Entra ano e sai ano, o Brasil não consegue se livrar de uma chaga social que o mantém entre os cinco países com os maiores índices de violência contra a mulher. Trata-se de um problema crônico e histórico, cuja geografia foi parcialmente alterada na pandemia. É o que revela a reportagem de capa do Marco Zero, assinada por Luan Companhoni. Parte dessa violência migrou das ruas para as casas. O confinamento imposto pela Covid-19 aumentou o tempo de exposição das mulheres aos potenciais agressores. Levantamento do Datafolha identifica queda de 10% das agressões nas ruas e aumento de 6,6% no ambiente doméstico. Irmãos, tios, pais, maridos e outros parentes aumentaram sua participação nos casos de violência.
Mas o Brasil também sabe ser acolhedor e está aprendendo a ser mais inclusivo, como mostram outras matérias desta edição. No intervalo de apenas um ano, o país registrou como residentes mais de 48 mil imigrantes oriundos de vários países, em particular do Haiti e da Venezuela.