Campanha Não ao Prosavana denuncia as irregularidades do processo de Diálogo sobre o ProSavana A Campanha Não ao ProSavana tem vindo a monitorar o Programa ProSavana. Este programa desperta muitas preocupações e insegurança pela maneira como foi concebido e pelos impactos negativos e profundos sobre a agricultura camponesa, meio ambiente e Direitos Humanos. A Campanha Não ao ProSavana acompanhou nos dias 11 e 12 de Janeiro de 2016, a reunião realizada em Nampula, organizada pela Plataforma das Organizações da Sociedade Civil de Nampula (PPOSC-N), Fórum de ONGs do Niassa (FONAGNI), Fórum de ONGs da Zambézia (FONGZA), a Rede de Organizações para Ambiente e Desenvolvimento Comunitário Sustentável (RADEZA) facilitada pela MAJOL Consultaria e Serviços, Lda. Esta empresa foi contratada pela Agência de Cooperação Japonesa (JICA) com objectivos de “criar um mecanismo de diálogo e coordenação entre o governo e as organizações da sociedade civil, e elaborar um Road Map para o debate e tomada de decisão conjunta de assuntos relevantes sobre o ProSavana”. Um dos objectivos por detrás da referida reunião é legitimar o ProSavana que desde o início é caracterizado pela violação de direitos humanos e incumprimento de preceitos legais, entre outros, sobretudo no acesso à informação e participação pública, em especial por via das consultas públicas. Em reconhecimento às inúmeras irregularidades verificadas nas auscultações públicas de 2015, o governo prometeu uma segunda ronda de consultas públicas, obedecendo aos procedimentos legais, daí que se julgou que o processo facilitado pela MAJOL fosse de facto o início desta segunda ronda. No entanto, a dita reunião foi manchada por graves irregularidades, que mais uma vez, confirmam a prevalência de vícios insanáveis de concepção e de procedimentos de que padece o programa ProSavana e que devem, por isso, ser pública e amplamente denunciados: 1. Existência de convites direcionados a algumas organizações da sociedade civil, identificadas como sendo favoráveis ao ProSavana nos termos em que foi concebido, e exclusão das restantes que apenas tiveram conhecimento através do convite público divulgado na imprensa nacional, sem a mínima antecedência; 2. Tentativa de agressão física protagonizada pelos organizadores do evento a dois activistas da União Nacional dos Camponeses, uma organização integrante da Campanha Não ao ProSavana; 3. Publicação de um comunicado de imprensa pelos organizadores do encontro que não reflecte as discussões e conclusões do encontro como se pode verificar na acta do encontro; Ainda no processo de legitimação forçada do Prosavana a Campanha Não ao Prosavana tem evidências que as decisões das plataformas provinciais neste processo não tem sido representativas, ou seja não tem envolvido todas as organizações que destas fazem parte, sendo maioritariamente decisões de alguns dos representantes destas plataformas.
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