REVISTA JALDE-NEGRO - 102 ANOS

Page 1

EDIÇÃO 01 | NOVEMBRO 2022
4.Oprojeto Integrador Por meio da plataforma Sou I, foi proposta a demanda às alunas de jornalismo da Urcamp. 6.OGrêmio EsportivoBagé Umpoucosobreahistória doGEBesuatrajetóriano futebolgaúcho. 8. As Entrevistas Entrevistascom personalidades marcantesdoGEB. 10. Jalde-Negrodesde onascimento. CarlosAlberto DamacedoDucos Apaixãoporfutebol atravésdegerações. PedroTrindade Martins(Sabella)12. CONTEÚDO
Umdosmaioresídolos datorcidajalde negra. PauloRobertoda SilveiraRocha20. 24. Paixãoquevemde berço. FábioReis Barbosa Parasemprejalde negro. IlsonSoaresda Rosa(Galo)28. 30. Produção,orientação, mentoriaecolaboradores darevista. Expediente 16. Olegadode“Leco”no GrêmioEsportivoBagé. PauloAfonso MoreiraCoelho

GRÊMIOESPORTIVOBAGÉ: AHISTÓRIAATRAVÉSDAFOTOGRAFIA

Esta revista faz parte do projeto integrador, realizado em parceria com acadêmicas de jornalismo da Urcamp, através da plataforma Sou I. Em sua primeira edição, teve como objetivo resgatar memórias da história do Grêmio Esportivo Bagé e retratar o atual momento vivido pelo clube. Dessa forma, a revista e os outros produtos desenvolvidos nesta parceria (acervo fotográfico e releases), são alguns passos para que o GEB tenha sua trajetória documentada. Sendo assim, encerramos este projeto com os objetivos realizados e a satisfação de desenvolver mais um trabalho de sucesso com a parceria entre o Grêmio Esportivo Bagé e a Urcamp.

4

O PROJETO

O Grêmio Esportivo Bagé foi fundado em 1920 e, desde então, teve sua história marcada por conquistas e momentos relevantes dentro do futebol gaúcho, mas que não foram documentadas adequadamente e por isso, muitas informações quanto à sua trajetória se perderam. Sendo assim, as acadêmicas do curso de Jornalismo do Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp), elaboraram produtos jornalísticos para registrar o atual momento do GEB e contribuir para a preservação de suas memórias. Dessa forma, as estudantes pretendem solucionar a demanda desenvolvendo uma revista digital, que contará com o acervo fotográfico disponibilizado no drive (confira através do QRCode abaixo), já a revista conta com entrevistas que relatam acontecimentos marcantes da história do jalde-negro através de personalidades que foram importantes para a trajetória do clube, em especial o retorno para a divisão de acesso e a volta dos jogos dentro do Pedra Moura.

5
AVANTE, JALDE-NEGRO! 6

G.E.B

OGrêmio Esportivo Bagé, tradicional clube do Estado do Rio Grande do Sul, foi fundado no dia 05 de agosto de 1920, como resultado da união de times locais: o Sport Clube 14 de Julho (fundado em 1913), o S.C. Rio Branco (fundado em 1910) e alguns representantes do S. C. Bagé, fundado em 1906, o primeiro clube de futebol da rainha da fronteira. O G.E. Bagé herdou assim as cores amarelo do Rio Branco e o preto do 14 de Julho, surgindo o tradicional Jalde Negro, além de hoje ser chamado também de “Bagé”, como o seu antecessor. Sabe-se que a primeira partida disputada pelo G. E. Bagé ocorreu no dia 05 de setembro de 1920, exata mente um mês após a sua fundação. Após cinco anos, o Bagé sagrou-se cam-peão gaúcho de 1925 e em 24 de abril de 1937 adquiriu definitivamente o terreno onde até hoje é localizado o Pedra Moura, está

dio do time. De acordo com os registros disponibilizados pelo clube, o Bagé chegou ao título de “campeão do interior” mais duas vezes, foi vice campeão gaúcho em 1940 e 1944, campeão citadino em 1949 e, em 1940, o clube imprimiu a maior goleada em um clássico Ba Gua: 7x0 contra o rival Guarany. Na década de 1970, o Grêmio Esportivo Bagé conquistou as melhores colocações no Campeonato Gaúcho da Primeira Divisão, já nos anos de 1982 e 1985 sagrou-se Campeão Gaúcho da Segunda Divisão e, em 1993, foi vicecampeão. Após sofrer dificuldades nos campeona tos, o atual momento do Bagé voltou a alegrar os torcedores por ter retornado à divisão de acesso. Sendo assim, apesar de contar com uma história repleta de vitórias, o GEB não teve a sua trajetória preservada.

7
E
S ENTREVISTAS 8
E E E E E E E
S

EN TRE VIS TAS

ENTREVISTAS ENTREVISTAS ENTREVISTAS ENTREVISTAS ENTREVISTAS ENTREVISTAS ENTREVISTAS ENTREVISTAS ENTREVISTAS 9

CARLOSALBERTO DAMACEDODUCOS

FILHODEATLETADOBAGÉ,DUCOSJÁFOIJOGADOREDIRIGENTEDOCLUBE JALDE-NEGRODESDEONASCIMENTO

No dia do nascimento de Carlos Alberto de Macedo Ducos, seu pai, José Antonio Ducos (ex zagueiro do Grêmio Esportivo Bagé), jogava um clássico Ba Guá Com sangue jalde negro, torcedor do Bagé desde o início, Ducos sempre esteve ligado ao clube, participando e ajudando o GEB. “Minha história com o Bagé começou em 5 de julho de 1953 quando nasci, meu pai era jogador de futebol, veio de Rivera para jogar no Bagé, casou com a minha mãe aqui e, em 53, eu estava nascendo enquanto ele tava jogando o Ba Guá, o clássico principal da cidade Dali em diante minha vida sempre esteve ligada ao Bagé”

Mesmo distante, quando morou fora da cidade, Ducos conta que nunca deixou de acompanhar os jogos Hoje aos 69 anos, o agrônomo formado em 1978 tem uma grande trajetória dentro do jalde negro: acompa nhando o pai, torcendo pelo seu time do coração, como jogador quando participou do juniores (aos 16 anos) e dentro da direção do clube No setor diretivo, Ducos assumiu diversos cargos e acompanhou muitos presidentes do Bagé, até se tornar um.

Para Ducos, o Grêmio Esportivo Bagé atingiu importantes marcos ao longo de sua história, por exemplo, sendo campeão do SesquiCen tenário, da Copa Governador do Estado e ao subir para a primeira divisão em 1985 e 1993 Assim como acontecimentos no início da trajetória do clube, como a vitória de 7x0 contra o Guarany em 1940 e o pentacam peonato até 1954.

Entre suas principais memórias ao longo desta trajetória vivida acompanhando o GEB, Ducos destaca momentos com a torcida, como quando todos vestiam o manto jalde negro após uma grande campanha de venda de camisetas do clube e ao receber da Fúria uma homenagem com a bandeira que traz o seu retrato, sendo o primeiro dirigente homenageado pelo grupo

Durante a minha trajetória muitas coisas me marcaram,

Avaliando o cenário atual, Ducos acredita que o presidente Sabella atingiu um grande feito com o Bagé novamente na segunda divisão “Sabella é filho de um ex companheiro do meu pai, ex atleta do Grêmio Esportivo Bagé que jogava muito, e a minha avaliação é que foi um ano super positivo. Agora, para o futuro, a minha esperança é que o Bagé se organize, sempre com responsabilidade, para depois pensar em novas conquistas. O clube deve primar por se organizar e a partir da organização ter condições de se conservar em uma divisão superior”, concluiu.

mas uma vez que o Bagé estava jogando, eu estava do outro lado (no lado adversário para conseguir assistir a torcida jalde-negra), o Bagé ganhou e o grupo de jogadores veio correndo me abraçar. A demonstração deles de carinho me emocionou muito.
10
11

PEDRO TRINDADE MARTINS

SAB APAIXÃOPORFUTEBOL 12
BELLA: ATRAVÉSDEGERAÇÕES O ATUAL PRESIDENTE DO GRÊMIO ESPORTIVO BAGÉ TEM NO SEU SANGUE A DEDICAÇÃO AO FUTEBOL, ASSIM COMO SEU PAI E AVÔ. 13

Opresidente do Grêmio Esportivo Bagé, Pedro Trindade Martins “Sabella”, hoje aos 62 anos, é a representação de um dos casos em que a paixão por futebol é passada de geração em geração Neto de Pedro Martins, personalidade do futebol de Bagé, e filho do ex atleta jalde negro, Delmar Lemos Martins “Bexiga”, Sabella sempre esteve envolvido no meio esportivo e se emociona ao recordar a história de sua família.

“O meu prêmio em casa, por tirar notas boas, era acompanhar o meu pai onde ele ia e assim eu fui aprendendo tudo de futebol, o que eles pensam, como agem, porque a mesma coisa que acontecia naquela época, acontece hoje. E eu joguei um pouco também [...] Quando eu vi que não iria progredir no futebol, eu fui estudar, como o meu pai sempre me orientou. Me formei em Educação Física na Urcamp, fiz pós graduação, mestrado, lecionei na universidade que eu amo, fui vereador, presidente de outro time e, então, surgiu a oportunidade de ser fisicultor do Bagé, com o meu grande amigo Ducos, e aí começou a paixão pelo Bagé”, contou

Após esta experiência, Sabella relembrou que esteve também como treinador do Bagé no ano em que o clube subiu para a primeira divisão, apesar de ter se afastado das funções no futebol na época: “então eu faço parte dessa conquista também”.

Comparando momentos anteriores de sua trajetória profissional com o atual cenário em que vive, como presidente do Bagé, Pedro destaca: “aqui eu tenho respeito, tenho amor pelo que eu faço”.

Segundo Sabella, seu retorno ao GEB aconteceu depois de passar um período fora de Bagé e longe do futebol, quando foi convidado a auxiliar o clube, e então veio para ser gerente de futebol “E deu tudo er rado, porque o que reflete uma admi nistração é o resultado dentro de campo, se tu vai bem no campo, aqui fora tu ajeita. Mas se não vai bem, aqui não se ajeita Por isso que, antes de começar, tem que ter um planejamento. Então não deu certo, eu as sumi como treinador na copinha e fizemos um bom trabalho, inclusive com jogadores que hoje estão fora do país. [...] No final do ano o Rafael me convidou para ser pre sidente, aqui estou e em oito meses subimos de novo para o acesso”

O presidente ainda ressalta a situação enfrentada pelo Grêmio Esportivo Bagé nesta campanha, que mesmo com adversidades foi de sucesso. “Nós jogamos treze partidas fora, na casa de adversários, e nos clas sificamos com duas rodadas de antecedência. [...]

Nos classificamos e ficamos de vice campeões do acesso. No mundo nunca aconteceu isso."

14

Com a autorização para jogos no Estádio Pedra Moura renovada, Sabella destaca a realização de ter novamente o time jogando em seu campo, acompanhado pela torcida jalde negra “Para a dignidade do Bagé, isso é fundamental [ ] Superamos tudo para chegar onde chegamos”, disse Toda a estrutura passou por reformas e novas áreas foram criadas, hoje, além do “palco principal”, o gramado, o Pedra Moura conta com arquibancadas revitalizadas, 250 cadeiras, salão de festas, bar temático, quadra de futebol sintética, quadra de areia para futevôlei, loja de produtos oficiais e secretaria.

Conforme o presidente, os torcedores vão encontrar um estádio bonito, organizado e com comando: “aqui quem manda sou eu, eu escuto a todos, mas a última decisão é a minha Se eu errar, eu assumo O que eu digo é que a vitória é dos jogadores e da i ã técnica, a derrota é do [ ] Esse é o presidente de e”.

De acordo com Sabella, com relação à avaliação do departamento de futebol do clube, a situação é boa, uma crescente, mas com grandes dificuldades financeiras, que estão sendo resolvidas conforme possível, o que deve ser mantido pelos próximos dirigentes “Hoje eu não me vejo sendo presidente no ano que vem, acho que tem que ser gente mais nova, com ideias novas. [...] Tem que vir gente com sangue novo, porque hoje tudo é juventude. Temos que preparar os nossos jovens para o futuro; [...] Tomara que venha um jovem pra cá, que escute, porque o presidente tem que tomar a decisão depois de escutar todos os lados. E respeitar o passado do clube”, revelou.

Apesar de não ter planos de continuar na gestão do clube, Pedro Martins ressalta que deseja continuar no clube, e se emociona ao falar sobre este período como dirigente A expectativa de Sabella para o futuro do Bagé é que a situação financeira seja regu larizada e assim o clube fique organizado.

SERPRESIDENTEDO SERPRESIDENTEDO GRÊMIOESPORTIVO GRÊMIOESPORTIVO BAGÉÉUMAHONRA. BAGÉÉUMAHONRA. 15
16
PAULO I RA LE
AFONSO COELHO O LEGADO DE “LECO” NO GRÊMIO ESPORTIVO BAGÉ TREINADOR QUE FEZ O CLUBE VOLTAR PARA A DIVISÃO DE ACESSO EM 2022 ECO 17

Ahistória de Paulo Afonso Moreira Coelho com o futebol começou há muitos anos, na década de 70, quando iniciou seu vínculo com o GEB através de treinos proporcionados pelo trei nador Paulo de Souza Lobo, o Galego, na categoria juvenil do clube. Atualmente, mesmo após sua trajetória como jogador e técnico, Leco, apelido que o po pularizou no meio futebolístico gaúcho, ainda possui um grande carinho pelo time que o acolheu e se emociona ao relembrar os primeiros momentos dentro do clube.

“Meu primeiro marco foi quando eu comecei a jogar, eu tinha 16 anos na época, vinha de uma família pobre e eles me receberam quando eu estava mais precisando [ ] Independente da tua idade, sexo ou tempo de serviço, você merece ser valorizado”, contou. Após sua inserção no Grêmio Esportivo Bagé como profissional durante cinco anos (1979 1984), o atleta alavancou sua carreira e teve oportunidade de jogar em outros times do interior da região sul, como Sociedade Esportiva e Recre ativa Caxias do Sul (durante cinco temporadas), o Clube Esportivo Bento Gonçalves, Clube Esportivo Aimoré, Internacional de Santa Maria e Grêmio Esportivo Brasil, em Pelotas. Em 1996, encerrou sua carreira como jogador de futebol e decidiu usar seus conhe cimentos para instruir e capacitar outros jovens.

“Em 1999, apareceu a oportunidade de eu auxiliar em Santa Maria o Francisco Neto, “Chiquinho”, mas apenas no ano de 2000 eu dei sequência a minha carreira solo como treinador, trabalhando direto, até 2016", relembrou.

Leco ainda comentou que essa pausa até este ano também foi consequência do período pandêmico que vivenciamos no início de 2020, porém, suas atividades como técnico retornaram no clube onde tudo começou.

Em 2022 retornei para o Grêmio Esportivo Bagé como treinador a pedido do Sabella, que me oportunizou este cargo, e o trabalho que eu pensava em fazer foi feito durante esses cinco meses de atuação [...] O Bagé, como uma equipe centenária, não deveria estar na posição que estava na terceira divisão, e a gente conseguiu o acesso, ocorrendo tudo dentro daquilo que a gente imaginava. Poderia ser melhor, mas in felizmente o futebol não acontece sempre do jeito que a gente imagina”,

O ex treinador, porém, ressaltou que entre as adversidades, o desempenho do Grêmio Esportivo Bagé foi além das expectativas: “O Bagé teve muita dificuldade porque a gente jogou toda a primeira fase da competição de divisão de acesso fora de casa, pois estávamos sem o estádio liberado, e mesmo assim conseguimos subir Mesmo com a derrota na Copinha, a torcida e a entidade jalde negra estão muito felizes com o resultado”. Além disso, enfatizou o ótimo trabalho do atual presidente do clube Pedro Trindade Martins, mais conhecido como “Sabella”.

18

“O Sabella fez um trabalho muito bom, revitalizou e pintou o estádio, buscou o torcedor para dentro do campo nova mente e trouxe de volta os sócios do time [...] Agora o Bagé está pronto para 2022, dando continuidade ao trabalho realizado, não deixando cair, buscando mais gente para ajudar como em presários e colaboradores e, em 2023, estar pronto para fazer um bom campeonato”, afirmou. Totalizando 22 anos de carreira como treinador, Leco contou que um dos momentos mar cantes que vivenciou com o clube foi quando viu o Bagé subir para a Série A do Campeonato Gaúcho de Futebol, conquistando o vice campeonato da Di visão de Acesso, em 1993.

Foi uma coisa muito important mo a comunidade achando primeira divisão possui um peonato muito curto. Todo clu interior tem o sonho de che primeira divisão, o patrocínio é grande e jogar com times Internacional e Grêmio, sendo valoriza muito a entidade e a cidade em si [ ] Quem é jalde negro e vive lá dentro sabe das dificuldades que as pessoas que trabalham para buscar recursos para o time enfrentam dia riamente, então temos que valorizar muito a casa

Ainda comentou outros momentos muito importantes na sua história com o clube, reforçando o suporte que lhe foi oferecido ainda jovem, quando entrou para o time, e o seu retorno como treinador do Bagé, quando pode sair do anonimato e voltar para o centro do esporte

Mesmo com a sua saída da entidade, o ex-treinador segue torcendo para o bom desempenho do GEB nos próximos anos. “Acho que o Bagé está numa ascensão muito boa e fez um trabalho ad ministrativo muito bom neste cam peonato Com a revitalização do clube, agora com PPCI, que faz com que o Bagé possa tranquilamente jogar na sua casa sem preocupações burocráticas, o foco principal é programar uma equipe forte para subir para a primeira divisão em 2023 ou, então, manter suas boas condições para, em 2024, tentar algo melhor”, finalizou.

19

ROCHA

20
PAULO ROBERTO DASILVEIRA ROCHA UM DOS MAIORES ÍDOLOS DA TORCIDA JALDE-NEGRA JOGADOR QUE FEZ HISTÓRIA E DEIXOU SUA HERANÇA NO GRÊMIO ESPORTIVO BAGÉ 21

aulo Roberto de Silveira Rocha, atualmente com 71 anos, deixou o seu legado no Grêmio Esportivo Bagé, até hoje sendo uma referência para outros jogadores. Porém, sua trajetória no esporte teve início na capital do Estado Porto Alegre, com apenas 15 anos de idade, disputando pelo Grêmio Foot Ball Porto Alegrense. “Comecei nas categorias de base do Grêmio em 1967. Subi para os profissionais em 1970, não sendo apro veitado fui para o extinto Náutico Esporte Clube de Rio Pardo [...] Mas o clube acabou fechando e logo em seguida veio o in teresse do G.E. Bagé”, relembrou.

O jogador chegou na Rainha da Fronteira em janeiro de 1971, finalizando sua atuação em janeiro de 1979, quando encerrou com apenas 27 anos de idade sua carreira pro fissional, onde jogava nas duas laterais.

Rocha relembrou as primeiras conquistas do clube e os principais momentos que ficaram marcados na memória dos tor cedores e na história da entidade. “O G.E. Bagé foi campeão estadual com os "Imortais de 1925", o qual considero o maior marco da história do clube, vencendo o Grêmio em Porto Alegre Foi pentacampeão citadino de 1951 até 1955, todos eles com João Nascimento como capitão e foi campeão do sesquicentenário da cidade de Bagé, além de várias vezes vice campeão gaúcho”, ressaltou.

Durante a sua passagem no Grêmio Esportivo Bagé, Paulo Roberto disputou a principal divisão do futebol gaúcho durante quase toda a década de 70, tendo a felicidade de vencer a Copa Governador do Estado em 1974: “Estávamos disputando contra o Guarany no estádio deles, e vencemos o último jogo por 1x0 com gol do Derli, ainda com invasão de campo da torcida após o jogo e festa nas ruas da cidade”.

Durante esse período, Rocha também levantou a taça Cícero Soares no ano de 1977. “Em ambos os feitos éramos coman dados por Paulo de Souza Lobo, o Galego, treinador que está na história não só do Bagé, mas do futebol gaúcho e mudou o momento do clube na época e levou nos a grande reconhecimento no estado”, relem brou o ex jogador.

BMesmo não sendo nativo de Bagé, Rocha afirmou que criou uma identificação enorme com o time: “Após minha saída do Grêmio Esportivo Bagé, ainda consegui deixar como herança meu filho Tiago Rocha, que defendeu as cores do clube sendo capitão da equipe por muitos anos, assim como eu”.

Por fim, o portoalegrense reconheceu que o clube luta de forma honrosa para se manter competitivo, mesmo sabendo que os tempos são muito difíceis para os times do interior do Rio Grande do Sul.

EG
22
P
É COMPLICADO FAZER PREVISÕES SOBRE O FUTURO, MAS TEMOS QUE TER PACIÊNCIA E ACREDITAR QUE POSSAMOS REVIVER AS GLÓRIAS DO PASSADO. TORCER E AJUDAR, ESSA É A NOSSA MISSÃO! 23
REIS BARBO FÁBIO REIS BARBO Paixão que vem O tocedor jalde-negro que trabalha com o coração 24
FÁBIO

Sabemos que o futebol profissional requer muito incentivo financeiro e uma boa estrutura dos clubes e que estes são fatores determinantes para a profissionalização ou não dos atletas. Por pertencermos à região mais empobreci da do estado, Fábio comentou um pouco sobre o cenário atual do Bagé:

“Minha mãe era Guarany e meu pai era Bagé, mas eu tenho um padrinho que é Bagé doente, mesmo com a minha mãe tentando me comprar, ele disse que não poderia perder torcedor e me deu uma camiseta do Bagé quando eu tinha seis anos de idade. Desde então sou torcedor jalde-negro e tenho a camiseta guardada até hoje”

25

esmo que sua trajetória profissional não esteja relacionada ao futebol, Fábio Reis Barbosa, de 43 anos, eletricitário e gestor das redes sociais do Grêmio Es portivo Bagé, conta um pouco da sua paixão pelo jalde negro. “Minha mãe era Guarany e meu pai era Bagé, mas eu tenho um padrinho que é Bagé doente, mesmo com a minha mãe tentando me comprar, ele disse que não poderia perder torcedor e me deu uma camiseta do Bagé quando eu tinha seis anos de idade Desde então sou torcedor jalde negro e tenho a camiseta guarda da até hoje”, relembrou.

Quando precisou se mudar da cidade no ano de 1999, Fábio acabou se distan ciando um pouco do clube do coração, naquela época não havia tecnologia como temos atualmente, então ele fazia visitas ao clube nos raros momentos que esteve de volta à cidade natal. Já em 2015, com a facilidade da tecnologia, ele voltou a acompanhar os jogos e, no ano de 2017, com a criação do consulado em Porto Alegre, acabou se tornando um torcedor mais ativo para o seu clube, mesmo morando em outra cidade.

“Comecei a acompanhar novamente o clube, os resultados, os jogos e, no ano de 2017, o Rodrigo Freitas, um amigo que eu conheci em um jogo do Bagé na cidade de Alvorada, criou um consulado do Bagé em Porto Alegre e aí eu fui convidado e virei um torcedor mais pra ticante [...] Fiz um bom trabalho de divulgação em 2017, 2018, 2019 e no final de 2020 fui convidado pelo presidente do clube para fazer a gestão das redes sociais, onde me encontro até aos dias atuais”, explicou.

Fábio ainda contou alguns grandes mar cos do clube e desabafou sobre a estag

nação dos times do interior depois que o futebol se tornou um esporte milionário, o que faz com que os clubes pequenos, por terem menos investimentos, não tenham condições de competir com grandes clubes.

“Primeiramente a sua fundação, que foi a fusão de dois clubes da cidade, quando herdou as duas cores e o grande feito histórico do clube foi ter sido campeão de 1925 Esse é o grande feito na história do bagé, campeão da primeira divisão de 1925, inclusive, tendo o troféu dentro do estádio. Depois que o futebol come çou a se tornar milionário em relação aos times da capital, o Bagé acabou entrando em uma estagnação que aca bou nunca mais competindo de igual pra igual com esses grandes clubes de Porto Alegre, Caxias do Sul, pois fica muito mais difícil", comentou. O torcedor jalde negro relembrou dois momentos marcantes na sua trajetória com o Bagé, quando teve a oportunida de de participar do jogo preliminar no ano em que o seu time subiu para a di visão de acesso. “Em 1993, eu jogava na escolinha no Bagé e tive a oportunidade de jogar e fazer um gol no jogo preliminar, que deu acesso ao Bagé para a primeira divisão em 1993”, contou

Fábio relembrou um momento mais recente, em que passamos por uma pandemia e enfrentamos o distancia mento social: “O segundo marco mais recente é a questão de que em 2021 ocorreu o Ba Gua, um clássico Bagé x Guarany, depois da proibição de público na pandemia, foi o primeiro jogo no estado a ter público e eu já era um administrador das redes sociais do clube, era um torcedor completamente envolvido e para mim foi muito signi ficativo”.

M 26

Hoje o Bagé tem uma gestão pé no chão, que só gasta o que tem, apesar de ter bastante trabalho para negociar todas as dívidas, que inviabilizam o clube de fazer grandes investimentos no futebol, a ex-pectativa é a melhor possível mas a gente sabe que a realidade é difícil. Hoje o maior desafio é que o Bagé se mantenha em atividade, de portas abertas e competindo.

O cenário do futebol profissional requer muito investimento [...] então fica limitado fazer um time competitivo para disputar em alto nível, os clubes da região acabam ficando limitados e menos participativos por não ter o mesmo poder de investimento [...] mas o Bagé é um clube tradicional que tem camisa. Financeiramente é difícil, mas historicamente ainda é interessante jogar no Bagé para os jogadores que são profissionais

27
G L O 28

Comecei

PARA SEMPRE JALDE-NEGRO

Ilson Soares da Rosa, mais conhecido como Galo, atualmente com 34 anos, eternizou sua trajetória no Grêmio Esportivo Bagé criando laços com o clube. Galo passou por muitos times antes de iniciar a sua história com o Bagé em 2014, logo após sua saída da União Frederiquense. Curiosamente, sua carreira como jogador começou no Guarany, onde jogou seis temporadas

O Grêmio Esportivo Bagé tem uma história linda e significativa, sua tra jetória marcou o futebol gaúcho trazen do muito prestígio para os times do interior. Galo comenta alguns momentos marcantes da história do clube na sua perspectiva.

“Acredito que o momento mais mar cante foi o acesso em 2017 depois de vários anos na terceira divisão e o aces so deste ano após ter caído no ano pas sado. É o mais especial e significativo pra mim porque a gente precisava muito”, afirmou.

Mesmo com as dificuldades e o clube lutando para se manter de pé, o jogador vê o time como muito forte e aguerrido, além disso, comenta o quanto o Bagé está se reestruturando para voar cada vez mais alto e tem grandes expectati

vas para o futuro do jalde negro.

“O presidente Sabella está fazendo um trabalho maravilhoso, é um cara que está conseguindo resgatar novamente a identidade do Bagé, que é um time muito forte, muito aguerrido. O Bagé está se reestruturando para dar voos maiores, quem sabe no próximo ano ou num futuro próximo possa estar numa série A do Gauchão. Acredito que eu ainda possa também fazer parte do grupo e contribuir. Minha expectativa é a melhor possível”, finalizou Galo.

minha carreira profissional no Guarany, mas já joguei no Milan de Júlio de Castilhos, em Cerro Largo de Melo, no Panambi [...] Em 2014, entrei para o Grêmio Bagé na Copinha, em 2015 me mantive jogando a terceirinha do Bagé, no ano de 2016 fui para o Esportivo de Bento Gonçalves, em 2017 fui para o Tupi de Crissiumal, voltei para o Bagé em 2018, me mantive até 2019 e voltei no ano de 2021 [...] O Bagé é um time que me abriu as portas muitas vezes
29
EX PE DI EN TE P R O J E T O I N T E G R A D O R 2 0 2 2 / 2 AVANTE JALDE-NEGRO RUMO À DIVISÃO DE ACESSO 2023 30
REVISTA PRODUZIDA PELAS ACADÊMICAS DE JORNALISMO DA URCAMP/BAGÉ (REPORTAGENS, FOTOGRAFIAS E DIAGRAMAÇÃO)
COLABORADORES: SABELLA, DUCOS, GALO, LECO, PAULO ROCHA E FÁBIO GLAUBER PEREIRA DIONE LEMOS 32
ALINE PORTELLA MARIANA BOND RAYSSA BITTENCOURT
MENTORIA ORIENTAÇÃO

JALDENEGRO

BAGÉ/2022
UMA PARCERIA ENTRE O CURSO DE JORNALISMO DA URCAMP E O GRÊMIO ESPORTIVO BAGÉ
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.