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Ano XIX-nº1013- BRASIL - São Paulo, 01 a 07 de Junho de 2020- Página- 1 -

LEILOEIROS

Ano XIX-n 1013- BRASIL - São Paulo, 01 a 07 de Junho de 2020 R$ 5,00/SP - R$ 5,50/Outros Estados - Editor: Passos Camargos º

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Eros Gazzinelli

Leilão Rural no Brasil tem

Guzerá como destaque A

história nos conta que Kankrej, ou Guzerá, perde-se na ori gem da humanidade, tendo sido encontrados selos impressos em cerâmica e em terracota nos sítios arqueológicos de Mohenjo-Daro e Harappa, na Índia e Paquistão; e sua imagem em peças diversas nas regiões da antiga Assíria e Mesopotâmia. O museu de Bagdá, no Iraque, apresenta muitas peças e artefatos de ouro com a imagem do touro Guzerá, exatamente como ele é hoje. Tudo indica que o Kankrej era personagem importante nas pelejas, nos transportes e nas caçadas da antiga Mesopotâmia. Olver (1938 e Joshi & Phillips (1954) concordam que o Guzerá já estava no vale do Indo, quando as últimas tribos de arianos invadiram a Índia, por volta de 1.500 a.C.

Hoje, a efígie do Guzerá é distintivo do próprio Ministério de Agricultura da Índia e é apontada como sendo "melhoradora das demais raças". O hábitat do Guzerá é a região predesértica de kutch, em Gujarat, seqüenciado ao norte pelo deserto de Thar e pelo deserto de Sind. No Brasil, o Guzerá está espalhado por várias regiões mas é notória sua presença na região nordestina, onde foi a única raça que sobreviveu, produtivamente, durante os cinco anos consecutivos de seca (1978-1983), além de ter enfrentado também outras secas históricas (1945, 1952, etc). Também é muito criada no Rio de Janeiro - onde constituiu o primeiro núcleo de Zebu no país - em Minas Gerais, São Paulo e Goiás, e vem se expandindo para todas as regiões, com notáveis resultados. Foi o Guzerá que plasmou o gado norte-americano, bastando observar os principais reprodutores anotados no livro "A history of the American Brahman", de Joe Akerman (1982), pela ABBA (American Brahman Breeders Association). Mesmo na linhagem "Manso", de fisionomia francamente anelorada, percebem-se os detalhes típicos do Guzerá nas arcadas, nos olhos, na fronte, nas orelhas, etc. Assim, não é exagerado afirmar que o touro "Manso" era um protótipo do moderno "Guzonel". Assim como "Manso" e o principal alicerce do moderno Brahman mundial, o Brasil poderá engendrar outros "Mansos" com os eficientes

resultados seletivos do moderno Nelore e Guzerá. Ou seja, é possível que no moderno Guzonel venha a surgir também um touro, ou muitos, tão exponencial como "Manso", dessa vez no Brasil.

Outros países também apreciariam fazer a mesma tentativa, formando o "Guzonel" e selecionando em busca do surgimento de novos "Mansos". Um formidável mercado para o Guzonel. Além de ser utilizado na formação do Brahman, o Guzerá tem sido bastante exportado para diversos países, tais como Estados Unidos, Costa Rica, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Venezuela, Colômbia, Equador, Paraguai, Costa do Marfim, Senegal, Angola, etc. Nestes países, o Guzerá tem servido vacadas de corte, tanto quanto vacadas de leite. www.guzera.org.br Quando a pecuária de corte mundial estiver "globalizada", o Guzerá terá seu lugar como reprodutor eficaz nos programas de cruzamentos. A tendência da "globalização" na pecuária é irreversível. Modernamente, diversos países já utilizam o Guzerá brasileiro no melhoramento de suas vacadas, principalmente leiteiras (Colômbia, Senegal, México, Venezuela, etc).


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