Mega-Barragem Moçambicana vai agravar a pobreza e a subsistência CONFERENCIA DE IMPRENSA Sexta-feira, 28 de Abril 2006 Anabela Lemos JA Justiça Ambiental (MOZ) Tel. +258823106010 Ja_ngo@yahoo.com
Terri Hathaway International Rivers Network (US) Tel. 5108481155 terri@im.org
O Governo de Moçambique anunciou que na ultima sexta-feira, 21 de Abril, que o Banco de Importação – Exportação da China concordou em financiar a construção da proposta Barragem de Mphanda Nkuwa, avaliada em mais de dois biliões de dolares americanos. O acordo financeiro vem trazer risco á economia Mocambicana, tal como para o seu meio ambiente e povo, em benefício de grandes negocios estrangeiros. Justiça Ambiental ( JA ), uma organização baseada em Moçambique, tem alertado o governo para que suspenda toda actividade no projecto até que todos os estudos do mesmo estejam completos e publicados . JA!e outras organizações têm estado a monitorar a preparação de Mphanda Nkuwa desde 2000 . Também conhecida como Mepanda Uncua, a barragem proposta terá uma capacidade de 1350 megawatt. Ficará localizada num dos rios com mais barragens de Africa, o Zambezi, a 70 km abaixo de Cahora Bassa, esta com capacidade de 2075megawatt. A necessidade de electricidade em Moçambique é de apenas 350 megawatt., excluindo o seu maior consumidor de electricidade, a Mozal. A Mozal consome três vezes mais electricidade que o resto de Moçambique. Comunidades em volta de Cahora Bassa continuam sem electricidade, enquanto a energia da barragem é vendida aos paises vizinhos muito abaixo do preço de mercado. JA! Justiça Ambiental levanta as seguintes preocupações : Moçambique no escuro: Mphanda Nkuwa está na lista de projectos prioritários da Nova Parceria para o Desenvolvimento de Africa ( NEPAD ) com o intuito de aumentar a capacidade electrica da rede do Sul de Africa, principalmente para a indústria. No entanto menos de 5% dos moçambicanos tem acesso a electricidade, e não se espera que Mphanda Nkuwa mude isso. Maior parte dos moçambicanos vive em áreas rurais longe da rede electrica, e a espansão da rede é extremamente cara. Enquanto novas companhias intensamente energeticas e poluentes são atraídas para a região, o povo de Moçambique vai continuar no escuro. Falta de transparencia: Oficiais do governo têm ocultado do povo documentos vitais do projecto e tem mentido acerca da existencia de um levantamento actual do impacto ambiental quebrando a Lei Ambiental de Moçambique. Esforços para obter estes documentos, mesmo enfrentando o Parlamento de Moçambique tem tido pouco sucesso.