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Mercado de tintas antichamas e intumescentes evolui no Brasil

O trágico incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou 242 pessoas há pouco mais de um ano (o acidente ocorreu em 27 de janeiro de 2013) acabou sendo foco para a sociedade e órgãos públicos se conscientizarem mais sobre a importância da prevenção e proteção contra incêndios nos ambientes. Nessa linha, o ocorrido influenciou muito o aumento pela procura de tintas antichamas. “A tragédia de Santa Maria foi um marco neste mercado. Neste último ano a procura e venda deste tipo de produto aumentou significativamente”, comenta o gerente técnico da Liko, Dênio S. Guerra. Com isso, conforme salienta o chefe de marketing da WEG Tintas, Sandro Oliveira, as empresas aceleraram seus projetos e incrementaram o portfólio com mais opções de tintas intumescentes e antichamas. “Com certeza a tragédia de Santa Maria contribuiu para acelerar estes desenvolvimentos. Infelizmente tivemos que passar por algo assim para despertar o interesse por tintas com estas propriedades”, menciona. Rodrigo Arce Quintanilla, da área de comunicação comercial da Selak, concorda que o acidente em Santa Maria movimentou o mercado de proteção passiva e explica que, a partir daí, o mercado anunciou que a fiscalização seria mais rigorosa e isso aumentou automaticamente a demanda por produtos que atendessem as exigências do fiscalizador. “De fato, no nosso caso, o volume de vendas aumentou e tivemos que aumentar a produção e o processo de fabricação teve que se adaptar ao mercado, sendo o pós-venda fundamental, já que cada cliente tem uma necessidade específica”, conta Quintanilla. Gabriel Esteban Zenobi, gerente América do Sul para proteção passiva contra fogo da International Paint, marca da unidade Marine Protective Coatings da AkzoNobel, também notou que, após a tragédia, houve um maior número de consultas e de requerimentos sobre os produtos antichama e acredita que, no futuro, a demanda deste mercado continuará aumentando e requerendo soluções cada vez mais específicas. Normas mais rígidas e busca por informações mais precisas Contudo, o diretor da Renner Coatings, Luiz An22 • fevereiro_2014

dré Ortiz, afirma que o mercado já estava em expansão antes do acidente. Segundo o executivo, as normas de segurança federais, estaduais e municipais vêm sendo cada vez mais rigorosas. “O ocorrido em Santa Maria acelerou as ações que já estavam planejadas”, diz. Um outro ponto, que é observado por Marcel Picheli, gerente de produto, e Priscila Tavares, coordenadora de desenvolvimento de mercado, ambos da Sherwin-Williams, unidade Sumaré, é a existência de uma mudança de cenário decorrente não somente de incêndios, como também pelo aumento de novos projetos que envolvem grandes estruturas metálicas e, com isso, o emprego de novas tecnologias de proteção passiva. “Não só a tragédia em Santa Maria, mas outros diversos incidentes, bem como os investimentos em novos projetos de centros tecnológicos, museus, hotéis e shoppings, que ocorreram no último ano, contribuí­ ram para o aumento da atenção nesse segmento de proteção passiva contra incêndios”, atentam Picheli e Priscila, ao ressaltarem que o mercado de revestimentos intumescentes passou a ser mais demandado também em função das exigências cada vez mais rígidas por parte dos órgãos reguladores competentes. Entretanto, apesar de mudanças na legislação e do maior rigor do Corpo de Bombeiros, na opinião do gerente técnico da Liko, Dênio S. Guerra, o mercado ainda carece de informações mais precisas quanto à especificação, normatização e uso destes produtos. “Tanto o consumidor final como alguns técnicos ainda encontram dificuldades para especificar onde, quando e qual produto utilizar em cada caso. Certamente este assunto ainda precisa ser mais explorado!”, atenta Guerra. Nesse sentido, Akiko Ribeiro, diretora de negócios da divisão Protective & Marine Coatings da PPG Industries do Brasil, também nota que na maioria dos casos ainda é ausente o conhecimento da importância de se aplicar o produto correto, da forma correta. Segundo ela, para que a função PFP (Passive Fire Protection) seja garantida, é necessário que os parâmetros técnicos e os produtos aplicados sejam muito bem definidos. “É fundamental a certificação em testes que se certifiquem que a espessura aplicada é realmente

a necessária para a proteção naquela determinada condição, pelo tempo esperado. Falhar em obter essas informações pode nos levar a surpresas com impacto em vidas no momento em que conta-se com o desempenho do produto. Em contrapartida, é evidente o interesse do Corpo de Bombeiros em garantir que o produto certo seja aplicado da maneira correta”, analisa Akiko. Proteção ao fogo Nesta matéria, o leitor terá a oportunidade de conhecer as tintas antichamas disponíveis no mercado brasileiro que têm como principal função agir no retardo da propagação da chama. Sua formulação especial permite que a chama sobre o filme se apague, evitando a propagação da mesma e de novos focos de incêndio. Numa situação de emergência, essa tinta permite um tempo maior para as pessoas evacuarem o local, retardando a propagação das chamas por aproximadamente 30 minutos, cerca de vinte vezes mais tempo do que as tintas convencionais, e sem a emissão de gases tóxicos. O segmento conta também com a tinta intumescente que tem finalidade diferente: sua função é a de evitar o colapso da estrutura metálica em caso de incêndio. Este produto impede também a formação de fumaça e irá intumescer até o período que foi programado, que normalmente é de 1 hora até entrar em colapso e desabar. Outro produto citado é o acabamento ignífugo que pode retardar a propagação de chamas em ambientes com grande uso de madeira, como teatros, cinemas, hotéis e mesmo residências. A tecnologia mantém a madeira isolada da chama por mais tempo. A International Paint, marca da unidade Marine Protective Coatings da AkzoNobel, tem forte destaque em revestimentos intumescentes de proteção contra fogo para aço estrutural, com produtos testados pelos mais rigorosos padrões para assegurar tanto a proteção a vida das pessoas como proteção da propriedade. Através das marcas Interchar e Chartek a empresa atende a uma variedade de mercados, desde infraestruturas comerciais até o mercado de óleo e gás /jornaldopintor


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