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Nova rede de transporte público rodoviário da Área Metropolitana do Porto

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17 de março de 2022 JORNAL DO AVE 9

AtuAlidAde

// Santo Tirso

Nex Continental Holdings SL vence concurso para operar em Santo Tirso

A Nex Continental Holdings SL foi a empresa que ganhou o concurso para a nova rede de transportes que vai operar no Norte Nascente da Área Metropolitana do Porto (AMP). Este lote abrange os concelhos de Santo Tirso, Valongo, Paredes e Gondomar, num total de 102 linhas do universo das 439 criadas em toda a AMP. CÁtiA VelOSO

A adjudicação dos contratos, que têm a duração de sete anos, foi anunciada pela comissão executiva da AMP, dois anos após o lançamento do concurso e após um longo período de atraso motivado por várias circunstâncias, nomeadamente judiciais, económicas e sanitárias (Covid-19).

No lote Norte Centro, com 64 linhas, venceu o concurso a Viação Barranquense, que vai operar nos concelhos da Trofa, Maia e Matosinhos.

Entretanto, segundo a agência Lusa, as empresas Resende e Barraqueiro deram entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto com um processo de contencioso pré-contratual relativo ao concurso público de transporte rodoviário de passageiros da Área Metropolitana do Porto (AMP), segundo o Citius. Estas operadoras rodoviárias Resende e Barraqueiro concorreram juntas no lote Norte Centro e ficaram de fora dos vencedores.

Com previsão para iniciar operações em março de 2023, as empresas vencedoras devem reunir com a AMP para redefinir alguns termos da proposta inicial da rede de transporte, a fim de acautelar os efeitos provocados pelo contexto pandémico. Além disso, segundo a entidade de transportes da região, as operadoras tinham até esta terça-feira, 15 de março, para decidir se aceitam ou não a adjudicação dos respetivos contratos. “Regulamentar e distribuir” o serviço de transporte público rodoviário “de forma equilibrada” pelos municípios foi o principal motivo invocado pela AMP para o lançamento deste concurso, que pode voltar a sofrer atrasos, caso as atuais operadoras no Grande Porto decidam interpor novos processos judiciais.

Com esta nova rede de transportes, será possível dar a toda a população da região a possibilidade de aceder ao tarifário intermodal Andante, com os preços entretanto reduzidos graças às verbas do Programa de Apoio à Redução Tarifária.

A frota de autocarros de toda a rede vai partilhar a mesma imagem e terá de cumprir determinados requisitos ambientais (veículos menos poluentes e diminuição gradual do limite de idade média de 14 para oito anos ao longo do prazo do contrato) e ter características mínimas, como um “painel para informação ao público, visível do exterior, com indicação do código da linha que o veículo serve (à frente e atrás do veículo) e do destino da linha em operação (à frente do veículo)”, “ar condicionado”, “um sistema de geolocalização por GPS” e um “sistema de transmissão de dados”. Este último visa fiscalizar o serviço prestado por parte da Área Metropolitana, a autoridade de transportes da região.

10JORNAL DO AVE 17 DE março DE 2022

AtuAlidAde

// Vila Nova de Famalicão www.JORNALDOAVE.pt

Construtora Gabriel Couto transforma Cegonheira no novo polo da ARTAVE e CCM

Adalberto e Riopele tentam captar clientes no Japão

Projeto vai resPeitar algum do legado da antiga Cegonheira

O grupo empresarial Gabriel Couto foi o selecionado para a construção do novo complexo escolar da Escola Profissional Artística do Vale do Ave (ARTAVE) e do Centro Cultural de Música (CCM), Conservatório de Música e Artes.

Pela frente, a construtora terá como desafio a reconversão da antiga Fábrica da Cegonheira, através das ruínas da histórica empresa metalúrgica famalicense.

O edifício vai contar com instalações adequadas para a boa prática e o desenvolvimento das artes, música e cultura, de forma a valorizar o lugar que a ARTAVE e CMM têm ocupado no processo cultural do concelho.

As novas instalações vão disponibilizar mais de 60 salas de aula de tipologias e finalidades diferentes, entre bibliotecas, zonas administrativas, salas de ensaio e auditórios.

O edificado está inserido na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Vila Nova de Famalicão, integrando o núcleo escolar da cidade.

“Com quatro pisos acima do solo e um subterrâneo, o novo complexo escolar terá uma área bruta de construção de aproximadamente 9500 metros quadrados (m2), com 47 salas de dimensões médias, com áreas que oscilam entre os 18 e os 50 m2, e 16 salas de maior dimensão, com áreas entre os 60 e os 320 m2, para além de estar dotado de diversos espaços para exposições e zonas de auditórios, constituídas por um grande auditório com uma capacidade de 450 lugares, um segundo com lotação para 200 pessoas e quatro salas de ensaio que poderão ser transformadas em auditórios de 120 lugares”, revela a empresa em nota informativa.

O projeto de arquitetura, realizado pela empresa “Aurora Arquitetos”, procura manter a memória histórica da Fábrica da Cegonheira, assegurando alguns pormenores e aproveitando materiais que restam das ruínas. As ruas e corredores que antes eram utilizados pelos operários, vão assumir funções semelhantes para os estudantes da instituição.

José Alexandre Reis, diretor da ARTAVE, revela que “este é um momento de viragem para alcançar um novo patamar”. “A nova escola terá condições para uma intervenção maior da ARTAVE na cultura em Famalicão, posicionando-se também como um centro de eventos de nível mundial, quer no domínio cultural quer no domínio educativo”. A.I.F./C.V.

Uma coleção de desenhos para o Verão 2023 e matérias-primas e acabamentos focados na sustentabilidade. São estas as novidades a que a estamparia Adalberto dará em destaque na expo JITAC, uma feira do setor têxtil, que decorre no Japão, entre 22 e 24 de março.

A participar neste evento desde 2019, a empresa vê nela “uma oportunidade de apresentar a empresa e os produtos e aceder a clientes” com os quais ainda não trabalham, explicou Tâmara Martins, do departamento de vendas.

Além da Adalberto, participam neste evento outras empresas portuguesas, como a Troficolor, da Trofa, que vai tentar a “ampliação do volume de negócios”, através da “captação de novos clientes” e “na solidificação e acompanhamento das relações com os atuais”, explicou Ana Maria Magalhães, responsável pelas exportações da marca.

Uma vasta gama de artigos Denim e em PPT (pronto para tingir) com diferentes estruturas, composições e pesos, onde mais de 60% dos artigos são sustentáveis, compõem a coleção Primavera/Verão 2023, que será exposta na JITAC.

A próxima estação quente será dedicada “às fibras naturais como linho e tecidos com mistura de algodão orgânico e hemp, às gangas de cor 100% algodão orgânico com tingimento mineral e, para os puristas do denim, à gama de Selvedge onde se inclui um denim 100% algodão orgânico com índigo vegetal”. A Riopele, de Vila Nova de Famalicão, também é uma das representantes portuguesas na JITAC. Esta participação nasce de uma iniciativa da Selectiva Moda e da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, que visa promover a internacionalização das empresas portuguesas da área da moda.

Famalicão marca presença na BTL

Vila Nova de Famalicão está presente na BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, principal feira de turismo de Portugal e uma das maiores da Europa que está a decorrer até domingo, 20 de março, no pavilhão multiusos da FIL – Feira Internacional de Lisboa.

O Município de Vila Nova de Famalicão, enquadrado no espaço do Porto e Norte de Portugal, promove o concelho como destino turístico, apresentando as mais-valias territoriais no âmbito cultural, literário, industrial, desportivo e natural.

A participação municipal neste certame de renome visa, prioritariamente, a divulgação e valorização do território junto dos principais players do setor do turismo, procurando convencê-los a incluir o destino de Famalicão nas suas dinâmicas, através dos seus melhores produtos, como o Turismo Industrial, o Gastronómico e o Cultural, este último, concretamente, à volta da herança camiliana.

Considerada uma das maiores feiras do setor do turismo, a BTL, promovida pela Fundação AIP, regressa após dois anos de suspensão devido às condicionantes da pandemia de Covid-19.

www.JORNALDOAVE.pt 17 de março de 2022 JORNAL DO AVE 11

AtuAlidAde

Mercadona fatura mais 3,3% e reduz lucro ao absorver impacto dos custos

EmprEsa Está a criar sEcçõEs pronto a comEr Em todos os supErmErcados

Apesar do cenário difícil que enfrentou, com a subida dos preços das matérias-primas na origem – a qual decidiu não repercutir nos custos aos clientes - a Mercadona continuou a avançar na sua gigante transformação com o objetivo de ser uma empresa mais digital e sustentável, para o qual investiu um total de 1200 milhões de euros. Em 2021, o retalhista criou mil novos postos de trabalho e voltou a reconhecer o esforço da equipa com a distribuição de um prémio por objetivos de 375 milhões de euros, que correspondem a 25% do lucro total gerado.

As vendas da Mercadona subiram 3,3%, em 2021, para quase 28 mil milhões de euros, no universo das 1662 lojas existentes em Espanha e Portugal. Em território luso estão 29, que alcançaram uma quota de mercado de 3%, dois anos depois do início da operação do retalhista.

Com a abertura de nove lojas em Portugal, em 2021, a Mercadona atingiu um volume de vendas no país de 415 milhões de euros – mais 229 milhões que em 2020 -, e pagou 62 milhões de euros em impostos através da empresa Irmãdona Supermercados, sediada em Vila Nova de Gaia.

No final do ano, o retalhista dava emprego a 2500 pessoas, somava um investimento de 110 milhões de euros.

Nos últimos 12 meses, especialmente desde abril, a empresa enfrentou um contexto económico e social complexo, no qual teve de gerir as várias medidas relacionadas com a pandemia nas diferentes regiões onde opera, entre as quais, as restrições de mobilidade e os confinamentos, assim como um elevado aumento dos custos devido ao crescimento disparado das matérias-primas, dos transportes ou dos preços industriais.

Perante esta conjuntura inflacionista, e para minimizar o respetivo impacto nos preços de venda, a Mercadona decidiu não repercutir nos seus clientes a totalidade desses aumentos significativos, o que gerou um impacto negativo de cem milhões de euros nas suas margens operacionais e que se traduziu numa redução de 6% do seu lucro líquido, que em 2021 foi de 680 milhões de euros.

1200 milhões de investimento e mil novos postos de trabalho

A Mercadona continuou a avançar na sua brutal transformação para consolidar um modelo de empresa mais digital, produtiva e sustentável. Para isso, e durante 2021, realizou um novo esforço de investimento de 1200 milhões de euros, valor que somado ao investimento dos três exercícios anteriores ultrapassa os 5000 milhões de euros.

Como resultado deste investimento, a empresa finalizou 2021 com um total de 1662 supermercados, 29 dos quais em Portugal, após ter inaugurado 79 novos supermercados e fechado 58 lojas que não se ajustavam ao seu modelo de loja mais eficiente e sus-

RetAlhistA Aumentou doAções A instituições de solidARiedAde

Consciente do impacto social e económico que a Covid-19 está a gerar, a Mercadona aumentou em 21% as doações de produtos de primeira necessidade para cantinas sociais, bancos alimentares e outras instituições de solidariedade com as quais colabora, atingindo as 20.600 toneladas doadas, 1400 das quais distribuídas em Portugal. Além disso, como prova da solidariedade para com a ilha de La Palma, desde o primeiro dia da erupção do vulcão, a Mercadona colocou à disposição 74 toneladas de alimentos e um milhão de máscaras. tentável. Manteve, igualmente, o processo de renovação das suas lojas, finalizando o ano com 1200 supermercados adaptados ao Modelo de Loja Eficiente (Loja 8). A empresa também continuou com a implantação da secção Pronto a Comer, o que lhe permitiu finalizar 2021 com 825 lojas com esta nova secção.

Além de gerar riqueza e atividade, o seu compromisso de investimento materializou-se na criação de mil novos postos de trabalho diretos, estáveis e de qualidade, o que fez subir o total da equipa para 96.000 pessoas.

Além disso, o Comité de Direção acordou subir o salário dos colaboradores de acordo com a subida do IPC, 2,7% em Portugal e 6,5% em Espanha, para assegurar a manutenção do seu poder de compra. Uma decisão tomada em coerência com um Modelo de empresa vigente há 28 anos na qual os colaboradores são o melhor ativo dos clientes e essenciais para o crescimento do Projeto Mercadona.

O compromisso da empresa com a criação de postos de trabalho de qualidade também se refletiu ao longo do ano através de diferentes iniciativas. Assim, por exemplo, ao longo de 2021, a Mercadona continuou a desenvolver um importante trabalho preventivo e formativo em matéria de saúde laboral, fator que conquistou um protagonismo ainda maior num contexto de pandemia, para garantir que a equipa se sentia protegida e segura. Com este mesmo propósito, foi reforçado o serviço telefónico 3C (Call Center Covid), composto por 180 profissionais, entre auxiliares de saúde e médicos, que ofereceram atendimento 24 horas por dia, nos sete dias da semana, chegando a receber 8000 chamadas por dia no pico da sexta vaga, em que 5% da equipa estava contagiada.

Outra prova deste compromisso é a incorporação de novas aplicações tecnológicas para facilitar a conciliação laboral e familiar. Neste sentido, a aplicação móvel de uso interno Activo2 consolidou-se em 2021 como um dos principais canais de comunicação interna, permitindo não só manter a equipa informada, mas também recolher as suas opiniões para continuar a consolidar a Mercadona como um projeto diferenciado, ao incorporar boa parte dos contributos recebidos através desta ferramenta colaborativa.

Avançar na transformação digital e sustentabilidade

Para continuar a impulsionar o seu compromisso com a sustentabilidade e a dizer “sim a continuar a cuidar do planeta”, a Mercadona investiu mais de 49 milhões de euros em diferentes iniciativas e medidas que contribuem para um impacto mais positivo e sustentável em todas as suas ações.

Neste contexto, a empresa continuou a fortalecer a sua Estratégia 6.25, destinando um investimento de 140 milhões de euros até 2025 para conseguir o triplo objetivo de reduzir 25% de plástico, conseguir que todas as embalagens de plástico sejam recicláveis e reciclar todos os seus resíduos de plástico. Em 2021, finalizada a implantação da Loja 6.25 em toda a cadeia, cumpriu-se também o objetivo de formar e informar o “chefe” e os colaboradores sobre a gestão de resíduos.

Além disso, através da AENOR, após verificar o impacto da sua pegada de carbono, tanto as suas emissões diretas como as indiretas por consumo elétrico, a Mercadona introduziu novas medidas sustentáveis de descarbonização, como a renovação da frota com combustíveis alternativos, a incorporação de painéis solares em algumas das suas instalações ou a mudança de gases refrigerantes nos equipamentos.

Em Espanha, a Mercadona conseguiu, no ano passado, consolidar o seu serviço de compras online (Colmeias e Telecompra) e aumentar as suas vendas para os 510 milhões de euros, valor que representa um crescimento de 40% relativamente ao ano anterior. Do mesmo modo, a Mercadona Online (Colmeias) viu o número de pedidos aumentar para 1,8 milhões, comparativamente com 1,2 milhões em 2020, e fechou o ano com uma equipa de 1636 pessoas.

Para garantir a confiança dos “chefes” (clientes) que realizam as suas compras através deste canal, a Mercadona contava, no final de 2021, com três Colmeias (armazéns exclusivos para a venda online) localizadas em Barcelona, Madrid e Valência, estando previstas duas novas Colmeias em 2022, uma em Alicante e outra em Sevilha.

Reforço do investimento e do n.º de trabalhadores em 2022

A Mercadona prevê investir um total de 1100 milhões de euros em 2022 para continuar a impulsionar o seu plano estratégico de transformação.

Em Portugal, a previsão é abrir mais dez lojas, às quais se juntam 58 novas superfícies em Espanha.

O retalhista vai também proceder à remodelação de 43 supermercados para os adequar ao Modelo de Loja Eficiente (Loja 8); e à implantação da nova secção de Pronto a Comer em mais 150 supermercados.

Para tudo isso, a empresa criará mais de mil postos de trabalho estáveis e de qualidade em 2022, entre Portugal e Espanha.

O ano de 2022 está a ser muito difícil. O cenário inflacionista atual está a ter impacto na empresa e vai implicar um aumento das despesas em mais de 500 milhões de euros. Para minimizar este impacto, a Mercadona continuará a apostar na produtividade e eficiência de cada um dos processos para serem cada vez mais competitivos. Um exemplo desta estratégia é a retirada do logótipo da máscara corporativa, iniciativa que por si só gera uma poupança de 400 mil euros por ano.

O presidente da Mercadona, Juan Roig, afirma que “em 2022, o plano de investimento continua” apesar de se adivinhar “ano muito, muito difícil”. “Vamos superar, aplicando o nosso Modelo de Qualidade Total, que é o nosso farol para navegar neste cenário de incerteza que estamos a viver. Tenho a certeza de que com o esforço individual e coletivo dos 96 mil colaboradores, vamos conseguir as metas a que nos propusemos”, sublinhou.

12JORNAL DO AVE 17 DE março DE 2022

Cultura

// Santo Tirso www.JORNALDOAVE.pt

“Poesia Livre” dá voz à lusofonia e presta tributo a Ondjaki

O valor da vida humana: pensar global, agir local

Ondjaki é O autOr hOmenageadO desta ediçãO dO “POesia Livre”

Arrancou a 11 de março e até ao dia 21 promete “levar a poesia a todos”. Este ano, a iniciativa cultural da Câmara Municipal de Santo Tirso, “Poesia Livre” homenageia o escritor angolano Ondjaki, sustentando-se no tema escolhido para a edição de 2022: “Voz da Lusofo-

nia”. CÁtIa VElOSO

“É bom dividir uma escuridão com outra pessoa, em concha e aconchego, como se dois mundos, nessas gotas de negrume, fossem um só”. Este é um dos excertos de “Uma escuridão bonita”, um conto infantil de Ondjaki, que revela a veia poética existente neste escritor angolano que venceu, em 2013, o Prémio José Saramago.

Assumindo-se “prosador, às vezes poeta”, o escritor defende a poesia como ato de consu-

A 9.ª edição do projeto artístico do Agrupamento de Escolas de S. Martinho, “reCRIAR... olhando”, tem como mote as flores. “Flower power”, em exposição no Centro Cultural Municipal de Vila das Aves a partir de 21 de mar“O valor da vida humana: pensar global, agir local”. Este é o tema da exposição que esteve patente na entrada da Escola Básica e Secundária D. Dinis e que foi concebida pelas turmas do 8.º D, 8.ºE, 8.ºF e 8.ºG.

Esta exposição partiu de um projeto de duas turmas (8.ºE e 8.ºF), cuja temática se fundiu perfeitamente com alguns dos temas dos projetos de cidadania das turmas, nomeadamente os direitos humanos, o respeito pela diversidade cultural, o racismo, a xenofobia, a igualdade de género, entre outros.

Esta atividade inseriu-se também na Semana da Leitura do Agrupamento de Escolas D. Dinis e teve como base o estudo de duas obras que os alunos abordaram nas aulas de Português: O mundo em que vivi, de Ilse Losa, e O Diário de Anne Frank.

Cada turma criou um diário gigante, onde os alunos colocaram a sua opinião sobre a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto e falaram dos seus anseios e dos problemas que os inquietam no mundo presente, convidando toda a comunidade educativa a escrever também um pensamento, uma opinião, uma frase para memória futura (cada turma elaborou também um diário digital). Construíram quatro Árvores dos Desejos, onde colaram estrelas de Davi com um desejo, convidando também toda a comunidade educativa a fazê-lo, e construí-

mo obrigatório. “Devíamos ler um poema por dia, ao deitar ou a levantar. É terapêutico, ajuda-nos muito”, disse, em novembro de 2013, num encontro com estudantes na Trofa.

A exploração pelo género literário resultou em obras como “Materiais para Confecção de um Espanador de Tristezas”, “Os Modos do Mármore + 3 poemas” e “Dentro de Mim Faz Sul seguido de Acto Sanguíneo”, mas tem muitas outras, em vários estilos, que estão traduzidas em várias línguas.

Ondjaki é um dos autores lusófonos contemporâneos mais aclamados pela crítica.Desde a estreia literária, em 2000, foi várias vezes distinguido. Recebeu o Prémio Grinzane (2008), para melhor jovem escritor africano, o Prémio Bissaya Barreto (2012), pela obra “A bicicleta que tinha bigodes”, o Prémio José Saramago (2013), com o romance “Os Transparentes”, e o Prémio Litterature-Monde 2016, na categoria de literatura não francesa.

Aos 44 anos, merecerá uma sessão de tributo em Santo Tirso, no edifício da Câmara Municipal, às 21h00 de sábado, 19 de março, a cargo do professor Eusébio André Machado. Luís Soares Barbosa também marcará presença na iniciativa, que contará com a atuação do Grupo de Gaiteiros da Ponte Velha.

Até 21 de março acontecem outros momentos de exaltação da poesia, com grande envolvimento das escolas, associações e Biblioteca Municipal.

Esta quarta-feira, a Nave Cultural da Fábrica de Santo Thyrso foi palco de um concerto solidário de Cremilda Medina, cantora da nova geração da música popular de Cabo Verde, no estilo Morna e Coladeira, já distinguida com vários prémios internacionais, entre os quais o Best World Music. O espetáculo teve entrada gratuita, mas os espectadores foram desafiados a oferecer um livro à entrada, para ser oferecido às bibliotecas escolares de Cabo Verde. “O programa foi pensado com o objetivo de tornar a Poesia Livre um evento transversal, dirigido a todas as faixas etárias, que promova, valorize e dê a conhecer a cultura dos países de língua portuguesa”, realçou o presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa.

O autarca considera que este evento foi pensado para “encontrar diferentes formas de fazer chegar a poesia a todos”, este ano com “um significado especial”, uma vez que inclui o “tributo ao Ondjaki”, que o município “pretendia já ter feito há dois anos”, mas que foi obrigado a cancelar devido à pandemia de Covid-19.

“Flower power” dá cor e arte ao Centro Cultural de Vila das Aves

ço, conta com “abordagens associadas” ao slogan que dá nome à mostra, “mas também ao poder das flores na natureza e a pintores que souberam bem interpretar esta temática”.

Paralela à exposição, estará também patente uma exposição fotográfica sobre “A árvore”, uma vez que o Dia Mundial deste símbolo da natureza assinala-se, precisamente, a 21 de março. ram um mural intitulado “O mundo em que vivemos/O mundo em que vivi”, no sentido de mostrar as diferenças entre as vivências das pessoas durante a Segunda Guerra Mundial e as nossas vivências no mundo de hoje, que afinal, infelizmente, são muito poucas. Foi dado destaque também àqueles que deram a sua vida e ajudaram, como puderam, muitos judeus a escapar à perseguição e à morte. Assim, os alunos expuseram, no Muro dos Justos, alguns dos rostos dessas pessoas, apresentando informação essencial sobre as mesmas, no formato de QRcodes. Finalmente, foi ainda criado um site, que foi partilhado com a comunidade, onde se pode encontrar toda a informação relativa ao projeto.

Este trabalho envolveu muita pesquisa, visualização de documentários e filmes, leitura orientada de excertos das obras estudadas, momentos de discussão e de partilha, trabalhos artísticos e trabalhos manuais, sendo uma manifestação de como os alunos vivenciaram e exteriorizaram as temáticas abordadas, desenvolvendo o espírito crítico e a liberdade de pensamento, a criatividade e a autonomia.

Os alunos organizaram a exposição, tomaram a iniciativa e estiveram sempre muito entusiasmados ao longo do processo.

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