Morre o Cartunista Wolinski
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O JORNAL
DA
CLASSE
DOS
LEILOEIROS
Ano XIV-nº731-BRASIL - São Paulo, 08 a 18 de Janeiro de 2015
R$ 2,50/SP - R$ 4,00/Outros Estados Editor: Passos Camargos
Digital: www.jornalprimeirolance.com.br
eorges Wolinski (Túnis, 28 de Junho de 1934 — Paris, 7 de janeiro de 2015) foi um cartunista e escritor de quadrinhos francês. Foi assassinado no massacre do Charlie Hebdo, um ataque terrorista ocorrido em 7 de janeiro de 2015 em Paris. Depois de descontinuar seus estudos de arquitetura em Paris, Georges Wolinski tornou-se cartunista em 1960, contribuindo com cartuns eróticos e políticos, além de tirinhas cômicas na revista mensal Hara-Kiri. Durante a revolta dos estudantes de maio de 1968, Wolinski foi co-fundador da revista de sátira L'Enragé com Siné. No início dos anos 70, participou, com o quadrinista Georges Pichard, da criação de Paulette, que apareceu em Charlie Mensuel e provocou reações na França durante sua publicação. O trabalho do Cartunista era visto diariamente no jornal Libération, semanalmente no Paris-Match, L'Écho des savanes e Charlie Hebdo. Georges Wolinski foi assassinado por radicais islamistas em 7 de janeiro de 2015 na redacção do jornal Charlie Hebdo durante um ataque terro-
rista. No mesmo ataque, morreram outros importantes cartunistas como Cabu, Charb, Tignous e Honoré. Levando o luto ao mundo jornalístico e milhares de pessos ás ruas mundo a fora. Mais de 100 mil pessoas se mobilizaram para protestar, em diversas partes da França, contra o massacre que matou 12 pessoas do jornal Charlie Hebdo nesta quarta-feira 7. O atentado foi realizado às 11h30 do horário local (8h30 em Brasília) por um grupo de homens fortemente armados, aparentemente profissionais, que invadiu a redação do jornal e fugiram após o crime. Conhecida por suas charges irônicas sobre figuras políticas e religiosas, a publicação se tornou alvo de terroristas muçulmanos após publicar charges de Maomé, o profeta do islã, e recebeu uma série de ameaças ao longo dos últimos anos. Os manifestantes também deixam suas casas em outros pontos da Europa. Em Bruxelas, na Bélgica, 500 foram para a frente do parlamento Europeu. Em Londres, no Reino Unido, milhares foram parar no Trafalgar Square, no centro. O chamado veio das redes sociais, que também recomendava o uso de um cartaz escrito "Je suis Charlie", ou Eu sou Charlie em francês.
Georges Wolinski
Atentado em Paris deixa o jornalismo em luto
I
dentificados todos os mortos do ataque ao ‘Charlie Hebdo’ em Paris. Oito vítimas trabalhavam para o jornal e duas eram policiais. Um funcionário do prédio e um visitante também morreram. Entre os mortos no ataque estão Bernard Marris, Georges Wolinski, Jean Cabu, Stéphane Charbonnier, Bernard Verlhac (Tignous) e Philippe Honoré. A identificação das vítimas fatais do ataque ao jornal “Charlie Hebdo” foi encerrada na noite de quarta (7). Os atiradores que invadiram o local mataram 12 pessoas e deixaram 11 feridas, quatro delas em estado grave. Os primeiros mortos a serem identificados foram quatro renomados cartunistas, Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb e também editor do jornal, o lendário Wolinski, Jean Cabu e Bernard Verlhac, conhecido como Tignous. Além deles, outros quatro funcionários da “Charlie Hebdo” morreram: o também cartunista Phillippe Honoré, o vice editor Bernard Maris, um economista que também escrevia colunas para a publicação, o revisor Mustapha Ourad e a psicanalista Elsa Cayat, que escrevia uma coluna quinzenal chamada “Divan”.
Entre as outras vítimas fatais, segundo o jornal "Le Monde", estão o policial Franck Brinsolaro, morto dentro da redação, e o agente Ahmed Merabet, que morreu já na rua, durante a fuga dos atiradores. No ataque também morreram um funcionário da Sodexo que trabalhava no prédio, Frédéric Boisseau, de 42 anos, e um convidado que visitava a redação, Michel Renaud. Ainda de acordo com o jornal, o jornalista Philippe Lançon é uma das vítimas gravemente feridas. Crítico literário do jornal "Libération", ele escreve crônicas para a "Charlie Hebdo".