Edição 2521

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Opinião

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Jornal da Marinha Grande

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JORN AL DA M ARI N H A GR AN DE

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Água Benta – sentido e significado? A água é um elemento essencial para vida na terra. Não estranhamos que a Sagrada Escritura fale dela como uma bênção de Deus e esteja ligada a rituais de purificação e seja, ela mesma, sinal de purificação. Esta ideia é reforçada num dos sacramentos (sinais visíveis da graça invisível de Deus) mais importantes das igrejas cristãs: o Baptismo. Ritual de iniciação, de vida nova, de morrer para o homem velho e viver por Cristo, Homem Novo. Há algumas celebrações na Igreja, a que chamamos sacramentais que, pela oração, nos ajudam a receber as graças de Deus. Uma dessas orações pode ser a oração de libertação de tudo o que nos afasta de Deus a que, genericamente, referimos como pecado ou mal. Associado a esta oração está a aspersão de água benta que nos recorda o nosso Baptismo e a vida nova recebida. Acolher esta vida nova em nós ou aspergir água benta nas nossas coisas é sinal de proteção contra o Mal. Por tradição as igrejas católicas tinham pias de água benta à entrada. Os cristãos molhavam a mão com essa água benta e benziam-se não só em sinal de recordação do sacramento que os fez cristãos mas também como sinal de proteção contra o mal. Claro, acompanhado este gesto da respectiva fé e do desejo de uma vida de maior santidade. Este bem sagrado, está à mercê dos fiéis. Mas, infelizmente, com o aumento de crendices, de superstições, de abusos e de recomendações de pseudo-bruxas que sugeriam às pessoas que fossem buscar água benta às igrejas para fins menos-próprios, muitas das igrejas deixaram de ter água benta nas pias. Assim acontece na Paróquia da Marinha. Mas os cristãos conscientes sabem que há outros meios para acolher a bênção de Deus: a participação na Eucaristia dominical, a escuta da Palavra, a partilha fraterna, a oração de bênção. Não será certamente por falta de água benta nas igrejas que os cristãos se sentirão privados de meios de salvação. E, na vida, temos de seguir a lei do mal menor. Claramente esta opção das paróquias é a mais ajustada para evitar comportamentos menos próprios de quem quer ganhar dinheiro à custa de crendices e abusos.

Padre Pedro Viva Paróquia da Marinha Grande

Carta ao diretor Pelas pequenas coisas boas

João E. Cruz

Ao Director do Jornal da Marinha Grande. Na 1ª página do jornal de 26 de Julho de 2012, refere que “João Cruz trama António Santos” e no seu editorial em que faz todo um desenvolvimento do “estranho caso do PSD local”, causa uma 1ª impressão nefasta e parece querer levar-nos a um romance histórico-cultural para emocionar o leitor negativamente, mas também não sendo uma narrativa envolvente, sinto que o público na sua análise o transporta para o surpreendente, para o complexo e para o contraditório. Senhor Director, sempre achei

que a imprensa é importante para quem exerce a política da sua empresa e se não se comunica as organizações não se desenvolvem. Mas será que o seu processo de análise pode ser apelativo e se adequa aos princípios éticos quando descredibiliza capacidades e aptidões de pessoas que acompanham actividades políticas há 34 anos e com actividade profissional de câmaras e obras públicas desde 1967? Sei que a liberdade de imprensa abrange o direito de informar, de se informar e de ser informado, com rigor e objectividade, aliás, apanágio do

que conhecia do nosso jornal, assegurando a possibilidade de expressão e de confronto das diversas correntes de opinião. Refiro, por exemplo, o comunicado na página 3, imanada da CPS que contém as suas conclusões, depois a entrevista do próprio vereador na página 7 que é coerente, clara e honesta, e na mesma página contém a minha entrevista cujo conteúdo se adequa para ganhar eleições, aliás, já que contém o que é do mais elementar dos princípios pela qual todos os partidos regem suas moções. A parte da estratégia do PSD que citei é também

o princípio pela qual se baseia para eleger pessoas para servir pessoas em funções públicas. Porém, as considerações que teceu a meu respeito não favorecem o PSD, porque revelam expressar dúvidas da veracidade dos objectivos que a expressão da moção de estratégia contém, e renega os princípios da boa-fé dos seus leitores que são votantes. Com a palavra “trama” fere a imaginação, não atinge um fim, não doutrina, muito menos o deve levar a pensar que submete os fiéis ao poder de outros que decidam por eles. ß

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O pregador de mentiras Sabemos, sabe o povo desde os tempos imemoráveis, que uma franja de políticos são ignorantes, incompetentes, oportunistas sem escrúpulos, que pouco ou nada querem saber do bem público. Amar a Pátria é amar as leis e a honra das palavras, este bem supremo. São preciosos laços de convivência que nenhum infame ou ímpio e cruel delator pode profanar. Ontem, 15/07/2012, num dos canais abertos da televisão vi, num ímpeto de crueldade que se atiça a cada tempo, o 1º Ministro dizer que, “tenho consciência que aquilo que estou a exigir aos portugueses não é demais”. Neste senhor já nada me espanta, mas tenho medo, porque esta blasfémia não aparece isolada, porquanto a cronologia deste homem à frente dos destinos do País em apenas um ano foi tormentosa

para o povo, com repercussões devastadoras na vida das pessoas e famílias. A Constituição da República Portuguesa assenta em três pilares fundamentais: liberdade; igualdade e fraternidade. A liberdade que a Democracia consagra não tem um pensamento único, é plural. As pessoas podem e devem ser interventivas com a sua crítica e manifestações. Coisa que os psicopatas políticos, que se movimentam nos corredores do poder lá para os lados de S. Bento, não aceitam. Veja-se a crispação do executivo e partidos que o sustentam quando o Tribunal Constitucional vetou o roubo que constitui a perda do 13º e 14º meses dos funcionários públicos e reformados/aposentados. Quanto a mim, trata-se de um roubo vil porquanto, com esta medida, o governo proibiu a maioria dos trabalhadores a ter fé-

rias, indispensáveis a repor as forças físicas e anímicas para mais um ano de trabalho mas também, com esta medida, castigou as crianças filhas dos trabalhadores cujo subsídio lhes foi cortado. É de uma crueldade hedionda: eles; o executivo, porque tem bons vencimentos, vão ter boas férias assim como as suas crianças, quanto aos trabalhadores e seus filhos são brutalmente expoliados daquilo a que todos deviam ter direito. Hoje, foi o castigo perpetrado com o roubo do subsídio de férias, em Dezembro é o roubo do subsídio de Natal. Este subsídio é fundamental para a grande maioria dos trabalhadores poderem dar um natal diferenciado aos seus filhos. Estes roubos constrangem-me a “alma”. No momento de escrever estas linhas fui acometido de um nojo profundo, porque medidas destas só são comparáveis

a um fora da lei na prática de atos que vão frontalmente contra a lei estabelecida. É por tudo isto que o povo, mais que nunca, deve protestar: herói é aquele que não se cala, é preciso exortar ao cumprimento cabal da Constituição. Infelizmente aquele que jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição tem 20 costelas de direita. As restantes quatro, flutuantes, andam por aí meio perdidas lá para os lados da Coelha. Nunca é demais exaltar à alma lusitana: grite! Faça ouvir a sua voz. Diga não à mentira; à traição; à incompetência e crueldade; à falta de sensibilidade humanismo e falta de vergonha. O castigo para os diabitos só pode ser a exoneração e julgamento por lesa Pátria.

Leonel Pereira Silva Marinha Grande


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