Jornal dos Bairros | Maio 14 | Edição 5 - Ano 18

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Jornal dos Bairros

Maio 2014 Ano 18 Nº 05

Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul - Filiada à FRACAB e à CONAM

Campos da Serra: barato, mas isolado Foto: Luis Chaves / Divulgação

Encravado na zona rural da região Cruzeiro, e distante cerca de 10 quilômetros do centro urbano, o loteamento Campos da Serra já abriga duas mil pessoas. Financiando pelo ‘Minha Casa Minha Vida’ para famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos, a prestação cabe bem no bolso. O que não cabe é a falta de transporte, telefonia e acesso aos equipamentos públicos Páginas 08, 09 e 10

Sua conta da água aumentou muito recentemente? Traga a conta para UAB.

Um levantamento está sendo realizado para buscarmos soluções junto ao Samae.

Assembleia Geral da UAB Dia 07 de junho Às 13h30min | Sede da UAB

51 anos de ação comunitária


Jornal dos Bairros Maio 2014

Opinião

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Editorial

Charge: Júlio César

A UAB e seus meios de comunicação Neste ano, o nosso Jornal dos Bairros completa 18 anos de circulação em Caxias do Sul. Ao olharmos os desafios de fazer comunicação comunitária nos dias atuais, mesmo com tantos recursos existentes, podemos ter a dimensão do trabalho e sacrifício que foi trazer este jornal até aqui. A UAB nos seus 50 anos já havia tentado algumas vezes produzir um meio de comunicação que pautasse as lutas comunitárias e populares, já que os grandes meios de comunicação preferem fechar os olhos para as lutas sociais. Foi só em 1997, com a determinação de pessoas como Daltro da Rosa Maciel e Alexandre Masotti que o Jornal dos Bairros tomou ares de veículo jornalístico e começou sua trajetória para posicionar-se como único jornal comunitário de Caxias do Sul. Embora tenha passado muitos momentos turbulentos, até não atingindo sua regularidade mensal, destaca-se que esteve na pauta de trabalho de todas as diretorias da UAB desde então. A partir da ascensão da atual diretoria da UAB, enquanto grupo, ainda em 2007, passou a ter sua regularidade mensal assegurada. Hoje podemos dizer que nas suas quase 200 páginas anualmente produzidas está o teor da luta desenvolvida pelo movimento comunitário caxiense. Servindo de referência e acúmulo para o presente e para o futuro. Ainda a destacar as melhorias gráficas e a sua paginação totalmente colorida o que lhe confere o status de um veículo jornalístico de qualidade e que não deixa nada a dever aos outros jornais que estão no mercado. Somado a isso também podemos destacar a sua distribuição de 10 mil exemplares mensais em diversos pontos públicos da cidade juntando-se

a capilaridade das associações de moradores que alcançam aos seus sócios. Há cerca de três anos, a UAB assumiu outro desafio no campo da comunicação comunitária. A Universidade de Caxias do Sul até então detentora da concessão da única Rádio Comunitária de Caxias do Sul repassou para o movimento comunitário a sua concessão. Sabedores da importância que a comunicação tem para os movimentos sociais, a UAB assumiu a tarefa de ser parceira na constituição da Associação Comunitária de Radiodifusão Caxiense e dar vida a esta rádio que só foi ao ar depois de dois anos. Em abril de 2013 iniciavam as transmissões da Rádio UAB FM assim batizada em homenagem a sua maior parceira. Assim como o Jornal dos Bairros, a Rádio UAB FM é feita por pessoas ligadas ao movimento popular. São veículos que não atendem a interesses econômicos. Existem para dar vez e voz as lutas populares de nossa cidade, estado e país. A Rádio UAB FM ainda está em busca da sua afirmação, possuindo inúmeras dificuldades técnicas, que mesmo depois de um ano de atividade a tornam instável ante o aparato existente nas outras rádios comerciais da cidade. Nada que a persistência de quem sabe a importância de um veículo de comunicação, como o rádio, não possam ser sanadas com o tempo. A Rádio UAB FM e o Jornal dos Bairros são crias do movimento comunitário, cuide deles. Participe, contribua, sugira temas para debate e divulgação. O melhor da comunicação comunitária é quando ela está no meio daqueles e daquelas para os quais foi criada, o povo. Vida longa ao Jornal dos Bairros. Vida longa a Rádio Comunitária UAB FM.

Jornal dos Bairros Expediente: Veículo da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul – UAB - Rua Luiz Antunes, 80, Bairro Panazzolo – Cep: 95080-000 - Caxias do Sul Filiada à Federação Riograndense de Associações Comunitárias e de Moradores de Bairros (FRACAB) e a Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM) Presidente: Valdir Walter Diretor de Imprensa e Comunicação: Cláudio Teixeira - claudiosteixeira@gmail.com Editora: Karine Endres - MTb. 12.764 - karine.endres@gmail.com Reportagem: Karine Endres Editoração e Design Gráfico: Karine Endres Charge: Júlio César - (54) 3217.2627 E-mail: jornaldosbairroscx@gmail.com Telefone: 3238.5348 Tiragem: 10.000 exemplares Conselho Editorial: Antonio Pacheco de Oliveira, Cláudio Teixeira, Flávio Fernandes, Karine Endres, Paulo Saussen e Valdir Walter Email: uabcaxias@gmail.com Comercial: 3219.4281 Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Vacinação contra a gripe é prorrogada A secretaria da Saúde, através da Vigilância Epidemiológica, informa que o Ministério da Saúde prorrogou a 16ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza 2014 até que os municípios alcancem a meta de 80% do previsto nos grupos prioritários. O aumento do prazo para que as pessoas sejam imunizadas ocorreu porque o percentual de imunizados ficou abaixo do esperado em todo o Brasil. Em Caxias do Sul, até o dia 8 de maio, foram imunizadas 50.098 pessoas, o que corresponde a 55% da meta. Sendo que entre as crianças de zero a cinco anos incompletos foram vacinados 51% do previsto; gestantes foram 37% da meta; trabalhadores da saúde 55%; o percentual de puérperas é de 59%; e de idosos está em 59%. Além disso, foram imunizados 24.144 doentes crônicos que não são contabilizados na meta do Ministério da Saúde. As doses estão sendo aplicadas nas 46 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do

Município. É importante destacar que, após aplicada, a vacina demora cerca de 15 dias para ficar ativa e proteger o organismo contra H1N1 (gripe A), H3N2 e influenza B, devido a janela imunológica. Saiba mais sobre a gripe: A gripe é uma infecção do sistema respiratório, cuja principal complicação são as pneumonias. A doença inicia com febre alta, em geral acima de 38ºC, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça e tosse seca. A febre é a manifestação mais importante e dura em torno de três dias. Sintomas respiratórios como a tosse, dores musculares, de garganta e de cabeça, calafrio, fraqueza, espirros e coriza se tornam mais evidentes com o avanço da doença e se mantêm em geral por três a quatro dias após o desaparecimento da febre. Podem aparecer também sintomas como pele quente e úmida, olhos avermelhados e lacrimejantes.

Novos equipamentos para a guarda Desde o dia 7 de maio, a Guarda Municipal de Caxias conta com novos equipamentos. A Prefeitura Municipal entregou 90 coletes balísticos, 15 pistolas, 15 revólveres, 40 pares de algemas, 40 cintos de guarnição, 80 macacões, 80 calças, 80 camisas, 160 camisetas, 40 jaquetas de inverno e 190 boinas. O investimento do Município nos equipamentos supera os R$ 56 mil. A Guarda trabalha na fiscalização

de áreas públicas, monitoramento de alarmes, serviço de guarda em prédios e equipamentos públicos, atende solicitações de escolas, UBS e outros locais públicos municipais. Possui atualmente um efetivo de 189 homens e mulheres aprovados em concurso público e que passaram por testes de saúde, físico, psicológico e curso de formação de 576 horas/aula, além de receberem uma capacitação permanente.

Mande seu recado Escreva para o Jornal dos Bairros. Mande sua sugestão, reclamação ou comentário. Entregue na sede da UAB até a última semana de cada mês ou pelo e-mail jornaldosbairroscx@gmail.com


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Movimento

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Bairros reivindicam containers para lixo O diretor-presidente da Codeca, Valter Augusto Webber, foi o convidado da Assembleia Geral da UAB, no dia 3 de maio, para apresentar os projetos da empresa e ouvir as demandas dos comunitaristas. Entre elas, a extensão da coleta mecanizada de resíduos orgânicos e recicláveis para os bairros periféricos e a limpeza de bocas de lobo tiveram destaque. Valter também aproveitou a oportunidade para mostrar o trabalho da empresa pública de Caxias. Segundo ele, Caxias gera uma média de 90 toneladas de lixo seletivo por dia e outras 360 toneladas de lixo orgânico, que é encaminhado ao aterro sanitário de Rincão das Flores. Ele destacou a importância da coleta seletiva e do repasse dos resíduos sólidos para a reciclagem nos galpões. “Hoje atendemos a mais de sete associações de recicladores e vinte apoiadores. E a quantidade de lixo seletivo em Caxias é muito grande e temos condições de ampliar esse número. O lixo seletivo é uma riqueza e tem muita gente que tira seu sustento

Fotos: Karine Endres

Apesar disdisso”, afirso, estamos mou. investindo”, Pa r a ressaltou. que este “Graças material reao empenho almente dos nossos possa ser colaboradoreciclado, res, que ajuValter desdaram com a tacou que é redução das importante horas extras, fazer a corconseguimos reta sepafechar o ano ração dos com um pemateriais. quena mar“Quando o gem de lulixo orgânicro”, diz. “E co é aconnem por isso dicionadeixamos de do de forfazer invesma errada, timentos”, junto com continua. o seletivo, O presiele acaba Valter Webber, presidente da Codeca, ouviu demandas na AG dente da Codeestragando ca cita a aquisição, via financiao seletivo e perdemos aquilo sobre os investimentos que esmento, de dois novos veículos, que pode ser uma riqueza, que tão sendo realizados pela emum caminhão de abastecimenas pessoas precisam para sua presa. “Apesar de sermos resto para maquinários usados no subsistência. É importante que ponsáveis por nossas receitas asfaltamento, duas kombis e aumentemos a consciência soe o controle de nossas despeum trator para limpeza das ruas. bre isso”, frisou. sas, estamos investindo. O ano Ao todo, segundo ele, foram passado, como todo início de gastos cerca de R$ 2 milhões na Investimentos mandato, foi muito ruim, com compra destes equipamentos. Valter Weber falou também poucos recursos liberados.

“Em 2014, já iniciamos um processo de licitação para mais seis caminhões de coleta manual, que são caminhões compactadores. Nossos caminhões trabalham praticamente quatro turnos, gerando muito desgaste e demandando a reposição da frota. Então, trabalhamos muito para evitar o custo de manutenção dos nossos veículos”, explicou. Educação Ambiental O gestor da Codeca colocou à disposição das Associações um educador ambiental, para prestar esclarecimentos às comunidades. “Nosso educador está constantemente nas escolas, nas empresas e pode também ser mobilizado para as Associações de Moradores”, afirmou. Segundo Valter, cabe ao educador informar sobre o processo de coleta e separação do lixo, procurando conscientizar a população à respeito da questão ambiental. “Também acolhemos solicitações e reclamações pelo telefone 3224.8000 que está sempre disponível para a população”, completou.

Comunitaristas questionam Durante o espaço reservado para suas falas, muitos comunitaristas ressaltaram a importância da coleta mecanizada, pediram por limpeza nas bocas de lobo e também mais empenho da empresa no recolhimento de móveis abandonados. Este foi o caso do presidente do São Victor Cohab, Natal Fonseca. “Às vezes, o caminhão da Codeca passa e leva esses móveis, mas às vezes não leva. E isso acaba indo parar nos riachos e esgoto gerando problemas de alagamento”,

disse o presidente. Maria Eliza Marques, presidente da Amob Jardim Oriental questionou a respeito das bocas de lobo. “Esse é o meu maior problema. O secretário Adiló Didomenico já esteve duas vezes no bairro para ver a questão da Antônio Xavier, que não entra mais água nenhuma nas bocas de lobo”, disse. Já o presidente da Amob Esplanada, Luiz Carlos Ferreira, mais conhecido como ‘Luizão’, também pediu a instalação dos containers. “Existem 40 bair-

ros e loteamentos na região Esplanada, e ninguém conta com o container. Este serviço é apenas para região central. O dinheiro destes moradores é diferente do nosso? Ou todos pagamos impostos? Porquê o lixo vai para a rua? Porque não tem contêineres e muitas vezes os sacos rasgam e o lixo acaba indo para a rua”, questionou. Ele também cobrou a efetividade dos protocolos, já que há uma grande demanda pela limpeza das bocas de lobo e não vê o serviço sendo executado.

Ivete Moreira, do bairro Castelo, colocou as dificuldades dos moradores em trafegar na principal via do bairro, na Governador Euclides Triches. Segundo ela, algumas ruas que cruzam a Triches não são calçadas. “Quando a prefeitura vem patrolar, também coloca cascalho, que acaba parando na Euclides Triches e atrapalhando o trânsito”, explica. “Estes dias, uma menina foi atropelada neste trecho. Ela cruzava a rua, vinha um carro, que desviou do cascalho e da

menina, e vinha outro carro na mão oposta que não conseguiu fazer o desvio. A menina foi atropelada e, a mãe, ao saber da notícia, acabou infartando”, relatou a comunitarista. Ivete também colocou que os passeios da rua não são completamente calçados, levando os alunso da escola próxima a transitarem na rua, justamente no trecho com cascalhos. “A saída da escola está perigosa. São crianças e carros disputando espaço entre cascalhos”, afirmou.


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Geral

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Câmara Vai aos Bairros implementa novo formato A presidência da mesa diretora da Câmara de Vereadores mudou em 2014, saindo das mãos de Edson da Rosa (PMDB) para Gustavo Toigo (PDT). Esta mudança foi refletida no formato do projeto “Câmara Vai aos Bairros”, que teve sua primeira rodada no dia 28 de abril, no salão dos Capuchinhos, no bairro Rio Branco. Cerca de 90 pessoas, participaram do evento que buscou contemplar a zona urbana de Caxias. Ao todo, 228 bairros e loteamentos urbanos foram convidados para o projeto que busca aproximar as lideranças comunitárias, moradores de bairros e vereadores para estreitar relações e dialogar sobre a realidade de Caxias. Debates A novidade deste novo formato é a realização de debates específicos, pelo qual os moradores puderam dialogar, abertamente, com os vereadoresmembros de cinco comissões da Casa. As demandas serão encaminhadas às autoridades competentes, para a busca por resolução aos problemas apresentados. O presidente da Câmara ressaltou o caráter técnico de tratamento dos assuntos trazidos pela população. “Todos puderam tirar proveito do conhecimento de cada comissão, cujos vereadores procuraram organizar a distribuição das questões apresentadas, conforme o caráter temático de cada grupo”, observou. Poluição Sonora Depois dos debates, no âmbito das comissões, Marinês de Jesus Fávero utilizou o microfone para reclamar de poluição sonora, em bar situ-

ado em frente à Ceasa, no Cohab-Santa Lúcia. Garantiu ter verificado, junto ao Plano Diretor Municipal, que o zoneamento daquela região não permite a presença de bares e restaurantes. Segundo ela, sobretudo, à noite, há muito barulho decorrente de músicas ao vivo.

Foto: Luiz Claudio Farias / Divulgação

Saúde O pedido por mais uniNovo formato: debates foram divididos entre as comissões da Câmara e, depois, apresentados à plenária dades básicas de saúde ganhou ênfase a parção, vereador Mauro Pereira, tário, o vereador Flávio Cassina do chove. tir de Edi Bolson, que fez a soe de Legislação Participativa e afirmou que averiguará a inforlicitação para o Rosário I, no Comunitária, vereador Kiko Gimação para tentar evitar a perTrânsito Desvio Rizzo. Apontou que até rardi, também prometeram emda de efetivo policial. O congestionamento do ocorrem horários ampliados, penho para pleitear a resolução trânsito, na Avenida Rio Branno atendimento, mas com falde problemas apresentados. Ensino co, preocupa Paulo Rogério. ta de médicos. Luiz Carlos FerPara Kiko, há pontos básicos A pauta pela vinda de uma Para ele, o motivo se deve ao reira fez o pedido para a região a serem corrigidos pelo poder universidade pública federal fato de a via ser a única entrado Esplanada, contemplando público: políticas para a juvenpara Caxias do Sul permeou as da do bairro de mesmo nome. outros bairros como o Aeroportude, faixas de pedestres, inmanifestações de Agenor RodriAtentou para a necessidade de to e o Monte Carmelo. Em resfraestrutura de água e luz para gues, do Rio Branco, e de Maria melhores sinalização e calçaposta, o presidente da Comisbairros irregulares, fornecimenda Silva, do Oriental. mento. Pediu semáforo próxisão de Saúde e Meio Ambiente, to de mais agentes de saúde. mo ao colégio Santo Antônio, vereador Henrique Silva, disse Aposentados para proteger o deslocamento que fará indicação ao ExecutiParcerias Jorge da Costa, do São Cade alunos, pela rua. vo Municipal, pela abertura de O projeto Câmara Vai aos etano, lamentou a defasagem mais quatro UBS, com jornadas Bairros é realizado por meio de dos salários da maioria dos Segurança estendidas até as 22h. parcerias com as associações aposentados. Presidente da Outro fator de alerta ficou Ferreira também acusou de moradores, clubes de mães, Comissão Temporária Especial por conta da possibilidade de invasões de esgoto a casas, em igrejas, instituições de ensino e do Idoso, o vereador Virgili Cospoliciais do Interior caxiense dias de chuva. Alertou que, no quaisquer outras entidades inta comentou ter apurado que, serem deslocados para PorEsplanada, as canalizações são teressadas. A intenção consiste a cada dois dias, ocorre uma to Alegre, durante a Copa do muito antigas, o que não permiem aumentar a participação da denúncia de violência contra Mundo, nos próximos meses de tiria a vazão adequada. A mesCasa, junto a variados segmenpessoas com idade acima de junho e julho. Coube a Cleusa ma situação, a partir do relato tos da comunidade caxiense, 65 anos. Morais apresentar a situação. de Carina Gonçalves, se repete bem como, intermediar a soluOs presidentes das coMembro da Comissão de Deno loteamento Paraíso Cristal, ção de problemas apontados missões de Desenvolvimento senvolvimento Econômico, Fiscom formação de barro, quanpela população. Urbano, Transporte e Habitacalização e Controle Orçamen-


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Participação

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Participação Popular discute destino de R$ 10 milhões Mais de 200 Auditório cheio pessoas participana assembleia da ram da assembleia da Consulta Popu- Consulta Popular e lar e Cidadã do Go- Cidadã do governo verno do Estado, estadual, para que foi realizada na sede da UAB, no dia debater a aplicação de cerca de R$ 5 de maio. Os 245 inscri10 milhões em tos definiram as recursos estaduais principais demandas do município na região. Votação que serão elencaacontece em todo das em uma lista, o estado, entre os que vai à votação dias 02 e 04 de popular. Ao todo, junho, através R$ 10,5 milhões serão destinados pelo de urnas ou da Governo Estadual internet às demandas elente regional. Neste segundo mocadas pela Serra Gaúcha. mento, as propostas de todas Foram apresentadas 20 as 32 cidades do Corede Serra propostas, em 10 temas, que seserão analisadas e será comrão encaminhadas para o deba-

Foto: Cláudio Teixeira

posta uma lista que passará por referendo da Consulta Popular. A votação será realizada, por voto secreto em urnas no

dia 4 de junho e por meio eletrônico e secreto, inclusive dispositivos móveis, nos dias 02, 03 e 04 de junho, em todo o Es-

tado. As propostas que forem escolhidas pela população serão incorporadas na Proposta Orçamentária, do Governo do Estado, que será encaminhada à Assembleia Legislativa. Em 2015, o Governo do Estado destina os recursos aos contemplados. O processo da Participação Popular e Cidadã (PPC), criado pelo governo Tarso Genro (PT), buscou criar novas formas do cidadão participar da discussão do orçamento do estado. Ele misturou dois processos. A discussão nas assembleias, o chamada cara a cara, e a definição de prioridades pelo conjunto da população. Em 2013, Caxias teve demandas contempladas, conquistando recursos para o Hospital Geral, Brigada Militar e cinco instituições de ensino.


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Política

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Caxias lança Comitê do Plebiscito Popular pela Reforma Política Desde o dia 25 de abril, Caxias já conta com o seu Comitê do Plebiscito Popular pela Reforma Política. O ato de lançamento do Comitê e da campanha nacional na cidade aconteceu na praça Dante Alighieri e contou com a presença de diversas lideranças sociais. Jéferson dos Santos Gomes, um dos integrantes do comitê, salienta que o tema já estava presente nos debates dos movimentos sociais há um longo tempo, mas surgiu também com força nas ruas, durante as manifestações de 2013. “Uma grande parcela da sociedade está descontente com a estrutura do poder político e com suas ‘regras de funcionamento’, que não permitem o avanço para mudanças profundas no país”, afirma. Na visão dos movimentos sociais, é necessário ampliar a participação popular para fortalecer a democracia. O comitê em Caxias está articulado com os demais co-

mitês no Estado, assim como no país, buscando corpo para a campanha nacional. Entre os dias 1º e 7 de setembro, serão realizadas votações populares em todo o Brasil. Mesmo que sem força legal para obrigar ao chamamento de uma Assembleia Constituinte Exclusiva e Soberana para debater o tema – prerrogativa exclusiva do Congresso Nacional - os movimentos sociais acreditam que uma forte participação poderá pressionar a Câmara Federal dos Deputados e o Senado a realizar esta convocação. Desta forma também foram realizadas outras campanhas, como o Plebiscito contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que buscava fazer avançar o projeto neoliberal na América Latina. Neste caso, o plebiscito também não tinha poder legal, mas a grande mobilização conquistada garantiu que o então presidente, Fernando Henrique Cardo-

Foto: Karine Endres

Praça Dante Alighieri abrigou o lançamento oficial do Comitê de Caxias

so (PSDB), recuasse na sua intenção. Naquela ocasião, também entre os dias 1 e 7 de setembro, mas ainda em 2002, mais de 41.758 urnas recolheram os votos de cerca de 10 milhões de

Para saber mais >> www.facebook.com/plebiscitoreformapoliticacaxias >> plebiscitopopular.caxiasdosul@gmail.com >> www.plebiscitoconstituinte.org.br >> plebiscitopopularcxs.wordpress.com

brasileiros. O Plebiscito sobre a Alca contou com o trabalho voluntário de mais de 150 mil pessoas, em 3894 municípios (de um total de 5550) e disse definitivamente ‘não’ ao projeto neoliberal na América Latina. Comitê em Caxias Em Caxias do Sul os movimentos comunitários, sindicais, da juventude, das mulheres, de estudantes, entidades religiosas, entre outros, bem como, representantes autonômos da sociedade civil, já deram o pontapé inicial com o lançamento do Comitê Plebiscito Popular

Caxias do Sul. Ele coordenará o início da campanha pela realização do Plebiscito no município. No período que antecede a semana da realização do plebiscito, o comitê, em conjunto com outras entidades da cidade, organizará atividades com o objetivo de informar, de ajudar a compreender, de fomentar o debate na sociedade, fortalecendo a consciência política dos cidadãos e auxiliando na tomada de decisão com relação à pergunta que deverão responder no Plebiscito.

Entrevista: ‘Sem reforma política, Brasil vai voltar a eleger apenas representantes dos ricos’ Para o economista e professor licenciado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcio Pochmann, o Brasil precisa urgente de uma reforma política para mudar o modelo de financiamento, sob risco de voltarmos a um estado de aristocracia, em que só os ricos são eleitos. Em entrevista exclusiva à CUT Nacional e reproduzida pelo Jornal dos Bairros, o ex-presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), atual presidente da Fundação Perseu Abramo, de-

fende que o financiamento de campanhas é o principal desafio para a transformação do atual sistema político brasileiro. Pochmann destacou ainda a importância do papel do Estado na ascensão econômica da classe trabalhadora e a necessidade de o Brasil apostar em empregos mais qualificados por meio de um outro modelo de crescimento que privilegie a produção com maior valor agregado. Ele ainda criticou a criminalização que os meios de comunicação fazem da política.

Os movimentos sociais e sindicais estão em campanha por um plebiscito exclusivo e soberano para fazer a reforma do sistema político. Qual o ponto estratégico dessa reforma? Marcio Pochmann – As eleições de 2014 talvez sejam as últimas com candidaturas populares. O nosso sistema político é praticamente uma herança do Golbery (Golbery de Couto e Silva, ex-ministro e um dos pensadores da ditadura militar no Brasil), que desequilibra a representação do voto por Estados e

permite que o financiamento de campanha ocorra de forma que valoriza o papel do poder econômico. Isso causa situações desconexas entre o perfil dos nossos representantes no Congresso e o da sociedade. Dado o custo eleitoral, que é exorbitante no País, corremos o risco de ver desaparecer as candidaturas populares e o retorno a um estado de aristocracia em que só os ricos são eleitos. A reforma do sistema político tem de redefinir o financiamento das campanhas para torná-las acessíveis a pessoas muito mais pró-

ximas da população. E como o cidadão pode contribuir neste processo? Pochmann – Já é um passo grande a população identificar a política como a saída para os seus problemas, porque estamos submetidos a um processo de alienação, decorrente do monopólio das comunicações , em campanha contra a política. O que salvou o Brasil das regressões econômica e social nos anos 2000 foi uma decisão política. Em 1980, éramos a 8ª economia do mundo, em 2000, caímos para o 13º lugar. No iní-


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Política

07 Foto: Agência Brasil

cio da década de 1980, tínhamos 1,8 milhão de desempregados, com 2,7% de taxa de desemprego, enquanto em 2000, passamos para 11,5 milhão e 15% da população economicamente ativa desempregada.

por meio do Minha Casa, Minha Vida. Será que isso fortaleceu a associação dos moradores? Há a necessidade de entender do que se trata esse novo segmento da classe trabalhadora e, ao mesmo tempo, oxigenar as instituições com o objetivo de capturar, do ponto de vista da politização.

O realinhamento do Brasil a partir de 2003 foi o que salvou o País. Precisamos mostrar os problemas, mas há uma série de aspectos positivos que estão sendo resolvidos pela política. Sem política, vamos resolver pelo autoritarismo, que tem governado o Brasil há muito tempo. Há também o aspecto de que a política era resultado da pressão das ruas, do diálogo com as instituições de representação. Não apenas os partidos. E ocorreu uma pressão para que as vozes das ruas fossem ficando cada vez mais distantes e transitassem para a opinião pública, canalizada por meios de comunicação que são monopólios. Não é a opinião do público, e sim a opinião publicada. Os governos vão ficando reféns dessa opinião e se desconectam do movimento das ruas. É preciso voltar a valorizar o cidadão comum e dar oportunidade a ele para voltar a participar das políticas públicas. Em seu livro “Nova classe média? O trabalho na base da pirâmide social” (2012), você afirma que não existe uma nova classe média no Brasil. Como você definiria o perfil dos trabalhadores que ascenderam economicamente na última década? Pochmann – Há uma interpretação de que, a partir da elevação no nível de renda de segmentos que constituem a base da pirâmide da estrutura social, teríamos uma ‘nova classe média’.

Pochmann defende aproximação com movimentos que foram as ruas a partir de junho como forma de ampliar a luta pela democracia

vido a políticas de Estado que foram implementadas a partir dos governos de Lula e Dilma. O Estado continua sendo fun-

ascensão decorrem de decisões individuais por não haver politização.Na década de 1970, a ascensão foi muito maior até que a verificada no período atu-

“Se a forma de financiar campanhas eleitorais não for modificada, eleções de 2014 serão as últimas com candidaturas populares” Marcio Pochmann damental na oferta de serviços públicos, na educação, na saúde, no transporte e é importante destacar isso porque, se partimos do pressuposto de que essa ascensão social é simplesmente para um ‘nova classe média’, observamos que as reivindicações dessa fatia da sociedade são por menos impostos para comprar mais serviço privado de saúde, de educação, de saúde. Por isso, o debate deve ser sobre o papel do Estado, hoje muito mais comprometido com tributação e investimento para o atendimento de quem precisa.

Acredito que não há isso, mas a transformação de trabalhadores, que antes eram submetidos a condições muito precárias de informalidade, com salários muito baixos, em trabalhadores não pobres devido à expansão do emprego e renda que ocorreu a partir de 2004. Isso não se explica como mudança de classe, mas como melhoria das condições da classe trabalhadora.

A tese que o senhor defende demanda uma maior politização das pessoas que ascenderam. O senhor identifica essa consciência? Pochmann – Eu identifico uma desconexão entre os dirigentes das instituições de representação que temos no Brasil com os cidadãos que ascenderam. E falo de partido político, sindicatos, instituições estudantis, associações de bairros.

É importante ter clareza também de que isso só ocorreu de-

É natural que esses segmentos imaginem que as razões dessa

al, em plena ditadura, quando a economia crescia 10% ano e a mobilidade foi mais intensa, porque eram pessoas que vinham do interior, de condições precárias para procurarem emprego na cidade e virar um trabalhador industrial, como o próprio presidente Lula. Porém, esses trabalhadores que ascenderam também conviviam com uma série de insatisfações, moravam na periferia das cidades, sem condições decentes, e essa insatisfação foi muito bem captada pelos movimentos sociais. Mesmo sob a ditadura, tivemos recuperação das instituições estudantis, do movimento sindical, com o nascimento do Novo Sindicalismo, das comunidades eclesiais de base, das associações de bairro.

Tudo isso redundou na luta por redemocratização e na nova Constituição. Hoje não vivemos isso. Desde 2003, tivemos mais de 17 milhões de novos empregos abertos no Brasil e a taxa de sindicalização permaneceu estável. Também não caiu, o que é razoável, porque nos EUA e na Europa está caindo. Mas por que os sindicatos não conseguem captar esse novo segmento? Mais de um milhão de jovens ascendeu ao ensino superior por meio do ProUni. Por que eles não estão no movimento estudantil? Tivemos quase 1,5 milhão de novas famílias com acesso à moradia

Quais as perspectivas para os próximos anos para esses novos trabalhadores? Pochmann – Vivemos uma grande dúvida neste momento, porque os movimentos que tivemos no País desde junho do ano passado ganharam espontaneidade e seguiram desconectados das direções das entidades representativas. Será que é um problema das lideranças que estariam equivocadas? Se for isso é mais simples, basta trocar as direções. Ou será que o problema são as instituições que não dialogam, não se apresentam de acordo com os interesses desses segmentos? Não há uma resposta simples. Tivemos um conjunto grande de manifestações no mundo nos últimos quatro anos e o Brasil foi uma das únicas experiências em que o governo federal chamou para o diálogo e enviou projetos ao Congresso. Se olharmos para outros países, houve apenas e fundamentalmente repressão.

““Sem política, vamos resolver pelo autoritarismo, que tem governado o Brasil há muito tempo”” Marcio Pochmann Fonte: Portal Cut / Escrito por Luiz Carvalho


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Habitação

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Famílias estão isolada Duas mil. Este é o número de pessoas que já moram no loteamento Campos da Serra. Divididos em 15 prédios e 660 apartamentos, os moradores ocupam apartamentos com dois quartos, sala e cozinha conjugados e um banheiro. Apesar do pequeno tamanho dos apartamentos, as moradias saem ‘quase de graça’, com uma prestação de 5% do salário, em 120 parcelas. O custo é outro Apesar do custo baixo, os moradores pagam um outro preço para terem garantidos o acesso às moradias pelo programa federal ‘Minha Casa Minha Vida’, destinado às famílias de baixa renda, isto é, aquelas que recebem de 0 a 3 salários mínimos. Uma das principais queixas – e que implica muito no acesso aos serviços públicos de saúde e educação, por exemplo – é a distância do loteamento em relação ao centro do município. Instalado no meio rural, praticamente isolado, os moradores precisam percorrer um trajeto de 9,5 quilômetros para acessar o centro da cidade. Considerando que muitas famílias que estão no Campos da Serra foram removidas de suas antigas moradias, o trajeto é longo. Isto porque há famílias provenientes do Fátima Bai-

xo, por exemplo, que no antigo bairro deixaram familiares, amigos e vizinhos. Elas estão longe dos serviços públicos e da rede social que dá suporte às famílias, ajudando no cuidado das crianças e dos idosos. “Nos sentimos abandonados”, fala Giselda Soares, moradora do Campos. “Eu gosto muito de morar aqui. É um loteamento novo, é nosso e tranquilo. Mas por outro lado, não temos equipamentos públicos, nem telefonia, embora haja uma central de telefonia logo ali atrás. Nos sentimos abandonados e inseguros, pois estamos isolados praticamente no meio do mato e sem comunicação, é muito complicado”, diz a moradora. Transporte Além da distância em si, uma queixa comum é a frequência da linha de ônibus que atende a comunidade. Embora já tenha melhorado – em junho do ano passado, os moradores contavam com apenas seis viagens diárias até o centro - a pouca frequência impacta diretamente na vida dos moradores. Em alguns momentos, chega a haver um intervalo oficial de uma hora entre as viagens. Considerando o trânsito de Caxias, as reclamações constantes de outros bairros quanto à

quebra de ônibus e atraso nas linhas, a probabilidade que esta frequência aumente ainda mais é grande. Este fato impacta diretamente no cotidiano dos moradores, em pontos como conquista e manutenção dos empregos. “Os ônibus sempre vem cheios. De hora em hora, lotados e ainda temos que fazer as compras no centro, porque aqui não tem mercado”, fala Joana Berguer, moradora do loteamento. “Temos uma linha de ônibus de hora em hora e temos que nos dar por felizes. Parece que estamos mendigando, mas não estamos. Todos pagam pelo transporte aqui. A secretaria de Transportes diz que temos que esperar a finalização da estação de transbordo, mas quanto tempo vai demorar para isso acontecer?”, questiona Jocemar Barbosa, a Joce, vicepresidente da UAB e moradora do loteamento. “Esses dias estragou o ônibus às 18h15min e eu cheguei em casa às 21h15min. O projeto é importantíssimo para nós, mas deveriam também ter pensado em estrutura”, complementa a comunitarista. Infraestrutura Outra dificuldade enfrentada é em relação ao acesso aos serviços públicos. A ordem de

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Foto: Karine Endres

Baixa renda (de 0 a 3 salários mínimos) é critério para conquistar moradia no Campos

Quase 10 km do centro da cidade, distante de serviços com

inicio para a construção do loteamento com 32 hectares foi assinada 15 de julho de 2008, no governo do ex-prefeito José Ivo Sartori (PMDB), mas até hoje a comunidade ainda não conta com um posto de saúde. Embora o prédio esteja pronto desde o inicio do ano, a equipe de saúde só deverá assumir no dia 22 de maio. Até lá, a comunidade continua sendo atendida nas UBS da região, precisando percorrer um trajeto de cerca de cinco quilômetros até o maior bairro nas proximidades, o Cruzeiro. Considerando que nem todos os moradores possuem veículo próprio, que são de baixa renda e que muitas famílias abrigam portadores de deficiência, crianças e idosos, além de moradores com problemas de saúde e locomoção, a falta de um posto de saúde operando gera sérias preocupações. Além disso, Joce também relata que não há um parque ou escolinha infantil, escola de ensino fundamental, ou quadras para práticas esportivas. “Não tem uma área de lazer, a gurizada está confinada dentro do próprio condomínio e é claro que isso não gera coisa boa,

com tantos adolescentes desocupados durante meio turno”, argumenta. Segundo ela, há diversos espaços para a construção de uma área de lazer e cultura. “Temos mais de cem crianças em apenas um condomínio. São quatro condomínios de 120 a 220 moradias, mas alguns condôminos compartilham o mesmo pátio. São muitas crianças ociosas e sem acesso a qualquer forma de lazer e cultura, pois além de não contarmos com nenhum espaço aqui, temos que lembrar que são famílias de baixa renda que não possuem condições de pagar para ter acesso à cultura e lazer. Hoje temos muitas dificuldades com a drogadição e a prostituição de adolescentes, pois não tem com o que se ocupar”, explica. Telefonia A dificuldade em conseguir sinal telefônico de celular é outro problema elencado, já que não há rede de telefonia fixa no local. “Nós não temos saúde, não temos transporte, não temos nem telefonia. Preciso ir na janela para falar com qualquer pessoa. Nos colocaram aqui e não deram infraestrutura nenhu-


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Habitação

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as no Campos da Serra Foto: Andreia Copini / Divulgação

Saúde é a principal demanda Foto: Karine Endres

mo saúde e educação, Campos da Serra urbaniza zona rural

ma”, reclama a comunitarista. Joce não nega a importância do empreendimento para as famílias, já que garantiu acesso à moradia. Mas ela ressalta o conceito de ‘moradia digna’. “Foi muito importante a inicia-

tiva do Campos da Serra, mas simplesmente colocaram as famílias aqui sem infraestrutura nenhuma. Ninguém se importa em trazer uma antena de telefonia para cá, por exemplo”, afirma.

Alceu assina ordem de inicio de mais 320 moradias

Das atuais residências no Campos, 550 apartamentos foram entregues pelo Programa Minha Casa Minha Vida, 120 apartamentos pelo Projeto Multissetorial Integrado (PMI) e mais 20 lotes pelo Fundo da Casa Popular (Funcap). “Hoje já temos quase duas mil pessoas morando em apartamentos e sobrados e nosso objetivo é beneficiar mais de 5 mil pessoas”, explica.

Foto: Andreia Copini / Divulgação

Previsão é de cinco mil moradores

O loteamento recebeu obras de infraestrutura, como terraplanagem, pavimentação, esgotos pluvial e sanitário, estações de tratamento de esgoto (ETE), redes de abastecimento de água, subadutoras, eletrificação e iluminação pública. Além disso, deficiente e idosos têm preferência para a ocupação dos apartamentos no primeiro piso. São quatro apartamentos por andar.

Joce é moradora do loteamento conta que já presenciou a cena de uma mãe com o filho especial no colo, em plena crise asmática, após o último horário de ônibus e o Samu teria se negado a atender o chamado. “Eles disseram que só tinham autorização para vir até aqui se fosse risco de vida. Tanto não era risco de vida, que conseguimos um carro e a criança passou a noite hospitalizada, ficando até a manhã seguinte no oxigênio”, fala a comunitarista. O menino João Luiz Costa de Oliveira, de quatro anos, sofreu uma paralisia cerebral ao nascer e é portador de uma má formação pulmonar. A mãe do menino, Graziela Costa, relembra a noite em João Luiz sofre de paralisia cerebral e teve atendimento negado pelo Samu que implorou ao Samu que viessem buscar o filho. “Ele nhã e ouviu que não havia mais era eu que teria um ‘piripaque’”, estava com uma crise de asma, atendimento. “Peguei o ônibus relembra. desfalecido. E me disseram que das sete da manhã, com meni“Se uma crise de asma em só podiam vir se fosse um esno de quatro anos com paraliuma criança especial não é imfaqueamento ou coisa do gêsia cerebral, subi todo o morro portante, o que é importannero”, relata indignada. “O que do Cruzeiro e quando cheguei te para eles? Um esfaqueado? eu ia fazer com essa criança, lá me disseram que não podiam Mas depois de morto não presem respirar, às 23h15min da atender porque não tinha marcisa mais vir buscar”, fala com noite, sem mais um ônibus?”, cado a consulta. Ainda me disindignação Joce. questiona. “Quando a Samu seram que cheguei muito tarEm outra situação, Graziedisse que não vinha, quem fide para quem não tinha marla chegou no posto do Cruzeiro cou sem chão fui eu. Achei que cado”, diz. por volta das 7h30min da ma-

UBS deve operar ainda em maio e Margarete de Oliveira. A ordem de Inauguração A 47ª UBS do Muniinício da UBS cípio tem 448 m² de área Campos da SerA solenidade ocorre no dia 22 de maio, construída e é composta ra foi assinada às 10h da manhã, na própria UBS. por salas de nebulização, em 23 de dezemvacina, curativos, enferbro de 2012, com municipal da Saúde, Dilma Tesmagem, observação e suturas, um investimento de R$ 922 mil. sari, anunciou a inauguração da consultório ginecológico, conPronta desde o início deste ano, unidade para 22 de maio. sultório multiuso, dois consula unidade de saúde aguardava A equipe é formada pelo tórios para clínico-geral, dois a compra do mobiliário e nomédico Pedro Pablo Alvarez, consultórios odontológicos, meação da equipe para operar. pela odontóloga Carla Coelho sala de espera, sanitários, rouApós uma reunião com a Kraz, pela enfermeira Cristiane paria, sala para esterilização e equipe que atenderá no local, Monteiro e pelos técnicos em para lavagem materiais. no dia 7 de maio, a secretária enfermagem, Flávio André Boss


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Habitação

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Prefeitura promete instalação gradual dos equipamentos O secretário Renato Oliveira afirma que sabe das necessidades das famílias e que a prefeitura municipal está providenciando o acesso aos equipamentos públicos. “A escola fundamental já está com o projeto pronto e está na Caixa para verificar a estimativa de valores, pois se transformou em uma escola de turno integral”, explica. Ele também afirma que o aumento do número inicial de moradores previstos para o local também gera impacto sobre os financiamentos para a construção de escolas e outros equipamentos. “A previsão inicial era de 580 famílias, em 580 lotes. Quando o projeto foi mudado para contemplar apartamentos, aumentou em muito a capacidade do loteamento em receber as famílias, gerando um impacto também nos financiamentos feitos com a Caixa para

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“As pessoas têm direito aos equipamentos, mas por outro lado, a prefeitura não consegue dar conta de tudo em uma única etapa” Renato Oliveira

estes equipamentos”, afirma. Segundo o secretário, houve a necessidade de troca do banco que intermediou estes financiamentos, já que junto com o aumento do número de moradores foi necessário ampliar o porte dos equipamentos. “Os financiamentos eram feitos com a Caixa Econômica Federal, com contrapartida da Prefeitura Municipal, mas não à fundo perdido (sem precisar pagar). Com o aumento do custo da obra, precisamos contratar os financiamentos direto com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pagando juros maiores”, Foto: Andreia Copini

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UBS é o primeiro equipamento público a ser concluído

explica o secretário. Renato ainda afirma que já estão sendo feitos os estudos para equipamento de lazer, mas ainda não estão definidos quais deles serão implementados. “A prefeitura já tem área destinada para áreas de lazer, mas estão sendo buscados recursos com projetos junto ao Governo Federal”, afirma. O secretário explica ainda que concorda com o fato de ser obrigação do município a instalação dos equipamentos públicos, porém, ressalta que há inúmeros bairros que não contam com esses benefícios. “Temos que admitir que há uma certa dificuldade em colocar todos os equipamentos de uma vez só. São moradias novas, com uma média de pagamento de R$ 40,00 ao mês e infraestrutura de calçamento e saneamento completas. As pessoas têm direito aos equipamentos, mas por outro lado, a prefeitura não consegue dar conta de tudo em uma única etapa”, justifica Renato. “No dia-a-dia vamos avançando, a moradia é uma luta do movimento comunitário, mas avançamos todos os dias. Em pouco tempo, Campos da Serra terá coisas que muitos bairros de Caxias não tem até hoje. A infraestrutura tem que ir fazendo, mas tudo é um passo de cada vez, ainda que nossa prefeitura é uma prefeitura grande que dá conta de desenvolver todos estes projetos”, afirma ainda.

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R$ 1 milhão para Hospital MaternoInfantil Foto: Andreia Copini

Hospital será construído com verbas do estado, município e da FUCS

O Prefeito Alceu Barbosa Velho entregou no dia 9 de maio, à Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS), o primeiro cheque no valor de R$ 1 milhão para o início da construção do Hospital Materno-Infantil. A entrega ocorreu durante a inauguração da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia Unacon do Hospital Geral, com a presença do Governador Tarso Genro. Em seu discurso, o Prefeito ressaltou a forma republicana com que o Governo Tarso tem tratado Caxias do Sul. “A inauguração da Unacon é a prova do trabalho em conjunto, de todos trilhando o mesmo caminho. Caxias está avançando com essa participação plural”. Alceu também destacou as parcerias com o Governo do Estado em outros projetos, como o Aeroporto Regional em Vila

Oliva, os 23 núcleos do Policiamento Comunitário existentes no Município, as obras na Rota do Sol e a construção do Hospital Materno-Infantil. “A união de esforços constrói e é assim que tem que ser. Para selar a nossa parceria eu entrego o primeiro cheque de R$ 1 milhão para a construção do Hospital Materno-Infantil e também entrego o Termo de Cooperação para ser assinado pelas partes envolvidas”, disse. O Hospital Materno-Infantil é uma parceria entre o Município de Caxias do Sul, a Fundação Universidade de Caxias do Sul e o Governo do Estado, em que cada parte repassa R$ 4 milhões para a construção do prédio, estimado em R$ 12 milhões. O Hospital Materno-Infantil será construído junto ao Hospital Geral.


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Democratização da Comunicação

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TV Caxias comemora dez anos e inova A TV Comunitária Caxias, Canal 14 da Net, está comemorando dez anos de sua fundação. Para festejar, a emissora está realizando uma série de eventos com a comunidade caxiense e também se prepara para inovar. O objetivo é buscar mais uma ferramenta para a construção da comunicação comunitária, através do lançamento de um portal de notícias. Entre as atividades, a

emissora reuniu os presidentes de bairro na sede da 25º Região Tradicionalista de Caxias, no dia 10 de maio, para um almoço comemorativo. Durante o evento, foram apresentados os principais objetivos da emissora e também as conquistas desde sua fundação. Trabalhando com recursos limitados, devido à lei da Radiodifusão Comunitária que dificulta o recebimento de verbas publicitárias, a emissora mantém um trabalho constante para ser Contate a TV Caxias uma vitriAs comunidades podem enviar as ne da pluralidade da informações do que acontece no seu sociedade bairro para: caxiense. >> jornalismo@tvcaxias.com.br Luiza >> contato@tvcaxias.com.br . La-Rocca, >> Ligando: (54) 3534.8748. coordenadora de

Foto: Karine Endres

jornalismo da emissora, explica que a TV Caxias trabalha diariamente respeitando as diretrizes editoriais que orientam o trabalho de uma televisão pública. “Buscamos a democracia e a pluralidade, contemplando a diversidade existente. A TV não pode ser ideologizada, classista, par- TV Caxias quer apoio dos comunitaristas para refletir pluralidade de opiniões em Caxias tidarizada, goPara que de fato este espaço se Buscando avançar ainda vernista, ou oposionista, nem transforme em uma ferramenmais na democratização da cocomercial”, explica. ta para a construção da demomunicação, a TV está lançando cracia, uma das prerrogativas é um novo portal de notícias. Uma nova ferramenta que haja a efetiva participação da comunidade. O diretor presidente da emissora, Pedro Pozenato, esclareceu que é fundamental que a sociedade participe da emissora e do novo portal, fornecendo as informações do que acontece nas suas comunidades. “Queremos ser um espaço amplo e democrático, que reflita as diferentes visões que existem na sociedade, e para isso, é fundamental que as comunidades participem, enviando as informações do que fazem e do que acontece nos seus bairros”, afirmou. Pedro salienta que não é só notícia ruim ou problema que merece espaço nestes canais de comunicação. “Queremos saber o que está sendo feito, desde uma reivindicação até um chá do clube de mães. Para democratizar, é preciso dar espaço para os diferentes grupos e, sobretudo, é preciso que vocês participem”, disse. “As pessoas não precisam mandar um texto escrito para enviarem a informação para a gente. Quando há fotos, fica muito mais fácil incluir qualquer informação no telejornal, mas mesmo que não haja como enviar as informações e fotos por e-mail, os presidentes de bairro e moradores podem ligar para a TV, buscando passar os dados”, afirma a coordenadora.


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Geral

CRAS Leste muda o endereço O Centro de Referência de Assistência Social - CRAS Leste mudou o endereço no dia 8 de maio. As novas instalações foram entregues para a comunidade na Oberdan Cavinato, 158, bairro De Lazzer. Com a mudança de endereço, a equipe do CRAS amplia o atendimento de nove para 57 bairros e localidades também do interior do Município. A nova casa, alugada pelo Município, conta com salas de equipe técnica, sala de coordenação, sala multidisciplinar, copa, cozinha, lavanderia, banheiros e uma ampla garagem, que será utilizada para os grupos de convivência. O CRAS Leste, que iniciou suas atividades em 2009, atendia no bairro Serrano, no prédio do antigo Centro Social Urbano, de propriedade do Estado, que solicitou novamente a posse do imóvel. A média de atendimentos era de 180 pessoas por mês. O Centro de Referência de Assistência Social é responsável pela organização e oferta de serviços continuados de Proteção Social Básica, com o objetivo de prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidades e

Foto: Andreia Copini

CRAS Leste atende na Oberdan Cavinato, 158, De Lazzer

riscos nos territórios, por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições. O CRAS também trabalha para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e ampliação do acesso aos direitos de cidadania. “Este é um momento especial, muito esperado por toda a equipe. Acreditamos que aqui as pessoas terão a proteção básica e afetiva, não precisando utilizar os serviços de alta e média complexidade do Município. Também queremos trazer as famílias para este local, agora apropriado para isto. Elas também serão acolhidas, atendidas e encaminhadas aos serviços especializados, entretanto, precisam trilhar seus caminhos e seguir seus próprios

horizontes”, explicou a coordenadora do CRAS Leste, Edione Mores, comunicando a todos que o atendimento no interior é feito nas segundas-feiras nas próprias comunidades. A presidente da Fundação de Assistência Social (FAS) apresentou a equipe aos presentes, destacando a qualificação profissional e o interesse pela assistência social de todos os servidores que trabalham na nova casa. “Eles acreditaram, tiveram paciência e hoje temos uma nova estrutura com uma equipe de 12 pessoas com o dom do atendimento social. O trabalho no interior era uma lacuna que faltava e que agora podemos atender”, destacou Marlês Andreazza.

Confira os bairros e loteamentos atendidos pelo CRAS Leste * Água Azul de Santa Lúcia * Agudo * Bevilácqua * Boca da Serra * Capivari * Carapiaí * Caravaggio * Castelo * Cooperativa Habitacional Chaimar * Cooperativa Marianinha de Queiroz * Criúva * Dalanhos * De Lazzer * De Lazzer II * Diamantino * Dom Pedro II * Fazenda Souza * Flor do Campo

* Fundos do Agudo * Interlagos * Jardim Adorado * Jardim da Colina * Jardim das Hortênsias * Jardim das Hortênsias II * Jardim Eldorado * Jardim Iracema * Loteamento Alpes Verdes * Loteamento Balardin * Mariland * Nossa Senhora Aparecida * Nossa Senhora das Graças de Ana Rech * Palanquinho * Parada Cristal * Pessegueiro * Presidente Vargas * Rincão das Flores * Saint Ettiene

* Santa Bárbara de Ana Rech * Santa Catarina * Santa Lúcia do Piaí * Santo Antônio de Criúva * Santo Omo Bom * São Braz * São Ciro * São Cristóvão * São Francisquinho * São João * São Jorge da Mulada * São Roque * Século XX * Serrano * Tunas Altas * Vale Verde * Vila Oliva * Vila Seca * Zona Lize


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Bem Estar

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Fazendo mudas de Alecrim O Alecrim (Rosmarinus officinalis) é um arbusto nativo do Mediterrâneo, mas já bem incorporado à cultura brasileira. Mas, fazer mudas de alecrim não é uma tarefa tão fácil. É comum a muda ‘pegar’, mas não resistir com o passar do tempo. Por isso, apresentamos uma forma nova de fazer as mudas do alecrim. A experiência foi feita por Anderson Porto, do Portal Tudo Sobre Plantas (http://www.tudosobreplantas.com.br). Confira as dicas:

Passo 1 Primeiro, retire estacas de alguns ramos. Todas com 10 a 15 cm. Depois, retire as folhas de cerca de metade de cada estaca, puxando-as no sentido da ponta para cima.

Passo 2 Depois, raspe com o auxílio de uma faca, raspe três linhas nas laterais inferiores dos ramos, uma técnica chamada de "expor o câmbio", aquela parte branca por baixo da casca.

Passo 3

Passo 4

Plante diretamente na terra e coloque uma garrafa PET cortada por cima, para proteger de ventos fortes, chuvas e manter a umidade.

Quando retirar a garrafa PET? Quando perceber que as novas folhas começaram a brotar, cerca de 20 dias após o plantio!

Segunda a Sexta 6h às 8h - Bom dia 87.5 - Osmar Gasperin 8h às 10h - Voz dos Bairros - José Peroni 10h às 12h - Manhã do Ouvinte - Luciano Behm 12h às 14h - Comunicação 87 - Cláudio Teixeira 14h às 16h - Agora é de tarde - Mauro Teixeira 16h às 18h - Rádio UAB - Rodrigo Fantinel 18h às 19h - Momento Gaúcho - Marcelo Junior 20h às 22h - Toque da Azaração - Daiane Mello

Sábado

|54| 3041.1273 www.radiouabfm.com facebook.com/radiouabfm87.5 Rua Francisco Getúlio Vargas, nº 1215, Bairro Petrópolis

8:30h às 10:30h - Atualizando notícias - Antonio Pacheco 10:30h às 12:30h - Sabadão do sucesso - Marcílio Martins 14h às 16h - Show de bandas - Marcos Oliveira 16h às 18h - Misturadão - Claudio Renato

Domingo 9h às 13h - Repontando Tradições - Albery de Mattos 16h às 18h - Festival de Sucesso - Gilberto Godoy 18h às 20h - UAB Esportes - Flavio Fernandes, Pedro Jardim e Josmar Santos 20h às 22h - UAB Mulher - Shania Pandolfo e Michael Souza


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Bairros

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Nos dias 17 e 18 de maio, o Loteamento Milleniun comemora o seu 11º aniversário com uma grande programação. Para o domingo (18) está programado um almoço com a entrega do troféu destaque comunitário. Mas a atividade que mais chama a atenção para o bairro está prevista para o sábado (17), quando acontece a já tradicional Rústica do Milleniun, em sua XI edição. A Rústica contempla 26 categorias, entre homens e mulheres, a partir dos cinco anos. Ao todo serão 3 percursos diferentes. A categoria ‘Fraldinha 1’ (de 5 a 8 anos) terá um trajeto de 300 me-

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Milleniun prepara sua XI Rústica tros para cumprir, com largada às 08h30min e 30 minutos para o encerramento da prova. Ainda na minirrústica, as categorias de meninos e meninas entre 9 e 13 anos terão um trajeto de 2.400 metros, com largada às 09h e tempo máximo de 40 minutos para a conclusão da prova. Já a rústica (para maiores de 14 anos) inicia às 10h e precisa vencer 6.500 metros em, no máximo, uma hora. As largadas e chegadas acontecem na frente da escola Zélia Furtado, na Rua Bortolo Zanrosso, 1069, no Parque Oásis. É obrigatório o uso de camiseta, com o número fornecido pela organização, durante todo o percurso e na chegada.

Inscreva-se Mais informações pelo e-mail zeliafurtado@bol.com.br ou pelo telefone (54) 3901.1453

Foto: Luana Reis

Rústica do Millenium reúne atletas em 26 categorias

As senhas serão entregues nos Postos de controle (PC), sendo que os atletas que não percorrerem todo o trajeto ou que fizerem de modo indevido, serão desclassificados. Os números deverão ser entregues no final da prova e não serão aceitas inscrições de crianças nascidas de 2010 em diante. As inscrições serão feitas no período de 01 a 17 de

maio de 2014, na escola Zélia de Furtado, entre as 8h e 11h30min ou das 14h às 17h30min, sendo que no dia 17, até às 9h, mediante apresentação de documento de identidade do participante e doação de 2kg de um

alimento não perecível. Para menores será exigida a autorização assinada pelo responsável. As escolas poderão inscrever seus participantes (via correspondência da SMED), através de ofício assinado pela direção, constando o nome completo dos participantes, data de nascimento e agrupados de acordo com as categorias em que participarão. Somente participantes de fora da cidade de Caxias do Sul poderão inscrever-se no dia da realização da Rústica, até uma hora antes da largada de cada prova. A idade a ser considerada será aquela que o participante completar dentro do corrente ano.


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Bairros

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Santa Tereza quer escola Foto: Karine Endres

acredita que hoje esse número passe de 300. “Hoje já faltam vagas nas escolas mais próximas. Há dois anos que relatamos esse problema. E estão chegando mais moradores”, explica Ademar. Transporte Outra demanda apresentada pelo comunitarista é em relação ao transporte. “Precisamos de mais horários de ônibus”, fala. Segundo ele, entre as 17 e 19 horas, os carros viajam lotados. “Não

Área verde com cerca de 10 hectares pode ser usada para equipamentos públicos

O loteamento Santa Tereza, na região do Desvio Rizzo, existe há mais de 35 anos. Embora pequeno e quase rural há alguns anos, hoje ele cresce rápido. Hoje, uma das principais demandas é a ampliação da oferta de vagas na rede municipal de educação. Segundo o presidente da Amob, Ademar Drum dos Santos, existem quatro escolas nas proximidades do loteamento, porém, uma delas está para ser fechada e, ao mesmo tempo, novos condomínios estão sendo construídos no local. Inclusive um deles – com 240 moradias - deve ser entregue no dia 20 de junho. “Hoje já temos o problema da falta de vagas. Soma-se a isso a escola Carlin Fabris, da Linha Feijó, que deve entregar o prédio, mais estes novos moradores, o problema vai ficar gigantesco”, afirma Ademar. A escola municipal de educação fundamental Carlin Fabris precisará fechar as portas pois está construída irregularmente. Hoje, o prédio ocupa tanto um trecho do terreno da Igreja, quanto um pedaço da via. “Esta escola atende

em torno de 200 crianças que em 2015 deverão ser todas transferidas”, relata. Ademar defende a construção de uma escola nova em seu loteamento, já que conta com uma área verde adequada. “Temos um espaço muito bom. São cerca de 10 hectares e um bom trecho é plano, é uma área muito bonita”, elogia ele. “O terreno também pode abrigar outros equipamentos, como parquinho e escolinha infantil”, diz. Segundo ele, a secretária de Educação, Marléa Alves, e técnicos da Smed já vistoriaram a área e avaliaram como sendo muito bom para a o projeto da escola. “A escola já foi prometida, mas não temos nenhum documento afirmando que de fato será construída”, diz. O presidente ainda argumenta que é necessária uma escola mais perto, pois a grande parte dos moradores paga aluguel e não tem como manter o filhos estudando longe. Ademar explica também que já foi feito um cadastro em 2012, apontando que naquela época, havia 253 crianças morando no Santa Tereza. Como a região não para de crescer, o presidente

tem nem como entrar nos ônibus, de tão cheios”, relata. Segundo ele, os intervalos entre viagens superam 40 minutos. “Mas qualquer incidente que aconteça, como um atraso ou uma pane no veículo, o intervalo já sobe para mais de uma hora”, diz. “Precisamos que o intervalo não passe de 25 minutos, pois é um local de trabalhadores. Precisamos do transporte público e que ele cumpra o horário, inclusive para mantermos nossos empregos”, defende ainda Ademar.


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Geral

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Brasil lidera debate sobre democracia digital

Após quase três anos de conflitos e negociações no Congresso, o projeto do Marco Civil da Internet passou pela Câmara e pelo Senado e foi sancionado no dia 23 de abril, pela presidente Dilma Rousseff (PT), durante a abertura do Encontro Global Multissetorial sobre o Futuro da Governança da Internet - NET Mundial, em São Paulo, de acordo com a

Agência Brasil. Presidente Dilma Rousseff discursa no NET Mundial. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil. Com a assinatura da nova ‘constituição’ da internet, os brasileiros têm garantida a chamada neutralidade da rede, que evita a discriminação da informação. Ou seja, os provedores

não poderão dar prioridade a um determinado tipo de dado ao transmiti-lo aos clientes. Na prática isso significa, por exemplo, que as empresas de telecomunicações não poderão cobrar tarifas mais elevadas para usuários que acessam vídeos ou aplicações de compartilhamento de arquivos. O Marco Civil da Internet (oficialmente chamado de Lei

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nº 12.965, de 23 de abril de 2014) foi apontado como referência mundial para as legislações que devem tratar da rede mundial dos computadores, durante o NetMundial – Encontro Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet, que reuniu governos, empresas, especialistas e ativistas em discussões sobre o futuro da rede. Os princípios da lei – especialmente a garantia da neutralidade de rede, da liberdade de expressão e da privacidade dos usuários – foram estabelecidos para manter o caráter aberto da internet. “A aprovação do Marco Civil é um importante progresso para a sociedade brasileira, pois a Internet é cada vez mais uma tecnologia indispensável para todos os segmentos da sociedade. O Marco Civil é também um importante exemplo que o Brasil oferece ao mundo, ao aprovar uma legislação que ordena os direitos e responsabili-

dades dos cidadãos, empresas e governo na Internet”, destacou o coordenador do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Virgílio Almeida. Para o CGI.br, organismo multissetorial responsável por integrar as iniciativas de uso e desenvolvimento da Internet no país, a sanção da lei coloca o Brasil em uma posição de liderança mundial no debate sobre o futuro da Internet. O Marco Civil da Internet foi apontado como referência mundial para as legislações que devem tratar da rede mundial dos computadores, durante o NetMundial – Encontro Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet, que reuniu governos, empresas, especialistas e ativistas em discussões sobre o futuro da rede.

Para garantir a neutralidade e a liberdade O Marco Civil da Internet grantiu alguns direitos aos internautas brasileiros. Entre eles, a garantia que as empresas provedoras não poderão cobrar a mais por um determinado tipo de acesso à informação, ou ainda, a garntia da liberdade de expressão e garantias de restrição de uso de dados pessoais por terceiros. Entenda melhor: Neutralidade A neutralidade de rede prevê que o tráfego de qualquer dado deve ser feito com a mesma qualidade e velocidade, sem discriminação, sejam dados, vídeos, etc. Se essa neutralidade não fosse garantida, a internet poderia funcionar como uma TV a cabo: os cidadãos pagariam determinado valor para acessar redes sociais e outro para acessar redes e vídeos, por exemplo. Liberdade de Expressão Outro princípio é a garantia da liberdade de expressão.

Hoje, redes sociais, como Facebook e o Youtube, podem tirar do ar fotos ou vídeos que usem imagens de obras protegidas por direito autoral ou que contrariam regras das empresas. Por exemplo, fotos de integrantes da Marcha das Vadias com os seios à mostra ou vídeos que mostram partes de telejornais das emissoras já foram retirados do ar sem que os criadores desses conteúdos opinassem sobre restrição à veiculação. Com o Marco Civil da Internet, essas empresas deixam de ser responsáveis pelos conteúdos gerados por terceiros e não poderão retirá-los do ar sem determinação judicial, afora em casos de nudez ou de atos sexuais de caráter privado. De acordo com o Artigo 19 da legislação, “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de aplicações de internet

Além dos direitos considerados princípios da internet no Brasil, 13 outros foram estabelecidos pela “Constituição da Internet”, como passou a ser chamada a regra.

somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário”. Privacidade O marco também garante a privacidade dos usuários da internet, ao estabelecer que informações pessoais e registros de acesso só poderão ser vendidos

se o usuário autorizar expressamente a operação comercial. Atualmente, os dados são usados por grandes empresas para obter mais receitas publicitárias, já que elas têm acesso a detalhes sobres as preferências e opções dos internautas e acabam vendendo produtos direcionados. Além dos direitos considerados princípios da internet no Brasil, 13 outros foram estabelecidos pela “Constituição da Internet”, como passou a ser chamada a regra. A inviolabilidade da intimidade e da vida privada e indenização em caso de violação; a não suspensão da conexão à internet, salvo por débito diretamente decorrente de sua utilização; a manutenção da qualidade contratada da conexão à internet são alguns dos direitos dos usuários. Os internautas deverão ter informações claras e completas sobre os contratos de prestação de serviços e coleta, uso,

armazenamento, tratamento e proteção de dados pessoais, bem como ter garantida a acessibilidade, levando em conta as características físico-motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário. Embora a aprovação do projeto tenha sido celebrada pela sociedade civil, seu artigo 15 foi alvo de críticas por incluir um dispositivo que torna obrigatório para empresas de internet a retenção dos dados de acesso de seus usuários. Em carta à Dilma, movimentos sociais chegaram a exigir o veto integral ao artigo. O Marco Civil da Internet também torna ilegal a cooperação de empresas de internet com órgãos de inteligência estrangeiros. Esse ponto da legislação foi motivado pelo escândalo da espionagem dos Estados Unidos contra o governo brasileiro por meio da NSA, uma das agências de inteligência americanas.


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