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AGRÍCOLA
Novembro 2020
Produtores de Paraíso inauguram biofábrica para produção de Adubo Biológico A questão do microbioma vem se tornando destaque na atividade agrícola
O microbioma vem ganhando destaque na atividade agrícola quan− do o assunto é trazer vida ao solo. Adotar novas práticas de manejo e inovações em busca da produtivida− de tem se tornado alternativas de muitos produtores para enfrentar os desafios diários do campo. É o caso dos irmãos Renato e Ricardo De− larco, produtores de cana com pro− priedade em Paraíso (SP), a Fazenda São Luiz, onde utilizam diferentes tecnologias para conseguir canaviais de excelência. “Começamos a usar o Micro− geo® só no cortador de soqueira. Agora passaremos a usar o produto em profundidade de 30 a 60 centí− metros, para enriquecer a subsuper− fície também com a matéria orgâni− ca, além do calcário e fósforo. Com isso, o solo fica corrigido, tanto na parte biológica como na química, dando suporte para as raízes cresce− rem e irem ao encontro de água, sentindo menos a seca”, explicou Ricardo.
“Na região de São José do Rio Preto já tem fornecedores que usam o Microgeo há oito safras com resultados muito bons” Ele comenta que com o proce− dimento, espera ter redução de cus− to e produtividade, mas, principal− mente, longevidade do canavial. Atualmente, os produtores plantam 2500 hectares, com idade média de 3.8 cortes e produtividade acima de 105 toneladas por hectares em ca− naviais que variam do 1º ao 10º corte. “Quando falamos em produ− tividade, queremos estabilizar a produção. É chegar a um patamar de produção e manter esse patamar. Is− so é o que estamos buscando”, des− tacou Renato. No ano passado, os produtores, que fornecem cana para a Usina Nardini, começaram a trabalhar com
Antonio Marcos da Silva
Renato e Ricardo Delarco
microbiologia. Inicialmente, a parte mecânica foi feita com equipamen− tos fabricados sob medida para aju− darem nos manejos. Depois foi in− crementado a parte química e ago− ra, intensificam o biológico para conquistar canaviais com altas pro− dutividades. “A seca afetou muito a lavoura este ano. Estamos pensando em an− tecipar a renovação do canavial em algumas áreas, pois a cana não de− senvolveu ainda o suficiente”, con− tou Ricardo, ressaltando que a adu− bação biológica beneficia a agrega− ção do solo, diminuindo a compac− tação, a erosão e aumenta a infiltra− ção e retenção de água, fato ideal em época de déficit hídrico, como ocor− reu este ano. Em outubro, os agricultores inauguraram uma BIM − Biofábri− ca Inteligente Microgeo®. Na oca− sião, os Delarco sediaram uma mi− cro−feira, com fornecedores de inovações e tecnologias, usadas em sua fazenda. Os convidados também conheceram o funcionamento da biofábrica, uma estrutura de 150 mil litros para produzir adubo biológico a partir de conteúdo ruminal, Mi− crogeo® e água não clorada. A par− tir do 15º dia, essa compostagem lí− quida contínua fica pronta para ser aplicada nos canaviais. De acordo com Antonio Marcos da Silva, da Microgeo®, o produtor pode tirar 15 mil litros de composto por dia para o uso no campo. Após a retirada, repõe a água e o Microgeo® e no dia seguinte o adubo biológico já está pronto novamente para uso. “Você pode aplicar 300 litros por hectare em cana uma única vez ou pode parcelar em duas vezes na apli− cação no solo. Também pode fazer a aplicação foliar, neste caso, conside− rando de 3 − 5% do volume total da calda com Microgeo®", explica. Silva reforça que cada vez mais cresce o interesse dos produtores ru− rais pela adubação biológica.“"A re− gião de São José do Rio Preto já conta com fornecedores que usam o Microgeo® há oito safras com resul− tados muito bons", contou. O pro− fissional enfatiza que o adubo bioló− gico produzido com Microgeo®, ao restabelecer o microbioma do solo, contribui para um processo produ− tivo mais eficiente e sustentável.