Jornal de Fato

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SEXTA-FEIRA, 11 DE maio DE 2021

PROSA

Grãos

Mesmo com queda, IBGE estima & VERSO safra recorde para este ano Telegrama secreto prova que crispinianoneto@gmail.com

>> A área total a ser colhida teve alta de 3,9% em relação ao ano passado e chegou a 68 milhões de hectares

A

produção brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve render uma safra recorde de 262,8 milhões de toneladas em 2021. Apesar do resultado apresentar a segunda queda consecutiva na estimativa mensal, o volume representa aumento de 3,4% em relação à safra do ano passado, que alcançou 254,1 milhões de toneladas. É o que revela a estimativa de maio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda na comparação com a estimativa de abril foi de 0,6%, ou 1,7 milhão de toneladas. Segundo o IBGE, a retração ocorreu por causa do atraso na colheita da soja, que levou à redução da janela de plantio do milho, além da baixa ocorrência de chuvas em estados produtores, como Paraná e Mato Grosso. A área total a ser colhida teve alta de 3,9% em relação ao ano passado e chegou a 68 milhões de hectares. Na comparação com abril, a estimativa da área a ser colhida cresceu 119,7 mil hectares, o que representa acréscimo de 0,2%. Milho O instituto ressalta que a segunda safra do milho representa 73,9% da produção total desse grão e a estimativa da produção para essa safra caiu 4,4% em relação a abril - 3,4 milhões de toneladas a menos. A queda em relação à produção de maio de 2020 é de 4,3%.Somadas, as duas safras de milho devem chegar a 99,2 milhões de toneladas, o que é 3,2% a menos do que a estimativa de abril. Na comparação anual, a produção total deve ser 3,9% menor, mesmo com os aumentos de 6% na área

Reprodução

Produção de grãos, cereais e leguminosas segue forte no Brasil plantada e de 6,2% na área a ser colhida. Soja A soja, a principal cultura do país, deve ter uma safra recorde este ano, com 132,9 milhões de toneladas, um aumento de 9,4% frente ao ano passado. Na comparação com abril, o aumento na estimativa é de 0,7%. De acordo com o IBGE, o crescimento se deve ao preço do grão no mercado internacional, que está vantajoso para o produtor brasileiro. Arroz A estimativa para a produção do arroz também cresceu, um aumento de 2,4% na comparação com abril, e deve chegar a 11,4 milhões de toneladas. Para o instituto, a produção é suficiente para abastecer o mercado interno, depois da alta no preço visto em 2020 devido ao aumento do consumo interno e ao crescimento das exportações. Em 2021, a produção do arroz deve ficar 2,8% acima da do ano passado, beneficiado pela seca no sul, que facilita a colheita.

Feijão A produção de feijão deve chegar a 2,9 milhões de toneladas este ano, o suficiente para atender ao consumo interno. Na comparação com abril, a estimativa caiu 2,3%, mas está praticamente estável em relação ao que foi produzido no ano anterior, com 577 toneladas a menos.As estimativas para o feijão são de queda de 0,3% na primeira safra, com total de 1,3 milhão de toneladas. A segunda safra foi estimada em 1 milhão de toneladas, 7,2% frente à estimativa do mês anterior. E a estimativa para a terceira safra de feijão é de produzir 578,4 mil toneladas, aumento de 2,7% frente à previsão de abril. Café Para o café, o crescimento previsto é de 4,3% frente a abril, mas houve queda de 21% na comparação anual. O café arábica deve chegar a 2 milhões de toneladas, um aumento de 6% em relação a abril e queda de 29,3% frente a produção de 2020. Para o IBGE, a queda é esperada,

RN terá crescimento de 60% dos voos da Latam Em julho, Rio Grande do Norte terá crescimento de 60% dos voos da Latam. O aumento aproximado compara os meses de junho a julho de 2021. A previsão foi garantida pela companhia aérea Latam Airlines em reunião com a Secretaria de Turismo do RN e a Empresa Potiguar de Promoção Turística. Com nove voos operando todos os dias entre os

Bolsonaro prejudica envio de insumo da China para vacina

principais mercados emissores do estado. De julho a setembro deste ano, o Aeroporto Internacional Aluísio Alves receberá 743 voos, o que somado gera uma média de 38 mil assentos, com frequências diárias de quatro voos vindos de Guarulhos,umvoodeCongonhas, duas chegadas oriundas de Brasília e dois voos do Rio de Janeiro. A expectativa é retomar 90% da malha aérea de

antes da pandemia até dezembro de 2021. Para a secretária de turismo do RN, Aninha Costa, a notícia é um ânimo a mais para o setor. “A maior oferta de voos significa mais competitividade para o destino, a Setur e a Emprotur acompanham de perto esse mercado e estamos colhendo os frutos do trabalho de promoção e relacionamento realizado a longo prazo“, ressaltou.

depois da safra recorde no ano passado, devido ao fato de o café ser uma cultura com bienalidade negativa, ou seja, produz muito em um ano e produz menos no ano seguinte. Para o café canephora, também chamado de conillon, a produção deve alcançar 919,8 mil toneladas, um aumento de 0,9% em relação à estimativa de abril e de 6,3% em relação a 2020. Outros Houve redução também na estimativa da produção do algodão herbáceo em relação a abril, com -3,4% e 5,7 milhões de toneladas. Com relação à área plantada, a queda foi de 16%. O cacau também apresentou queda, com estimativa de -1,5% e total de 269,1 mil toneladas. Por outro lado, a estimativa de maio apresentou variações positivas na comparação mensal para a produção do trigo (7,2% ou 527,2 mil toneladas), castanha-decaju (7,2% ou 8,3 mil toneladas), aveia (4% ou 39,2 mil toneladas) e cevada (1,9% ou 8,2 mil toneladas).

Participaram da reunião virtual: representando o Governo do Estado, a titular da pasta do turismo do RN, Aninha Costa; o diretor-presidente da Emprotur, Bruno Reis e o gerente do setor de inteligência da Emprotur, Leonardo Seabra. O time da Latam era composto por Lígia Sato, coordenadora sênior de relações Institucionais e sustentabilidade; Aline Fregnani; Cezar Augusto Miquelof, planejamento tributário; Letícia Pimentel, gerente tributária e Tatiane Viana, gerente de assuntos regulatórios.

M

ais uma vez, recorro à colunista Celeste Silveira. Por concordar com suas informações e opiniões quero dividi-las com meus leitores. Um telegrama secreto da embaixada brasileira em Pequim ao Itamaraty reforçou o entendimento de que os ataques desferidos pelo presidente Jair Bolsonaro à China podem ter contribuído para o atraso na remessa de insumos para a fabricação de vacinas no Brasil. A comunicação, que relata uma reunião entre a Sinovac, responsável pelo desenvolvimento da CoronaVac, e representantes brasileiros, ocorrida na capital chinesa no dia 19 de maio, está em posse da CPI da Covid e foi publicada pelo jornal O Globo nesta quarta (9). Para diplomatas brasileiros ouvidos pela coluna, o tom da reunião não foi de revanche ao Brasil. Pelo contrário, os chineses se manifestaram na linha do “me ajuda a te ajudar”. No caso, facilitar os trâmites com o governo da China. De acordo com o responsável pelo telegrama ao Ministério das Relações Exteriores, o presidente da Sinovac, Weidong Yan, “realçou a importância de um bom diálogo entre Brasília e Pequim”. Disse que “a questão não é meramente comercial, mas também diplomática”. E usou como exemplo “o reflexo positivo das boas relações que a Indonésia e o Chile mantêm com a China sobre o suprimento de vacinas para aqueles países”. A matéria afirma que, ao ser questionado se a Sinovac conseguiria fornecer a quantidade contratada pelo Brasil, o presidente da empresa disse que tinha dificuldades em atender “toda a demanda” e que precisa atender diversos clientes. E “que seria conveniente, para o processo, que o governo brasileiro buscasse ‘desenvolver uma relação mais fluida e positiva com o governo chinês’”. Um diplomata brasileiro que atua nessa área avalia à coluna que o significado disso é claro: “Imagine a China, recebendo pedidos de vacinas de todo o mundo. De um lado, líderes de outros países, educados, com boa relação, mandando cartas assinadas por eles, fazendo pedidos. E, de outro lado, o presidente brasileiro dizendo que a Covid é resultado de uma guerra biológica provocada pela China para vantagem econômica”. Ou seja, por mais que a empresa tenha o máximo de boa vontade, fica difícil priorizar se o Brasil adota um tom politicamente beligerante contra o seu governo. “Os empresários da Sinovac são pragmáticos, querem que a exportação dê certo, mas o telegrama revela que a situação estava complicada no aspecto político”, diz outro diplomata que atua na Ásia. “Propuseram uma solução de ajuda. Não esperavam um pedido de desculpas público do Brasil. Mas uma carta do presidente ou do chanceler, de forma educada, rogando boa vontade das autoridades chinesas já ajudaria.” Uma questão importante para a CPI é descobrir se isso foi feito e como. Em seus depoimentos, tanto o ex-chanceler Ernesto Araújo, um crítico contumaz da China, quanto o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmaram que as declarações de Bolsonaro não influenciaram no atraso do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima para as vacinas. Por outro lado, entrevistas concedidas pelo governador de São Paulo, João Doria, e pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, apontam o contrário. Ambos afirmaram que os atrasos no recebimento dos insumos se deviam aos ataques do presidente. O Butantan estava em contato constante com a Sinovac.

Inflação para maio é a maior em 25 anos Em pronunciamento na sessão remota da CLDF, o deputado Chico Vigilante comentou os números da inflação para o mês de maio. De acordo com o IPCA, a inflação é a maior para o mês de maio em 25 anos e atinge 8,06% em doze meses. Para o deputado, os especuladores, apoiados por Paulo Guedes, ganham com a inflação. Quem perde, são os trabalhadores, especialmente, os da iniciativa privada, que não estão recuperando o poder aquisitivo nas negociações salariais. Também os servidores públicos civis estão perdendo poder de compra, pois, não têm reajuste salarial há muitos anos.

Paz X Guerra O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista à Rede Meio Norte, do Piauí, disse nesta quarta-feira (9/6) que reeditará o ‘Lulinha Paz e Amor’ na campanha de 2022 enquanto seu adversário, o presidente Jair Bolsonaro se portará como o mensageiro do ódio e da desesperança.

Militares nos quartéis Cúpula do Exército apoia ‘PEC do Pazuello’ para barrar militar da ativa no governo. Opinião majoritária é de que medida retiraria pressão após Bolsonaro forçar perdão a ex-ministro. Em discussão na Câmara dos Deputados, a PEC - Proposta de Emenda Constitucional que visa barrar a presença de militares da ativa em cargos na administração pública tem apoio majoritário no Alto-Comando do Exército. A capitulação ao Planalto, defendida pelo comandante Paulo Sérgio Nogueira como uma forma de evitar uma crise ainda maior, não foi digerida plenamente pelo colegiado de 15 generais de quatro estrelas que formam a cúpula do Exército.


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