Catálogo das obras
Exposição ready made - 3ª edição
Exposição ready made - 3ª edição
Organização: Profa Dra Juliana Salbego
Estética e História da Arte - Curso de Publicidade e Propaganda
Universidade Federal do Pampa
São Borja - RS
Expediente:
Curadoria: Juliana Salbego
Fotograa: Juliana Salbego
Diagramação: Juliana Salbego
Artistas\autores da exposição: discentes matriculados no componente curricular de Estética e História da ArteCurso de Publicidade e Propaganda - Unipampa Universidade Federal do Pampa
Ano letivo - 2º semestre do ano de 2022 Exposição e publicação do catálogo - 2023
Local da exposição - Prédio 2 - Campus 1 da Unipampa Campus São Borja
São Borja - RS - Brasil
Registro 1ª Edição
Registro 2ª Edição
OBRAS - 3ª Edição
Quem somos – João Pedro de Moura Silva
Espelho, espelho meu – Luiza Klein Dalben
O que você vê? – Alice Karen Oliveira
O modelo – Gabriela Castilho Dalbosco
Combinações – Júlia Mielke Krejci
Ideais de beleza – Kennedy Davi Pereira
Era para ser a camiseta da seleção... – João Gabriel Malheiros de Quadros
Ainda necessária – Juliana Rosa de Souza
Blood – Érica dos Santos Machado
Velocidade da luz – George Tainã Martin Bartolomé
Risco consciente? – Maria Luiza Lagreca
Fardo – Marcella Pietra Azevedo Motta
As perdas do bloqueio emocional – Mariana Rodrigues Tavares
Des(H)armonia – Luís Augusto Dutra Miranda
Lixo sobre prato – Vitoria Rodrigues Dias
A pirâmide alimentar de um universitário – Cristhine Davila Cavalheiro Ritta
Bituca de plástico – Matheus Pererira da Silva Luz
O reexo – Thiffany Colpo Martins
SEU mundo – Rafael de Abreu Brito
Depois da última gota – Nayra Kemily Araujo da Silva
Corpo cibernético – Iago Bianchi Penha
Prato cheio – Victor Matheus de Mello Salcedo
O silêncio dos inocentes – Guilherme da Fonseca Leães
Não leia a bula – Luani Freiras Garcia
A moda como um caminho da liberdade – Adriana Leão Dias
O livro das respostas – Rebeca Letícia Souza Barbosa da Silva
Canetas ou sentimento? – Betina Souza Braz
O olhar do opressor e a existência de um indivíduo – Vinicius Santos de Souza
A EXPOSIÇÃO
A TURMA
A Exposição Ready Made tem sido uma atividade proposta no componente de Estética e História da Arte, ofertada no segundo semestre o curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Pampa como uma estratégia para provocar a criatividade dos estudantes. Além disso, o objetivo tem sido propor diálogos com a comunidade acadêmica ao aproximar a arte da vida, buscando discutir arte contemporânea a partir da perspectiva da desconstrução da obra como uma provocação e não apenas como técnica e uso de materiais nobres.
A primeira exposição Ready Made ocorreu no ano de 2019. No ano de 2020, em função da pandemia de Covid-19, o componente não foi ofertado.
No ano de 2021, a segunda edição ocorreu de forma remota e a exposição foi montada de forma virtual a partir da plataforma artsteps.
No ano de 2022, com as aulas retornando ao modo presencial, mas com calendário acadêmico ainda nãonormalizado, a 3ª edição ocorreu nos corredores do prédio 2 do campus 1 da Universidade e cou exposta durante parte do primeiro semestre de 2023. O registro das obras ocorre, pela primeira vez, a partir deste catálogo.
‘Arte contemporânea em movimento’ foi o nome escolhido para a 3ª edição da exposição de Ready Made produzida pelos estudantes do componente curricular de Estética e História da Arte, do segundo semestre do Curso de Publicidade e Propaganda da Unipampa, no segundo semestre letivo de 2022. Constituiu-se como uma proposta de trabalho que pretendeu reunir produções que buscassem retirar o manto da verdade absoluta sobre as coisas, ao ressignicar objetos do cotidiano, a partir de junções inesperadas, interferências pouco convencionais, capazes de deslocar nossos pensamentos e criar frestas e ssuras em nossas formas de ver o mundo. Há, nela, espaço para o belo, mas também para o horror, o feio, o tenso, o espantoso, todos sentimentos capazes de acionar alegrias, dores, memórias e prazeres. Arte de múltiplos materiais, mais e menos nobres, de artistas que inventam as próprias técnicas e criam sua poética ao longo de seus processos.
Ready made é um termo da língua inglesa que designa “feito pronto”. No contexto da arte, faz referência a um estilo de criação artística que tem por intenção que objetos já prontos (industrializados ou não) ganhem novos signicados ao serem deslocados e\ou ao receberem algum tipo de intervenção e, assim, possam produzir provocações no público. O primeiro Ready made foi criado pelo pintor e escultor Marcel Duchamp, no ano de 1913, chamado “Roda de Bicicleta” que uniu um banco a uma roda de bicicleta, encantado pela poética que ele julgava advir de seu movimento de giro. Com esta proposta, o artista questionou o estatuto tradicional da arte que, até então, valorizava a arte apenas como um produto original do artista, feita com materiais nobres e habilidade técnica. As obras de Duchamp são tidas como as sementes da conhecida Arte Conceitual, uma tendência contemporânea que entende a obra como a produção ou manifestação de uma ideia ou conceito, independente do material ou da técnica usados pelo artista e do resultado nal da obra. Desta forma, a 3ª edição da Exposição Ready Made, busca uma perspectiva desconstrucionista de arte, movimentando as relações entre arte e vida, como um campo coletivo de indagação.
O presente catálogo apresenta as 28 obras que foram criadas e produzidas pelos estudantes. Ficaram dispostas ao público nos corredores da universidade durante os primeiros meses do ano de 2023, recebendo intervenções e interação com o público. Este registro busca que estas obras, de caráter efêmero e provocativo, possam perdurar na memória do curso, servindo como registro da criatividade dos nossos estudantes. Entre com espírito aberto.
3ª edição - 2023
Exposição ready made - 3ª edição
Problematização a que a obra se propõe: a problematização da arte é se conseguimos lembrar de quem nós éramos, antes que o mundo dissesse quem deveríamos ser.
Globo terrestre + Blocos de montar Técnica utilizada: castelinho de madeira + Colagem
Problematização a que a obra se propõe: Reexão de que nem tudo o que vemos é o que parece ser. Nessa obra vemos uma linda xícara amarela reetida no espelho, mas na realidade ela está quebrada e muitas vezes é essa parte imperfeita que tentamos esconder. Não devemos nos comparar com a vida perfeita de outras vitrines e nem das redes sociais. O importante é sermos nós mesmos. Jamais nos comparamos com outras pessoas, cada um tem a sua beleza ou qualidade.
Xícara em frente a um espelho. Técnica utilizada:
Problematização a que a obra se propõe: Uma colagem para retratar os padrões de beleza em cada época e suas consequências, mostrando que nem tudo é realmente bonito.
colagem com revistas e imagens Técnica utilizada: impressas.
Gabriela Castilhp Dalbosco
Problematização a que a obra se propõe: A obra traz um questionamento ‘um modelo articulado sem o braço é considerado defeituoso? ele ainda poderá fazer o que nasceu para fazer superando essa adversidade ou deverá ser jogado fora?’ sinta-se livre para fazer uma sessão de fotos 'editoriais.'
Modelo articulado + Canetinha
Técnica utilizada: hidrocor + Aquarela + Tecido ( jeans, cetim) + Lã + Linha
Problematização a que a obra se propõe: Busca a reexão sobre como existem lados e caminhos a serem escolhidos, gerando determinados resultados. Pensar em quantas combinações podem ser feitas e que sempre temos algo bom a fazer.
Técnica utilizada:
Desenho em cubo mágico.
Problematização a que a obra se propõe: Problemas emocionais. A princípio, as primeiras consequências da busca por padrões de beleza idealizados são os problemas emocionais como os sintomas de estresse, depressão, ansiedade, etc. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão, por exemplo, atinge 12 milhões de brasileiros. Logo, o alcance por essa beleza causa diversos problemas com o indivíduo.
João Gabriel Malheiros de Quadros
Problematização a que a obra se propõe: a obra traz a problematização da distorção do real signicado da camiseta da seleção brasileira, pois o novo signicado dado a partir do senso comum é um lixo. A linda camiseta do nosso país transformada em um estereótipo de uma bandeira política, assim tirando a liberdade de usarmos essa camiseta na rua sem medo de nos confundir e nos julgar sem nem antes nos conhecer.
Técnica utilizada:
camiseta da seleção brasileira dentro do lixo
Juliana Rosa de Souza
Problematização a que a obra se propõe: reexão sobre a importância do uso de máscaras e a proteção que elas proporcionam no contágio de diversas doenças.
Técnica utilizada:
Máscara sobre cartolina.
Érica dos Santos Machado
Problematização a que a obra se propõe: a obra “Blood” consiste em uma crítica social sobre abuso e assédio sexual principalmente em mulheres, é ilustrada por uma camiseta e calça pendurada sobre um cabide e pode ser manchada com sangue sobre essas peças. As demais alunas e alunos que já passaram por esse triste acontecimento também poderão marcar onde já foram abusados/assediados. Há um pote contendo sangue falso, isso faz parte da obra se encaixando assim como performance.
George Tainã Martins Bartolomé
Problematização a que a obra se propõe: a obra deseja demonstrar como o tempo passa, e se deixarmos tudo para última hora, talvez não consigamos alcançar o que almejamos.
Lâmpadas + areia Técnica utilizada:
Problematização a que a obra se propõe: representação da toxicidade do que é produzido e vendido pelas marcas de destilados e ingerido, conscientemente, por nós.
Técnica utilizada:
Garrafa de vidro contendo líquido escuro.
Marcella Pietra Azevedo Motta
Problematização a que a obra se propõe: esta obra é a representação do peso de nossos sentimentos e consequências que carregamos durante toda a vida por nossas palavras, escolhas e ações, tenham sido feitas, ou não.
Técnica utilizada:
bolsa com pedras.
Mariana Rodrigues Tavares
Problematização a que a obra se propõe: reexão sobre como, ao tentarmos nos proteger da vulnerabilidade e de traumas passados, perdemos mais grandes experiências de vida.
Guarda chuva + recortes + bicho de Técnica utilizada: pelúcia como personagem.
Luis Augusto Dutra Miranda
Problematização a que a obra se propõe: a obra é uma crítica direta à descredibilização de artistas negros na evolução de gêneros musicais, por parte da grande mídia e meios de comunicação. O microfone quebrado representa o rompimento desses erros, considerando a evolução da sociedade como um todo.
Vitória Rodrigues Dias
Problematização a que a obra se propõe: essa obra foi feita através de um prato com comidas que simbolizam as críticas aos agrotóxicos e que ingerimos nas nossas refeições. Apesar dos benefícios para a agricultura, os agrotóxicos são extremamente nocivos para os seres vivos e podem desencadear contaminação e poluição do solo, água e até mesmo do ar
Técnica utilizada:
prato + alimentos
Problematização a que a obra se propõe: reexão sobre a situação alimentar de muitos universitários.
Técnica utilizada: que normalmente iriam para o lixo.
Caixa de papelão e outros materiais
Matheus Pereira da Silva Luiz
Problematização a que a obra se propõe: relação entre os danos que o plástico causa ao meio ambiente e o mau descarte que a grande parte da população tabagista dá aos seus cigarros ao descartá-los nas ruas.
Maço de cigarro + canudos de Técnica utilizada: plástico no seu interior.
Thiffany Colpo Martins
Problematização a que a obra se propõe: representação de como nos sentimos e nos vemos perante o julgamento externo.
Técnica utilizada:
Espelho + olhos de plástico.
Rafael de Abreu Brito
Problematização a que a obra se propõe: questionar quem vê a obra sobre o que ela vê (ou veria), o que ela tem vontade de fazer e como aquilo mostra um pouco do mundo de quem contempla, revelando, também, que apenas com materiais simples é possível mostrar capacidades e individualidades- mesmo que só um pouco- de cada um.
Técnica utilizada:
caneta + papel
Anayra Kemily Araujo da Silva
Problematização a que a obra se propõe: garrafa pet com resíduos plásticos gerados no nosso dia-a-dia, uma reexão acerca da poluição plástica.
Técnica utilizada:
Garrafa pet + resíduos plásticos.
Iago Bianchi Penha
Problematização a que a obra se propõe: o uso da tecnologia, com o passar dos anos, está se tornando uma extensão do corpo humano.
monitor de computador antigo com Técnica utilizada: texto.
Victor Matheus de Mello Salvedo
Problematização a que a obra se propõe: a obra reete os hábitos de alimentação por meio de uma perspectiva subvertida.
Técnica utilizada: descartável.
cabeça de boneca, talheres e pote
Guilherme da Fonseca Leães
Problematização a que a obra se propõe: reexão sobre o abuso infantil e uma conscientização da importância da educação sexual na prevenção de casos de violência sexual.
ursinho de pelúcia envolto em ta Técnica utilizada: isolante.
Luani Freitas Garcia
Problematização a que a obra se propõe: Nos últimos anos, as doenças mentais tiveram um aumento considerável. A depressão é o mal do século XXI, e a ansiedade afeta milhões de brasileiros. Você já parou para pensar nos medicamentos que essas pessoas precisam se submeter para ter controle de si mesmas?
Técnica utilizada:
colagem de bula em quadro.
Adriana Leão Dias
Problematização a que a obra se propõe: reexão sobre a moda que é feita para ser neutra, com um campo livre de experimentação e quebrando os conceitos pré-estabelecidos pela sociedade.
colagem com tecidos em cima de Técnica utilizada: uma superfície.
Problematização a que a obra se propõe: essa obra é uma intervenção a todos os problemas. Esse livro é capaz de responder e te orientar em todas as situações e problemas que surgirem na sua vida. Deixarei aqui alguns exemplos de situações e suas respostas.
Ansiedade: 1Pedro cap 5 vers 7, Medo/Depressão: Isaías cap 41 vers 10, Injustiça: Romanos cap 2 vers 6 ao 8.
Rebeca Letícia Souza Barbosa da SilvaBetina Souza Braz
Problematização a que a obra se propõe: O que você vê nestas duas canetas com e sem tinta? São apenas dois objetos inanimados ou elas podem transmitir algo? Pareço estar falando besteira, mas quem nunca se sentiu como uma caneta vazia que com o passar do tempo foi cando sem ter o que escrever, desenhar, com sentimento de vazio. Se você fosse uma caneta, poderia apenas trocar o rel de tinta para se transformar em uma caneta novinha em folha pronta para sair riscando por aí, mas já pensou realmente assim ou simplesmente se descarta e permanece com esse sentimento de insuciência? Analisem a vida ela é tão passageira para você gastar sua tinta com qualquer coisa em qualquer superfície?
caneta + caneta. Técnica utilizada:
Vinícius Santos de Souza
Problematização a que a obra se propõe: essa obra busca trazer a reexão de opressão que indivíduos acreditam exercer sobre outros. O uso de Cds como formas brilhantes remete à busca e à sede de um indivíduo por objetos de “valor”, sendo essa busca maior que qualquer valor existencial que um indivíduo possa ter por estar em seu caminho. Em contraste com isso, o outro ser não tem esse mesmo olhar e quer apenas coexistir com o meio ao seu redor, de forma pacíca e humanizada. Essa obra buscou representar, de forma artística, a situação vivenciada pelo povo Yanomami nos garimpos.