Gazeta Rural nº 335

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Agenda

EVENTOS GASTRONÓMICOS De 15 a 24 de Março Festival do Arroz e da Lampreia A Câmara de Montemor-o-Velho promove o arroz do Baixo Mondego e a lampreia durante dez dias, num festival em que o município iniciará também um caminho para a afirmação do arroz doce. Haverá animação, tasquinhas e mostra de produtos endógenos e doçaria local. A 30 e 31 de Março Festa das Cavacas de Resende O Município de Resende realiza a XIII Festa das Cavacas. A festa realiza-se durante dois dias e terá lugar no centro da Vila de Resende. Para além da gastronomia e artesanato, grupos tradicionais do concelho animarão o espaço, aliando o doce tão afamado do concelho à animação musical. Até 14 de Abril XIX Rota da Lampreia e da Vitela em Sever do Vouga A Câmara de Sever do Vouga promove um evento que promove e divulga dois produtos que marcam a gastronomia do concelho. De 6 a 14 de Abril Festival Gastronómico do Bacalhau e do Azeite Este evento regressa aos restaurantes de Vila de Rei na semana que antecede as comemorações da Páscoa, com a sua décima segunda edição. O bacalhau e o azeite voltam a apresentar-se como os ingredientes principais dos pratos que prometem voltar a trazer milhares de visitantes aos restaurantes do concelho De 3 a 5 de Maio Sabores do Toiro Bravo em Coruche Maio é um mês intenso em Coruche muitas e variadas razões. Para além do território, este concelho ribatejano promove dois eventos que arrastam muitos milhares de pessoas. No primeiro fim de semana há Sabores do Toiro Bravo e no ultimo a FICOR. De 5 a 14 de Julho Festival do Pão de Mafra 2019 O Jardim do Cerco vai receber o Festival do Pão, evento promovido pela Câmara local. Volvidas nove edições, o evento, que é uma montra da identidade saloia. Para além da aposta na contemporaneidade, os visitantes serão desafiados a “pôr a mão na massa”, confeccionando o delicioso pão de Mafra. De 24 de Outubro a 3 de Novembro Festival Nacional de Gastronomia A edição 2019 vai decorrer como habitualmente na Casa do Campino, em Santarém. O tema deste ano será a vinha e o

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vinho, idêntico ao da Feira Nacional de Agricultura de 2019, como vem acontecendo nos últimos anos. FEIRAS AGRÍCOLAS De 24 a 28 de Abril XXXVI Ovibeja Espaço de diálogo e de inovação, a Ovibeja desafia para a abordagem conjunta à problemática das alterações climáticas, já está a receber manifestações de interesse para expositores e já tem o Secretariado a funcionar em pleno. De 17 a 19 de Maio XI Expoflorestal ‘Por Uma Floresta Viva’ não é apenas o lema da próxima Expoflorestal, é também um desígnio nacional defendido pelos agentes, pelas empresas e pela tutela. É no maior certame ibérico dedicado à fileira da floresta. EVENTOS SECTORIAIS De 22 a 24 de Março XIII Feira do Porco Alentejano O certame é um marco da valorização da fileira do porco alentejano, da projecção do Mundo Rural e da afirmação de Ourique como Capital do Porco Alentejano. A 9 e 10 de Maio Congresso Internacional de Avicultura A Associação Portuguesa de Engenharia Zootécnica (APEZ) organiza, nos próximos dias 9 e 10 de Maio a II edição do seu Congresso Internacional de Avicultura AVIS’19, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto. De 24 a 26 de Maio X Feira de Caça, Pesca e Lazer em Ponte de Lima O município de Ponte de Lima e a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima organizam a X Feira de Caça, Pesca e Lazer, visando a promoção dos recursos cinegéticos do concelho, assim como as suas potencialidades. De 8 de Agosto a 15 de Setembro de 2019 Feira de São Mateus Viseu prepara já a edição deste ano da Feira de São Mateus. A Viseu Marca reforça a aposta internacional, com um cartaz “mais carismático e irreverente”, e coloca os bilhetes à venda mais cedo que nunca.


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Momento

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guiar da Beira homenageou queijeiras do concelho, na Festa do Pastor e do Queijo, que decorreu em Mosteiro, Penaverde.

Sumário 05 06 07 08 09 10 12 14 16 19 22 24 26 28 33 35 38

Festa do Queijo Serra da Estrela 2019 presta homenagem aos pastores e queijeiras Festival Internacional de Chocolate de Óbidos 2019 com novidades

Feira de São Mateus em Viseu aposta no rejuvenescimento do palco Festival do Pão de Mafra 2019 apresenta cartaz diversificado

Feira dos Sabores do Tejo com cartaz de luxo

Sável é atracção gastronómica em Vila Franca de Xira Ovibeja debate alterações climáticas e os problemas da agricultura no Alentejo

Coruche prepara edição 2019 da Feira Internacional da Cortiça

Festas do Concelho são “a maior actividade cultural” de Constância Investigador salienta adaptabilidade da videira às alterações climáticas Governo quer Portugal como destino ‘must see’ para o enoturismo

Dairy4Future propõe boas práticas para o sector leiteiro na Área Atlântica Investigadores estudam vegetação mediterrânica preferida por cabras em pastoreio

Cereja do Fundão classificada como produto de Indicação Geográfica Primeiro estudo sobre o impacto dos nanoplásticos nos ecossistemas dos rios

Galo Cant’Às Duas são os novos embaixadores de Viseu Ordem dos Nutricionistas reclama uma visão global para a nutrição

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FICHA TÉCNICA Ano XIV | N.º 335 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/ estatutoeditorial/ Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 1000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.


A 16 e 17 de Março, em Oliveira do Hospital

contribuem para a produção” de uma das 7 Maravilhas da gastronomia portuguesa. O autarca lembrou que a feira deste concelho do distrito de Coimbra “é o evento que mais contribui para a projecção e para a notoriedade das marcas queijo Serra da Estrela e Oliveira do Hospital”. Segundo José Carlos Alexandrino, o impacto económico total da Festa do Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hospital “é superior a 2,5 milhões de euros”, segundo uma estimativa da autarquia. Além disso, o “retorno mediático” da Festa do Queijo totalizou cerca de 40 milhões de euros, no conjunto das edições de 2016 e 2017, segundo um relatório da Cision, a multinacional que monitoriza o impacto de grandes realizações públicas. Para o presidente da Câmara, “serão dois dias em que mostramos o pulsar de um território, que em 2017 foi devastado pelos incêndios, que ainda tem muitas feridas por sarar, mas que continua a renascer das cinzas”. O autarca aproveitou, mais uma vez, para agradecer a onda de solidariedade gerada no país para com o seu concelho, adiantando que a iniciativa ‘Rumo ao Camião’ vai distribuir no próximo domingo 1000 galinhas pela população do concelho. O certame terá um vasto programa cultural e aos cerca de 20 produtores de queijo que participam na Festa, incluindo as queijarias certificadas, juntam-se os postos de venda de artesanato e diversos bens alimentares da região, como enchidos, mel, pão e bolos, num total de 200 expositores. A iniciativa “é também já visitada por muitos turistas estrangeiros, sobretudo espanhóis, que habitualmente se deslocam a Oliveira do Hospital” no âmbito do capítulo da Confraria do Queijo Serra da Estrela.

Festa do Queijo Serra da Estrela 2019 presta homenagem aos pastores e queijeiras

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liveira do Hospital é o palco de uma das últimas feiras da região demarcada dedicada ao Queijo Serra da Estrela, onde são esperados mais de 50 mil de visitantes, e que contará com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Considerado como o maior certame dedicado ao queijo Serra da Estrela, terá lugar, a 16 e 17 de Março, em pleno centro da cidade, no Largo Ribeiro do Amaral, onde o Queijo Serra da Estrela será o rei da festa. Na apresentação da Festa, que decorreu na BTL, em Lisboa, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, entidade que promove o certame, referiu que este “é o nosso principal acontecimento e o nosso cartaz turístico, mas queremos que seja de toda a região”. José Carlos Alexandrino afirmou que “é com este tipo de eventos, com grande capacidade de atracção, que colocamos no mapa o interior do país e, concretamente, Oliveira do Hospital”. Neste âmbito, o autarca aproveitou o momento para saudar os presidentes de Câmara de Arganil e Gois, por “terem agarrado o Rally de Portugal”. Voltando à Festa do Queijo Serra da Estrela, o edil de Oliveira do Hospital referiu que depois da tragédia dos incêndios de 2017, o certame deste ano “é uma grande homenagem aos pastores, às queijeiras e a todos quantos

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Certame realiza-se no Largo da Feira a 30 e 31 de Março

Festa das Cavacas mostra o melhor de Resende

Irá decorrer de 25 de Abril a 5 de Maio

Festival Internacional de Chocolate de Óbidos 2019 com novidades

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Município de Resende realiza a XIII Festa das Cavacas nos dias 30 e 31 de Março, no Largo da Feira. Pela primeira vez, a festa realiza-se durante dois dias e terá lugar no centro da Vila de Resende. O programa inicia-se no sábado, pelas 15 horas, com a habitual visita aos postos de venda, onde mais de 20 produtores disponibilizam o delicioso doce, encerrando nesse dia às 23 horas. No domingo, o certame estará aberto entre as 10 e as 19 horas. Festival Internacional de Chocolate de ÓbiMas, não só de provas de cavacas se faz a festa, pois durante os dos irá decorrer de 25 de Abril a 5 de Maio. dois dias os visitantes terão oportunidade de apreciar os licores e Está aberto ao público durante 11 dias consecuvinhos da região, bem como diverso artesanato. Para além da gastivos, com áreas de venda, degustação, demonstronomia e artesanato, grupos tradicionais do concelho animarão trações, concursos e exposições, no recinto do o espaço, aliando o doce tão afamado do concelho à animação evento localizado na Cerca do Castelo. musical. Este ano há um espaço coberto para alguns ponComo já é habitual realiza-se o concurso “Melhores Cavacas da tos de venda. A emblemática tenda das escultuFesta das Cavacas”, que visa premiar os três produtores que se ras, que ficarão ao centro, terá de um dos lados a distinguirem com as melhores cavacas do certame. cozinha-atelier dos chefs Chocolatiers a trabalhaSobre a origem deste precioso doce não há registos, mas como rem ao vivo, onde se realizarão também cursos e se encontra referido num jornal da época, no séc. XIX, nas feiras workshops. e festas da região “logo de manhã, as doceiras estendiam sobre No outro extremo da tenda estarão pontos de a toalha, toda franjada de rendas, vários doces muito cobertos venda seleccionados, que se destaquem pela oferta de açúcar que despertavam a gulodice dos romeiros” e aprequalitativa e que se enquadrem melhor numa atmosgoavam “ó freguesinho, não vai meio arrátele? Olhe que são fera gourmet que a organização vai criar nesta megade Resende!” Não havia quem resistisse àquele pregão e muito -tenda, localizada centralmente no terreiro do Castelo menos às Cavacas! de Óbidos. Na Páscoa este doce era oferecido como folar e no Natal havia a tradição dos caseiros oferecerem cavacas aos patrões, colocadas em “condessas” (pequenas cestas), épocas do ano em que a procura aumentava e as doceiras “não tinham mãos a medir”, muitas vezes trabalhando dia e noite. Hoje, as Cavacas encontram-se à venda durante todo o ano em quase todos os cafés, pastelarias e restaurantes do concelho e, como a sua confecção é aparentemente fácil, há muitas pessoas que as sabem confeccionar, não correndo o risco de esta tradição acabar. Juntar as cavacas de Resende, confeccionadas de acordo com a receita tradicional, o Douro no seu melhor e usufruir das paisagens magníficas das cerejeiras em flor, que nesta altura do ano cobrem as encostas da região, fazem de Resende o destino turístico de excelência, no Norte do país, no último fim de semana de Março.

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Carolina Deslandes, Fernando Daniel e Piruka e Jimmy P são os últimos nomes conhecidos

Feira de São Mateus em Viseu aposta no rejuvenescimento do palco

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arolina Deslandes, Fernando Daniel, a dupla Piruka e Jimmy P e a banda Átoa vão estrear-se no palco da Feira de São Mateus 2019, que decorrerá de 08 de Agosto a 15 de Setembro, em Viseu. Estes artistas juntam-se a três nomes internacionais - Ludmilla, Natiruts e Gipsy Kings - e ao português Pedro Abrunhosa, que já tinham sido anunciados. Na opinião de Jorge Sobrado, o cartaz musical da Feira de São Mateus deste na é “o mais robusto dos certames neste segmento, que são as festividades de carácter mais popular”. Para o gestor da feira e vereador da Cultura da Câmara de Viseu os nomes agora conhecidos “irão contribuir fortemente para o rejuvenescimento do palco da Feira de São Mateus, mas também para uma renovada atractividade dos nossos públicos, nomeadamente dos públicos jovens e familiares”. É que, acrescentou, “este é um ano de grandes surpresas na Feira de São Mateus, que mantém a aposta contínua em artistas da actualidade, fortemente acarinhados pelo público”. Carolina Deslandes abre o primeiro fim-de-semana da Feira, a 9 de Agosto. O Dia Galp é dedicado à voz encantadora da ex-concorrente de “Ídolos” e autora das populares baladas “Avião de Papel” e “A Vida Toda”. Por sua vez, em véspera de feriado, a 14 de Agosto, Fernando Daniel, vencedor do concurso “The Voice Portugal”, promete fazer as delícias dos fãs de Viseu. Também Jimmy P e Piruka se juntam para uma estreia na Feira de São Mateus, a 30 de Agosto. Um concerto jovem, animado pelos ritmos e batidas de dois conceituados nomes do hip-hop em Portugal. Segundo o gestor do certamente, neste momento já há “300 candidatos a expositores da feira, o que constitui um recorde face ao período homólogo”. “A Feira de São Mateus está a somar ingredientes, factores de atractividade, que prometem fazer desta edição a melhor de sempre”, frisou. O certame é uma iniciativa do município de Viseu, com organização executiva da Viseu Marca. A presidente da Direcção da Viseu Marca, Cristina Paula, afirmou que “o destino Viseu e a Feira são, hoje, reconhecidos no panorama cultural regional e nacional”. Dos 39 dias que dura o certame, 16 têm entrada paga e 23 gratuita. www.gazetarural.com

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Realiza-se a 21 de Março

Proença-aNova promove a conferência “Rota das Aromáticas na História da Medicina”

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De 5 a 14 de Julho, no Jardim do Cerco

Festival do Pão de Mafra 2019 apresenta cartaz diversificado

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Jardim do Cerco, junto do Palácio Nacional de Mafra, vai receber de 5 a 14 de Julho o Festival do Pão, evento promovido pela Câmara local. Volvidas nove edições, o evento, que é uma montra da identidade saloia, apresentará mais novidades, a divulgar brevemente Para além da aposta na contemporaneidade, os visitantes serão desafiados a “pôr a mão na massa”, confeccionando o delicioso pão de Mafra. Yura Silva (5 de Julho), Top Genius – Nuno Markl e Vasco Palmeirim (7 de Julho), Bárbara Bandeira (9 de Julho), Olavo Bilac – Tour 25 anos de carreira (11 de Julho), Katia Guerreiro (13 de Julho) e Orquestra Ligeira do Exército (14 de Julho) são os nomes dos artistas que subirão ao palco do evento, sempre às 22 horas. A par do Pão de Mafra – singular produto regional que constituiu a base da alimentação das populações rurais e que representa, hoje, uma importante actividade empresarial no concelho de Mafra. É, também, uma oportunidade para saborear os produtos gastronómicos endógenos, mas também para conhecer o artesanato, a música, a dança e as tradições do nosso território.

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Município de Proença-a-Nova organiza, a 21 de Março, a I Conferência Internacional “Rota das Aromáticas na História da Medicina”, em parceria com o Centro Ciência Viva da Floresta e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Esta iniciativa tem como objectivos apostar no aproveitamento turístico da Rota das Aromáticas, tendo em conta a riqueza natural existente no território, mas acrescentando-lhe valor, e ainda abordar as investigações sobre o uso das plantas aromáticas e medicinais na história da medicina. Para o presidente da Câmara de Proença-a-Nova, este é um tema que já está a ser trabalhado pelo CCV da Floresta ou através do BioAromas. “O Município, em conjunto com vários parceiros, encontra-se a promover um projecto para ampliar a actuação do BioAromas - produção de plantas aromáticas e medicinais que, até agora, se destina apenas aos alunos com necessidades educativas especiais do Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova”, refere João Lobo. “A ser aprovada a candidatura que apresentámos, afigura-se uma proposta de vida, já que estes alunos continuarão a usufruir deste importante apoio para lá da sua vida escolar, assente numa área que, como veremos na conferência, é fundamental na história da medicina e pode alavancar - como já alavanca - novos produtos e dinâmicas locais”, acrescenta o autarca. A I Conferência Internacional irá contar com a presença de vários especialistas na área das plantas medicinais e aromáticas e da história da medicina de várias universidades portuguesas e da Universidade de Salamanca.


De 15 a 24 de Março, para “colocar Montemor no mapa”

Montemor-o-Velho promove arroz e lampreia durante dez dias

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Em Vila Velha de Ródão, de 28 a 30 de Junho

Feira dos Sabores do Tejo com cartaz de luxo

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Câmara de Montemor-o-Velho promove o arroz do Baixo Monickael Carreira, Matias Damásio e Calema dego e a lampreia durante dez dias, num festival em que o são cabeças de cartaz da Feira dos Sabores município iniciará também um caminho para a afirmação do arroz do Tejo, evento promovido pela Câmara de Vila doce. Velha de Ródão, de 28 a 30 de Junho, para promoDe 15 a 24 de Março, este município do distrito de Coimbra prover e valorizar os produtos locais. move o Festival do Arroz e da Lampreia, num recinto com mais “A Feira dos Sabores do Tejo procura dar a code três mil metros quadrados de área, onde haverá animação, nhecer o que de melhor se faz no concelho em tasquinhas e mostra de produtos endógenos e doçaria local. termos de actividades, serviços e produtos, numa Com o certame, a autarquia pretende “promover o arroz caroliperspectiva integrada que põe em evidência o tuno e a lampreia do Baixo Mondego”, que em Montemor-o-Velho é rismo, a economia, a gastronomia e a cultura da confeccionada “com uma receita própria”, afirmou o presidente região”, refere, em comunicado, este município do da Câmara, Emílio Torrão, na conferência de imprensa de apredistrito de Castelo Branco. sentação do evento, salientando que o festival é um momento O evento, promovido pela Câmara de Vila Velha de para “colocar Montemor no mapa” e afirmar a gastronomia do Ródão, apresenta uma programação diversificada e concelho. variados expositores, sendo que o certame tem-se A grande novidade da edição deste ano será a “Maratona distinguido nos últimos anos por levar a Vila Velha do Arroz Doce”, com doze horas de confecção ininterrupta, no de Ródão alguns dos principais artistas do panorama sábado, entre as 12 e as 00:00 horas, anunciou. musical nacional, tradição que a autarquia pretende Para Emílio Torrão, esta iniciativa assinala o início de um manter. caminho que o município quer trilhar para a afirmação do seu No dia 28 de Junho, o cabeça de cartaz do certame arroz doce, feito com arroz carolino do Baixo Mondego e leite será Mickael Carreira e, no dia seguinte, sábado, o grande vaca da Gândara. de destaque no palco principal do certame é a presença O recinto vai contar com 17 espaços de mercado, 13 espado músico angolano Matias Damásio. ços de artesanato, quatro tasquinhas e sete espaços de bar A Feira dos Sabores do Tejo encerra no dia 30 de Jue petisqueira, para além de uma zona de cozinha ao vivo. nho, com a actuação dos Calema, uma dupla composta Entre 18 e o dia 21, a lampreia só é servida nas tasquipelos irmãos Fradique e António Mendes Ferreira, natunhas mediante encomenda. Durante todo o mês, há seis rais de São Tomé e Príncipe e que residem em Portugal restaurantes aderentes ao festival, que proporcionam prahá dez anos. tos típicos da região. www.gazetarural.com

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Em 26 restaurantes no concelho

Sável é atracção gastronómica em Vila Franca de Xira

De 23 a 31 de Março, com propostas variadas

Semana do Choco em cerca de setenta restaurantes de Setúbal C

erca de setenta restaurantes de Setúbal dão a provar receitas de choco, umas tradicionais, outras inovadoras, num evento gastronómico que arranca no dia 23 de Março com uma aula de culinária na Casa da Baía. De 23 a 31 de Março, este evento gastronómico dinamizado pela Câmara de Setúbal e pela Docapesca, com o apoio da Makro, regressa para nova edição, em ambiente primaveril, proporcionando ementas especiais nos estabelecimentos de restauração do concelho. Tradicionalmente frito, assado ou ensopado, com ou sem tinta; ao alhinho, em caldeirada ou em feijoada, acompanhado de batata frita, salada ou no pão, regado ou não com limão, a lista de propostas de confecção do molusco típico do Sado ao longo da Semana do Choco 2019 é extensa e variada. O resultado final promete ser divinal. Além das propostas oferecidas por cada um dos 67 restaurantes aderentes, a programação do certame reserva ainda uma aula de culinária e uma degustação comentada. No primeiro dia, 23, a chef de cozinha Daniela Polido propõe técnicas de confecção de choco numa lição a decorrer às 10 horas. A fechar a semana gastronómica, a mesma especialista conduz, a 31, às 18 horas, uma degustação comentada. As actividades, ambas na Casa da Baía, são de participação gratuita mediante inscrição prévia. Criada em 2012, a iniciativa integra um calendário de eventos gastronómicos dinamizado pelo município no âmbito da marca Setúbal Terra de Peixe, com o objectivo de divulgar sabores e tradições da cozinha setubalense e, em simultâneo, estimular a restauração local e promover o concelho enquanto destino turístico de excelência.

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O sável é rei em Vila Franca de Xira durante este mês de Março em 26 restaurantes no concelho. A campanha de gastronomia dedicada ao sável, promovida pela autarquia local, comprova que as artes culinárias se constituem como testemunho da identidade cultural. “Com raiz na vida e dinâmica da população ribeirinha, damos liberdade aos restaurantes participantes para que, salvaguardado o seu carácter genuíno, se apresente este peixe (que sobe ao rio para reprodução), fazendo jus ao seu sabor e história”, refere a autarquia. Pela tradição, o sável apresenta-se frito em finas postas, rodeado de uma suculenta açorda de ovas, mas, reinventado, pode igualmente despertar outros paladares trazidos pela arte de bem confeccionar estes ingredientes. Nesta edição, 26 restaurantes de Alhandra, Alverca do Ribatejo, Póvoa de Santa Iria, São João dos Montes, Sobralinho e Vila Franca de Xira, associam-se para representar aquela que é marca registada da Câmara de Vila Franca de Xira. Com toda a certeza, esta receita será o mote para uma visita ao concelho de Vila Franca de Xira, que poderá ser enriquecida com uma caminhada à beira-rio, um passeio a cavalo, visitas às exposições patentes nos equipamentos culturais como a Fábrica das Palavras e o Museu do Neo-Realismo ou, ainda, conhecer o especial núcleo museológico Barco Varino Liberdade. Esta campanha traz condições especiais de acesso em diversas actividades desenvolvidas por operadores turísticos locais, bem como em produtos regionais e alojamento. E porque qualquer boa refeição convida a degustar de um bom vinho, a Câmara de Vila Franca de Xira convida também a descobrir o vinho “Encostas de Xira”, produzido na Quinta Municipal de Subserra. Este vinho apresenta-se nas versões Blend Branco e Tinto e monocasta de Arinto, estando à venda no Posto de Turismo Municipal.


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De 24 a 28 de Abril no Parque de Exposições em Beja

Ovibeja debate alterações climáticas e os problemas da agricultura no Alentejo

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Parque de Exposições, em Beja, vai receber a edição 2019 da Ovibeja, um dos maiores certames do sector agrícola em Portugal. As alterações climáticas e as questões em torno da agricultura no Alentejo vão estar em destaque, numa altura em que o principal problema na região se prende “com o investimento” no sector, como apontou o presidente da ACOS – Associação de Agricultores do Sul – entidade organizadora do certame - à Gazeta Rural. Rui Garrido diz que o PDR “não tem dinheiro”, apontando também “a morosidade do sistema” como outro factor que complica a vida dos agricultores. Quanto ao certame, o dirigente destaque o interesse dos expositores, com mais interessados em participar, o que é “um bom indicador” para a edição deste ano.

ajudar a mitigar estas questões? RG: Hoje em dia fala-se muito do olival, mas nós pensamos que pode ajudar naquilo que é a pegada de carbono. Cremos que contribui positivamente, tal como a nossa pecuária extensiva, a floresta, e a pecuária associada à floresta, nomeadamente ao montado. O Alentejo é muito grande e muitas vezes só se fala do Alqueva. Esquece-se que, na totalidade, estamos a falar de mais de três milhões de hectares, enquanto a área de regadio total pouco ultrapassa os 200 mil hectares. Da super fície agrícola útil do Alentejo, apenas 15% é de regadio, sendo a restante de sequeiro. Os restantes 85% podem contribuir, -

Gazeta Rural (GR): Tudo a posto para mais uma grande edição da Ovibeja, com as alterações climáticas no topo das prioridades? Rui Garrido (RG): Todos os anos a Ovibeja tem uma temática, em função daquilo que vai acontecendo na nossa agricultura e no mundo rural. A questão das alterações climáticas é, hoje em dia, um tema que nos preocupa a todos, mas, acima de tudo, queremos saber como é que nós, agricultores e a agricultura em geral, podemos contribuir para mitigar os seus efeitos. É isso que vai estar em destaque na edição deste ano da Ovibeja. Teremos um dia inteiro com vários colóquios sobre esta temática, com vários especialistas, mas onde vamos apresentar aquilo que nós pensamos sobre ao assunto. Como

Solinas. Somos um pouco vaidosos, até com o nosso con-

em edições anteriores, teremos um pavilhão dedicado ao

curso de azeites.

com muitas outras culturas, com as pastagens e o olival, - beneficamente para esta causa. GR: O Concurso Internacional de A zeites tem ganho cada vez mais notoriedade? RG: É um miniconcurso que se faz em Por tugal e fazemos um esforço grande para que tenha cada vez maior par ticipação de produtores e mais gente ligada ao sector. O nosso painel de provadores é composto por mais de 40 especialistas, provenientes de vários pontos do globo. Nos últimos anos tem sido classificado como um dos melhores concursos de azeites do mundo, a par do Mário

concurso dos azeites e outro dedicado a esta temática. GR: Na sua perspectiva como podem os agricultores

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GR: A menos de dois meses da Feira, que expectativa tem para esta edição?


RG: Estamos convictos que vamos ter, mais uma vez, uma grande feira, com grande participação, à imagem das ultimas edições. Temos sentido uma grande procura da parte dos expositores, o que é um bom indicador. Comparativamente com o ano passado, temos, nesta altura, mais 50 expositores inscritos, o que demonstra bem o interesse que a Ovibeja desperta. Temos expositores novos e outros, que já participam na feira, a pedir mais área, o que é um excelente indicador. Temos investido bastante no campo da Feira, contiguo ao parque de exposições, que dedicamos mais à maquinaria agrícola, onde há maior procura. Esperamos, por isso, uma grande feira, com muitos visitantes, mas também os responsáveis políticos. A Ovibeja não é só uma feira ou exposições, mas especialmente um local de convívio entre agricultores, entre pessoas ligadas ao meio rural, de informação, de discussão de ideias e um local que aproveitamos sempre para expor os problemas da agricultura, do nosso mundo rural e do nosso Alentejo. É bom que os políticos cá venham, pois é um dos atractivos da Ovibeja. GR: Quais são, na sua perspectiva e nesta altura, os principais problemas que afectam a agricultura, nomeadamente no Alentejo? RG: Neste momento há uma questão fundamental que se prende com o investimento. Os agricultores têm feito um esforço enorme para reestruturar toda esta zona que antes era de sequeiro e agora é de regadio, não só no Alentejo, mas aqui particularmente. O PDR está sem dinheiro. Há muitos projectos que ficam de fora e muita obra feita que não tem sido financiada. Este é um problema que se tem arrastado ao longo do tempo e que

vamos continuar a levantar, como temos feito ao longo dos últimos três anos. Ainda no âmbito do PDR, temos que continuar a falar da morosidade do sistema, que leva muito tempo a decidir e a aprovar os projectos, o que é muito mau. Toda esta evolvente relacionada com o investimento agrícola é um problema grande. Esperamos não ter que falar de seca e que chova até lá, mas se tivermos que o fazer, assim será. Nesta altura, o principal problema da agricultura na nossa região tem muito a ver com o investimento, com incentivos à agroindustrial, outra limitação que temos na nossa região. Para além disto, não nos podemos esquecer do sequeiro, que representa 85% da área do Alentejo, onde estão os principais problemas, nomeadamente a desertificação, a falta de pessoas e a rentabilidade da agricultura. A agricultura de sequeiro é difícil e sem dimensão é impossível viver dela. A floresta é um sector abandonado no Alentejo. Ainda não houve projectos aprovados para melhoria deste sector, outra questão que vamos continuar a levantar.

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De 30 de Maio a 2 de Junho

Coruche prepara edição 2019 da Feira Internacional da Cortiça

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montado e os produtos associados são os temas centrais da FICOR – Feira Internacional da Cortiça, que vai decorrer em Coruche de 30 de Maio a 2 de Junho. Os problemas do montado vão estar em debate, com as questões associadas ao clima como pano de fundo, mas também a inovação e as novas aplicações da cortiça serão expostas neste certame. A pouco mais de dois meses da FICOR, é tempo de preparar o programa de um evento que é, também, uma “feira de actividades económicas”, como lhe chamou Francisco Oliveira, presidente da Câmara de Coruche.

do sobreiro e do montado, como as alterações climáticas, que hoje em dia estão muito presentes nas preocupações das várias entidades. As outras, são componentes mais comerciais, que têm a ver com a inovação e as novas aplicações da cortiça, sejam elas ao nível da moda, do vestuário, das novas tecnologias e de novos mercados que vão surgindo. A rolha é, em termos económicos, a mais importante, representando cerca de 70% do mercado, e nós estamos de parabéns, pois em 2018 atingimos um volume de negócios de mil milhões de euros no sector da cortiça, uma meta traçada pela indústria e que foi atingida, o que é bastante representativo da dinâmica do sector e que demonstra bem a importância que estes territórios têm para a fileira da cortiça. Se falamos na rolha, temos que falar também da importância que tem o vinho, que é o melhor embaixador da nossa cortiça, pois por cada garrafa que sai do país leva a rolha e a sua denominação de origem e marca. Na FICOR teremos o espaço Wine and Cork, que mostra também a importâncias das duas componentes, o vinho e a cortiça, no nosso concelho, onde teremos casas agrícolas e produtores de vinho, para realçarmos a marca “Montado, Sobro e Cortiça”, que criámos no âmbito do Provere, um programa estratégico para promoção destes territórios. Esta marca permite-nos associar os vários produtos, autóctones ou alojamento local, e criar uma identidade própria. O espaço Wine and Cork, para além de promover as casas agrícolas e os vinhos que ali vão estar em exposição, mostra a relação única que o vinho tem com a cortiça e a importância desta enquanto vedante extraordinário.

GR: Tem havido novas plantações se sobreiro? FO: Tem havido um aumento da área de montado, se bem que o sobreiro é uma planta muito sensível e pode ser plantado ou semeado. A sementeira é o processo que melhor resultados dá, porque a semente germina e adapta-se mais rápido ao meio, enquanto a plantação exige um acompanhamento Gazeta Rural (GR): A cerca de dois meses da FICOR, o que é muito maior na fase de adaptação da planta ao solo possível já adiantar? e o seu crescimento, nomeadamente em zonas onde Francisco Oliveira (FO): Estamos a trabalhar no programa e ocorreram incêndios. envolvidos com os nossos parceiros, como a Associação de Com as alterações climáticas, com verões cada vez Produtores Florestais e as empresas do sector da floresta e da mais quentes e secos, há uma tendência natural para industria, na sua organização. o sobreiro ir ‘subindo’ para cotas mais elevadas. Há, O programa da FICOR assenta naquilo que é a base da reapor isso, uma preocupação para regeneração dos monlização desta feira de actividades económicas, ou seja, com tados, que pode ser natural, e é a melhor opção, mas um componente cientifica direccionada para a produção e há também a preocupação de plantar novas áreas para para os problemas do montado, bem como para a qualidade que consigamos repor aquelas que vamos perdendo, por do produto final, porque a indústria quer muito produto e questões sanitárias, por causa dos incêndios, das pragas bom, pelo que o temos que tratar a montante, ou seja na e outras. produção. O montado ainda tem muitos problemas associados às Daí que os primeiros dias das FICOR são direccionados doenças, pelo que é preciso investigar e encontrar formas para a componente mais cientifica, envolvendo as univerde as tratar, mas também naquilo que tem a ver com a sidades, o Centro de Competências do Sobreiro e da Cortimobilização dos solos, a mecanização ou o pastoreio, que ça, que está instalado no nosso Observatório, envolvendo nem sempre são compatíveis, por exemplo, com a capacitoda a classe que se dedica à investigação dos problemas dade de rebentação de novas plantas.

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Diz Sérgio Oliveira, presidente da Câmara

Festas do Concelho são “a maior actividade cultural” de Constância

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fim-de-semana da Páscoa é de festa em Constância, naquela que o presidente da Câmara local considera “a maior actividade cultural” do concelho, que este ano apresenta Toy e Teresa Salgueiros como cabeças de cartaz. As Festas do Concelho estendem-se de sábado a segunda-feira da Páscoa, neste que é também o momento alto das mesmas, com a chegada à foz do rio Zêzere dos barcos engalanados que, da foz do Tejo até Abrantes, sobem ou descem o rio para receberem a bênção de Nossa Senhora da Boa Viagem. Este é um evento único, que atrai milhares de pessoas, a que acrescem as ruas floridas as tasquinhas, com a gastronomia local, e o artesanato. O presidente da Câmara de Constância, Sérgio Miguel Oliveira, em conversa com a Gazeta Rural, destaca a importância destas festas para o concelho, naquele que é também um evento de “promoção turística” e de “atracção” de visitantes.

ração das populações e das associações, como também de outras instituições, nomeadamente na ornamentação das ruas. Dos concelhos vizinhos, desde a foz do Tejo até Abrantes, vêm ‘marítimos’ com barcos enfeitados, que fazem questão de marcar presença na segunda-feira da Boa Viagem receber a bênção de Nossa Senhora. É uma festa que envolve uma comunidade inteira e que extravasa as fronteiras do concelho.

GR: Tem dito que estas festas tem que aliar a tradição à modernidade. Como se faz essa ligação? SMO: Passa por sabermos qual é a matriz da nossa festa. Esta surgiu no seguimento de uma tradição de mais de 200 anos, não nos moldes que tem actualmente, - com a procissão e bênção dos barcos Gazeta Rural (GR): As Festas do Concelho são o maior evento e um piquenique à segunda feira com os ‘marítimos’, do concelho de Constância. O que representam para o concepelo que nunca nos podemos esquecer da razão funlho? damental da festa é esta. Sérgio Miguel Oliveira (SMO): São, sem dúvida, a maior actiQuero deixar claro que independentemente de servidade cultural que o concelho realiza anualmente. Para além mos ou não católicos, termos ou não religião, esta é da promoção turística do concelho e da homenagem que fauma tradição enraizada no nosso concelho e não pozemos aos nossos antepassados, ligados aos rios e à devoção demos esquecer isto. Por outro lado, entender que, religiosa à Nossa Senhora da Boa Viagem e à sua protecção, neste momento, as pessoas vêm às festas, não é só as festas mexem com a economia local, tanto o comércio pelas ruas floridas ou pelas tasquinhas, mas também como as associações locais, que dinamizam as tasquinhas e pelos concertos que promovemos no âmbito da mesoutros quiosques de bebidas, com uma receita importante ma. Não nos podemos esquecer de duas preocupações para, durante o ano, puderem desenvolver as suas activiessenciais: Por um lado, no sábado termos um cantor, dades culturais, recreativas ou desportivas. As festas enou grupo, popular, que esteja na moda, como é o Toy, e, volvem todo o concelho, desde a pessoas singular até às com isso, atrairmos muita gente à Vila e também dinamiinstituições todas. zar o concelho. Por outro lado, na segunda-feira termos um artista mais formal, de um género musical diferente, GR: O envolvimento da comunidade é o segredo para o enquadrado num dia marcado pela procissão e bênção êxito das Festas? dos barcos e por uma parte mais formal da festa, não deiSMP: A Câmara dá o tiro de partida, uma vez que está no xando de reconhecer a excelente qualidade musical que a topo da organização, mas ao mesmo tempo tem a colaboTeresa Salgueiro tem.

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GR: Estas festas são também uma forma de envolver os concelhos ribeirinhos, de manter viva a tradição e das pessoas terem os barcos, ornamentá-los e trazê-los à procissão? SMO: Acredito que sim, porque, provavelmente, se esta tradição em Constância não existisse algumas pessoas já nem barco tinham. Esta foi uma festa que se implementou em que a tradição se mantem e que na segunda-feira de Páscoa tem o momento alto, em que, para muitos, é dia de ir a Constância com o barco engalanado receber a bênção de Nossa Senhora da Boa Viagem. É uma festa que arrasta muita gente, em especial as populações que têm contacto com o Tejo e a zona ribeirinha. GR: Num olhar para o mundo rural, como está Constância? SMO: Constância é um concelho pequeno, com cerca de 80 kms quadrados e quatro ta Margarida. Já temos o Museu dos Rios e falta um espaço que retracte mil habitantes, mas muito rico na diversia história do nosso mundo rural. dade. Esta, seja em que área for, enriquece Neste sector, o concelho tem, também, uma dificuldade muito gransempre as pessoas ou as terras. de. É que a maior casa agrícola que existia, a Falcão Themudo, entrou O concelho tem três freguesias (Constânem processo de falência no início da década de 90, do seculo XX, e a cia, Montalvo e Santa Margarida da Coutafamília está num complicado de processo de partilhas, que dura há da). A primeira é a sede do concelho e a sua cerca de 25 anos. Era suposto ter sido encerrado esse processo no história tem a ver com os rios e a actividade início deste ano, mas ainda não está resolvido. marítima. Por sua vez Montalvo e Santa MarEste processo arrastou outras quintas agrícolas do concelho, que garida da Coutada sempre estiveram ligadas se encontram em completa ruina, especialmente o casario. As terao mundo rural, com quintas e trabalhos agríras continuam a ser amanhadas por arrendatários e continuamos a colas, que hoje não têm o peso de outros temter produção de milho, tomate, nozes, azeite, entre outros produtos pos, como há 40 ou 50 anos. Somos, como disse agrícolas. atrás, um concelho que tem esta diversidade. Contudo, atrevo-me a dizer que o mundo rural no concelho continua a ter uma boa representação activa, através da cultura, de que é exemplo o nosso rancho folclórico “Os Camponeses de Malpique, na freguesia de Montalvo, que retractam outros tempos e os trabalhos do campo. Atingiram um patamar de relevo, com recriações dos serões das desfolhadas, da malha do centeio, entre outros trabalhos agrícolas, ou a recriação da tradicional caldeira de Migas Carvoeiras, para o pessoal que andava na charneca na extracção de cortiça, ou a petinga frita. O concelho tem uma lacuna, e isso reconheço, mas não posso assumir o compromisso de que o irei fazer amanhã, no próximo ano, tampouco neste mandato. É um espaço museológico que retracte o nosso mundo rural, das freguesias de Montalvo e San-

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Vai decorrer a 17 de Maio, no Hotel Holiday Inn Continental

II Concurso Internacional de Espumantes Brut Experience confirmado em Lisboa

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otel Holiday Inn Continental Lisboa vai receber o II Concurso Internacional de Espumantes Brut Experience que ali vai decorrer a 17 de Maio. As inscrições já se encontram disponíveis e os resultados serão conhecidos no dia 1 de Junho, no Lisbon Marriott Hotel, durante o maior evento do país dedicado exclusivamente aos espumantes nacionais e internacionais. Organização estará uma vez mais a cargo da dupla Luís Gradíssimo e José Miguel Dentinho.

com origem em seis países: Alemanha, Brasil, Espanha, França, Holanda e Portugal. Cada mesa de prova será constituída, pelo menos, por um presidente e quatro jurados, todos com direito a voto. Posteriormente, no dia 1 de Junho, o evento Brut Experience será aberto ao público em geral e a profissionais dedicados a este tipo de bebidas. Além da prova de espumantes de diversas origens nacionais e internacionais, workshops e harmonizações enogastronómicas, serão entregues os prémios Brut Experience 2019 aos participantes no concurso presentes. No final do dia decorrerá um jantar criado pelo chef executivo do Hotel Marriott, António Alexandre, para companhia dos diversos Após o sucesso da primeira edição, o Concurtipos de espumantes presentes no concurso Brut Experience. so Internacional de Espumantes Brut Experience A organização estará a cargo de Luís Gradíssimo, através da regressa a Lisboa para mostrar, uma vez mais, o sua marca Enóphilo, e de José Miguel Dentinho, reconhecido jormelhor que se faz dentro e fora de portas. O úninalista do sector e presença habitual em painéis de prova de co evento dedicado ao espumante a nível nacional concursos de vinhos a nível nacional e internacional. Ambos reserá dividido, à semelhança da primeira edição, em ferem que, após a primeira edição, “era necessário dar continuiduas fases distintas. A primeira inclui o concurso, dade aquele que é o único evento em Portugal dedicado única e agendado para o dia 17 de Maio no Hotel Holiday Inn exclusivamente a espumantes. Sentimos que é necessário conContinental Lisboa. No dia 1 de Junho decorre, no Listinuar a desmitificar o consumo deste tipo de bebida no nosso bon Marriott Hotel, o evento aberto ao público, onde e nos outros países do mundo, e mostrar a sua versatilidade estarão centenas de espumantes à prova e serão coquer à mesa quer a solo. A segunda edição promete mais e nhecidos os vencedores do concurso. melhores espumantes. Portanto convidamos todos a participar O Concurso Internacional Brut Experience 2019 irá no Brut Experience”. classificar espumantes em prova cega, segundo categorias de estágio em garrafa: Jovem, Reserva, Super Reserva e Grande Reserva e Grande Reserva Extra. É aberto a espumantes brutos e brutos naturais, produzidos segundo os métodos tradicional e natural e engarrafados em todas regiões do mundo. De recordar que, na edição anterior, estiveram presentes, para além dos espumantes produzidos em Portugal, champagnes, e sekts de origem alemã. As inscrições para a segunda edição já estão disponíveis para todos os interessados que queiram colocar os seus espumantes em competição. O painel de prova será, uma vez mais, constituído por jornalistas e críticos da especialidade, escanções, enólogos, chefes de cozinha, proprietários de garrafeiras e lojas de especialidade. Este ano,

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Na conferência internacional Climate Change Leadreship

Investigador salientou adaptabilidade da videira às alterações climáticas

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investigador António Graça disse que o sector do vinho tem “a do Douro Superior. “O que fazemos semanalgrande sorte de trabalhar com a videira e dificilmente consemente é medir a força que a planta tem de faguia encontrar uma planta mais adaptável” às alterações climáticas, zer para extrair água do solo. É como se estivisto que “produz uvas no mundo inteiro”. véssemos a tirar a pressão arterial à videira, e O também responsável pelo Departamento de Investigação e Deisso permite-nos fazer uma aplicação da água senvolvimento da Sogrape Vinhos participou numa das sessões da quase individualizada a cada planta”, o que a conferência internacional Climate Change Leadreship, na qual foempresa pratica há já sete anos, completou ram debatidas as alterações climáticas e as soluções para a indúsO Alentejo e o Douro Superior são as regiões tria vinho lhes fazer face. A conferência terminou com uma intervinícolas portuguesas onde o efeito conjunto da venção do ex-vice-presidente dos Estados Unidos nos mandatos de temperatura elevada com a secura mais se faz Bill Clinton e activista ambiental, Al Gore. sentir, segundo António Graça, referindo que “em António Graça notou que esta conferência internacional reuniu 2017 foram encontramos plantas mortas por co“pessoas de zonas diferentes, com tipos de vinhos distintos e terlapso vascular, isto e, por alta de água”, sobretudo ritórios bastante diversos e têm uma ideia comum sobre como no Douro Superior. “Contudo, para produzirmos vilidar com as alterações climáticas, sobretudo quanto à necessinhos de qualidade a videira não pode estar numa dade de continuar o esforço para a mitigação das emissões de situação de total conforto, tem que ter sempre aldióxido de carbono”. “Existe a consciência de que vamos viver gum stresse e o stresse é induzido pela falta de num mundo mais quente durante décadas, eventualmente alalguma água”, observou. guns séculos, mesmo que as emissões terminassem hoje”, uma António Graça salientou ainda que, perante as alconvicção que Kimberly Thomas, da Universidade de Lund, na terações climáticas, “as melhores castas são as que Suécia, manifestou também a sua intervenção. têm o ciclo vegetativo mais longo, como é o caso do Outros palestrantes defenderam uma forte aposta na “resiTinto Cão, uma das mais usadas para fazer vinho do liência” da videira e António Graça também, recordando tratarPorto, para amadurecerem no tempo certo”, ao passo -se de uma planta com “uma capacidade de adaptação muito que “o cabernet sauvignon é talvez a mais notória a superior a muitas outras”. “É muito importante usar o conhecinível internacional”. mento científico existente na tomada de decisões, sobretudo O investigador diz que a indústria do vinho não tem porque o prazo de validade de uma vinha cifra-se em décaque recear pelo seu futuro, porque tem “a grande sordas. Ninguém planta uma vinha para a arrancar dez anos dete de trabalhar com a videira e dificilmente conseguia pois. O objectivo é que a vinha dure 50 ou 60 anos”, afirma encontrar uma plana mais adaptável, basta olhar para António Graça a quantidade de locais onde ela cresce e produz uvas O conhecimento, prosseguiu, deve ser usado para “plantar no mundo inteiro. É altamente adaptável”. hoje a vinha com as castas e os porta-enxertos correctos”, apurar se é necessário ter irrigação e que sistemas de condução são os mais adequados às videiras, “para fazer face à evolução nas próximas décadas”. A conservação da água e o seu uso racional, para prevenir situações de escassez e de secura extrema, é outra ferramenta essencial face às alterações climáticas e a Sogrape já o faz, exemplificou António Graça, pois só usa irrigação em 30 por cento das suas vinhas no Alentejo e parte


Vinhos e gastronomia da região no ‘Bairrada@LX’, a 23 de Março

Bairrada desce a Lisboa e “instala-se” no Mercado da Ribeira

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epois da estreia em 2015 e do regresso em 2018, o ‘Bairrada@LX’ celebra este ano a sua terceira edição. O evento que reúne produtores de vinho e sabores do receituário da região bairradina decorre no Sábado, dia 23 de Março, entre as 15 e as 20 horas. O local eleito volta a ser o Estúdio Time Out, no primeiro piso do Mercado da Ribeira, em Lisboa. A organização cabe à Eira da Beira, que conta com o apoio da Comissão Vitivinícola da Bairrada. Como tal, os produtos vínicos presentes no ‘Bairrada@LX’ são todos certificados, envergando o selo de qualidade DO Bairrada ou IG Beira Atlântico. Porque a aposta é num evento friendly, onde os enófilos possam, em tempo útil, fazer um périplo por todos os produtores presentes, degustando uma pitada do que cada um tem para oferecer, o número de presentes mantêm-se nas duas dezenas. Este ano, as habituais ‘Bairrada Talks’ vão dar lugar às ‘Prova(s) no balcão com...’, momentos em que os produtores ou os seus enólogos vão poder partilhar as suas histórias e vinhos com os enófilos que conseguirem lugar nestas provas. São bastante limitados, para que seja tempo de extrema qualidade. Na manga, os produtores trazem as mais recentes colheitas DO Bairrada e IG Beira Atlântico, mas também as de outros anos, bem como vinhos e espumantes, respectivamente, das categorias ‘Clássico’ e ‘Baga Bairrada’. Todas as referências vínicas em prova podem ser encomendadas durante o evento, estando disponível um catálogo com os respectivos preços (convidativos, mas apenas válidos para compras feitas nesse dia). O restaurante o Rei dos Leitões volta a seguir viagem com os néctares da Bairrada e marca presença – assídua – no evento. O ‘Leitão à Moda da Bairrada’ é já um clássico, por isso, não vai faltar à chamada. A ele juntam-se outras iguarias, com destaque para a doçaria da região.

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Convém salientar a importância do Mercado da Ribeira para o ‘Bairrada@LX’, pois trata-se de um espaço com uma conotação verdadeiramente cosmopolita, onde quem vive ou está de passagem por Lisboa, possa redescobrir, provar a aprofundar o conhecimento acerca da região vitivinícola da Bairrada. Ao mesmo tempo, pode fomentar maior expressão destes vinhos na restauração que se encontra concentrada neste centro de gastronomia da capital do país.


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Anunciou a secretária de Estado do Turismo

Governo quer Portugal como destino ‘must see’ para o enoturismo

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secretária de Estado do Turismo anunciou um plano de acção rou o produto e se afirmou internacionalmente para o enoturismo que aposta na formação, qualificação do como um destino de referência. produto e divulgação para afirmar Portugal como um destino munA secretária de Estado disse ainda que o enodial de referência neste sector. “O objectivo com este plano de acturismo “já representa cerca de 10% da procura ção é que Portugal seja um destino ‘must see’ (obrigatório ver) em para Portugal”. “Temos cerca de 2,2 milhões de termos de enoturismo”, afirmou Ana Mendes Godinho. visitantes por ano que já têm como motivação A governante explicou que o plano se desenvolve em vários eiprincipal ou complementar o enoturismo e gasxos: a qualificação do produto (restaurantes, alojamento, adegas tronomia, que estão muitas vezes associados”, ou produtores de vinho), formação e capacitação de pessoas, um referiu. calendário de eventos e organização de missões de jornalistas Os principais mercados emissores destes turise operadores turísticos a Portugal, bem como a digitalização da tas para o nosso país são o Reino Unido, Brasil, Esoferta e criação de uma plataforma ‘online’ nacional. tados Unidos da América (EUA) e a China. Em todo Ana Mendes Godinho especificou que as acções de formação o país existem cerca de 260 unidades de enoturisdeverão começar no primeiro semestre deste ano, devendo mo e, em 2018, foram produzidos 1.870 artigos inabranger cerca de 1.600 pessoas que ficarão com formação esternacionais sobre esta temática. pecífica nesta área. “A ambição com este plano é que consigamos, de Na plataforma, que está em fase de desenvolvimento, estará facto, afirmar o enoturismo também como um insconcentrada toda a oferta de enoturismo a nível nacional que trumento de comunicação e de promoção de Porcumpra os requisitos definidos. “Permitirá também passarmos tugal. E o objectivo é chegarmos aos 10.000 artigos a ter uma visibilidade ‘online’ e capacidade de reserva ‘online’, internacionais anuais dedicados ao enoturismo em um dos pontos identificados como uma das falhas que PortuPortugal”, frisou. gal tem, ou seja, que não temos essa oferta disponível ‘online’ O plano de acção inclui ainda a realização, em 2020, de uma forma estruturada e que a procura consiga facilmente em Reguengos de Monsaraz (distrito de Évora), da 5.ª identificar”, referiu. Conferência Mundial de Enoturismo, promovida pela O plano de acção envolve as entidades regionais de turisOrganização Mundial de Turismo (OMT). mo, a ViniPortugal, a Associação de Municípios Portugueses Ana Mendes Godinho lembrou que, no âmbito do prodo Vinho (AMPV) e a Associação das Rotas dos Vinhos de grama Valorizar e do Portugal 2020, foram já apoiados Portugal (ARVP). “Também é uma forma de articular todos 36 projectos com 35 milhões de euros, que alavancaram os ‘players’ do enoturismo, que era também um dos pontos investimentos no valor de 60 milhões de euros. Estes fracos que identificámos no âmbito da construção desta esprojectos visam a capacitação e qualificação do produto. tratégia para o enoturismo”, afirmou Ana Mendes Godinho. A governante elencou as “boas notícias” que “destaO trabalho de prospecção do sector está a ser feito há cam o enoturismo como um grande instrumento de procerca de seis meses por uma equipa do Turismo de Portumoção de Portugal” e deu como exemplo a Wine Enthugal, quer a nível interno e de avaliação da oferta nacional, siast, revista vitivinícola de referência internacional, que mas também em termos de comparação com outros destielegeu a região dos vinhos de Lisboa para o seu top 10 do nos internacionais. enoturismo mundial para 2019. Neste âmbito, foi realizada uma “missão de reconhecimento” a África do Sul para ver como aquele país estrutu-

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Diz a secretária-geral da Casa do Azeite

Produção de azeitona para azeite pode sofrer quebra superior a 20%

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produção de azeitona para azeite deverá uma grande alteração, tendo em conta que está condicionado à proregistar, este ano, uma quebra que pode dução mundial. superar 20% em algumas regiões, mas na próxiEmbora em Portugal, com menos produção, “o preço tendesse a ma campanha e até 2022 poderá atingir 180 mil subir, na realidade ele está condicionado à produção mundial. Sotoneladas. frerá alguma evolução quando se tiver o apuramento do que se “A campanha este ano atrasou muito. A matupassou na campanha a nível de todos os países produtores”. ração da azeitona foi muito mais tardia e ainda Apesar da quebra prevista para a produção em Portugal, as prohá cerca de um mês havia lagares a laborar. Não jecções da Casa do Azeite apontam para que, na próxima campasabemos exactamente, mas haverá uma quebra nha, e até 2022 se consiga atingir uma produção entre 160 mil e entre 15% e 20% seguramente e, em algumas re180 mil toneladas. giões, poderá ainda ser um bocadinho superior”, Com actividade desde 1976, a Casa do Azeite é uma associação disse Mariana Matos, que falava à margem da aprepatronal de direito privado, que representa a quase totalidade sentação do IX Concurso Internacional de Azeites das associações de azeite de marca embalado em Portugal. Virgem Extra - Prémio Crédito Agrícola Ovibeja. Segundo as previsões do Instituto Nacional de Estatística De acordo com a responsável da Casa do Azeite (INE), divulgadas em Fevereiro, a produção de azeitona para Associação do Azeite de Portugal, esta quebra deveazeite deverá registar uma quebra de 20%, penalizada pelas -se a “um ano de contrassafra”, depois de, no ano condições climatéricas adversas. passado, se ter atingido a produção mais alta desde Segundo o INE, a colheita da azeitona está “praticamente que há registo - cerca de 134 mil toneladas. terminada, confirmando-se um atraso significativo na matura“Por outro lado, o rendimento da azeitona em azeição face ao habitual, efeito das condições meteorológicas adte, ou seja, a quantidade de quilos de azeitona que versas, que ocasionaram um início de ciclo demorado e uma precisamos para extrair um litro de azeite, este ano, suspensão do amadurecimento dos frutos no período das ontambém foi bastante inferior ao que se verificou no ano das de calor de Agosto”. passado. Também tem a ver com as condições climatéPor sua vez, “a funda (rendimento da azeitona em azeite), ricas ao longo da campanha e com uma série de outros aumentou com o decorrer da colheita, se bem que, previsifactores que [levaram] ao atraso da maturação”, acresvelmente, ficará abaixo da alcançada na última campanha”, centou. acrescenta. Esta quebra vai reflectir-se sobretudo na região do Alentejo, que representa quase 80% da produção nacional. Por sua vez, o preço pago ao produtor não sofrerá www.gazetarural.com

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Reduzir custos de produção e emissões de CO2 são prioridades deste projecto internacional

Dairy4Future propõe boas práticas para o sector leiteiro na Área Atlântica

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ncontrar o equilíbrio entre rentabilidade, uso eficiente dos de Leite (FENALAC) também está envolvida no recursos e mitigação de efeitos ambientais é a meta do Daiprojecto Dairy4Future porque “o conhecimento e ry4Future, um projecto presente em 12 das principais regiões proa inovação, obtidos através do meio científico e dutoras de leite da União Europeia, envolvendo toda a fileira e, académico, são variáveis decisivas nesta actividirectamente, mais de uma centena de explorações. dade”. “A redução dos custos de produção é um “O Dairy4Future quer identificar boas práticas de gestão e mafactor essencial na competitividade da produção neio ao nível das explorações leiteiras, combiná-las com conhede leite. Consequentemente, isso trará uma mecimento e tecnologias emergentes para, depois, disseminar essa lhoria no rendimento dos produtores. A cadeia de informação e esses bons exemplos junto dos produtores portuvalor apresenta estrangulamentos estruturais pela gueses. Pretende-se orientar as explorações leiteiras para, num forte pressão da distribuição, pelo que importa acfuturo próximo, integrarem sistemas produtivos inovadores, de tuar, reduzindo custos e aumentando o rendimenelevada resiliência económica, eficientes no uso de recursos, no to”, acrescenta Fernando Cardoso, secretário-geral bem-estar dos animais e ambientalmente aceitáveis, responda FENALAC. dendo simultaneamente às principais preocupações actuais de produtores e da sociedade”, esclarece Henrique Trindade, Sentir o pulso ao sector em nome da eficiência coordenador do Dairy4Future na região Norte/Centro e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Para promover a resiliência económica do sector Espanha, França, Portugal, Reino Unido e República da Irlanleiteiro e a sua eficiência, os investigadores do Daida são os parceiros do Espaço Atlântico. “O projecto Dairy4Fury4Future vão analisar 100 explorações-piloto da Área ture vai dar oportunidade aos produtores portugueses de Atlântica Europeia, onde se identificarão boas práticas contactarem com colegas de outros países e situarem o seu e estimará a eficiência do uso de recursos. Este projecdesempenho na esfera europeia”, sublinha David Fangueiro, to integra ainda 10 explorações experimentais, onde coordenador na região Sul/Açores e investigador do Instituto serão avaliadas as melhores práticas (recurso-eficiênSuperior de Agronomia (ISA). cia). Em Portugal, são cerca de 40 explorações-piloto As questões ambientais e a diminuição das emissões de em estudo, distribuídas pelas principais regiões de proC02 estão na agenda do Dairy4Future. “A determinação da dução leiteira do continente e dos Açores. pegada de carbono é um indicador que os produtores poUma dessas explorações-piloto pertence a Adalberto derão usar para melhorar o seu desempenho, mas também Póvoa, produtor de leite em Albergaria-a-Velha, no concomo ferramenta de marketing, uma vez que as boas prácelho de Aveiro. As melhorias que antevê na sua exploticas devem ser amplamente comunicadas”, explica David ração baseiam-se em “três pilares”: modo de produção, Fangueiro. bem-estar animal e preservação ambiental/descarboniA Federação Nacional das Cooperativas de Produtores zação. “Queremos manter os factores económicos numa

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relação de equilíbrio, garantindo o máximo conforto aos animais. Estamos empenhados em encontrar uma solução de compromisso entre sistemas produtivos e rigor ambiental”, sublinha. No âmbito do Dairy4Future, os produtores portugueses vão visitar explorações leiteiras nos países parceiros para que possam ter um conhecimento mais aprofundado do sector, percebendo as rotinas de trabalho e as principais dificuldades dos seus homólogos europeus. No sentido inverso, receberão a visita de produtores provenientes de outras regiões europeias. “É importante conhecer outras realidades produtivas, industriais e comerciais na Europa. Com este projecto podemos partilhar informação e, depois, aplicar à nossa realidade”, esclarece Adalberto Póvoa. O Dairy4Future O projecto Dairy4Future teve início em Janeiro de 2018 e prolonga-se até Dezembro de 2021, reunindo um consórcio de 11 parceiros de cinco países da Região Atlântica - Irlanda, Reino Unido, França, Espanha e Portugal. Com um financiamento de 3,8 milhões de euros do programa INTERREG-UE, o Dairy4Future tem a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o Instituto Superior Técnico (ISA) como parceiros técnicos em Portugal. Os parceiros associados são a AGROS (União das Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Minho e Trás-Os-Montes), a APCRF (Associação Portuguesa de Produtores da Raça Frísia) e as associações agrícolas açorianas das ilhas de São Miguel e Terceira (AASM e AAIT). Também conta com o apoio de outros colaboradores locais como a FENALAC, LACTICOOP, PROLEITE e as Cooperativas de Barcelos e de Vila do Conde.

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Projecto visa também ajudar os produtores a melhorar a produção

Investigadores estudam vegetação mediterrânica preferida por cabras em pastoreio

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nvestigadores da Estação Zootécnica Nacional (EZN), em Sananálises às fezes recorrendo a técnicas que pertarém, seguem há um ano um rebanho de cabras para sabemitem, pelos alcanos (hidrocarbonetos) existenrem que vegetação mediterrânica prefer comer, o seu efeito na tes na cutícula das plantas, ver o que os animais redução de parasitas e o contributo do pastoreio na limpeza da ingeriram, sendo igualmente recolhidos parasitas floresta. de um grupo de controlo, que não tem acesso a A investigadora da EZN - polo de Santarém do Instituto Nacioplantas arbustivas, explicou Ana Teresa Belo. nal de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) - responsável Os extractos das plantas são depois replicados, pelo estudo, Ana Teresa Belo, disse que, além de conhecer a diena proporção verificada na observação de campo e ta seleccionada por cabras em pastoreio, analisando o seu vano laboratório, em testes antiparasitários ‘in vitro’, lor nutritivo e as suas propriedades anti-helmínticas, o projecto acrescentou. “Queremos não só estudar as proprievisa também ajudar os produtores a melhorar a produção e prodades antiparasitárias dos arbustos como também mover a biodiversidade e o controlo da vegetação combustível. ver qual a composição da dieta que vai dar melhor “Sabemos que os caprinos são muito atreitos a parasitismo controlo da carga parasitária”, disse. gastrointestinal”, disse a investigadora, salientando que um O estudo “Vegetação mediterrânica: anti-helmíndos objectivos é reduzir os gastos com antiparasitários sintéticos naturais na dieta seleccionada por cabras em ticos, “que são caros, além da parte ecológica e de poderem pastoreio” é um dos 20 projectos de investigação da entrar na cadeia alimentar”. EZN aprovados e em curso e que contam com um cofiO estudo, que desenvolve em parceria com a docente da nanciamento comunitário de perto de dois milhões de Universidade de Évora Ludovina Padre, quer “mostrar aos euros. produtores que podem utilizar o mato para controlar a carga Olga Moreira, directora da EZN, disse que os projecparasitária e aconselhá-los a nível de suplementação dos tos vieram “colmatar o défice” de trabalho e de expeanimais”, para que a produção seja rentável, frisou. rimentação, bem como de recursos humanos, que este No terreno há um ano, os investigadores, alguns deles polo do INIAV viveu nos últimos anos, e frisou a pertibolseiros apoiados por estagiários, registam que plantas e nência de estudos como o que está a decorrer com o reque parte delas, cada animal do rebanho seguido come em banho de cabras na quinta da Fonte Boa, no Vale de Sanpastoreio no pinhal existente na Fonte Boa, durante quantarém. “É uma temática actual que se insere na limpeza to tempo, bem como os tempos de paragem e de rumida floresta, dos espaços rurais, e pelo benefício para os nação, informação que depois é tratada estatisticamente próprios agricultores, porque têm animais em produção, para determinar a composição da dieta. saudáveis e felizes”, afirmou. Esta recolha é complementada em laboratório, com O projecto, a decorrer até ao final de 2019, inclui ainda a recolha de amostras de leite, para verificar que alterações

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acontecem com a mudança do pasto - onde actualmente se encontra o rebanho, depois do nascimento das crias - para o pinhal, adiantou Ana Teresa Belo. Instalada na quinta Fonte Boa, em 240 hectares de uma área total de cerca de 600 hectares, a EZN é a única infraestrutura do país vocacionada para a investigação e experimentação em produção, reprodução e melhoramento animal, albergando o banco nacional de germoplasma animal. O trabalho ali realizado tem “um impacto grande na produção”, porque é feito “em estreita ligação com as associações de criadores”, afirmou Olga Moreira, realçando o facto de parte dos projectos em curso estar direccionado para a vertente da “economia circular, resíduos zero e reaproveitamento de subprodutos”. Em particular referiu três projectos que estudam a utilização de subprodutos agroindustriais, um usando larvas de Mosca Soldado Negro (BSF) para biodegradação desses resíduos, outro, a iniciar em Maio, para substituir parcialmente concentrados por esses subprodutos na engorda de bovinos e outro para inventariar os subprodutos existentes e construir uma plataforma com o valor nutritivo de cada um. Ao “sonho” de ver crescer o número de investigadores permanentes, Olga Moreira acrescenta a confiança de que a candidatura a fundos comunitários para a criação do Centro de Excelência para a Agricultura e a Agroindústria (pronta para avançar logo que saia o respectivo aviso) será “bem-sucedida”, permitindo a recuperação das degradadas instalações e um melhor apetrechamento dos laboratórios.

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“Isto não só é muito importante no processo de qualidade e de garantias ao consumidor, como também poderá ser um empurrão para a internacionalização”, disse o presidente da Câmara, Paulo Fernandes. Para o autarca, esta certificação tem ainda “a vantagem de representar uma geografia mais ampla, porque apanha também algumas freguesias produtoras dos concelhos vizinhos da Covilhã e de Castelo Branco”.

Qualidade e segurança dos mesmos foi distinguida

Despacho já foi publicado no Diário da República

Cereja do Fundão classificada como produto de “Indicação Geográfica”

Macedo de Cavaleiros com maior número de percursos pedestres certificados

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município transmontano de Macedo de Cavaleiros tornou-se no território português com maior número de percursos para caminhadas certificados, garantia de segurança a quem quiser passear numa zona classificada como geoparque. “Cereja do Fundão” foi classificada, a nível nacional, como Ao todo são 24 percursos pedestres de pequeproduto de Indicação Geográfica (IG), certificação que a orna rota, num total de 180 quilómetros, por um ganização de produtores e a autarquia local esperam que venha a território que faz parte da rede mundial de geocontribuir para a valorização da produção de cereja desta região. parques da UNESCO, a organização das Nações No despacho publicado no Diário da República, a Secretaria de Unidas para a Ciência, Cultura e Educação. Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural determina que Segundo os responsáveis locais, Macedo de “seja conferida, a nível nacional, protecção à denominação ‘CereCavaleiros acaba de receber as cartas de homoja do Fundão’ como Indicação Geográfica”. logação destes percursos para passeios a pé, “tor“O uso desta denominação fica reservado aos produtos que nando-se assim no município português com maior obedeçam às disposições constantes no respectivo caderno de número de percursos pedestres devidamente cerespecificações depositado na Direcção-Geral de Agricultura e tificados”. Desenvolvimento Rural (DGADR)”, acrescenta o despacho. De acordo ainda com a informação divulgada, “a A decisão visa proteger a cereja produzida nesta região do segurança dos caminhos bem como a qualidade dos distrito de Castelo Branco e é vista como uma “mais-valia” para trilhos foram duas das características destacadas a valorização da marca “Cereja do Fundão”, referiu José Pinpelos responsáveis do Registo Nacional de Percursos to Castello Branco, presidente da Cerfundão, organização de Pedestres”. A partir de agora, quem quiser aventurarprodutores que apresentou o pedido de registo e que será a -se pelos trilhos do Geoparque Terras de Cavaleiros, entidade gestora. saberá “onde começa, e acabam os percursos, o que “É uma notícia fantástica por vários motivos, desde logo pode encontrar e o que ver, sempre em segurança”, porque temos o reconhecimento oficial de um produto regiocomo garantiu o vice-presidente da Câmara de Macenal por excelência. Depois, também é uma óptima notícia do de Cavaleiros, Pedro Mascarenhas. para o mercado e, sobretudo, para os consumidores, que vão “O trabalho desenvolvido na recuperação e sinalizapassar a ter a garantia de que aquilo que estão a comprar é ção destes trilhos foi fulcral para aumentar a seguranrealmente ‘Cereja do Fundão’”, afirmou. ça dos turistas que façam estes percursos”, salientou, Sublinhando que o facto de haver agentes de mercado que explicando que a sinalética existente permitirá manter pensam que a cereja é toda igual e que o mais importante a orientação no monte, mesmo em situações meteoroé o preço, este responsável refere que o selo IG distingue lógicas adversas e com pouca visibilidade como com nea “Cereja do Fundão”, certificando diferenças, característivoeiro. Como salientou, “as cores da sinalética escolhida cas, qualidade e autenticidade. para marcar os percursos foram especialmente pensadas A Câmara do Fundão também considera que este recopara permitir uma maior visibilidade”, numa zona algumas nhecimento é “muito importante” e acredita que deverá épocas do ano são propensas à formação de nevoeiros, desempenhar um papel relevante na estratégia que o também devido à presença da grande massa de água da município tem desenvolvido nos últimos anos ao nível da albufeira do Azibo, um dos locais de maior procura por tuvalorização e promoção da marca “Cereja do Fundão”. ristas na região. .

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Clube de Produtores de Monovarietais do Vinho Verde promove projecto Germinar

Jovens com dificuldade intelectual trabalham na vinha para exercício de autodeterminação

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om o objectivo de promover a integração social de jovens e adultos com dificuldade intelectual e de desenvolvimento, nasceu o projecto Germinar que passa pela integração dos utentes da Delegação de Valença da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) no trabalho na vinha de forma a promover o seu desenvolvimento pessoal, profissional e emocional sempre em função das competências ajustadas a cada perfil de integração. Trata-se de um projecto social encabeçado pelo Clube de Produtores de Monovarietais do Vinho Verde, promovido pelo Soalheiro, desafiado por um casal produtor de uvas que integra o Club de Produtores - a exploração vitícola L’Campo. O motor central do projecto é António Matos, que para além de produtor de uvas é também Técnico Superior de Serviço Social e está a fazer o acompanhamento in loco dos jovens que já iniciaram o trabalho nas vinhas. Para o gestor do projecto “o meio laboral é um grande veículo, catalisador da participação social, onde nos podemos sentir integrados como fazendo parte de algo, co-construtores da sociedade/realidade e de nós mesmos, um lugar onde pode emergir o sentimento de auto-realização”. Salientando, “este projecto, quer fazer germinar este sentimento nas pessoas”. A expectativa é, em breve, desenvolver um produto que possa autossustentar economicamente esta parceria. Pretende-se uma participação colaborante da sociedade, não numa logica de caridade, mas de reconhecimento da qualidade do produto produzido com a participação destas pessoas, que de outra forma não teriam essa possibilidade. Para a directora da APPACDM – Centro de Valença, Helena Pereira, “este projecto é uma oportunidade de contribuir para o desenvolvimento de um conjunto de competências inerentes ao trabalho feito diariamente na instituição. Capacitar para o exercício da autodeterminação destes jovens, principalmente focando um sector tradicional da nossa região, fará certamente a diferença no seu futuro”. Reforçando, “um vinho que tenha no seu rótulo a génese do trabalho destes jovens, ao ser servido vai despertar consciências para a igualdade de oportunidades e capacidades e, acima de tudo, consciencializar para a contributo laboral válido que podem dar”. Mas o desafio lançado não fica pelo trabalho na vinha. Os utentes da instituição irão ainda conceber o rótulo e a caixa para o produto final. “O que vamos dar é a energia inicial e ceder a estrutura. A nossa energia é o nosso trabalho. Queremos que o projecto cresça e possa em breve integrar mais gente. É uma obrigação das empresas partilhar o que corre bem com a sociedade. O apoio social deve ser algo inerente à política de desenvolvimento sustentável.” afirmam os produtores do Soalheiro.


Pragas e doenças dos castanheiros vão ter acompanhamento especializado

Município de Alfândega da Fé quer ajudar produtores de castanha do concelho

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Município de Alfandega da Fé promoveu uma acção preventiva de recolha para analisar a presença da vespa das galhas do castanheiro (Dryocosmus kuriphilus), com o objectivo de se estimar o avanço desta praga no concelho para que a luta biológica, através de largadas de Torymus sinensis, insecto que elimina o parasita, se inicie logo que existam focos desta praga no território. Relembramos que esta praga foi identificada no Verão de 2018, entre as aldeias da Burga, concelho de Macedo de Cavaleiros, e Colmeais no concelho de Alfândega da Fé. Para despistar e antecipar a luta biológica foram monitorizados soutos nas aldeias de Colmeais e Covelas, sendo que esta última, está isenta de ataque. A autarquia entende que é necessário trabalhar junto dos agricultores de forma a prevenir o alastramento deste parasita que diminui drasticamente a produção dos castanheiros e que pode causar um grande prejuízo económico no sector. Para além disso, o Município de Alfândega da Fé quer continuar a trabalhar no plano de combate às principais pragas e doenças que atacam os soutos e que é necessário continuar a combater, como o cancro e a tinta do castanheiro, em conjunto com a Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé e o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos. Assim, atenta a estas problemáticas, a autarquia de Alfândega da Fé a vai disponibilizar em breve mais um serviço de apoio aos produtores. www.gazetarural.com

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Livro pode ser adquiridos na Amazon

O que se sabe sobre os rios de Portugal?

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cientistas de todo o país uniram-se por uma causa comum: ao leitor. Esperamos que este livro contribua para reunir toda a informação disponível sobre os rios de Poro desenvolvimento de uma consciência ecológitugal e partilhá-la com a sociedade, contribuindo para a promoca que reconheça a diversidade de ambientes e ção de uma consciência ecológica que reconheça a diversidade de organismos dos rios portugueses e os impacde ambientes e organismos dos rios portugueses e os impactos tos que as populações humanas têm sobre estes e que as populações humanas têm sobre estes ecossistemas. que, consequentemente, leve a uma mudança de Desta união resultou o livro Rios de Portugal. Comunidades, comportamentos com vista à preservação destes Processos e Alterações, editado por Maria João Feio e Verónica ambientes que fornecem serviços preciosos a esFerreira, investigadoras do Centro de Ciências do Mar e do Amsas mesmas populações, como por exemplo, água biente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Univerde boa qualidade, alimento, espaços de lazer e de sidade de Coimbra (FCTUC). contemplação”. Ao longo dos 17 capítulos do livro, que é o primeiro a reunir De uma forma geral, os cientistas pretendem apreo conhecimento científico sobre rios portugueses de forma tão sentar o que se sabe sobre os rios de Portugal. Assim, ampla, e numa linguagem simples, acessível ao público em o livro “poderá ser útil a qualquer pessoa com integeral, são abordadas várias temáticas associadas aos rios. Asresse pelo tema. Está escrito numa linguagem que se sim, a obra começa pelos aspectos físicos fundamentais dos espera seja acessível ao público não científico, mas rios nacionais, como a hidrologia e os sedimentos. Seguemmantendo o rigor científico de modo a poder ser usado -se oito capítulos dedicados aos organismos aquáticos, como também em contexto académico. Poderá por isso ser algas, fungos e bactérias, vegetação aquática e ribeirinha, útil a estudantes do ensino básico e secundário, mas invertebrados, peixes, anfíbios e répteis, mamíferos e aves. também universitário e aos respectivos professores, Os capítulos seguintes apresentam os processos que depodendo complementar temas ligados a esta área», recorrem nos rios, as actividades antrópicas que causam forferem as investigadoras da FCTUC. tes alterações na qualidade dos ecossistemas, a monitoriE apesar do grande número de investigadores envolzação ecológica, e a restauração dos rios degradados. O vidos, Maria João Feio e Verónica Ferreira afirmam que a penúltimo capítulo é focado nos estuários e, finalmente, o tarefa de coordenação foi fácil, pois “todos os autores esúltimo capítulo versa sobre as fontes termominerais que tavam conscientes da dimensão e da relevância deste proestão fortemente ligadas aos cursos de água. jecto e facilitaram muito o nosso trabalho como editoras”. O grande objectivo desta obra, segundo as editoras, “é A versão electrónica do livro é de acesso livre na UCdicompilar num único suporte a informação disponível sogitalis. Já a versão impressa e o ebook podem ser adquiribre os rios de Portugal, e apresentá-la de modo acessível dos via Amazon.

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Por cientistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

Primeiro estudo sobre o impacto dos nanoplásticos nos ecossistemas dos rios

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ela primeira vez, uma equipa de cientisdesvendar o que aconteceria num sistema natural de multiespécies”, tas da Faculdade de Ciências e Tecnoloobserva a investigadora. gia da Universidade de Coimbra (FCTUC) esPor isso, a equipa pretende desenvolver estudos mais alargados tudou os danos que os nanoplásticos podem para perceber quais as respostas das diferentes espécies de orgagerar nos ecossistemas de água doce. nismos. “Se as espécies tolerantes que permanecem forem funcioApesar da maioria dos estudos sobre as nalmente capazes de substituir as menos tolerantes, então a funconsequências do plástico no ecossistema se ção ecológica global (decomposição de resíduos) poderá manter-se debruçar nos sistemas marinhos, os rios são inalterável mesmo em locais com elevadas concentrações de nanoa principal fonte de plásticos dos oceanos. O plásticos”, prevê Seena Sahavedan, acrescentando que o trabalho estudo, acabado de publicar na revista científiagora publicado “aponta para a potencial importância de uma alta ca “Fungal Ecology”, centrou-se no processo de diversidade de fungos nas correntes de água doce e sugere que decomposição das folhas, considerado um indicatais sistemas serão mais resilientes quando confrontados com a dor crucial para avaliar a função e a qualidade dos poluição produzida pelos plásticos”. sistemas de água doce. Para tal, a equipa utilizou A poluição provocada pelos plásticos é conhecida como uma séria cinco espécies de hifomicetes - fungos aquáticos ameaça aos ambientes aquáticos. A produção de plásticos está esque assumem o papel principal na decomposição timada em 8.300 milhões de toneladas métricas e é previsível que, das folhas. em 2050, cerca de 12.000 milhões de toneladas de plástico desNas experiências realizadas em laboratório, com perdiçado esteja ou nos aterros sanitários ou no ambiente natural. fungos isolados de ribeiros suíços e folhas colhidas Calcula-se que todos os anos entrarão no oceano, pelos rios no Parque Verde de Coimbra, na margem do rio do mundo, entre 1,15 e 2,41 milhões de toneladas métricas de Mondego, os investigadores verificaram que a expoplástico. Os plásticos podem ser fragmentados em partículas de sição a plásticos de tamanho nanométrico (100nm e tamanhos muito pequenos (“nano”, ou seja, 1 centésimo de miaté ~100mg/L) compromete a actividade dos fungos, límetro) cujos efeitos ambientais ainda são desconhecidos, mas ou seja, interfere na sua capacidade de decompor as não deixam de ser uma preocupação. folhas. A investigadora Seena Sahavedan lembra que os plásticos “Demonstrámos que os nanoplásticos diminuem de dimensões nanométricas também são usados num vasto a capacidade dos fungos para decompor as folhas a leque de produtos tais como pasta de dentes, tintas de água concentrações de 1,6 mg/L. Este valor é cerca de quae produtos biomédicos. Mais particularmente, “o poliestireno, tro a seis vezes superior à concentração de microplásque é um tipo de plástico muito versátil e que hoje em dia é ticos reportada nos E.U.A e na Europa”, relata Seena usado nos mais variados produtos (em embalagens de comiSahavedan, investigadora do Centro de Ciências do Mar da, recipientes de cosméticos, pipetas médicas, etc.). Uma e do Ambiente (MARE) da FCTUC e primeira autora do vez que são produtos de utilização única e que não são bioartigo científico publicado. degradáveis, as moléculas de poliestireno contribuem sig“As nossas descobertas documentam que os nanonificativamente para os detritos encontrados nos sistemas plásticos podem interferir com funções ecológicas nos aquáticos”. ecossistemas aquáticos. No entanto, uma vez que difeEste estudo foi financiado pelo projecto estratégico do rentes fungos diferem na sua sensibilidade, continua por MARE. www.gazetarural.com

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Opinião

Lactarius deliciosus e Lactarius chrysorrheus. Sobre as diferenças e a contribuição da espécie comestível para o desenvolvimento socioeconómico do Interior

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inda há poucos anos que a maioria dos colectores de cogudiam entradas na economia local de milhares a melos tomou conhecimento da comestibilidade do Lactarius milhões de escudos. Em muitos casos, este negódeliciosus, o que não impediu que actualmente esta seja já uma cio, numa época em que a pobreza imperava no das espécies mais apanhadas e apreciadas em Portugal. meio rural, tornou-se o principal sustento e aforro A existência, nos últimos tempos, de uma maior divulgação e das famílias, contribuindo de forma muito signicultura micológica, a identificação relativamente fácil do cogumeficativa para a formação superior das gerações lo e a grande quantidade com que normalmente surge em povoamais novas, a construção e aquisição de habitação mentos de pinheiro, que ainda dominam grande parte do país, própria, a compra de carros, propriedades e macontribuíram de forma definitiva para o seu substancial aproquinaria agrícola, o bem-estar e o equilíbrio social. veitamento. No entanto, o conhecimento e a colecta em massa Na altura, a importância e o prestígio conseguidesta espécie tiveram início na década de 70 do século passado pela espécie atingiram uma tal dimensão, que do, sobretudo junto à nossa fronteira, pelo grande fluxo de coo facto foi simbolicamente consagrado na heráldica mercialização que aí se gerou, com destino a Espanha. Muitas da freguesia da Orca, concelho do Fundão, com a pessoas, famílias ou mesmo aldeias inteiras do Interior do país, inclusão dos cogumelos na sua composição. passaram então a dedicar-se, durante o Outono, à apanha de O preço e as mais-valias conseguidas pelos vários cogumelos desta espécie. operadores no circuito eram tão elevados que os No período de produção dos lactários, as actividades correncompradores intermediários, para evitar que a poputes perdiam prioridade e eram deixadas para trás; as pessoas lação os começasse a introduzir no consumo doméspercorriam grandes distâncias, aproveitando bem todo o temtico, chegavam a dizer aos apanhadores que estes po disponível, com o intuito de encontrar e carregar a maior cogumelos não eram comestíveis e seriam utilizados quantidade possível; e chegavam-se a tirar férias propositapara fazer medicamentos e outros produtos não alidamente nesta altura. mentares. Ainda hoje há gente, interveniente na altura, A procura e a valorização foram então de forma tão superque refere e acredita nesta versão. lativa que, a sancha, raivaca, cardiela, seta, cogumelo de No que respeita a intoxicações, não se fala da existênleite, tortulho, tortulho laranja ou laranjinha, nomes pelos cia de qualquer ocorrência grave no decurso da apanha quais, nalgumas localidades, o Lactarius deliciosus é conhedo Lactarius deliciosus e consumo inadvertido de algucido, tornou-se, nas proximidades da raia, numa das princima espécie semelhante mal identificada. pais fontes de rendimento para grande parte da população. No entanto, esta espécie tem vários “sósias” consideO dinheiro gerado pela venda de 1 Kg de lactários chegarados com alguma toxicidade, muito semelhantes ao nível va a ser superior a um dia de salário e a apanha de um só do chapéu, podendo, para os menos esclarecidos, criar dia podia representar o valor de alguns anos de trabalho. algumas dificuldades na sua identificação e levar à sua Muitas povoações movimentavam, diariamente, centeposterior ingestão. nas e milhares de quilos de cogumelos a que corresponNo nosso país, as confusões ocorrem normalmente com

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o Lactarius chrysorrheus, espécie que, em termos de literatura, é considerada sem interesse culinário ou apenas responsável por passageiros distúrbios gastro-intestinais. Assim sendo, não se deve fazer a identificação do Lactarius deliciosus apenas pela observação da parte de cima do chapéu, tanto mais quando a apanha for feita ao entardecer ou por pessoas com deficiente visão. A avaliação terá de ser individualizada e não generalizada ao grupo encontrado num determinado local, com particular atenção para habitats diferentes confinantes ou com espécies florestais consociadas. O Lactarius deliciosus apresenta as lâminas e o pé de cor alaranjada, enquanto no Lactarius chrysorrheus, durante a fase juvenil, são de cor esbranquiçada, mas se ainda restarem dúvidas, há que apanhar e comer só os Lactarius que, ao corte, segreguem um leite alaranjado, característica que elimina qualquer margem de confusão com a espécie tóxica, que liberta, em abundância, um leite branco que rapidamente fica amarelo. Estando-se na posse de um testemunho, que foi muito para além dos ligeiros problemas gastro-intestinais, revela-se que ao consumo de Lactarius chrysorrheus podem ser assacadas outras responsabilidades, concluindo-se que o Lactarius chrysorrheus, mesmo misturado com Lactarius deliciosus, quando ingerido de forma reiterada num curto espaço de tempo, provoca problemas graves de saúde, obrigando ao seu tratamento e a uma intervenção médica atempada e adequada. José Luís Gravito Henriques Engenheiro Agrónomo

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Curtas Jantar “À Nossa Mesa” promove produtos locais e regionais

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que antecede as comemorações da Páscoa, com a sua décima segunda edição a realizar-se de 6 a 14 de Abril. A edição de 2019 vai contar com uma participação recorde de restaurantes do concelho, com nove estabelecimentos de restauração vilarregenses a aderir ao evento. O bacalhau e o azeite voltam a apresentar-se como os ingredientes principais dos pratos que prometem voltar a trazer milhares de visitantes aos restaurantes do concelho.

ais do que um jantar o “À Nossa Mesa” é uma experiência gastronomia que irá juntar chefes cuja ligação é a zona centro do país. A proposta da organização deste evento, marcado para dia 23 de Março, às 19 horas, no restaurante pedagógico “A Prova dos Novos”, na Pampilhosa é dar a conhecer e promover produtos locais e regionais. preocupação com a alimentação de doentes em hemodiálise deu Promovido pela Escola Profissional Vasorigem a uma alheira de Mirandela com proteína à base de clara concellos Lebre (EPVL), este jantar especial de ovo que ambiciona conquistar também os atletas de alta compedesafia os “chef’s” a descobrir novas formas tição. O novo enchido tem a mesma aparência e paladar idêntico da de utilizar produtos endógenos que, aliados alheira tradicional, a particularidade é que a clara de ovo adiciona a aos vinhos da região, constituirão um mote proteína saudável sem gorduras e a carne de porco é substituída por perfeito para viajar pelas raízes gastronómicarne de aves. cas da zona centro. Esta é a segunda alheira com preocupações de nutrição que reManuel Alexandre (Pestana Cidadela de sulta do projecto da clínica de hemodiálise Tecsam, de Mirandela, Cascais), Valdemar Onofre (Morais Eventos), em parceria com a Faculdade de Ciências de Nutrição do Porto, para Orlando Esteves (Palace Hotel Estoril), Carlos desenvolver um produto aliado à tradição mais saudável, mas que Gonçalves (IEFP), Tony Salgado (Pestana Paláestá proibido aos doentes renais que não estão em tratamento de cio do Freixo) Susana Oliveira (EPVL) e Tiago hemodiálise. Bonito (Casa da Calçada) serão os “cozinheiros de serviço” que juntamente com os alunos de restauração da Escola Profissional da Mealhada irão proporcionar uma noite inesquecível de descoberta de sabores. Os interessados em participar no jantar “À Nossa Mesa” deverão fazer a sua reserva através Associação Social, Cultural e Desportiva de São Miguel do do número de telefone 915 364 884 ou enviando Mato vai promover, pelo terceiro ano consecutivo, a Feira mensagem privada para a página de Facebook do da Primavera, no dia 28 de Abril no recinto do antigo campo de evento.​ futebol de Moçâmedes, em São Miguel do Mato. Assim, todos os interessados em participar poderão inscrever-se até ao dia 20 de Abril pelo email csocialsmmato@sapo.pt. A III Feira da Primavera de S. Miguel do Mato conta com o apoio da Câmara de Vouzela.

Nova alheira de Mirandela com proteína da clara de ovo para doentes e atletas

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São Miguel do Mato recebe III Feira da Primavera no dia 28 de Abril

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Festival Nacional de Gastronomia 2019 já tem data

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edição 2019 do Festival Nacional de Gastronomia vai decorrer de 24 de Outubro a 3 de Novembro, como habitualmente na Casa do Campino, em Santarém. As datas foram reveladas pelo presidente da câmara Ricardo Gonçalves em reunião do executivo municipal. O tema deste ano será a vinha e o vinho, idêntico ao da Feira Nacional de Agricultura de 2019, como vem acontecendo nos últimos anos.

Festival Gastronómico do Bacalhau e do Azeite chega em Abril

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Festival Gastronómico do Bacalhau e do Azeite regressa aos restaurantes de Vila de Rei na semana

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AgitÁgueda promove Novos Talentos

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esde 2014 que os “Talentos AgitÁgueda” trazem novas bandas à ribalta. Depois do reconhecimento atingido nos anos anteriores, o concurso está de volta para oferecer o palco aos melhores talentos. Desde a primeira edição, foram já 40 os projectos musicais a passar no festival. Especialmente direccionada a projectos de originais e à promoção de novos talentos, o “Talentos AgitÁgueda” é uma mostra instituída pela Câmara de Águeda com o intuito de promover e incentivar a criação de novos projectos artísticos, bem como proporcionar aos artistas a possibilidade de os apresentar ao público do AgitÁgueda. Nas anteriores edições da iniciativa ganharam destaque no palco dos Talentos AgitÁgueda nomes como The Oafs, Olívia Palito, Sofá Pra 2, Os Quatro e Meia, entre outros, na confirmação da importância da iniciativa para o percurso artístico das bandas emergentes.


Mais sustentabilidade ambiental e rentabilidade

Espaço Visual aconselha produção agrícola biológica

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consultora agrícola Espaço Visual vai lançar um curso de sobre o modo de produção biológico para técnicos agrícolas. Este curso, com 135 horas, no horário pós-laboral, a decorrer em Gondomar, a partir de 7 de Maio, tem como objectivo potenciar os conhecimentos e competências do produtor biológico sobre as formas de produção sustentável para a gestão da exploração. Deste modo, o produtor biológico garante os instrumentos e ferramentas essenciais para atingir os melhores resultados e aumentar a rentabilidade do negócio e da confiança dos consumidores. “O modo de produção biológico irá ser dominante, nos próximos 20 anos, na forma de fazer agricultura a nível mundial”, defende o CEO da consultora agrícola Espaço Visual, José Martino. Dentro deste parâmetro, este curso incidirá sobre o estudo das práticas respeitadoras do meio ambiente, preservando a biodiversidade e os recursos naturais. Será também abordada as técnicas de protecção contra as pragas e doenças, de preferência através de meios não químicos. O curso irá explicar que os produtos biológicos, de produção vegetal e animal certificada, são mais saudáveis e de elevada qualidade. Os participantes no curso iram obter conhecimentos sobre a fertilização dos solos, através do recurso a substâncias naturais, promovendo a reciclagem de nutrientes e a matéria orgânica como fonte do principal nutriente, em vez de adubos químicos. Serão também fornecidos conhecimentos para a conservação e eficiência dos solos e disponibilidade de água, a partir de práticas de cultivo adequadas e sustentáveis. www.gazetarural.com

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Repete congresso sem patrocínios da industria

Ordem dos Nutricionistas reclama uma visão global para a nutrição

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pós o primeiro congresso de nutrição sem recurso a patrocíreira de nutricionista, o que permitirá a regulanios da indústria, a Ordem dos Nutricionistas repete a iniciatirização da dispersão destes profissionais, que va, que está já agendada para os próximos dias 21 e 22 de Março, actualmente se encontram distribuídos por três na Culturgest, em Lisboa. carreiras distintas e inadequadas – Técnico Su“Provámos que era possível fazer um grande congresso sem perior de Saúde; Técnico Superior e Técnico de que, para isso, tivéssemos de recorrer a qualquer patrocínio. ConDiagnóstico e Terapêutica. “Temos grande expectribuímos para o debate, ao mais alto nível, em torno da alimentatativas que este Governo regularize a situação, gação e nutrição. Por isso, temos a obrigação de repetir a iniciativa, rantindo que todos os nutricionistas a trabalhar no com uma forte aposta em conferencistas de referência nacional Serviço Nacional de Saúde estejam em igualdade de e internacional”, sustenta Alexandra Bento, bastonária da Ordem circunstâncias”, sustenta Alexandra Bento. dos Nutricionistas. Recorde-se que 45% dos nutricionistas a trabalhar Durante os dois dias do Congresso da Ordem dos Nutriciono SNS estão integrados na carreira de Técnico Sunistas serão discutidas questões, como por exemplo; “Padrões perior de Saúde; 37% como Técnicos de Diagnóstico alimentares sustentáveis para o futuro”; a “Alimentação e a pee Terapêutica; e 17% como Técnicos Superior. Apegada ecológica em Portugal”; os “Desafios dos nutricionistas sar da mesma carga horária, as mesmas funções e no mundo”; a “Alimentação como um aliado da saúde pública”; competências, estes profissionais estão integrados “As funções dos governos nas políticas económicas em nutriem diferentes carreiras, o que despoleta disparidades ção”, “Desertos alimentares” e “Ambiente obesogénico em injustificadas. áreas urbanas portuguesas”. Destinado a nutricionistas, estudantes, profissioEm 2019, a dimensão internacional continua a ser uma forte nais de saúde, responsáveis governamentais e a todos aposta, reunindo nomes incontornáveis do sector, como por aqueles que, directa ou indirectamente trabalham com exemplo a académica Marion Nestle, catedrática e ex-direca alimentação e nutrição, este será o II Congresso com tora do Departamento de Nutrição, Estudos de Alimentação assinatura da Ordem dos Nutricionistas, a instituição e Saúde Pública na Universidade de Nova Iorque que vem que regula a profissão, que volta a contar também com apresentar o tema “How food companies skew the science o Alto Patrocínio do Presidente da República. of what we eat”. De regresso está também o “Prémio Mérito Jovem Nutricionista”, iniciativa lançada no I Congresso da Ordem que pretende distinguir jovens que se destacam na investigação e empreendedorismo do sector. A Ordem pretende também que este congresso sirva para voltar a colocar em cima da mesa a criação da car-

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