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Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 56 nº 730 – Setembro de 2015

Estágio na Bolívia

JOPRESB: Unidos para louvar Na zona leste de São Paulo, jovens do Sínodo e Presbitério unem as vozes para exaltar a Deus no JOPRESB. PÁGINA 14

Alunos do Curso de Formação Missiológica participaram de estágio na Bolívia no mês de julho. As experiências foram narradas de forma emocionante por Mônica Mesquita, coordenadora do CFM e do estágio. PÁGINAS 10 E 11

Cruzada Verdade e Vida Presbitério Sul do Ceará realiza Cruzada Verdade e Vida com apoio da Apecom, recebendo cerca de 2.600 pessoas na cidade de Juazeiro do Norte (CE). PÁGINAS 6 E 7

156 anos da IPB Celebração em Brasília PÁGINA 18


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EDITORIAL

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Confiança e gratidão, já!

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screvo este editorial em pleno agosto, ainda no clima dos 156 anos da IPB. Com contentamento e gratidão temos chance de viver mais e melhor. Isso vale para cada presbiteriano e para a IPB. O lema de nossa denominação durante 1959, o ano do Centenário, foi: “Um ano de gratidão por um século de bênçãos”. Ocorre que contentamento e o espírito grato não fluem de pensamento positivo. Eles – ou seus opostos – têm outra explicação e origem, como aprendemos das importantes exortações que nos chegam em relação à experiência de Israel no deserto (Dt 8.11-20). Durante quarenta anos os israelitas ficaram marcados por sua insatisfação e ingratidão, cuja origem foi o pecado (Hb 3.16-17), resultaram da

incredulidade. Reclamaram da falta de água, de pão, de carne, implicaram com o tamanho dos habitantes de Canaã e com seus próprios líderes. Nem se lembravam de que ainda estariam no Egito, ainda seriam escravos do Faraó, se Deus não os tivesse libertado. Não confiaram nele. Podia ser pior a situação desse povo? Podia, sim. Seria muito pior se, passado o tempo do deserto, ainda deixassem de reconhecer todas as bênçãos de Deus e o fato de que o Senhor é quem os introduzira na terra prometida. Por isso o Senhor os adverte para que obedecessem sua lei, para não acontecer de, tendo toda a fartura da terra prometida, esquecer-se de quem os tirara do Egito. Essa palavra de admoes-

tação significa que a relação confiança-contentamento-gratidão e qualidade de vida não afeta indivíduos apenas, mas todo o povo de Deus. Como igreja, hoje, contemplamos as realizações da IPB, seu desenvolvimento ao longo dos anos, e... damos graças a Deus, ou nos vangloriamos? “Desde o passado foste nossa luz”, devemos cantar com o conhecido hino. Nas celebrações de agosto nós nos lembramos de nossa história, de como o Senhor nos fez seu povo, nos conduziu por desertos em que mais demoramos por nossa própria falta, mas ele foi nosso remédio contra “serpentes abrasadoras... escorpiões e ...secura”, fazendo-nos depender dele, humilhando-nos e provando-nos porque tinha em mente o bem de seu povo.

O bem de seu povo é o mesmo que o Senhor teve em mente desde sempre. O sucesso alcançado se deve ao Senhor porque ele é quem nos dá forças para vencermos e seu propósito é “confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais” (Dt 8.18). A alternativa? Descontentamento e ingratidão fazem mal à saúde. Denunciam falta de confiança no Senhor. Isso não cabe no âmbito da aliança, por isso, “Se te esqueceres do SENHOR, teu Deus... protesto, hoje, contra vós outros que perecereis. Como as nações que o SENHOR destruiu de diante de vós, assim perecereis; porquanto não quisestes obedecer à voz do SENHOR, vosso Deus” (Dt 8.19-20). Confiança e gratidão, já!

Ano 56, nº 730 Setembro de 2015 Rua Miguel Teles Junior, 394 Cambuci, São Paulo – SP CEP: 01540-040 Telefone: (11) 3207-7099 E-mail: bp@ipb.org.br assinatura@cep.org.br Órgão Oficial da

www.ipb.org.br Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e Publicações Conselho de Educação Cristã e Publicações (CECEP) Clodoaldo Waldemar Furlan (Presidente) Domingos da Silva Dias (Vice-presidente) Alexandre Henrique Moraes de Almeida (Secretário) André Luiz Ramos Anízio Alves Borges José Romeu da Silva Mauro Fernando Meister Misael Batista do Nascimento Conselho Editorial da CEP fevereiro 2014 a fevereiro 2016

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TEOLOGIA E VIDA

Independência é morte Hermisten Costa

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onsciente de sua liberdade, o homem moderno gosta de proclamar-se livre de qualquer princípio ou lei: ele se coloca como um senhor determinante do seu próprio destino. Essa perspectiva o coloca como senhor da História ou, pelo menos, de sua história. No entanto, a Escritura nos ensina que todos pecaram e nada podem fazer para reverter esse quadro (Is 64.6; Jo 8.34; Rm 3.912,23; 6.6). Uma das prisões mais sutis encontra-se em nossa mente: uma forma direcionada de pensar, cativa de valores com os quais somos bombardeados diariamente e fortalecidos pelo próprio meio em que vivemos, sem que selecionemos o que vemos e ouvimos. Assim, sem nos darmos conta, assimilamos valores que nos aprisionam, tornando-nos “escravos” de uma maneira de pensar e de agir, determinando o nosso modo de ver a realidade, nos relacionar, criar nossos filhos, trabalhar, estudar, nos divertir e, no caso específico de pastores, o modo de expormos ou não a Palavra. Sem percebermos, temos, em nome da liberdade de pensamento, uma mente estruturalmente cativa. Cristo é o modelo da nova criação. Pelo Espírito,

Deus nos recria (Jo 3.5; Tt 3.5; 2Co 5.17), para sermos conforme a imagem do Cristo encarnado e glorificado (Rm 8.29; 2Co 3.18; Ef 1.4,5; Fp 3.21). A liberdade descrita no NT não depende da ação do homem, mas sim da obra de Cristo (Jo 8.36; Gl 2.4; 5.1), que nos outorgou o seu Espírito (Rm 5.5; 8.9; 1Co 3.16; 6.19; Ef 2.21,22). “... onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade” (2Co 3.17). A presença do Espírito em nós é o sinal da nossa adoção (Gl 4.4-7/Rm 8.9,14-16). A declaração de Cristo: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6) significa que temos nele a verdade epistemológica (Caminho); verdade ontológica ou metafísica (Verdade em essência) e a verdade existencial (Vida). Em Cristo temos o fundamento e modelo de interpretação e conhecimento da verdade; a verdade absoluta personificada, e a verdade que serve de padrão absoluto e final para a nossa existência. Jesus é o modelo perfeito do homem livre. No entanto, desde o Iluminismo (c.1650-1800) prevalece a entendimento de que o homem, através da sua razão, é a lei para si mesmo; é ele quem se governa, não um outro. O secularismo consiste na

pretensão humana de ser autônomo, reduzindo a realidade à nossa percepção limitada do concreto: o real é o concreto ou o que do concreto se pode perceber. Deus é descartado ou, no mínimo colocado num lugar decorativo em que a sua presença não é notada nem a sua falta sentida. Aqui temos um “deísmo ou ateísmo prático”. Numa sociedade em que a realidade é o que ela define como tal, não há lugar para absolutos. Tudo é possível dentro dos significados conferidos pelos indivíduos. Acontece que, em sua finitude, envolto no paradoxo de sua animalidade e prodigialidade, o homem precisa de uma referencial que esteja fora de si mesmo e da sociedade. Nesta altura, parece-nos oportuno o comentário de Lloyd-Jones (1899-1981), segundo o qual, Jesus viveu séculos depois de um período de exuberância intelectual, marcado pelos luminares do pensamento grego - Sócrates, Platão e Aristóteles -, no entanto, diante de um auditório de formação modesta e em geral de recursos débeis, diz: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14). Na realidade, a Igreja, como povo de Deus, é desafiada em sua própria existência e testemunho a ser o sal da terra e luz do mundo. Isso ela faz, não pelo acú-

mulo de conhecimento, nem pela acomodação aos valores hodiernos buscando uma maior popularidade, mas no discernimento dado por Deus para agir no mundo, com a sabedoria do alto, aquela que dá sentido e utilidade eficaz ao conhecimento. Sem a sabedoria concedida por Deus, o conhecimento humano torna-se um fardo que nos permite ver aspectos da realidade sem, contudo, ter a solução definitiva. O iluminismo, sob muitos aspectos, trouxe não a luz, mas as trevas. Ele propôs uma autonomia que jamais poderia ser alcançada, visto que a genuína “autonomia” exige a coragem da “teonomia”, a submissão aos princípios divinos expressos na Palavra. Sem o discernimento concedido pelo Senhor, não temos condições de avaliar a nossa época e apresentar a resposta cristã ao desespero do homem sem Deus e sem valores definidos. Os valores reais não são simplesmente definidos pela sociedade, antes, provém do Deus transcendente e pessoal que se revela e se relaciona conosco. Portanto, a esperança para o mundo em última instância, não está na ciência, mas nos homens fiéis, que usam os recursos fornecidos por Deus para a sua glória. Desse modo, a Igreja como luz do mundo

e sal da terra, se constitui numa bênção inestimável para toda a humanidade. Essa verdade precisa ser proclamada por nossa palavra e pela nossa perspectiva do mundo materializada em nossas ações. A nossa libertação em Cristo é para que vivamos segundo o Espírito de liberdade (Rm 8.13-14; Gl 6.8/2Co 3.17). Andar no Espírito significa agir, decidir, planejar e viver sob a direção do Espírito de Cristo, conforme a nossa nova condição de filhos da luz (Ef 5.8). Nessa nova dimensão de vida, encontramos no Espírito a capacitação para cumprirmos a lei. A lei nos mandava cumprir seus preceitos; o Espírito nos leva a fazê-lo com o coração alegre, libertando-nos assim, do domínio do pecado e da morte. A lei revela o nosso pecado, o Espírito demonstra a graça por meio de nossa obediência. Portanto, andar no Espírito significa viver em harmonia com a lei de Deus, que é a “lei da liberdade” (Cf. Tg 1.25; 2.12). É justamente isso a vitória sobre o pecado (Gl 5.1-12,18). Vivamos, pois, a liberdade cristã para a glória de Deus. Independência de Deus é morte. Total dependência de Deus é vida abundante. O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da 1ª IP de São Bernardo do Campo, SP.


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HISTÓRIA DA IGREJA

Série Presbiterianismo na América do Sul

Equador Marcone Carvalho

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o longo do século 20, presbiterianos norte-americanos participaram de projetos interdenominacionais ou cooperativos, tais como La Voz de los Andes, Misión Andina Unida Indígena e Iglesia Evangélica Unida del Ecuador. Contudo, foi somente na década de 90 que se iniciou o esforço para se implantar a Igreja Presbiteriana/Reformada em solo equatoriano. A partir de 1991, missionários da Presbyterian Church in America (PCA) começaram a trabalhar no país. Desse ministério resultou a organização do Presbitério da Iglesia Reformada Presbiteriana del Ecuador (IRPE), atualmente composto pelas igrejas San Marcos, San Pablo e Palabra Viva, todas na capital, Quito. A IRPE também possui uma congregação em

Mondayacu, na região amazônica. Infelizmente, com a saída dos americanos, essas igrejas têm enfrentado dificuldades para se manter. Na mesma década, após 1995, começaram a desembarcar no Equador os missionários holandeses. Enviados pela Zending Gereformeerde Gemeenten (Missão das Igrejas Reformadas), eles formaram a Misión Holandesa Maranatha (MHM) e estão presentes nas cidades de Guayaquil, Portoviejo, Machala e Quevedo. Segundo o pastor Jan-Henry Seppenwoolde, a atuação dos obreiros da MHM acontece em lugares muito pobres, nos quais o analfabetismo e as drogas são os maiores desafios. Por conta desse contexto, a obra desenvolvida pelos reformados europeus abrange trabalho eclesiástico e projetos de ação social. Esses dois grupos (IRPE

e MHM) constituem as principais iniciativas de implantação da fé reformada no Equador. Fora essas, existem comunidades de persuasão calvinista que funcionam de maneira independente. Em Quito: Iglesia Reformada Unida Luz de Vida, vinculada à United Presbyterian Church, dos EUA; Iglesia Cristo Vive, outrora integrante do Presbitério da IRPE; Iglesia Reformada de La Gracia; Iglesia Cristo Redentor; Em Guayaquil: Iglesia Reformada Presbiteriana Gracia Eterna; Iglesia Betania, comunidade bilíngue (espanhol e quéchua). Na cidade de Loja, ao sul do país, existe uma congregação liderada pelo pastor Oswaldo Luna Delgado, ex-padre da Igreja Católica. Essa pequena igreja recebe apoio da Primera Iglesia Presbiteriana Reformada Conservadora, de Rivera (Uruguai), e da Orthodoxy Presbyterian Church (OPC), dos EUA. Além das igrejas, a fé reformada têm sido promovida pelo Centro Reformado de Estudios Teológicos (CRETE). Essa instituição, que trabalha em parceria com o Miami International Seminary (MINTS), ofere-

ce cursos de graduação e pós-graduação. Sediado em Quito, o CRETE tem por volta de 60 alunos e mantém um programa de educação a distância, ora recebendo alunos na sede, ora enviando professores às demais regiões do país. Esse centro de ensino tem cultivado boas relações com a Misión Holandesa Maranatha e tem contado com o apoio de obreiros estrangeiros. O casal canadense Fred & Arlene Jonkman, missio-

nários da Free Reformed Church of North America, tem dado importante ajuda à casa. Como em alguns países da América do Sul, a Igreja Presbiteriana/Reformada não está consolidada no Equador. Ao que tudo indica, esse país continuará sendo um desafio missionário para a igreja brasileira. Oremos pelos Andes. O Rev. Marcone Bezerra Carvalho é historiador e colaborador regular do Brasil Presbiteriano

VIII EMOLIM Lideres de Missões Encontro de Mobilizadores e Líderes 19 de setembro de 2015, das 7h30 às 19h na Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo Rua. Helvetia, 772 – Campos Elíseos - São Paulo - SP

Missões em Ação: Realidade e Possibilidades!

“E o que de mim... ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.” (2 Timóteo 2.2)

Rev.

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Rev.

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Rev.

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Debates, workshops, fórum de debates, exposições e estandes, com a participação do Rev. Gildásio Reis, Rev. Mariano Alves Júnior, Mis. Mônica Mesquita, Mis. Patrícia Mota e Mis. Simone Alvarez, entre outros.

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ADOLESCENTES

Adolescentes e crentes Nos treinamentos do PAVI, pais e líderes são encorajados na difícil e possível tarefa de evangelizar e caminhar com adolescentes nas igrejas cristãs

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adolescência é uma fase de grande desafio, tanto para o adolescente que começa a viver descobertas e experiências, quanto para os pais, que vêem seus filhos mudando nos aspectos físicos e, principalmente, emocional, alterando muitas atitudes rapidamente. Para a liderança nas igrejas cristãs, o desafio também existe: adolescentes de famílias diversas, com inseguranças, vontades e expectativas diferentes. Como apresentar o Evangelho da Salvação e caminhar com esses adolescentes, ensinando a amar as Sagradas Escrituras acima de todas as coisas, acima de tudo o que possa ser apresentado fora da vontade de Deus? Pensando nisso, há 25 anos nascia o PAVI (Preparando o Adolescente para a Vida), um ministério com o claro objetivo de abordar assuntos pertinentes ao mundo dos adolescentes, envolvendo os pais e a liderança cristã que convivem e compartilham dessa importante fase de cada ser humano. “O idealizador e fundador do Projeto foi o Pastor Wanderley Rangel Filho, pastor batista que percebeu naquela época (julho de 1989) a grande dificuldade que os líderes das igrejas enfrenta-

vam para desenvolver trabalhos com os adolescentes nas igrejas além também das dificuldades de relacionamento e compreensão dessa faixa etária”, conta Paula Bianchi Romer, psicóloga, psicopedagoga e mestre em ciências da religião, que atualmente é a coordenadora geral do PAVI. Paula atua profissionalmente em consultório e capelania hospitalar, e é membro da Igreja Presbiteriana do Brás (SP), com o esposo e os dois filhos. “Sabemos que o trabalho não é nosso mas sim do próprio Deus que nos está dando o privilégio de servi-Lo, atendendo a esse público específico”, conta Paula. O PAVI atende igrejas quando recebe o convite para hospedar o curso em um semestre. A partir daí, divulgam na região com cartazes, e muitos irmãos de igrejas evangélicas fraternas, que desenvolvem um trabalho sério com essa faixa etária, participam. A grande dificuldade para pais e líderes de adolescentes é encontrar formas de aproximação com esse público alvo. Para Paula, é importante lembrar que os adolescentes estão em transição, pois não são mais crianças, não querem mais ser vistos dessa maneira,

Psicóloga Paula durante formatura de uma turma do PAVI

mas também ainda não são adultos, e falta maturidade para muitas situações. Essa é uma questão que todos passaram, mas hoje, de acordo com a psicóloga, há um agravante, principalmente na intensidade: a exposição à mídia. “A mídia como um veículo de comunicação de grandes massas, tem feito seu papel ao longo do tempo, favorecendo a disseminação de conceitos, pensamentos e ideais, que a médio/longo prazo vão modificando valores na sociedade. Nossos adolescentes da atualidade já nasceram numa sociedade muito transformada onde tudo é muito “normal”, onde o “todo mundo faz” é uma justificativa para se autoafirmar”, explica. Para os adolescentes que

desde criança foram instruídos dentro da Escola Bíblica Dominical, com culto doméstico ou com os ensinamentos aprendidos na igreja/Bíblia/família, as informações que recebem na fase de adolescência são, em sua maioria, bem diferentes do que foi ensinado na meninice, e, então, os conceitos se chocam. “Valores que pareciam tão bons e certos agora são questionáveis e até arcaicos, ‘coisa do passado’. Nossa geração da era digital já nasceu ‘na rede’, estão antenados. A mídia é sua parceira diária, e com horas e horas expostos à ela, como não ter a cabeça feita pela mesma? É preciso muita maturidade para não sucumbir! E tem muito adulto que não está dando conta também”, afirma Paula. Para o PAVI, o adolescente tem condições de compreender seu lugar diante de Deus e sair deste círculo vicioso, pois, no Senhor o adolescente pode tomar boas decisões com consciência e com liberalidade. Entretanto, uma família e uma liderança cristã bem preparada para receber e caminhar lado a lado com o adolescente, é fundamental para o sucesso nessa fase da vida. Dentro da Igreja, o papel

da liderança em relação ao adolescente, deve ser de conscientização, levantando novos obreiros adultos no trabalho com os adolescentes. É importante, ainda, investir tempo e pastoreio a esses irmãos que não são a igreja do futuro, mas sim a igreja no presente, assim como as crianças e os jovens. “Como cristãos e líderes, precisamos nos colocar à disposição da ação de Deus: Orar sem cessar pelos adolescentes e oferecer-lhes bons testemunhos; proporcionar atividades e programações não para atraí-los mas para gerar transformação de vida e temor a Deus; acompanhar as tendências e as influências do dia-a-dia para compreender melhor as lutas e ajudá-los a não retroceder na fé; oferecer um ambiente de integração e inclusão, com um espaço onde ele tenha amigos/ irmãos para não ter que depender tanto das amizades de fora; e, acima de tudo, apresentar a Palavra Santa que dá sentido real às nossas vidas”, conclui a psicóloga Paula. Para saber mais sobre o PAVI, escreva para paulab.romer@uol.com.br, ou procure no facebook pelo grupo público “Ministério PAVI”.


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EVANGELIZAÇÃO

Juazeiro do Norte e reg N

o dia 24 de julho o Presbitério Sul do Ceará, com apoio do Sínodo do Ceará, realizou a Cruzada Verdade e Vida, em parceria com a APECOM – Agência Presbiteriana de Evangelização e Comunicação e apoio da LPC –Luz para o Caminho. A IP em Juazeiro do Norte aceitou o desafio de coordenar o evento, sendo o Rev. Marcos Aurélio Marques Vieira, o responsável por toda a programação. “Iniciamos um período intenso de oração e divulgação do evento, nas igrejas presbiterianas da região, presbitérios, demais igrejas e convidados. Foram distribuídos 43 mil panfletos/convites por meio da Gincana de Divulgação Verdade e Vida envolvendo as sociedades internas da igreja (lista de convidados pessoais, convites gerais nas praças, ruas, sinais de trânsitos)”, conta rev. Marcos Aurélio. Outras ações envolveram os moradores de Juazeiro do Norte, como a inserção de mais de 500 chamadas de propagandas nas rádios nas cidades Juazeiro e Barbalha, compartilhamento nas redes sociais, cartas convites para as igrejas evangélicas da região, cartazes fixados nas igrejas e locais públicos, confecção e distribuição de aproximadamente 300 camisas

aludindo à Cruzada, e 40 dias de oração e jejum envolvendo as igrejas de Juazeiro e Várzea Alegre, com aproximadamente 200 irmãos participando. Tanto envolvimento e preparação culminou em uma cruzada com retorno positivo. No ginásio Poliesportivo em Juazeiro do Norte, 2.600 pessoas participaram, com registro de caravanas de Juazeiro do Norte, e de outras cidades, como Brejo Santo, Barbalha, Várzea Alegre, Icó, Parambu, Iguatu, Tarrafas, Baixio, Acopiara, Fortaleza, Milagres, Crato, Russas, Farias Brito, Pedra Branca, Solonópole e outras. Pregou o Rev. Hernandes Dias Lopes com base em Atos 17.16-34, com o tema: “Conhecendo o Deus Desconhecido”. A participação musical foi da cantora Socorro Telles de Campina Grande (PB). Nos dias 25 e 26 (sábado e domingo), foi realizado, ainda dentro da programação em parceria com a APECOM, o workshop “O evangelho em sua mão” dirigido pelo Rev. Paulo Passos para 137 participantes, nas dependências da IP em Juazeiro do Norte. Os participantes representavam 12 igrejas e 5 presbitérios, além da presença de 7 pastores. “Todos puderam receber essa importante

ferramenta de capacitação para a evangelização pessoal. Estamos muito felizes com os resultados e repercussão da Cruzada Verdade e Vida e do Workshop ‘O evangelho em sua mão’. Nunca tivemos tão grande número de pessoas novas na igreja como nesses domingos pós-cruzada. Estamos fazendo contatos e oferecendo o curso de discipulado para os interessados. Muitas lideranças locais e estaduais estão elogiando o excelente trabalho realizado em Juazeiro do Norte pela IP. A igreja está desfrutando de uma boa reputação na cidade e região”, testemunha o rev.

Momento de oração pelos presentes, após a exposição bíblica


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ião ouvem o evangelho

Rev. Hernandes Dias Lopes, preletor na Cruzada Verdade e Vida

Cerca de 2.600 pessoas participaram da Cruzada

Marcos Aurélio. Juazeiro do Norte está entre os três maiores centros de romaria do Brasil. São centenas de milhares de visitantes a cada ano. De acordo com rev. Marcos Aurélio, a partir dessa Cruzada, um novo sonho e desafio nasceu no coração da liderança. “Queremos evangelizar o coração nordestino e precisamos de apoio das autarquias da IPB. Já somos imensamente gratos por tudo que o Senhor realizou nesses dias, pelo indispensável apoio da APECOM, das igrejas, presbitérios, Sínodo do Ceará, e pela bravura e vanguarda da IP em Juazeiro do Norte. Mas queremos ser cada vez mais usados, para a glória do nosso Deus”, concluiu.

Rev. Jobson (pastor da cidade Crato), Presb. Robson Simões (IP Juazeiro do Norte), Rev. Paulo de Tárcio (Apecom), Rev. Marcos Aurélio (Secretário de Evangelizacão / IP Juazeiro do Norte), Rev. Luiz Augusto (Presbitério Sul do Ceará), Rev. Edson Marcio (Sínodo Ceará)


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IGREJA EM AÇÃO

Corrida Solidária No mês de missões, terceira Corrida Rústica Solidária aconteceu em Rio das Ostras com renda destinada a projeto na África

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o dia 2 de agosto, a IP de Rio das Ostras (RJ) reuniu-se para a 3ª Corrida Rústica Solidária. O projeto é iniciativa da própria igreja e tem a renda destinada ao Projeto Educando, em Guiné-Bissau, na África. Rogério e Fabiana servem em Guiné-Bissau há sete anos e meio (desde 2008). “Quando chegamos lá assumimos o departamento infantil da IP de Gabú, na época com 40 crianças, hoje de 350 a 400. Algo que nos incomodava era ver as crianças da igreja sem acesso à escola. O ensino público em Bissau é uma catástrofe, as escolas não têm estrutura, faltam coisas básicas como o giz e as carteiras para os alunos. Por falta de pagamento os professores passam a maior parte do ano em greve, e eles não têm formação”, explica o missionário Rogério. Diante desse quadro, os missionários colocaram na Escola Cristã, 10 crianças, filhos de famílias da igreja, e passaram a buscar entre os mantenedores, pessoas que pudessem ajudar financiando os estudos dessas crianças. “Um ano depois já tínhamos 50 crianças ajudadas por irmãos do Brasil. Os primeiros dois anos do

Projeto Educando assistia apenas à escola regular, mas era pouco para fazer diferença na formação delas. Foi aí que iniciamos

construindo a sede que foi inaugurada em setembro de 2014, com seis salas de aula, secretaria, diretoria e enfermaria. “Tudo foi cons-

stor Conrado Alves, pa s 10 km com rev. do as or ed nc ve As onário com o casal missi Rio das Ostras, e

da IP

Representantes das soc

iedades internas

rida que mostrou exemplo

Tequinha, participante da cor de superação

as aulas de reforço escolar”, conta Fabiana. A partir de então, o projeto preparou um lugar para receber essas crianças,

Membros da igreja reunid

truído debaixo de muita oração e investimento de igrejas e padrinhos do projeto Educando. Além disso, encontramos o desafio da

os para ajudar o projeto

fome: a maioria das crianças só se alimenta uma vez ao dia. Várias vezes encontrávamos algumas delas amuadinhas e às vezes até

Educando

chorando de dor no estômago e dor de cabeça por não ter comido nada no dia”, contam. O projeto passou a servir café da manhã e


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REFLEXÃO almoço às crianças, também financiado pelos padrinhos. Atualmente o projeto beneficia 150 crianças. “O maior desafio é a falta de recursos para pagamento de funcionários, professores, alimentação, medicamentos e manutenção. Muita gente apadrinha, envia só as primeiras mensalidades e logo esquece, mas não podemos tirar do projeto uma criança que o padrinho abandonou. Temos de assumir tudo. As conquistas são muitas também: a cada fim de ano letivo caminhar com um aluno até a bancada para receber seu diploma de conclusão – seja da pré-escola, ensino fundamental, ou médio – é uma grande conquista. E a maior alegria é ver a vida das crianças transformadas pelo evangelho”, contam Rogério e Fabiana. Este ano, o casal missionário veio participar da 3ª edição da Corrida Rústica Solidária. “Nós nos sentimos com se estivéssemos participando de culto de adoração ao Senhor através do esporte, com tanta gente correndo e trabalhando por uma única causa: abençoar as crianças do Projeto Educando. Foi um presente de Deus, que nos marcou profundamente”. No primeiro ano da Corrida, em 2013, a arrecadação foi utilizada para compra de Bíblias da língua crioulo. Já em 2014, foram adquiridos instrumentos para aulas de música. Em 2015 foram mais de 200 atletas inscritos, entre homens e mulhe-

res, com faixa etária entre 15 e 80 anos. E um público estimado entre 600 e 700 pessoas, segundo a Guarda Municipal. Nos últimos dois anos de Corrida foram distribuídos cerca de 500 Bíblias e quatro mil folhetos evangelísticos. Nesta edição a corrida contou com a presença de Jose Alberto Manger, o “Tequinha”, atleta de mountain bike, bicampeão do Iron Biker, entre outros títulos, que viu a vida mudar após sofr er um acidente em 2013 que o deixou tetraplégico. Com apoio e incentivo da família, aos 69 anos, voltou às competições e foi um grande exemplo de superação. Marcelo de Moura Manger Gripp conduziu o pai na cadeira de rodas preparada especialmente para o evento pelos 10 km e conquistaram a 20ª colocação na classificação geral da categoria. Membros e representantes das sociedades internas da IP de Rio das Ostras, participaram e colaboraram com a montagem de toda estrutura, divulgação e, também, como atletas, correndo e trabalhando por uma causa maior. “Foi maravilhoso sentir tanto amor demonstrado através de tanto trabalho e disposição dos organizadores, da alegria e força de vontade dos corredores, a presença marcante dos membros da IP de Rio das Ostras dando apoio, incentivo e servindo em tudo que fosse preciso”, concluem os missionários.

Construindo uma boa amizade Christofer Cruz

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uitas vezes, não paramos para avaliar como andam nossos relacionamentos e quanto influenciamos ou somos influenciados. Com quem você anda? Por que você anda com quem anda? Por que as pessoas com quem você convive vivem com você? É uma boa reflexão, principalmente quando se é cristão. Precisamos ser exemplo vivo e físico de Cristo. Quer queira ou não, certamente você é influenciado de uma forma ou de outra por seus amigos. Amizades saudáveis te levam a Deus. É necessário construir amizades verdadeiras. A verdade é que temos muitos colegas, mas poucos amigos. Muitas vezes temos pessoas em alta estima e, aparentemente, esse cuidado pode ser recíproco. Mas atente para uma coisa: se tivesse pouco a oferecer, as pessoas que você considera amigos continuariam ao seu lado? E quando você passa por alguma dificuldade, seja ela emocional ou material, essas pessoas continuam o ao seu lado ou tendem a se afastar? Pense como tem sido sua conduta nos últimos meses. Como você tem sido influenciado por suas amizades? É preciso cui-

dado, cautela. Repare no seu modo de agir e analise se você tem sido mais piedoso ou mais arrogante como resultado de suas amizades. Seria errado dizer que não podemos conviver com pessoas que não têm boa conduta, isso porque devemos influenciar o mundo. Se não converso com um arrogante, como vou influenciá-lo a ser humilde? Se não converso com uma pessoa que a sociedade tende a excluir, como posso fazer com que ela venha a se transformar? Nosso exemplo é a principal e melhor maneira de mudar a ótica de alguém. Nossas palavras são necessárias, mas podem ser vazias. O agir, ao contrário, tem um impacto muito maior. Alguém pode condenar a hipocrisia, mas se essa pessoa agir como hipócrita, suas palavras não terão o peso que teriam caso se portasse como deveria. A questão é a seguinte: cultivamos amizades saudáveis, nos blindamos de influências más, ou deixamo-nos levar pelas ideias alheias, mesmo que às vezes vazias de fundamento ou até de moral? As Escrituras Sagradas nos advertem quanto aos relacionamentos que construímos. Provérbios 18.24 nos diz que há amigo mais chegado que um irmão.

Amizades assim é que são relacionamentos saudáveis. São amizades assim que se firmam mesmo em meio à angústia. Como estamos valorizando nossas amizades existentes? Provérbios 17.17 nos diz: “Em todo tempo ama o amigo e na angústia nasce um irmão”. Há momentos em que podemos deixar de prezar nossos amigos. Isso é errado. Mais do que fazer novas amizades, precisamos valorizar os amigos que temos. Possivelmente você perceberá quem são as pessoas mais chegadas quando você passa por uma situação difícil. Isso porque em momentos assim pode-se observar quem de fato se preocupa com você. Como seus amigos o veem? Sabemos que, como cristãos, devemos ser sal e luz para o mundo. Ouve-se dizer que somos “a Bíblia para os que não a leem”. Como você tem se comportado? O cristão deve refletir Cristo em tudo que ele faça, em todos os momentos, em todos os lugares. Você tem demonstrado o cuidado de Deus em sua própria vida e, assim, tem sido “a Bíblia” para seus amigos não cristãos? Pense nisso! Christofer Freitas Oliveira Cruz é seminarista no Seminário JMC, membro da IP Central de Jataí (GO) e trabalha com adolescentes na 1ª IP de São Bernardo do Campo (SP).


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CAPA

Futuros missionários da APM Mônica Mesquita relata com emoção algumas experiências marcantes Mônica Mesquita

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o pequeno aeroporto de Corumbá/MT, seguimos dia 15 de julho em um ônibus para a pequena cidade de Puerto Suárez, na Bolívia. Uma abundante chuva pantaneira nos recebeu, como uma saudação ao grupo de 34 pessoas (25 adultos e 9 crianças). Havia brasileiros, um casal de peruanos (alunos do CFM) e um pastor chinês, casado com uma aluna brasileira do CFM. Desse 9º estágio participaram de 11 pastores, dos quais 10 são da IPB. Nossos anfitriões foram o Rev. Geraldo Batista Neto e sua esposa Gláucia, há quatro anos nesse campo da APMT. Outro precioso casal, Presb. Dom Braulio e Pelegrina, também foram importantes para bom o êxito do estágio. Ele é um dos fundadores da Igreja. Dentre as diversas ações executamos de 15 a 28 de julho, destaco a capacitação para professores de ED (adultos e crianças) da igreja local e de outras. Nossas atividades foram divulgadas no programa diário de rádio do Rev. Geraldo. Assim que divulgamos El taller de títeres (Oficina de fantoches) com

vagas limitadas, de imediato pessoas começaram a ligar na rádio e uma senhora, grávida de 8 meses, chamada Emília, foi até lá pessoalmente para garantir sua vaga. Além de aprender a confeccionar o fantoche, os inscritos poderiam levar o seu exemplar prontinho para casa. Gláucia contatou com antecedência as irmãs da igreja, o que resultou em três máquinas de costura emprestadas. O material empregado foi todo levado do Brasil e doado aos participantes. Nosso grupo foi subdividido em quatro. Fizemos uma escala para cada grupo participar de todas as programações. Uma expe-

riência marcante foram as visitas ao cárcel, presídio da cidade. Diferentemente do modelo brasileiro, os presos moram na cadeia com seus familiares. É isso mesmo. O governo boliviano não lhes oferece alimentação. A família é que os supre. O primeiro grupo que foi ao presídio voltou abismado, pois além de ver as esposas e filhos com o preso, morando lá, presenciou uma cena inusitada: três pessoas estavam preparando um jacaré para a refeição do dia, e usavam facas. Nem preciso dizer o quanto isso foi novidade para um brasileiro. A rotina é simples: de manhã, as esposas vão para seus tra-

Equipe e crianças na Escuela Bíblica de Inverno

Alunos CFM na chegada à Iglesia Presbiteriana de Puerto

balhos, as crianças vão para as escolas e, no fim do dia, todos voltam para “casa”. A estrutura física do presídio nos pareceu extremamente precária, o que não difere tanto do modelo brasileiro. Algo que impressionou foi que em cada uma das nossas idas ao presídio, todos os detentos e familiares deixavam o que estavam fazendo, traziam seus banquinhos ou cadeiras e sentavam ao redor do nosso grupo, acompanhando com interesse os cânticos e a pregação. Em nossa última ida lá, vários deles oraram,


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MT realizam estágio na Bolívia do 9o Estágio Transcultural do Centro de Formação Missiológica (CFM)

consagrando a vida a Deus. Outro ambiente que impactou a todos foi o hospital “de lós Cubanos”. Mais parecia uma pequena clínica, mas é o único da cidade. Ali, conhecemos Jaqueline, que acabara de dar à luz seu terceiro filhinho. Devido a complicações pós-parto, mãe e filho ficaram algumas semanas internados. O grupo leu a Bíblia com ela, ouviu sua história, cantou e orou por ela e seu bebê, cujo nome, segundo ela, seria Fabrício. Alguns dias depois, em plena Escola Bíblica, quem

chega à igreja? A Jaqueline. Ela, sua mãe, seu filho do meio e o “Fabrício” que, porém, ela registrou como Moisés! Conversamos bastante com aquela singela família e soubemos que sua outra filha, a primogênita de 11 anos, era portadora de grave deficiência desde o parto, por negligência médica. A menina não fala, nunca foi à escola e depende de outra pessoa para muitas coisas. Alguns dias depois, fomos visitá-los, num bairro bem distante. Uma casinha de madeira, de chão batido, abrigava a família

do pequenino Moisés. A Palavra foi pregada, mais uma vez, e nossa esperança é que a salvação chegue efetivamente àquela casa. Nos primeiros dias ali, divulgamos a “EBI – Escuela Bíblica de Invierno” (as férias já haviam acabado) que aconteceria na semana seguinte, para crianças e adolescentes de 5 a 16 anos. Tivemos uma grata surpresa. Em conversas anteriores com nosso missionário local, estimamos uma média de 80 crianças. Para evitar imprevistos, preparamo-nos para receber 100 crianças, que ficariam conosco das 14 às 17h00. Foi então que Deus, mais uma vez, nos surpreendeu: 207 crianças! Isso mesmo! No primeiro dia tivemos 207 crianças! Que ginástica fizemos para providenciar mais lanches, além dos materiais para as atividades. No final tudo deu certo e, apesar do cansaço, todos estávamos felizes, gratos a Deus, e com um sentimento de dever cumprido. Mais de duas centenas de crianças ouviram e memorizaram a Palavra, confeccionaram atividades manuais, tomaram um gostoso lanchinho e se divertiram muito. Algumas conquistaram de modo especial

O Centro de Formação Missiológica (CFM) ministra curso de preparo missionário oferecido pela APMT – Agência Presbiteriana de Missões Transculturais. A duração é de 1 ano, com 17 módulos de 32 horas/aula de fevereiro a novembro, na cidade de São Paulo. Informações cfm@ apmt.org.br. É obrigatório para os que desejam ser missionários transculturais da IPB. Estágio Transcultural A cada ano, o CFM realiza um estágio de duas semanas em algum campo missionário da APMT, geralmente na América do Sul. A participação no estágio também é um pré-requisito para todos que queiram tornar-se missionários da APMT. Em 2014 foi no Peru, e 2015, na Bolívia.

os nossos corações, como foi o caso do Carlito. Um menino especialíssimo. Sempre com um sorriso maroto, sempre cuidando de sua irmãzinha pequena, bom de garfo pra valer e, acima de tudo, cativante, autêntico e de uma simpatia contagiante. Foi à igreja quase todos os dias durante nossa estada! Houve quem dissesse, assim meio sem pensar, “quem sabe o Carlito não será o próximo pastor aqui da igreja?”. Um diferencial em nossa EBI foi a inclusão de adolescentes. Fomos o primeiro grupo missionário a passar por lá e preparar trabalhos específicos para eles. Além da EBI, realizamos um acampadentro, em nosso último sábado lá e, para surpresa geral, parti-

ciparam 25 adolescentes de 12 a 16 anos. Apenas oito eram membros da igreja. Foram noite e madrugada inteiras com estudos, cânticos, orações, além de lanches, filmes e jogos. A programação foi tão marcante, não só do acampadentro em si como também da EBI que, desde então, o jovem Miguelangelo, que mora a duas casas da igreja, mas que nunca lá havia comparecido, se tornou um frequentador assíduo, devendo ser discipulado pelo Rev. Geraldo. No culto de despedida, dia 28 de julho, o Miguelangelo foi presenteado com sua primeira Bíblia. A evangelização de porta em porta calou fundo em nossos corações. Continua


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PROJETO SARA Em seu infinito amor, Deus abriu várias casas, onde orações foram feitas, a Palavra foi pregada e Cristo foi anunciado. Jamais nos esqueceremos de Dona Lola, que gentilmente nos recebeu duas vezes, abrindo seu coração à Palavra. Da segunda vez, seu marido Dom Alberto participou do estudo bíblico e até tentou cantarolar as letras das músicas que entoamos naquela noite. Ficamos alegres quando, no último domingo em Puerto, vimos Dom Alberto, sua filha e genro entrando na igreja e participando do culto conosco! Glorificamos a Deus! Eles jamais haviam ido à igreja! E o que dizer de Dona Luzía? Quando batemos em sua porta, ela estava preparando uma enorme panela de patasca, comida típica da região, preparada com a cabeça inteira de um boi. Ela é avó do pequeno Edgar, um menininho lindo que conhecemos na rua. Foi por causa dele que fomos parar naquela casa. Dona Luzía nos recebeu com desconfiança, mas foi abrindo o coração, ouvindo atentamente a Palavra, e nos serviu, com todo desprendimento, uma deliciosa chicha feita de mani y maíz. Ela insistiu que voltássemos, mas isso ficou por conta do Rev. Geraldo, uma vez que estávamos prestes a retornar ao Brasil. Alguns do nosso grupo pela primeira vez na vida entraram numa aldeia indígena. Os ayoréo vivem

nos arredores da cidade. Levamos cestas básicas para as 22 famílias da aldeia, que são muito pobres e as receberam com alegria. Naquele ambiente bucólico e sob um ameno sol vespertino, toda a aldeia foi se achegando e se assentando. Juntos, ali, entoamos louvores em português, em espanhol e em ayoréo. Em seguida a Palavra foi pregada em português, com tradução simultânea para aquelas línguas. Constatamos que há uma versão impressa do Novo Testamento para a língua ayoréo, publicação de 1988. Em nosso pensamento pairaram duas questões: alguém investiu décadas de sua vida para que aquele povo tivesse a Palavra de Deus em sua própria língua. A segunda foi: será que um dia o povo ayoréo terá também o Antigo Testamento em suas mãos? Muitas outras maravilhas aconteceram. Se cada um dos participantes do estágio relatasse sua impressão, outras experiências e olhares seriam relatados. De uma perspectiva particular, procurei compartilhar neste espaço uma pequena porção do que foi o verdadeiro banquete espiritual de que participamos nos nossos inesquecíveis dias na cidade do Moisés, do Carlito, do Miguelangelo, da Lola, da Lucía e de tantos mais. A Profª Mônica de Barros Barreto Guimarães de Mesquita é missionária da APMT (www.apmt. org.br), coordenadora do Centro de Formação Missiológica e do Estágio Transcultural.

Deixe a criança ir “Trouxeram-lhe algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse. Jesus disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus.” Mateus 19.13-14

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ste ano comemoramos 10 anos do Projeto Fé em Ação em nossa amada Igreja Presbiteriana de Praia Grande. Fomos de porta em porta pregando as Boas Novas de salvação, distribuindo Bíblias e folhetos. Uma linda programação foi realizada na Escola Municipal do bairro, com fantoches, teatro, coral, ministração da Palavra pelo nosso pastor, além de tantas outras atividades. Quando chegamos ao local, Samuel, de 11 anos, perguntou às tias como iria evangelizar aquelas crianças. O fato é que sua mãe pensou que ele iria ficar brincando enquanto ela realizava evangelismo nas ruas. Ele estava tão preocupado, que sua mãe o deixou ir às ruas juntamente com os jovens. Além dele foram também seus amigos Artur de 9 anos, e o pequeno Tiago de apenas 6 anos. Era um bairro muito carente e perigoso de fato, mas Deus tocou nossos corações, fazendo-nos entender o que Jesus pensa sobre as crianças: “Deixai os pequeninos...”. Essas crianças não deixavam uma pessoa passar pela rua sem receber a Bíblia. E nós éramos conduzidos a falar a cada pessoa que Deus colocava em

Evangelismo nos lares com jovens e crianças

Falando de Jesus e distribuindo Bíblias

nosso caminho, além das casas que abriam suas portas para ouvir do Evangelho. Entramos numa casa onde havia um menino autista, que estava muito inquieto. Pregamos o Evangelho à sua mãe, que chorava e reconhecia o quanto Deus a amava por estarmos ali. E quando fomos orar, o menino ficou quietinho. Até então, ninguém chegava perto do menino. Mas ao terminar a oração, o pequeno Tiago entregou uma

Bíblia pra ele, que esboçou um discreto sorriso. Levamos a mensagem do amor de Deus àquelas pessoas e fomos ricamente abençoados pela experiência em realizar a obra do Senhor nas ruas mais carentes de nossa cidade. Que sirva de testemunho e incentivo a todas as igrejas para investirem nos Projetos dos jovens e crianças. Eles estão cheios de vida e disposição para a obra do Senhor.


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FAMÍLIA MISSIONÁRIA

Família Castro A

Família Castro, composta pelo Rev. Cornélio Caldeiras de Castro, Emma Erben de Castro, sua esposa, e os filhos Paulo Andrés e Samuel Davi, tem se dedicado à obra missionária. Rev. Cornélio e outros jovens presbiterianos fundaram por volta dos anos 80 o “Projeto Andes”, com o objetivo de organizar viagens missionárias aos países andinos durante as férias de julho e janeiro de cada ano. Bolívia, Peru, Equador, Paraguai e alguns estados brasileiros receberam esse grupo de jovens para um mês de evangelização nas mais distintas formas, porta-em-porta, música, teatro, apresentações em escolas, praças e igrejas, sempre contando com o apoio da JME – Junta de Missões Estrangeiras. A IP em Cochabamba, Bolívia, nasceu depois de uma dessas viagens, quando o Conselheiro do Projeto Andes, Rev. João Carlos Mota, que acompanhava o grupo de jovens, sentiu o desejo no coração de plantar uma igreja presbiteriana naquela cidade. Vendo a necessidade do preparo para realizar a obra missionária, Cornélio foi orientado a fazer o seminário e seguiu para o JMC – Seminário José Manoel da Conceição, em São Paulo (SP). A missionária Emma era, então, uma jovem paraguaia, muito envolvi-

da com a evangelização de seu povo desde a adolescência e ganhou uma bolsa de estudos no CEM – Centro Evangélicos de Missões, em Viçosa (MG). Casaram-se ao final de seu curso de dois anos, estando Cornélio, ainda no terceiro ano do

Concepción, Centro Educacional Presbiteriano, tão somente, com dois anos de fundação. Ali, deram prosseguimento ao avanço da escola abrindo, anualmente, uma série a mais. O casal dirigia a Escola e ainda cuidava da igreja na cidade e de

desde 2011 desenvolve seu ministério no Departamento de Comunicação da APMT, Agência Presbiteriana de Missões Transculturais, cuidando das publicações nas redes sociais, gerenciando o site, e produzindo materiais impressos.

seminário. Ambos concluíram sua formação acadêmica, trabalharam em igrejas no Brasil e depois seguiram para o Paraguai, onde desenvolveram o ministério com revitalização de igrejas, evangelização, discipulado e formação de liderança em Santa Rita, San Lorenzo (grande Assunção) e Concepción. Fundaram em San Lorenzo o IPPB, Instituto Presbiteriano Paraguai-Brasil e, posteriormente, assumiram a pequena escola de

mais três congregações na zona rural de Concepción. Em 2007, retornaram ao Brasil, uma vez que a IPP, Igreja Presbiteriana no Paraguai, assumiu a responsabilidade dos projetos. Ficaram sete anos em São Paulo, quando Rev. Cornélio pastoreou igrejas locais e Emma pode desenvolver seu ministério na LPC, Luz para o Caminho, em Campinas (Departamento de Comunicação em espanhol), depois na RPC (atual APECOM) e,

No final de 2013, o Rev. Cornélio recebeu um convite para um desafio nos Estados Unidos, na cidade Southamptom; uma Igreja de imigrantes brasileiros que teve seu início na residência do Presbítero Francisco Carvalho, ex-presbítero da IPPenha (SP) com reuniões de oração semanal e estudos bíblicos. O grupo foi crescendo, se fortalecendo e surgiu a necessidade de um local fixo para os cultos. Rev. Cornélio conta

que tem trabalhado, também, com imigrantes Chilenos, Colombianos, Hondurenhos, Paraguaios, Costa Riquenhos, Guatemaltecos e de muitos outros países hispanos. Para muitos, morar nos EUA é um “sonho”, mas quando, os que lá desembarcam, se enfrentam com a realidade de solidão, saudade dos familiares e dos amigos, trabalho “duríssimo” (porque o custo de vida é muito alto) e futuro incerto, eles enfrentam crises terríveis. É aí que, também, surgem as oportunidades, conta-nos a missionária Emma, pois a necessidade espiritual do ser humano, de se relacionar com o seu Criador e de ter paz no coração, é a mesma em todos os lugares do mundo, seja em países super desenvolvidos ou nas regiões mais carentes. O que um dia foi um berço abençoado cristão e uma máquina poderosa para semear o Evangelho nas nações, hoje precisa de nossas orações. É neste contexto que Cornélio e Emma se dispuseram a trabalhar. Mesmo sentindo a falta dos filhos, Paulo Andrés, no Brasil e Samuel Davi no Paraguai, reconhecem que é Deus quem os enviou para lá e que Ele fará com que brasileiros, hispanos e americanos se convertam ao Senhor e, ao voltar para suas regiões possam levar Cristo aos seus familiares. Ore por essa família missionária.


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FORÇAS DE INTEGRAÇÃO

Unidos para louvar Culto de jovens da zona leste de São Paulo completa 13 anos com programação especial e início de um grande coral jovem unido

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e 23 a 25 de julho aconteceu na Igreja Presbiteriana de Cidade AE Carvalho, zona leste de São Paulo, a 13ª edição do JOPRESB – Jovens Presbiterianos, uma realização da mocidade local, que teve início em julho de 2003 com iniciativa da então diretoria, realizando cultos da UMP às sextas-feiras, com o nome de “Sexta Jovem”. A ideia cresceu, ganhou novos desafios, e passou a ser realizado durante uma semana inteira, com envolvimento de toda a igreja, e convite a pregadores e grupos de outras igrejas. Atualmente o formato é de três dias, e o objetivo das diretorias da UMP desde o início é agregar o maior número possível de jovens da igreja, do bairro, do presbitério local (Presbitério Extremo Leste Paulistano – PELP) e do Sínodo. De acordo com Jhonatan Diego Santos Barreto, regente do Coral Jovem da IP AE Carvalho e presidente da UMP local, esta 13ª edição teve uma participação muito especial. “Conseguimos iniciar o Grande Coral Jovem Unido, que é a união dos coros de três igrejas do presbitério e irmãos do sínodo, o que muito alegrou o coração de toda a igreja”.

O Coral Jovem Unido entoou louvores no último dia de JOPRESB (25/07) com vozes de 90 jovens, unindo coros das Igrejas Presbiterianas dos bairros AE Carvalho, Penha e Parada XV de Novembro, além de coristas de outras igrejas do Sínodo. Três ensaios gerais e o apoio dos regentes dos coros foi fundamental para que o coral pudesse participar do JOPRESB. “Para que esse Coral se formasse e se apresentasse contamos com a superajuda dos regentes dos corais jovens que formaram o Coral Jovem Unido: Victor Pagliaci, Surama Lima (regentes do Coral Jovem da Penha), Solange Vieira (Regente do Coral Jovem UPA – Unidos para Adorar da IP XV de Novembro), Ruben Estevão e Veronica Pacheco (membros do Coral Jovem Shalom de AE Carvalho). Essa foi a equipe que deu apoio para a união dos corais e os corridos ensaios que resultaram em uma noite especial de louvor a Deus pelo canto coral, formados pela união desses jovens que se juntaram para adorar”, informa Jhonatan. O tema da 13ª edição foi “Iluminados os olhos do vosso coração” (Ef 1.17-

Diretoria UMP da IP A.E Carvalho: José Eleilson, Matheus, Katerine, Gabriela, Fabiana e Jhonathan

19), que foi abordado pelos pastores convidados nos três dias de cultos, Rev. Jean Francesco (IP Penha), Rev. Amauri Oliveira (IP Penha) e Rev. Alcindo

Almeida (IP Alphaville). Ainda de acordo com Jhonathan, a próxima diretoria da UMP da IP A.E Carvalho, bem como toda a igreja, já aspira por novos

Coral Jovem Unido, formado para cantar na 13ª edição do JOPRESB

momentos de comunhão e louvor. “A próxima edição está nas mãos de Deus, que conduzirá a próxima diretoria. Mas o objetivo é sempre o mesmo: envolver a UMP local no trabalho, buscar temas e mensagens de encorajamento para os jovens cristãos, pois sabemos que os desafios são grandes, neste mundo em que os prazeres do “eu” e do “meu” falam mais alto do que o amor à Palavra de Deus e ao próximo. Queremos continuar fazendo a vontade de Deus, louvando o nome dele e levando a mensagem de salvação a quem ainda não conhece”, conclui.


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EDIFICAÇÃO

A palavra de Deus é pão “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4). Frans Leonard Schalkwijk

O

Senhor Jesus foi tentado pelo diabo. Este o assediou somente depois de Jesus ter jejuado por quarenta dias, meditando sobre a vontade de Deus. Notando que Jesus estava com fome, Satanás se aproximou dEle, insinuando que usasse o Seu poder para servir a Si mesmo. Sugeriu que transformasse umas pedras em pães. Mas Jesus não caiu na cilada e respondeu: “Não só de pão viverá o homem, mas de

toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4). Ele queria dizer: pão é importante, mas Deus tem outros meios para sustentar os Seus, como fez para o Seu povo no deserto, dando-lhe o maná, o pão do céu. Assim meu Pai me sustenta, alimentando-me com a Sua Palavra. Jesus resistiu ao diabo, mas muitas pessoas caem nessa cilada. Quando convidados para ouvir a pregação da Palavra, às vezes respondem: “Não tenho tempo, preciso estudar”.

Ou dizem que vão fazer compras, carpir sua roça ou fechar um negócio. Acham mil e uma desculpas. Têm-se tempo para tudo, menos para a Palavra de Deus. Na hora das refeições não se ausentam, mas não têm fome pelo alimento espiritual. Que pena, porque hoje ainda podemos nos fartar com o pão do céu, mas “eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem de sede de água, mas de ouvir as Palavras

do Senhor. Andarão de mar a mar, e do Norte até ao Oriente; correrão por toda parte, procurando a Palavra do Senhor, e não a acharão” (Am 8.11-12). Portanto alimente-se agora e sua alma se fartará (Jo 6.35)! E distribua para outros!

Ó Deus, dá-me fome pelo pão do céu. Dá-me o pão de cada dia, Mas, primeiramente, dá-me cada dia a Tua Palavra, o pão celestial. Amém. Extraído de Meditações de um Peregrino, de Frans Leonard Schalkwijk, Cultura Cristã, 2014.

FALECIMENTOS

Nathanael Antônio de Souza

Geraldo Cardoso de Sá Filho

Faleceu dia 1 de julho, Nathanael Antônio de Souza, aos 98 anos. Nascido em Miguel Calmom, interior da Bahia, frequentou desde criança a IP Gameleira dos Crentes em João Dourado (BA), integrando o rol de membros não comungantes na organização daquela igreja, em 18/04/1925. Era casado com Iracema Pereira de Aguiar, ainda viva com 98 anos, e deixou 12 filhos (incluindo o Rev. Sinval Pereira de Souza), 23 netos, 20 bisnetos e uma tataraneta.

O Presbitério Norte de Minas – PNTM e o Sínodo Norte de Minas – SNM perderam, no domingo, 16.08.2015, o Rev. Geraldo Cardoso de Sá Filho, vítima de um gravíssimo acidente automobilístico na BR-365, quando se dirigia para a Escola Bíblica Dominical na cidade de Pirapora – MG. Rev. Geraldo era pastor da Primeira IP de Pirapora desde 2013. Exerceu por muitos anos a Secretaria Presbiterial e Sinodal do Trabalho Feminino. Atualmente, Rev. Geraldo era o vice-presidente do PNTM e segundo secretário do SNM. Foi pastor titular na Sexta IP de Montes Claros e auxiliar na Primeira IP de Montes Claros. O culto fúnebre foi realizado no dia 17.08.2015, na Primeira IP de Montes Claros. Rev. Geraldo deixa

exemplos de dedicação, lealdade e amor ao serviço do Senhor. Sempre disposto e alegre, deixará saudades em muitos corações da IP norte-mineira.

Natanael Corrêa Faleceu dia 18 de julho, aos 73 anos o Presbítero Natanael Corrêa, na cidade de Tatuí. Foi um membro muito atuante da IP de Tatuí, participando de trabalhos de evangelização e grupos de oração.


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EDUCAÇÃO CRISTÃ

Igreja e Educação Cristã A

AECEP – Associação de Escolas Cristas de Educação por Princípios acaba de publicar o livro Ensino e Aprendizagem – abordagem filosófica cristã, de autoria do Dr. Paul Jehle, com tradução, introdução e notas da Dra. Inez Augusto Borges e prefácio do Dr. Davi Charles Gomes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Paul Jehle é Doutor em Educação, fundador e presidente do Heritage Institute Ministries, diretor executivo da Plymouth Rock Foundation, além de fundador e diretor da TNT – The New Testament Christian School – uma escola paroquial, como as que deveriam ser criadas ao lado de cada igreja cristã, com vistas a formar a próxima geração para ser sal da terra e luz do mundo. Ashbel Green Simonton, em 1867 escreveu sobre a “reconhecida (...) superioridade intelectual e moral da população que procura as igrejas evangélicas”, visto que “o evangelho dá estímulo a todas as faculdades do homem e o leva a fazer maiores esforços para avantajar-se na senda do progresso”. Ao dizer isso, Simonton estava apresentando suas razões para que a Igreja assumisse a responsabilidade pela Educação dos filhos dos convertidos,

defendendo o argumento de que essa não era responsabilidade do Estado e sim da Igreja. A conclusão de Simonton não deixa de ser também uma previsão que, lamentavelmente, vem se cumprindo. Disse ele: “se assim não suceder entre nós a culpa será nossa. Se a nova geração não for superior à atual não teremos preenchido nosso dever. (SIMOMTON, 2002, p. 180 - 184)1. Por isso, esta obra é pertinente e paradigmática. Retomar a educação com base nos alicerces da fé cristã é urgente e indispensável.

Os escritos e ministrações do Dr. Paul Jehle, juntamente com os materiais publicados pela FACE – Foundation for American Christian Education, constituem já há algum tempo os fundamentos para a formação das escolas de EP em nosso país. Em perfeito alinhamento com a tese de que não existe neutralidade na educação, a obra vai além dessa afirmação, expondo a realidade de que a toda filosofia de educação corresponde uma filosofia específica de governo e que, por essa causa, pais

e educadores cristãos não podem ser ingênuos em sua prática educativa e também não podem enviar seus filhos para serem educados “pelos filisteus”, como diz o autor. No dia 27 de julho foi realizado um evento de pré -lançamento, com a finalidade de levantar fundos para custear a obra. Estiveram presentes algumas autoridades ligadas às instituições educacionais cristãs, além do editor da Editora Cultura Cristã, Cláudio Marra, Anízio Alvez Borges membro do CECEP (e esposo da tra-

dutora) e o Coronel Ernesto de Jesus Herrera, Membro do Conselho de Curadores do Instituto Presbiteriano Mackenzie. O lançamento oficial acontecerá em outubro, no 24º workshop de Educação Escolar Cristã, promovida pela aecep. Maiores informações sobre o evento ou sobre aquisição do livro, ver em www.aecep.org.br. 1 SIMONTOM., A.G. Diário 1852 – 1866. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2000.

Inez Borges é psicóloga, Doutora em Ciência da Religião, Mestre em Educação Cristã e membro da IP Penha.

Atenção Concílios e Candidatos ao Sagrado Ministério:

VESTIBULAR UNIFICADO BACHAREL EM TEOLOGIA

II ENCONTRO DE PASTORES E ESPOSAS

2016

Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as Boas-Novas.

Tema |

período de inscrições

Público alvo | Pastores, Missionários da JMN, APMT e PMC, Obreiros, Evangelistas e Seminaristas no último ano de Seminário, com suas respectivas esposas (todos da Igreja Presbiteriana do Brasil).

De 10 a 13 de março de 2016

provas

Local | Centro de Convenções DiRoma em Caldas Novas-GO

Dia 17 de Outubro de 2015

Organização e Coordenação |

r e s u lt a d o s

Informações e inscrições no site: www.saf.org.br Apoio |

SNTF

PLANTANDO IGREJAS PRESBITERIANAS PELO BRASIL

SUA FAÇA ÃO IÇ R C INS TE NO SI B DA IP

De 01 a 30 de Setembro de 2015

ideiadoisdesign

Inez Borges

Dia 30 de Novembro de 2015

JET

JUNTA DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA

Mais informações no site da IPB

www.ipb.org.br


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IGREJAS

Os benefícios fiscais das igrejas Anízio Borges

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m junho passado foi promulgada a Lei 13137/2015, que aborda diversos temas tributários e também modificou a interpretação dada ao §13 do artigo 22 da Lei 8213/91. Por essa nova disposição “os valores despendidos (pelas Igrejas), ainda que pagos de forma e montante diferenciados, em pecúnia ou a título de ajuda de custo de moradia, transporte, formação educacional, vinculados exclusivamente à atividade religiosa não configuram remuneração direta ou indireta.” Consequentemente, fica afastada a incidência de contribuição previdenciária patronal. Trata-se na prática, de isenção fiscal concedida às “entidades religiosas e instituições de ensino vocacional aos ministros de confissão religiosa, membros de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa”. Essa alteração pacifica matéria controvertida perante o fisco, posto que a Receita Federal defendia a incidência de tributos sobre essas verbas e até promoveu autuações fiscais. A medida foi severamente criticada pela mídia, por se tratar de mais um benefício fiscal às Igrejas. Por estar disciplinada numa lei ordinária, trata-se de isenção fiscal, que não se confunde com imunidade fiscal, assegurada na Constituição

Federal. Cumpre-nos neste limitado espaço, contrapor a recriminação da mídia e explanar em breve síntese, a coerência da previsão constitucional, para concluir que o Estado brasileiro não confere nenhum favor à Igreja ao imunizá-la de tributação de impostos. Vale salientar, que além das Igrejas, a sociedade civil organizada, através de associações, entidades hospitalares, educacionais, fundações, institutos (sem fins lucrativos), também são contempladas com a isenção ou a imunidade fiscal. Isso porque, no desenvolvimento de suas atividades, essas entidades proporcionam contribuições inestimáveis ao Estado, mormente no cumprimento de tarefas no âmbito da assistência social, que sabidamente o Estado não consegue desempenhar a contento. Dessa forma, nada mais justo que sejam também contempladas com benefícios fiscais, pois sua atividade fim, na cultura, no esporte, na assistência saúde, na educação e outras, complementam a ação estatal. Ou seja, é uma relevante contribuição social, de modo que, ao servir os mais carentes suprimindo a ausência do poder público, evitará que o Estado venha a despender recursos para corrigir os males da negligência estatal pretérita. Mas ... e a Igreja? Porque a Igreja faz jus à imunidade

e a isenção fiscal? Convém notar, que a comunidade jurídica em geral, trata dessa questão apenas com vistas a assegurar o direito de culto e a facilitar o desenvolvimento das atividades da igreja na esfera patrimonial. “A imunidade dos templos prevista no artigo 150, VI, ‘b’ da CF, visa garantir a liberdade de culto e impede que a tributação reduza o patrimônio e as rendas, ou que onere as atividades religiosas. Pretende-se com isso, assegurar o exercício desse direito fundamental” (MS 22582 2006/018791431). No entanto, a Igreja, diferentemente das demais entidades de cunho meramente social, desempenha o proeminente papel de pacificadora social por excelência! Além do consistente trabalho social que desempenha no dia a dia em favor da sociedade, a Igreja, como detentora da proclamação do evangelho promove profundas mudanças de renovação da mente2 e do caráter, trazendo nova consciência para o exercício da cidadania. O analfabetismo, que tanto denigre a responsabilidade do Estado brasileiro, não encontra espaço confortável nos arraiais das Igrejas. Isso porque, a constante leitura das Escrituras Sagradas se constitui não somente no aprimoramento intelectual, como no amadurecimento espiritual e secular do

cidadão. Como agente de pacificação social, a Igreja tem também a incumbência de influenciar fundamentalmente na consciência do Estado e com seu posicionamento ético, deixar evidentes os desvios de conduta em todas as vertentes da sociedade e do poder público. O evangelho, por sua peculiaridade, é suficiente para reverter condutas perniciosas altamente onerosas ao Estado, como a manutenção do aparelho repressivo, dos sistemas de ressocialização, dos presídios, etc. Por ostentar como paradigma o próprio Senhor da Igreja, Jesus Cristo, os cidadãos regenerados que personificam a Igreja, são instados a adotar parâmetros elevados de valores cristãos no convívio social. O Estado brasileiro, por ser laico (leigo) não pode firmar acordos ou convênios com igrejas3, ao contrário da Nova Zelândia por exemplo. Lá, diferentemente daqui, o Estado reconhece o valioso fator de pacificação social exercido pela Igreja e com ela firma parcerias na implantação de escolas que priorizem efetivamente o estudo das Escrituras Sagradas4. Dessa maneira, a mensagem do evangelho se sobrepõe a neutralidade religiosa do Estado, em decorrência da constatação e do reconhecimento de que o livre ensino das Escrituras implica melhores condi-

ções de desenvolvimento educacional, econômico e do convívio social. Não por acaso, é notoriamente conhecida pelos elevados índices de bem estar social, com imperceptível índice de corrupção e criminalidade. Outro ponto relevante a merecer destaque, consiste no fato de que as mais renomadas universidades norte-americanas5 surgiram nos séculos 17 e 18 a partir do empenho de lideranças da Igreja que se implantava naquele país. Em suma, podemos concluir seguramente convictos, de que a isenção e a imunidade fiscal prevista na Constituição Federal do Brasil, nem de longe, poderão ser objeto de equiparação aos benefícios que a Igreja confere à sociedade brasileira, nem dela se poderá em tempo algum, subtrair o papel singular e intransferível de pacificadora por excelência do convívio social. 1 Ministro Luiz Fux - STF 2 Romanos 12:1-2 3 Constituição Federal Artigo 19 Inciso I 4 Professor Richard Vanderpyl 5 Harvard, Yale e Princeton University

O Dr. Anízio Alves Borges, é advogado e presbítero da IP da Penha, em São Paulo.


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CELEBRAÇÃO

Supremo Concílio celebra 156 da IPB Culto realizado na Igreja Presbiteriana de Brasília reuniu representantes do Supremo Concílio, sínodo e presbitério da região

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o dia 12 de agosto, presbiterianos de todo o Brasil comemoraram os 156 anos da Igreja Presbiteriana do Brasil. A mesa diretora do Supremo Concílio da IPB participou de culto especial de adoração a Deus na IP Nacional, em Brasília, no dia 12 de agosto de 2015. O culto foi uma iniciativa dos três Sínodos (Brasília, Central e Taguatinga) e sete presbitérios (Vale do Paranã, Alto Noroeste Mineiro, Brasília, Taguatinga, Taguatinga Norte, Distrito Federal e Planalto). Estavam presentes todos os membros da mesa do Supremo Concílio: Rev. Roberto Brasileiro Silva – Presidente, Rev. Augustus Nicodemus Gomes Lopes – Vice-Presidente, Rev. Juarez Marcondes Filho, Secretário Executivo e o Presb.

José Alfredo Marques de Almeida , tesoureiro. Na oportunidade, o Secretário Executivo, Rev. Juarez Marcondes Filho, fez a entrega dos diplomas e medalhas aos pastores e esposas, jubilados, na última reunião da Comissão Executiva do Supremo Concílio da IPB. Rev. Roberto Brasileiro deu posse às Comissões Executivas e Secretarias dos três Sínodos das regiões: Brasília – Presb. Josimar Santos Rosa, Central de Brasília, Rev. Ivan Alves Leão e Taguatinga, rev. Ricardo Santana de Oliveira. Ele dirigiu também um momento de gratidão a Deus pelos 156 anos da IPB ressaltando a chegada do missionário Ashbel Green Simonton e o avanço por todas as regiões do país com a plantação de Igrejas,

escolas, hospitais, missões e frentes sociais. O pregador, Rev. Hernandes Dias Lopes, fez uma exposição da graça de Deus, baseada na carta aos Romanos 8.26-30. A celebração da Santa Ceia foi dirigida pelos irmãos que presidiram os Sínodos no intervalo de agosto/2013 a agosto/2015, a saber: Rev. Rosther Guimarães Lopes (Sínodo Central de Brasília), Rev. Geomário Moreira Carneiro (Sínodo de Taguatinga) e Presb. Josimar Santos Rosa (Sínodo de Brasília). Uma exposição foi feita após o culto com stands de vários projetos sociais e associações pertencentes às igrejas: IP de Brasília – Instituto Batucar (Recanto das Emas) e Centro Presbiteriano Idade e Experiência – CPIE; IP do Cruzei-

Coral com 100 vozes formado para culto em celebração pelo 156 anos da IPB

ro – VIVER – Associação dos Voluntários Pró Vida Estruturada; IP Central de Paracatu / MG – Associação Esther Siqueira Tillmann; Igreja Presbiteriana Nacional – PEPE Castelo das Letras (APAS – Congregação Presbiteriana do Itapoã) e ChildFund (Ponte Social – Santa Luz – PI) – Instituto Maanaim – Comunidade Terapêutica (Recuperação de Dependentes Químicos). O culto foi encerrado com a palavra de gratidão, oração e bênção pelo Rev. Augustus Nicodemus. Muitos irmãos participaram do culto e um grande coral, com 100 vozes, foi especialmente montado para a ocasião. De acordo com a organização 1.600 pessoas estiveram presentes, entre eles, Presb. José Inácio Ramos – Presidente do Conselho Deliberativo

do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Presb. Solano Portela Neto – representando o Presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Presb. Benedito Guimarães Aguiar Neto – Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rev. Davi Charles Gomes – Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Presb. Marco Túlio de Castro Vasconcelos – Presidente da Junta Patrimonial Econômica e Financeira, além de Presidentes de Sínodos, Pastores e Presbíteros de várias regiões. A APECOM – Agência Presbiteriana de Evangelização e Comunicação – fez a transmissão ao vivo pela IPBTV4. De acordo com Artur Mendes, coordenador da rádio e da tv web IPB, virtualmente a transmissão alcançou outras 2.354 pessoas.

Membros do Supremo Concílio, Sínodos e Presbitérios presentes no culto


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SERVINDO À IGREJA

Arquitetura & fé na capital Elcio Gomes da Silva

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Igreja Presbiteriana Nacional comemora 55 anos de sua organização, em 12 de agosto. Desde seu início, a Igreja tem participado da história de Brasília, tanto pelas vidas e famílias alcançadas pelo Evangelho, como até por sua arquitetura característica no cenário urbano, aspecto relevante da cultura da capital. A cidade de Brasília tem raízes na relação histórica entre tradição e modernidade. Arquitetos e urbanistas brasileiros daquele período pioneiro seguiam uma tradição acadêmica de fazer projetos a partir dos exemplos do passado. O urbanista Lúcio Costa fez menção, em vários trechos do relatório do Plano-Piloto, a essas referências originárias da tradição acadêmica - seja na procura de atributos inerentes a uma capital, tais como dignidade e nobreza ou na aplicação da técnica oriental milenar dos terraplenos, para a ênfase monumental. Oscar Niemeyer, por sua vez, nos lembra em seus escritos de época próxima aos primeiros projetos para a nova capital, do resgate de aspectos presentes nos grandes exemplos de monumentos construídos através dos séculos. Não é por acaso que a cidade contaria com elementos tão característicos dos palácios antigos,

afinal, colunas e cúpulas, que vemos nos edifícios daqui, sempre estiveram associadas a monumentos e à representação de poder na antiguidade. Com o passar do tempo, tanto o urbanismo de Brasília, quanto alguns de seus principais edifícios foram reconhecidos como patrimônios da humanidade e, a partir de então, precisavam ser preservados. Em acréscimo à obrigação de garantir o registro histórico para a posteridade, atualmente estamos diante dos desafios de qualquer cidade, como procurar respostas para as novas realidades decorrentes das alterações nos usos, no modo de vida e nos costumes das pessoas. Um destes desafios passa a ser o de acolher as mudanças e de, ao mesmo tempo, preservar valores e testemunhos históricos, garantir clara distinção entre o original e o novo, de modo que a leitura de um não sobreponha e nem se confunda com o outro. A IPN, por sua vez, se integra no contexto da origem da capital e de seus desafios atuais, inclusive no que diz respeito às suas instalações. O templo, na concepção Reformada, não é visto como lugar da morada de Deus e nem como local exclusivo para a verdadeira adoração, mas sim como um espaço adequado e consagrado para a oração

Em agosto, IP Nacional comemorou 55 anos de história

e a adoração, em comunidade, ao Deus Criador revelado na Bíblia Sagrada (pela mediação do Filho de Deus, Jesus Cristo). Sendo assim, e segundo os preceitos vigentes nos anos 60, a arquitetura do templo da IPN também resulta da intenção de retratar a relação entre tradição e modernidade, se apropriando das colunas em sua fachada, numa releitura livre da coluna em arcos de concreto dos primeiros palácios planejados para Brasília. Em período mais recente, o templo foi ampliado e a nova construção procura integrar e valorizar o edifício antigo, de modo a constituir um só corpo, ainda que mantendo clara a intenção de distinguir a concepção original da intervenção contemporânea em vidro. Tal desafio arquitetônico de conciliar a dualidade

entre passado e presente, antigo e novo, tradição e modernidade, de modo a, simultaneamente, alcançar unidade e garantir permanência dos seus valores e preceitos de sua origem, também é um reflexo da expressão de fé presbiteriana. É exatamente isso que se pratica a partir das dependências da IPN e que alcança os lares de seus membros, bem como o raio de influência destes na sociedade brasiliense. A denominação Presbiteriana tem suas raízes históricas na Reforma Protestante do Século XVI, nos Reformadores na Escócia, passando pelos Estados Unidos e vindo para o Brasil Império à época de Dom Pedro II e, por fim, chegando a Brasília ao tempo de sua inauguração. Portanto, vê-se que enquanto possui uma tradição fundada em

um lastro teológico-histórico, o Presbiterianismo da cidade também procura trazer respostas aos grandes dilemas da vida contemporânea, sempre se fundamentando na Bíblia Sagrada, um livro notoriamente reconhecido como de valor permanente para a sociedade, em qualquer lugar e época. Um exemplo de uma crença basilar da comunidade Presbiteriana local, digna de destaque, é a de que, ainda hoje, a Bíblia Sagrada toca o coração e restaura o amor na família e nos relacionamentos. De que mais precisamos? - Colaboraram Rev. Obedes Ferreira da Cunha Jr., Rev. Marco Baumgratz e Arquiteta Karla Figueiredo Gomes. Elcio Gomes da Silva, membro da IPN, é arquiteto e Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília-UnB, autor do livro “Os palácios originais de Brasília”.


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Boa Leitura

Entretenimento e reflexão

Temas Fundamentais da Educação Cristã Robert W. Pazmiño

CONFIAR EM JESUS É DIFÍCIL

O Brasil Presbiteriano não necessariamente endossa as mensagens dos filmes aqui apresentados, mas os sugere para discussão e avaliação à luz da Escritura.

Requer seguir do invisível ao desconhecido e crer nas palavras de Jesus apesar das ameaças que recebemos ou mesmo contra elas e os nossos temores. Recontando de modo imaginativo 35 histórias da Bíblia, Certeza do que se espera nos dá vislumbres do que significa andar pela fé, nos aconselha sobre como confiar nas promessas de Deus mais do que em nossas percepções, descansando na fidelidade divina.

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“Esboços vívidos e instrutivos de personagens bíblicos aprendendo a viver com o seu quase sempre surpreendente Senhor.” J. I. Packer, professor de Teologia no Regent College e autor de O Conhecimento de Deus, da Cultura Cristã.

Para andar pela fé e confiar nas promessas divinas. Formato 16 x 23 cm 128 páginas

“Minha alegria será completa se eu ouvir que minha feliz recomendação e as lindas narrativas de Jon despertaram em você a alegria de andar pela fé, tendo certeza do que se espera. John Piper (DTheol, Ludwig-Maximilians-Universität München) é professor e fundador da desiringGod.org e chanceler do Bethlehem College and Seminary.

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“De modo criativo e sábio, este livro nos convida às realidades relatadas nos evangelhos, nos fazendo ouvir as pedras dos acusadores da mulher adúltera caírem no chão, sentir o arrepio da saúde correndo pelo corpo do leproso, ver o pânico nos olhos de Pedro quando ele começou a afundar, cheirar a fragrância que foi derramada sobre os pés de Jesus, e provar o peixe que Jesus serviu aos discípulos num café da manhã.” Nancy Guthrie, autora de Hearing Jesus Speak into Your Sorrow.

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Jon Bloom é co-fundador e presidente do ministério Desiring God e encontra grande alegria em ajudar outros a crerem em Jesus e terem prazer nele. Bloom e sua esposa, Pam, vivem em Mineápolis com seus cinco filhos.

Robert W. Pazmiño Estudos bíblicos / Vida cristã

EDITORA CULTURA CRISTÃ

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Setembro de 2015

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978-85-7622-154-3

ducação Cristã

28/4/2008, 14:16

Para que o cristianismo evangélico seja atuante hoje e no futuro é necessário que haja preocupação constante com a ortodoxia, a pregação e o ensino de uma fé viva ao mundo pós-moderno. Para isso os cristãos são chamados a ser fiéis na teoria e na prática do ensino cristão. O educador cristão é chamado a reavaliar seu pensamento e prática com relação aos temas fundamentais da Educação Cristã. Este livro examina as disciplinas necessárias para formar um conceito integral de Educação Cristã do qual se podem extrair diretrizes e princípios práticos. Os educadores cristãos precisam fazer um esforço concentrado para afirmar o entendimento bíblico que oferece autoridade essencial para a teoria e a prática. Perfil de cores: Desativado Composição 150 lpi a 45 graus

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teza do que se espera nos dá vislumbres do que significa andar pela fé, nos aconselha sobre como confiar nas promessas de Deus mais do que em nossas percepções, descansando na fidelidade divina. Abaixo a ansiedade John MacArthur

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Quando criança, Germain (Gérard Depardieu) foi chamado de burro na escola por todos e em casa, com sua mãe solteira, não era diferente. A dificuldade de ler se perpetuou numa espécie de bloqueio intelectual. Já adulto, sua vida se resumia a viver de bicos, ainda ser alvo de brincadeira dos amigos e, principalmente, conviver com o eterno desamor da mãe. Contudo, quando Margueritte (Gisèle Casadesus) faz com que as páginas de um livro se abram novamente para ele, esse reencontro com o universo das letras amplia seu horizonte e o único limite, agora, será a sua vontade.

Em 1959 na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, um ex-aluno (Robin Williams) se torna o novo professor de literatura, mas logo seus métodos de incentivar os alunos a pensarem por si mesmos, cria um choque com a ortodoxa direção do colégio, principalmente quando ele conta aos seus alunos sobre a “Sociedade dos Poetas Mortos”. Essa é a história de um professor que, sem ser cristão, apresenta, em uma linda narrativa cinematográfica, um desafio aos crentes, por ser um discipulador no local de trabalho, o que muitos cristãos – e mesmo pastores – não são.

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Cp Abaixo a ansiedade.ps E:\A semana seguinte\ECC\Abaixo a ansiedade\Cp Abaixo a ansiedade.cdr quarta-feira, 24 de outubro de 2012 16:40:22

Confiar em Jesus é difícil. Requer seguir do invisível ao desconhecido e crer nas palavras de Jesus apesar das ameaças que recebemos ou mesmo contra elas e os nossos temores. Recontando de modo imaginativo 35 histórias da Bíblia, Cer-

Sociedade dos Poetas Mortos

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Certeza do que se espera Jon Bloom

Minhas tardes com Margueritte

Quando orientarmos nossa opinião sobre a ansiedade a partir do que Deus diz na Bíblia, seremos pessoas diferentes. Estaremos prontos para aplicar a sua preciosa Palavra em nossos corações. Não somente saberemos que não devemos ficar ansiosos, como teremos confiança e êxito em comprovar isso, sendo ofensivos em nossa tentativa. Vamos atacar a ansiedade. Cada capítulo e um apêndice no final deste livro mostram-lhe recursos bíblicos específicos para que possa fazê-lo.

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A corrente do bem Eugene Simonet (Kevin Spacey), um professor de Estudos Sociais, faz um desafio aos seus alunos em uma de suas aulas: que eles criem algo que possa mudar o mundo. Trevor McKinney (Haley Joel Osment), um de seus alunos e incentivado pelo desafio do professor, cria um novo jogo, chamado “pay it forward”, em que a cada favor que recebe você retribui a três outras pessoas. Surpreendentemente, a ideia funciona, ajudando o próprio Eugene a se desvencilhar de segredos do passado e também a mãe de Trevor, Arlene (Helen Hunt), a encontrar um novo sentido em sua vida.

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