













Paulo Dantas Governador
Ronaldo Lessa Vice-Governador
Caroline Balbino
Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Ricardo Tenório Dória Presidente
Carlos Alberto Barros de Araújo Vice-Presidente
Edvaldo Maiorano de Lima
Secretário Geral
João Paulo Gaia Duarte
Procurador
Fellipe Hotton Machado de Oliveira
Assessor de Comunicação
Gabriela Pimentel
Assistente de Comunicação
Danilo dos Santos Silva
Estagiário de Jornalismo
Mayara Ferreira Tolezi Pereira
Estagiária de Design
Tempo médio para registro de negócio no estado em 2023 ficou 47,7% abaixo da média nacional de acordo com o Mapa de Empresas
As empresas abertas em Alagoas em2023apresentaramumamédiadeapenas 13,6h para contar com os seus registros finalizados. Isso é o que ressalta o estudo Mapa de Empresas, ferramenta do Governo Federal que disponibiliza dados sobre o ambienteempresarialnopaís.
De acordo com o estudo, o tempo médio anotado em Alagoas foi 47,7% menor doqueamédianacional,apontadaem26h,e 20%menordoqueamédiadoNordeste,que foiestabelecidaem17h.
Ainda segundo a ferramenta, a médiaalagoanasedivideem8hpararesposta quanto à consulta de viabilidade e 5,6h para o tempo de registro na Junta Comercial doEstadodeAlagoas(Juceal).
A consulta de viabilidade é uma pesquisa gratuita para saber se o nome empresarial pode ser utilizado e se o local desejado para o negócio pode exercer as atividadespretendidas.Noestado,aconsulta prévia, assim como todo o restante do processo, é feito por meio do Portal Facilita Alagoas, que possui integração com os 102 municípiosalagoanos.
O tempo de registro é calculado após a aprovação da consulta prévia até a análise da Juceal e geração do número do CadastroNacionaldaPessoaJurídica(CNPJ).
EmAlagoas,esseandamentoéfeito de forma totalmente online, no qual a Junta Comercial disponibiliza no sistema as seções para preenchimento, geração automática do
contrato,protocolização,análiseautomáticae acessoaodocumentoautenticado.
“Esse número representa uma grande evolução de Alagoas, onde diminuímos o tempo em relação a anos anteriores. Paraesteano,queremosmelhoraraindamais. Aprovamos no início de fevereiro uma resoluçãoquediminuiotempodosprocessos colegiados, estamos estudando a criação de outros modelos de contratos e iremos automatizar as consultas prévias para outras cidades de grande densidade empresarial. Tenho certeza que 2024 será de recorde no tempo de abertura de empresas”, ressalta o presidentedaJuceal,RicardoDória.
No estado, apenas Maceió possui a consulta prévia de forma automática. Esse serviço foi disponibilizado pela gestão municipal anterior, no início de 2020, em parceria com a Junta Comercial e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Alagoas(Sebrae/AL).
Ainda de acordo com o Mapa de Empresas, a natureza jurídica com menor tempo médio de registro em Alagoas foi a sociedade limitada, com 11,8h para registro total. Para as cidades alagoanas, os menores valores foram vistos para Palestina (0,3h de média), Paulo Jacinto (1,2h), Feliz Deserto (1,2h)eFlexeiras(1,7h).
O estudo Mapa de Empresas pode serverificado naseçãoEmpresaseNegócios do site institucional do Governo Federal (https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/mapa-de-empresas). A Juceal é a entidadealagoanaderegistrode empresase aintegradoraestadualdaRedeNacionalpara a Simplificação do Registro e da Legalização deEmpresaseNegócios(Redesim).
Resolução plenária revoluciona a forma de análise por parte das turmas de vogais
A Junta Comercial do Estado de Alagoas (Juceal) adotou, nesta quinta-feira (08),umamedidacomointuitodediminuiro tempo de registro empresarial: os processos colegiados passam a contar com andamento portrêsvezesporsemanaesemavinculação obrigatória com a turma de vogais que promoveuaanáliseinicial.
Antiga demanda por parte de empresários e profissionais que lidam com o registroempresarial,amudançafoipublicada como a resolução plenária de nº 2/2024, que podeserverificadanaediçãodestaquintado DiárioOficialdoEstadodeAlagoas(DOEAL).
A resolução estabelece o trâmite prioritárioparaprocessosdedecisãocolegiada. Entre as suas definições, ela destaca que um processo colegiado que apresenta nova entrada após ser colocado com status em exigência deverá retornar para a mesma turma que fez análise inicial somente se não houver reunião posterior de outra turma de vogais.
Comisso,nãohámaisvinculaçãode processos colegiados, e novas entradas ou retornos de protocolos deverão ser analisadossemdistinçãopelastrêsturmasdevogais por meio da fila automática. O colégio de vogais da Juceal se reúne a cada segunda, quartaesexta-feira.
Com a mudança, os processos colegiados com retorno de exigências que seriamanalisadossomentenasemanaposterior passam a apresentar o prazo de análise
de48hindependentementedasituação.
Por definição da lei federal de nº 8.934/1994,ocolégiodevogaiséresponsável pelasanálisesdeconstituiçõesdesociedades anônimas, constituições e alterações de consórcio e de grupo de sociedades, além dos processos de transformação, incorporação, fusão e cisão de empresas. Por definição da Juceal, o vocalato também analisa os processos referentes às cooperativas.
De acordo com a Junta Comercial, em 2023 a entidade de registro empresarial contoucomaprotocolizaçãode6.219processoscolegiados.
“O andamento para o registro empresarial em Alagoasé extremamente ágil e esse era o único ponto onde apresentava umpequenoentrave.Tenhocertezaqueessa mudança vai revolucionar também a experiência do usuário, que poderá resolver suas pendências com muito mais agilidade”, frisouopresidentedaJuceal,RicardoDória.
A novidade passou a entrar em vigor no dia da publicação, assim a turma desta sexta-feira (09) analisará os processos colegiadosemsuatotalidade.
A Junta Comercial é uma entidade que possui formação colegiada, no qual o colégio de vogais também funciona como setor deliberativo superior. O vocalato da Jucealécompostoporonzeentidadesrepresentativas de setores empresariais, governamentaiseclassesprofissionaiscomoadvogados, economistas, contadores e administradores.
O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta quarta-feira (22) os dados mais recentes sobre o ensino básico no país. Opanorama dosdesafiosparaestaetapa da formação dos estudantes brasileiros foi desenhadopelo"CensoEscolardaEducação Básica 2023" e contou ainda com dados da "Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016-2023 (PNAD)", realizada peloIBGE.
Os dados mostram que 8,8 milhões debrasileirosde18a29anosnãoterminaram o ensino médio e não frequentam nenhuma instituição de educação básica, segundo informaçõescoletaspelaPNADContínua.
Considerando todas as faixas etárias, são 68.036.330 cidadãos sem a escolarizaçãobásicanopaís.
Segundo resultados do Censo Escolar, os seguintes fatores sinalizam um alerta para que brasileiros continuem fora da escola:
Na EJA, o número de adultos matriculados caiu7%de2022a2023.
O ensino médio é "campeão" de evasão escolar, afirma o ministro da Educação, Camilo Santana. De acordo com o Censo, de 2020a2021,7%dosalunosdo1ºanodesistiramdosestudose4,1%foramreprovados.
Segundo os especialistas, a reprovação é um dos fatores que levam o aluno a abandonar a educação básica. Em 2022, após o fim daspolíticasdeaprovaçãoautomáticaadotadasporestadosnapandemia,osíndicesde
retenção voltaram a crescer. Nos anos finais do ensino fundamental (5º ao 9º ano), 7,9% dos estudantes foram reprovados, e no ensinomédio,13,4%.
-Em2023,no6ºanodoensinofundamental, 15,8% dos estudantes não tinham a idade adequada (porque foram reprovados, por exemplo, ou porque abandonaram o colégio emalgumperíodo).Esseémaisumfatorque pode aumentar o risco de, futuramente, o joveminterromperosestudos.
"Não queremos deixar ninguém paratrás.Queremosreverteratendênciadeo jovem precisar ir para a EJA lá na frente", diz Santana.
Ele reforçou que esse é o objetivo doProgramaPé-de-Meia,quedaráumincentivo financeiro para os alunos de baixa renda queestiveremmatriculadosnocolégio.
Para Ivan Gontijo, gerente de políticas educacionais da ONG Todos Pela Educação, a necessidade de ingressar no mercadodetrabalho,aestruturadefasadado "antigo"ensinomédioe aslacunas de aprendizagem são outros fatores que levam o jovemasairprecocementedaescola.
"Adiscussãodeporqueabandonaram os estudos tem muita a ver com a experiência que tiveram no colégio. As taxas deevasão sãomaioresno1ºano,exatamente quandoo alunocomeça outrocicloe encontra mais disciplinas, mais professores e um currículomuitogrande",afirmaGontijo. "O novo ensino médio [já em vigor] tem muitos problemas e precisa ser 'reformado', mas é importante que essa flexibilidade curricularsejamantida."
Por outro lado, há números que apresentam uma perspectiva de redução na evasãoescolar:
Aeducaçãoemtempointegral,uma dasapostasdogovernoLulaparadiminuiros índicesdedesistência,registrouumaumento
nopercentualdematrículasnoensinomédio: de20,4%para21,9%naredepúblicaede9,1% para 11% na rede privada. Na média geral, 1 a cada 5 alunos brasileiros do ensino médio estudaemtempointegral.
"Todos os estudos e evidências já mostraramqueumaescoladetempointegral que amplie o projetode vidadoaluno -- que tenhaapoiopsicológicoenaáreaesportiva-é uma escola que diminui abandono e evasão",afirmaoministro.
O ensino técnico, seja nos colégios ou após a formação da educação básica, cresceu significativamente: em um ano, as matrículas saltaram 12% e chegaram a 2.413.825. É mais uma tentativa de atrair o jovemparaosestudos.
Considerando apenas o ensino técnico integrado ao ensino médio (ou seja, oferecido pela escola), há 782.129 alunos matriculados.
Camilo Santana anunciou também que pretende promover um programa que unaaEJAeoensinotécnico:adultoseidosos poderãoretomarosestudoscomumamodalidadeescolarquesejaprofissionalizante.
Para Gontijo, do Todos Pela Educação, outra iniciativa importante seria pagar quantias maiores no Pé-de-Meia para os alunos de tempo integral. "Muita gente de baixa renda acaba não se matriculando nessas escolas, porque precisa trabalhar. Na periferia,asvagasnoscolégiosintegraisficam mais ociosas. Seria interessante dar valores maioresparaessesalunos",afirma.
Creches retomaram crescimento, masmetaseguedistante
Uma das metas do Plano Nacional deEducação(PNE)eraatingiroíndicede,no mínimo,50%dascriançasde0a3anosmatriculadasemcrechesem2024.Aetapa,apesar de não ser obrigatória, traz benefícios para o desenvolvimentoinfantileofereceaoportunidade de as mães voltarem ao mercado de trabalhoapósagestação.
Segundo os números do Censo, o Brasilaindaestádistantedoobjetivo,apesar
de registrar uma melhora: em 2022, 36% dos alunos dessa faixa etária estavam na escola; em2023,opatamarsaltouparacercade41%.
"Foi a etapa que mais sofreu na pandemia", afirma Carlos Moreno, diretor de estatísticas educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). "Agora, voltamos a crescer, e de forma bastante expressiva. Ultrapassamos os 4,1 milhões de alunos na creche."
Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, explica que a creche é um direito da criança previsto na Constituição de 1988. O ideal seria, portanto, prever não só a meta dos 50%, e sim uma realidade em que toda família que queira matricularoalunoencontreumavaga.
"Cada município tem um contexto diferente. Nos grandes centros urbanos, provavelmente[oíndicede]50%dascrianças na creche não seriasuficiente, poisa demanda é muito maior do que isso", diz a especialista.
A estrutura das escolas de educação infantil (crechesepré-escolas)tambémnecessitade investimentos,mostraoCenso:
- menos da metade (41,8%) tem materiais paraatividadesartísticas;
57,7%oferecembanheirosadequadosparaas crianças;
-apenas6,7%têmquadradeesportes.
"Como garantir a qualidade da educação e o consequente desenvolvimento infantil se há falhas em ambientes básicos, comobanheiros,quadrasemateriaisadequados?Nãobastaexpandir,éprecisoqualificar", afirmaLuz.
Distorção idade-série: quantos alunosestãonaetapacorreta?
Como dito no início da reportagem, em 2023, no 6º ano do ensino fundamental, 15,8% dos estudantes não tinham a idade adequada (porque foram reprovados, por exemplo, ou porque abandonaram o colégio emalgumperíodo).
Omaiorpercentualdadistorção
idade-sériefoiidentificadoentrealunosdo6º anodaeducaçãoindígena:39,1%.Emseguida, estão a educação especial (36,4%) e a quilombola (28,4%). A menor taxa de inadequação estava entre os estudantes brancos (9,6%).
Entre os estados, Amapá (32,4%), Pará (31,7%) e Rio Grande do Norte (29,6%) apresentaram os maiores índices de distorção. Já aqueles com as menores taxas foram São Paulo (5,9%), Ceará (7,4%) e Mato Grosso(8,3%).
Escolas públicas perderam 500 mil alunos em um ano, enquanto rede privada cresceu
Em relação a 2022, houve uma ampliação de 4,7% das matrículas em escolas privadas (cerca de 423 mil novos alunos). Já a rede pública encolheu: houve uma redução de maisde500milalunosnesseperíodo.
Provavelmente, segundo Gontijo, o que aconteceufoioseguinte:essesestudantes que entraram nas escolasparticularesem 2023 tinham migrado para as públicas em 2020-2021, durante a crise financeira na pandemia de Covid-19. Agora, os familiares voltaramapoderpagarasmensalidades.
Para Anna Helena Altenfelder, presidentedoConselhodeAdministraçãodo Cenpec(ONGqueatuacomprojetosfocados na educação pública), a retomada do crescimento da rede privada de educação só reforçaaimportânciadaeducaçãopúblicade qualidade.
“A escola pública tem qualidade, o grandedesafioéfazercomqueessaqualidadesejaigualparatodomundo.”
Você já ficou na dúvida sobre qual palavra utilizar em determinada frase? É provável que a sua resposta tenha sido “sim”, afinalalínguaportuguesatemmuitasregrase umadelasenvolveousodo“há”e“a”.
“Há” é uma forma conjugada do verbo “haver” que aparece tanto na terceira pessoa do singular dopresente do Indicativo quanto na segunda pessoa do singular do Infinitivo. Em ambos os casos, ele pode expressartrêscoisas:
-existênciadealgo;
-umacontecimentopresente;
-tempopassado.
Sendo assim, se você está em dúvida quanto a usar o “há” em uma frase tentesubstituí-lopelosverbos“existir”,“acontecer”ou“fazer”.Esteúltimorelaciona-secom a questão temporal do passado e os demais com o primeiro e o segundo ponto que explicamos, respectivamente. Abaixo apresentamosalgunsexemplos.
— Meu pai se aposentou há dez anos. // Meu paiseaposentoufazdezanos.
Essaexpressãoindicatempopassadoepodesersubstituídapelover“fazer”.
—Há20alunosnasala deaula// Existem20 alunosnasaladeaula.
Naoraçãoacima,o“há”estáexpressando a existência de algo na sala, no caso, umgrupode20alunos.
—Hojeháocasamentodoseuirmão.//Hoje
aconteceocasamentodoseuirmão.
Como você deve ter notado, a sentença apresenta a ideia de um acontecimentodotempopresente.
O“a”sozinhopodeserumartigoou preposição. Quando ele se confunde com a expressão com agá isso quer dizer que ele está assumindo a função desta última classe gramaticalerefere-seaotempofuturo.
Casonãoselembredeoqueéuma preposição,nósvamosclarearsuasideias!
Basicamente ela é uma palavra que ligadoiselementoseestabeleceumarelação entreeles.Issosignificaqueosegundotermo passa a ser subordinado ao primeiro por causadoqueédenominadoderegência.
Essa explicação foi apenas para vocêentenderqueemumafraseo“a”nãovai representarumverbo.Diferentementedoque ocorrecomseutermoamigo“há”.
Assim,sebateuaqueladúvidasobre qual palavra usar, tente substituí-la pelos verbos que citamos no tópico anterior — “existir”, “acontecer” ou “fazer”. Caso nenhum dostrêsseencaixenafrase,agrafiacorretaé “a”semagá.
Exemplos
—Meupaiseaposentadaquiadezanos.
Na oração acima, você não tem comosubstituiro“a”pornenhumverbo.Além do mais, ela está expressando um tempo futuro, algo que não corresponde a nenhum dosusosdo“há”.
— A festa de casamento do seu irmão começadaquiaduashoras.
— Os ensaios vão ocorrer a quinze dias na apresentação.
Mesma situação da oração anterior. O“a”estabeleceumarelaçãodefuturoenão seenquadracomoverbo.
Ao longo do texto mostramos que “a”e“há”sãopronunciadasdamesmaforma,
mas assim como na grafia, ambas possuem significados diferentes. Agora que você sabe quaisasregrasparautilizarcadaumadelasé sóarrasarnaproduçãotextual.
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Sob o comando do grupo árabe, Bahia vê o investimento no futebol ser multiplicado; porém, para se transformar em potência nacional, lógica comercial do conglomerado deve ser subvertida
do clube baiano para a pré-temporada em Manchester. “Agorao nossoobjetivoé outro”, disseoespanhol.“ÉfazerdoBahiacampeão.”
Apromessaparaestesegundoano
“Surreal.” Essa foi a palavra mais usadapelosjogadoresdoBahia paradescrever a pré-temporada da equipe neste ano. Trocando os treinos sob o sol escaldante de Salvadorpelofriodoinvernoinglês,osatletas trabalharam nas instalações do Manchester City, dividindo espaço com astros do futebol mundial como Erling Haaland e Kevin De Bruyne – que, claro,foram tietados nas horas vagas com pedidos de fotos e autógrafos. PepGuardiolaexaltouRogérioCeni,chamandootreinadorde“lenda”doesporteporseus feitos como goleiro-artilheiro, e a delegação voltou para o Brasil impressionada com o nível da estrutura e o profissionalismo do campeãoeuropeu.
Para além dessa experiência inesquecível,porém,aperguntaqueficapara omaisnovoclubeafazer partedomultibilionárioGrupoCityé:oBahiapodemesmovirar umapotêncianacional?
Dono de 12 clubes espalhados pelo mundo (veja os detalhes no mapa abaixo), o GrupoCityoficializouacomprade90%da SAF do Bahia em maio do ano passado,mas játomavadecisõesdesdeofimde2022.A primeiratemporadasobnovadireção,porém, quase terminou em tragédia, com o time escapandodorebaixamentoparaaSérieBna última rodada, mesmo tendo investido mais de 100 milhões de reais em contratações. A queda teria sido catastrófica para os planos, como o próprio CEO do Grupo City, Ferran Soriano,reconheceuaoreceberosjogadores
é aumentar ainda mais o investimento em reforços. As contratações miraram alto, caso do meia Everton Ribeiro, multicampeão pelo Flamengo, e dos volantes Jean Lucas e Caio Alexandre,queforamdisputadosnomercado por vários outros grandes times do país. Somados a bons valores trazidos no ano passado, como o meia Cauly e o atacante Biel,as basespara um time mais competitivo estãosendoconstruídas.Sorianojádisseque a ideia é que o Bahia seja o segundo maior time do grupo, atrás apenas do Manchester City – o que, pelo perfil de time de massa, com a maior torcida do Nordeste, uma história rica e inserido em um contexto de “boom” econômico no futebol brasileiro, é plausível.
Como de costume no modelo brasileiro das SAFs, a meta de crescer e ganhartítulosderelevâncianacionalnãoestá mais nas mãos do Esporte Clube Bahia. O controle do futebol é 100% do Grupo City, como detalha o presidente da associação, o ex-goleiro e ídolo tricolor Emerson Ferretti, recém-eleito para um mandato de três anos. “A gente acompanha todas as movimentações,mas,emúltimainstância,atomadade decisãoédoGrupoCity,comosóciomajori-
tário. E a fiscalização do cumprimento das cláusulas do contrato entre Bahia e Grupo City também é dever do presidente”, explica. As operações do clube e da SAF são bem separadas – até as equipes de comunicação são diferentes. Por determinação da matriz, por exemplo, os dirigentes que comandam o futebol evitam dar declarações públicas. Internamente,arelaçãoentreaspartesévista como“pacíficaeharmoniosa”atéomomento.
Por enquanto, porém, ainda não é possível afirmar com exatidão qual papel o Bahiaterádentrodonovoimpérioda bola.A origem do que hoje é uma gigante multinacional está no Abu Dhabi United Group, fundado pelo bilionário xeque Mansour bin Zayed, membro da família que comanda os Emirados Árabes Unidos, para comprar o ManchesterCityem2008.Depoisdeassumir ocontroledeoutrosdoistimes–criouoNew York City nos Estados Unidos e comprou o Melbourne Heart (hoje Melbourne City) na Austrália –, o grupo decidiu criar um braço esportivo para gerir as operações de futebol. Em 2013, nasceu o City Football Group, ou Grupo City, que não parou de se expandir desdeentão.
O modelo de negócios para os times“menores”dogrupo está principalmente na captação de talentos e na revenda de jogadores em busca de lucro. Com a óbvia exceção do Manchester City, nenhuma equipe realmente subiu de patamar no que diz respeito a conquistas dentro de campo. Maisdametadedostítulosdetimesdogrupo (30 de 49, contando equipes masculinas e femininas)sãodopróprioCity.OMontevideo City Torque, por exemplo, já foi rebaixado duas vezes no Uruguai desde sua aquisição, em 2017 – por outro lado, nunca tinha disputado a primeira divisão antes disso. Além disso,lançounomescomoozagueiroNahuel Ferraresi,hojenoSãoPaulo,eoatacanteTaty Castellanos, que brilhou no New York City e atualmentedefendeaitalianaLazio,cumprindo seu papel de formador e vendedor de jovenstalentos.
Comumavastarededeobservadores na América do Sul, o Grupo City também já investiu em várias promessas brasileiras, mas os resultados, até aqui, não são empolgantes.Amaioriafalhouematingirseupotencial,comoopontaKayky,umdosjovensmais promissores do país na base do Fluminense, que teve empréstimos malsucedidos para o português Paços de Ferreira e o próprio Bahia.NomescomoosvolantesDouglasLuiz, ex-Vasco, e Vinícius Souza, ex-Flamengo, só deslancharam depois que foram vendidos paratimesdeforadogrupo.Umcasoapontado como sucesso é o do atacante Gabriel Pereira, comprado do Corinthians por 5 milhões de dólares para o New York City e revendido pelo dobro do preço para o Al-Rayyan, do Catar, após um ano e meio. Esse é o “jogo”: comprar, desenvolver, revender,lucrar. Muitasvezesosgarotossãoatraídos pela possibilidade de um dia vestir a camisa do Manchester City ao assinar com o grupo, mas a his- tória mostra que esse é um fenômeno raríssimo. O único exemplo de jogadorcompradopelogrupoqueconseguiu cair nas graças de Guardiola e fincar espaço no time inglês é o ucraniano Zinchenko, que hojedefendeoArsenal.Ocaminhoparajogar no campeão mundial dificilmente passa por empréstimos para os “times-satélites”, que nãocostumamobterfeitosrelevantes.
A exceção que confirma a regra, como diz o ditado, é a surpreendente campanha do Girona no atual Campeonato Espanhol, em queotimecatalãoembarcouemumadisputa palmo a palmo com o Real Madrid pela taça. Mas ninguém, nem mesmo dentro do Grupo City, esperava esse nível de desempenho, muitomaisatribuídoaoexcelentetrabalhodo técnicoMícheldoqueaqualquerinvestimento extra dos proprietários. Os brasileiros Yan Couto,lateral-direito,e Savinho,atacante,são tidos como dois dos jovens de maior potencial entre os contratados do grupo. Ainda assim,apossibilidadedeseremrevendidosé
maior do que a de um dia defenderem o elencoprincipaldoCity.
OsonhodotorcedordoBahia,claro,érepetir ocontodefadasqueviveoGironaedesafiar clubes mais tradicionais no Brasil. Mas, mesmo se isso não acontecer a curto prazo, osbenefíciosdefazerpartedeumconglomerado gigante e endinheirado não se restringemaodesempenhoesportivo.OGrupoCity se comprometeu a aplicar 300 milhões de reaisnosaneamentodedívidas,porexemplo, alémdeaporteseminfraestrutura,categorias de base e projetos sociais. “O investimento, em um primeiro momento, está sendo só no futebol, mas eles têm uma preocupação social muito grande, que casa com nossas ações. Teremos projetos juntos também em esportesolímpicos”,dizEmersonFerretti.
O Bahia já sente a diferença. Além dos reforçosdepeso,conseguiumantersuabase – Cauly, por exemplo, recebeu proposta do Palmeiras, mas ficou. A apaixonada torcida tricolorembarcadecabeçana“ondaCity”ejá ostenta orgulhosamente a nova camisa azul-celeste, marca registrada dos times do grupo, ao lado do tradicional uniforme branco, vermelho e azul nas arquibancadas daArenaFonteNova.Estatemporada deixará mais claro se o time é só mais um satélite do todo-poderoso City ou se pode mesmo sonhar em brigar por títulos de expressão nacional. Como o próprio Soriano já afirmou, oBahiaédiferente.
Nos últimos dias, o nome de um remédiocontra arinitefoipararnosassuntos mais comentados do X (o antigo Twitter) depois que um perfil propôs que as pessoas comentassem quais eram os antialérgicos favoritosdelas.
Aloratadina,queganhouosholofotes nas redes sociais recentemente, pertence àclassefarmacêuticadosanti-histamínicose, de fato, está entre os tratamentos indicados paralidarcomascrisesalérgicasnonariz.
Porém, antes de tomar qualquer comprimido ou aplicar um spray nas narinas, é importante buscar um médico para fazer um diagnóstico adequado e definir a origem doproblema.
Isso porque, ainda que as crises alérgicas sejam de fato a principal causa da rinite, elas não são o único gatilho para a condição.
Como você vai entender ao longo da reportagem, a inflamação nasal pode ser provocada por mudanças de temperatura e umidade, usoderemédios específicosou até pelaprópriagravidez.
E,para cadaum dessesquadros,há umaabordagemespecífica,quetraráresultadosmelhores.
Conheçaaseguirosprincipaistipos de rinite — e os tratamentos mais indicados paraelas.
Asmúltiplasraízesdonariztravado
O otorrinolaringologista Cicero Matsuyama,doHospitalCema,emSãoPaulo,
explicaqueariniteé"umprocessoinflamatório que acomete as cavidades nasais e os seiosparanasais".
Estima-se que em torno de 30 a 40%daspessoasdesenvolvam esseincômodo, que é marcado por coriza, espirros constantes, entupimento nasal e coceira no nariz, na garganta, nos olhos e até no céu da boca,emalgummomentodavida.
"Otipomaiscomuméarinitealérgica",dizMatsuyama.
"Algo que está no ar, no pelo de animais de estimação, na poeira, nos ácaros, entre outros, engatilha uma resposta nessa regiãodocorpo",complementaele.
Outrogatilhofrequente—principalmentenaregiãoSuldoBrasilenoHemisfério Norte, que têm estações do ano mais definidas—éopólen.
Indivíduossensíveisaessecomposto costumam sofrer mais na primavera, quandoasplantascrescemeflorescem.
"Mas nem toda rinite é alérgica", chamaaatençãoMatsuyama.
Cerca de um terço dos casos tem a ver com outros fatores. O primeiro deles é a mudança da umidade ou da temperatura — seja do clima local ou de ambientes, salas ou cômodosespecíficos.
Esse quadro ocorre, por exemplo, quando há uma queda brusca nos termômetros,ouseestámuitocaloreopacienteentra numlocalcomambientecomumarcondicionadomuitogelado,porexemplo.
Há também a rinite de origem medicamentosa,marcadaporincômodosnas vias aéreas superiores após o uso de remédios específicos. Os mais frequentes causadores desse quadro são fármacos prescritos contra a disfunção erétil ou a pressãoalta.
"Por fim, há também a rinite gestacional,queacometealgumasmulheresduran-
teosmesesdegravidez",acrescentaootorrino.
O médico Giovanni Di Gesu, do Departamento Científico de Rinite da AssociaçãoBrasileiradeAlergiaeImunologia (Asbai),destacaqueossintomasdaenfermidadenãoafetamapenasarespiração.
"Os espirros frequentes, a coceira, e asecreçãonasalpodematrapalharodiaadia elevaraumsonodemáqualidade",dizele.
Se os sintomas típicos da rinite persistemporváriosdias—ouserepetemem períodos específicos do ano — buscar um médico é o primeiro passo para lidar com o problema.
Durante a consulta, o especialista vai avaliar o incômodo e investigar se há algum comportamento, hábito ou qualquer outro fator que está envolvido nesse processo.
Quando as evidências apontam para uma rinite alérgica, o profissional da saúdecostumaindicaralgumasmudançasde hábito e na casa — como fazer faxinas mais frequentesparaacabarcomoacúmulodepó ouevitarcertoscobertores,bichosdepelúcia, carpetes e cortinas que acumulam ácaros ao longodotempo.
"Oquartoéoambientequemerece mais cuidados. Quanto mais simples, arejado efácildelimparelefor,melhorparaopaciente",destacaDiGesu.
Enquantoapessoafazesse controle dos gatilhos das crises, é possível também usar alguns remédios que, segundo os médicos,sãobemseguroseeficazes.
Paraoscasoslevesderinitealérgica, os fármacos mais prescritos são justamente osanti-histamínicos,ouantialérgicos.
Eles bloqueiam a histamina, uma substânciaproduzida poralgumas células de defesa (como os mastócitos) que desencadeiaairritaçãodasparedesinternasdonariz.
Essa classe farmacêutica é dividida emdoisgrupos:osremédiosdeprimeiraede segundageração.
Comoopróprionomesugere,osde primeira geração são mais antigos e costumam causar sonolência por algumas horas. Carbinoxamina, bronfeniramina, clorfeniraminaeprometazinasãoalgunsexemplos dessa turma.
Já os de segunda geração, como fexofenadina, loratadina e desloratadina, são mais modernos e não causam essa vontade excessivadedormir.
Para quem tem uma rinite alérgica moderada ou grave, os médicos costumam prescrever, além dos anti-histamínicos, anti-inflamatórios específicos. Alguns deles vêmnaformadespraynasal.
Há ainda a opção da imunoterapia, uma espécie de "vacina terapêutica". Essa modalidade de tratamento consiste em aplicardosesmínimasdoagentequecausaa alergiatodososmeses.
A ideia é treinar o sistema imunológico aospoucos, para que ele deixe de gerar umareaçãodesmedidaaoentraremcontato comogatilhodarinite.
Essaterapiapodedurarentredoise cinco anos — e custa ao redorde R$ 300,00 pormês.
Mas ese arinitenãotiverum fundo alérgico? É justamente aí que entra a importânciadodiagnósticocorreto.
Afinal, se o quadro for provocado apenas por mudanças de temperatura, remédios ou gestação, de nada adianta insistir apenas em remédios específicos para as crises alérgicas (como os anti-histamínicos).
Aliás,nagravidez,ousodequalquer remédio deve contar com a avaliação de um especialistanaárea.
Em situações como essas, os incômodoscontinuarãoaacontecer.
Para a rinite ligada a questões de temperatura ou umidade, por exemplo, há medicamentosespecíficos.
Alémdisso,opacientepodeter
melhoras ao fazer ajustes na temperatura ou aousarum umidificadordearnosambientes ondepassaamaiorpartedodia(oudanoite).
Quandoogatilhodonariztravadoé um remédio, o profissional de saúde pode realizar correções nas doses ou indicar opções que tenham menos efeitos colaterais nasviasaéreas.
"Em alguns casos, como quando o paciente usa medicamentos para lidar com a disfunçãosexual,elevaiteracongestãonasal apenas por algumas horas, enquanto durar o efeitodofármaco",pontuaMatsuyama.
Atémesmoparaarinitegestacional existemsoluçõesespecíficas—afinal,comoa gestação é um período sensível, nem todo medicamento pode ser usado durante os novemeses.
Mas há certas opções farmacológicas, como alguns sprays nasais, que os médicos podem prescrever para aliviar os sintomascomsegurança.
Ossadas estavam em cemitério de rejeitados. Vítimas de doenças, crianças não batizadas e pessoas que tivessem morrido em circunstâncias trágicas eram especialmente temidas.
Em 29 de janeiro,Elon Muskpostou em sua rede social X, antigo Twitter, sobre o sucesso da primeira intervenção cirúrgica paraimplantedeumdispositivodesenvolvido porsuastart-upNeuralinkemum humano.O nomedodispositivo:Telepathy(Telepatia).
Na comunidade científica, estávamosatentosaostrabalhosdaequipedeElon Musk desde que, em setembro de 2023, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos confirmou que o dispositivo poderiaserimplantadoemhumanos.
ApósaaprovaçãodaFDA,aNeuralink implantou o Telephaty em uma pessoa escolhidaentreumgrupodevoluntárioscom tetraplegiaeescleroselateralamiotrófica.
De início, podemos dizer que o implante foi um sucesso. Mas para conhecer osresultadosseránecessárioacompanharde pertoumestudoqueprometeserlongo.
OqueaequipedeElonMuskconseguiuémuitorevolucionáriodopontodevista tecnológico.
O Telepathy carrega uma bateria que é recarregadaexternamente edispõe de 1.024 eletrodos, distribuídos em 64 fios, que transmitem,deformawireless,asmedidasda atividade cerebral. O fato de ter sido aprovado pela FDA endossa o rigor com que foi produzido.
Espera-se que o Telepathy consiga medirossinaiscerebraisrelacionadosao
movimento em pessoas com mobilidade reduzida, e que os sinais sirvam para comandaromovimentodeumapróteseouinteragir comumcomputador.
Masumsinalmuscularnãoequivale, deformaalguma,aumpensamento.
É o que se conhece como interface cérebro-máquina, mas isso não é telepatia. Verdadeiramente revolucionário seria se o dispositivo Neuralink reconhecesse a atividade neuronal que o pensamento gera. E isso provavelmentenuncaseráalcançado.
Como é o chip cerebral implantado pelaempresadeElonMuskemumapessoa Mulhersequeimaaofritarovoemorre10dias depoisnointeriordeSP
Qual é o desafio que enfrentamos quandotentamosmedirsinaisdocérebro?
O desafio é a escuridão em que o observador se encontra depois que um neurônio é ativado. Isso não acontece com outros tipos de células, como por exemplo umacélulamusculardocoração(miócito).
Para medir a atividade elétrica de um neurônio e de um miócito utiliza-se a mesmatecnologia.
Masquando ummiócito"dispara",o observador pode relacionar diretamente o sinal elétrico com a contração da célula muscular. E, assim, entende o efeito da contração, pois observa que a contração de todososmiócitosdocoraçãofazemcomque osanguecirculepelocorpo.
Issonão acontece quandoobservamosodisparodeumneurônio.Nessecaso,o observador não verifica nenhuma mudança significativa, porque o pensamento gerado não é visível: o disparo do neurônio se perde naescuridão.
Jáexistemdispositivosquesão
Fonte: g1
implantados dentro ou muito próximo ao cérebroequeinteragemcomele.
Um exemplo são os implantes cocleares, dispositivos com estimuladores localizados na cóclea (estrutura do ouvido interno). Eles são usados por pessoas que não têmascélulasresponsáveisportransformar os sinais acústicos que chegam do exterior nos sinais elétricos que reconhecemoscomosons.
O implante recorre a pequenos microfones localizados na orelha e envia os sonsrecolhidosparaeletrodosespalhadosao longo da cóclea. Aí estamos agindo muito perto do cérebro, chegando ao nervo auditivo.
Outro dispositivo que atua, desta vez sim, dentro do cérebro - e que também estádevidamenteaprovado-éoestimulador cerebral profundo. Ele começou a ser usado paratrataroParkinsone,maistarde,teveseu uso expandido para outras patologias, como aobesidademórbidaouadepressão.
Com estes dispositivos, atua-se em núcleos profundos do cérebro. Mas ainda sabemos bemcomooórgãofunciona.
O dispositivo usado para controlar os distúrbios motores na doença de Parkinson (e não não para curar a doença), por exemplo, foi desenvolvido sabendo que era melhor inutilizar um grupo de neurônios do quedeixá-loscomoestão.
Esse dispositivo permitiu que, em vez de praticar uma ablação (isto é, queimar as células), os neurônios fossem inutilizados através da aplicação constante de pulsos elétricos que os bloqueassem. E é possível reverteroefeitoaopararodispositivo.
No entanto, o trabalho para entender em profundidade as conexões entre os diferentesnúcleosrelacionadosao movimento, e descobrir por que um estimulador cerebralprofundofunciona,continua.
Neste momento estamos longe de medir o pensamento,asintenções,asmemóriasouos desejos. Com esse tipo de dispositivo, não podemos saber o que as pessoas estão pensando.
Mesmo com dispositivos já muito reconhecidos,comoosestimuladoresprofundos, nãohá clarezasobre porque funcionam (nãocomofuncionam)equalefeitotêm.
As controvérsias suscitadas pelo implante do chip de Elon Musk são compreensíveis.Ofuncionamentodocérebro nos intriga. Parece que é no cérebro que se encontra a nossa intimidade mais profunda e queremosrespeitá-lo.
Não desejamos que outras pessoas nos controlem. Mas, por enquanto, que leiam nossa mente ou possam influenciar nosso pensamento,nãoéalgoparasepreocupar.
Será que será possível relacionar a atividadeneuronalcomosnossospensamentos?
Tudo indica que haverá progresso na interação com as máquinas, mas não será baseado na relação entre a atividade neuronal e o pensamento. Entre outras coisas, porque nem sequer temos muito claro o que épensar.
Será que o pensamento escapa à físicaenãoépossívelmedi-lo?
Ossadas estavam em cemitério de rejeitados. Vítimas de doenças, crianças não batizadas e pessoas que tivessem morrido em circunstâncias trágicas eram especialmente temidas.
molecada.QuemfoiaoshowdoTheWeeknd vai ficar dois três meses sem ir a nada. E a gente não disputa apenas o público [com outros festivais], mas também as atrações. E muitas delas pensam que vão ganhar mais dinheiro fazendo um show próprio do que dentrodeumfestivalcomoutrasbandas.Por isso a gente não consegue um The Weeknd ouumColdplay.”
Um festivaldo tamanhodo Lollapaloozavem acompanhadodeumfestivalproporcionalde problemas. Concorrência com outros shows, cancelamentosdeatraçõesemcimadahora, condições climáticas extremas, questões trabalhistas e reclamações do público são só algunsdeles.
Fazendo papel daquele artista circense que precisa manter os pratos girando equilibrados em varas sem quebrar nenhum,estãoasmentesportrásdoLollapaloozaBrasil,asua diretora,LecaGuimarães,e oseucurador,Marcelo Beraldo,ambos daC3 Presents, produtora de shows sediada em Austin, no Texas. São eles que seguram a bucha.
EmentrevistaaSplash,elesresponderam a questões relacionadas a tudo o que pode fugir dos planos da organização. Leia a seguirtrechosdaconversa:
Como vocês lidam com a concorrênciadeoutrosfestivais?
“Estamos no Lolla desde o primeiro. Independentemente da concorrência, o Lolla sempreseguioupeloqueacreditavaefoium dos grandes influenciadores de as pessoas curtirem um festival durante o dia. No começo, o festival só enchia às 19h, hoje em dia, às 15h, você já tem mais de 70% do público.”
-LecaGuimarães
“A concorrência não é só com outros festivais, mas com shows em grandes estádiostambém.Obolsoéomesmoda
-MarceloBeraldo
“O importante é oferecer uma experiência bacana,em que o moleque vailá epassaodiainteiro,vêváriasbandas,muitas novas. Se comparar a gente com os concorrentesmaisdiretos,oLollatrazmaisbandas, mais palcos, mais shows, mais coisas acontecendo.
-Beraldo
Comoseprepararparaascondições climáticas,comocalorechuvaintensos? Porcontadocalor,agenteliberougarrafapet, mas as pessoas atiravam a garrafa cheia; se acertar alguém, pode machucar. Então a gente sempre distribui água. Mas vimos que não podemos jogar água no corpo, porque a pessoa desidrata. A gente tem sombras no festival, a gente distribui água, a gente chegou a oferecer pizza para quem fica na barricada e não sai de lá de jeito nenhum. Podeentrarcomcopodeágua.
-LecaGuimarães
A gente usa os telões para dar avisos de 'fique hidratado', porque no hemisfério norte a gente já vive esses problemas extremos. Mas, uma vez que abrem os portões, você depende muito do comportamento do fã no festival para a gente conseguirtersucesso.
-Leca
”Sobre a chuva de março, mês que acontece o Lolla, a gente tem que casar as agendas com todos os festivais e turnês grandes.Então,oquesobraparaagentesão
Fonte: uol
aságuasdemarço.”
-Leca
“A gente monitora todos os preços de festivais e de shows em estádio, então a gente sabe que oferecemos um festival internacional, com quase 80 bandas. Ainda assim, é mais barato que Taylor Swift ou The Weeknd e a gente entrega muito mais. Não tem muito para onde correr, a gente fica monitorando a concorrência. Eu arrisco em dizerqueosfestivaisgrandesestãonivelados pelomesmopreço.”
-MarceloBeraldo
“Oline-upmaisforteoumenosforte também influencia no preço, assim como a economiado país.A gente pagao artista em uma moeda e vendemos os ingressos em outra.”
-LecaGuimarães
“Existe também o sensacionalismo. Você vê um título num site: 'Ingressos a mil e quatrocentos reais!'; mas se esquecem de dizerquemais98%davendadosingressosé meia-entradaeentrada-social.Ninguémpaga esseingressointeiro.”
-Beraldo
“Quandoagentecriouaentrada-sociala gente foiprocessado por terdado50% de desconto, o mesmo que dava para estudante.Entãotivemosquedarodesconto de 45%.Ou seja,mesmoquem tem o benefício reclama de outro ter também. E tem a regra de como você faz carteirinha de estudante. O preço de face ninguém paga. Quemnãofalsificapagaodobro.”
-Leca
“Muitas vezes o preço que sai lá na manchete não é o que as pessoas realmente pagam. Até onde eu sei, aqui é o único país do mundo que tem essa meia-entrada. Algunspaísestêmalgumameia-entrada,mas éogovernoquepagaaoutrametadeou
subsidiapartedoingresso.Aquisefazcaridadecomodinheirodosoutros.”
-Beraldo
”Se derrubassem a carteirinha o preçocheiocairiapelametade.Nossointeresseé venderingresso,oorçamentonão muda por causa da meia-entrada, o cachê das bandas não muda por causa da meia-entrada.”
-Leca
“A gente faz de tudo para evitar esses casos. A gente criou um manual com regrasnoanopassadojuntocomoMinistério doTrabalhoparapassarparaosnossosfornecedores. Mas o problema é muito maior do queaspessoastentamentender.”
-LecaGuimarães
“Há até pessoas que ganham uma diária alta, mas optam por dormir no festival. Entãoagentetrabalhajuntocomosfornecedores para evitar esse tipo de coisa. Mas, na hora que você fala de uma equipe de milhares,nãohánenhumacidade com umsistema de acomodação para tantos funcionários assim.Quando há sindicatos mais fortes, eles tentam ajudar essas pessoas, como em Berlim ou Paris. Nos EUA,a segurançaé feita pela polícia local. Cada país tem suas políticas.”
-Leca
“Éum processo,nãoédodiaparaa noite que você consegue alguém. A gente nuncaimaginaquealguémvaicancelar,então ésempreumsusto.”
-LecaGuimarães
“O aumento no cancelamento de festivaiséumfenômenoquetemacontecido
nomundotodo.Muitoempartepeloaumentodos custos de viagem,muito emparte por causa de doenças, a saúde mental desses caras. Ficou mais complicado viajar e orçar. No Brasil passamos por uma infeliz série de cancelamentos. Dependendo do prazo, dá para fazer alguma coisa, mas com menos de 48h, 24h, não há prazo para vir com uma soluçãomilagrosa.”
-MarceloBeraldo
“Nenhum artista assina cláusula de cancelamento.Nãoexisteisso.Elesdevolvem o dinheiro e pronto. É a prática do mercado. Masa gente não fica expondo nossas dificuldades. Na hora que cancela, por exemplo, o Paramore,éumprocessomuitomaisfrustrante do que um Drake. A gente tem Chile e Argentina antes, então a gente percebe a atitudedoartistacomovemvindo.Seagente ficousurpresoquandoo Drake falounãovou mais?Não.MascomoTaylorHawkinsagente ficou arrasado,porque tínhamos uma relação muito forte do Foo Fighters com o Lolla, sempre fomos parceiros, participaram do primeiro Lolla.Já um Paramore, podem ser N razões,masabandanãoquissemanifestar.E a três, quatro meses do festival não é qualquerbandagrandequeestádisponível.”
-Leca
OLollapaloozaBrasil2024acontece nosdias22,23 e24demarçonoAutódromo deInterlagos,emSãoPaulo.Entreasatrações principais desta 11ª edição estão Titãs, Blink-182, Arcade Fire, Limp Bizkit, SZA, GilbertoGileSamSmith.Osingressosestãoà vendanapáginadofestivalnaTicketmaster.
Nodia10demarço,aconteceráa97ªediçãodoPrêmiodaAcademia,oOscar.Amais famosapremiaçãodocinemalembrará,maisumavez,aartedasproduçõesestadunidensesem uma edição que reforçará com certeza o gosto americano de ver americano vencer. Diferente deoutraspremiações,comoosfestivaisaoredordoglobo,oOscartemumadificuldademuito grandeemsairdoseuconservadorismoepremiarfilmesmenoslineares.Comoanopassado,o interessante Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo foi o maior vencedor, neste ano eles seguirão a regra máxima de premiar aquele longa-metragem mais quadrado e de formato antigo, o que é bem a cara da maioria dos votantes. Contudo, mesmo com seus problemas, semprepodemosencontrarobrasinteressantesentreosindicados.
Sinopse: Na virada do século XX, o petróleo tornou a nação Osage a mais rica do mundo do dia para a noite. Tanta riqueza atraiu intrusos brancos, que manipularam, extorquiram e roubaram o dinheiro do povo Osage antes de assassinar a população.
Sobre o filme: Há quem reclame de o filme possuir 3h26 de duração. Eu digo que é uma reclamação preguiçosa de gente preguiçosa. Solte o seu celular. Martin Scorsese, como sempre, consegue criar um drama bem detalhado e pontuado. Em toda a sua confusão, é crítico e consegue até ser revoltante. O afeto fala menos do que o poder e o dinheiro. Mesmo o personagem abobalhado do Leonardo DiCaprio não consegue ofuscar o quão interessante é ver Lily Gladstone e Robert De Niro em cena.
Sinopse: Quando um de seus alunos é suspeito de roubo, a professora Carla Nowak decide ir ao fundo da questão. Presa entre seus ideais e o sistema escolar, as consequências de suas ações ameaçam destruí-la.
Zona de Interesse.
Sobre o filme: Esse filme alemão é bastante questionador. Ambientado quase totalmente no cenário escolar, ele é construído por planos fechados e planos-sequências. No desconforto, o espectador começa a questionar o que é certo enquanto a protagonista entra em estado de conflito. Além disso, traz toda a arte cultural da Alemanha atual.
Sinopse: Uma mulher é suspeita de ter assassinado o marido, e o seu filho cego enfrenta um dilema moral como única testemunha.
Sobre o filme: É uma trama complexa que conseguiu sair da bolha dos indicados como filme estrangeiro. Inclusive, por críticas da diretora ao governo Macron, o filme não foi a escolha da França para o Oscar –péssima decisão que o fez perder uma indicação. Mesmo sendo também um filme de júri, ele não é cansativo. É sutil, intrigante, possui atuações absurdas, discussões profundas e um roteiro extremamente afiado. É muito difícil construir em tela uma discussão e fazer com que ela pareça natural e real.
Sinopse: Viver na Terra da Barbie é ser um ser perfeito em um lugar perfeito. A menos que você tenha uma crise existencial completa. Ou que você seja um Ken.
Sobre o filme: O Jornal do Colaborador já foi bastante verbal sobre o quanto gostamos de Barbie. Como esperado, é tido como uma simples comédia e não é levado a sério pelos votantes. Houve uma crescente de opiniões tentando rebaixar tudo que é tratado no filme em comparação a outros mais tradicionais – a mais comum das opinões Maria-vai-com-a-outra de pessoas que não conseguem extrair por si sós interpretações sobre o cinema. É um filme doce, crítico, existencial, bem construído e muito metalinguístico. Ninguém tirará isso dele.
Sinopse: A história do cientista J. Robert Oppenheimer e seu papel no desenvolvimento da bomba atômica.
Sobre o filme: É o filme biográfico que o Oscar tanto esperava. Soa tão pedante, tão ‘olha como sou brilhante e astuto’, que me fez questionar as outras experiências que tive com filmes do Christopher Nolan. Eram realmente bons? Nem eu seimais. Nem todabiografia precisa ser contada, nem toda biografia precisa ser contada em um filme zuadento de 3h.de 3h.
Sinopse: Um professor mal-humorado éforçado a permanecer no campus para cuidar do grupo de alunos que não tem para onde ir durante as férias de Natal. Ele acaba criando um vínculo improvável com um deles e com a cozinheira-chefe da escola.
Sobre o filme: Toda a sua estrutura remete a uma época diferente. As atuações em um texto preciso e construído com base em diálogos são os pontos diferenciais. É uma comédia sem sentimentalismo barato onde os personagens são completamente defeituosos. Talvez isso seja o trunfo dele.
Sinopse: Uma jovem é trazida de volta à vida por um brilhante e heterodoxo cientista.
Sobre o filme: Yorgos Lanthimos é um diretor perturbado. Em diferentes graus, os filmes dele sempre trazem algo absurdo. Nesse, não é diferente, e o roteiro de Tony McNamara e Alasdair Gray permitiu criar um ambiente bastante peculiar. Em sua total imersão na fantasia, um filme humano em sua pureza. É questionador, irônico, paspalhão e afetuoso.
Sinopse: Nora e Hae Sung, dois amigos de infância profundamente conectados, se separam depois que a família de Nora decide sair da Coreia do Sul. Vinte anos depois, eles se reencontram em Nova York para uma semana fatídica.
Sobre o filme: Se você achaque a Academianão iria premiar por dois anos seguidos filmes com elenco em sua maioria asiático, você está completamente certo. Filmes como ele não vencem no Oscar. Ele é cadenciado em uma história tão real que, em diferentes proporções, poderia acontecer com você. Os detalhes nas construções de personagens; as reações em face à confusão, ao amor, à perda; o roteiro delineado em tempos tão específicos; tudo cria uma atmosfera única, uma vivência em outra vida. É a perda do que não se viveu e a pergunta sobre tudo que se construiu. Os questionamentos ficam ali.
Seria o meu vencedor da categoria Melhor Filme.
Texto: Hotton Machado
Apesar do grande número de processosnomêsdejaneiro,oiníciodoanoé sempre morno. As pessoas meio que possuem uma regra não explícita de que o anorealmentesócomeçadepoisdocarnaval. Os processos empresariais na Junta ComercialdoEstadodeAlagoas(Juceal)continuam a chegar, mas o clima é mais ameno tanto paraosclientes,quantointernamente.
Há quase dois anos na Juceal,Kátia Barros conhece bem o funcionamento da entidade.Conhececomofuncionaadinâmica de cada setor e as suas regras quase não explícitas. A estagiária passou, durante esse tempo, pelo suporte ao Portal Facilita Alagoas, pelo setor de cadastro e certidão, e pelaanálisetécnica.
“A Junta é uma entidade em que você tem que estudar, que abre portas e te proporciona aprender diversas áreas como Direito e Contabilidade. O Facilita foi o setor com mais conteúdo, um ambiente muito favorável, muito descontraído. O meu primeiro chefe, o Jadson, é uma pessoa excelente, que gosta muito de ensinar. Aí eu tive a experiência de passar pelo setor de cadastro também, com a Letícia, que também gosta muito deensinar,efuimuitobemrecebida.A princípio, a Astec é um setor que eu via com um olhar de mais dificuldade, também pela responsabilidade. Fui bem recebida pelo seu Torres, mas também foi um desafio, porque, mesmo com as experiências dos outros setores, eu tive que aprender tudo, como era que funcionava, qual era o papel da análise singular, como eu iria trabalhar. Cada setor é um reinício,que,nofinal,eles secomplementam”,destaca.
KátiacursaCiênciasEconômicasna
Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Está nosétimoperíodoetrataaáreacomoumreal achado,aquilocomqueseidentifica.Amisturaentreocomportamentohumanoemsociedadeeaexplicaçãoracionalutilizandoaárea de exatas talvez tenha sido um diferencial paraqueocursoatenhaatraídotanto.
Asfeiçõesmaisjovensparecemnão dizer-algo,inclusive,queelajáouviubastante -, mas os quase 28 anos carregam experiências diversas. Kátia trabalhou por dois anos e meio na área de varejo, algo que foi necessário para poder ganhar certa independência. Anteriormente às Ciências Econômicas,ela cursou Matemática,também na Ufal, algo que funcionou como um início de um direcionamento para a área de números,masaindabemlongedoesperado.
Durante dois anos, a rotina de Kátia se baseava nas salas de aulas. Lidar com aluno, lidar com pais de alunos, lidar com diretora, lidar com coordenadora, lidar com planejamentodeaula,executara aula,passar o conteúdo, acompanhar como o aluno estava absorvendo... Era muita coisa. Educação é um desafio. Educação no ensino público é um desafio ainda maior. Decidiu mudar de área. Prefere o operacional. O planejamento ainda estava ali, mas em algo maisadministrativo.
A jovem fala de forma cadenciada. Oquenocomeçopoderiaseconfigurarcomo certa reserva, torna-se uma expressividade bemsegura.Asfalassãodiretas,semgrandes arrodeios, comum a alguém que passou bastante tempo pensando em como o mundoaviaeoquantoelamesmarealmente seconhecia.Aconfiançadequemsabeonde chegou.
Texto: Hotton Machado
Os anos de Junta Comercial também representam mudanças além do curso. Kátia foi casadaporumanoemeio,morouumtempo nobairroOuroPreto, masofim dorelacionamento também representou a volta para dividir a vivência com o pai, no Rio Novo. A rotinaquerefletiaem15mindedistânciapara a Juceal, agoraleva o longo período de 1h20, quase3hsevocêconsideraridaevolta.
“Quando eu me mudei, quando voltei para a casa do meu pai, eu sabia que teriaessadificuldadenotransporteetiveque me reorganizar, mudar horário de acordar, mudar horário de estudar, mudar horário de dormir, tudo! Você perde um tempo no transporte que poderia usar para trabalhar, paraestudar...”,reflete.
Arelaçãocom opai,poroutrolado, é muito boa. Desde a época em que os pais se divorciaram, há 17 anos, a convivência diáriacomopaifoiaescolha.Kátiaéasegunda mais velha em uma família com quatro filhoseelasevêcomumacaracterísticamais acolhedora,maisconselheira,típicaqualidade queosprimogênitosdeveriamter.
Claramente ela é bastante família. Mas se a relação com o pai é de parceria, o contato com a mãe não existe. Será que existe amor realmente quando se nega a existência do outro? Não é tão difícil aceitar aspessoas como elassão. Para alguns ainda, é um caminho estranhamente tortuoso,onde essamisturadeopiniãodefeituosaepoderna vida do outro beira, talvez, uma fisga de humanidade.
Kátia é aberta e orgulhosamente lésbica.Paraopai,noinício,foiumsusto,mas, como deve ser, as coisas foram melhorando. Para a mãe, a relação desandou desde que ela se assumiu há quatro anos, onde ela excluiuKátiadoconvívio.
“Eu falei para ela que isso não iria mudar o meu respeito,o meu carinho, o meu amor por ela. O que ela precisasse de mim como filha, eu estaria aqui, mas que eu tambémnãoficariainsistindoenãocolocaria umamáscara,nãovestiriaumapersonalidade quenãofosseminha.Émuitoruimquerer
fazer a vontade dos outros e fingir ser uma coisa que você não é. É a pior coisa você mentirparasimesmo”,enfatiza.
AvisãoqueseconsolidaéqueKátia possui uma clareza na fala, é até bastante engraçada. E tudo isso contrasta com a impressãoinicialdereserva,atécertatimidez, oqueéalgobemesperadodepessoasLGBTs em espaços de trabalho. O não conhecer e a dúvida quanto às reações dos outros infelizmentetrazemumadiscrição.
A rotina de trabalho é algo que a agrada.Assustasairdessarotinadetrabalhar eestudar;ofuturopesa,maselaseconsidera pénochão,acabasesegurandonoacessível, os planos se baseiam em etapas, sem grandes expectativas, encarando a realidade. Nofuturo,esperoencontrarKátiabemdentro dos seus objetivos, valorizando os dois pilares,queelafaztantaquestãodeenfatizar, com reconhecimento profissional e família formada.Porumtempo,issonãofoipossível para gente como a gente. Talvez as coisas estejammelhorando.
Existemváriastécnicasdeartesanato quÉ impossível escapar de notícias falsas. Afacilidadedepublicaçãoedisseminaçãode conteúdo na internet possibilita com que informações não verificadas sejam espalhadas aos montes. O tipo mais famoso são as deep fakes: fotos ou vídeos editados de forma a alterar os rostos e falas de pessoas paracriarumafalsanarrativa.Aprimeiradeep fake registrada aconteceu em 2017, onde um usuário do Reddit manipulou vídeos usando rostosdefamososemmomentosíntimos.
Por outro lado, temos as IAs (Inteligência Artificial), que sempre foram alvo de fascinação em filmes futuristas e amantes da tecnologia. Elas existem atualmente em vários campos, seja a Assistente do Google, que marca datas importantes para você, a Alexa, que toca sua playlist preferida, o Face App, que altera o rosto de outra pessoa para o seu, ou um gerador de imagens que em segundos cria uma peça gráfica através do promptfornecido-linhadecomandodadoa IA com informações sobre como a imagem deve ser -, na verdade ele não tem só a capacidadedecriarcomofazeralteraçõesem imagens; uma poderosa ferramenta distribuídasemnenhumtipoderegulamentação.
Os primeiros nomes a serem mais falados eram Midjourney, Stable Diffusion e DALL-E. Contudo, marcas grandes como a GoogleeAdobetambémtêmseuspróprios
geradoresdeimagens.Essasferramentastêm um fácil acesso permitindo com que milhões de pessoas possam gerar suas próprias imagens. Deixando de lado a violação de direito autoral e a mecanização da produção artística e cultural que as Inteligências Artificiais provocam, temos um problema muito mais sério: a geração de deep fakes. Nunca foi tão simples criar conteúdo constrangedor ou incriminador, isso somado ao poder de compartilhamento das redes sociais é uma arma de danos muitas vezes irreversíveis.
Em segundos, um material tão realista quanto uma foto tirada por uma câmera pode ser criado e utilizado de diversas maneiras, algumas delas para o cometimentodecrimes,sejameles de cunho calunioso ou como ferramenta de chantagem.Aregulamentaçãodessesserviçosanda a passos de tartaruga se comparada ao avanço das IAs que não só geram imagens atualmentecomotambémvídeoseáudios.
Para contornar essa situação enquantoousonãoéregulamentadoaquino Brasil, as redes sociais e as plataformas de notícias tomam as medidas que podem para prevenireinformarosusuáriosdasfakenews; o Google possui uma seção na parte de notícias dedicada a desmentir informações mentirosas, redes sociais contam com as ferramentas de denúncia, em especial o XantigoTwitter-quetemas“notasdacomunidade”, onde os próprios usuários podem contribuir nas publicações dando contexto e contrapondooconteúdocomfatos.
Texto: Mayara Tolezi
Destaque na culinária regional, esse molusco também faz parte da cultura alagoana
Não se consegue precisar onde e quando os tupis denominaram de “çoo-rurú” (o bicho úmido) o molusco que viria a ser catalogado cientificamentecomoMytellacharruana.
Mas pode-se afirmar que são bem antigas as suasorigenseque,comessamesmadenominação,existedoNorteaoSuldoBrasil.
LimaemsuaobraOanjo,de1934.
Reconhecendo que o sururu existe “em quase todas as lagoas do Brasil”, Jorge de Lima identificou no sururu da lagoa Mundaú “circunstâncias especiais explicadas pelos naturalistas, como mistura de água do mar com águas dos rios que deságuam na lagoa, e outras causas”. Com isso, eles “tornam-se como que degenerados, pequenos,gordinhos,gostosíssimos”.
Quem o classificou como Mytella charruana foi o naturalista francês Alcide Dessalines d’Orbigny, em 1842. Também foi denominada como Mytella falcata pelo própriod’Orbignyem1846.Essaúltimaclassificação não é mais adotada para o sururu alagoano.
Em algumas regiões o sururu é conhecido como mexilhão, que na verdade é umparentepróximo.
Sempre presente na culinária das áreas lacustres do País, em Alagoas ganhou projeção nacional por qualidades que foram exaltadaspeloescritoralagoanoJorgede
A mais antigacitação em jornais do nomesururufoiencontradaporestapesquisa no periódico maranhense A Bandurra, de 1828. Sururu seria a prática de vadios “que compregoseconchasdesurururapam(para enganar a fome) a lambédine das caixas do açúcarnoTerreirodoPaçoemLisboa”.
Provavelmente eram cascas de mexilhões e o tumulto, causado pelas disputas entre os portugueses pobres por estas raspas de açúcar, pode ter à apropriação da expressão tupi “sururu” para significar confusão,tumulto,brigaetc.
Nas primeiras décadas do século XIX, o sururu já era tão conhecido que fez parte do movimento naturalista, sendo incorporado a denominação de pelo menos umapessoa,comoregistrou,em5deoutubro de 1841, o Jornal do Commercio do Rio de Janeiro ao divulgar que Antônio Coelho de MelloSururuerao2ºescrituráriodaAlfande-
Fonte: historiadealagos.com
gadaParaíba.
AlémdoregistropeloIBGEdeduas cidades brasileiras com o nome Sururu, o relatório do Ministério da Guerra de 1846 faz mençãodaexistência de um FortedeSururu emCaboFrionoRiodeJaneiro.
Ainda em 1846, o jornal O Musaico da Bahia, publicou um texto assinado por M. A. S. abordando a existências de pérolas no Brasil. O autor evocava testemunhos escritos de “contemporâneos instruídos e fidedignos que me asseveram ter tirado, e visto tirar aljofares mais ou menos prefeitos de um marisco bem conhecido entre nós com o nome de sururu, a que chama Spix-Anodon ensiformis”.
NarevistaCaretade 2de janeirode 1937,aoexplicaraorigemdapalavra“babado” sob o título de “Crendices Amazônicas”, um texto cita que na “língua geral encontramos para babado a expressão ‘sururu’, que ainda hoje se conserva para designar o indivíduo que anda triste, macambuzio: ‘Fulano anda sururu’; a Marocas o fez ficar sururu; como quemdizandatristedetão‘babado’”.
Foi no Jornal do Pilar de 20 de fevereiro de 1877 que esta pesquisa encontrou a primeira citação do sururu em periódicos alagoanos. O texto era de uma reclamaçãocontraaexistênciadomonopólio sobreasuapescaduranteaquaresma.
Dez anos depois, no jornal Gutenberg, de 26 de agosto de 1887, surgiu a expressão antecessora do caldo do sururu: “aquelealemãodoOiticicahádedaremágua
desururu”.
O Almanak do Estado de Alagoas de 1894 relacionou os moluscos que os alagoanos comiam no final do século XIX: massunim, sururu, ostra, polvo, caracol e lesma.
Em 1º de novembro de 1896, o Gutenberg publicou o seguinte texto na seção TELEGRAMA: “Vovó Gazeta — Rio — Mande o Maceió. Caldo sururu restabelecerá. ConsulteSebastião,estábemapar—Gutenbinga”.Umaprovaqueocaldojáerareconhecidoporseuspoderes“medicinais”.
Na coluna Carnaval do Gutenberg de 24 de fevereiro de 1909 há referência à PraçadosMartírioscomoumbomlocal“para a reunião da Mascarada e do povo divertido desta plaga abençoada e prolífera onde se multiplicam o Sururu, portador de fósforo,de tanto vigor para o cérebro alagoano”. No carnaval de 1917, o Diário do Povo registrou a existênciado“BlocoSururu”.
Ainda em 1909, no dia 4 de maio, o Gutenberg noticiou que os moradores de Bebedourocobravamdointendente“adesignação de um local conveniente, em bem do saneamento do referido arrabalde, para depósito de lixo e cascas de sururu e de ostras, que são atirados à vontade, na praça Santo Antônio na parte que fica nos fundos dareferidacapelaenaruaNova,nasproximidadesdocemitério,semamenorfiscalização davigilância municipal,quetemalium representante”.
Ao comentar a situação dos operários alagoanos da indústria fabril, o jornal Gutenberg de 23 de junho de 1909 informou que “O operário criança ganha em média $800 diários;ooperário mulher1$200 a2$500;ooperáriohomem1$200a8$000”. O jornalista avaliou que esses salários “são excelentesemMaceió,ondeavidaébaratíssima”.Justificouessasituaçãodestacandoque “o operariado das fábricas em geral, toda a baixa população de Maceió e arredores, aproveita-sedaslagoaspiscosasesealimentamexclusivamentedepeixee,principalmen-
te,dosururu.Assim,nadalhescustaaalimentação”.
O Mapa Demonstrativo das Rendas do Mercado Público de Maceió referente ao dia4defevereirode1911dácontadaexistência de 31 tabuleiros de sururu e que cada um pagounaquelediaaimportânciade6$200.O número de tabuleiros variava muito. Nesse período, os jornais registraram alguns dias com4eoutroscomaté35tabuleiros.
O Diário do Povo de 6 de outubro de 1917, em resposta ao “Jornal” (provavelmente o Jornal de Alagoas), rebate a afirmaçãoque“nalamadasnossaslagoashá sururucomfartura”,argumentandoque“todo mundo sabe que o saboroso marisco escasseiadesdeostemposclodoaldinoseporisso aindaagoranosfalta”.Clodoaldoda Fonseca governouAlagoasentre12dejunhode1912e 12dejunhode1915.
EmtextopublicadonarevistaCarioca de 17 de setembro de 1938, o jornalista e escritor alagoano Waldemar Cavalcanti identificouaculináriaalagoanacomo“deuma humildade sem nome. Cozinha de pobre. De sururuecaranguejo.Desiridecoral.Depeixe frito ou ensopado. De feijão com carne seca oubacalhauefarinha”.
Frisou o consagrado escritor que nesta época era comum se referir a Alagoas como a terra do sururu e ao alagoano como papa-sururu. “Isso demonstra que a malícia popularterminouporfrisarumapeculiaridade da tradição alimentar do nosso povo”, entretanto,informouqueoviajantequandochegavaaMaceiósemprepediaosururu.
Outra característica do sururu observada por Waldemar era a abundância dessemolusco,transformando-onumprodutorelativamentebaratoesemprepresentena alimentaçãodopovoalagoano.
WaldemarCavalcantitinha razão ao identificar que, sem ter essa intenção, o alagoano conseguiu estabelecer uma identidadeassociadaaomolusco.
DoiníciodoséculoXXatéadécada de1970facilmenteseencontranostextos
jornalísticos expressões como “brava gente daterradosururu”,“terrafecunda doSururu”, “legendária terra do sururu”, “santa terra do sururu”,“famosíssimaterradofamososururu”, “terra do sururu afamado”, “terra boa do sururuedoscoqueirosfarfalhantes”.
Quando o jornal Correio da Manhã noticiouem18dejunho de1965queacandidatura de Teotônio Vilela ao governo tinha sidopreteridaparadarlugaradeRuiPalmeira, reproduziu a reação do então deputado estadual Teotônio Vilela: “o alagoano só é solidário no crime”, parafraseando Oto Lara Rezende.Ojornalista completou:“No crime e no sururu, deputado. Diante de uma travessa de sururu, alagoano esquece qualquer bangue-bangue”.
No início dos anos da década de 1950começaram asurgirostextosindicando que haviam estudos sobre o sururu e a sua capacidade de se transformar em produto industrializadoparasercomercializadoaténo exterior.
Um destes escritos identifica que “o sururu prolifera nas partes mais rasas da lagoa, dentro da lama. Vive em colônias numerosas. Cresce, engorda e sobrevive de acordocomoteordesalinidadedaágua,que não deve ser nem muito doce, nem muito salgada. Ideal é entre 5 e 15%. Somente as águas da lagoa Mundaú, oferecem essa condição. Por isso, ali habitam com grande abundância. E a espécie de maior volume de produçãodoestado:vaiaquase6toneladas
aoano.
Nos últimos quatroanos dadécada de 1960, um estudo da Divisão de Recursos Pesqueiros do Departamento de Recursos Naturais da Sudene chegou a concluir que o sururu alagoano poderia desempenhar importante papel na economia pesqueira nordestina, se fosse racionalizada a sua captura e sua industrialização. Seria fonte de renda para aproximadamente 100 mil habitantesdasribeirasdalagoaMundaú.
A pesquisa documentou que em 1965 foram pescadas 5.500 toneladas do molusco e que seu consumo era quase que totalmente efetivado em Alagoas por causa das precárias condições da sua pesca. O trabalho para a Sudene foi realizado pelos técnicos José Bento Pereira Barros e Iêda Vilela.
Emjaneirode1970foianunciadaem Alagoas a constituição da Companhia Industrial de Alimentos do Mar (CIMAR), liderada por Ayrton Cardoso e que se propunha a atuar com o “Projeto Sururu” na Lagoa Mundaú.
Ainda nos anos de 1970, o sururu desapareceu da Lagoa Mundaú e várias denúncias identificavam as usinas como as culpadas por derramarem caldas ou detritos poluentesnosriosqueaalimentavam.
Em 1979, o Diário de Pernambuco do dia 11 de março divulgou uma carta de Paulo Fernando, da Sudene, explicando que aquela instituição publicou oito trabalhos em cinco anos sobre o sururu alagoano, além de implantarcultivosexperimentaissemelhantes aos da França, Holanda e Espanha, grandes produtoresmundiaisdemitilídeos.
InformouaindaotécnicodaDivisão de Recursos Pesqueiros que o projeto industrialdeexploraçãodosururunãologrouêxito porque “nos últimos cinco anos (de 1975 a 1979) o sururu praticamente foi extinto em Alagoasdevidoàpoluição”.
AinfluênciadosururuemAlagoase principalmente em Maceió tem sido objeto também de estudos acadêmicos, como os realizados pelos professores Edson de GouveiaBezerraeErnaniVianadaSilvaNeto, que desenvolveram o projeto que levou o sururu a ser reconhecido como Patrimônio Imaterial pelo Conselho Estadual de Cultura deAlagoas.
No ensaio “Imaginário Sururu: Um patrimônioacontrapelo”,osautoresconstruíram a sustentação para a valorização do moluscopor“suasparticularidadesbiológicas e culinárias, sistematizadas em imaginários” que estariam “culturalmente associadas ao pertencimentoalagoano”.
O ponto alto do sururu na cultura alagoanaaconteceuem1934, quandoAristóbuloCardosoePedroNuneslançaramofrevo “Sururu da Nêga”, um sucesso estrondoso que permaneceu como hino do carnaval alagoanopordécadas.
Édafavela?Não,nêgaJuju
Nasceunumranchodaterradosururu Quadrisroliços,ocabeloatrapalhado Quemvêdizquetrazfeitiçonoolharapimentado
CavandoavidanoCanaldoMundaú Pescacaboclo,maçunimesururu EmBebedouro,noFarol,naPontaGrossa Comosururudanegaafoliaénossa Nãohápetróleo,nãoháporto,nãohánada ObomproblemaéosururulánaLevada.
OuçaaquiSururudaNêgaAristóbulo Cardoso e Pedro Nunes executado pela Orquestra Almir Medeiros, que também fez o arranjo.CantaLimaNeto.
Em julho de 2018, um novo modelo de cultivo do sururu foi apresentado a marisqueiras e pescadores da orla lagunar de Maceió. A iniciativa era do Maceió Mais Inclusiva Através da Economia Circular, um projeto que que pretende qualificar a cadeia produtivadomarisco.
A proposta, que foi apresentada peloInstitutoBrasileirodeDesenvolvimentoe Sustentabilidade (Iabs), pretendia melhorar a qualidade de vida dos catadores de sururu e transformá-lo em um produto para exportação.
Oprojetofoioresultadodeparceria entre a Prefeitura de Maceió, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do Fundo Multilateral de Investimento (Fumin),eoIabs,alémdecontarcomoapoio daBraskemeSebrae.
Uma das ações mais importantes dessa iniciativa foi a implantação do cultivo experimental do sururu por meio da aquicultura, em uma estrutura para suspensão do marisco instalada em diversos pontos da LagoaMundaú.
Não se teve mais notícias sobre a execução do projeto até a publicação dessa pesquisa.