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16 O Jornal de HOJE

Esporte

Natal, 17 de junho de 2014

Terça-feira

Fotos: Divulgação

Passe Livre RUBENS LEMOS FILHO - r.lemosfilho@uol.com.br Divulgação

Lá vem a Alemanha

Os loirinhos do Brasil, Neymar e Daniel Alves, estão confirmados para o jogo em Fortaleza

BRASIL BUSCA

CLASSIFICAÇÃO ANTECIPADA S ELEÇÃO

ENCARA O

A Seleção Brasileira pode garantir o primeiro lugar do Grupo A e a classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo com uma rodada de antecipação se vencer o México, hoje, às 16h, na Arena Castelão, em Fortaleza. Para o segundo duelo no Mundial, o técnico Felipe Scolari tem apenas um problema na formação da equipe: com dores na coxa esquerda, Hulk aguarda pela última avaliação médica para saber se terá condições de enfrentar os mexicanos. Caso fique de fora, Hulk poderá dar lugar a Willians ou Ramires. Bernard também é opção, mas deve ficar como opção para o segundo tempo, até porque o técnico brasileiro espera por uma partida muito equilibrada. "O México, sempre que joga contra o Brasil, se comporta com atitude. Será uma partida equilibrada. As duas equipes jogam com a bola no chão e com movimentação. Mas sabemos que uma vitória nos deixará em uma

M ÉXICO

DE OLHO NAS OITAVAS DE FINAL DA

C OPA

FICHA TÉCNICA BRASIL: Julio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho, Ramires (Hulk) e Oscar; Neymar e Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari

Torcedores cearenses prometem travar um duelo com os mexicanos nas arquibancadas

situação confortável", disse o técnico Luiz Felipe Scolari, durante a entrevista coletiva desta segunda-feira, no Castelão. Na última entrevista coletiva, antes do treinamento no Castelão, Felipão minimizou o possível desfalque de Hulk e manteve o mistério para a partida contra os mexi-

canos. "Hulk sentiu a sobrecarga de treinos e jogos, está sentindo um desconforto muscular na coxa esquerda, mas vamos aguardar até o último minuto para ver sua recuperação. Se estiver melhor é óbvio que vai para o jogo, caso contrário, veremos a melhor opção", disse o treinador.

MÉXICO: Ochoa, Rodríguez, Héctor Moreno e Rafa Márquez; Aguilar, Herrera, Vázquez, Guardado e Miguel Layún; Giovani dos Santos e Peralta Técnico: Miguel Herrera Árbitro: Cuneyt Çakir, da Turquia Local: Castelão, em Fortaleza Horário: 16h

RETROSPECTO É FAVORÁVEL O retrospecto da equipe brasileira contra os rivais mexicanos é totalmente favorável quando o assunto é Copa do Mundo. São três vitórias em três jogos, com 11 gols marcados e nenhum gol sofrido. A última

ocorreu em 1962, no Chile, na campanha do bicampeonato, por 2 x 0. Mas o panorama mudou bastante com a evolução do futebol no México. Na Copa das Confederações, por exemplo, são duas vitórias para cada

lado desde 1997. Em um desses jogos, em 1999, os mexicanos derrotaram o Brasil na final (4 x 3) e conquistaram o título. De lá pra cá, foram quatro vitórias brasileiras, dois empates e sete vitórias do adversário. O

último encontro entre as seleções foi no ano passado, na Copa das Confederações. Na Arena Castelão mesmo palco da partida desta terçafeira, vitória verde e amarela por 2 x 0, gols de Neymar e Jô.

A Alemanha no futebol é o que existe de mais próximo e real dos monstros, fantasmas e sinistras carruagens imaginários e descritos pelos pais na nossa infância de molecagem e preguiça de estudar. "Se tirar nota abaixo da média, o papa figo vem lhe pegar na madrugada." O indigitado chupava sangue de criancinhas atrevidas, mas nunca apareceu(para mim) nem em pesadelo. Em qualquer torneio, até mesmo num amistoso para juntar trilhões para a Fifa, cria-se a aura misteriosa: "Lá vem a Alemanha". É um estilo sempre favorito e marcial, um bumbo ritmando suas passadas em campo ao longo das copas. O bumbo é imponente e sem emoção. Alemães não devem ter sido meninos fáceis de domar com lendas sobre assombrações. As bruxas e zumbis fugem deles quando reagem, loiros e em bando, fazendo o cerco impiedoso e tomando-lhes vassouras e espadas malévolas. A Alemanha é o racional que não desiste de jeito nenhum. É preciso voltar aos seus milagres anteriores, cristalizados na força e na persistência. Tomaram 8x3 da Hungria na primeira fase em 1954. Começaram perdendo de 2x0 a decisão contra a mesma Hungria e venceram de virada por 3x2, deixando a máquina de Puskas paralisada em na Suiça. Fizeram filme " O Milagre de Berna" para explicar o fenômeno e o protagonista é um garoto chamado Cara de Peido. Apelido dócil. Vinte anos depois, Cruijff e seus cavaleiros giratórios bateram o centro na final do Estádio Olímpico de Munique, deram 35 toques sem nenhum chucrute triscar na bola e marcaram 1x0 com um minuto de partida. A Holanda parecia pronta para o massacre, repetindo o que fizeram séculos antes com os mártires de Cunhaú e Uruaçu no Rio Grande do Norte. Os alemães, em disciplina militar, absorveram o soco no estômago, irritaram a Laranja Mecânica com a marcação perfeita sobre seu astro, empataram e viraram com dois gols de Gerd Muller. Era o segundo título mundial ganho como se fossem zebras. Beckenbauer erguia a taça e Cruijff nunca mais jogaria pela seleção holandesa. A Copa de 1990 - que ontem eu disse ter sido a pior de todas - foi feita para os alemães. Parecia jogada debaixo de nevoeiro, embora animada pelos extravagantes torcedores italianos. Os alemães, sem nenhum predicado além da coerência tática e um jogador de bom nível - Matthaus -, não demonstraram o menor desconforto com o 0x0 seguindo até os 39 minutos do segundo tempo quando o árbitro apontou pênalti e o lateral-esquerdo Brehme lhes deu o tricampeonato sobre a Argentina(1x0), ligando a torneira de um pranto em correnteza de Maradona, algoz de quatro anos antes. >>>>>> Revanches, vinganças e escritas. Tabus. Os alemães não estão nem aí. São pragmáticos e nos últimos tempos vêm suavizando um pouco seu cardápio, abrindo espaço para homens hábeis que se adaptam à cartilha da organização. Ofereceram um ponta-direita driblador e tipicamente latino como Littbarski, dos anos 1980, um meia-esquerda de aspecto árabe, seu contemporâneo Hansi Muller. Rummenigge foi ótimo, mas protótipo esquemático. Agora, de referência criativa, o camisa 8, armador cerebral , Ozil, muito parecido(os olhos são iguais ) com o ator brasileiro Fábio Lago, o Baiano, vilão do filme Tropa de Elite 1. Ozil, canhoto e um dos principais jogadores do Real Madrid, foi um arquiteto na goleada de 4x0 sobre Portugal. Adjetivar de forma exagerada é redundância. Um passeio mecânico, alemão puro, despojado de floreios e caprichos estilizados. Thomas Muller, um magro meio ruivo, simbolizou seus antecessores compatriotas. Liderou como um Fritz Walter de 1954, o Beckenbauer e o Breitner de 1974 e o Matthaus de 1990. Muller marcou, distribuiu, organizou os colegas e tripudiou do goleiro. Muller atropelou fazendo três gols sem muito esforço, abduzindo a pobre marcação lusitana, como dizem que os extraterrestres fazem quando resolvem levar para Marte algum besta circulando de bobeira por aí. Depois da espetacular Holanda contra a Espanha, o que foi dito sobre a Alemanha, foi cumprido. De acordo com o script de sempre. Transpirar para não sangrar. O placar de 4x0 para eles representou uma tarde preguiçosa na Praia de Itapoã ao som de Dorival Caymmi. Pobre Cristiano Ronaldo, o belo, o lindo, lindão. De tão ridícula confraria, pois. Penteou a cabeleira, fez careta, chutou o chão, peitou o árbitro, disse palavrão. Destroçado pela Caterpillar de branco. O melhor do mundo certamente recebeu 16 massagistas e reprisou 42 vezes o filme de sua escolha à frente de Messi. Os alemães deixaram Cristiano Ronaldo nu como o Vadinho, a alma penada e pé de lã, no cinema interpretado pelo ator José Wilker em Dona Flor e Seus Dois Maridos, obra das primas de Jorge Amado. A Cristiano Ronaldo, os espinhos, decretou a Alemanha. KLINSMANN A figura mais ilustre a passar por Natal na Copa do Mundo estava no banco dos Estados Unidos. O técnico Jurgen Klismann, alemão dos melhores atacantes da história do futebol. Campeão em 1990, formou com Voller dupla inesquecível.

BÉLGICA ESTREIA RÚSSIA ENCARA DIANTE DA ARGÉLIA A COREIA DO SUL Chegou a hora da verdade para a Bélgica. Apontada como provável sensação da Copa do Mundo após campanha invicta e praticamente perfeita nas Eliminatórias e contando com jogadores como Hazard, Fellaini e Lukaku,

a seleção do técnico Marc Wilmots entra em campo pela primeira vez na Copa no Mundo, diante da Argélia, em duelo que abre o Grupo H do Mundial e será realizada a partir das 13h, no Mineirão.

O protagonismo do Grupo H da Copa do Mundo tende a ser da Bélgica. Logo, a Rússia aparece como a maior candidata para a outra vaga às oitavas de final do Mundial. E para buscar esse ob-

jetivo, os russos têm a obrigação de vitória contra a Coreia do Sul, rival da noite desta terça, a partir das 19h (de Brasília), na Arena Pantanal, no duelo que fecha a primeira rodada da chave.

JOGÃO Três belos gols, festa do público e ótima partida de Estados Unidos e Gana. PEPE Comparado ao obtuso zagueiro Pepe, de Portugal, Júnior Baiano do Flamengo dos anos 1990, seria um diplomata. Pepe é desprovido de técnica, inteligência e aparenta sociopatia em suas jogadas criminosas. FELIPISMO O Brasil jogando no felipismo, o esquema tático que tornou o futebol ranzinza e ganhador quando não é possível empatar,

pode bater o México sem dificuldade. A defesa é boa e o meiocampo, sólido como rocha de marcação. Neymar, Neymar e Neymar. Esses três podem fazer algo diferente. Não vale chorar na hora do hino. PERALTA No México, Peralta é considerado um perigo no ataque. Comum. Giovani dos Santos sabe jogar macio e finalizar bem. Filho de Zizinho, revelado no São Paulo nos anos 1980 e vendido ainda juvenil. Freguês encadernado, o México virou rival. É a vida. PELADA O primeiro 0x0 nunca foi tão simbólico. Nigéria e Irã não demonstraram bola para jogar a Série D do Brasileirão. Incrível como brutalizaram boa parte do futebol africano. A Nigéria ficou famosa pela geração de Okocha, Amokachi, Ikpeba e Babangida, campeões olímpicos de 1996 e dando show nas Copas de 1994 e 98.


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