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‘Nosso governo é de mudança, não de ruptura’, diz Felício Ramuth à GAZETA
Na segunda-feira (24), a equipe da GAZETA foi ao Palácio dos Bandeirantes para conversar com o vicegovernador, Felício Ramuth (PSD), para falar sobre os primeiros quatro meses da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), privatização da Sabesp, projetos para a região do Alto Tietê e suas pretensões políticas. Confira a entrevista exclusiva:
Por Guilherme Alferes guilhermealferes@leiaogazeta.com.br
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GAZETA: Vice-governador, a gestão Tarcísio de Freitas está completando quatro meses da posse. Qual o balanço que o senhor faz desse período?
Felício Ramuth: Os primeiros quatro meses têm sido de uma primeira transição que o governo passou, nunca havia uma transição porque faz 30 anos que é praticamente o mesmo grupo político no Governo do Estado. Então, ao mesmo tempo da transição, nós analisamos e avaliamos aquilo que é bom para o Estado, porque o nosso governo é um governo de mudança, não de ruptura. Aliás, na campanha a gente já dizia “São Paulo pode mais”, a gente nunca usou “Construindo São Paulo”, “Reconstruindo São Paulo”, até porque é um estado pujante, a 21ª economia do mundo se fosse um país, e o que nós queremos é melhorar a prestação de serviços para aqueles velhos problemas, novas soluções, usar de criatividade, de gestão moderna, de boa política para mudar a vida das pessoas.
GAZETA: O Alto Tietê está localizado em um ponto estratégico do estado. Quais projetos específicos para a região o governo Tarcísio está trabalhando?
Felício: São várias ações, mas eu gostaria de destacar a questão do transporte metropolitano. Eu acho que ela vai ter um grande avanço, porque nós temos já estudos em andamento.
Por exemplo, tem já os estudos da linha 11, que são obras de acessibilidade que já estão em fase de elaboração de projetos, lá nas estações de Mogi, Estudantes, Jundiapeba e Brás Cubas.
Na linha Sa ra, obras de acessibilidade também, de R$ 34 milhões, lá em Itaquaquecetuba, para adequação de acessibilidade, com término agora em junho de 2023, e depois 12 meses de operação assistida nas obras de revitalização, requali cação da acessibilidade plena da estação Engenheiro Manoel Feio.
Também as obras civis para adequação da estação Aracaré, em Itaquaquecetuba, R$ 49 milhões, com início agora em abril de 2023 e término em 2025, e mais 12 meses para adequação.
A gente tem um acesso importante também, que está sendo estudado ali naquele distrito industrial do Taboão, em Mogi, com acesso à Carvalho Pinto, trabalho sendo realizado pela Artesp e a Ecopistas. O prazo do estudo é 12 meses, deve terminar em setembro de 2023, com um novo acesso que está previsto em aproximadamente R$ 80 milhões. Além dos 11 quilômetros da terceira faixa, ali da Ayrton Senna, que a gente vê a obra acontecendo também, então eu vejo aqui muitas ações.
GAZETA: Um ponto que tem sido muito debatido na sociedade é a questão das desestatizações, e a bola da vez é a Sabesp, que é um assunto muito caro para a região do Alto Tietê. Em que passo está esse processo?

Felício: Nós temos 15 projetos de concessões e PPPs, e dois de privatizações. No caso das privatizações, nós temos a EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), essa é a primeira que será privatizada, e a Sabesp.
Mas a Sabesp, para ser privatizada, tem que cumprir dois requisitos. O primeiro é baixar a tarifa, o segundo é antecipar a universalização. O que é isso?!
É poder fazer com que, mais rapidamente, os municípios servidos pela Sabesp tenham a garantia do fornecimento de água e 100% de tratamento de esgoto.
A Sabesp tem muitas cidades em que avançou muito e outras cidades que ela cou muito aquém. Com a privatização da Sabesp a gente pode garantir, não só a venda com mais e ciência da prestação de serviço, baixando a tarifa e garantir a despoluição do Tietê e Pinheiros.
Então, por que existe tanta resistência à ideia de desestatização da Sabesp?! É natural, porque também passou a ser uma questão ideológica. Você percebe que hoje o governo federal é contra as desestatizações, sejam concessões, privatizações, eles não acham que este é o cami- nho. Então existe aí um esforço que é natural de sindicatos, dos grupos de oposição, contra uma ação como essa.
Nós temos que fazer e cumprir as etapas legais, fazer um trabalho de convencimento da sociedade, o que não pode ter é notícias falsas. “Ah não, vai privatizar a Sabesp, a tarifa vai aumentar”, isso não existe, a gente nem cogita essa hipótese. Nós só o faremos se a tarifa puder ser reduzida e não aumentada.
GAZETA: Tem alguma ideia de quando vai terminar esse processo?
Felício: Sim, o estudo demora um ano, portanto, ao longo deste ano, início do ano que vem.
GAZETA: Algumas semanas atrás, surgiram notícias de que o senhor será o candidato do governo à Prefeitura de São Paulo nas eleições do ano que vem. Essa informação procede?
Felício: Não, não existe nada em relação a isso. Eu tenho uma missão a cumprir ao lado do Tarcísio por oito anos, se Deus quiser. Ele é jovem, tem 47 anos, eu vou estar aqui para ajudá-lo e apoiá-lo naquilo que for necessário. Não existe um plano nesse sentido. A gente tem acompanhado e apoiado o trabalho do prefeito Ricardo Nunes [MDB] e ao longo dos próximos meses é que vai se mostrar o caminho de viabilidade do próprio Ricardo Nunes e de outros candidatos, para que aí o Tarcísio, com o Republicanos, de na seu apoio e o PSD também dena o seu.
Neste formato, a entrevista teve de ser editada. Acesse o QRCode para conferir o conteúdo na íntegra.
