Mphanda Nkuwa: Ameaça ou Oportunidade?
Resposta ao artigo publicado no site SARPN (Southern African Regional Poverty Network) “Mphanda Nkuwa- Treat or Opportunity?” de 26 Nov.2007 pela Agência de Informação de Moçambique (AIM)
Por: James Morrissey* Recentemente deparei -me com o seu artigo Mphanda Nkuwa: Ameaça ou Oportunidade, publicado como manchete do SARPN a 26 de Novembro de 2007 (artigo disponível em: http://www.sarpn.org.za/newsflash.php?news_id=9040). Ainda não tinha visto este artigo, embora seja a 6ª resposta na lista do motor de procura Google quando se coloca o termo “Mphanda Nkuwa”, e após ler o seu conteúdo irremediavelmente incorrecto, decidi que a acção mais apropriada seria responder sob a forma de uma carta aberta, a ser publicada pela JA! Como membro activo da Justiça Ambiental! (JA!) – discuti este artigo com o grupo ambiental. O objectivo desta carta é duplo. Primeiro, desejo esclarecer algumas inconsistências que têm sido publicadas e segundo, gostaria de responder a alguns artifícios retóricos utilizados, na esperança de me dirigir ao tom preconceituoso do artigo. Com estes dois objectivos em mente tenho como propósito mostrar que a discussão sobre a sustentabilidade para construir a barragem de Mphanda Nkuwa não é uma obstrução ambiental irracional, e irreconciliável, mas sim uma resposta razoável e racional de um projecto actualmente injusto e desorientado. Começando pelos factos inconsistentes; o artigo invoca que a JA! está a acusar injustamente o governo moçambicano de ocultar informação sobre a construção de Mphanda Nkuwa. O artigo refuta esta reclamação, indicando que a UTIP “apresentou os resultados do estudo [Avaliação do impacto Ambiental] num encontro com muitas presenças num hotel em Maputo”. Para ser mais claro, este não é o documento ao qual a JA! exige ter acesso. Para ser mais exacto a JA! exige o acesso a dois relatórios, um realizado em 20042005, e o outro é uma análise feita em 2007. O estudo de 2004-2005 foi mencionado num relatório pela agências de notícias locais, enquanto o relatório de 2007 tem sido referenciado pelos funcionários públicos ou do governo Moçambicanos. Nenhum dos resultados destes estudos foi liberado ao público apesar dos pedidos da JA! Na verdade, tem sido negada de forma sistemática pelos oficiais Moçambicanos a existência destes dois documentos. Segundo: o artigo invoca que os resultados da avaliação do impacto ambiental “deu a Mphanda Nkuwa um bom certificado de saúde”. Este resultado é pouco surpreendente, dado que a maior falha na avaliação do impacto ambiental é que os estudos são comissionados pelos autores do projecto, criando desta forma, um grande conflito de interesses. “Um bom certificado de saúde” é também um veredicto surpreendente dado que o Banco Mundial recusou alocar fundos à barragem por estar preocupado com os seus impactos. No entanto, estes problemas poderiam ter sido mais claros, se o tom do artigo tivesse sido mais honesto. Mas como pode esta barragem receber “um certificado de saúde limpo” se os impactos das flutuações do rio, que o artigo reconhece que serão dramáticas, tem sido completamente descurados da avaliação. O artigo argumenta que a barragem Mphanda Nkuwa terá um número reduzido de pessoas que serão forçadas a deslocar-se por causa da barragem, porque a construção e operação da barragem irá criar empregos e que as pessoas a ser desalojadas estão felizes em