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Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 56 nº 731 – Outubro de 2015

VIII EMOLIM Por muitos anos, não houve “missões nacionais” na IPB no sentido de um trabalho empreendido e sustentado pela igreja nacional em território brasileiro (...) Com a JMN veio a abertura de campos em zonas pioneiras, fora das áreas de atuação dos presbitérios e das missões norte-americanas. PÁGINA 12

No dia 31 de outubro de 1517, diante da venda das indulgências por João Tetzel, Lutero afixou à porta da igreja de Wittenberg as suas Noventa e Cinco Teses, a maneira usual de convidar-se uma comunidade acadêmica para debater algum assunto. PÁGINA 6

Congresso de Cuidados Paliativos PÁGINA 8

Em setembro, APMT e JMN se uniram para realizar a 8ª edição do EMOLIM – Encontro de Mobilizadores e Líderes de Missões. O encontro bienal tem como objetivo a atualização, edificação e renovação para quem atua na obra missionária, direta ou indiretamente. Recebeu pastores, presbíteros, líderes de sociedades internas, liderança local, membros, líderes de missões e vocacionados. PÁGINAS 10 E 11


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EDITORIAL

Por quem os sinos dobram

O

poeta John Donne (1572–1631) viveu em época de grande turbulência religiosa e política na Inglaterra. De origem católica, tornou-se protestante, foi ordenado em 1615 e ocupou por anos o honroso posto de Deão da Cathedral St. Paul. Além de outros textos, escreveu uma série de meditações sobre a dor e a enfermidade durante sua convalescença de moléstia que quase lhe ceifou a vida, trabalho publicado em 1624. A Meditação VII das Devotions upon Emergent Occasions, traz palavras que nunca perderam sua força e atualidade: “Ninguém é uma ilha completa em si mesma; cada pessoa é uma parte do continente (...) A morte de qualquer pessoa me diminui, porque estou envolvido na humanidade, portanto, nunca mande perguntar por quem

o sino dobra; ele dobra por você”. O novelista norte-americano Ernest Hemingway (1899–1961) usou a frase por quem o sino dobra como título de um de seus trabalhos (1940), logo transformado em filme (1943). O título em português traz sinos, no plural. Embora o beligerante e irrequieto Hemingway diferisse fortemente do irênico Donne, assemelhavam-se na crença de que estavam envolvidos na humanidade e não ficavam indiferentes às tragédias de seu tempo. A cosmovisão bíblica resgatada pela Reforma faz referência às três relações fundamentais de nossa existência (Kuyper, Calvinismo, Cultura Cristã, p.40), que são “nossa relação com Deus, com o homem e com o mundo”, cada uma com seu

ponto de partida. O ponto de partida para a relação com o mundo é “o reconhecimento de que no mundo inteiro a maldição é restringida pela graça”, devendo a vida ser honrada em sua independência e devendo nós em cada campo “descobrir os tesouros e desenvolver as potências ocultas por Deus na natureza e na vida humana”. Nosso desafio hoje é mergulhar nas implicações dessa posição bíblica. Ocorre, porém, que somos tentados a nos isolarmos do que se passa à nossa volta, como se fôssemos uma ilha. Somos parte da humanidade, a mesma que violenta e destrói, mas também a mesma que experimenta e evidencia a ação da graça comum de Deus, na restrição dessa violência e na promoção do bem comum. Então, aplaudiremos

como coisa do próprio Deus as ações humanitárias que se destacam em nossos dias, e faremos mais, agindo também, de modo intencional e calculado. Israel aprendeu que deveria – de propósito – deixar uma parte da colheita para o necessitado e para o estrangeiro (Dt 24.19-22). Coerentes com a Reforma – da qual neste mês de modo especial nos recordamos – praticando essas ações ordenadas pelo Senhor, poderemos então, sem falsidade, dobrar nossos joelhos e interceder “em favor (...) de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” (1Tm 2.2). Vivamos... nós e os outros, porque, quando sangra a manchete jornalística, lateja meu peito de dor.

Brasil Presbiteriano Ano 56, nº 731 Outubro de 2015 Rua Miguel Teles Junior, 394 Cambuci, São Paulo – SP CEP: 01540-040 Telefone: (11) 3207-7099 E-mail: bp@ipb.org.br assinatura@cep.org.br Órgão Oficial da

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TEOLOGIA E VIDA

Conversão e conversões Hermisten Costa

N

o dia 31 de outubro de 1517, Lutero afixou na Catedral de Wittenberg suas 95 teses, marco importante para a eclosão da Reforma Protestante. Na primeira e terceira tese, lemos: “Ao dizer Arrependei-vos, etc. (Mt 4.17), o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse de arrependimento. (...) No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência [arrependimento] interior; penitência [arrependimento] interior seria nula se não produzisse externamente todo tipo de mortificação da carne”. A conversão é a consciência prática da regeneração e da vocação. Essa consciência se caracteriza pelo abandono do pecado e uma volta do pecador regenerado para Deus em arrependimento e fé. É Deus quem converte o homem do domínio de Satanás para o seu reino (At 26.18/ At 11.21,23/1Tm 1.12-14). A conversão se demonstra em nossa caminhada, que deve se harmonizar com a nossa natureza transformada pelo Espírito; agora, as coisas velhas passaram. A conversão é uma evidência de nossa justificação e regeneração, não a causa, que é totalmente a graça. A compreensão proveniente da Escritura é que a

vida cristã é de conversão, marcada pelo arrependimento e fé. A conversão envolve necessariamente a participação do homem regenerado na construção de sua nova caminhada a partir de um coração restaurado e transformado. O salmista escreve: “A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma....” (Sl 19.7). O sentido da palavra “restaurar” é o de “refrigerar” (Sl 23.3), “restabelecer” (Sl 60.1; 85.4), “converter” (Ez 14.6). Com sua Palavra, Deus nos dá alento, trazendo-nos para junto de si mesmo, a fim de que, confiados nele, possamos continuar a nossa caminhada. Deus transforma, converte o nosso desalento espiritual em fervor de serviço. Isso ele faz por meio de sua Palavra (Rm 10.17; Tg 1.18,21; 1Pe 1.23) e segue nos educando, aperfeiçoando, trazendo refrigério. Deus tira a nossa alma do exílio, para uma viva alegria em sua presença. Na Palavra reencontramos o fôlego restaurador da vida. Podemos estar como que “apegados ao pó” em nosso abatimento, mas, a Palavra de Deus nos ergue, concedendo-nos, pelas promessas de Deus, um ânimo novo, fundamentado na certeza de que Deus reina e está em nós. Somente o Espírito por meio da Palavra pode nos

alimentar, corrigir, animar, conceder-nos real vitalidade amparado nas promessas de Deus. Por isso, usando uma expressão de Lutero, afirmamos que podemos prescindir de tudo, menos da Palavra. É oportuno fazer aqui uma distinção. A “conversão salvífica” só ocorre uma única vez; é produzida pelo Espírito. Ela não se repete. Cito alguns exemplos: Namã (2Rs 5.15); Manassés (2Cr 33.12-13); Israel (Jr 31.18-19; Lm 5.21); Zaqueu (Lc 19.8-9); Paulo (At 9.1-19); Cornélio (At 10.44-48); Lídia (At 16.14-15); o carcereiro e seus familiares (At 16.29-34). Essa conversão é radical; envolve um novo começo regido por um conhecimento essencialmente diferente e, consequentemente, envolve a construção de uma nova experiência. A conversão consiste na ressurreição espiritual, já que estávamos mortos (Ef 2.1-10); um novo nascimento (Jo 3.1-5), um abrir o coração e os olhos, iluminando-os (At 16.14; 2Co 4.4-6), uma nova compreensão (1Jo 5.20). A conversão teológica tem implicações pessoais e sociais. Ela se aperfeiçoa e se evidencia em nosso perceber a realidade e atuar. Somos interiormente mudados e isso se reflete em todas as nossas

relações. Há um redirecionamento de nossa vida à medida que somos refeitos à imagem de Cristo. Como não somos perfeitos e jamais o seremos nesta vida, haverá sempre a necessidade do aperfeiçoamento dessa conversão, marcada pelo arrependimento e um novo rumo na vida (2Sm 12.13; Sl 51.1012; Mt 26.75/Lc 22.32; Lc 17.3-4; Rm 13.14; Ef 4.2224; Ap 2.4-5,16; 21-22; 3.3,19). Somos intimados a nos converter de nossos maus caminhos, tornando à obediência a Deus; a voltarmos de nosso “desvio temporário” ao caminho de Deus. Esse deve ser o nosso caminhar cotidiano e o amadurecer de nossa fé. Portanto, a conversão deve ser olhada dinamicamente. Fomos convertidos definitivamente por Deus e para Deus, contudo, devemos caminhar em nossa conversão do pecado residual para uma genuína obediência a ele. Nesse sentido, essa conversão se confunde com a santificação, sendo nomes diferentes para o mesmo processo. A graça nos acompanha em nossa caminhada de fé e obediência. Portanto, a genuína conversão nunca poderá nos conduzir à arrogância, antes, a uma atitude de humildade e dependência da graça,

consciente da grandeza de nosso chamado a sermos conforme Cristo (Rm 8.29-30). A conversão verdadeira nos leva a diversas conversões durante a vida. Todas elas em direção a Deus. A conversão engloba a mudança de nossa mente, emoções e vontade. Essa nova percepção precisa ser desenvolvida, amadurecida e refinada a fim de que cada vez mais nos pareçamos com o Senhor. Devemos estar atentos ao fato de que há também “conversões temporárias” que, mesmo apresentando frutos, logo se dissipam. Esse tipo de fé é decorrente, por graça, da consciência da realidade das verdades religiosas. Num primeiro momento, ela manifesta frutos semelhantes aos da fé salvadora; todavia – por não estar amparada no genuíno conhecimento da Palavra e não proceder de um coração regenerado – é ineficaz e não permanece; falta-lhe raiz (Mt 13.20-21). É necessário, portanto, vigilância. Estejamos atentos à exortação bíblica, valendo-nos dos recursos que Deus coloca à nossa disposição para o nosso crescimento espiritual (2Pe 1.3/Fp 2.12-16). O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da 1ª IP de São Bernardo do Campo, SP.


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HISTÓRIA DA IGREJA

Série Presbiterianismo na América do Sul

Bolívia Marcone Carvalho

O

estabelecimento de missões presbiterianas remonta à década de 80, quando coreanos e brasileiros iniciaram atividades nesse país que tem mais da metade de sua população composta por indígenas de diferentes etnias. Em 1982, no contexto da celebração do primeiro centenário do presbiterianismo na Coreia, uma das principais denominações enviou o Rev. Eun Shil Chung. No ano seguinte, outro missionário desembarcou em solo boliviano, Rev. Chong-Moo Park. No transcurso dos anos, com a chegada de mais obreiros asiáticos, a obra evangelística foi estendida a outras regiões. Contudo, devido a dissensões, hoje existem várias denominações presbiterianas: Iglesia Evangélica Presbiteriana en Bolivia, Iglesia Evangélica Presbiteriana Boliviana, Iglesia Presbiteriana Coreana, Iglesia Evangélica Presbiteriana, dentre outras. Ao todo, são mais de cinquenta comunidades locais, estando a maioria delas sediada nas cidades de Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra. Nessa última, a mais populosa do país, a missão iniciada pelo Rev. Eun Shil Chung estabeleceu sua base. Ali existe uma

igreja que congrega mais de mil membros, um seminário teológico e a Universidad Cristiana de Bolivia (UCEBOL), organizada em 1990, que atualmente oferece onze cursos de graduação e dois de mestrado. A investida brasileira começou em 1988, em Cochabamba, com o Rev. João Carlos de Paula Mota. Esse missionário permaneceu no país até 2002 e, sob sua liderança, a missão da IPB conseguiu bons frutos, chegando a ordenar pastores nativos e a organizar, em 1998, o Presbitério da Bolívia (PBOL). O relatório da APMT, de 2001, traz a seguinte distribuição de campos: 1ª IP de Cochabamba – Revs. Francisco Fidel Restovich Flores e João C. P. Mota; 2ª IP de Cochabamba – Rev. Orellana Justiniano; 1ª IP de Quillacollo – Revs. Guillermo Solano Flores e Joel de Oliveira; 1ª IP de Puerto Suárez – Rev. Joel Veríssimo da Silva; Igreja Presbiteriana BMP – Rev. René Morales Campero. Outros registros mencionam o Rev. Ozéas Fernandes da Silva e a missionária Edir Maria Bitencourt como obreiros que também atuaram por lá. Infelizmente, nos últimos tempos, o crescimento não se manteve e, nesse momento, a Iglesia Presbiteriana en Bolivia

experimenta uma fase difícil. Segundo o Rev. Geraldo Batista Neto, que desde janeiro de 2002 responde pela IP de Puerto Suárez, a obra da IPB no país pode ser dividida em antes e depois dos pastores João Mota e Joel Veríssimo. “Na época desses homens, o presbiterianismo na Bolívia era mais forte, tínhamos pastores presbiterianos bolivianos e chegou-se até a formar um presbitério... hoje se resume a duas igrejas (P. Suárez e Quillacollo), dois pastores nativos e 120 membros.” O Rev. Geraldo e sua família (a esposa, Gláucia, e os filhos, Atos e Ícaro), além de servirem na igreja local, estão envolvidos em projetos sociais (escolinha de futebol e orfanato). Ele comenta: “O principal desafio que enfrentamos é a indiferença para com o cristianismo. Por ser um país livre para a pregação do evangelho e por receber muitos missionários, vemos que muitos deles fazem isso de forma despreocupada e desorganizada... É pregado um evangelho superficial e liberal, ou extremista. Precisamos resgatar a pregação de um evangelho transformador e impactante.” O missionário lança o desafio: “... necessitamos de obreiros para o campo boliviano. Temos templos prontos

Rev. Geraldo e Gláucia

para funcionar, casa pastoral, mas não temos obreiros. Muitos só pensam na Europa e Ásia. Poucos lembram da América Latina”. Além do esforço da IPB, a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil mantém um missionário no sul do país. O Rev. Eliézer de Lima Pinheiro desembarcou na cidade de Tarija em janeiro de 2012. Ele dirige uma congregação que reúne cerca de quarenta pessoas. Seu ministério tem enfatizado o treinamento de jovens (em evangelização e liderança eclesiástica) e o desenvolvimento de ações sociais (conscientização acerca das drogas, sexo e bebida; trabalho com crianças carentes; orientação familiar; apoio a mães solteiras e a adolescentes grávidas). Para ele e sua família (a esposa, Malú, e os filhos, Samuel e Ana Carolina), os grandes desafios são o catolicismo – que

se mescla às tradições locais –, a pobreza que caracteriza o lugar e o preconceito para com a causa evangélica. Na capital, La Paz, existem pelo menos quatro igrejas, que não possuem vínculos entre si: IP Coreana, IP Dios es Amor, Iglesia Presbiteriana Independente Luz y Verdad e Iglesia Presbiteriana Biblica. Essa última, com mais de cem membros, é uma comunidade ligada à Iglesia Presbiteriana Fundamentalista Biblica do Chile. Sua origem remonta aos anos 70, quando o Rev. Abdon Quisbert deu início às atividades. Desde 1993, a igreja é pastoreada por seu filho, o Rev. David E. Quisbert. Estima-se que todos os grupos presbiterianos no país reúnam por volta de cinco mil membros. O Rev. Marcone Bezerra Carvalho é historiador e colaborador regular do Brasil Presbiteriano


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IGREJA

A importância da visitação Gildásio dos Reis

A

prática de fazer visitas aos membros da igreja em seus lares está caindo em desuso. Pode existir várias razões para isso. Dentre elas, podemos mencionar pelo menos três: 1ª) Em razão da agitação da cidade, as pessoas estão sem tempo para receber visitas; 2ª) A falta de interesse dos próprios membros por preferirem viver a vida cristã na clandestinidade, não permitindo assim, a “intromissão” pastoral; e 3º) em terceiro lugar, penso que devemos concordar com Jim Elliff o qual afirmou que “o cuidado com as almas nas igrejas ortodoxas está em um estado deplorável (e geralmente aumentando) porque os pastores estão falhando em amar” (ELLIFF, Jim, A Cura de Almas, in: Armstrong, John, O Ministério Pastoral segundo a Bíblia. SP: Cultura Cristã, 2007. p.152). Outro problema constatado é que, mesmo aquelas igrejas que ainda valorizam a visitação, nem sempre a fazem de maneira eficaz e com o propósito bíblico. Para muitos, a visita limita-se a uma conversa informal sobre vários assuntos, na maioria das vezes, sem um propósito claro ou objetivo bíblico definido. É preciso resgatar a prática da visitação nos lares, bem como corrigir essas

distorções. A visitação é essencial à saúde da igreja. Dirigindo-se aos irmãos da igreja em Éfeso, Paulo diz: “Vocês sabem que não deixei de pregar-lhes nada que fosse proveitoso, mas ensinei-lhes tudo publicamente e de casa em casa” (At 20.20). A preocupação de Paulo era que o evangelho fosse ensinado, não apenas publicamente no templo, mas também, de maneira reservada, de casa em casa. Vários termos na Bíblia mostram que o ministério de visitação é para encorajar os desanimados (1Ts 5.11,14), fortalecer os fracos (Gl 6.1), repreender os desatentos (2Tm 3.1617), instruir na sã doutrina (2Tm 4.2), etc. RAZÕES DA VISITAÇÃO Mas quais seriam as razões práticas que justificam a realização da visitação aos lares ainda em nossos dias? Vejamos apenas algumas: 1) Instruir na sã doutrina: Pela visitação, podemos ensinar a Palavra de Deus aos membros da igreja. As Escrituras contêm orientações fartas sobre a função da liderança em ensinar a Palavra de maneira individual e privada (At 4.2; 2.46; At 20.20; 2 Tm 2.2; Mt 13.10,11). 2)

Conhecer:

Uma

segunda razão que mostra a importância da visitação nos lares é que ela nos ajuda a conhecer melhor os membros da igreja. Segundo Richard Baxter, “Você se tornará familiar com todo o seu povo uma vez que tenha tido oportunidade de conversar com ele em particular e individualmente. ... quando conhecemos melhor, eles se sentem mais encorajados a nos revelar as suas dúvidas, a buscar soluções para elas e a sentir-se à vontade conosco de todos os modos” (MARRA, Cláudio. A Igreja Discipuladora. p. 96). 3) Consolar e aconselhar: Através da visitação, podemos consolar os membros da igreja. Muitas pessoas enfrentam sérios problemas. Dificuldades financeiras, enfermidades, problemas no casamento, conflitos diversos. Os pastores, presbíteros e diáconos são instrumentos de Deus para levarem conforto, alívio espiritual e esperança aos crentes (2 Co. 1.3-7). 4) Corrigir: Através da visitação conseguimos manter um contato mais pessoal com os membros da igreja. E contato pessoal encoraja as pessoas a se abrirem e revelarem fraquezas ou pecados secretos. Desse modo, pela visitação, podemos corrigir as ovelhas e ajudá-las a terem

uma vida cristã mais compromissada (Pv 3.11; 9.8; Tt 2.15; 2Tm 4.2; Gl 6.1). 5) Proteger: Finalmente, é preciso dizer que o rebanho, não pode ser deixado ao acaso. Pela visitação, podemos proteger nossas ovelhas (At 20.20). No contexto dessa passagem de Atos 20, escrita para os líderes da igreja de Éfeso, o apóstolo discorre sobre a tarefa pastoral dos presbíteros. Paulo diz que um pastor amoroso e cuidadoso com seu rebanho, toma medidas para protegê-lo dos “lobos”, dos predadores espirituais. A intenção dos “lobos vorazes” (At 20.28-31) era a de arrastar os discípulos atrás deles (v.30). Seguem quatro sugestões para os oficiais implementarem na igreja um ministério de visitação nos lares: 1º) Forme um grupo de visitação. Além dos pastores-mestres, dos presbíteros, diáconos e líderes, deve haver outros irmãos interessados em fazer parte de um ministério de visitação. Distribua entre os membros da igreja um questionário, o qual deve ser preenchido pelos interessados. 2º) Ofereça um curso de visitação aos interessados. Existem pessoas que querem se envolver, mas por timidez ou falta de preparo, não se dispõem. 3º) Deixe em algum lugar

de fácil acesso e visualização, uma caixinha em que a membresia da igreja depositará seus pedidos, sugestões e indicações de pessoas a serem visitadas. 4º) Publique no boletim da igreja os nomes das famílias ou pessoas que estão sendo visitadas, bem como os nomes das equipes que estão visitando. Isso encoraja outros a se envolverem. Esperamos que essas orientações e sugestões sirvam para despertar pessoas e líderes para o ministério da visitação. Tenha sempre em mente e no coração, que visitar as pessoas trará um enorme benefício para nossas igrejas. O Rev. Gildásio Jesus B. dos Reis é pastor da IP do Parque São Domingos, SP. Atua também como Professor de Teologia Pastoral no Seminário Presbiteriano “Rev. José Manoel da Conceição” e Capelão na Universidade Presbiteriana Mackenzie.


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DATA ESPECIAL

O estopim da Reforma do século 16 Alderi Matos

M

artinho Lutero nasceu em 1483 na pequena cidade de Eisleben, na Turíngia, em um lar muito religioso. Seu pai trabalhava nas minas e a família tinha uma vida confortável. Inicialmente, o jovem pretendeu seguir a carreira jurídica, mas em 1505 defrontou-se com a morte em uma tempestade e resolveu abraçar a vida religiosa. Ingressou no mosteiro agostiniano de Erfurt, onde se dedicou a uma intensa busca da salvação. Em 1512, tornou-se professor da Universidade de Wittenberg, onde passou a ministrar cursos sobre vários livros da Bíblia, como Gálatas e Romanos. Isso lhe deu um novo en-

tendimento acerca da “justiça de Deus”: ela não era simplesmente uma expressão da severidade de Deus, mas do seu amor que justifica o pecador mediante a fé em Jesus Cristo (Rom 1.17). No dia 31 de outubro de 1517, diante da venda das indulgências por João Tetzel, Lutero afixou à porta da igreja de Wittenberg as suas Noventa e Cinco Teses, a maneira usual de convidar-se uma comunidade acadêmica para debater algum assunto. Logo, uma cópia das teses chegou às mãos do arcebispo, que as enviou a Roma. No ano seguinte, Lutero foi convocado para ir a Roma a fim

de responder à acusação de heresia. Recusando-se a ir, foi entrevistado pelo cardeal Cajetano e manteve as suas posições. Em 1519, Lutero participou de

um debate em Leipzig com o dominicano João Eck, no qual defendeu o pré-reformador João Hus e afirmou que os concílios e os papas podiam errar. Em 1520, a bula papal Exsurge Domine (“Levanta-te, Senhor”) deu-lhe sessenta dias para retratar-se ou ser excomungado. Os estudantes e professores da universidade queimaram a bula e um exemplar da lei canônica em praça pública. Nesse mesmo ano, Lutero escreveu várias obras importantes, especialmente três: À Nobreza Cristã da Nação Alemã, O Cativeiro Babilônico da Igreja e A Liberdade do Cristão. Isso lhe deu noto-

riedade imediata em toda a Europa e aumentou a sua popularidade na Alemanha. No início de 1521, foi publicada a bula de excomunhão, Decet Pontificem Romanum. Nesse ano, Lutero compareceu a uma reunião do parlamento, a Dieta de Worms, onde reafirmou as suas ideias. Foi promulgado contra ele o Edito de Worms, que o levou a refugiar-se no castelo de Wartburgo, sob a proteção do príncipe-eleitor da Saxônia, Frederico, o Sábio. Ali, Lutero começou a produzir uma obra-prima da literatura alemã, a sua tradução das Escrituras. O Rev. Alderi Souza de Matos é o historiador da IPB. Texto extraído de http://www.mackenzie.br/6962.html onde se encontra uma apresentação completa da história da Reforma.

FORÇAS DE INTEGRAÇÃO

1o Congresso de Missões da Confederação Nacional de Mocidade

A

Confederação Nacional de Mocidades promove seu I Congresso de Missões, com o tema “Evangelho Total. Qual a sua missão?” visando incentivar, mobilizar e despertar a vocação missionária nos jovens presbiterianos, por meio de palestras e oficinas ministradas por pastores e missionários com ampla experiência. O evento terá stands de editoras e agências. O foco principal é tratar de assuntos ligados à obra missionária no Brasil e no mundo e, assim, ampliar a visão dos participantes. Será uma

grande oportunidade para aprender, conhecer, entender, compartilhar e viver aquilo que Deus tem realizado através das missões no Brasil e no mundo. O desejo da liderança é de que seja um momento marcante na vida da mocidade presbiteriana, que mais jovens missionários se disponham ao “ide” e que todos sejam verdadeiros missionários por onde estiverem! Trata-se de um investimento na edificação para ampliar o conhecimento. O convite está aberto a todos os membros das Igrejas Presbiterianas.

Data: 06, 07 e 08 de novembro de 2015. Preletores: Marcos Agripino, José Sanches, Antônio Carlos Costa, Ricardo Gutierrez Horários: Sexta-feira: 06/11 20h - 22h Sábado: 07/11 8h30 - 22h Domingo: 08/11 9h - 11h Investimento: R$30,00 Local: IP de Copacabana, Rio de Janeiro/RJ. Contato: Tahysa Macedo Para mais informações e inscrição, acesse www.ump.org.br


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BÍBLIA

Bíblias de estudo reformadas – história e relevância Alderi Souza de Matos

C

omo o nome indica, Bíblias de estudo ou Bíblias comentadas são edições da Bíblia que incluem informações para a melhor compreensão do texto, permitindo assim um estudo mais aprofundado e criterioso das Escrituras, principalmente para os leitores leigos, não especializados. A primeira Bíblia de estudo a ser publicada, uma tradução inglesa conhecida como Bíblia de Genebra (1560), foi a principal edição bíblica protestante do século 16, tendo sido utilizada por, entre outros, William Shakespeare, Oliver Cromwell, John Knox e John Bunyan, este último autor do clássico devocional O Peregrino. Sua importância se deve a diversos fatores. Foi a primeira edição da Bíblia feita em larga escala, para o grande público, por um preço acessível. Possuía muitos recursos para o estudo do texto bíblico, como referências cruzadas, introduções para cada livro, notas marginais, mapas, tabelas, ilustrações e índices. Sua linguagem era rica e vigorosa, tendo suplantado ou influenciado outras traduções da época. Além disso, foi a primeira Bíblia inglesa a incluir versículos numerados. Essa versão foi preparada por diversos eruditos que se refugiaram em Genebra, na Suíça, durante o governo

da rainha Maria I da Inglaterra (1553-1558). Eram eles William Wittingham, Myles Coverdale, Christopher Goodman, Anthony Gilby, Thomas Sampson e William Cole. O Novo Testamento foi publicado em 1557 e a Bíblia completa três anos mais tarde. Até meados do século seguinte, vieram a lume mais de 150 edições. Suas notas de teor calvinista e puritano produziram reações, levando à publicação de outras edições como a Bíblia dos Bispos (1568), a tradução católica Reims-Douai (1582-1610) e a Versão Autorizada ou King James [Rei Tiago] (1611). Surpreendentemente, as notas da Bíblia de Genebra foram incluídas em algumas edições da King James. No século 20, multiplicaram-se as Bíblias de estudo, principalmente nos Estados Unidos. A primeira a exercer forte influência foi a Bíblia de Referência de Scofield, publicada por Cyrus Scofield em 1909 e conhecida por sua difusão do sistema de interpretação denominado dispensacionalismo. A maior parte das edições católicas da Bíblia também possui notas explicativas e interpretativas, como a respeitada Bíblia de Jerusalém, produzida por monges franceses em Jerusalém e publicada inicialmente em 1961. A primeira Bíblia de estudo a ser disponibilizada em formato

eletrônico foi a Logos International Study Bible, em 1972, essencialmente uma versão atualizada da The Cross-Reference Bible, do início do século. No Brasil, as últimas décadas testemunharam um crescimento exponencial da publicação de Bíblias de estudo. Encontram-se no mercado mais de 50 modalidades. Existem várias questões a serem consideradas quando se avalia uma Bíblia de estudo, como a competência dos colaboradores, a riqueza das informações e a profundidade, confiabilidade e relevância das notas e outros materiais. Especialmente importante é a perspectiva teológica adotada. Excetuando aquelas Bíblias com posições muito particulares, como a de Scofield e as pentecostais, a maior parte das boas Bíblias de estudo afirma os ensinos essenciais da fé evangélica, embora adote diferentes abordagens acerca de algumas questões sobre as quais os cristãos divergem, como o batismo e os dons espirituais. As Bíblias de estudo com orientação reformada ou calvinista são elogiadas por sua riqueza de material exegético e teológico e por suas posições definidas acerca das verdades centrais da Escritura. Algumas delas estão disponíveis em português. Uma valiosa opção no campo reformado é a Bíblia

de Estudo de Genebra, publicada pela Editora Cultura Cristã e a Sociedade Bíblica do Brasil em 1999. Ela traduziu as notas da The New Geneva Study Bible, de 1995, da Foundation for Reformation. Obviamente, não se trata de uma reprodução da antiga versão do século 16, mas de uma edição que se encontra “na tradição da Bíblia de Genebra original”. Seu organizador geral foi o pastor e teólogo R. C. Sproul, nascido em 1939, fundador e presidente de Ligonier Ministries, sediado em Orlando. Os muitos colaboradores estão entre os mais destacados pensadores reformados de língua inglesa, principalmente norte-americanos, como Bruce Waltke, Edmund Clowney, James Boice, J. I. Packer, Luder Whitlock, Laird Harris, Leon Morris, Moises Silva, Peter Jones, Roger Nicole, Simon Kistemaker, Sinclair Ferguson e Vern Poythress. Anos mais tarde, duas edições tomaram o lugar da original, sendo uma delas denominada The Spirit of the Reformation Study Bible, de 2002, da fundação Excelsis. Teve como organizador geral Richard L. Pratt Jr., sendo colaboradores os mesmos acima e muitos outros luminares da fé reformada. Além da introdução e esboço de cada livro bíblico, essa valiosa edição contém mais de 20 mil notas explicativas, 66

artigos sobre questões teológicas, notas sobre o conteúdo cristológico de cada livro e a indexação do texto das notas com os principais símbolos de fé reformados. A segunda edição da Bíblia de Genebra publicada pela Casa Editora Presbiteriana (Cultura Cristã) teve suas notas traduzidas dessa The Spirit of the Reformation Study Bible. A Editora Cultura Cristã já contratou e começa a produzir, em parceria com a Sociedade Bíblica do Brasil, a Bíblia de Estudo Herança Reformada. Seus recursos incluem sugestões para devocional particular e familiar, artigos sobre a vida cristã e propostas de aplicação da verdade bíblica, além das notas explicativas indexadas aos símbolos de fé, artigos teológicos e muitos outros recursos. A versão original foi organizada por Joel Beeke, um dos mais destacados teólogos reformados de nossos dias, e publicada nos Estados Unidos em 2014 pela Reformation Heritage Books. Assim, tanto no passado como no presente, os herdeiros de Calvino têm tido o privilégio de oferecer ao público cristão algumas das mais valiosas e relevantes contribuições para o estudo esclarecido da Palavra de Deus. O Rev. Alderi Souza de Matos é o historiador da IPB.


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IGREJA EM AÇÃO

Congresso de cuidados paliativos no Mackenzie Eleny Vassão

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m parceria entre a Chancelaria do Instituto Presbiteriano Mackenzie e a Associação de Capelania Evangélica Hospitalar (ACEH), têm sido realizados importantes Congressos envolvendo a área da saúde de hospitais de todo o país, incluindo capelães hospitalares. O primeiro Congresso de 2015 aconteceu em maio, com o título Cuidando das Dores da Alma. O conteúdo foi de aconselhamento bíblico aplicado ao cotidiano, em parceria com a Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos (ABCB), alcançando 165 pessoas de todo o país. O segundo foi o Congresso sobre Cuidados Paliativos (21-22.08.15), endereçado principalmente a profissionais da saúde de todas as áreas e capelães hospitalares. Além da Chancelaria e do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) do Mackenzie, foi preciosa também a parceria com entidades como o Hospital Cruz Azul (atende familiares da Polícia Militar), o Instituto Paliar (cursos de especialização para profissionais da saúde em Cuidados Paliativos), da Clínica Acallanto (hospital de baixa complexidade para pacientes com doença em fase terminal) e da

Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), Cuidado Paliativo é a abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, por meio de prevenção e alívio do sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual e substitui o “não há mais o que fazer” no diagnóstico de doença grave por “ainda há muito a ser feito”, através de um cuidado integral do paciente e de sua família, não apressando nem adiando a morte por meios artificiais. Contamos com a presença de 208 inscritos, mais de trinta hospitais representados de todo o país e mais vinte preletores, além do Coral da Capelania, para os dois dias do Congresso. Como primeira experiência em

Público presente no Congresso de Cuidados Paliativos

promover um Congresso na área de Saúde para profissionais de todos os credos, e coordenado pela Associação de Capelania Evangélica Hospitalar, a preparação foi especial, regada a oração, na dependência do Senhor. Nosso objetivo foi comunicar o amor de Cristo aos congressistas, em meio a um alto nível de ensino de caráter científico e humanitário. Graças a ele nosso propósito foi alcançado, com a aprovação de cem por cento dos participan-

tes, que tiveram a vida impactada pelo ambiente cristão e pela mensagem do evangelho. Importantes profissionais da área da saúde foram palestrantes, como a Dra. Maria Goretti Sales Maciel, Presidente e Fundadora da ANCP – Academia Nacional de Cuidados Paliativos, Diretora do Instituto Paliar e Chefe da Equipe de CP do Hospital do Servidor Público do Estado de SP; Dra. Cláudia Naylor, que por treze anos foi a Diretora Geral do INCA – Instituto Nacional do Câncer do Rio de Janeiro e é a Coordenadora de Cuidados Paliativos do HC IV; Dra. Dalva Yukie Matsumoto, Diretora da Hospedaria do Hospital do Servidor Público Municipal e também o Juiz José Henrique Torres, Presidente do Fórum de

Campinas, dentre outros. Como preletores evangélicos, tivemos o Dr. Davi Charles Gomes, Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o Pr. Gavin Levi Aitken, Dr. Paulo Tsai (oncologista, radioterapeuta e capelão), Capelã Elizabeth Pavão, Enfermeira Elisângela Ribeiro (Diretora da Clínica Acallanto), Cel. Dr. Renato Aldarvis (Coordenador Geral de Saúde do Hospital Cruz Azul) e Capelã Eleny Vassão (Presidente da ACEH). Graças a essa parceria, pudemos contar com a colaboração preciosa das secretárias de cursos da ACEH, Jaqueline e Nívia, e também com Viviane, secretária da Capelania do Mackenzie, o que facilitou a organização do evento e contribuiu muito para o seu excelente resultado.


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TEOLOGIA E VIDA Os valores levantados com as inscrições foram destinados para o sustento da Casa do Aconchego e de seus capelães, na Casa e nos hospitais. Avaliações positivas do Congresso nos encorajam a continuar, programando novos eventos para o ano de 2016, como os Congressos no Mackenzie: “Integrando a espiritualidade no cuidado integral da saúde”, em junho, e “Bioética em questões de final de vida”, em agosto. Em paralelo, a ACEH continua a preparação de visitadores e Capelães Hospitalares para todo o país, por meio de seus Cursos Nível I, de 9 a 12 de outubro de 2015, de 21 a 24 de abril em 2016 e o Curso Nível II de 12 a 15 de novembro de 2016. Além de diversos comentários proveitosos, o mais tocante veio da Dra. Cláudia Naylor, que foi preceptora e amiga do Dr. Rudy Uchôa no INCA, no início de sua carreira médica (ele foi médico do Mackenzie e faleceu de câncer no mês de junho), após assistir trechos de uma gravação que ele tinha feito agradecendo a Deus por seu cuidado e deixando um legado para seus filhos. Dra. Cláudia disse: “Este Congresso mexeu profundamente com a minha vida!” E ela começou a ler a Bíblia. Eleny Vassão de Paula Aitken é missionária-capelã da IPB e foi a coordenadora dos congressos acima. Seus diversos livros na área de Capelania Hospitalar podem ser encontrados em www. editoraculturacrista.com.br.

A soberania divina e a responsabilidade humana Ângelo Vieira

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s leitores da Bíblia e estudantes de teologia costumam descobrir muitos dilemas na busca pelo entendimento das doutrinas. Paradoxos, contradições, antinomias e mistérios são exemplos dessa “tensão”. Os preceitos da soberania de Deus e da responsabilidade humana são postos dentro da tensão. A soberania divina estabelece que Deus faz tudo o que for da sua santa vontade. A responsabilidade humana refere-se à liberdade e/ou responsabilidade do homem por todos os atos de sua vontade. Pois bem, muitos textos bíblicos reforçam a soberania de Deus. Outros muitos apontam a responsabilidade do homem em suas ações. Todavia, o estudo de ambas as doutrinas precisa nortear o entendimento de cada uma delas. Com o intuito de contribuir para o ensino e a edificação da igreja, pretendo tentar esclarecer – mesmo que pouco – a tensão entre os ensinamentos da soberania divina e a responsabilidade humana demonstrando que essas doutrinas não são excludentes (aqueles que aceitam uma e negam a outra) ou incompatíveis (aqueles que aceitam as duas em torno do mistério).

Vejamos: 1. Essas doutrinas não são excludentes. Muitos acreditam que a soberania divina exclui a responsabilidade humana em uma, algumas ou em todas as formulações doutrinárias. Não devemos excluir ensinamentos igualmente ensinados em muitos textos na Bíblia. Um exemplo é parte da primeira mensagem de Pedro em Atos: “... sendo este [Jesus] entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando -o por mãos de iníquos” (At 2.23; cf. At 7.52; At 4.27-28). Assim, corroboro com Charles Haddon Spurgeon (1834-1892): “Se eu encontro em algum lugar da Bíblia o ensino de que tudo está predeterminado, esse ensino é verdadeiro; se eu encontro, em outro lugar nas Escrituras, que o homem é responsável por todos os seus atos, isso é também verdade. E é somente a minha estupidez que me leva a imaginar que essas duas verdades podem contradizer uma à outra. Não acredito que ambas possam ser soldadas em uma bigorna terrena, mas certamente serão uma só na eternidade”. 2. Essas doutrinas não são incompatíveis. Muitos sustentam que a soberania

divina não combina com a responsabilidade humana em uma, algumas ou em todas as formulações doutrinárias. Não creio que se deva incompatibilizar verdades que são igualmente conciliadas em muitos textos na Bíblia. Um exemplo é o discurso de Paulo para a igreja em Roma: “... Isaías a mais se atreve e diz: Fui achado pelos que não me procuravam, reveleime aos que não perguntavam por mim. Quanto a Israel, porém, diz: Todo o dia estendi as mãos a um povo rebelde e contradizente” (Rm 10.20-21; cf. 2Ts 2.11-12; 2Co 8.1617). Como declarou James Petigru Boyce (18271888), “as Escrituras reconhecem tanto a soberania de Deus quanto a livre-agência e a responsabilidade do homem. Nossa própria consciência nos assegura do segundo ponto. A natureza de Deus prova o primeiro. A Bíblia não faz nenhuma tentativa para reconciliar a ambos”. É extremamente complicado manter-se nos polos

da discussão, estudando e defendendo apenas uma dessas doutrinas. Tanto a soberania divina como a responsabilidade humana são bem fundamentadas nas Escrituras. Considerando ambas as verdades, temos uma harmonia que a Bíblia nunca pretendeu explicar. Por isso, não me atrevo a ir além do que foi dito na Palavra. Deus é soberano e o homem é responsável pelos seus atos. Aquele que se assenta no alto e sublime trono julgará as obras de todos os habitantes da Terra. O Rev. Ângelo Vieira da Silva é pastor da Primeira IP de Resplendor, Minas Gerais.


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CAPA

VIII EMOLIM APMT e JMN promovem 8o edição do Encontro de Mobilizadores e Líderes de Missões em São Paulo Simone Alvarez

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o dia 19 de setembro, aconteceu na IP Unida de São Paulo, a 8ª edição do EMOLIM – Encontro de Mobilizadores e Líderes de Missões, evento bienal realizado para atualização, edificação e renovação de irmãos que atuam em suas igrejas locais e presbitérios em torno da obra Missionária da IPB e mundial. Organizado em conjunto pela Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT) e Junta de Missões Nacionais (JMN), o evento recebe pastores, presbíteros, lideres de sociedades internas, liderança local, membros e lideres de missões e vocacionados. Em 2015, o VIII EMOLIM contou com uma equipe de pré-trabalhos, formada por pessoas dos escritórios da APMT e JMN, voluntários do Centro de Formação Missiológica da APMT, missionários e irmãos de igrejas, que cuidaram de materiais e organização do local, atuando ainda no evento doando parte do dia atuando em uma das equipes no EMOLIM. Participaram cerca de 240 pessoas, recebendo edificação no plenário sobre realidade missionária atual em diversas frentes: • Preleção Inspiracional sobre os temas: “Realidade Missionária de campos brasileiros” (Ronaldo Lidório), “Realidade do contexto africano islâmico” (José Sanches). • Relatórios sobre o avanço e

perspectivas da APMT por Marcos Agripino e da JMN por Eber Viana. • Testemunho e desafio missionário sobre tradução da Bíblia nos dias de hoje por Jessé Fogaça. • Fórum de debates sobre o tema Desafios do preparo e envio vocacional contemporâneo, com a participação de representantes das áreas explanando sobre o tema nas perspectivas: do Missionário e Líder de Equipe em Campo (Ronaldo Lidório), da Local (José Sanches), da Formação Missiológica/cursos (Mônica Mesquita) e das Agências APMT (Marcos Agripino) e JMN (Vicente Lúcio). Foi Moderadora Simone Alvarez, com anotações e perguntas do plenário aos representantes acima. • Encerramento com preleção inspiracional sobre vocação em ação, com a participação dos alunos do CFM em apresentação musical e direção dos momentos de louvor o dia todo. • Intercessão dividida durante o programa pela Base, Direção, Mobilizadores e Missionários da APMT e JMN, pelo missionários e campos, pelos vocacionados e candidatados e pela igreja. Além do plenário, outras atividades ocorreram durante o dia com o tema “Possibilidades e ferramentas de atuação missionária para as igrejas locais”: • Work Shop dividido em cinco salas com dois temas em cada uma: Departamento de Missões

Liderança da APMT - Rev. Sergio Paulo, vice presidente, Rev. Obedes Jr., presidente, Simone Alvarez, Depto. de Mobilização, Rev. Marcos Agripino, executivo e Rev. Waldemar Pereira Filho, membro da assembleia

1. Possibilidades de ferramentas para Departamento de Missões (Simone Alvarez) 2. Possibilidades de desempenho do pastor junto ao Depto de Mis-

sões (Sérgio Paulo Nascimento) Ensino Possibilidades de Ensino Teológico e Missiológico na igreja e nos seminários (José Sanches)

Durante o VIII EMOLIM, a APMT lançou o Manual do Mobilizador da APMT, elaborado para atender as necessidades básicas de pessoas interessadas em promover um envolvimento maior da igreja local na obra missionária transcultural da IPB. Um CD com arquivos anexos e um DVD com vídeos, acompanham o manual. Este material responderá questões essenciais sobre mobilização: O quê? Por quê? Onde? Quem? Quando? Como? Além disso, objetiva colaborar para manter a chama missionária acesa através de três vertentes: • Bíblica Fundamento missionário • Institucional/Denominacional (IPB): Estrutura, atuação e crescimento missionários no Brasil e no mundo. • Prática da igreja local: Ferramentas e etapas de envolvimento e participação missionária. Para saber mais sobre Mobilização Missionária da APMT, entre em contato com Simone Alvarez, coordenadora do departamento (mobilizacao@apmt.org.br). Adquira o seu exemplar pelo telefone (11) 3207 2139 e email: apmt@apmt.org.br ou www.apmt.org.br/loja


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Equipe de voluntários que trabalharam na organização e Staf do VIII EMOLIM

Palestra do missionário e antropólogo Rev. Ronaldo Lidório

Ação 1. Possibilidades de viagens de curto prazo e ferramentas (Patrícia Mota) 2. Possibilidades de cuidado missionário no contexto de campos nacionais (Mariano Alves) 3. Possibilidades de cuidado missionário no contexto de campos transculturais (Obedes Cunha) • Exposições sobre várias possibilidades de participação da igreja, com materiais informativos, pro-

sionária. Itens não vendidos foram doados aos refugiados da Síria. O Programa foi conduzido pelas diretorias da APMT e JMN e pela coordenadora Simone Alvarez, que avalia e testemunha como gratificante a oportunidade em proporcionar aos participantes essa atualização sobre a IPB, quanto ao trabalho missionário mundial e a integração entre os âmbitos envolvidos nele: a igreja, os missionários, as agências e os cursos.

mocionais e de capacitação. Stands das Agências com livros, materiais de trabalhos transculturais. Espaço Mobilize – destinado à exposição de igrejas locais com uma atividade que funciona em sua igreja, folders dos missionários e candidatos para que os participantes levem para informar suas igrejas. Boutique/Bazar – venda de itens doados para repasse à obra mis-

Grupo vocal formado por alunos do CFM Miss. Simone Alvarez é coordenadora do Depto. de Ensino Capacitação e Mobilização Missionária da APMT (ECMM)

Precisamos de mobilizadores Marcos Agripino

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epresentando a Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT), autarquia da IPB, temos visitado Igrejas, Presbitérios, Sínodos e Eventos organizados pelas Sociedades Internas da IPB, com o objetivo de compartilhar o atual momento que estamos vivendo no que se refere à expansão da obra missionária e aos grandes desafios que se apresentam. Porém, não podemos estar presentes em todas as igrejas locais e em todos os eventos, por isso precisamos despertar novos “Mobilizadores”, que se unam a nós e atuem em suas regiões, entendendo o importante

despertar missionário que a IPB está vivendo. É a primeira vez em toda a história da IPB que constatamos um despertamento tão expressivo de vocações para a obra missionária transcultural, e uma mobilização tão marcante das igrejas se tornando parceiras dos projetos em quase 40 países. Ainda assim, todo nosso esforço ainda é pequeno diante do grande desafio que está a nossa frente, principalmente agora, ao enfrentarmos uma crise econômico-financeira em nosso país. Até o momento, nenhum missionário retornou do campo por falta de recursos financeiros, graças à parceria das igrejas que têm

entendido e abraçado sua responsabilidade diante do Senhor e da expansão de seu reino. Cremos que pela graça de Deus, apesar da crise, os missionários continuarão firmes porque não faltarão recursos e, para que isso se confirme, contamos com você e com sua igreja no esforço de se conscientizarem em favor daqueles que ainda não ouviram falar da salvação em Cristo Jesus. Uma das estratégias da APMT para motivar, encorajar e informar a IPB é a realização bienal do EMOLIM – Encontro de Mobilizadores e Líderes de Missões, que organizamos com o intuito de alcançar pessoas de diferentes regiões do Brasil.

Temos visto frutos desses encontros, porém ainda de maneira um pouco tímida, diante das necessidades expressivas que estão a nossa frente. O tema de 2015 da APMT é: “Buscando adoradores entre todas as nações”. Cremos que juntos podemos encontrar mais e mais adoradores do Cordeiro Jesus. Participe conosco, seja um “mobilizador” em prol da pregação do evangelho ao redor do mundo. Escreva para mobilização@apmt.or.br e teremos muito prazer em falar com você! O Rev. Marcos Agripino é o Executivo da APMT, Missionário na Base. www.apmt.org.br


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MISSÕES

Junta de Missões Nacionais – 75 anos Alderi Matos

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o dia 13 de agosto de 2015, a abertura de uma exposição histórica no Museu Presbiteriano Rev. Júlio Andrade Ferreira, nas dependências do Seminário do Sul, em Campinas, deu continuidade às comemorações do 75º aniversário da Junta de Missões Nacionais da IPB. No culto realizado no salão nobre do seminário, o Rev. Jonas Zulske apresentou vibrante mensagem com base em Mateus 14.11-16 e 1 Timóteo 3.16. Participaram da liturgia o Rev. Paulo César Tomaz (capelão do seminário), Rev. Carlos Henrique Machado (diretor), Pb. Vicente Lúcio Gouveia de Deus (presidente da JMN), Rev. Eber Pinheiro Viana (secretário executivo da JMN) e Rev. Alderi Souza de Matos (historiador da IPB). Por muitos anos, não houve “missões nacionais” na IPB no sentido de um trabalho empreendido e sustentado pela igreja nacional em território brasileiro. Toda a obra evangelística era realizada sob os auspícios das juntas missionárias norte-americanas, a da Igreja do Norte, sediada em Nova York, e a da Igreja do Sul, em Nashville (Tennessee). O primeiro esforço para mudar esse quadro foi feito pelo Rev. Eduardo Carlos Pereira. Preocupado com o maior envolvimento

da igreja brasileira na obra missionária, ele liderou várias iniciativas importantes, entre as quais o Plano de Missões Nacionais (1886) e a Revista das Missões Nacionais (1887). O objetivo era despertar nas igrejas o senso de responsabilidade pela evangelização por meio do sustento de obreiros nacionais, que na época eram pagos pelas missões americanas. Numa segunda fase, sob a liderança do Rev. Thomas Jackson Porter, as missões nacionais se concentraram no sustento das causas gerais da igreja. Finalmente, com a JMN veio a abertura de campos em zonas pioneiras, fora das áreas de atuação dos presbitérios e das missões norte-americanas. A chamada Junta Mista de Missões Nacionais foi organizada em 1940 com representantes da IPB e das missões. A reunião preparatória ocorreu no salão social da Igreja Presbiteriana Unida, em São Paulo, no dia 2 de novembro de 1939. A igreja brasileira foi representada por vários líderes destacados: Revs. Guilherme Kerr, Coriolano de Assumpção, Galdino Moreira, José Carlos Nogueira e Pb. Carlos José Rodrigues (tesoureiro da IPB). Da Igreja do Norte, compareceram Filipe Landes, Charles Roy Harper e Jess Wyant, todos da Missão Brasil Central; da Igreja do Sul, somente

um: Frank Baker. Na ocasião, recebeu-se a visita de dois emissários da Junta de Nova York: L. K. Anderson e Herrick C. Young. A organização oficial se deu no mesmo local em 10 de setembro de 1940. Os primeiros presidentes da Junta foram os Revs. Coriolano de Assumpção, Guilherme Kerr, Filipe Landes e Edward Epes Lane. Ocuparam a tesouraria, por muitos anos, os dedicados presbíteros Carlos José Rodrigues e Eurico Ribeiro dos Santos. O líder mais destacado nas primeiras décadas, no cargo de secretário executivo, foi o Rev. José Carlos Nogueira (1944-1959). A primeira região ocupada foi a Alta Araraquarense, no interior de São Paulo (Tanabi, Monte Aprazível, Mirassol, Jales e Votuporanga). Em seguida vieram a Alta Paulista (Lucélia, Adamantina); o norte do Paraná, além de Londrina, e o norte de Minas (Teófilo Otoni, Guanhães1, Virginópolis, Peçanha). No Pará, foram alcançadas a região bragantina e Altamira; no sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entre os primeiros missionários estiveram os Revs. Wilson Nóbrega Lício, Oscar Chaves, Antônio Elias e José Bezerra Duarte. De 1940 a 1958, a Junta ocupou quinze regiões, com cerca de 150 locais de pregação em todo o Brasil.

Em 1950 foi criada uma sucursal regional, a Missão Presbiteriana da Amazônia, para atender melhor os interesses da vasta região. Seu idealizador foi o Rev. Antônio Teixeira Gueiros. O sucessor de José Carlos Nogueira como secretário executivo da JMN foi o Rev. Wilson Lício (1959-1970). Em seguida, assumiram a direção sucessivamente: Rev. José Costa (1970-1974), Pb. Abílio da Silva Coelho (1974-1978) e, em especial, o Pb. Dirceu Cerzósimo Souza (19781994). Em 1994 foi criada a função de diretor superintendente. Nos quadriênios seguintes, os presidentes e superintendentes foram: 1994-2002 – Rev. Carlos Aranha Neto e Pbs. Dirceu Cerzósimo, Wilson José Lopes e Álvaro Monzillo; 2002-2010 – Rev. José Batista da Hora e Rev. Lourival Luiz do Prado; 20102014 – Rev. Jocider Corrêa Batista. Em 2015, o quadro da JMN/IPB tem os seguintes integrantes: presidente – Pb. Vicente Lúcio Gouveia de Deus; vice-presidente – Rev. Adilson Maciel de Araújo; secretário – Pb. Airton Costa de Sousa; membros – Revs. Hamilton Rodrigues da Silva, Jonas Zulske, Juan Gustavo Medina, Marcos Severo de Amorim, Paulo Emílio Rocha Rei e Pb. Gilberto Oliveira Camargo; secre-

tário executivo – Rev. Eber Pinheiro Viana; divulgador e supervisor de campos – Rev. Mariano Alves Júnior; equipe de escritório – Cleverson Oliveira, Jéssica Pereira e Lucielle Cardozo. Atualmente, a Junta mantém 168 missionários em 163 campos, sendo 57 missionários exclusivos e 111 em parcerias. Ao longo dos anos, foram plantadas mais de 500 igrejas e construídas centenas de templos, escolas e casas pastorais. Foram realizados cultos regionais de ação de graças pelos 75 anos em Ilhéus, Recife, Teresina e Cuiabá. A principal celebração se deu no dia 10 de setembro de 2015, na cidade sede da JMN, com um culto solene na IP de Campinas, na Rua General Osório. Foi pregador o Rev. Juarez Marcondes Filho, secretário executivo do Supremo Concílio, que, refletindo sobre João 13.1-20, falou sobre as características de uma igreja missionária. Houve a participação do coral Rev. Joás Dias de Araújo, da IP de Americana. Sejamos gratos ao Senhor por esse heroico e frutífero trabalho ao longo de três quartos de século. 1 Serviu em Guanhães e região naquela época o Evangelista Claudino Batista Marra, pai do Editor da CEP e deste jornal (N. do E.).

O Rev. Alderi Souza de Matos é o historiador da IPB.


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Igreja Perseguida

Liberdade religiosa em Damasco Estado Islâmico produz texto que dá certa liberdade a cristãos de Damasco, capital da Síria, mas a prática é diferente

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Syrian Observatory for Human Rights (SOHR) recebeu uma cópia do Acordo Dhimma (o endosso dos incrédulos de sua crença sob a condição de pagar o Jizya e o compromisso das regras do Islamismo) emitido pelo Estado Islâmico para os cristãos na cidade de Al-Qaryatain no sudeste de Homs. O texto desse Acordo declara: “é isso o que Abdullah Abo Baker al-Baghdadi Amir al-Mueminin confere aos cristãos em Damasco – distrito de al-Qaryatin, onde ele garante suas posses e almas, não os obrigando a mudar de religião e não causando danos a nenhum deles. O Acordo ainda acrescentou algumas condições para os cristãos na cidade de al-Aryatian, a saber: 1 Não devem constituir igrejas, monastérios ou eremitérios. 2 Não devem exibir cruzes nem seus livros sagrados em vias e mercados muçulmanos, e não devem utilizar amplificadores ao fazerem suas orações.

3 Não devem fazer com que muçulmanos ouçam seus livros sagrados recitados ou mesmo o som de seus sinos, e os sinos devem ser soados apenas dentro das igrejas existentes. 4 Não devem cometer atos agressivos contra o Estado Islâmico, tais como esconder espiões e pessoas procuradas, e se souberem que há uma conspiração contra os muçulmanos, isso deve ser prontamente comunicado. 5 Não devem realizar nenhum de seus ritos de adoração em público. 6 Devem respeitar o Islã e os muçulmanos, não difamando sua religião. 7 Os cristãos devem pagar o Jizya, tarifado a 4 dinares de ouro, a ser pago pelos ricos, 2 dinares de ouro, pela classe média e 1 dinar de ouro pelos pobres; esse imposto pode ser pago em duas parcelas anuais. 8 Não podem portar armas de fogo. 9 Não devem negociar a

venda de carne de porco ou vinho com muçulmanos ou em seus mercados e não devem beber vinho em público. 10 Devem estabelecer seu próprio cemitério. 11 Devem cumprir os regulamentos impostos pelo Estado Islâmico, como a modéstia nos trajes e regulamentos de compra e venda, etc. A declaração conclui: “se cumprirem essas condições, suas terras, posses e almas estarão seguras, e esse povo não é obrigado a pagar o dízimo, exceto se trouxer dinheiro para negociar de fora dos territórios islâmicos, sem oprimir ou ser oprimido. Nenhuma dessas pessoas será punida por pecado cometido por outra pessoa de sua crença. Caso violem as condições deste decreto, o Estado Islâmico os tratará da mesma forma que trata homens armados (guerrilheiros)”. Fontes confiáveis informaram ao SOHR que o Estado Islâmico recebeu dinheiro, nas últimas 48 horas, de autoridades cristãs de al-

-Qaryatain, sudeste de Homs, onde o Estado Islâmico impôs o Jizya aos cristãos, após fazerem um acordo com eles: fazendo-os pagar o Jizya, converter-se ao Islamismo ou deixar a cidade. Enquanto isso, o Estado Islâmico ainda detém os documentos de identidade dos cidadãos cristãos. Ainda, declararam que a maioria das pessoas dessa cidade irá embora após conseguir seus documentos. Em 20 de agosto, o Estado Islâmico mandou demolir um monastério cristão no sudeste de Homs. O SOHR tomou conhecimento que o Estado Islâmico mandou destruir o monastério de Saint Elian na cidade de al-Qaryatayn. Esse monastério foi tomado pelo Estado Islâmico em 6 de agosto e demolido com escavadeiras sob a alegação de que “o monastério não é local de adoração a Alá”, além dos ataques com vinte aviões de guerra na cidade. Fonte: http://www.syriahr.com / Tradução: Raquel Strachicini

SBB tem nova Diretoria R

ev. Assir Pereira, pastor da Igreja Presbiteriana Independente há 46 anos, é o novo presidente da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), para a gestão 2015-2018. Ele foi escolhido na XXI Assembleia Geral, realizada

nos dias 17 e 18 de agosto. Além do rev. Assir, integram a nova Diretoria: Pr. Paschoal Piragine Junior, 1º vice-presidente; Dr. Alfredo Weiszflog, 2º vice-presidente; Pr. Christian Santiago Lo Iacono, secretário; e

Pr. Waldir Agnello, tesoureiro. São diretores titulares (vogais) Dr. Ney de Mello Almada e Sr. Euclides Schlottfeldt Fagundes. O Conselho Fiscal tem como presidente o Pr. Ageo Silva. Sempre atuante na vida da SBB,

rev. Assir recebeu seu primeiro cargo na diretoria na XII Assembleia Geral, em 1988. Em outras oito oportunidades foi escolhido para participar da governança da entidade, numa trajetória que culmina agora com a Presidência.


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FORÇAS DE INTEGRAÇÃO

Jovem aos 50 UMP em Belo Horizonte (MG) comemora 50 anos de organização

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ano de 2015 tem uma valor diferente para a União de Mocidade Presbiteriana (UMP) da 7° IP de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Os jovens celebram os 50 anos de organização da UMP, que hoje conta com 34 sócios e vários trabalhos especiais estão sendo realizados ao longo do ano. “Nos dias 07 e 08 de agosto, estivemos com um grupo de trinta pessoas na cidade de Alto Caparaó (MG), para subir até o Pico da Bandeira, terceiro mais alto do país. Graças a Deus, o passeio foi espetacular e tudo transcorreu maravilhosamente bem. Tivemos o privilégio de louvar ao nosso Deus a mais de 2.700 metros

UMP da 7ª IP de Belo Horizonte

de altitude. Foram quase 13 km de caminhada entre trilhas difíceis e às vezes extremamente íngremes, mas, independentemente da idade e do preparo físico, todos chegaram ao topo”, conta Mateus Bra-

Grupo da UMP no Pico da Bandeira

gança Cardoso, presidente da UMP local. Antes da escalada, o grupo realizou um momento de louvor na praça da cidade, sendo recebidos pelo rev. Walter Júlio, pastor da 1° IP de Alto

Caparaó. “Estendemos a bandeira da UMP e comemoramos mais um ano de vida dessa sociedade, que completa seus 50 anos no dia 26 de setembro”, relata Mateus. A 7ª IP Belo Horizonte foi organizada no dia 17 de março de 1968, com 224 membros comungantes, e 208 não comungantes. É importante ressaltar que os irmãos do período já tinham a Congregação Presbiterial atuante na região. O atual pastor, rev. Gilmar Levindo Faria, tem participado ativamente das atividades da UMP, e se alegra com o trabalho dos jovens. Em 2015 a UMP realizou uma Mesa Redonda, voltado para o debate aberto e dinâmico com pastores convidados. O objetivo

desse projeto é envolver os jovens, usando como pano de fundo temas relevantes sugeridos por eles mesmos, para um debate. “Esse projeto tem tido uma aceitação incrível, vamos realizar a 5ª edição em novembro. Já tivemos temas como o desânimo espiritual, compromisso com Deus, liderança, entre outros”, explica Mateus. De acordo com diretoria da UMP, o objetivo dos jovens é crescer mais em santidade diante do Senhor, como jovens transformados por Deus e usados para a expansão do seu reino, sendo sal da terra e luz do mundo. “Que Deus continue nos abençoando, e que os irmãos possam orar pela juventude cristã espalhada por esse Brasil”, conclui Mateus.


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AÇÃO SOCIAL

Projeto Mão na Massa no Buriti Djaik Neves

F

oi com muita alegria e expectativa que, no último mês de maio, recebemos nas instalações da Fundação Buriti (antigo Colégio Buriti), nossos queridos irmãos do Projeto Mão na Massa da Confederação Nacional de Homens Presbiterianos (CNHP). Os irmãos Paulo Silas, Paulo Ivo e Edvaldo foram enviados como “espias” para conhecer aquela que, antes da chegada dos missionários americanos, era conhecida como Fazenda Buriti, mais tarde Colégio Buriti, hoje Fundação Educacional Presbiteriana Buriti. O propósito da comissão enviada pelo Projeto Mão na Massa foi confirmar a necessidade de reforma do prédio escolar, hoje em situação precária e sub-utilizável. A Fundação Buriti foi fundada em 1923 por missionários americanos da Missão Brasil Central, que fundou escolas e hospitais no centro do Brasil e aqui (na região de Cuiabá-MT) chegou com o ousado projeto de plantar um escola evangélica confessional. O Colégio chegou a ter entre 500 e 600 alunos, funcionava em regime de internato, dando aos alunos oportunidade de aprender alguma profissão. Somado a isso, o Colégio Buriti se tornou conhecido como disciplinador e corretivo, levando muitos pais a

adotá-lo como solução para seus filhos incorrigíveis. Infelizmente, por diversos motivos, a escola deixou de funcionar no início dos anos 2000. No entanto, a Fundação continua existindo e precisou ser mantida através de alugueis de suas instalações para congressos e acampamentos, além do arrendamento de alguns hectares de sua ainda grande área. Vale ressaltar que, apesar da necessidade de se abrir mão de parte de sua propriedade no passado para pagar despesas trabalhistas, a instituição ainda possui, aproximadamente, 3000 hectares de terra. A Assembleia da Fundação é composta por cinco igrejas presbiterianas de Cuiabá, uma de Chapada dos Guimarães (onde está localizada a propriedade) e a própria IPB, sendo dois representantes de cada igreja e dois da IPB. A assembleia possui um Conselho Deliberativo que administra a Fundação, sendo o presidente atual este articulista, pastor da IP Jardim Guanabara em Cuiabá e presidente do Presbitério de Várzea Grande-PVGD. As últimas três diretorias têm trabalhado para que a fundação seja preservada e o seu propósito (Educação) seja cumprido, até porque por ser uma fundação tem satisfação a dar não só à sociedade, mas também ao ministério público.

Consciente disso, o Conselho Deliberativo atual tem envidado esforços para restaurar o prédio e reabrir a Escola, que está a apenas 8 km da cidade; e a necessidade de uma boa escola na região é evidente. Vale ressaltar que o Buriti ainda é bastante conhecido e carinhosamente lembrado na capital cuiabana e nos municípios próximos, como a própria Chapada onde se encontra a fazenda. A visita dos irmãos do Projeto Mão na Massa se deu por conta de um pedido da diretoria atual da Fundação, que também já tem garantida uma doação do Supremo Concílio da IPB para reforma do prédio escolar. Os irmãos já citados não só confirmaram a necessidade de reforma, como demonstraram grande empolgação com a retomada da Escola e outras boas possibilidades que se vislumbram. Além da reabertura da Escola e retomada da educação pela instituição, a Fundação, como instituição confessional, tem o declarado propósito de contribuir de todas as formas possíveis para o avanço do reino de Deus, pregação do evangelho e auxílio à nossa IPB. Temos uma grande oportunidade e excelentes possibilidades de uso do local para projetos envolvendo ação e serviço sociais, formação

Presbíteros Paulo Silas, Paulo Ivo e Edivaldo Durães, em visita Técnica

teológica, projetos missionários, etc. Para que tudo isso aconteça é preciso que se justifique a manutenção da Fundação como uma instituição que existe para servir à sociedade através da educação, ainda que, como prevê seu estatuto, totalmente livre para realizar outros projetos também. Aproveitamos a oportunidade para convidar irmãos e igrejas para se unirem a nós nessa empreitada com sua oração e com seu investimento. O Projeto Mão na Massa é mantido por doações e realizado por voluntários. No caso do Buriti, mesmo tendo considerável apoio da IPB, a instituição ainda carece de ajuda para concluir toda a reforma. A previsão do Mão na Massa é realizar o trabalho no mês de outubro. Finalmente, queremos registrar aqui nossa gratidão aos irmãos Paulo Silas, Paulo Ivo e Edvaldo, além da própria CNUPH, na

pessoa de seu Secretário Geral, Presb. Peyneau, que, gentilmente, nos ouviu e, conquanto o Mão na Massa se destina a construção de igrejas, fez-nos uma concessão para a construção de uma escola que, naturalmente, esperamos ser um instrumento da graça de Deus para que outros muitos possam vir a fazer parte da igreja do Senhor. O Projeto Mão na Massa será realizado durante novembro próximo, com o apoio do Mackenzie Voluntário. Você pode ajudar com um contribuição financeira e, caso seja profissional em alguma área de construção, doando alguns dias para o trabalho. Contribuições podem ser depositadas na conta da instituição na Caixa Econômica Federal: Ag. 0016 – CC. 6241-5 – Op. 003 O Rev. Djaik Souza Neves é casado com Janeide M. C. Souza Neves, pai de Sofia e João Marcos, e Presidente da Fundação Educacional Presbiteriana Buriti.


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ENVANGELIZAÇÃO

VIII Encontro da Federação Madureira de UCPs A

Federação de UCP – União de Crianças Presbiterianas do Presbitério de Madureira (PMAD-RJ), realizou no dia 5 de setembro, mais uma ação evangelística e social na Casa de Apoio a Crianças com Câncer São Vicente de Paulo (CACCSVP), localizada em Irajá, Rio de Janeiro. De acordo com rev. Robson Barbosa Marques, vice-presidente do PMAD, a realização de ações como essas é de vital importância, estabelecendo o envolvimento da Igreja com a sociedade que a rodeia. “A Igreja de Cristo é o instrumento que Deus levantou para oferecer a este mundo o testemunho da grandeza do seu amor. A Igreja não pode se omitir diante do sofrimento, diante da inércia das nossas autoridades. A verdadeira Igreja de Cristo deve levantar a voz e estender as mãos aos que se encontram em sofrimento”, afirma. O secretário presbiterial do trabalho com a UCP é o presb. Edison Rocha, que realiza outras atividades juntamente com a Federação, como auxílio aos idosos do SASE – Serviço de Assistência Social Evangélica, no Auxilio as Crianças do INPAR – Instituto Presbiteriano Álvaro Reis de Assistência à Criança e ao Adolescente,

Equipe das UCP’s do Presbitério reunidas

e em casas de recuperação de dependentes químicos. Rev. Robson explica que o apoio à CACCSVP já acontece há quatro anos e visa auxiliar no desenvolvimento espiritual e social das crianças. “Temos como objetivo sensibilizar nossas crianças e igrejas com o compromisso de envolvimento aos mais necessitados”, explica o rev. Robson. De acordo com presb. Edison, o trabalho começou a ser realizado com a UCP das igrejas do Presbitério, para que essas crianças possam perceber que as dificuldades existem e podem ser superadas. “Hoje, em nossas igrejas, temos cada vez mais crianças que vivem em comunidades. Então pensamos: “Por que não mostrar que elas não são as únicas que passam por privações e dificuldades? Nós ensinamos o amor que age, o

amor que move, com Cristo nos ensinou”, afirma. Durante a visita no dia 5 de setembro, participaram 33 pessoas entre adultos e crianças. “Nossa visita incluiu cânticos, devocional e brincadeiras. O momento mais marcante foi encontrar uma adolescente de 16 anos, moradora de Manaus, portadora de câncer na bacia, que é membro da Igreja Assembleia de Deus e que tem o dom de cantar. Ela cantou conosco e, no dia seguinte (domingo ) ela e a mãe participaram do culto ao Senhor na IP de Irajá, com Rev. Carlos Alberto Monteiro, que orou por toda a família da adolescente. A visita incluiu ainda a entrega de 725 litros de leite e 110 de suplemento alimentar infantil, com doações levantadas no intervalo de trinta dias, prazo entre as reuniões da federação, com envolvi-

mento de seis igrejas, com suas respectivas UCPs: IP de Colégio, IP de Coe-

lho Neto, 2ª IP de Honório Gurgel, IP de Irajá, IP de Rocha Miranda e a IP de Turiaçu, da qual o rev. Robson é pastor há 13 anos. “O trabalho realizado pela Federação de Crianças tem sido de grande valor, pois nosso secretário presbiterial, presbítero Edison Batista, ocupa o cargo a mais de cinco anos e sua permanência ali facilita o crescimento e o envolvimentos nesses eventos das igrejas jurisdicionadas”, conclui rev. Robson.


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MISSÕES

8a Conferência Missionária da IP da Moóca Com o tema “Escolhido para Frutificar”, a programação foi uma oportunidade abençoadora e desafiadora, que recebeu pastores convidados e membros de igrejas da região de 21 a 23 de agosto de 2015 Nilcéia Parize

N

a primeira noite, a mensagem foi pregada pelo rev. Amauri de Oliveira, pastor da IP Penha. No sábado, pregou o rev. Marcos Severo (Projeto Rumo ao Sertão), da IP de Mossoró, RN. Após o culto foi realizada a Festa

Missionária, com comidas e curiosidades dos estados brasileiros e informações sobre a situação religiosa em cada um. Houve ainda participação de capelanias e ministérios, com oficinas no domingo, durante a Escola Bíblica Dominical: Capelania Hospitalar (Hospi-

tal São Paulo e GRAAC – Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), Capelania Escolar (MPC – Mocidade para Cristo) e Escola da Vida (Atletas de Cristo). No encerramento, pregou o rev. Silas Tostes (Missão Antioquia e Aliança Evangélica Brasileira).

Para a liderança da IP Moóca, todo o trabalho foi possível graças ao envolvimento das igreja. “Nossos jovens, nossas crianças, homens e mulheres colaboraram efetivamente, para a realização dessa programação tão desafiadora”, avalia Nilceia Parize, membro da IP Moóca.

Atualmente o Conselho Missionário da igreja é composto pelo presb. Itamar de Carvalho Júnior, diác. Fernando Freitas, diác. Luís Martins, diác. Valter Patrício e Guilherme Parize. Nilcéia Parize é membro da IP Mooca e esposa do presb. Itamar Carvalho Jr.

Pr. Agnaldo (IP Mooca), Pr. Javed (IP Penha), Presb. Itamar (IP Mooca), Pr. Amauri e Presb. Azor (IP Penha)

Igreja Presbiteriana da Mooca

Festa das Nações com comidas típicas

Entrada das Bandeiras

Cantores Wesley e Marlene durante Conferência


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FALECIMENTOS

Augusto de Brito Cabral Morreu em Goiânia-GO, no dia 30 de agosto de 2015, o Presbítero Augusto de Brito Cabral. Há nove anos ele vinha lutando contra o câncer, doença que se agravou a partir do ultimo mês de abril. Foi um árduo e intenso período, mas o Senhor lhe deu a vitória ao chamá-lo para junto de si, “... o que é incomparavelmente melhor” (1Ts 1.23). Nascido em 15 de março de 1941, em Seabra-BA, o Presb. Augusto professou a fé em 15 de junho de 1955, sendo batizado pelo Rev. Robert Harry Camenish. Em março de 1982 foi eleito presbítero da IP de Jataí (GO), onde exerceu o mandato de presbítero por trinta e cinco anos. Nesse período foi presidente do Presbitério Alto do Araguaia onze vezes e presidiu duas vezes o Sínodo Sudoeste de Goiás. Foi tesoureiro da igreja local por dez anos, lecionou para a classe de jovens, de catecúmenos e de adultos. Foi conselheiro da UMP e sempre apoiou as sociedades internas. De 1994 a 2006 foi representante do Supremo Concílio junto ao Hospital Presbiteriano Doutor Gordon. O Presb. Augusto se esforçou em cumprir o mandado de Deus como cabeça do lar. Completaria quarenta e dois anos de casado no próximo mês de dezembro. Ao lado de sua esposa, a senhora Raimunda Maria da Silva Cabral, sempre deu bom testemunho, além de aconselhar os jovens casais da igreja. Os mais jovens os chamavam de tio Augusto e tia Raimunda. O casal teve três filhos, Carlos Augusto, João Marcus e Saulo, e três netas, Maria Júlia, Gabriela e Ana Clara. No próximo mês de novembro, deverá nascer o primeiro neto, Lucas. Agradecemos a todos pelo apoio e pelas orações neste momento de dor, reconhecendo que em tudo Deus foi fiel e zeloso. Louvamos pela vida do nosso amado pai e nos alegramos na certeza de que são “... Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois suas obras os acompanham” (Ap 14.13). Neste momento, dois sentimentos habitam em nosso coração. A saudade do

cabeça do lar e a esperança. Esse último conforta o nosso coração, pois a nossa esperança é que o Senhor da Igreja, Jesus Cristo volte em triunfo e glória, trazendo consigo os que dormem, para juntos habitarmos na casa do Senhor eternamente (1Ts 4.13-18). João Marcus da Silva Cabral

Nilson Salles Faleceu dia 06.09.2015 em Mogi das Cruzes, SP, o Rev. Nilson Salles. De família tradicional presbiteriana, o Rev. Nilson estudou no JMC de Jandira e fez o seu curso teológico no Seminário de Vitória, ES. Foi ordenado há 50 anos, pelo Presbitério de Sorocaba, onde pastoreou uma de suas igrejas. Casou-se nesse mesmo ano de 1965 com Divina Monteiro Salles. Pastoreou em Cachoeiro do Itapemirim e depois, convidado pelo Presbitério de Botucatu, pastoreou a IP Central daquela cidade por dezenove anos, indo em seguida para a IP Central de Tatuí, onde foi jubilado. Durante o período de jubilação residiu na cidade de Mogi das Cruzes, onde moram sua filha Ana Eugênia, casada com o Presb. Leonel, e dois netos. O rev. Nilson presidiu presbitérios e sínodos várias vezes, realizando abençoado e profícuo trabalho. Homem crente, culto, grande orador, excelente ministro e de linha profundamente reformada, deixou marcas profundas e positivas entre nós. Que o Senhor Deus, que o recolheu para si, derrame as bênçãos do consolo sobre sua esposa Divina, suas filhas, genros e netos. Antônio Coine

Geraldo Cardoso de Sá Filho O Presbitério Norte de Minas – PNTM e o Sínodo Norte de Minas – SNM perderam, no domingo, 16.08.2015, o Rev. Geraldo Cardoso de Sá Filho, vítima de um gravíssimo acidente automobilístico na BR-365, quando se dirigia para a Escola Bíblica Dominical na cidade de Pirapora – MG. O Rev. Geraldo era pastor da Primeira IP de Pirapora desde 2013. Estava muito alegre nestes últimos meses, porque, depois de

muitos anos, vinha coordenando uma reforma patrimonial sonhada pelos membros da igreja. O Rev. Geraldo exerceu, por muitos anos consecutivos a Secretaria Presbiterial e Sinodal do Trabalho Feminino. Também exercia a profissão de jornalista esportivo, atuando em importantes veículos de comunicação na região. Atualmente, Rev. Geraldo era o vice-presidente do PNTM e segundo secretário do SNM. Foi pastor titular na Sexta IP de Montes Claros e auxiliar na Primeira IP de Montes Claros. O ofício fúnebre foi realizado no dia 17.08.2015, na Primeira IP de Montes Claros, pastoreada pelo Rev. Denoel José Andrade, tendo pregado a Palavra o Rev. Wendell Lessa Vilela Xavier, presidente do PNTM e vice-presidente do SNM. Vários pastores da região compareceram. Rev. Geraldo deixa exemplos de dedicação, lealdade e amor ao serviço do Senhor. Sempre disposto e alegre, deixará saudades em muitos corações da IP norte-mineira. Wendell Lessa

Romeu Pires Osorio

Descansou no Senhor dia 15.09.2015 o sr. Romeu Pires Osório, aos 91 anos de idade. Irmão do pastor presbiteriano jubilado Rev. Rubens Pires Osório, Romeu foi o fundador da Associação Cristã de Moços (ACM) em Sorocaba (SP) e no Uruguai. Foi grande incentivador dos esportes como basquete e voleibol, desde o chegada desses esportes no Brasil. Foi o fundador e primeiro presidente do Grupo Escoteiro Baltazar Fernandes, em 07 de outubro de 1965, Grupo que é mantido pela IP de Sorocaba. Vagner Bernardi

Valderez Sena Portela

Após quatro meses de prolongada hospitalização, seguindo outras anteriores, faleceu dia 29.07.2015 Valderez Sena Portela, mãe do Presbítero Solano Portela, serva fiel de Deus, filha do pastor presbiteriano Hermenegildo Sena. Completaria 92 anos dia 02 de agosto. Foi sepultada no Cemitério dos Protestantes, bairro Consolação, na capital paulista


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IPB OFICIAL

No BRASIL E NO MUNDO

Minha Família Missionária Igreja Presbiteriana do Brasil inicia campanha de apoio e sustento à obra missionária no Brasil e no mundo

Morre Enéas Tognini, presidente de honra da SBB

A Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) comunicou em press-release o falecimento do seu Presidente de Honra, o pastor batista Enéas Tognini (1914-2015), ocorrido dia 9 de setembro na capital paulista. Exemplo de fé e de luta em favor da propagação do evangelho, Tognini cooperou por mais de 30 anos com a SBB. “Ele deixou registrado seu apoio incondicional à causa da Bíblia, nos vários cargos que exerceu”, recorda o diretor executivo, Rudi Zimmer. A trajetória de Tognini na SBB teve início em 1968, quando se tornou membro da Diretoria, até ser eleito, em 2009, presidente de honra, em caráter vitalício, depois de haver exercido a presidência por dois mandatos consecutivos, em 2003 e 2006. Foi o fundador da Faculdade Teológica Batista de São Paulo, onde lecionou diversas disciplinas. Também na capital paulista, organizou a Igreja Batista do Povo, na Vila Mariana, hoje com cerca de 4 mil membros. Fundou, em 1982, o Seminário Batista Nacional do Estado de São Paulo, que já formou milhares de alunos. Tognini ocupou a vice-presidência do Conselho de Pastores do Estado de São Paulo. Em 2002, recebeu da Câmara Municipal de São Paulo o título de Cidadão Paulistano. Destacou-se também como autor, deixando registrado seu pensamento em mais de 40 livros.

O

s órgãos da IPB, responsáveis pelos projetos missionários dentro da instituição, iniciaram uma campanha conjunta intitulada “Minha Família Missionária”. O objetivo da campanha é lembrar aos presbiterianos do Brasil que somos frutos da obra missionária e que, igualmente, devemos ser missionários. Durante uma reunião do Comitê Gestor da IPB, ficou decidido que a ação seria conjunta entre a Agência Presbiteriana de Evangelização e Comunicação (APECOM), a Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT), a Junta de Missões Nacionais (JMN) e o Plano Missionário Cooperativo (PMC). O trabalho consiste em conclamar os cristãos para o levantamento de uma oferta especial a ser usada, exclusivamente, no crescimento da obra missionária da IPB. O alvo é sustentar os 218 missionários em todos os Estados do Brasil, e também, sustentar 178 missionários em 35 países. Em uma época de crise mundial, Deus tem dado à IPB, a ousadia necessária para cumprir sua missão. Os kits que fazem parte da campanha, contendo

um DVD, folders e cartazes para divulgação, foram enviados inicialmente para 2.600 igrejas, As famílias devem orar e contribuir para a obra missionária. Os filhos devem aprender essa abençoada prática que revela o compromisso com a expansão do reino de Deus. A proposta é que cada igreja coloque o cartaz em um lugar visível, que promova a campanha, que veicule o vídeo produzido, coloque no boletim o anúncio, que compartilhe nas redes sociais.

Os órgãos missionários da IPB desfrutam da unidade necessária para que Deus ordene sobre nós a sua bênção (Sl 133). Durante a reunião, e diante do acordo nos termos estabelecidos para a campanha, assinaram o documento o Rev. Roberto Brasileiro (Supremo Concílio), Rev. George Canêlhas (APECOM), Rev. Obedes Júnior (APMT), Presb. Vicente Lúcio (JMN) e o Presb. Djalma Hack (PMC). Para mais informações acesse www.ipb.org.br/ missoes.


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Boa Leitura

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Entretenimento e reflexão

Quem cuida de quem cuida?

O Brasil Presbiteriano não necessariamente endossa as mensagens dos filmes aqui apresentados, mas os sugere para discussão e avaliação à luz da Escritura.

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ainda brilham, norteiam essa obra. 100

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A busca de santidade Este é um ótimo livro, dirigido a presbíteros, pastores que instruem (docentes) e pastores que governam (regentes). Mesmo com essas particularidades (docentes/ regentes), sabemos que todos foram chamados para, primeiramente, buscar “o reino de Deus e a sua justiça”, certos de que todas as coisas de real necessidade “serão acrescentadas” (Mt 6.33).

(Jonathan Edwards)

A responsabilidade do crente de crescer na vida de fé, começando por seu papel na obra divina de santificação. Mais uma vez, Deus e sua graça têm lugar central no palco – como em todas as obras de Edwards – enquanto o grande pregador de Northampton nos conduz, por meio de três sermões, mostrando como Deus se agrada em desenvolver sua salvação na vida dos que o amam. O foco principal, porém, está naquilo que Deus requer de nós – como devemos assumir nossos deveres e aproveitar cada oportunidade de melhorar nosso relacionamento com Jesus Cristo.

Jonathan Edwards (1703-1758) foi pastor, teólogo, evangelista e missionário. Como pastor da igreja congregacional de Northampton, Massachusetts, sua pregação piedosa foi usada por Deus para desencadear dois períodos de reavivamento, inclusive o famoso Grande Despertamento de 1740. Foi eleito presidente do Princeton College, em 1757, mas sua morte prematura abreviou o seu trabalho ali. Sua abundante obra continua a inspirar a igreja cristã. Oração / Santificação Vida Cristã

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EDITORA CULTURA CRISTÃ www.editoraculturacrista.com.br

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Assim brilha a luz (Clara Gammon) O livro apresenta uma rica e inspiradora história, narrada a partir da experiência, e sobre as memórias, as experiências e as lições ainda vivas no Instituto Presbiteriano Gammon, localizado em Lavras (Minas Gerais). Trata-se da mais antiga escola evangélica do país. Raios de luz, que

Amstad (1997)

Um Violinista no Telhado (1971)

Jack Dawson (Leonardo DiCaprio) é um jovem aventureiro em busca de desafios que, na mesa de jogo, ganha uma passagem para a primeira viagem do transatlântico Titanic. Trata-se de um luxuoso e imponente navio, anunciado na época como inafundável, que parte para os Estados Unidos, com passageiros de diferentes classes sociais: alguns desfrutam de muito luxo e conforto, enquanto outros são acomodados nas parte mais baixas do navio. Nele está também Rose DeWitt Bukater (Kate Winslet), a jovem noiva de Caledon Hockley (Billy Zane). A situação fica complicada quando o Titanic se choca com um iceberg, provocando algo que ninguém imaginava ser possível: o naufrágio do navio.

Dezenas de escravos negros se libertam das correntes e assumem o comando do navio negreiro La Amistad. O objetivo é retornar à África, mas desconhecem navegação e dependem de dois tripulantes sobreviventes, que os enganam, levando-os a um navio americano. Os africanos são inicialmente julgados pelo assassinato da tripulação, mas o caso toma vulto e o presidente americano Martin Van Buren (Nigel Hawthorn), alega que tanto os escravos quanto o navio são seus e devem ser devolvidos. Esse quadro faz o ex-presidente John Quincy Adams (Anthony Hopkins), um abolicionista não-assumido, sair da sua aposentadoria voluntária, para defender os africanos.

Musical norte-americano de Norman Jewison. Tevye (Chaim Topol) é o leiteiro que luta para sustentar sua família, como faz toda a aldeia de Anatevka na Rússia no começo do século 20. A pergunta proposta logo no início é como os judeus mantém sua identidade em face da oposição e a resposta do próprio Tevye é a tradição. Cada um tem seu papel e o desempenha sem questionamento... até que eles aparecem e o problema é: quanto de nossos costumes poderemos deixar, quanto de nossas tradições poderemos abandonar sem perder nossa identidade? O que é inegociável? Perguntas interessantes para os líderes e os crentes presbiterianos se fazerem.

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Titanic (1997)

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A responsabilidade do crente é de crescer na vida de fé, começando por seu papel na obra divina de santificação. O foco principal está naquilo que Deus requer de nós, ou seja, avaliar como devemos assumir nossos deveres e aproveitar cada oportunidade de melhorar nosso relacionamento com Jesus Cristo. Este livro esclarece esse ponto na caminhada cristã, e apresenta a necessidade da busca pela santidade.

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