Jornal Primeiro Lance

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A ar A ar A ar A ar A ar te f te f te f te f te fe e e e e z z z z z mor mor mor mor mor ada ada ada ada ada no no no no no

Emb Emb Emb Emb Emb u v u v u v u v u você não viu ocê não viu ocê não viu ocê não viu ocê não viu

Décadas de 50 e 60, um longo período marcado por ins tabilidades políticas após o suicídio de Getúlio Vargas em 1954. Na sequência, Juscelino Kubitschek é eleito e ao tomar posse em 1956, os brasileiros começam a tomar conhecimento de uma grande mudança com o início de um ousado e grandioso projeto, a construção da nova capital do Brasil, (Brasília ). Investimentos na expansão de rodovias é um sinal positivo para o crescimento econômico do país.Porém, a crise era iminente devido aos fatores negativos em outros setores do governo. Em outras partes do mundo as incertezas e o descontentamento da sociedade eram cada vez mais evidentes. Jovens se manifestaram em defesa da liberdade, o som do instrumento de uma nota só "RÁ, TÁ, TÁ, TÁ" não era mais aceito por uma juventude cuja filosofia de vida era a poesia e o AMOR.

Mas a instabilidade continuava com Jânio Quadros concorrendo a eleição para Presidente, foi eleito, tomou posse, mas permaneceu no Poder por apenas sete meses. Seu vice João Goulart assume a presidência da República, mas é destituído antes de completar o mandato.

Os militares assumem o Poder em 1964, a crise se alastra e o Brasil mergulha em águas turbulentas. Foi exatamente nesse período de incertezas e alheio aos acontecimentos políticos no Brasil e no mundo que a família Gama, sob decisão de Valdevino Sabino da Gama, juntamente com sua esposa Sebastiana e seus oito filhos: Wilson, Maria, João, Sabino, Jovino, Zeca, Alcebíades (Gaminha) e Ana deixaram Barão de Monte Alto, distrito de Muriaé -MG para fixar residência no bairro da Ressaca, em Embu das Artes. Era uma família típica do interior mineiro, cujas características eram a simplicidade e a humildade. O chefe da família trazia consigo sonhos para melhorar as condições dos filhos pequenos e da esposa. O importante era conseguir o trabalho e o primeiro para dar início a trajetória foi em um olaria próximo da moradia. O sonho ainda estava longe de ser concretizado e na primeira oportunidade Valdevino e família foram para mais perto do centro da pequena cidade, um local de nome Varjão, nas proximidades da BR 116, onde hoje é o viaduto do Rodoanel, lado esquerdo da principal entrada de Embu das Artes.Naquele local o despertar pela arte tocou a sensibilidade daquele homem rude que viria a ser tornar um dos ícones da cidade das artes. Em casa fazia peças rústicas em madeira, como gamelas, inicialmente, para vendê-las aos turistas que visitavam o centro histórico aos domingos. Se incorporando ao grupo de artistas e artesãos que iniciavam o movimento artístico na cidade, Valdevino Gama teve a ideia de trazer uma novidade para os turistas e aos colegas do movimento.

O local que expunha suas peças, em madeira, era em frente ao Museu de Arte Sacra, local apropriado para apresentar, com seus filhos, a dança do Mineiro Pau. Era uma atração para a cidade, com isto o seu nome começou a se tornar conhecido e suas peças de arte em madeira cada dia mais procuradas. Com sua criatividade diferenciada e os detalhes aprimorados, o mineiro Valdevino rapidamente recebeu o título de Mestre Gama. Nessa época havia um espaço muito conhecido do público por nome Mercado das Pulgas.

Mestre Gama e família foram convidados para morar, trabalhar e comercializar as artes feitas por ele e seus filhos naquele espaço. Suas obras se tornaram objetos de disputas pelos colecionadores e admiradores de arte. O sonho estava sendo realizado, Mestre Gama e filhos vendiam tanto no centro histórico, como no Mercado das Pulgas.

Ele era um pai que exigia a presença dos filhos sempre ao seu lado, ajudando nos entalhes ou apresentando Mineiro Pau, mas ao atingirem a maioridade seus filhos procuraram suas independências, indo à luta em busca dos seus espaços. Mestre Gama faleceu em 1988, sendo homenageado após morte com seu nome no salão nobre da Câmara Municipal de Embu das Artes.

Passos Camargos

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Jovino Gama Olhando de frente para a foto, esquerda pra direita: Jovino Gama (escultor), Antônio Bento (músico), Z'Figueiredo (escultor e escritor) e Mário C. Ramos (escultor) Jovino
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Terminal Portuário de São Luís bate recorde de movimentação de cargas em 2022

Resultado de 5,4 milhões de toneladas transportadas pelo TPSL, administrado pela VLI, foi o maior desde 2015.

OTerminal Portuário São Luís (TPSL), adminis trado pela VLI companhia de soluções logísticas que opera ferrovias, portos e terminais registrou recorde na movimentação de cargas em 2022.

Foram 5,4 milhões de toneladas de carga geral transportadas, representando o maior volume desde 2015, um ano após a companhia ter iniciado a operação do ativo, quando movimentou 4,9 milhões de toneladas. A marca histórica é reflexo do crescimento do Corredor Norte que, por meio da Ferrovia Norte-Sul (FNS), opera o escoamento da produção de grãos do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), Mato Grosso, Pará e Goiás, pelo Terminal Portuário São Luís. O mix de cargas movimentadas no TPSL inclui insumos minerais e cargas do agronegócio, com destaque para os grãos – mais precisamente soja e milho.

Na comparação com 2021, o fluxo desse tipo de carga cresceu 900 mil toneladas. O avanço da produção de grãos

aliado a operações logísticas integradas e uma gestão voltada excelência na experiência do cliente são fatores decisivos para o desempenho recorde do terminal. Além disso, boas taxas operacionais, menor tempo de espera e embarque e previsibilidade de line-up estão entre os fatores que também contribuem para o crescimento do TPSL.

Com o crescimento da produção do Arco Norte, a VLI trabalha para ampliar sua capacidade operacional e atender aos produtores da região, oferecendo um serviço de excelência, focado na experiência do cliente. Para isso, a companhia dedica-se para assegurar melhoria contínua dos processos, de forma que as operações sejam mais eficientes e ágeis", reforça o gerente geral de Operações de Terminais e Portos da VLI, Douglas Marques.

Além de soja e milho, também são transportadas pelo TPSL gusa, manganês e minério, que têm origem no Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia e Pará. Eles chegam ao

terminal por meio da concessão da VLI do tramo norte da Ferrovia Norte-Sul (FNS) e pela Estrada de Ferro Carajás (EFC), onde a companhia opera por direito de passagem.

As operações acontecem integralmente pelas ferrovias e são conectadas com os Terminais Integradores de Palmeirante (TIPA), Porto Franco (TIPF) e Porto Nacional (TIPN), também operados pela VLI.

Sobre a VLI

A VLI tem o compromisso de apoiar a transformação da logística no país, por meio da integração de serviços em portos, ferrovias e terminais. A empresa engloba as ferrovias Norte Sul (FNS) e Centro-Atlântica (FCA), além de terminais intermodais, que unem o carregamento e o descarregamento de produtos ao transporte ferroviário, e terminais portuários situados em eixos estratégicos da costa brasileira, tais como em Santos (SP), São Luís (MA) e Vitória (ES). Por dois anos consecutivos presente no ranking 100 Open Corps que reconhece o estímulo à inovação aberta a VLI transporta as riquezas do Brasil por rotas que passam pelas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

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Emb Emb Emb Emb Emb u v u v u v u v u você não viu ocê não viu ocê não viu ocê não viu ocê não viu

Décadas de 50 e 60, um longo período marcado por instabi lidades políticas após o suicídio de Getúlio Vargas em 1954.

Na sequência,"Juscelino Kubitschek é eleito e ao tomar posse em 1956, os brasileiros começam a tomar conhecimento de uma grande mudança com o início de um ousado e grandioso projeto, a construção da nova capital do Brasil, Brasília.

Investimentos na expansão de rodovias é um sinal positivo para o crescimento econômico do país. Porém, a crise era eminente devido aos fatores negativos em outros setores do governo.

Em outras partes do mundo as incertezas e o descontentamento da sociedade eram cada vez mais evidentes. Jovens se manifestaram em defesa da liberdade, o som do instrumento de uma nota só "RÁ, TÁ, TÁ, TÁ" não era mais aceito por uma juventude cuja filosofia de vida era a poesia e o AMOR.

Mas a instabilidade continuava com Jânio Quadros concorrendo a eleição para Presidente, foi eleito, tomou posse, mas permaneceu no Poder por apenas sete meses. Seu vice João Goulart assume a presidência da República, mas é destituído antes de completar o mandato.Os militares assumem o Poder em 1964, a crise se alastra e o Brasil mergulha em águas turbulentas.Foi exatamente nesse período de incertezas e alheio aos acontecimentos políticos no Brasil e no mundo que a família Gama, sob decisão de Valdevino Sabino da Gama, juntamente com sua esposa Sebastiana e seus oito filhos: Wilson, Maria, João, Sabino, Jovino, Zeca, Alcebíades (Gaminha) e Ana deixaram Barão de Monte Alto, distrito de Muriaé - MG para fixar residência no bairro da Ressaca, em Embu das Artes.

Era uma família típica do interior mineiro, cujas características eram a simplicidade e a humildade. O chefe da família trazia consigo sonhos para melhorar as condições dos filhos pequenos e da esposa. O importante era conseguir o trabalho e o primeiro para dar início a trajetória foi em um olaria próximo da moradia. O sonho ainda estava longe de ser concretizado e na primeira oportunidade Valdevino e família foram para mais perto do centro da pequena cidade, um local de nome Varjão, nas proximidades da BR 116, onde hoje é o viaduto do Rodoanel, lado esquerdo da principal entrada de Embu das Artes.Naquele local o despertar pela arte tocou a sensibilidade daquele homem rude que viria a ser tornar um dos ícones da Cidade das Artes. Em casa fazia peças rústicas em madeira, como gamelas, inicialmente, para vendê-las aos turistas que visitavam o centro histórico aos domingos. Se incorporando ao grupo de artistas e artesãos que iniciavam o movimento artístico na cidade, Valdevino Gama teve a ideia de trazer uma novidade para os turistas e aos colegas do movimento. O local que expunha suas peças, em madeira, era em frente ao Museu de Arte Sacra, local apropriado para apresentar, com seus filhos, a dança do Mineiro Pau. Era uma atração para a cidade, com isto o seu nome começou a se tornar conhecido e suas peças de arte em madeira cada dia mais procuradas. Com sua criatividade diferenciada e os detalhes aprimorados o mineiro Valdevino rapidamente recebeu o título de Mestre Gama. Nessa época havia um espaço muito conhecido do público por nome Mercado das Pulgas.

Mestre Gama e família foram convidados para morar, trabalhar e comercializar as artes feitas por ele e filhos naquele espaço.

Suas obras se tornaram objetos de disputas pelos colecionadores e admiradores de arte. O sonho estava realizado, Mestre Gama e filhos vendiam tanto no centro histórico, como no Mercado das Pulgas.

Mestre Gama, era um pai que exigia a presença dos filhos sempre ao seu lado, ajudando nos entalhes ou apresentando Mineiro Pau, mas ao atingirem a maioridade seus filhos procuraram suas independências, indo à luta em busca dos seus espaços.

Mestre Gama, faleceu em 1988, sendo homenageado após sua morte com seu nome no salão nobre da Câmara Municipal de Embu das Artes. O grito de independência de Jovino Gama, se deu próximo da sua maioridade, já casado, indo a procura de outras atividades no trabalho, como segurança e até de pedreiro, deixando a arte em segundo plano, temporariamente, até porque ele já notava uma queda considerável na procura por obras de arte. Seus irmãos Gaminha Gama, Wilson Gama e filhos, deram continuidade na vida artística por vários anos, expondo-os no largo 21 de Abril.

Jovino Gama, dava sinais de retornar, apesar de algumas participações, acabava por desistir rapidamente. A década de 90 foi um período muito difícil para esse grande artista, um talento raro, mas desmotivado pela falta de incentivo em uma cidade conhecida do mundo todo pela competência dos seus artistas e artesãos.

A partir do ano 2.000 ao tomarmos conhecimento da ida de Jovino Gama, para fixar residência na Baixada Santista resolvemos sensibilizá-lo a repensar sobre sua drástica decisão. Em suas visitas esporádicas

em Embu das Artes, a Renata, eu e outros amigos artistas conversávamos com ele sobre a sua importância para a arte e para a cidade.

Era perceptível a sua emoção diante aos nossos apelos, mas não era difícil entender a sua necessidade financeira, a qual todos nós necessitamos para o nosso bem estar. Lá vai Jovino de novo para a Baixada, mas desta vez com vontade de aqui ficar.

Isso se concretizou e eu tive a imensa alegria de ter participado da maioria dos eventos ao seu lado. Foram vários fora de Embu das Artes que nos proporcionaram momentos inesquecíveis. Tivemos uma sintonia perfeita ao interagir com o público, mostrando nossa arte e divulgando a cidade. Pude conhecer o grande ser humano, sensível e bondoso. Seu sorriso, brincadeiras inocentes e cativantes. Sua mania de chamar as pessoas desconhecidas por nomes trocados acabavam virando verdadeiros motivos de "festas".

Quando passava uma família a nossa frente, Jovino Gama, se dirigia a uma delas e a chamava de Manuela, imediatamente havia a reação. Não me chamo Manuela, e o Jovino, de imediato se desculpava chamando a de Francisca, caindo na gargalhada.

Todos acabavam rindo porque ele nunca acertava o nome de alguém, mas todos se aproximavam dele para continuar a conversa. Foram momentos descontraídos durante os eventos, envolvendo homens, mulheres e crianças. Infelizmente, a ignorância das pessoas que administraram e administram a arte e a cultura nunca tiveram e jamais terão a sensibilidade de entenderem a importância de um artista para a cidade. Há quatro anos com o projeto idealizado por um grupo de artistas: "Alameda das Artes-Arte ao Vivo" implantado na Palhocinha da rua Matriz, em frente o restaurante O Garimpo. Esse projeto elaborado pela Márcia, Adri Lang, Cláudia, Juliana e Miren (Mãos de Barro) Jovino Gama, Renata e eu, a princípio demos início ao movimento no espaço, imediatamente aceito pelo Secretário de Cultura na época, Júlio Campanha, encaminhando o Projeto de Lei Esse projeto foi essencial para que Jovino Gama, tomasse a decisão definitiva sobre a sua retomada na arte. Jovino Gama, se tornou a atração no espaço com seu maravilhoso trabalho, sua simplicidade e sua cativante alegria para atrair as pessoas. Raramente alguém deixava o ambiente sem o sorriso no rosto, após um abraço ou aperto de mão. Várias e várias famílias, retornaram para casa com fotos dos seus filhos tirando uma lasquinha de madeira ao lago do Gama, com a felicidade estampada no rosto por ter conhecido um escultor.

Imagens marcantes não somente para as crianças, mas também para os pais e, principalmente, para mim que estou tendo a felicidade e a emoção de escrever uma parte da sua história. Infelizmente, uma história abreviada no fatídico domingo de março, 06.03.21, aproximadamente às 23h00 Foram momentos de grandes alegrias e trabalho que não mais poderão ser compartilhados, vivenciados e registrados pelos turistas e por nós, seus amigos. Uma sequência de paradas cardíacas e AVCs apagaram para sempre seu sorriso de menino maroto. O som do “pica pau” esculpindo a madeira se converteu, tristimente, em um profundo silêncio. Embu das Artes se despedia, sem dúvidas, de um dos maiores artistas plásticos que a cidade conheceu. Um excepcional escultor em madeira e um brilhante modelador em argila .

Uma história construída ao longo dos seus 67 anos, com doses de sofrimentos, decepções e falta de reconhecimento pela sua trajetória na arte, mas creio ter sido feliz com a sua criatividade incrível e habilidade nos movimentos na dança do Mineiro Pau, e pelos detalhes cravados em cada imagem finalizada. Nos últimos dias que antecederam o seu último adeus, algo diferente podia ser observado em seu semblante triste, não era somente a dor física que estava tirando o sorriso do seu rosto e afastando sua alegria que contagiava os amigos. Talvez a idade, precocemente, foi implacável com ele. JOVINO GAMA, pode ter nos deixado fisicamente, mas a imagem do seu sorriso ficou como um presente, e incentivo para continuarmos com nossa arte, movidos pela alegria transmitida por esse querido amigo com quem tivemos a felicidade e a honra de conviver.

Com a partida do JOVINO, a arte da família GAMA também encerrou seu ciclo. Apenas o seu irmão mais velho,Wilson Gama, ainda está em atividade na arte, através da música. Sua sogra, Dna. Guilhermina é vizinha de chácara e quando fico em casa aos domingos, relembro da minha infância na roça ouvindo o Gama, dedilhar sua viola caipira cantando músicas raiz lá do sertão, após o almoço em família, gratidão. Mário C. Ramos

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Renata Matucevicko e Jovino Gama
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