FLIP 07/07/2012

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Cidade

Sábado e Domingo

Natal, 7 e 8 de julho de 2012

O Jornal de HOJE 11

Alex Medeiros alex.medeiros1959@uol.com.br

Fla x Flu 100 anos No field do Fluminense realizou-se hontem a 20ª prova do campeonato instituído pela Liga Metropolitana entre os clubes acima citados. No encontro dos primeiros "teams" venceu a equipe do Fluminense por 3 "goals" a 2. (Jornal do Brasil, 8/6/1912). Começou assim, exatamente há um século – num remoto português recheado de termos em inglês – aquele que se tornaria o clássico mais famoso do futebol brasileiro e que viveu sua apoteose no templo do velho Maracanã, entre as décadas de 1940 e 1980. Para as novas gerações que neste sábado assistirão ao Fla x Flu raquítico de bola e de público, convém mergulhar mais vezes na história rica e emocionante do duelo mais tradicional do Rio de Janeiro, quando o tricolor era o maior rival do hoje rival do Vasco. Foi o jornalista Mário Filho, irmão de Nelson Rodrigues, e maior entusiasta da construção do estádio Maracanã, inaugurado em 1950 (tanto que tem o seu nome), quem primeiro usou o termo "Fla x Flu" para definir o encontro dos dois clubes. Parido de uma placenta tricolor, por motivos políticos, sociais e administrativos, o Flamengo surgiu em 1911 de uma cizânia entre sócios do Fluminense, fundado nove anos antes em 1902 por Oscar Cox, o cara que trouxe o futebol da Europa para o Rio. Numa analogia ludopédica da literatura bíblica, o paraíso boleiro carioca tem no Flu a sua versão de Adão que cedeu uma costela para gerar o Fla, uma Eva que nunca mais o deixaria viver em paz. Em 100 anos de lúdicas batalhas, o Fla x Flu virou História. E para que a História seja bem contada e registrada para a eternidade, vitais foram as personagens que construíram fatos e mitos, tanto dentro quanto fora do gramado. Figuras como Nelson Rodrigues, José Lins do Rego, Ary Barroso, Zico e Rivellino. Artistas da bola e craques das artes compuseram a antologia de glórias, angústias e magia que envolve a trajetória de um embate que mexeu com a vida de milhões de brasileiros, que originou paixões e loucuras e que redesenhou o conceito de massa. Nenhuma multidão em delírio, nem mesmo aque-

las das manifestações políticas das cidades na metade do século XX, tem uma composição sociológica e cultural de tamanha pluralidade quanto um Maracanã empanturrado de rubronegros e tricolores. Em mais de 150 anos de futebol profissional no planeta, jamais em campo algum se registrou o que as duas torcidas fizeram em 15 de dezembro de 1963, exatamente no centenário de fundação da FIFA e de criação das regras para a prática do esporte bretão. No jogo decisivo do Campeonato Carioca daquele ano, mais de 177 mil torcedores pagaram ingresso para acompanhar a disputa que acabou sem gols e provocando o título de campeão para o Fluminense. Sem computar os penetras e os convidados. A década de 1960 foi crucial para a expansão das torcidas cariocas em cidades como Natal, influenciadas pelas narrações radiofônicas da Rádio Nacional e Rádio Tupi, dos textos em jornais e revistas esportivas e pelas imagens do Canal 100 no cinema. A minha geração, por exemplo, transferia para as peladas nas ruas de barro e nas quadras das escolas os embates que aconteciam nos clássicos nacionais, principalmente entre o Santos de Pelé e o Botafogo de Garrincha e entre o Flamengo e o Fluminense. Na fronteira das décadas de 1950 e 1960, coube a um craque rubronegro, o artilheiro alagoano Dida, a popularização da camisa número 10. Os meninos cariocas pediam às mães que costurassem o algarismo do matador nas costas. E Zico foi um deles. A paixão pelo Fla x Flu em Natal registrou seu último grande momento no auge do restaurante e boate Chaplin, na Praia dos Artistas, em 1995. Milhares de fanáticos ocuparam o local e adjacências para acompanhar a final no telão instalado ali. O gol de barriga de Renato Gaúcho, aos 42 minutos do fim, selou a sorte tricolor num 3 x 2 épico que mexeu o tempo todo com os nervos dos dois lados. Uma pena que neste sábado, 7/72012, os encantos do passado não estimulem a mística centenária. (AM)

MENTIRAS

ADOLESCENTES

O governo do RN inventou a propaganda prestidigitadora. Tenta criar uma audiência na tática de iludir o telespectador com obras e ações inexistentes, algumas somente no papel. E é tão velho o truque do ator nacional como animador de palanque eletrônico.

A IstoÉ traz matéria diferente sobre os teens, destacando pesquisa dos psiquiatras Daniel Offer e Kimberly Schonert, das universidades Northwestern (Chicago) e Columbia (Vancouver), apontando que 80% deles superam a fase com tranquilidade.

DEDURAGEM

MICK JAGGER

É uma coisa muita feia para um profissional de comunicação, de imprensa ou publicidade, travestirse de agente público e sair por aí como leão de chácara de governo resmungando em veículo de comunicação contra esse ou aquele jornalista.

BRASIL-SIL

Faltam 705 dias para a Copa do Mundo 2014 e 340 dias para a Copa das Confederações. Por enquanto, a nação não tem qualquer sinal de obras de mobilidade urbana, onze estádios não ficarão prontos a tempo, e sequer há uma seleção de bom nível.

ENCOMENDA

Depois de desnudar a vida de David Bowie e contar a saga da banda Ashers Jane, o jornalista e escritor Marc Pitz vem aí com a biografia do líder dos Rolling Stones, o cara que formulou o tripé "sexo, drogas e rock 'n' roll". O livro é da editora Benvirá.

POP ROCK

Logo mais, a partir das 20h, uma das bandas que marcaram a cena urbana do rock natalense na década de 1980 fará show no bar Bardallos, na Ribeira. É a resistência musical, ritualística e brincalhona do grupo Gato Lúdico. Não percam.

TELEVISÃO

Foi só a mídia nacional mostrar o risco do PT perder as eleições nas principais capitais e grandes cidades do país, e a revista Carta Capital, do capo-petralha Mino Carta, abriu várias páginas para o presidente petista Rui Falcão dizer que está tudo bem no partido.

A Globo botou no ar dois novos programas fantasiados com o estereótipo de "papo cabeça", mas que se mostraram versões bem produzidas de Christina Rocha (SBT) e Sônia Abrão (Rede TV!). Fátima Bernardes e Pedro Bial menores que Leda Nagle.

ALCOOLISMO

RELÍQUIAS

Excelente reportagem da Veja (capa da semana) sobre o consumo de álcool pelos adolescentes brasileiros. Só faltou um box especial sobre Natal, uma das capitais onde o problema tem status de moda, imposto pelas festas e até por veículos de comunicação.

O hotel Atlantic Royale, em São Carlos (interior paulista), que será inaugurado em novembro, arrematou boa parte do mobiliário do Copacabana Palace para usar na decoração de um avião ATR-42 que será instalado no pátio do empreendimento.

BRASILEIRÃO SUB-40 Loco Abreu, Juninho Pernambucano, Ronaldinho Gaúcho, Luis Fabiano, Fred, Deco, Roger, Felipe (Vasco), Marcos Assunção, Gilberto, Paulo Baier, Rogério Ceni, Elano, Danilo, Tinga, Zé Roberto, Dida, Gilberto Silva, Alex, Léo, Ricardinho, Renato (Botafogo), Magno Alves, Liedson, Dodô, Mancini, Renato (Flamengo), Guiñazu, Índio, Fábio Aurélio, Leandro Guerreiro, Triguinho, Fernando Prass, Emerson, Maldonado, Jorge Henrique, Carlos Tenório, Fabrício, Cicinho, Forlán, Kléberson, Wesley, Deivid, Gérson, Zé Roberto, Martinez, Léo Moura, Magrão, Felipe (Atlético-GO), Marquinhos Paraná, Lúcio, Tcheco, Araújo, Pereira, Chicão, Cascata, Douglas, Leandro Eusébio, Alessandro, Marcelo Cordeiro, Kim, Rafael Schmitz, Edu Dracena, Martín Ligüera, Joilson, Raphael Botti, Caio, Gustavo, Pituca, Túlio, Durval, Marcinho, André Luis, Juan, Seedorf.

João Ricardo Correia jornalistajoaoricardocorreia@gmail.com / joaoricardocorreia@yahoo.com.br / Twitter: @joaoricardorn

LIVRO 2 Em 2005, o escritor ganhou o prêmio Câmara Cascudo com a primeira edição da obra relançada nesta sexta-feira, sendo agraciado com a Bolsa Funarte de Criação Literária para pesquisa e conclusão do romance “A Dançarina e o Coronel”. LIVRO 3 Autor de outras belas obras literárias, Aldo Lopes foi repórter e editor de cultura de alguns jornais da Paraíba, nos anos 80 e 90. Trata as letras com maestria. É um profissional dedicado e talentoso. Parabéns ao amigo, por mais uma obra, e ao Rio Grande do Norte, pelo privilégio de tê-lo por aqui como servidor da Segurança Pública. PAI NOSSO O promotor de Justiça André Luis Bortolini, do Ministério Público (MP) do Paraná, recomendou ontem à Câmara de Vereadores de Apucarana a não aprovação do projeto de lei que pretende instituir a oração diária do Pai-Nosso nas escolas da rede municipal. "É manifesta a inconstitucionalidade do projeto", disse Bortolini à Agência Brasil. É... Num país onde existe marcha em defesa da liberação da maconha, proibir uma oração na escola não é nada de se estranhar.

CINEMA O Centro de Ciências Humanas Letras e Artes (CCHLA) e o Departamento de Ciências Sociais (DCS) da UFRN, em parceria com a prefeitura de Parnamirim, Associação Ileaô, Centro de Desenvolvimento Social e Comunitário (Cedesc) e a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima promovem o clico de apresentações cinematográficas “Crise Ecológica e Cinema”. As apresentações acontecerão gratuitamente, de agosto a novembro, das 19 às 22 horas, no Centro Pastoral Padre João Correia de Aquino, na avenida Castor Vieira Régis, 286, Cohabinal.

Wellington Rocha

CINEMA 2 A iniciativa tem o objetivo de abordar temas referentes às mudanças e desgastes da natureza e do clima. Propondo através dos filmes e documentários, compreender o caráter e o significado da “crise ecológica”. O projeto tem como público-alvo líderes comunitários, conselheiros municipais, agentes públicos, integrantes de movimentos sociais, pesquisadores e ativistas da academia e de diferentes movimentos ambientais e sociais, estudantes e professores, e a comunidade em geral, uma vez que o tema influencia a realidade do Planeta. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail fundacao.cultura@parnamirim.rn.gov.br, enviando nome completo, os números do CPF e RG. DESMATAMENTO O Ministério Público Federal está denunciando, na Justiça Federal, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como responsável por um terço do desmatamento da Amazônia. Procuradores da República ingressaram com ações civis públicas contra o órgão em seis Estados por desmatamento ilegal em assentamentos da reforma agrária, nas quais apresentam, entre outros pedidos, o fim imediato das derrubadas. DESMATAMENTO 2 As ações foram ajuizadas essa semana no Pará, Amazonas, Acre, em Rondônia, Roraima e Mato Grosso. Segundo o MPF, há um expressivo crescimento das derrubadas ilegais na Amazônia em assentamentos do Incra. Em 2004, o corte ilegal nessas áreas representava 18% de todo o desmatamento do bioma, e em 2010 somaram 31,1% da derrubada anual. POESIA Trecho de Contrários, do padre Fábio de Melo: “Só quem perdoou na vida sabe o que é amar, porque aprendeu que o amor só é amor se já provou alguma dor. E assim, viu grandeza na miséria, descobriu que é no limite que o amor pode nascer”.

DeQualvirar a cabeça o pior: antipático suplente ou antipático incompetente?

LIVRO A reedição do romance “O Dia dos Cachorros”, escrito pelo jornalista e delegado de Polícia Civil paraibano Aldo Lopes de Araújo, foi lançada ontem à noite, na livraria Saraiva, no Midway Mall.

Inocente correndo perigo A placa indica o perigo, mas o indefeso ser corre o risco. Inocente e inofensivo, não tem como evitar a situação e pode transformar-se em vítima. Tomara que o muro não desabe em cima de quem não tem nada a ver com o motivo que o fez ficar “cai ou não cai”.


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