4 entrevista
DOMINGO, 1º de agosto de 2021
continuação
‘Eu sou a favor do financiamento público, mas não um valor exorbitante’ Deputado, vamos falar sobre o plano nacional. Hoje está muito clara essa polarização entre lulistas e bolsonaristas, entre esquerda e direita, e em algum momento o centrão sinalizou que poderia construir um nome para oferecer como boa opção ao eleitor brasileiro, mas até aqui o centrão não conseguiu consolidar isso. Por que que o centrão não consegue construir um nome para fazer frente a esses dois lados da política brasileira? Olha, César, esse radicalismo, esse confronto, eu discordo. Eu acho que a política é arte do diálogo, o presidente da República tem que ter uma boa relação com os Poderes constituídos, Congresso, Poder Judiciário e aí o presidente tem sido um pouco radical, então esse distanciamento, automaticamente essa polarização entre o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula tem, vamos dizer, concentrado a opinião pública. Mas, por exemplo, tem um nome que tem surgido aí no MDB, de uma mulher muito combativa, uma mulher que tem um trabalho muito elogiado, que é a senadora Simone Tebet, pode ser um nome que eu não diria do centrão, porque o MDB hoje não é centrão, não participa do governo Bolsonaro; o MDB é independente, eu participo da Executiva Nacional do partido, a nossa postura tem sido de independência, como vocês podem acompanhar nas votações importantes a gente tem votado. Eu acho que essa polarização não é boa e se vai surgir um nome realmente só o tempo dirá. O senhor não votou a favor do “fundão eleitoral”, desse aumento para quase R$ 6 bilhões, mas também o senhor não votou contra, o senhor não participou da sessão. Para deixar claro: qual a posição do senhor em relação ao fundão aprovado pelo Congresso. Ótima pergunta. Esse assunto não foi debatido, então na hora da votação, que é virtual, que é pelo Zoom, pelo aplicativo do celular, eu não estava sabendo como era a votação. Então eu realmente não votei. Eu sou a favor do financiamento público, que aí as pessoas têm que saber o seguinte, o que é financiamento público e o que é financiamento privado. O que que ocorreu no Brasil? Promiscuidade do dinheiro público para a iniciativa privada, que ocorreu a Lava Jato e alguns políticos foram implicados. Eu sou a favor
do financiamento público. Agora um valor que seja razoável, não um valor exorbitante como esse que votaram. Como o senhor imagina, prevê o desfecho dessa CPI da Pandemia em Brasília? Sou a favor obviamente de se investigar, não pode haver negligência, conivência, agora com muita cautela, eu acho que tem que se ter mais objetividade, não pode radicalizar, mas é importante, há fatos novos aí e que se possa no momento final se averiguar se houve ou não uma omissão, conivência ou negligência do Poder Público com relação a perdas de
mais de 500 mil vidas, que infelizmente ocorreram. Trazendo pra o Rio GrandedoNorte,oMDBsedividiu na Assembleia em relação à CPI da Covid. Nelter Queiroz éabertamenteafavordaCPI, trabalhou por ela e o Dr. Bernardo votou contra a instalação dessa Comissão. O que que o partido pensa em relação a essa divisão e a essa investigação que a Assembleia promete fazer? Nós temos que respeitar a opinião dos nossos colegas deputados Nelter e Dr. Bernardo, vamos esperar ser aberta ainda a CPI, nós temos uma opinião clara do
deputado Dr. Bernardo, que tem dito que não é favorável à abertura da CPI, ao contrário do deputado Nelter Queiroz. Mas a posição desses dois deputados do MDB está muito clara. Nelter Queiroz é oposição aberta e Bernardo está na bancada governista, ele inclusive acompanhou a governadora Fátima Bezerra agora em agenda do Alto Oeste. Como é que o partido entende essas duas posições? A gente está conversando com os partidos. Não houve nenhuma definição dos partidos. No momento certo, nós vamos conversar sobre
a liderança do ex-senador Garibaldi Filho, com o deputado Bernardo, com o deputado Nelter, com os prefeitos, com os ex-prefeitos, com todos para tomarmos uma decisão que possa unir o partido em torno do caminho que iremos definir em 2022. Deputado, o senhor vai mais uma vez colocar o nome para julgamento do eleitor. O que faz lhe crer que o eleitor possa lhe dar mais um mandato na Câmara Federal? Eu tenho procurado pautar o meu mandato com muito trabalho. Eu viajo na segunda-feira, terça-feira para
Brasília, retorno na quinta, sexta, minha família mora toda aqui no Rio Grande do Norte, aqui em Natal. O meu mandato, ao longo só do ano passado para esse, nós já conseguimos de emenda parlamentar, de recursos para o nosso estado, algo em torno de R$ 80 milhões de reais. Eu sou um deputado municipalista, e o que é um deputado municipalista? Um deputado que ajuda aos municípios do seu estado, chega à ponta os nossos recursos. Semana retrasada, estive em Angicos, e estamos viabilizando para a saúde uma nova UBS. Na região Oeste, Assú, Apodi, Mossoró, também estive recentemente na Liga do Câncer, ao lado dos vereadores do MDB, destinando recursos. Para finalizar, quanto à produção legislativa do senhor, como o senhor avalia até aqui? Na parte legislativa, tramita na Câmara Federal uma PEC de nossa autoria que autoriza o reparcelamento da dívida do INSS em até 300 vezes. Isso aí não é utopia, já ocorreu em outros governos. As prefeituras têm muita dificuldade de capacidade de investimento com recursos próprios. Eu costumo dizer que o primo rico da gente, que é o Governo Federal, tem que rever esse pacto federativo, porque o bolo tributário se concentra na União, dificultando a vida dos estados e municípios que não têm dinheiro para investir. Então quem tem essa capacidade é o Governo Federal. Eu defendo o pacto federativo, sou um deputado que participa ativamente da vida nos municípios, ajudando pra valer os municípios do Rio Grande do Norte, tenho vários projetos que estão tramitando e no momento certo, na hora certa vamos colocar o nosso nome à disposição para o julgamento popular.