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INDUSTRIAL
Maio 2017
Economizar vapor é um desafio dos sistemas de destilação Processo a vácuo é o que apresenta melhor eficiência energética, porém custo elevado tem adiado a sua implantação em unidades produtoras
Performance também está relacionada ao tipo de coluna
R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS (SP)
Um dos grandes desafios no processo de destilação de etanol é aliar elevada eficiência, economia de vapor e redução de custos. Mesmo que a tecnologia utilizada não seja a mais avançada, diversos recursos e procedimentos possibilitam a otimização do sistema de destilação, segundo especialistas da área. Além das alternativas para produção de etanol hidratado padrão combustível, o mercado oferece soluções voltadas à fabricação de hidratado neutro e extra neutro em pressão atmosférica ou em duplo efeito. A implantação de projetos, que permitem a ampliação do mix, cria inclusive condições para que usinas e destilarias agreguem valor a seus produtos e elevem a competitividade. Entre as soluções tecnológicas disponíveis para destilação, o sistema a vácuo é o “sonho de consumo” de diversas unidades produtoras de etanol. E isto não ocorre sem
O aprimoramento dos equipamentos e processos já existentes pode, em muitos casos, proporcionar resultados surpreendentes
motivação técnica e econômica. Além de apresentar maior estabilidade em relação aos processos convencionais, esse sistema abaixa o ponto de ebulição do etanol, reduzindo o consumo de quilo de vapor por litro de álcool. Com diversas configurações, o processo a vácuo pode diminuir o consumo de vapor para menos de 50% em comparação ao sistema sob pressão, caso seja empregada a destilação em duplo efeito juntamente com a termocompressão.
APRIMORAMENTO O valor do investimento inicial – que supera o custo das tecnologias convencionais – tem, no entanto, adiado a implantação da
destilação a vácuo em diversas unidades sucroenergéticas. O aprimoramento dos equipamentos e processos já existentes pode, em muitos casos, proporcionar resultados surpreendentes. Projetos bem elaborados procuram considerar diversos fatores que possibilitam a redução do consumo de vapor e água, a elevação da eficiência e a diminuição dos custos operacionais. Em relação aos aparelhos de destilação, algumas intervenções têm contribuído inclusive para a melhoria do desempenho, como a adoção de procedimentos que asseguram a planicidade das bandejas e a otimização da quantidade de pratos da coluna de destilação.
Os tipos de colunas utilizados, na destilação convencional, também podem interferir na performance do sistema, pois têm eficiência variável. A coluna calotada, por exemplo, é a que apresenta maior estabilidade. O custo deste equipamento, no entanto, é o mais elevado, porque possui maior quantidade de material e conta com um processo de fabricação mais trabalhoso. A coluna perfurada é geralmente caracterizada por uma eficiência mais baixa. É bastante agitada. Neste caso, qualquer variação de teor ou de pressão de vapor interfere no processo. Há ainda a valvulada, que é considerada intermediária em relação ao custo e à eficiência de outros modelos.