Jornal do São Francisco - Edição 154

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LOCAL

Jornal do São Francisco

Ed. 154, de 1o a 18 de junho 2014

CHEILLA GOBI

COPA E AS MANIFESTAÇÕES

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Bandeiras, bandeirolas, camisas, cornetas e chapéus estão entre os itens mais procurados sil. O atendimento no comércio, em Barreiras, será até às 14 horas. A orientação é da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Já em repartições públicas municipais, o atendimento ao público durante os jogos da seleção brasileira, das 08 às 14 horas, segundo o decreto 518/2014. Na área da saúde, o Pronto Atendimento 24 horas, Hospital Eurico Dutra, Hospital da Mulher e Samu continuam com a mesma rotina de atendimento. Já o Centro de Saúde Leonídia Ayres de Almeida, Maternidade, unidades de saúde da família e unidades básicas de saúde, seguirão nos dias de jogos, o horário proposto no decreto. Nas escolas da rede municipal, o reces-

so foi alterado e será do dia 07 a 11 de julho. As atividades ocorrerão normalmente das 08 às 14 horas. Em dias de partida, os alunos do turno vespertino e noturno terão aulas repostas posteriormente, conforme calendário. Já o horário de atendimento dos Bancos também foi alterado. A Fenaban (Federação Brasileira de Bancos) recomenda que as agências bancárias atendam das 8h30 às 12h30, em dias de jogos do Brasil. Unidades regionais do SEBRAE no interior terão atendimento das 08 às 14 horas nos dias de jogos. Nos dias 20 e 23 de junho, o atendimento será suspenso, conforme assessoria de comunicação. ARQUIVO PESSOAL

Em casa ou nos bares da cidade, em família ou entre amigos, a diversão é garantida Nos dias de jogos da seleção brasileira, diversos bares, restaurantes e espaços festivos preparam um ambiente para os torcedores, cada um com o seu diferencial para atrair os clientes. Os valores da entrada variam de R$ 20 a R$ 60, a depender do local. Em um dos bares mais antigos da cidade, segundo o auxiliar administrativo, Joelk Brito, a expectativa é de receber aproximadamente 300 pessoas durante o mundial. “A procura está grande e existem, ainda, as pessoas que deixam para comprar na hora. Temos à disposição dos clientes, telões, serviço de bar, restaurante, buffet de comida típica junina, espaço kids e banda antes e depois do jogo”, disse Brito. Já no espaço de festas, a expectativa é de receber cerca de 500 torcedores, em um ambiente climatizado, com painel de

led, televisores, bolão, espaço kids, música ao vivo e petiscos. “Preparamos um ambiente especial para receber os torcedores. E no último dia haverá feijoada e atração diferenciada”, disse a organizadora do evento, Carol Souza. Existem também os torcedores que preferem assistir aos jogos, reunidos com amigos e familiares em casa, assim como Rivânia Cunha Cabral. “Vamos manter a tradição de assistir ao mundial com familiares e amigos, todos vestidos de verde e amarelo. Combinamos um rodízio, cada jogo na casa de alguém. Com certeza não faltará ornamentação, e como sou casada com gaúcho, não pode faltar churrasco e cerveja”, disse Rivânia. “Não temos superstições, vamos na fé mesmo, no alto astral, nas vibrações positivas. Às vezes dá certo, às vezes não, mas a diversão é garantida”, concluiu.

s manifestações contrárias à realização da Copa do Mundo no Brasil, levantou uma questão: Vai ter ou não vai ter Copa? Protestos perderam força e o coração de torcedor começou a falar mais alto. Sim, está tendo Copa. Mas os manifestos sobre o dinheiro gasto nos estádios e que deveria ser usado para a educação, saúde e segurança e não para um evento privado e elitista, surtiu algum resultado. O que se viu é uma torcida mais acanhada e poucas ruas enfeitadas. O pontapé inicial já foi dado na Arena Corinthians no dia 12, mas sem o brilho de outros mundiais apesar da vitória do Brasil. A empresária Joyce Oliveira fez parte dos protestos que entraram para a história do Brasil, mas mesmo assim, ela, que é amante do futebol, é a favor da realização da competição. “Apesar de tudo que falta em nosso país em relação à saúde, educação, segurança, infraestrutura... A Copa representa poder, mostra ao mundo o Brasil, além do futebol e o quanto os brasileiros sabem receber bem seus visitantes. Eu sou a favor da Copa, mas sou contra a corrupção e o fato de muitos terem aproveitado isso para desviar mais dinheiro do que de costume”, declara. Em meio às críticas sobre o trabalho do governo na realização da Copa, o jornal britânico “The Guardian” publicou neste mês um artigo escrito pela presidente Dilma Rousseff sobre o mundial. No texto, Dilma lembra que os “olhos e corações” de todo o mundo estarão voltados para o Brasil. A publicação também ressalta a diversidade cultural e da natureza presente nas 12 cidades-sede e lembra que, apesar de o futebol ter nascido na Inglaterra, “nós gostamos de pensar que foi no Brasil que ele fez sua casa. Então quando a Copa volta ao Brasil após 64 anos, é como se o futebol voltasse para casa”. “Estou torcendo para que o Brasil conquiste o Hexa, em especial pelos três jogadores que representam o Nordeste. Mas infelizmente eu acredito que o atual Governo tem grandes chances de se reeleger caso o Brasil ganhe a Copa. Assim como torço para que a Seleção seja campeã, torço para que as pessoas votem com responsabilidade, dando nas urnas a resposta ao descaso com o Brasil”, diz Joyce, descontente com o atual governo. Foram gastos quase R$ 10 bilhões para o país se preparar para receber o evento e muitas obras de mobilidade e até a finalização dos estádios só será possível depois da Copa. Mas os benefícios de sediar um evento desse porte pode vir a longo prazo. Um estádio novo, por exemplo, pode ge-

rar um círculo virtuoso no bairro, aumentando a arrecadação do comércio e possibilitando fazer mais obras. Sem contar que o torneio pode aumentar o fluxo turístico e melhorar a imagem do país. Se tudo isso acontecer, em algumas décadas o país poderá dizer que sediar uma Copa foi um bom negócio. Apesar de vários brasileiros estarem conformados com a realização da Copa do Mundo no país, existem aqueles que perderam completamente o amor pelo futebol. “Sou apaixonado por futebol, mas essa Copa de 2014, com tanta roubalheira, me fez perder o encanto. Essa Copa me envergonhou como torcedor e brasileiro. Não vou torcer pelo Brasil, aliás, nem vou assistir aos jogos”, disse Milton de Carvalho. A vinda do maior evento esportivo do mundo mostrou ao mundo que o Brasil tem grandes problemas em transporte, aeroportos, burocracia e corrupção. Mas os estrangeiros fizeram questão de mostrar nas redes sociais que essa realidade não é exclusividade brasileira. A revista britânica “The Economist” publicou no dia 10 um texto no Facebook, que "no momento em que você aterrissa no Brasil você começa a perder tempo". Não demorou muito e dezenas de gringos rebateram o artigo com frases que surpreenderam os brasileiros. "Parece quando você visita o departamento da Receita da Filadélfia [nos EUA] para pagar uma conta", diz o americano Sam Sherman. Já Tatyana Cade escreveu que "há filas diárias por táxis no aeroporto Schiphol, em Amsterdã... E não é Copa do Mundo". Até o Japão foi criticado. "Cena diária do trajeto em Tóquio, exatamente como esta imagem", alerta Ryo Yagishita. “Essas 12 cidades-sede e entornos não teriam esse investimento para melhorias se não fosse à Copa do Mundo. Lógico, temos mesmo um trânsito caótico, estradas, violência, pouca infraestrutura em aeroportos, mas vejo que em outros lugares do mundo se passa o mesmo, com a mesma ou pior intensidade. Acredito que, com a receita que a Copa deverá gerar, será bom para todos, muitos empregos diretos e indiretos foram gerados, investimentos na qualificação profissional e outra, o valor que foi investido no Brasil ficará aqui”, diz a jornalista Ellen Rarden. Entre esse vai ou não vai, a bola rolou. A Copa do Mundo não está 100% de acordo com os padrões FIFA, mas mesmo assim o brasileiro tem que fazer bonito. Os estrangeiros, apesar de alguns contratempos, já elogiam a receptividade dos brasileiros.

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