Revista "Celeiro do Agronegócio" 10º Edição

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SUMÁRIO Cobrança de ICMS sobre agrotóxicos. Em entrevista governador falou sobre a questão que deixou as entidades do setor do agronegócio revoltadas. Pág. 16 e 17

Um olhar para o futuro Revista ‘Celeiro do Agronegócio’ completa 10 anos. Especial reflete o futuro do setor. Pág. 26 a 29

Investimento no turismo. Obras em Abdon Batista visam atrair mais turistas para a região. Pág.32 e 33

Desenvolvimento econômico Inaugurada em 2011 unidade da BRF de Campos Novos, segue com visão promissora do futuro.

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Pág. 44 e 45


EDITORIAL

EXPEDIENTE

Futuro

‘Afagar a terra, conhecer os desejos da terra, cio da terra, a propícia estação e fecundar o chão’.

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trecho da música de Chico Buarque, cantada por Milton Nascimento, foi o título do primeiro editorial escrito na revista ‘O Celeiro do Agronegócio’, na edição de dezembro de 2010. Este foi um tempo, uma ideia, um trabalho e uma coragem de quem não sabia o futuro, mas que ao longo dos anos, assim como qualquer planta cultivada na terra de Campos Novos, cresceu, se desenvolveu e deu frutos. Com muitos nomes, rostos, pessoas, empresas, parceiros e amigos é que a revista, hoje “Celeiro do Agronegócio”, se consolidou como uma referência, conquistando a região, o estado e até o mundo. A cada edição contamos um pouco do passado, do presente e vislumbrávamos sempre o futuro, aquele com tecnologia, desenvolvimento, crescimento e muitos outros adjetivos, mas sempre com uma marca que nos identifica e faz ser quem somos, porque identidade não se perde na corrente do tempo. Ao longo desses anos o desejo de querer registrar, de mostrar o nosso município, a nossa potencialidade e a pujança estiveram sempre à frente deste projeto, não importava as mãos que o seguravam. Hoje vemos que fizemos muito e esperamos fazer mais, inclusive nesta edição especial, com reflexões, de como será o amanhã. Muitas vezes, diante do caminho nos pegamos pensando: “Quem dera poder prever o futuro”. Mas se pudéssemos fazer isso, será que íamos conseguir transforma-lo a nossa maneira? Pensar sobre isso nos fez lembrar do filme “De volta para o Futuro”, no qual o personagem principal viaja no tempo e consegue conhecer seus pais antes que ele mesmo tenha sido concebido. Mas algo dá errado e ele precisará consertar as coisas para não modificar seu futuro de maneira definitiva. Este clássico filme dos anos 80 nos leva a uma reflexão: Se conseguíssemos hoje viajar até o futuro, será que íamos também ter o desejo de voltar ao passado para consertar o que encontrássemos a nossa frente? O hoje é o momento ideal para construirmos nosso futuro sem arrependimentos, o presente é o momento para se aprender com o passado e construir um novo futuro. A nossa história é assim, é feita de momentos, ela contempla o passado, e continua a ser escrita através do presente. Podemos dizer então que este é o momento de escrever e viver a nossa história. Devemos hoje, plantar, afagar a terra, aguardar a propícia estação, fecundar o chão, para que possamos sim, colher um amanhã melhor.

Redação, Revista ‘Celeiro do Agronegócio’

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Diretor: Wilhiam Rodolfo Peretti Jornalista e Editora: Priscila Nascimento RP: 0002761/PA Produção/Projeto Gráfico/Digramação Wilhiam Rodolfo Peretti Revisão: Anne Artthusa Alves MTB 4509/SC-J Colaboração e Agradecimentos Especiais: ‘Agradecemos a todas as empresas, pessoas, produtores, empresários, entrevistados, profissionais, amigos e membros que participaram de todas as edições ao longo dos anos, desde a primeira até os dias de hoje. Muito Obrigado e um brinde ao nosso futuro!

Ed. 10 - Novembro de 2019 Emails: Redação: redacaooceleiro@gmail.com Comercial: oceleirocomercial@gmail.com Contatos: Fone: (49) 3541.0597 Rua: Cel. Farrapo, 743 Campos Novos Santa Catarina CEP: 89620.000 Impressão: Gráfica Tipotil Tiragem: 1000 exemplares *A Revista “Celeiro do Agronegócio” é um produto do Jornal O Celeiro com tiragem anual.


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ARTIGO

Operacionalização e Seriedade no Agronegócio *Foto: Divulgação/Douglas Rayzer

Por: Douglas Rayzer Empresário Contábil e Palestrante

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odo mundo sabe que Gestão Financeira é um assunto que deve ser levado a sério na operacionalização do agronegócio, mas será que ela está sendo tratada com seriedade nas propriedades rurais? Tão essencial e relevante quanto à escolha da tecnologia usada no campo, rotação das áreas, tipos de plantios, é a gestão financeira nas propriedades. Planejar e implantar o controle financeiro de maneira correta é essencial para o sucesso do agronegócio. Sabemos que com a diversificação das atividades, horários, ações e com a rotina exaustiva que o campo proporciona, pensar em planejamento financeiro se torna algo praticamente inatingível. Contudo, a gestão financeira rural deve ser vista como o ponto de partida do negócio, sendo utilizada como uma maneira de otimizar tanto o tempo, quanto os recursos. No decorrer desta leitura faça os seguintes questionamentos: quais são os projetos a curto, médio e longo prazo? Quais as ações, o planejamento e a visão construída das atividades específicas? Quais os projetos de expansão, investimento atual e futuro? Após pensar nestas perguntas, precisamos buscar alternativas rentáveis e compatíveis, que possam garantir os padrões de competitividade dentro e fora da porteira, construindo, analisando e mensurando o fluxo de caixa de maneira correta, com receitas e despesas, evitando os rombos e pagamentos de despesas exorbitantes e sem necessidades. Você tem o direito de escolher entre uma gestão de qualidade com resultados

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Douglas Rayzer eficientes ou despesas e gastos inesperados. Trabalhar com a administração não é uma tarefa difícil, é mais uma questão de hábitos e do uso de ferramentas que facilitem ainda mais o processo. Por isso, a contabilidade é uma aliada e parceira importante nesta evolução, fazendo com que as propriedades obtenham crescimento e prosperidade. Para estruturar uma propriedade rural, devemos tratá-la como uma empresa. Diagnosticando problemas por meio de análise de sua composição, bem como obter o conhecimento sobre o real rendimento de cada produto, assim como as etapas de desenvolvimento agrícola, já que eles determinam em qual parte do processo de plantação ocorrem os maiores gastos. Uma mudança e segurança que estão sendo desenvolvidas e utilizadas pelos proprietários rurais, são as “holdings”, um novo formato de organização que possibilita a empresa controlar e influenciar outras empresas, que são suas subsidiárias. A expressão “holding”, no inglês, significa segurar, controlar, manter. Dessa forma, pode-se

dizer que, sua principal função é simplificar toda a coordenação e monitoramento, ainda mais quando a propriedade está passando pelo processo de sucessão familiar. Atualmente, as “holdings” são entendidas como uma alternativa dos problemas recorrentes, que permitem os empreendedores prolongar a existência de suas atividades comerciais, com resguardo patrimonial, planejamento tributário, sucessório além de trazer consigo outros benefícios. Conheça as vantagens desta modalidade empresarial: • Simplifica o planejamento da sucessão familiar; • Há benefício tributário, ao deixar de recolher o imposto de renda como pessoa física e passar a recolher como pessoa jurídica; • Distribui o patrimônio ainda em vida, evitando dores de cabeça aos herdeiros e sucessores; • Evita brigas, justamente porque já está tudo decidido no documento; • Há um ITCMD de valor mais baixo, pois a base de cálculo é menor, abrangendo cada cota; • Haverá proteção do patrimônio do titular; • Elimina a necessidade de abrir documento de partilha ou inventário; • Impede que alguns sucessores (no caso de não serem desejados pela família) tenham alcance ao patrimônio do titular. Muitos produtores ainda não usam esta nova forma de gerir e administrar, por medo, desconfiança ou simples desconhecimento. Porém, percebe-se que a estratégia é eficaz, econômica e segura para proteger seu patrimônio. Procure o seu contador e converse com ele sobre a constituição da “holding”, pois ao entender esta ferramenta poderá vislumbrar os benefícios que ela trará.


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ARTIGO

Infraestrutura, o grande gargalo *Foto e Artigo/MB Comunicação/Faesc

Por: José Zeferino Pedrozo Presidente da FAESC e SENAR/SC

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Brasil vive tempos difíceis. Desde 2014, o País enfrenta uma severa crise econômica que deixa suas sequelas no desemprego, no empobrecimento da população e no baixo nível de investimentos das empresas e do governo. Apesar desse quadro, um tênue clima de otimismo começa a se formar para 2020, o ano que marcaria a retomada do crescimento. O que está alimentando essas esperanças? A reforma da Previdência em fase final de tramitação no Legislativo federal, a MP da Liberdade Econômica que pretende reduzir a burocracia e simplificar a vida dos empresários, investidores e empreendedores de todos os portes e a reforma tributária que o Congresso Nacional promete apresentar, votar e aprovar ainda este ano. Existem bilhões de dólares e bilhões de euros em Bancos internacionais pertencentes a investidores ávidos em vir ao Brasil e que aguardam apenas sinais inequívocos de segurança jurídica, econômica, política e institucional. Esses sinais têm nome: reformas estruturantes. Somente as reformas garantirão que o Estado brasileiro não entrará em colapso nos próximos anos, como ocorreu com outros Estados igualmente pesados, perdulários e ineficientes que necessitaram de socorro internacional. Nessa contextura complicada, os investimentos em infraestrutura rarearam em todo o País. Santa Catarina tem amargado longos períodos de baixo investimento da União, apesar de grande contribuição que presta ao erário público federal. Para tentar

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José Zeferino Pedroso melhorar essa situação, o Conselho das Federações (Cofem) – que reúne todas as Federações patronais em território barriga-verde – decidiu atuar em conjunto na defesa de recursos para a melhoria da infraestrutura. A estratégia é trabalhar de maneira articulada com o Fórum Parlamentar Catarinense, ampliando a representatividade das demandas por investimentos, consideradas indispensáveis para garantir a competitividade do Estado. Serão avaliados os gargalos que estão limitando os investimentos. As restrições do Orçamento Geral da União se constituem na maior dificuldade: o Ministério da Infraestrutura informou que a dotação para investimentos em todo o País, em 2020, limita-se a apenas R$ 6 bilhões em um orçamento de R$ 3,8 trilhões. Por isso, uma das primeiras reivindicações é o uso dos recursos de fundos setoriais, como os da Marinha Mercante e do setor aéreo, para obras de infraestrutura. A conclusão da duplicação do trecho Sul

* Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina)) * Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural)

da BR-101, a construção da terceira pista das BRs 282 e 470 e os projetos das Ferrovias Leste-Oeste e Litorânea são exemplos de obras essenciais para o futuro de Santa Catarina. Chama atenção a paralisação das obras de recuperação e melhorias da rodovia federal BR-282 no traçado que corta a macrorregião do Oeste de Santa Catarina. A suspensão dos pagamentos para a empreiteira provocou a suspensão das obras. O que é mais intrigante é a constatação de que a Proposta do Orçamento Geral da União para 2020 não prevê e não contempla a BR282 com verbas: ela sequer é citada no rol de investimentos federais em infraestrutura programados para o próximo exercício. Essa rodovia é a espinha dorsal do sistema rodoviário catarinense, essencial para a integração territorial e o escoamento da vasta produção agrícola, pecuária e agroindustrial do oeste catarinense aos portos e aos grandes centros brasileiros de consumo. Por ela transitam milhões de dólares em produtos exportáveis que asseguram as divisas das quais o País precisa para sustentar seu desenvolvimento. Esperamos que a bancada catarinense no Congresso Nacional interceda na formatação do Orçamento Geral da União Federal para 2020, pois a retomada e a conclusão das obras da BR-282 dependem da dotação orçamentária de 147,8 milhões de reais em 2020. A escassez de recursos para investimentos exige atenção redobrada dos nossos parlamentares em Brasília e reivindicações uníssonas das entidades de representação da sociedade civil e dos setores produtivos. Além disso, só nos resta criar condições para atrair capitais internacionais destinados a obras infraestruturais. Não basta apenas esperar e torcer, é preciso trabalhar para destravar a economia.


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ARTIGO

Agro Marketing, presença imperceptível Por: Andrey Perini Burger DZN Publicidade

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odos os dias, sem perceber, somos impactados pelo agronegócio, e muitas vezes nem enchergamos isso. Pense, na última semana, tente lembrar, quantas vezes você assistiu, leu, ouviu ou até comprou algo relacionado ao agronegócio? Em momento algum percebemos que o marketing está fortemente presente neste setor. Para entender melhor precisamos saber o que é o marketing. O Marketing é basicamente o processo de entender e atender as necessidades do cliente e assim criar estratégias para alcançar objetivos. Diante disso esse conceito é posteriormente aliado a publicidade, que é a divulgação do produto ou serviço, onde, deve-se convencer o consumidor de que aquele produto ou serviço poderá beneficiá-lo e assim consequentemente a comprar. Entendendo isso, podemos nos perguntar: E o que isso tem a ver com o setor do agronegócio? Afinal, o conceito de marketing e publicidade são mais percebidos em outros setores como o comércio. É aí que está o ‘‘X’’ da questão. No agronegócio ele está inserido fortemente, mas muitas vezes de maneira tão sutil, que passa despercebido. O produtor rural, por exemplo, que está ligado diretamente ao setor do agro, muitas vezes compra determinado produto para usar em sua propriedade por que viu em feiras do setor, ou assistiu uma reportagem que falava sobre. A mesma situação vale para o maquinário que ele compra. E podemos ir mais a fundo, a decisão de compra de determinado produto ou equipamento acontece porque suas gerações anteriores consumiam estes produtos e equipamentos e isso passou de geração em geração. Não parece, mas o marketing está presente nesse processo. Pode ter certeza que não foi por acaso que você assistiu algo ou viu em uma feira do setor.

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Andrey Perini Burguer Não foi por acaso que as gerações passadas te induziram a continuar comprando determinada marca. Isso tudo acontece porque as marcas tiveram uma estratégia, planejaram a melhor forma de chegar até o consumidor, estudaram o público-alvo e entenderam que, muito além de vender um produto com diversos benefícios, era necessário passar uma imagem de confiança e atender as necessidades dos seus consumidores. O consumidor final, que é a pessoa que não está ligada diretamente ao agro, também é impactada pelo marketing do agronegócio. Por exemplo, grande parte das pessoas quando vai ao supermercado, sempre compra a mesma marca de leite. E isso na maioria das vezes não está relacionada a preço, nem a benefícios que este leite trás para as pessoas. Mas sim porque a marca trabalhou seu marketing e sua publicidade de forma tão eficaz que passou a mensagem de que aquele produto é o ideal. Independentemente de qual ponta você esteja na cadeia produtiva e/ou consumidora, você é impactado pelo “agro marketing”, desde sempre, e a tendência é de que

essa prática aumente. Os grandes players do setor estão cada vez mais buscando entender o público de ponta a ponta para que a imagem da marca seja passada de geração em geração. Atualmente estas marcas estão sendo inseridas em meios como esporte, entretenimento e lazer, como nunca visto antes. Um ponto forte do agro marketing que devemos destacar ainda é a presença e contato direto com o consumidor. Na era em que vivemos de tantas tecnologias que estão aí para melhorar a vida do ser humano, acaba que, em algum momento, essa mesma tecnologia distancia as marcas de seus consumidores, e no agronegócio acontece justamente o contrário. No agro reumanizamos os processos, ou seja, o marketing para este setor sempre soube e ainda aplica essa relação próxima ao seu cliente, essa forma que deixa claro que se o consumidor precisar, a marca está ali para atendê-lo da melhor forma possível mesmo no marketing digital que por sua vez possibilita uma melhor interação com o público-alvo, permite fortalecer o posicionamento da marca, ajuda com a fidelização dos clientes dentre tantos outros benefícios. O marketing digital que pode parecer algo difícil para ser explorado por esse setor, é algo que já está presente. Segundo a Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio, 7 em cada 10 produtores rurais acessam a internet diariamente, 93% deste público tem um perfil em alguma rede social, aproximadamente 80% destes produtores rurais buscam informações na internet antes de comprar maquinários e defensivos agrícolas. Ou seja, a forma mudou, mas a importância do relacionamento não. E o agronegócio sabe disso e é um exemplo a ser seguido. Desta forma, paremos para aprender e pensar sobre como o agro marketing impacta nas nossas vidas diariamente e o quão importante isto é para a economia deste setor fundamental para o desenvolvimento da nossa cidade, do nosso estado e do nosso país.


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A contribuição das cooperativas em SC *Foto e Artigo: MB Comunicação/Ocesc

Por: Luiz Vicente Suzin Presidente da OCESC e SESCOOP/SC

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contribuição das cooperativas para o desenvolvimento da sociedade catarinense é imensa e se manifesta em várias frentes: criação de empregos, produção de riquezas, geração de receitas públicas e fortalecimento do tecido social. É visível que o IDH dos municípios com tradição cooperativista, especialmente as cooperativas agropecuárias, é mais elevado, pois a renda é melhor distribuída. No caso catarinense, os números são cristalinos: 2,7 milhões de catarinenses são associados de alguma cooperativa, seja dos ramos, crédito, infraestrutura, saúde, consumo, transporte, agropecuária e/ou de produção de bens e serviços, e isso traz um resultado social e econômico relevante que, de alguma forma, impacta na qualidade de vida das pessoas. A viabilização de uma atividade, o acesso a bens, produtos e serviços, a obtenção de certas condições ou facilidades, muitas são as formas de fruição dos benefícios do cooperativismo. O exame mais detalhado dos efeitos das cooperativas revela como elas se tornaram essenciais para a composição das receitas nos municípios, especialmente, aqueles com tradição agrícola, denominado de “movimento econômico”. Em 2018, por exemplo, o movimento econômico permitiu a geração de 1,5 bilhão de reais em impostos, que se tornaram a principal fonte de receita das Administrações Municipais, pois o Estado devolve aos municípios parcela do imposto pago conforme o movimento econômico que propiciou a geração inicial dos impostos, especialmente,

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Luiz Vicente Suzin do ICMS. Em resumo, se não houvesse a geração do imposto, os munícipios produtores de matéria-prima não teriam o retorno do ICMS, e provavelmente, teriam enormes dificuldades de sustentar seus orçamentos. Neste contexto, observa-se a importância das cooperativas na geração de impostos e formalização da produção. As cooperativas defendem a formalização da produção como elemento básico para sustentar a cadeia de valores morais que norteia uma sociedade isonômica e justa, portanto, estão comprometidas com a legalização das operações. Isso propicia enormes ganhos aos governos nem sempre percebíveis, pois, depois de legalizada a produção no momento inicial sendo que os eventos seguintes ficam mais fáceis de serem rastreados.

*OCESC (Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina); *SESCOOP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo);


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ARTIGO

Inovação no Campo Por: Fernando Semin Empresário Contábil e Coach

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az tempo que estamos na era da inovação e a cada dia nos mostramos mais perplexos com as tecnologias. Vamos fazer uma volta ao passado, pensem no que foi modificado em todas as áreas nos últimos 10 anos, quantas empresas gigantescas desapareceram e quantas outras apareceram de algo que você muitas vezes nem sabia que precisava. O que preocupa todos os ramos é que você não é substituído pelo seu concorrente, apareceu uma nova tecnologia que simplesmente mudou tudo. E a inovação no campo, onde cada vez mais precisamos de alimento no mundo, como temos que enxergar esta inovação? Não é somente as tecnologias que melhoram como se produz, mas algumas vezes está mudando toda a forma de se produzir. Não é somente as genéticas dos produtos que mudam para terem melhores resultados, mais qualidade, menos tempo e mais produção em menos áreas a mesma ideia serve para a criação de animais. Nos dias de hoje devemos estar atento ao que pode mudar tudo isso de patamar, por exemplo, na área de produção animal existe a “Startup Finless Foods”, eles estão criando carne de peixe em laboratório com as mesmas proteínas do peixe e a carne com a mesma textura, para quem já entendeu que estão fazendo carne de peixe e não estão longe de produzirem outras carnes. E na parte de culturas agrícolas o que está por vir? Todos os estudos apontam para uma agricultura mais sustentável com menos riscos ao produtor com mais qualidade, mais produção por área e tudo mais que está ai. O mundo precisa cada vez mais de produção

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*Foto e Artigo: Divulgação/Fernando Semin

Fernando Semin como já escrevi antes e cabe a nossos agricultores e pecuaristas estar cada dia mais atentos as mudanças e fazendo estudos sobre essas inovações e projetando o futuro de sua produção, não podem ficar para trás e deixar de investir, pois seus custos em inovação provavelmente vão aumentar e em um mercado que faz o preço pode ser a decretação da falência. E como cada agricultor ou produtor pode se preparar pare esse mundo cada vez mais tecnológico? Não é somente entender de que se faz e sim entender também de administração de tecnologia de gerenciamento, o dito homem do campo faz tempo que não é somente isso, o estudo a dedicação o poder da decisão, compromisso, persistência, tudo isso os credencia a definição de “Empreendedor do Campo”.


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ENTREVISTA

*Foto: Divulgação/Governo do Estado de Santa Catarina

Decisão de cobrança de ICMS sobre agrotóxicos visa produção de alimentos saudáveis Em entrevista a revista ‘Celeiro do Agronegócio’ o governador falou sobre essa questão que deixou as entidades do setor do agronegócio revoltadas.

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o primeiro ano do seu mandato como governador de Santa Catarina, Carlos Moisés comprou uma briga com os produtores rurais ao decidir aumentar o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre agrotóxicos de acordo com a sua toxidade. A decisão passou a valer a partir do dia 1 de agosto, porém, após diálogo entre as classes representativas do agronegócio e o Governo do Estado, foi prorrogado o prazo até o dia 31 de dezembro. A decisão agradou os produtores, pelo menos nestes últimos meses de 2019, mas essa situação ainda os preocupa. A partir de 2020 novas conversas deverão acontecer entre as partes, pois se acredita que essa decisão não foi acertada e poderá ser prejudicial para o se-

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tor. Em conversa o governador explicou que a medida é inovadora e tem como finalidade promover alimentos mais saudáveis, mas garantiu que está aberto ao diálogo e que apoia o agronegócio no estado. Em setembro, o Plenário da Assembleia Legislativa (Alesc) barrou esta tributação proposta pelo governo, seguindo o voto de Romildo Titon, que argumentou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que não há urgência para a definição da tabela de cobrança do imposto por toxicidade do agrotóxico. Mesmo assim, o Governo de Santa Catarina afirmou que pretende dar seguimento à política de escalonamento da tributação dos agrotóxicos. Dessa forma, a MP seguiu para a Comissão de Finanças e Tributação sem essa parte da tabela por toxicidade. Na comissão, será elaborado o tex-

to do projeto de conversão em lei. Quando isso for aprovado, o texto volta ao plenário para que a MP seja transformada em lei. Até lá muita coisa ainda pode acontecer, mas o governador segue convicto de sua decisão e dos benefícios dela.

Confira algumas respostas do Governador Carlos Moisés da Silva O que o governador achou da atuação e da pressão das entidades do agronegócio diante da decisão do governo pela cobrança do ICMS nos agrotóxicos? Já esperava esse tipo de reação? Defender o agronegócio e representar o setor nas discussões importantes, como a questão do agrotóxico, é papel legítimo das entidades. Portanto, reações nesse


sentido eram esperadas e, por isso, o governo sempre esteve aberto ao diálogo. O importante é manter o foco na real discussão, que é o impacto do agrotóxico na saúde das pessoas. Não é correto incentivar o consumo de substâncias que poluem o lençol freático e deixam resíduos maléficos nos alimentos. Não se trata de proibir o uso de agrotóxicos, a questão envolve não estimular seu uso, reduzindo-o. O governo sabe da importância do agronegócio em Santa Catarina e atua no fomento, pesquisa e desenvolvimento das diversas culturas que compõem nossa cadeia produtiva. O que motivou o governador a aumentar a tributação de acordo com a toxidade dos produtos? Existe uma diferença entre aumentar a tributação e retirar os incentivos. O agrotóxico sempre foi tributado, porém, hoje todos os produtos recebem isenção de 100% do ICMS. O que fizemos foi rever esses incentivos. Trata-se de uma política de estado inovadora e uma legislação pioneira no país, que vai favorecer a produção de alimentos mais saudáveis, a proteção à saúde e ao meio ambiente, sem que o mercado catarinense perca a sua reconhecida competitividade. Cerca de 80% dos agrotóxicos utilizados em SC estão na faixa azul, a segunda mais baixa de tributação. Ficou determinado que a partir de 1º de janeiro a tributação irá valer. Há a possibilidade desse prazo ser prorrogado novamente? Esse foi o entendimento alcançado de forma conjunta entre o governo e as entidades representativas do agronegócio. O sistema de tributação que começará a valer no início de 2020, em Santa Catarina, tem base na classificação da Resolução núme-

ro 2080 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde. Ela foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 31 de julho de 2019, e dispõe sobre a rotulagem de produtos químicos usados na agricultura de acordo com os riscos e a toxicidade de cada um. Nos períodos de crise que o Brasil está, e nos primeiros meses do ano, os produtores enfrentam grandes dificuldades econômicas. Com a tributação iniciando a partir de janeiro, o senhor acredita que os produtores irão aceitar essa decisão? Não acha que a pressão será ainda maior? Foi exatamente a partir do diálogo com o setor produtivo que estendemos o período de isenção fiscal até o dia 31 de dezembro. Foi uma condição necessária para que os agricultores possam ter o período de safra para a adaptação com as novas regras. Por isso, só a partir de janeiro do ano que vem é que os insumos serão tributados progressivamente conforme o grau de toxicidade. Alguns produtores alegaram que esta tributação irá prejudicar a competitividade de Santa Catarina em relação a outros estados brasileiros. O senhor concorda com isso? Não. Quando editamos a Medida Provisória da Tributação Verde, levamos em consideração os impactos que a regra teria aos produtores agrícolas do Estado. É preciso compreender que não estamos taxando o agronegócio e, sim, o agrotóxico. O agronegócio representa 30% do PIB do estado e tem o nosso respeito e apoio. O Ministério Público também já calculou que essa taxação repercute entre 2% e 3% no preço final do produto. Esse é meu compromisso como governador, como cida-

dão e como pai. Precisamos pensar o futuro e construir um estado melhor para quem vive aqui e para as próximas gerações. Qual a importância do agronegócio para a economia de Santa Catarina? Quais são os principais projetos para alavancar e incentivar este setor? O agronegócio responde por aproximadamente 30% do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina sendo responsável pela geração de 60 mil empregos diretos em frigoríficos e indústrias da carne, além de contar com 18 mil produtores integrados (suínos e aves). No ano passado o agronegócio respondeu por 66% do total das exportações de Santa Catarina, gerando um faturamento de US$5,9 bilhões. No primeiro semestre de 2019 a participação do agronegócio nas exportações já pulou para 70%. Portanto, sua importância é vital para a economia e para a vida de milhares de famílias. Somos referência em sanidade animal e em qualidade de insumos, além de líderes nacionais na produção e exportação de diversos itens. O Governo do Estado tem participação importante nesse processo, com diversas políticas públicas para a agricultura. Programas de fomento, desenvolvimento de pesquisas, programas de modernização e desenvolvimento social dos cidadãos que vivem no campo, programas de amparo ao produtor nos períodos de dificuldades, e por aí vai. São muitas as ações que o Governo do Estado está pensando em prol do agronegócio. O importante é reforçar o compromisso do governo estadual com nossos produtores e, ao mesmo tempo, reforçar também o nosso compromisso com a sociedade em relação à saúde de todos que vivem aqui.

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INTEGRAÇÃO

União para o debate

Entidades do setor agro reúnem-se para discutir a tributação dos defensivos agrícolas

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s quatro principais entidades representativas do setor produtivo agropecuário catarinense - Faesc-Fetaesc-Ocesc e Fecoagro - estiveram reunidas na sede da Faesc na capital, para avaliar o andamento da decisão do Governo do Estado de tributar os defensivos agrícolas a partir de 1º de janeiro 2020. Segundo o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, o setor está apreensivo de qual será o desfecho dessa decisão. No início de setembro houve uma definição do governador de adiar para janeiro do próximo ano a cobrança de ICMS, tendo escalonado as alíquotas de acordo com a toxidade dos agroquímicos.

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A Medida Provisória 226 que o governador enviou para a Assembleia Legislativa sofreu alteração na Casa, excluindo da proposta a tributação por não considerar assunto urgente, recomendando transformar em projeto de lei essa parte e sugerindo que o assunto fosse encaminhado ao Confaz para ter tratamento igualitário em todos os Estados e não apenas em SC. A partir dessa decisão da Assembleia não se sabe mais qual será a consequência e se em janeiro teremos ou não a tributação. Por essa razão as entidades estão preocupadas. A Faesc, Fetaesc, Ocesc e Fecoagro também se reuniram com os deputados ligados ao assunto, ou seja, o presidente da Comissão de Agricultura, José Milton Scheffer; presidente da Frencoop, Moacir Sopelsa e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Romildo Titon, para manifestar a preocupação e saber quais os próximos passos a serem dados para o assunto e no que o

setor produtivo poderia colaborar. Por enquanto não há tributação, mas janeiro poderá retornar via projeto de lei ou mesmo reedição dos decretos que foram suspensos pela MP, daí a preocupação das entidades. Elas continuam defendendo que não é suportável para o setor tributar os defensivos agrícolas, pois irá impactar nos custos de produção, variando o percentual dependendo da rentabilidade final de cada produto e ainda colocará SC em situação em desvantagem com os demais Estados, comprometendo competitividade dos produtos no mercado. O secretário da Agricultura Ricardo de Gouvêa, convidado para a reunião, disse que na esfera governamental por enquanto está valendo a Medida Provisória com as suas consequências legais, mas considerou válido que o setor produtivo apresente outras propostas ao governo para ser analisado na área fiscal e tributária competente.


Deputado garante que defensivos agrícolas não serão tributados somente em SC A chance dos defensivos agrícolas serem tributados somente em SC a partir de janeiro é praticamente zero. Quem garantiu isso foi o deputado Marcos Vieira, presidente da Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa, onde se encontra a MP que trata do assunto. Em reunião mantida com as entidades representantes do setor agropecuário que estão monitorando os trâmites dos atos legais que foram emitidos pelo Governador e que está tramitando na ALESC, o parlamentar garantiu que está atendo aos procedimentos. Faesc, Fetaesc, Ocesc e Fecoagro, estão preocupadas com as consequências da Medida Provisória emitida pelo governador, que atribuiu tributar os defensivos agrícolas a partir de janeiro variando as alíquotas de ICMS de 17 a 4 por cento, dependendo da toxidade do defensivo. Os primeiros sessenta dias após a publicação da MP já venceram e não existe ainda definição para 2020. Marcos Vieira disse que está pedindo prorrogação do prazo para definição pelo Legislativo, de acordo com o quem prevê o Regimento Interno da Casa. A Assembleia Legislativa rejeitou a admissibilidade de parte MP que trata disso, mas ainda não avançou para a decisão definitiva e, segundo o deputado Marcos Vieira, está dentro do prazo de a Assembleia aprovar por definitivo a matéria. O deputado assegurou que o parlamento também compactua com a proposta do setor produtivo de que o assunto tem que ser tratado pelo Confaz, que delibera normas de tributação para vigorar em todos os Estados, e não apenas o Governo de SC querer definir esse procedimento em produtos de interesse de todos os Estados. Marcos Vieira disse ainda que durante o mês de novembro será deliberado em definitivo pela Alesc. Ele já tem pronto um parecer da sua Comissão e está apenas aguardando a manifestação do Governo do Estado sobre outras pendências de tributação que ficaram de ser encaminhadas à Alesc, para então enviar seu parecer ao plenário. O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, portavoz das demais entidades do setor, manifestou sua apreensão, já que se passaram 60 dias, e ainda não existe uma definição sobre como será a tributação a partir de janeiro. Marcos Vieira enfatizou que o Legislativo está de acordo com o setor produtivo, e tem instrumentos para impedir essa tributação. Pedrozo disse ao parlamentar que se for necessário, o setor produtivo está disposto a organizar caravanas de agricultores para virem na Assembleia no dia da votação para apoiar a aprovação da lei que trata desse assunto. Em Chapecó, durante a inauguração do novo frigorifico da Aurora, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, foi questionada sobre a sua avaliação dessa decisão do Governo do Estado de SC de tributar defensivos agrícolas, enquanto que o Governo Federal está tomando medidas para agilizar o uso de defensivos. Ela disse que está faltando diálogo do governador com o setor produtivo e com os técnicos e se prontificou a intermediar contatos para mudar essa ideia em SC.

*Foto e Informações: Fecoagro

A reunião ocorreu na sede da Faesc para avaliar a tributação dos defensivos agrícolas

Deputado Marcos Vieira em reunião mantida com as entidades representantes do setor agropecuário

Entidades do agro: Faesc-Fetaesc-Ocesc e Fecoagro se reuniram com os deputados ligados ao setor

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PECUÁRIA DE CORTE

Maior evento de Pecuária de Corte do estado foi realizado em Campos Novos Evento reuniu cerca de 1.500 produtores rurais para o 2° Dia de Campo e Seminário Estadual do Programa ATeG.

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ampos Novos recebeu, no dia 27 de setembro, cerca de 1.500 produtores rurais oriundos de diversos municípios do estado para participar do 2° Dia de Campo e Seminário Estadual do Programa de Assistência Técnica Gerencial (ATeG) em Pecuária de Corte, atividade desenvolvida junto ao produtor rural pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC). O encontro, realizado no Centro de Evento Galpão Crioulo, contou com a participação de várias entidades e de autoridades do segmento no estado, sendo considerado um dos maiores eventos de pecuária no estado. Na ocasião foram apresentadas

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palestras sobre o funcionamento e resultados do Programa ATeG em Campos Novos, que contempla cerca de 40 produtores da região. Após as apresentações, os participantes foram levados para a Fazenda do Cervo, na zona rural do município para o Dia de Campo. A exposição é um meio de multiplicar o conhecimento sobre a atuação e benefícios obtidos pelo programa. Os objetivos do programa, que já estão sendo implantados há quatro anos em Santa Catarina são: aumentar a produção e a produtividade, melhorar a gestão e incrementar a renda líquida nas propriedades rurais. Os estabelecimentos rurais são assistidos em gestão, genética, manejo adequado, melhoria da nutrição animal e das instalações dos estabelecimentos rurais, por meio de visitas técnicas e gerenciais mensais pelo

período de dois anos. Durante as visitas técnicas são transmitidas metodologias sobre cálculo de custos de produção, indicadores e análise de dados para planejamento estratégico conforme os pontos fortes e fracos de cada propriedade. De acordo com o Diretor Geral do SENAR de Brasília, Daniel Carrara, este resultado tem sido alcançado. “Nós acompanhamos os indicadores de produção e de produtividade e o resultado é que temos produtores que multiplicaram a sua renda em um ano e meio de trabalho. A ideia de vincular produtividade com qualidade é conseguir bons resultados de renda para o produtor”, afirmou. Em virtude dos benefícios apresentados, o Programa ATeG, vem sendo definido como o carro chefe do Senar, e a meta é que o programa se estenda e alcance


mais produtores. O Brasil contabiliza cerca de 100 mil produtores no país, e, segundo Daniel Carrara, a ideia é nos próximos três anos chegar a 400 mil produtores. Com as administrações regionais será possível alcançar este número e promover a excelência da qualidade da carne. A principal missão do Senar é a Assistência Técnica para apoiar o produtor e leva-lo a uma condição diferenciada, fato que o estado já vem conseguindo, pois se tornou o único estado do Brasil considerado zona livre de febre aftosa. “Queremos continuar e ampliar a atuação deste programa. A pecuária do estado é de alta qualidade e apresentam uma excelência diferenciada. A ideia é continuar com este status e que o produtor rural trabalhe com mais efetividade, produtividade e mais rentabilidade”, concluiu Daniel. O Presidente do Sistema FAESC/ SENAR de Santa Catarina, José Zeferino Pedrozo, ressaltou a importância do programa e da realização do evento em Campos Novos. “Esse dia é muito especial, estamos empenhados nesse programa que é a menina dos olhos do Senar Nacional. Estamos há mais de 20 anos levando profissionais e cursos de curta duração, para efetivamente ter um resultado concreto em cada propriedade rural. Esperamos o efeito multiplicador e mais recursos através de parcerias. Queremos ampliar o número de propriedades atendidas pela Assistência Técnica Gerencial. Nem todos são assistidos pelo programa, mas através desses dias de campo que realizamos, como este aqui, estimulamos nossos produtores para que o efeito atinja os demais produtores, sentindo o diferencial daqueles que colocam em prática o que há de moderno em tecnologia e gerindo bem sua propriedade, fazendo um bom planejamento do que irá ocorrer a cada início de ano”, declarou. Quem também prestigiou o evento foi o Secretário de Estado de Agricultura, Ricardo Gouveia, que comentou os resultados do trabalho desenvolvido pelo SENAR. “Este evento coroa o trabalho que vem sendo feito pela Faesc e pelo Senar, um trabalho de alta qualidade que fez com que crescesse novamente a produção de gado de corte e principalmente a questão da tecnologia e

*Fotos: Colaboração/MB Comunicação

do conhecimento. Isso faz com que a produção desponte e coloque o estado no mercado mundial”. Luiz Sergio Gris Filho, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Campos Novos, falou sobre a satisfação de sediar um evento como este. “Estamos muito contentes porque conseguimos trazer mais de 1500 produtores rurais para a cidade. Aqui foi feito uma troca de conhecimento para

cada produtor aperfeiçoar e utilizar na sua propriedade os conhecimentos que foram adquiridos. Os resultados na base e no produtor estão sendo alcançados, seja na rentabilidade, seja no conhecimento técnico, essa é a nossa função: aprimorar e fornecer o conhecimento aos produtores da região”, disse. Gris também confirmou que para 2020 terá o Programa ATeG Bovinocultura de Leite no município.

Carne Certificada Durante o Seminário Estadual aconteceu o lançamento da marca “Purpurata”, uma certificação da Carne Catarinense que deverá entrar em vigor em breve. Neste primeiro momento foi divulgada a marca para os produtores que fazem parte do Programa ATeG e que se adequaram aos requisitos estabelecidos que garantam a qualidade do produto. Davi Teixeira, palestrante do evento, falou sobre a importância desse selo. “Não é apenas mais uma marca de carne, ele traz consigo um trabalho intenso de técnicos e profissionais juntos aos pro-

dutores para implementar uma pecuária mais moderna e mais competitiva e em conformidade com aquilo que a sociedade exige. Por trás do selo tem um conteúdo. Estamos lançando esta marca perante o grupo de produtores que já vem recebendo trabalhos técnicos dentro das propriedades. A partir deste contato a vamos desenvolver o protocolo de certificação e passar a eles os requisitos para fazer parte deste programa de carne certificada para que cada produtor faça a sua avaliação e ingresse no programa para contar com os benefícios e valores agregados aos produtos finais”, afirmou.

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ENSINO SUPERIOR

Integração e educação no campo Fazenda Experimental da Unoesc Campos Novos possibilita interação prática dos acadêmicos de Medicina Veterinária e Agronomia.

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Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), presente em todo o Oeste Catarinense, é uma instituição comunitária, comprometida com o desenvolvimento regional, e atenta às necessidades das diversas áreas do conhecimento. Em Campos Novos, os Cursos de Agronomia e Medicina Veterinária da Unoesc são referência de ensino e pesquisa em suas áreas de atuação. O Curso de Agronomia teve início no ano 2006 e proporciona aos acadêmicos, além das atividades teóricas, práticas de laboratórios e de campo, visitas técnicas e viagens de estudos buscando uma formação diversificada, observando as tendências do mercado de trabalho. Estão à disposição dos alunos os Laboratórios de Biologia, Química, Anatomia Animal, Química do Solo, Física do Solo, Fitossanidade e Sementes, que servem de local para inúmeras pesquisas. Já o Curso de Medicina Veterinária, que iniciou em 2015, tem como diferencial desenvolver e formar profissionais qualificados, generalistas, os quais possam trabalhar com várias espécies animais, tanto na clínica médica e cirúrgica quanto na produção animal, vigilância sanitária, inspeção e saúde pública. Para isso, utiliza-se do conhecimento teórico e prático, com modernas técnicas desenvolvidas, quadro de professores profissionais qualificados e uma das melhores estruturas da região, com laboratórios novos e modernos, desde instalações até equipamentos.

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Uma das atividades práticas que vem ganhando destaque e estimulando o aprendizado dos alunos é a Fazenda Experimental. Conforme conta o Diretor da Unoesc Campos Novos, Professor Diego Gadler, a ideia surgiu da necessidade de ofertar aos alunos do Curso de Agronomia e Medicina Veterinária aulas práticas na área de produção animal e vegetal. Além de permitir aos acadêmicos essa interação, a Fazenda Experimental possibilita a realização de projetos

de pesquisa na área, gerando conhecimento e informações. “Na região de abrangência da Unoesc o setor de produção animal e as grandes culturas são muito importantes para a economia. A formação de profissionais capacitados para atuar nessa área exige o constante aperfeiçoamento dos acadêmicos e professores e a Fazenda permite o desenvolvimento gradual dos alunos e a geração de conhecimento na Unoesc”, destaca o Diretor.


A fazenda experimental está dividida em duas partes. Na área de produção animal são criadas 20 matrizes ovinas e 2 carneiros, havendo pastagens e instalações para a manutenção de mais de 50 ovinos a pasto futuramente. A ideia principal é atender à cadeia da ovinocultura por meio de uma parceria com o Núcleo de Criadores de Ovinos e Caprinos de Iomerê, para o desenvolvimento de uma fêmea ovina híbrida com boa aptidão materna e produção de cordeiro com alto desempenho ponderal e qualidade de carne. Todo esse processo será realizado dentro de um programa de melhoramento genético baseado em seleção e cruzamento de animais de diferentes grupos. As fêmeas geradas a partir do processo retornarão aos produtores para que façam as avaliações de campo e repassem as informações à Instituição para que sejam feitas as análises conjuntas de todos os animais. Além dos ovinos, há criação de codornas de postura e coelhos. São 150 codornas criadas em controle de ambiente, com o objetivo de desenvolver uma linhagem mais produtiva, gerada a partir de seleção genética em várias gerações. A Fazenda permitirá o desenvolvimento de dietas com aditivos fitogênicos que aumentem a produção e a eficiência desses animais. Os ovos serão utilizados para a criação das próximas gerações, por meio de incubatórios. Os coelhos criados são compostos por quatro casais, inicialmente, mas está previsto aumento gradual no número de animais. Isso ocorrerá após alguns processos de seleção genética, além de troca de reprodutores com produtores da região que possibilitarão a criação de linhagens/cruzados mais eficientes em produzir carne. Na produção animal, as atividades desenvolvidas pelos alunos dos dois cursos são de implantação e manutenção das pastagens, bebedouros, definição das áreas de pastejo, alimentação dos animais, desenvolvimento de biotécnicas de reprodução e

aspectos sanitários dos animais. Na área de produção vegetal são conduzidos ensaios nas culturas da soja, feijão, milho, trigo e aveia. Algumas dessas pesquisas são conduzidas em parcerias com instituições de ensino e pesquisa do Brasil. Atualmente a área de produção animal está com a pastagem implantada e o aprisco construído. As terraplanagens para a implantação dos núcleos de suinocultura e avicultura, bem como as gaiolas para a produção de codornas e coelhos já estão prontas. Na área de produção vegetal os ensaios já são conduzidos desde 2014. “As perspectivas são de ampliação do número de espécies animais, como a implantação dos setores de suinocultura, avicultura e bovinocultura. Na área de produção vegetal estão sendo finalizadas parcerias com empresas que atuam na região no desenvolvimento de novos projetos de pesquisa, possibilitando a entrega de dados e mais produti-

vidade aos parceiros”, enfatiza o Professor. Ainda, de acordo com o Diretor Diego Gadler, a finalidade do projeto é proporcionar aos acadêmicos dos Cursos de Agronomia e Medicina Veterinária vivência prática nas áreas de produção animal e vegetal, principalmente produção de ruminantes a pasto, e grandes culturas como soja, milho, trigo e aveia, desenvolvendo novas tecnologias que possam auxiliar no trabalho do campo, mostrando aos acadêmicos que participam por meio das monitorias e bolsas de pesquisa como o processo ocorre. “A participação dos professores foi decisiva na construção da Fazenda Experimental. Tanto a implantação das pastagens quanto a aquisição dos animais foram processos definidos pelos professores com atuação na área dos dois Cursos. Já o papel dos professores é de orientação dos alunos nas aulas práticas e nos projetos de pesquisa”, ressalta o Diretor. *Fotos e Informações: Comunicação/Unoesc

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CRESCIMENTO

Cooperativismo do futuro *Fotos: Divulgação/MidCN

Jaison dos Passos, presidente de Copermap, comenta sua visão sobre o cooperativismo.

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presidente da Cooperativa Múltipla de Agricultura e Pecuária (Copermap), Jaison dos Passos, já consegue vislumbrar o mundo daqui a alguns anos, e sua visão é muito positiva. “Imagina desbravar o mundo e transforma -lo com tecnologia e inovação em um mundo melhor, um mundo onde a produtividade e o crescimento caminhem lado a lado. Esse é o nosso trabalho. Todos os dias milhões de homens e mulheres levantam cedo para produzirem as riquezas de nossa terra. Terra de onde brota o alimento, onde se cria animais, de onde surge o verde brasileiro e é também a terra que não se vê, a terra do coração em que os sonhos nascem e se transformam no combustível que ajudam um pais. É do campo que vem uma das maiores forças a sustentar o brasil, e projetar o nosso pais para o mundo”, refletiu Jair. A Copermap tem ajudado a escrever essa história e hoje tem atuado como porta-voz de diversos produtores rurais, agricultores e pecuaristas que fazem de Santa Catarina um dos grandes produtores de alimentos do Brasil, com a missão de promover o desenvolvimento de seus cooperados e colaboradores, bem como oferecer produtos e serviços de qualidade, com ênfase na sustentabilidade do sistema agropecuário e respeito ao meio ambiente. A cooperativa promove palestras técnicas, tour de aprendizagem e estudos para orientar os produtores rurais, defendendo o incentivo de novas tecnologias no campo para o maior e melhor crescimento no meio rural. Para avançar mais, e dar as respostas que o agro exige, a Copermap incentiva e apoia seus colaboradores na bus-

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ca incessante pelo conhecimento, pois para produzir mais é preciso saber sempre mais. Seu objetivo é integrar a agricultura e a pecuária colaborando com o desenvolvimento de seus parceiros e associados. “É necessário investir na educação, saúde, agricultura e infraestrutura para que possamos trilhar o caminho do desenvolvimento, pois, nessa nova era quem muda o mundo é quem tem informação e conhecimento’’, reforçou o presidente”. Dentre os diversos assuntos que rodeiam o agro, a Cooperativa incentiva à participação de jovens e mulheres na agricultura, pessoas distintas e de diferentes origens e vocações. “Todas essas pessoas tem em comum a paixão pela agricultura, todos lançam desafios, conquistam espaço e com seus talentos, ajudam a transformar as riquezas da terra, com a força e determinação lidam com a vida, o que dá forças para melhorar a cada dia gerando novas oportunidades para as futuras gerações sempre sendo atuantes e colaborativos. A agricultura é diversidade! Em

Jaison dos Passos cada pedaço de terra cultivada existe a determinação e sonhos de pessoas que amam essa terra, a Copermap se sente orgulhosa por semear, cultivar e colher os frutos da terra com a ajuda daqueles que são fundamentais para as nossas vidas: as pessoas”, concluiu Jaison.


Voando cada vez mais alto!

Com ética e responsabilidade a Prefeitura está garantido o desenvolvimento necessário para que Campos Novos seja uma cidade cada vez melhor para se viver ou visitar. O resultado está nas novas ideias, novos projetos que estão sendo reconhecidos no Estado e, acima de tudo, muita alegria no rosto da nossa gente. Mas isso tudo só será possível se você fizer a sua parte também.

VOCÊ CIDADÃO

é o que Campos Novos tem de mais importante! 25


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SEGURANÇA RURAL

Mais segurança no campo? Decisão do Governo Federal permite que produtores possam andar armados por toda a extensão de suas propriedades.

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esde o início do mandato do presidente Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, a questão da posse de arma tem se tornado polêmica na imprensa. No dia 17 de Setembro, mais um capítulo dessa história foi anunciado com a sanção do Projeto de Lei que amplia a posse de arma de fogo em toda a extensão da propriedade rural. Anteriormente as armas só poderiam ser usadas na área edificada do terreno. Se para alguns esta decisão parece desarrazoada, para os produtores rurais e para as entidades representativas do setor, esta decisão foi recebida com bons olhos. A Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), e alguns produtores rurais de Campos Novos se posicionaram sobre essa decisão de forma positiva, afirmando que essa ampliação dará mais segurança e proteção a propriedade. Porém, é importante ressaltar que, ainda assim, o uso de armas seja feito de forma licita e consciente, evitando acidentes e situações desagradáveis. O vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, apoia a medida de liberação de armas nas propriedades rurais, e disse que a legislação anterior deixava os produtores

angustiados e fazia até com que muitos deles deixassem de permanecer com a família em propriedades rurais durante o fim de semana por questão de segurança. Barbieri ainda afirmou que em Santa Catarina a nova lei vai se aplicar mais ao âmbito de proteção contra furtos e criminalidade e não em divisões como invasões de terra, que, segundo ele, no Estado é algo que não vem sendo registrado. A maioria das propriedades rurais se concentra longe da cidade, e ficam mais isoladas, em alguns casos, algumas nem contemplam sinal de internet. Com a posse de arma ampliada, alguns acreditam que criminosos ficarão longe de suas propriedades. O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Campos Novos, Luiz Sergio Gris Filho, falou ao jornal o Celeiro que entende a decisão como forma de defesa do patrimônio. “Vimos que é uma matéria importante. Entendemos essa decisão com bons olhos, principalmente porque agora o produtor rural poderá ter a posse e o porte das armas de fogo para garantir a segurança pessoal e da propriedade. Nada mais justo ao produtor do que garantir a sua segurança no campo e preservar o seu patrimônio que apenas ele sabe o quanto custou para garantir o sustento de sua família”, afirmou Gris. O produtor rural, Francisco Chiochetta, disse que também é a favor da decisão, em virtude da segurança que o uso de arma poderá promover. “O produtor tem que ter arma na propriedade porque a propriedade está longe da cidade, uso de arma nos protege, é um meio de nos defender. Não sabemos quem está chegando à nossa

propriedade, se é um estranho ou vendedor. Precisamos estar protegidos”, declarou. Apesar de ter sido bem recebida pela classe rural, ainda é preciso falar desse assunto com cautela, em virtude de todos os riscos envolvidos em ter uma arma de fogo em mãos. Os próprios produtores afirmam que é preciso que haja licitude, preparo e consciência na hora de utilizar o armamento, pois de forma indevida ela pode gerar danos e acidentes. O produtor Jair Noriler, destacou essa preocupação e o cuidado que dever ser tomado. “Sou dos tempos que a gente podia usar armas em todos os lugares. Eu detinha porte de arma, mas tinha curso e fiz serviço militar. Penso que pra usar armas tem de ter habilitação e muito bom senso. Acho a permissão muito limitada”, declarou Noriler. O presidente do sindicato dos Produtores Rurais de Campos Novos, Luiz Sergio Gris Filho ressaltou outra situação que deve ser respeitada diante dessa permissão. “Claro que recomendamos aos produtores rurais que legalizem as suas armas e que a usem de forma regular nas suas propriedades”, disse. E o produtor Francisco Chiochetta completa ressaltando o seu apoio sobre o uso das armas, porém com responsabilidade. “Eu apoio, mas que isso seja feito de forma consciente. Os funcionários devem ser orientados, para que não usem a arma de forma incorreta. Elas não podem cair nas mãos das pessoas erradas, pessoas que não estão preparadas para usa-la. É importante ter uma arma para usar na hora que for preciso e de forma consciente”, enfatizou. *Imagem: Divulgação

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TURISMO NO INTERIOR

Investimento no Turismo: Obras em Abdon Batista visam atrair mais turistas para a região

Trabalho está a todo vapor, e a previsão de conclusão é para o final de 2019. Prefeitura fará chamada pública para hospedagem alternativa.

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s obras do Parque Aquático e do Mirante do município de Abdon Batista estão a todo vapor, e de acordo com o prefeito Lucimar Salmória a previsão é de que as obras sejam concluídas no final de 2019. Todo investimento feito para a edificação das obras fazem parte do Plano Municipal do Turismo do Município para fomentar o turismo da região. Abdon Batista faz parte da Associação dos Municípios do Planalto Sul de Santa Catarina (Amplasc), e com os demais municípios decidiram incrementar o turismo da região e tornarem-se uma rota de grande atratividade no meio-oeste do estado. O município tem cumprido bem seu papel dentro deste projeto, pois as obras idealizadas são uma realida-

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de e trará a região ainda mais beleza aproximando as pessoas de paisagens paradisíacas. Abdon Batista será um município que vai atender as expectativas de quem busca paz, natureza e diversão. O Parque Aquático, que teve investimentos de mais de R$ 1,5 milhão, apenas com recursos próprios, está com a obra avançada, as piscinas já estão concretadas, os testes de carga já foram realizados e a última etapa será a de impermeabilização e o contrapiso. A estrutura oferecerá piscinas para crianças e adultos com um projeto de paisagismo já pensado para atrair os visitantes. O prefeito acredita que este espaço poderá ser inaugurado e aberto ainda esse ano (2019), para que seja aproveitado durante a temporada de verão, que se aproxima. O parque

será administrado por uma empresa que será contratada por edital. “O patrimônio é público, porém vamos fazer um edital de concessão para que a iniciativa privada faça a operação do Parque Aquático. Somos articuladores do desenvolvimento e a operação será passada para profissionais que façam funcionar e tragam para nós os benefícios do desenvolvimento social, econômico e humano que desejamos”, afirmou Lucimar. Para as obras do Mirante, a Prefeitura Municipal conseguiu recursos junto ao Ministério do Turismo, mas investirá com recursos próprios o valor de R$ 70 mil, além de cerca de R$ 500 mil para pavimentação, iluminação e paisagismo da rodovia que liga o Mirante. O projeto está com a infraestrutura pronta, e logo serão iniciadas as próximas


etapas que levarão a finalização do projeto. “Este será um projeto ousado, num lugar em que a natureza é presente. O Mirante é uma obra de contemplação maravilhosa diante da sua localização próxima ao lago da Hidrelétrica Garibaldi”, declarou. Um diferencial nesta obra é o fato dela levar em consideração a sustentabilidade, pois para a construção do assoalho serão utilizadas madeiras feitas com lixo reciclável. “Optamos na gestão trabalhar com obras aliadas a sustentabilidade. Na Praça central da cidade não utilizamos madeira vegetal, utilizamos madeira plástica de lixo reciclado. A mesma madeira será utilizada também no Mirante”, enfatizou. Além dessas duas grandes obras em fase de conclusão, o prefeito ainda tem duas outras obras para serem iniciadas em breve com o objetivo de fomentar cada vez mais o turismo na região. Trata-se primeiramente da revitalização da Casa da Memória, antigo colégio da cidade, que será transformado em museu que contará a história do município. O Local também abrigará a Secretaria Municipal de Cultura. Logo será feita a licitação para iniciar a primeira etapa da Casa da Memória. Esta será uma obra com recursos mistos, sendo R$ 439 mil advindos do Ministério do Turismo e R$ 452 mil de recursos próprios. A próxima grande obra será a construção de uma Marina, que apesar de ainda estar apenas no papel, já possui licença ambiental para ter a obra iniciada. No momento o prefeito Lucimar Salmória está captando recursos para que a partir de 2020 as obras sejam iniciadas. No início, transformar o município em um pequeno polo de turismo parecia um sonho, e hoje está perto de se tornar realidade e o prefeito reflete sobre todos os benefícios que isso trará, não só para Abdon Batista, mas para toda região. “A partir dessas obras vamos desencadear o desenvolvimento econômico e social do município. As pessoas tem que ter um atrativo para virem até aqui. Além dessas obras que estamos edificando, somados aos demais projetos, não temos dúvidas que as pessoas virão até Abdon Batista, elas terão opções, como o Parque Aquático, O Mirante, a Casa da Memória que é um

*Fotos: Divulgação/Prefeitura Municipal de Abdon Batista

grande museu. Temos condições de fazer com que a partir dessas obras as perspectivas de crescimento, de emprego e renda aumentem”, destacou. O município está com um aporte repleto de atrações e eventos culturais que já fomentam o turismo e o calendário contempla atividades durante quase todos os meses do ano. “Podemos vislumbrar por meio do nosso Plano Municipal de Turismo um calendário de atividades ao longo do ano. Com o Parque Aquático concluído teremos a partir de outubro até março eventos. Os eventos

Lucimar Salmória

em nível de município atraem muitas pessoas, como: o aniversário do município em abril; em junho temos o Rodeio Artístico Nacional, dentro do Rodeio temos o Celeiro da Poesia”.

Como atender esta demanda? Com obras deste porte o município receberá visitantes do estado, do país e do mundo para conhecer e apreciar o que a cidade tem de melhor. Porém, o município conta com uma pousada apenas. Como se preparar para receber os visitantes? Pensando nessa situação, o prefeito lançará um projeto de Hospedagem Alternativa. “Lançamos um programa em parceria com o Sebrae e o Sicoob de Hospedagem Alternativa, onde vamos aportar recursos para revitalização de 40 leitos nas casas das pessoas. Vamos disponibilizar para cada leito até R$ 5 mil sem juros para a compra de infraestrutura para que recebam o turista. Os interessados irão participar de uma chamada pública com os critérios para inscrição. Queremos um atendimento de qualidade padronizada. Os aprovados irão passar por uma qualificação para receber o turista”, explicou Lucimar. De acordo com o prefeito, neste primeiro momento, esta iniciativa irá suprir a demanda. Com o tempo o município abrirá as portas para que investidores construam hotéis para receber os visitantes.

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COOPERAR

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*Fotos e Informações: Comunicação/Coocam

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INDÚSTRIA

MAPA estabeleceu novas regras para produção de leite em Santa Catarina Diretor de tecnologia da Epagri afirmou que para se adequar será preciso profissionalizar a produção.

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estado de Santa Catarina é o 4° maior produtor de leite do país e essa boa posição no ranking nacional vem acompanhada de um status sanitário privilegiado, fato que o diferencia dos demais estados em questões de qualidade do leite. Com as novas normativas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a pretensão é aumentar a qualidade do leite em todo o país. As regras passaram a vigorar no dia 1º de junho de 2019. A principal mudança é para a indústria, que terá de receber o leite nos seus silos de estoque a, no máximo 7°C.

Atualmente esse limite é de 10°C e para o produtor é de 4°C. Os que não ficarem nessa média terão a coleta suspensa até que se comprovem medidas para ficar dentro desse padrão. Para o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Vagner Miranda Portes, a medida visa trabalhar ainda mais a qualidade do leite. “Temos que nos qualificar porque hoje é fácil vir leite de outros países, temos que ter qualidade para não perder nosso próprio mercado interno, e investir em qualificação para buscar novos mercados externos”, avaliou.


*Foto: Jornal O Celeiro

A notícia causou certa apatia por parte de alguns, porém a maioria dos produtores parece ter sido favorável as mudanças que são pensadas e reformuladas no decorrer dos anos para promover cada vez mais qualidade ao produto. O diretor garante que o objetivo da mudança é promover um produto melhor e mais seguro. “A proposta do Ministério da Agricultura é importante para a indústria e para o produtor e também para o consumidor, pois ele terá um produto de melhor qualidade, e essa é a meta”, declarou. A legislação foi criada em 2002 e passou a vigorar em 2005 com a Instrução Normativa (IN) 51, e a cada período foi evoluindo. “Percebeu-se agora que a qualidade do leite estagnou, não apresentou melhora e nem evoluiu e a tendência era declinar. Isso culminou com o lançamento das instruções normativas que ocorreu em 2018. Elas tratam de questões que incluíram alguns parâmetros físico-químicos”, explica. Essas adequações poderão ocasionar um custo ao produtor, como, por exemplo, a questão do resfriamento exigirá a mudança nos tanques de armazenamento do leite e este é o ponto que mais pesa financeiramente para o produtor, mas Vagner afirma que o produtor poderá ter ajuda para resolver essa situação. “A questão do resfriamento é que vai manter a qualidade até chegar à indústria. Quanto menos bactérias tiver melhor, porque a bactéria vai se multiplicando no caminho e vai chegar no silo com uma quantidade elevada. Muitos dos resfriadores não permitem essa condição, então talvez seja feita uma adaptação ou troca de resfriador. Esta situação não vai inviabilizar o trabalho ou onerar de forma extrema o produtor. O governo já está vendo possíveis fontes de financiamento e redução de juros para poder auxiliar os produtores neste sentido. Eles precisarão fazer certo investimento, mas que poderá ser mais benéfico a longo prazo”, disse. Este custo foi apontado como uma possível causa para diminuição de produtores da cadeia leiteira, mas isso também poderá selecionar de forma natural os produtores que estão comprometidos em oferecer o me-

Alexandro Kolling, responsável pelo Centro de Referência Tecnológica do Leite e Vagner Miranda Portes, Diterot de Tecnologia da Epagri lhor leite para consumo, contribuindo com a condição privilegiada do estado. Mesmo antes das normativas detectou-se a diminuição no número de produtores, em contrapartida houve um aumento na produção do leite. Em 2017 Santa Catarina produziu 2.979.865 litros e o rendimento foi de 3.580 litros de leite por vaca no ano. Em Campos Novos no mesmo ano foram produzidos 28.334 litros de leite, com rendimento de 4.106 litros em média por vaca anualmente. A partir dos próximos meses toda essa cadeia local deverá se manter com nível de alta qualidade para chegar até o setor de laticínio. As indústrias provavelmente irão modificar sua logística no transporte do leite. Elas têm um Plano de Alto Controle que estabelece a qualificação de fornecedores. A indústria terá que ter produtores qualificados, isso inclui boas práticas de produção e questão sanitária. A propriedade será analisada por um médico veterinário que fará um levantamento das condições existentes e um plano de como irá evoluir e ficar nas condições que são preconizadas dentro das boas práticas de produção. A legislação preconiza que a indústria deverá propiciar essa consultoria técnica as propriedades. “A indústria terá que dar o suporte técnico para o produtor, para que o profissional faça uma avaliação, um plano de sanidade da proprie-

dade, pois os animais devem estar livres de tuberculose e brucelose. É só uma questão de profissionalizar a produção. Não é só investimento, é uma questão de manejo de profissionalização que vai promover a qualidade em longo prazo e promoverá uma economia. Mais qualidade significa menos gastos sanitários”, afirma. Casos os produtores de leite estiverem três meses consecutivos com a média geométrica fora do padrão ele deixará de ser coletado até que apresente uma nova análise que seja aceitável segundo os padrões estabelecidos. Com o aumento dos gastos e mais investimento em mão de obra e qualificação para cumprimento das regras, provavelmente haverá um impacto no preço final do produto nas prateleiras do supermercado. No entanto, Vagner Miranda Portes acredita que o consumidor final será muito beneficiado pela pelos novos procedimentos adotados. “Haverá um impacto final nisso, mas não da para prever quais os reflexos no preço. O consumidor final será o mais beneficiado, pois as pessoas vão consumir um leite de maior qualidade, pois diminui os riscos de contaminação de doenças e até no gosto do leite e derivados do leite. As bactérias no leite consomem proteína, a gordura, a lactose, e o rendimento do leite é menor”, concluiu.

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PODER PÚBLICO

Agricultura Valorizada

*Fotos e Informações: ASCOM/PMCN

Programas e projetos que valorizam os agricultores são desenvolvidos no Celeiro Catarinense

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om o intuito de melhorar as condições dos agricultores do Celeiro Catarinense, a Administração Municipal realiza ações, projetos e programas a fim de prestar assistência e apoio aos produtores rurais. A Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente tem o compromisso de oferecer uma melhor infraestrutura para os agricultores, realizando trabalhos porteira adentro, como: aterros, terraplanagens, entrega de calcário, patrolamento, silos, rolamentos de estrada, cascalhamentos, escavações diversas, bebedouro, transporte de águas, fossas, dentre outros. Além disso, a manutenção constante das estradas vicinais é a prioridade, garantindo o escoamento da produção agrícola e a segurança para quem trafega nas localidades do interior. Uma inovação apresentada em 2019, nas manutenções das vias rurais, foi o processo de “bica corrida”, com o cascalho, para realizar o processo de agulhamento. O material apresenta um alto suporte de resistência e mostrou maior durabilidade nas estradas em que o procedimento foi aplicado. Até o final de 2019 serão executados 30 km. “Estamos priorizando para esta técnica as estradas de maior fluxo e vamos aos poucos beneficiando as demais regiões, pois temos percebido que a conservação da estrada está se mantendo e a manutenção é mais fácil, apesar do serviço ter uma certa complexidade e demandar de mais tempo, em relação aos demais serviços”, ressaltou o Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, João Batista Ramos de Almeida.

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Estradas do interior recebem investimentos constantes

Programas destaques executados nas comunidades do interior

Pensando em proporcionar mais qualidade de vida às famílias das comunidades rurais, as ações e programas que são executados envolvem as demais secretarias da Administração Municipal, um trabalho com base nas parcerias, que vem ao encontro das necessidades dos agricultores, engrandecendo e fortalecendo ainda mais o título que Campos Novos ostenta com muito orgulho, o ‘Celeiro Catarinense’.

Sala do Produtor rural no Agiliza Campos Novos

A Central Agiliza Campos Novos foi inaugurada em fevereiro de 2019 e apresenta aproximadamente 400 serviços, da esfera municipal, estadual e federal, em um único local, proporcionando comodidade, acessibilidade, sendo a única porta de entrada ao cidadão, para os serviços públicos. Uma classe beneficiada com a Central foi a dos produtores, que encontram em um único espaço serviços da Cidasc, Incra, Secretaria de Agricultura e Bloco de Produtor Rural. Bem como a Epagri, que se encontra no mesmo prédio do Agiliza Campos Novos.


Mulher Viver sem Violência O programa foi instituído no Município pela Secretaria de Assistência Social com o objetivo de levar informações e orientações para prevenção e combate à violência contra as mulheres. As equipes já realizaram 15 encontros, tanto nos bairros, quanto nas comunidades e distritos. O Programa conta com a parceria do CRAS - Centro de Referência de Assistência Social, Secretaria de Saúde, Polícia Civil, Polícia Militar e Rede Feminina de Combate ao Câncer.

Programa Bem Viver Idoso O Programa foi criado pela Secretaria de Assistência Social, por meio do Centro de Referência Especializado - CREAS e pela Secretaria de Saúde, em setembro de 2018, com o intuito de promover o bem estar, dignidade, respeito e qualidade de vida aos idosos do município, levando informações para pessoas que estão na fase do envelhecimento e para seus familiares nas áreas de saúde, assistência social, segurança pública e garantia de direitos. O “Bem Viver Idoso” conta com parceiros importantes que auxiliam nas orientações: o Procon e a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso – DPCAMI. Outros trabalhos realizados nas comunidades do interior pela Secretaria de Assistência Social: espaço de aprendizagem e prática de Artesanato para geração de renda (Clubes de Mães) e encontros de lazer, informação e estímulo ao envelhecimento ativo.

Campeonatos esportivos no interior Com o intuito de valorizar as comunidades do interior e promover o esporte no Município, a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer frequentemente promove campeonatos distritais de futebol, bem como de bocha. Além disso oferece para a comunidade da Barra do Leão Escolinha de Xadrez, Tênis de Mesa e Futsal.

*Cumprindo a Lei Nº 4517/18 informamos que as páginas25,38 e 39 custaram para a Administração Municipal o valor de R$ 2.091,78 (Dois Mil, Noventa e Um Reais e Setenta e Oito Centavos).

Encontro do Programa ‘Mulher Viver sem Violência’

Cultura nos Bairros e comunidades rurais A Cultura em Campos Novos está em constante avanço, pois são muitas ações desenvolvidas a fim de oportunizar o acesso para todos. Um dos projetos que tem dado certo é o “Cultura nos Bairros e Comunidades Rurais”, criado em 2018 pela Fundação Cultural Camponovense, tem o objetivo de proporcionar aulas de música e dança, bem como mostras de teatros, de forma gratuita para todos os moradores de Campos Novos. O Programa não é direcionado apenas para as crianças, mas sim para a comunidade em geral.

Programa ‘Cultura nos Bairros e Comunidades Rurais’

Atendimento Consultório Odontomóvel Com o intuito de melhorar cada vez mais o atendimento médico no interior, desde o início do ano, a população conta com uma nova ambulância, que é usada pela Secretaria de Saúde, para ampliar o atendimento nas comunidades. O consultório móvel facilita o acesso da equipe de saúde em locais que ainda não têm atendimento.

Campeonato de bocha envolvendo a comunidade

Campeonatos distritais

Consultório Odontomóvel

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GENÉTICA E HISTÓRIA

Cabanha Ponche Verde comemorou 38 anos *Fotos: Arquivo/Jornal O Celeiro

Durante este período a cabanha contribuiu para o melhoramento genético na pecuária local

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experiente médico veterinário Jair Noriler e sua esposa Arlete relembraram com alegria a história da Cabanha Ponche que completa neste ano 38 anos em 2019. O local hoje é referência na criação da raça bovina Charolês e na raça de ovinos Hampshire Down. Na casa construída por Jair é possível ver as inúmeras premiações conquistadas pelo proprietário nas exposições em que participou pelo estado de Santa Catarina durante esses anos. “Perdi a conta de quantas exposições eu já participei e de quantos títulos conquistamos”, diz. Mas nem tudo foi fácil, e Jair contou ao jornal O Celeiro como tudo começou. O ano de 1981 foi decisivo para Jair Noriler, pois nesta época ele decidiu investir e criar a Cabanha Ponche Verde, nome que ele escolheu devido aos montes verdes presentes em sua propriedade que o lembravam da paisagem de cidades do Rio Grande do Sul. As ovelhas da raça Hampshire foram as primeiras criações que Jair ganhou como forma de pagamento por um trabalho freelance como veterinário em uma exposição. A partir de então ele tomou gosto para investir no projeto que era um grande sonho que começava a se tornar realidade. Após o investimento nas ovelhas, Jair optou também pela criação de bovinos Charolês, raça pura a qual Jair viu grande vantagens e potencial para a pecuária local. “Eu queria criar animais puros, nós não os tínhamos aqui na região, íamos buscar no Rio Grande do Sul. Então eu decidi fazer essa Cabanha. O espaço da minha área era propício para criar animais puros. Analisando o

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mercado eu optei pelo charolês. Os frigoríficos preferiam os bois que pesavam mais. E o charolês tem essas características”, explicou. Os investimentos foram altos para a compra dos animais. “As primeiras vacas que comprei foram uma fortuna, fiz um financiamento e fiquei pagando por anos”. Se houve desafios nesta trajetória? “Muitos!” Ele conta que foi preciso muita persistência para continuar e acreditar que tudo daria certo. “Foi bem difícil, principalmente no início, quando sofríamos por causa das péssimas condições das estradas. Problemas com roubo de animais, predadores de ovelhas e a luta para defender os animais de doenças foram algumas das dificuldades”, relatou. Ainda foi pontuada as questões relacionadas ao mercado oscilante no qual nem sempre é possível ter o retorno dos recursos investidos. Mesmo diante das dificuldades, Jair não desistiu e se manteve firme a frente de sua Cabanha.

Valeu a pena todo o esforço empregado? “Sim” Com convicção Jair afirma que todo esforço foi válido, e relembra que seu trabalho foi muito significativo e de grande importância para a pecuária da região em virtude de todos os estudos e evolução propiciados pelas tecnologias de melhoramento genético permitindo aos criadores obter animais com características cada vez melhores. “Tenho consciência de que eu contribuí para o melhoramento genético dos animais da pecuária da nossa região. Hoje o cidadão tem animais bons e de alto padrão. Antes esses animais eram conseguidos apenas no Rio Grande do Sul, e por isso os gastos eram maiores, agora podemos encontrar estes animais aqui. Houve um crescimento neste sentido muito grande. Ovelha não se ouvia falar de pura. Eu fui o primeiro a trazer ovelha pura pra cá” declarou. O investimento em tecnologia trouxe uma evolução muito grande para a


Benefícios garantidos pela Ponche Verde pecuária no que diz respeito ao tempo de criação dos animais e na qualidade da carne permitindo que os criadores obtenham um giro financeiro mais rápido. Por meio de processos biotecnológicos de inseminação artificial é possível promover de forma mais simples e rápida o melhoramento genético nos animais. Esse tipo de técnica auxilia no controle de doenças, prevenção de acidentes, na prática do cruzamento entre raças, controle zootécnico e padronização do rebanho. A Cabanha Ponche Verde, com mais de 30 anos de tradição, tem desenvolvido um trabalho nesta área disponibilizando aos clientes os melhores animais do mercado com genética apurada por anos a fio com critérios técnicos e garantias. “Se um animal adquirido apresentar algum problema como infertilidade ou anomalias ocorridas o cliente é imediatamente ressarcido, ou terá o

animal trocado por outro do seu gosto. Isto raramente ocorre, mas quando ocorre nossos clientes sabem que aqui tem garantia. Não é à toa que estamos há 38 anos satisfazendo nossos clientes”, afirma Jair, que concentra seus negócios na venda de animais para genética e venda de sêmen. Para obter resultados de qualidade, Jair não economiza na alimentação dos animais e mantem uma equipe para promover os cuidados a sua criação. “O investimento é alto. Para criar gado e ovelha de elite tem investimento também em conhecimento. Os cabanheiros precisam de conhecimento e profissionais preparados como veterinários para cuidar de tudo. É um cuidado diário por causa dos valores dos animais. Perder um animal um é grande custo. Não tem a ver com a quantidade de animais, mas com o valor agregado em cada animal”, explica.

Touros: • Com alta fertilidade; • Facilidade de parto; • Alto rendimento de carcaça; • Qualidade de produtos; • Alto desempenho e ganho de peso; • Indicado para cruzamento, inclusive com Angus e Hereford para produzir carcaças mais pesadas;

Ventres • Precocidade sexual; • Fertilidade; • Facilidade de parto; • Rendimento de carcaça; • Leite suficiente até para criar gêmeos;

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NEGÓCIOS

Investimento no campo *Foto: Wilhiam Peretti/O Celeiro

Sicoob Campos Novos libera mais de R$ 25 milhões no 1º trimestre do Plano Safra 2019/2020

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Sicoob Campos Novos liberou mais de R$ 25 milhões no primeiro trimestre do Plano Safra 2019/2020. Foram beneficiados nos três primeiros meses mais de 180 produtores rurais. A expectativa, segundo a gerente de crédito Ana Carla Triquez, é financiar um total de R$ 65 milhões até o final do Plano Safra. O Sicoob é o maior Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil, tem à disposição dos produtores rurais linhas de custeio, comercialização, investimentos e também as linhas de BNDES. O Sistema Sicoob é o terceiro maior financiador da produção rural entre todas as instituições financeiras do país. Em 2019, a novidade é que além das linhas de crédito tradicionais do Pronaf, Pronamp, Inovagro, Moderfrota, Moderagro, Moderinfra, PCA e ABC, os agricultores e

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pecuaristas contam com crédito para construção e reforma de moradias rurais (Pronaf). Também podem ser financiados tratores, colheitadeiras, semeadoras, pulverizadores, implementos, equipamentos, máquinas, conservação e manejo do solo, sistema de energia solar, reflorestamento, biodigestores, sistema agrossilvipastoril, recuperação de pastagens, animais, projetos para irrigação e cultivo protegido, projetos para construção e reforma de silos e armazéns – entre outros. As taxas de juros são de 3% ao ano, prazos de até 10 anos, com possibilidade de inclusão de até três anos de carência. Além disso, o Sicoob irá lançar nessa safra um concurso que visa premiar produtores rurais financiados pelo Sistema e que praticam uma produção sustentável no tripé econômico, social e ambiental. Ao

longo da safra as cooperativas do Sicoob avaliarão esses produtores, que serão reconhecidos em cerimônia a ser realizada em Brasília (DF) ao final da safra. O Sicoob oferece ainda todos os produtos e serviços para atendimento de todas as necessidades dos cooperados!

Sobre o Sicoob Quinta maior rede de atendimento do país, o Sicoob está presente em 1.728 municípios brasileiros, com 3.093 agências, 4.900 caixas eletrônicos e em mais 20 mil pontos da Rede Banco24Horas. Destaca-se, ainda, como a única instituição financeira em 270 cidades do país, prestando serviços financeiros à população. A empresa possui 4,47 milhões de cooperados em todo o país e está presente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. É composto por 435 cooperativas singulares, 16 cooperativas cen-


trais e a Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob (Sicoob Confederação). Integram, ainda, o Sistema, o Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) e suas subsidiárias (empresas/entidades de meios eletrônicos de pagamento, consórcios, DTVM, seguradora e previdência) provedoras de produtos e serviços especializados para cooperativas financeiras. O Sicoob oferece os mesmos produtos e serviços de um banco, mas com muitas vantagens, já que os resultados retornam para o bolso do cooperado, que é cliente e dono do negócio. É composto por cooperativas financeiras e empresas de apoio que, em conjunto, oferecem aos associados soluções financeiras completas, como serviços de conta corrente, crédito, investimento, cartões, previdência, consórcio, seguros, cobrança bancária, adquirência de meios eletrônicos de pagamento, entre outros.

Tecnologia O Sicoob possui tecnologia de ponta em aplicativos e internet banking que facilitam o atendimento de pessoas físicas e jurídicas. Elas podem movimentar a conta corrente de qualquer lugar onde estejam, com acesso a pagamentos, transferências, cartões e outros serviços. O aplicativo Sicoob é o mais bem avaliado pelas pessoas no segmento bancário, na Apple Store e Google Play. O Sicoob tem recebido vários prêmios competindo com os principais bancos do país, como aconteceu em 2019, na 19ª edição do Prêmio efinance, vencido pelo Sicoob nas categorias Gestão de Risco e Infraestrutura de TI. As transações em canais digitais representam 77% do total de operações financeiras e não financeiras do Sicoob.

Sustentabilidade baseada no diálogo, integração e cooperação A política de sustentabilidade do Sicoob SC/RS é o resultado do envolvimento das lideranças internas do Sicoob, do diálogo e da interação com todos os públicos estratégicos, que incluem os associados, a força de trabalho, os fornecedores e a comunidade – entre outros. Ao definir seus objetivos e diretrizes, o Sicoob assume um compromisso não somente com o presente, mas também com a viabilidade de um futuro melhor, compartilhando nossos valores com cada interagente, na tentativa de contribuir para a construção de uma sociedade mais cooperativista, comprometida com o desenvolvimento sustentável. Os objetivos propostos na Política de Sustentabilidade do Sicoob SC/RS são o resultado de um trabalho cooperativo, resultado da visão interna e externa relacionada ao negócio.

Entre os objetivos destacam-se: - Estabelecer os pontos essenciais para uma relação, baseada em valores sustentáveis com os públicos estratégicos. - Ser fonte de consulta ao realizar ações que possam gerar impacto para o Sistema Sicoob SC/RS e seus públicos estratégicos. - Fortalecer os princípios do cooperativismo. - Orientar na construção de indicadores que serão monitorados em seu desempenho. - Facilitar a identificação e reconhecimento de boas práticas comprometidas com a sustentabilidade. - Direcionar a criação, adaptação e padronização dos processos para responder às expectativas interna e externa, com o objetivo de engajar os públicos estratégicos. - Estimular a responsabilidade individual. - Desenvolver e consolidar uma cultura de sustentabilidade no Sistema Sicoob SC/RS, reafirmando o compromisso de promover ações para o desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento A relação entre as cooperativas do Sicoob SC/RS e a sociedade é norteada por valores e princípios que buscam o desenvolvimento mútuo, retratando uma postura cooperativa com ganhos reais para todos. Fruto dos princípios cooperativistas, a atuação junto às comunidades é marca registrada por toda a área de atuação das cooperativas que compõem o Sistema Sicoob SC/RS, sua pluralidade de ações e públicos alcançados, como também a expressividade e reconhecimento público dos diversos projetos e programas executados. O Sicoob acredita em um mundo onde compartilhar torna-se natural quando há consciência de que estamos todos conectados, interdependentes e que o desenvolvimento de todos é alcançado com mais facilidade quando agimos em conjunto. O cooperativismo de crédito gera um Ciclo Virtuoso. A reunião de pessoas, com objetivos em comum, forma a cooperativa, onde os associados depositam recursos que geram produtos e serviços à disposição de todos. O associado, ao solicitar crédito no Sicoob para a realização de seus projetos, contribui para o desenvolvimento econômico-social. A liberação do crédito para o projeto de um associado gera remuneração a todos os associados da cooperativa. Ao possuir o recurso, o associado adquire bens e serviços na comunidade, movimenta a economia local, geral e mantém empregos, arrecada impostos diretos e indiretos, num ciclo virtuoso. As pessoas que recebem o recurso utilizado pelo associado também prosperam e movimentam a economia local, possibilitando o desenvolvimento econômico-social da localidade. E, por fim, a localidade, ao desenvolver-se, cria condições ainda mais favoráveis para que a cooperativa local libere o crédito ao associado e tenha maiores chances de desenvolver-se e prosperar. Assim, possibilita o atendimento a um número maior de associados e, consequentemente, gera mais impactos positivos. Por seus princípios e valores, as cooperativas aplicam a sustentabilidade na prática, atuando em favor do desenvolvimento sustentável das comunidades em que estão instaladas. Um desses princípios – Interesse pela Comunidade – estabelece um compromisso com o desenvolvimento da região, respeitando as peculiaridades sociais e a vocação econômica do local. Ao se instalar em uma comunidade, as cooperativas desenvolvem soluções de negócios e apoiam ações humanitárias, social e ambientalmente sustentáveis.

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*Informações: Sicoob Central SC/RS – Assessoria de Imprensa.


RENOVAÇÃO

BRF tem atuação em Campos Novos marcada pelo desenvolvimento econômico e social Inaugurada em 2011, unidade segue crescendo e com visão promissora para o futuro

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etentora de grandes marcas globais de alimentos, a BRF tem atuado no estado de Santa Catarina com uma gestão inovadora que preza pela segurança, qualidade de seus serviços e a integridade. Hoje a BRF tem sete plantas no estado: nos municípios de Videira, Herval d’Oeste, Capinzal, Faxinal, Concórdia, Chapecó e Campos Novos, com cerca de 22 mil funcionários. Em Campos Novos, a empresa foi inaugurada no ano de 2011 e desde então sua presença significou mais

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desenvolvimento econômico, social, geração de empregos e renda na região. Atualmente a unidade conta com 1.600 funcionários e são produzidas cerca de 10 mil toneladas de alimentos por mês. A unidade é uma das plantas de grande relevância do ponto de vista internacional, sendo uma das primeiras unidades habilitadas para exportar à China. Nestes anos em que está instalada no município, a empresa realizou alguns investimentos relevantes na unidade e fez adaptações significativas pensando na evolução e inovação constante. A gerente industrial da

unidade de Campos Novos, Lucineia Valtte Leidens, contou sobre a atuação e o compromisso da BRF com seu público. “Ampliamos muitas áreas. Hoje a unidade está preparada para abater um volume maior de suínos. Esta é uma unidade estratégica, queremos continuar sendo referência em qualidade e segurança. Campos Novos é uma das maiores unidades de abate de suínos da BRF”, conta a gerente. A planta é atendida por cerca de 580 integrados oriundos de Campos Novos, Videira e Concórdia. A BRF segue com uma visão de crescimento e vê com bons olhos o


*Fotos: Divulgação/BRF

futuro da empresa na região. A BRF é exigente quando o assunto é qualidade e por isso estabelece padrões elevados para oferecer os melhores produtos alimentícios para os seus consumidores ao redor do mundo. A empresa prima pela excelência e por isso segue todos os parâmetros da legislação, empenho que faz com que sua marca seja reconhecida no Brasil e internacionalmente, mas isso só é possível devido ao compromisso e engajamento de seus colaboradores que dia a dia estão à frente da produção. Além da qualidade incontestável de seus produtos, o que torna a BRF uma empresa bem-sucedida é sua forma de trabalhar e de lidar com seus parceiros e colaboradores. Segundo a gerente da unidade, todas as cadeias presentes na BRF são de fundamental importância para o desenvolvimento da empresa. “Não temos atividades que são mais ou menos importantes, todas têm sua relevância desde o início da cadeia. Buscamos aproximar o nosso colaborador com este propósito. Eles precisam enxergar

e sentir orgulho do que fazem. Nossa companhia valoriza as pessoas, os colaboradores e a comunidade”, explica. Prova dessa valorização é o investimento que a empresa faz em capacitações e ações voltadas a segurança e bem-estar no ambiente de trabalho. “O nosso sistema robusto de Excelência Operacional garante procedimentos durante os processos e a disciplina do grupo para atender aos resultados esperados. Trabalhamos com desenvolvimento, treinamento e orientação das pessoas para que elas se

sintam parte do negócio”, conta Lucineia. Além da valorização das pessoas, a BRF também está atenta ao compromisso com o meio ambiente, que é um tema de grande relevância para o grupo. “O meio ambiente é um dos pilares estratégicos para nós. Temos uma gerência e uma vice-presidência de sustentabilidade ambiental, que cuida de atendimentos a legislação. Além disso, estimulamos a coleta seletiva e o tratamento correto de resíduos na unidade”, finaliza Lucineia.

BRF no Brasil e no mundo A BRF possui mais de 30 marcas, entre elas a Sadia e Perdigão, que, juntas, deram início à história da BRF. Com 85 anos de vida, a BRF tornou-se uma das maiores companhias de alimentos do mundo, graças as duas grandes marcas que nasceram no interior de Santa Catarina. Em 2009 foi anunciada a fusão da Sadia e Perdigão, surgindo assim um dos maiores complexos agroindus-

triais do mundo, a BRF. Hoje a companhia alcançou os mais exigentes mercados e está presente em mais de 140 países, sendo reconhecida internacionalmente por sua atuação baseada no crescimento e desenvolvimento sustentável. A BRF continua investindo em qualidade, segurança, integridade, incluindo o respeito pelo meio ambiente e pelos seus milhões de consumidores.

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ESTADO

Tecnologia é aliada na produção de sementes * Fotos e Informações: Aprosesc

Sementes de Soja são exemplos de tecnologia

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família Faccio, de Xanxerê (SC), já está na segunda geração de produtores de soja. João Paulo Faccio explica que a tradição na produção de sementes começou com o seu pai, nos anos 80. Desde então, a tecnologia e a automação no campo evoluíram muito. Segundo Faccio, a produção de sementes exige mais cuidados que a condução de uma lavoura convencional de grãos. “Todas as etapas, desde a recepção, armazenagem, tratamento, plantio, até o acompanhamento dos campos de multiplicação recebem uma atenção maior”, explica. “O resultado pode não se expressar em produtividade, mas sim em qualidade, resultando em sementes com altos índices de germinação e vigor”, conclui o gestor. João Paulo destaca, ainda, a importância de utilizar sementes de procedência. Por isso, em sua propriedade ele opta por sementes certificadas, e recomenda as sementes de soja com o selo “Vigor + Semente de Santa Catarina Qualidade Superior”, da APROSESC (Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Estado de Santa Catarina). “Com estas medidas, o produtor tem a segurança de estar adquirindo um insumo de qualidade, capaz de proporcionar altos índices de produtividade em sua lavoura”, afirma Faccio.

Campanha Qualidade de Sementes Com o objetivo de divulgar a qualidade das sementes de soja produzidas em Santa Catarina, a APROSESC lançou, em

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João Paulo Faccio e Daniel Gustavo Junges, presidente da APROSESC junho de 2019 a campanha, “Eu Uso Semente de Santa Catarina”, a ação divulgou o uso do selo “Vigor + Semente de Santa Catarina Qualidade Superior”. Lançado em 2018 pela APROSESC, o selo identifica, após avaliação em laboratório, os lotes com altos índices de germinação e vigor e padrão de qualidade superior. O solo fértil, a altitude e as condições climáticas favoráveis, associados a uma moderna infraestrutura instalada, fazem do estado de Santa Catarina uma região com condições ideais para a produção de sementes de soja, tornando sua qualidade nacionalmente reconhecida. Na safra de soja 2018/2019, foram semeados os primeiros lotes que receberam o selo “Sementes de Santa Catarina Qualidade Superior”. Por isso, agora é hora de enfatizar

a importância da semente certificada de alta qualidade e a garantia de alta produtividade das lavouras. Nesse sentido, a campanha “Eu Uso Semente de Santa Catarina” buscou casos de sucesso de produtores rurais que utilizaram sementes com o selo “Sementes de Santa Catarina Qualidade Superior” na última safra de verão. Participaram profissionais que entendem a qualidade da semente como engrenagem fundamental de uma boa produtividade. O engenheiro agrônomo e produtor rural de Campos Novos (SC), Sérgio Manica foi um dos entrevistados. Ele contou também a sua trajetória e a da sua família na agricultura, a importância do uso de sementes de alto padrão de qualidade e os motivos que o levaram a escolher as sementes produzidas em SC no cultivo de suas lavouras.


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INOVAÇÃO

Produção de azeite em Campos Novos pode ter futuro promissor Plantação experimental tem dado certo e começa a render frutos para empresário da região.

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ue Campos Novos é uma cidade pujante conhecida como a maior produtora de grãos do estado, isso ninguém tem dúvida. Mas, seu potencial vai muito além dos grãos, e nos anos mais recentes o município tem apresentado novos caminhos e oportunidades no agronegócio. O empresário Jorge Andreazza há alguns anos, decidiu fazer uma plantação experimental de azeitona no município, e atualmente extrai azeite de oliva. Há um tempo a ideia parecia estranha, afinal Campos Novos tem características propícias para esse tipo de cultura? A experiência de Jorge deixa claro que sim, seu empenho, hoje rende frutos e vislumbra um futuro promissor. Ainda é algo incipiente, mas demonstra que o município

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tem um grande potencial e riqueza que pode trazer benesses para o desenvolvimento e economia local. A tentativa de Jorge Andreazza mostra que, este é um mercado que pode ser conquistado se existir mais investimento para a criação de uma cadeia. O empresário decidiu iniciar sua plantação em 2011, com ajuda da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e conta como surgiu a ideia de dar início a plantação de oliveiras. “A ideia surgiu de uma curiosidade quando eu vi que no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, começaram a plantar oliveiras no Brasil. Anteriormente não havia nada no Brasil sobre isso. No início foi a Epagri que nos ajudou e começamos com mudas do estado e tentamos fazer algo diferente. Fui a

Minas e vi alguma coisa por lá e depois ao Rio Grande, onde as coisas estavam mais desenvolvidas no país”, relatou Jorge. O suporte da Epagri foi a nível experimental e inicial, mas há três anos o empresário passou a ter uma visão comercial do negócio e hoje atua de forma autônoma. Atualmente Jorge possui 7 hectares plantados e o projeto para o futuro é expandir para 40 hectares. Este ano foram produzidos 1200 litros de azeite, chegando ao número de 2500 garrafas. “Há três anos decidimos que isso deveria virar um negócio. Aqui ainda nos falta experiência e conhecimento nessa cultura, que é uma novidade. Ano passado saímos de uma produção que não era maior que 150 litros para uma produção de quase 1200 litros. Começamos com 120 arvores e hoje temos


*Fotos: Colaboração: Felipe Götz

Jorge Andreazza cerca de 1400. Estávamos preparados para colher quatro toneladas, mas colhemos 12 toneladas de azeitona. Faltaram pessoas para participar de colheita. Estamos montando uma estrutura e verremos comercialmente como isso funcionará. Estou analisando para ver a rentabilidade desse trabalho para tomar decisões futuras e fazer os devidos investimentos”, afirmou ele sobre o futuro do negócio. Apesar de ainda não contar com uma estrutura toda montada; o que é colhido em sua plantação é enviado para o Rio Grande do Sul para que o fruto passe pelos procedimentos de extração do azeite. A extração é feita de forma mecânica e sem química, onde a azeitona passa em centeio e é centrifugada para então ser triturada e ter seu azeite extraído. Jorge afirma que Campos Novos apresenta todas as características para plantação de oliveiras e acredita que este mercado tende a crescer se houver mais parcerias e investimentos, porém ainda precisam ser realizadas mais pesquisas para aumentar o conhecimento na área e efetivar um trabalho rentável. “Para mim o azeite tem sido um hobby que estou desenvolvendo para se tornar um negócio. A partir do momento que tenhamos desenvolvido pesquisas, a ideia é buscar mais parceiros para convencer as pessoas a plantar mais. Ainda temos que avaliar a produtividade, o normal é ter em torno de mil litros por hectare, aqui no Brasil não

atingimos 350 litros, porque são arvores novas, e embora estejam produzindo, ainda não chegaram a sua plenitude que deverá ser de 12 ou 15 anos. Estamos também adaptando técnicas para chegar à capacitação de pessoas. Campos Novos tem a condição de clima e de solo para que se desenvolva esse plantio na região e tenhamos um produto que está com o mercado totalmente aberto, com condições de ter uma rentabilidade maior”, declarou Jorge. O empresário destacou também a qualidade do azeite que é produzido aqui, fato que possibilitaria um produto e preço diferenciado. “Temos total condição de acertar nesse negócio”, concluiu.

Como é produzido o azeite? Depois da colheita as azeitonas são lavadas para depois serem trituradas, isso inclui até o caroço, aonde se forma uma pasta oleosa. Este processo deve ser feito em até 24 horas para que não ocorra fermentação da azeitona. Em seguida, inicia-se a extração do azeite, sem uso de químicas ou solventes, tudo acontece de forma mecânica. Atualmente existem processos mais modernos de se extrair o azeite como o método de centrifugação. Nesse processo a pasta oleosa é levada para uma batedeira e em seguida para uma centrífuga que separa o óleo da água. A água é descartada e esse óleo de oliva é considerado virgem, por não ter nenhum processo químico envolvido em sua extração.

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ECONOMIA

Acesso ao Crédito e acerto de contas *Imagens e Informações: Comunicação/Acircan

ACIRCAN e Boa Vista promovem campanha, ‘Acertando suas Contas’

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final do ano está chegando e além das compras de Natal e de verão, o objetivo de muitas pessoas é pagar suas dívidas ou pelo menos parte delas para começar o novo ano com o pé direito. Pensando nisso a Associação Empresarial Rural e Cultural Camponovense, (ACIRCAN), firmou parceria com a Boa Vista para promover de 11 de novembro a 13 de dezembro de 2019, em Campos Novos, a campanha, “Acertando suas Contas”. A ação é reconhecida nacionalmente e faz parte da maior iniciativa de promoção da sustentabilidade do crédito do país, lançada em 2010 e é reconhecida pelo seu pioneirismo e diferencial inovador ao associar de forma gratuita oportunidades de renegociações de dívidas, entre consumidores e empresas credoras. A ação permite que o consumidor renegocie suas contas vencidas em condições especiais, para voltar a ter acesso ao crédito. Em Campos Novos todas as empresas associadas a Acircan que utilizam a empresa Boa Vista, para análise de crédito e registro de devedores podem aderir à campanha, oportunizando a recuperação de crédito e diminuindo sua carteira de inadimplentes, em contrapartida os devedores tem aceso ao pagamento de suas dívidas de uma forma facilitada, tendo assim a oportunidade de reabilitar a seu acesso ao crédito. O Presidente da Acircan Ilceu Luiz Machado explica que a campanha visa o fortalecimento do comércio local. “ A campa-

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nha vai proporcionar ao consumidor quitar as dívidas com descontos, condições mais flexíveis de pagamento em uma forma de conciliação. Assim as empresas diminuem suas taxas de inadimplência e estreitam o relacionamento com seus clientes. Também incentivamos as ações relacionadas à educação financeira para gerar reflexão sobre a importância de cuidar adequadamente das finanças”, finalizou.

Ilceu Luiz Machado

O atendimento será das 8h30 às 17h, de segunda a sexta-feira, na CRC (Central de Recuperação de Crédito), da ACIRCAN. Os interessados deverão comparecer ao local portando seus documentos de identificação para realizar a consulta gratuita do CPF e identificar quais são suas dívidas e credores. A campanha “Acertando suas Contas” conta ainda com o apoio da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC). Os interessados em conhecer mais dobre a campanha poderão entrar em contato na sede da entidade em Campos Novos ou pelo telefone: (49) 3544-0812, ou site: www.acircan.com.br


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