FLIP 15/09/2012

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Cidade

Sábado e Domingo

Natal, 15 e 16 de setembro de 2012

O Jornal de HOJE 9

Barreira da febre aftosa no Estado será revogada antes do início da Festa do Boi REVOGAÇÃO MOSTRA IMPORTÂNCIA DO MAIOR EVENTO AGROPECUÁRIO DO ESTADO QUE, NESTA EDIÇÃO, COMPLETA 50 ANOS Divulgação

Wellington Rocha

MARCELO HOLLANDA HOLLANDAJORNALISTA@GMAIL.COM

Técnicos do Ministério da Agricultura desembarcam em Natal entre os próximos dias 26 e 27 para preparar os procedimentos da sorologia que acontecerá, em outubro, em 180 propriedades do RN para confirmar a inexistência de aftosa no rebanho potiguar. No dia 25, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Júnior, deverá estar em Natal para anunciar a revogação da Portaria que proibia os animais do RN de circularem fora do Estado. A revogação será feita para que os negócios da Festa do Boi - maior evento agropecuário do Estado - não sejam prejudicados. Já os procedimentos de sorologia serão realizados no mês de outubro, após a Festa do Boi que acontece, este ano, entre os dias 11 e 20 de outubro. Normalmente, o sorteio e a visitação nas propriedades escolhidas deveriam acontecer antes da maior exposição agropecuária do estado, que este ano completará meio século de vida. Na ocasião, cada criador escolhido assinará um termo de compromisso de não movimentar seus rebanhos para fora do estado. Serão coletadas em torno de cinco mil amostras de sangue, confirmado que o RN pode ingressar no bloco dos estados nordestinos livre da barreira sanitária intensificada desde maio, quando os criadores locais foram proibidos de circular com seus animais para fora dos limites estaduais. A revogação da barreira da aftosa 'antes da época' demonstra a importância da festa e também pode ser encarada como um voto de confiança para o trabalho de recuperação feito pelo Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (Idiarn), que desde a posse da governadora Rosalba Ciarlini vinha pas-

Ministro anunciará revogação da portaria que proibia circulação de animais do Estado para fora dele. Com isso, tanto o gado de fora quanto do Estado poderão ser negociados sem necessidade de quarentena sando por um processo de desconstrução política e técnica. O resultado disso foi o caos administrativo que se instalou no Instituto no começo da gestão preocupada em varrer qualquer símbolo da administração anterior. E o Idiarn, como bem se sabe, foi criado na gestão anterior. O resultado desta questão política culminou na barreira imposta ao trânsito animal do RN para Pernambuco e Ceará, em plena estiagem considerada uma das mais rigorosas dos últimos 40 anos. Com isso, o secretário Betinho Rosado, da Agricultura, foi obrigado a correr atrás do prejuízo. Uma de suas missões foi acalmar o agronegócio, que já antevia um

impensável cancelamento da Festa do Boi, justamente nos seus 50 anos. A importância desse evento é tanta para o Estado, que as ameaças de alguns produtores em boicotá-lo, no auge da seca no primeiro semestre, preocuparam a governadora. Percebeu-se rapidamente o perigo que seria impor quarentena tanto ao gado de fora, negociado na feira, quanto ao daqui mesmo, que só poderia ser entregue aos compradores de fora se antes passasse entre 40 a 50 dias de confinamento, pagando todas as despesas dessa indesejável permanência. Recuperado e organizado, o Idiarn, dirigido por técnicas que transmitem confiança à administra-

ção, já é possível pensar que pela primeira vez no RN está não só livre da aftosa com vacinação, como integrante de um bloco de estados nessa mesma condição. Tecnicamente, os fatores que levaram o Idiarn a se atrasar em relação a outros estados nordestinos no controle exigido pelo Ministério da Agricultura em relação à febre aftosa no rebanho foram a desatualização de seus cadastro, repletos de dualidades, e à desorganização de seus escritórios, que freqüentemente nem guias de trânsito animal tinham para preencher. Além disso, a comunicação era péssima e o pessoal nem telefone ou internet tinha para trabalhar. No auge do desespero e pres-

sionados pelos acontecimentos, que culminaram com a barreira imposta por estados vizinhos, o secretário Betinho Rosado, da Agricultura, convidou um antigo funcionário de carreira do Ministério no Estado para ocupar a direção do Instituto, com a missão de organizálo exatamente dentro do que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) esperava. A boa iniciativa, porém, esbarrou em problemas básicos como as condições pelas quais o Ministério cederia o seu servidor, sem ônus para o Governo Federal. Depois de mais de 70 dias, a 'novela' não deu em nada, pois o servidor não assumiu ao cargo e a di-

reção do Idiarn acabou tomando um rumo simples: foi parar nas mãos de duas diretoras - Fabiana Lo Tierzo e Vera Paiva, respectivamente ligadas à Defesa Animal e Vegetal do Instituto. O que era para ser uma saída provisória acabou em definitiva, pois o secretário Betinho Rosado observou que a nova diretoria estava dando certo, melhor até do que imaginava, pois a última visita dos técnicos do Ministério foi totalmente bem sucedida. O perigo maior da auditoria feita para ver se o Idiarn corrigira seus anacronismos acabou comprovando que a solução dos problemas nunca esteve fora, mas estava bem perto todo o tempo.


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