou a fabricação de chassis de kart do Brasil. Em uma época onde o improviso falava mais alto que a tecnologia, o protótipo do kart nacional tinha pneus de carrinhos de mão e motor d’água. Após algumas tentativas de fabricação, a produção foi passada a Maneco Cambacau e Wilsinho Fittipaldi Jr. Após seis meses de um intenso trabalho, Wilsinho e Combacau começaram a produzir o "chassi deitado", revolucionário na época, no qual era adaptado o motor da Riomar. O então desconhecido Emerson Fittipaldi, junto com o Sr. Mario de Carvalho e Cezar de Carvalho, assumem o desenvolvimento técnico em 1967. A partir daí começou a caminhada vitoriosa que levou a Mecânica Riomar ao posto que ocupa até hoje. A revolução automobilística brasileira Quanto ao lendário Gurgel, sua história é marcada na evolução da indústria automobilista brasileira, com sucessos iniciais como o Mokarts SS e o Gurgel Júnior. Um "mini-kart" com motor de 4 tempos e 3 cv. Este modelo foi fabricado entre 1960 à 1966, comercializando cerca de 500 unidades, inclusive exportadas para EUA e Alemanha. Seu comprimento era de 210 cm, largura 105 cm, distância entre eixos 127 cm, bitola 91 cm, pneus 400x8 e chassis tubular, com suspensão dianteira com mola helecoidal, freio a tambor nas rodas traseiras, marcha a frente e ré, sistema elétrico opcional. O sucesso foi tanto que o produto foi exposto

no stand da Moplast, no 1º Salão do Automóvel, em 1960, com grande sucesso entre a garotada. O engenheiro e empresário, João Augusto Amaral Gurgel, foi, sem dúvida, uma das personalidades mais marcantes do Brasil por seu bravo empreendedorismo na indústria automobilística, por sua posição contrária ao Proálcool e claro, por trazer a cultura do esporte kart ao Brasil, segundo os poucos registros históricos. Seu sonho era o de muitos brasileiros, o de termos uma marca nacional de veículo de grande produção. Uma fábrica de automóveis brasileira, na acepção da palavra, não os "transplantes" que constituem nosso parque industrial-automobilístico atual. Sua fábrica em Rio Claro, no interior de São Paulo, inaugurada em maio de 1975, era motivo de orgulho para a nação e, principalmente, para ele. Mas em 1994 o sonho acabou, quando a Gurgel teve a falência decretada. De nada adiantaram as tentativas de obter ajuda do governo para salvar a empresa -- na época a ajuda econômica seria de apenas 100 milhões de reais. Acabou. Foi o fim do sonho do grande brasileiro que ontem nos deixou, em 30/01/2009, aos 83 anos. Ele sofria do Mal de

Alzheimer havia oito anos. Sem dúvida o grande engenheiro João Augusto Amaral Gurgel deixou seu legado na indústria nacional. Foi um homem à frente do seu tempo, corajoso e patriota que infelizmente não conseguiu suportar sozinho a concorrência das grandes multinacionais. http://goo.gl/lRY7A BIBLIOGRAFIA: Gurgel800 Folha de São Paulo DVD Roda Viva 1987 Fotos: Gurgel800 | Gurgel Brasil

FRASES DE GURGEL "Decidi que estava na hora de ficar independente. Me senti muito mais feliz, apesar das dificuldades, com a possibilidade de pensar uma coisa à noite e começar a realizá-la no outro dia de manhã" — em 1983, lembrando 1958, quando era o engenheiro mais bem pago da Ford e decidiu se demitir." "Quando você tem uma ideia e não realizou nada, te consideram um louco. Quando já realizou alguma coisa, a loucura já não é tão grande. Até que acabam dizendo: 'Ele tem visão'" — no mesmo ano, em relação às tentativas de implantar o carro elétrico Itaipu nos anos 70."

"Desde criança eu queria fabricar veículos: quando era garoto consertava carrinhos, bicicletas. Isso, creio, já indicava em mim certa aptidão para o negócio."

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O projeto inovador no kartismo brasileiro foi finalizado em 1966, à pedido de sua esposa (Carolina Barbosa do Amaral Gurgel), após o nascimento de seu primeiro filho, Fernando Barbosa do Amaral Gurgel.

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REVIEW

Nyck De Vries conquista o mundo novmente! Com uma exibição de gala, o piloto holandes, Nyck De Vries, conquistou seu bi-campeonato Mundial de Kart. Com o conjunto Zanardi/Parilla, o jovem piloto obteve 291 pontos totais somadas as etapas do CIK-FIA World Karting Championship KF1.

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Mas o caminho da conquista não foi nada fácil, assim como a pressão do italiano Ignazio D Agosto (Tony Kart/ Vortex) e do inglês Alex Albon (Intrepid/ TM) que somaram 238 e 246 pontos respectivamente

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Equipe Fittipaldi conquista 500 Milhas no Beto Carrero. Barrichello é 2º Christian Fittipaldi, John Louis, Cesar Ramos, Roger Rieger, Gabriel Dias, Giorgio Ramos e Vitor Meira venceram a tradicional prova, que pela primeira vez, foi disputada no kartódromo da cidade de Penha (SC), no Beto Carrero World.

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Cobertura do Portal KartOnline http://goo.gl/T0Sq2

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DESAFIO INTERNACIONAL DAS ESTRELAS 2011 Vencedor das duas baterias do Desafio das Estrelas, Jules Bianchi teve sua festa estragada após a segunda corrida. O francês correu a prova deste domingo, disputada no Kartódromo Arena Sapiens, em Florianópolis, 600 gramas abaixo do peso mínimo exigido e acabou desclassificado. Com isso, a vitória na bateria de fundo e o título do evento caíram no colo de Jaime Alguersuari, da STR na Fórmula 1. Felipe Massa, quinto na corrida de fundo após a punição ao francês, acabou com o vice-campeonato de 2011. CLASSIFICAÇÃO FINAL 1 - JAIME ALGUERSUARI - 45 pontos 2 - FELIPE MASSA - 29 3 - LUCAS DI GRASSI - 28 4 - RUBENS BARRICHELLO 26 5 - JULES BIANCHI - 25 6 - ANTONIO PIZZONIA - 21 7 - JEROME D AMBROSIO - 20 8 - LUCIANO BURTI - 14 9 - RICARDO ZONTA e NELSINHO PIQUET - 13

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Acesse no KartOnline: http://goo.gl/L60fy

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#TUDOJUNTO, #TUDOMISTURADO Os dois principais campeonatos de kart do País, a Copa São Paulo da Granja Viana e a Copa São Paulo Light de Kart reunem a cada etapa mais de 200 pilotos, muita emoção e disputas nos traçados de Aldeia da Serra e da Granja Viana, na cidade de Cotia, São Paulo. GALERIA DE FOTOS VIRTUAL http://goo.gl/qfehP




LUDWIG

O MELHOR DO K ART ONDE MAIS?

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