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Jornal da Golpilheira
. abertura . actualidade .
Janeiro de 2012
.editorial.
Luís Miguel Ferraz Director
Por que estamos em des(acordo) Supostamente, no início de 2012, toda a gente deveria começar a escrever segundo o “novo” (que já é de 1990) Acordo Ortográfico (AO), essa rendição ao “brasileirês” que é um autêntico atentado público à nossa Língua e Cultura. Vemos escolas e instituições do Estado a rabiscarem uns documentos modernaços, com mistura de regras velhas e novas, umas no cravo e outras na ferradura. Vemos meios de comunicação e personalidades da escrita a confessarem que adoptam o AO “porque é obrigatório”, mas não concordam. E vemos, infelizmente, a maioria das pessoas “a leste” do assunto, até porque nunca precisaram de escrever nada na vida – e de ler, pouco – e tanto lhes faz.
Diz-se por aí que é “irremediável”, que não há volta a dar. Concordamos com a parte do “não tem remédio”, quanto ao péssimo trabalho que foi feito neste assassínio à Língua-Pátria, mas discordamos quanto à volta que possa ser dada. Porque também vemos muitos meios de comunicação, personalidades ilustres, escritores conceituados, linguistas de alta reputação e muitos outros milhares de pessoas que não se rendem. Há quem garanta que jamais irá escrever em brasileiro, há quem diga que só o fará quando for crime não o fazer, há quem se desdobre em campanhas e recolha de assinaturas pela reposição do português correcto (só no www.ilcao.cedilha.net há quase 200.000 signatários – um sítio a consultar por quem quiser saber todas as razões para recusar este AO), há deputados que pedem a suspensão desta resolução (que nem sequer é um decreto-lei – o que vigora ainda é o de 1945!), há quem envie processos para tribunal a contestar a legalidade da coisa. Enfim, muita água há-de correr debaixo da ponte... O Jornal da Golpilheira vai ser coerente com o des(acordo): não adopta. E explica por quê. Citando o editorial de 17 de Janeiro do jornal “O Diabo”, “não é uma questão de teimosia, é por princípio e por dever enquanto portugueses”. A Língua Portuguesa tem sofrido alterações ao longo dos séculos, é verdade. Umas vezes para melhor, outras nem por isso, mas sempre respeitando o seu paradigma etimológico, isto é, alterando a grafia sem perder o horizonte da raiz das
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palavras, sobretudo latina ou grega. O que os “especialistas” portugueses e brasileiros de 1990 fizeram, em nome da “uniformidade”, foi mudar para o paradigma “fonético”, como já se fazia no Brasil: não interessa a palavra de origem, escrevese como se diz (mesmo caindo em piadas como escrever “egípcio” e “Egito”, porque numa se lê o “p” e noutra não). E como não se diz igual nos dois países, nem aí houve uniformidade (caindo em piadas como “deceção” perder o “p” em Portugal, mas manter-se “decepção” no Brasil, porque eles dizem o “p”). E estes são apenas dois exemplos de dezenas de disparates e asneiras deste AO. A uniformidade nunca foi sinónimo de riqueza para uma língua. Senão já teriam feito “acordo” os ingleses, americanos, irlandeses, australianos e todos os outros que têm o Inglês como língua oficial, com enormes diferenças entre eles. Nós, os portugueses de Portugal, fomos conquistadores e colonizadores, espalhando a nossa Língua pelo mundo. Agora, parecemos mais interessados em “vender a alma ao diabo”, para agradar às antigas colónias. Não se entende. Portanto, no Jornal da Golpilheira, não aderimos voluntariamente ao AO. Só o faremos, se formos “mesmo” obrigados, e sempre sob protesto. Os colunistas e autores de textos de opinião que queiram escrever segundo o AO, são livres de o fazer: não iremos corrigir, nem colocar “avisos ao leitor”. Nós continuaremos a escrever, como sempre, em Português (de Portugal).
CARNAVAL Domingo 19, nas ruas da vila
Desfile na Batalha
Como é tradição, a vila da Batalha vai acolher um corso carnavalesco, com a participação das colectividades, escolas, grupos de ATL e outras animações. O desfile será no domingo, 19 de Fevereiro, a partir das 14h30, com a concentração junto ao pavilhão multiusos. Com organização do Município, esta actividade costuma envolver várias centenas de figurantes, com muitos carros alegóricos e numerosos grupos a pé. Por esta ocasião são esperadas na vila mais de uma dezena de milhar de pessoas, fazendo desta tarde uma verdadeira festa no coração da Batalha.
Sábado 18, no salão da Igreja
Baile na Golpilheira A Comissão de Festas do Senhor Bom Jesus dos Aflitos de 2012, composta pelos nascidos em 1972, vai organizar um baile de Carnaval, no salão da igreja da Golpilheira, no próximo dia 18 de Fevereiro, sábado, a partir das 21h30. Com entradas grátis e “bar aberto”, este evento pretende ser uma ocasião de convívio da população da freguesia e todos os que queiram comparecer, revertendo as receitas para a preparação da festa que esta comissão irá organizar de 28 a 30 de Julho. Haverá prémios de grupo e individual para os melhores mascarados.