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TERçA-FEIRA, 22 de fevereiro de 2022
Reaproveitamento
PROSA
Governo do RN lança projeto & VERSO A glória do “Estado mínimo” para reuso de águas na U agricultura familiar crispinianoneto@gmail.com
>> Municípios de Alexandria, Alto do Rodrigues, Assú, Lajes e São Paulo do Potengi são os primeiros contemplados
O
projeto “Reuso de Águas Cinzas na Agricultura Familiar do RN” foi lançado na segundafeira (21) pela governadora Fátima Bezerra. O projeto é resultado de convênio entre a Emater, Fundação Banco do Brasil e Funcern (Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte) do IFRN. O objetivo é viabilizar o reaproveitamento de águas utilizadas em pias, chuveiros e tanques de roupa, após filtragem biológica, na irrigação. Os municípios de Alexandria, Alto do Rodrigues, Assú, Lajes e São Paulo do Potengi são os primeiros contemplados. Nestes cinco municípios serão beneficiadas inicialmente 44 famílias. A governadora Fátima Bezerra ressaltou que o projeto é fruto da capacidade técnica e competência da equipe de Governo e envolve as secretarias de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape), de Gestão de Metas, Projetos e Relações Institucionais (Segri), Emater e Emparn. “É mais uma ação de valorização, fortalecimento e expansão à agricultura familiar. Significa para as famílias melhores condições para produzir. Para os municípios, estado e país, mais desenvolvimento. É um projeto fantástico, que dialoga com o desafio contemporâneo da sustentabilidade e descarbonização do planeta. Leva tecnologia para ampliar o uso da água, chegando a regiões mais distantes da capital e mais necessitadas “. Fátima Bezerra, que coordena a Câmara Técnica da agricultura familiar do Consórcio Nordeste, destacou também que hoje o Rio Grande do Norte é referência nacional no apoio ao setor com o programa de compras governamentais. “Isso também é apoio ao agricultor familiar. Temos legislação estadual que determina o mínimo de 30% para compras governamentais neste setor e proporcionamos sustentabilidade, emprego, inclusão econômica e social, renda, cida-
Elisa Elsie
Governadora Fátima Bezerra lança programa de Reuso de Águas Cinzas
dania e condição para permanecer trabalhando na terra”. O programa será coordenado pela Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo do RN). O diretorgeral César Oliveira informou que o principal objetivo será o cultivo de palma para alimentação animal, assegurando forragem para os períodos de estiagem. A Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) vai fornecer nesta fase 13.200 raquetes de palma para início dos cultivos. César Oliveira acrescentou que o Programa de Reuso de Águas promove apoio à agricultura familiar com sustentabilidade e atende a oito dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, entre eles a ação contra a mudança global do clima”. Titular da Segri, Fenando Mineiro citou projeto piloto implantado no município de Parelhas que apresenta resultado altamente satisfatório. “A iniciativa comprovou a viabilidade do cultivo irrigado da palma como opção forrageira no semiárido, auxiliando o produtor na manutenção e ampliação dos rebanhos. O resultado é tão significativo que vamos levar esta iniciativa a todas as regiões do Estado”, declarou. Para o secretário da Sape, Guilherme Saldanha o projeto Reuso de Águas “casa com a convivência com o Semiárido. Permite que, com investimento de aproximadamente R$ 10 mil, uma família de produtores permaneça na sua terra produzindo. Esta é mais uma iniciativa que comprova o compro-
misso da governadora com o semiárido, proporcionando condições para o homem do campo viver melhor e com mais dignidade”. O projeto Reuso de Águas Cinzas na Agricultura Familiar é um convênio de cooperação financeira firmado entre o Governo do Estado, por meio da Emater-RN, e a Fundação Banco do Brasil. Conta com investimentos que somam R$ 614.975,24, sendo R$ 408.695,44 provenientes da Fundação Banco do Brasil, e contrapartida do Governo do Estado de R$ 206.279,80. Os técnicos da Emater-RN farão o acompanhamento da execução do projeto. Reuso seguro e integrado A superintendente do Banco do Brasil no RN, Priscila Requejo disse que o projeto se enquadra dentro dos princípios da instituição em financiar o agronegócio e a agroecologia. “Este projeto no qual somos parceiros do Governo do Estado preserva um dos recursos mais importantes para o homem do campo, para a economia e para o desenvolvimento regional. Além disso, a parceria com a Emater nos dá segurança da aplicabilidade dos recursos que chegarão às mãos certas”. Representando a Assembleia Legislativa, o deputado Francisco Medeiros disse que o projeto sistematiza o reuso de águas cinzas para utilização adequada na produção agrícola. “Antes tínhamos algumas iniciativas precárias, sem uso da tecnologia. Agora temos um projeto que irá permitir
o reuso seguro e integrado a culturas que vão permitir a continuidade da produção nos períodos de seca, renda e dignidade para os produtores familiares, comprovando o compromisso de um governo com a agricultura familiar e com a questão hídrica”. O presidente da Federação da Agricultura do RN (Fetarn), Manoel Cândido registrou a importância do programa “que irá reverter milhões de litros de água para a produção”. O representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do RN (Fetraf), vereador em São Paulo do Potengi, João Cabral, disse que “há um desperdício de águas cinzas no interior. Agora o programa Reuso chega com tecnologia para permitir a utilização na produção agrícola, contribuindo para manter as famílias no campo e gerando renda”. Em São Paulo do Potengi, município da região Central do Estado, o produtor Francisco Cassimiro será um dos beneficiados. Ele produz frutas como manga, acerola e cajá, e cria gado bovino, no Sítio Várzea Fria. “Este projeto é muito bom para nós por que dará condições para a gente produzir alimentos para os animais de forma eficiente e com menor custo. Só tenho a agradecer esta iniciativa”. Ao ato de lançamento, no auditório da Governadoria, também compareceram técnicos e gestores dos órgãos estaduais envolvidos, representantes dos movimentos sociais como MST e a vice-prefeita de Assú, Fabiana Bezerra.
m discurso que ganhou a opinião pública brasileira é o de que o Estado brasileiro é gigantesco e que se gasta demais com servidores públicos. Na prática, se trata de uma deslavada mentira que as esquerdas e o movimento sindical dos servidores públicos não têm tido competência de rebater, quando na verdade não passa de uma falácia. Ontem vi uma mensagem no twitter que é muito esclarecedora dessa contradição brasileira. Vejamos: “Vendo imagens de Petrópolis. Antes de novo temporal - previsto para hoje - pessoas escavam com as mãos locais em que há soterrados. Sem Exército, especialistas ou maquinário... não há menor sinal do poder público. Chegamos à glória do Estado mínimo. Só sobrevive quem tem mérito”. O Brasil tem 3,4 milhões de servidores públicos numa população que está chegando aos 220 milhões de habitantes. Quase todos os países desenvolvidos capitalistas, liberais, têm mais servidores públicos que o Brasil Confirme podemos constatar pelos dados dos países da OCDE, o Brasil está longe de ser um país proporcionalmente com grande quantidade de servidores públicos. Dentre os 33 países investigados, a média é de 17,91% de funcionários públicos em relação ao total de empregados no país. No Brasil, este número é de 12,5%. O nosso país só tem mais funcionários públicos do que Luxemburgo, Holanda, Alemanha, Suíça, Coreia do Sul e Japão. Curioso que ele fica 2,4 p. p. atrás dos EUA, a maior imagem de liberalismo que o senso comum costuma nos impor. Já em relação à média da OCDE, temos 5,4 p. p. a menos de funcionários públicos. E olha que a OCDE reúne países de orientação liberal. No máximo, social-democratas. Nada de países esquerdistas. Cuba, Vietnam, Coreia do Norte, nem mesmo China estão ali. E dentre estes países o Brasil, nem de longe é um exemplo de excesso de funcionários públicos. Podemos citar aqui pelo menos 15 países liberais que têm mais funcionários públicos que o Brasil. Japão, Coréia do Sul, Alemanha, Turquia, Itália, Estados Unidos, Espanha, Reino Unido, Grécia, Canadá, França, Finlândia, Suécia, Dinamarca e Noruega. Pois bem. O problema do discurso do “estado mínimo”, funciona até ter uma tragédia como esta. Cadê o Estado para dar assistência a esta gente que está desabrigada, que perdeu casas, móveis, carros e todas as condições de vida? Muito diferente do Japão, por exemplo que de uma vez só enfrentou um tsunami, um terremoto e um acidente nuclear. E lá estava o Estado poderoso e eficiente para dar assistência ao seu povo em desespero. Aqui, ´resta o “Salve-se quem puder”. Claro que sabemos que o Estado brasileiro é ineficiente, é frágil e, como diz o monstruoso Paulo Guedes “Não entrega o que deveria entregar”. O problema é que com tanto desprezo, humilhação, negação de direitos, falta de estrutura e incompetência da maioria dos gestores, além do desprezo deles pelo povo, fica difícil o servidor resolver os grandes desafios. Quando ouvimos alguém falando de Estado mínimo no Brasil, podemos concluir que se trata de algum interesseiro de elite que quer que todas as riquezas do povo passem às mãos dos poucos que são ricos. Ou são pobres imbecilizados que não entendem que este é um discurso contra os interesses do povo. Especialmente do povo pobre.
Nazifascismo Porta-voz da Casa Branca diz: “Brasil parece estar do outro lado”. Parece é? O pior é que não é exatamente do lado da Rússia. O lado de Bolsonaro é contra os Estados Unidos, contra a Rússia e contra o Brasil. Bolsonaro é contra a democracia e a civilização. O lado dele é o nazifascismo.
Projeto maior O deputado federal Nilto Tatto, do PT de São Paulo, lembra que Fernando Haddad é uma das grandes revelações da política brasileira nos últimos anos. Não digo que ele seja novato: foi o melhor ministro da Educação dos últimos 30 anos e um prefeito equiparável a Martha e Erundina. Mas tem apenas 59 anos e muito o que contribuir com São Paulo e o Brasil. O que tudo indica é que Haddad será candidato a governador de São Paulo, para se preparar para suceder Lula na presidência do Brasil. Com apoio de Lula e Alckmin Haddad já tem 38% nas preferências. Os perfeccionistas do PT e de outros ´partidos de esquerda precisam entender o projeto maior.
Fome e descaso O tuiteiro Carlos Veras lembra que: O Brasil é o 3° maior produtor de alimentos do mundo. A fome voltou devido ao descaso do governo Bolsonaro com as políticas públicas de segurança alimentar, que tem a agricultura familiar como base principal. Vamos recuperar esse país e devolver o Brasil ao povo brasileiro!