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POLÍTICA Os jovens estão fartos da política?

A política representa um conceito bastante amplo, fazendo parte da vida de cada indivíduo diariamente – apesar de por vezes não termos consciência –, quer através dos jornais ou da televisão, quer através das manifestações ou até mesmo de certas “ conversas de café” que vamos ouvindo por aí. É, no entanto, a meu ver, uma temática pela qual os jovens manifestam cada vez menos o seu interesse, por diversas razões

Em primeiro lugar, os jovens têm vindo a demonstrar pouca curiosidade relativamente ao tema, pois associam a sua conceção a algo aborrecido e, pior, inútil. A grande maioria pensa com veemência que a política é um assunto apenas para os adultos, chato e de pouca relevância, e no qual não se devem envolver de forma alguma. Um motivo plausível para tal será a associação da palavra “política” a problemas. Com as discussões entre membros da família, conhecidos ou comentadores televisivos, grande parte dos jovens desinteressa--se por considerar este tema, por assim dizer, sensível, e que só gera “chatices” Basicamente, é, para eles, preferível ignorar a sua existência do que confrontá--la.Por outro lado, é de salientar que há e haverá sempre exceções à regra, nomeadamente aqueles que, ao invés de acharem que brigas e discussões representam situações que devem por bem ser evitadas, as consideram extremamente interessantes e procuram inclusive escutar com atenção ou até participar nas mesmas.

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Por exemplo, há bastantes jovens que procuram ter um papel ativo na política e, por associação, na sociedade, inscrevendo-se em juventudes partidárias das suas regiões como é o caso da Juventude Socialista (JS) e da Juventude Social Democrata (JSD), consoante aqueles que consideram ser os seus princípios ideológicos (apesar de os mesmos estarem em constante mudança, acompanhando o crescimento destes jovens, e de ser impossível alguém concordar a 100% com algum partido)

Esta questão da participação ativa na sociedade por parte deste infelizmente pequeno grupo de jovens é uma ponte para outro tópico, que acaba por ainda estar relacionado com o referido anteriormente: a construção mental daquilo que é a política. Para além da ideia de aborrecimento, destacam-se as opiniões de quem pensa que a política – um assunto tão abrangente e intimamente ligado a cada um de nós, de uma forma ou de outra –, não passa de um conjunto de lengalengas e de pessoas engravatadas que sabem usar “palavras caras ” .

Como na maior parte das vezes é necessário fazer alguma pesquisa ou simplesmente uma espécie de exercício mental para entender certas formas de expor argumentos daqueles a que chamamos políticos, os jovens acabam por aborrecer-se e desistir de “tentar entender” (algo que está diretamente relacionado com o incremento do hábito da inércia, sobretudo)

Porém, a política é muito mais do que isso: é um conjunto de, não só partidos, mas também pessoas e leis que nos representam a todos nós. Política é sinónimo de debate, de sociedade, de povo… Por alguma razão vivemos numa democracia, onde nos permitem escolher os nossos representantes A política é simultaneamente atual e arcaica, pois remonta à época da Grécia Antiga: é uma palavra que tem origem no vocábulo politéia, utilizado para expor todos os assuntos associados à pólis (cidadeestado grega) e à vida em comunidade. Assim sendo, constatamos de imediato que o conceito de política diz respeito não só a políticos e a leis, mas também a questões meramente triviais que são tão importantes para todos nós, enquanto cidadãos.

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