Jornal Primeiro Lance Edição 786

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Sodré Santoro

Jornal Primeiro Lance

www.jornalprimeirolance.com.br

BRASIL - São Paulo, 28 de Janeiro a 08 de Fevereiro de 2016- Pág. 1 -

Leilões de Imóveis você encontra aqui.

A

O JORNAL

DA

CLASSE

DOS

LEILOEIROS

Ano XV-nº786-BRASIL - São Paulo, 28 de Janeiro a 08 de Fevereiro de 2016

R$ 2,50/SP - R$ 4,00/Outros Estados - Editor: Passos Camargos

Digital: www.jornalprimeirolance.com.br ............issuu.com/jornalprimeirolance

Sodré Santoro é hoje a maior organização de Leilões da América do Sul. Trazendo inovações ao mercado brasileiro, com muita competência, logo se tornou líder no segmento de Leilões. Foi a Sodré Santoro, que começou a realizar Leilões que transformavam em capital bens inoperantes ou defasados de empresas industriais, quebrando o preconceito de que a venda desse tipo de bem por Leilão era sinônimo de massa falida. É reconhecida como precursora de Leilões de veículos para seguradoras. Por tornar o processo mais acessível ao público, as vendas foram significativamente incrementadas. A demanda por esses Leilões foi tanta que houve a necessidade de investir em novos pátios para comportar eventos de grande porte. Bancos,

empresas, financeiras, leasing, locadoras e concessionárias tornaram-se clientes da Sodré Santoro, que desde então oferece Leilões de veículos, imóveis e materiais diversos. Com o nome mais tradicional e respeitado em Leilões, a Sodré Santoro, inovou mais uma vez, e trouxe para seu site a transmissão online e ao vivo de seus Leilões. Hoje, o usuário pode acompanhar os Leilões físicos e online com video e som, ao vivo. Leilões diários e simultâneos, onde os compradores de qualquer pátio, podem enviar seus lances em lotes no seu pátio sede em Guarulhos. Tradição, confiança e inovação, na busca de um serviço de qualidade cada vez melhor para seus clientes, de segunda à sexta feira à partir das 11H00 e aos sábados à partir das 10H00. www.sodresantoro.com.br

Sodré Santoro

São Paulo, uma cidade vibrante como o fogo Por Rodrigo Franklin de Sousa

G

aston Bachelard dizia que o fascínio universal pelo fogo tinha a ver com suas propriedades tão poderosas quanto contraditórias. O fogo oferece proteção, abrigo, calor, conforto, aconchego. Também oferece perigo, dor, sofrimento e morte. São Paulo é fascinante e complexa como o fogo. Seu 462º aniversário, a cidade tem muito a comemorar... e a refletir. Estamos falando de uma cidade que nasceu dinâmica, que já surgiu como ponto de encontro e troca entre viajantes, exploradores e aventureiros, religiosos e profanos, europeus e nativos, mercadores e escravos. Suas marcas de nascença são vistas até hoje. Contra seu fundo cinzento, São Paulo é multicolorida. O cinza austero é só um palco, ou uma tela, onde desfilam todas as cores, sabores, cheiros, emoções, sentimentos. São Paulo não é só do Brasil. É do mundo. Sua vocação para cidade de encontro, de troca, de crescimento, continua mais viva do que nunca. Essa vocação se vê também na diversidade de línguas e culturas com as quais convivemos hoje. Essa é uma cidade de migrantes, de imigrantes, de refugiados. De gente que foge e se encontra. Que procura e acha. São Paulo é feita de quem nasce aqui e de quem vem e pelas mais variadas razões não pode ou não quer sair. Ela nos absorve e nós a absorvemos. Ela se torna uma parte de todos os que moram aqui. E todos nós fazemos dela o que ela é. É justamente nessa riqueza e complexidade, nessa fricção e atrito, que São Paulo forja sua identidade como a do fogo. Assim como ele, ela é intensa. Ao longo de sua história ela acumulou títulos de “maior” nas mais diversas categorias: maior cidade e maior centro econômico do Brasil, maior comunidade de representantes de várias nacionalidades fora de seu solo nativo, maior número de pizzas consumidas mensalmente... e por aí vai. E como o fogo, São Paulo é cidade de extremos, de exageros, e também de contradições. Tudo aqui é grande: a alegria, o sucesso, as conquistas, as glórias, os infortúnios, as misérias, as ambiguidades. Grandeza e contradição são duas de suas principais marcas. Ela é, sem dúvida, o avesso do avesso. Dentre seus muitos títulos, ela detém o de cidade com o maior número de falantes da língua portuguesa no mundo. Esse foi um dos motivos para sua escolha como lar para o Museu da Língua Portuguesa. Mas, lembremos, São Paulo é como o fogo, que tanto acolhe quanto destrói. Assim, além de ter sido o lugar ideal para abrigar o Museu, também foi o lugar que o presenteou com chamas. Por descuido, irresponsabilidade (ou, pode-se dizer, por maldade, já que ela se manifesta de muitas formas), São Paulo queimou um de seus grandes patrimônios. E no processo destruiu ainda um bem mais valioso que qualquer museu: uma vida humana. A cidade brilha tanto como um repositório quanto como um gerador de cultura para o Brasil e o mundo. Mas quantos outros patrimônios culturais de São Paulo estarão hoje também à beira do colapso? O estado do Museu do Ipiranga é um bom indicativo. E olhando para nosso legado cultural de forma mais ampla, alguém tem notado algo acontecendo nas escolas públicas de São Paulo? Elas não estão também queimando lentamente? E para além da cultura e da educação, quantas outras vidas estão se perdendo de forma banal nesta cidade de tantas oportunidades de “fazer a vida”?

O incêndio do Museu da Língua Portuguesa, a pouco mais de um mês do aniversário da cidade, serve como símbolo da relação ambígua de São Paulo com seu patrimônio cultural e humano. Ela acolhe e abandona, cria e destrói, dá a luz e mata. Ele também nos convida à reflexão e a uma mudança de postura. É bem provável que os poderes públicos, nos níveis municipal, estadual e federal, continuem em sua indiferença (ou, na melhor das hipóteses, atenção insuficiente) aos problemas culturais e humanos da cidade. Mas São Paulo é feita por cada um de nós e todos temos uma parte em fazer dela o que ela é. Cada um tem responsabilidade em fazer com que ela seja a melhor versão possível de si mesma. Uma coisa é certa. São Paulo seguirá em sua vocação de ser grande. Cabe a nós decidir: grande em quê?

Rodrigo Franklin de Sousa é Doutor em Letras pela Universidade de Cambridge e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Sobre o Mackenzie A Universidade Presbiteriana Mackenzie está entre as 100 melhores instituições de ensino da América Latina, segunda a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação.


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