Jornal Brasília Capital 573

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Chico Sant’Anna – Página 10

Quanto custa uma noite mal dormida? Ano XII - número 573

Caroline Romeiro – Página 11

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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Júlia Lucy (foto) quer passar a boiada em Brasília

Brasília, 2 a 8 de julho de 2022

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GDF gasta R$ 1 bi com propaganda Ibaneis usa uma verdadeira fortuna de dinheiro público para passar uma boa imagem de sua gestão. Enquanto isso, milhares de pessoas sofrem nas portas dos CRAS em busca de algum benefício para matar a fome. Nas filas dos hospitais e das UPAs, pessoas se revoltam à espera de atendimento e de cirurgias. Nos quarteis da PM e dos Bom-

Após o “desastre” em 2018, agora é Lula, Grass e Rosilene Júlio Miragaya – Pagina 4

AGÊNCIA BRASÍLIA

beiros e nas delegacias, os serviços pioram com a insatisfação do pessoal da Segurança com o não pagamento do reajuste salarial. Nas escolas, professores convivem com 7 anos sem melhoria salarial e agora são punidos com o não pagamento do anuênio. Governador alega que eles não trabalharam durante a pandemia. Páginas 6 e 7

JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

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“Quem eu quero não me quer” Desencontros de interesses em parcerias na campanha do DF lembram a música gravada por Orlando Silva na primeira metade do século passado. Pelaí – Páginas 2 e 3

Ibaneis abre saco de bondades em Taguatinga Governador promete renovar concessão de uso de área pública de 32.000m² por mais 30 anos Página 8


Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 2 a 8 de julho de 2022 - bsbcapital.com.br

Ex pedien te

Reintegração – Servidores da antiga CEB serão reintegrados aos quadros do GDF. Projeto de lei dos deputados Agaciel Maia (PL) e Rafael Prudente (MDB) foi aprovado na quarta (29) por 20 votos na Câmara Legislativa. Serão beneficiados os empregados que estavam na empresa em 2 de março de 2021, quando a Neoenergia assumiu o controle da CEB. A matéria vai à sanção do governador Ibaneis Rocha (MDB).

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“Quem eu quero nã AGÊNCIA BRASÍLIA

O grande sucesso “Quem eu quero não me quer”, gravado por Orlando Silva na primeira metade do século passado (leia a letra), está muito atual no cenário político brasiliense. MAL CORRESPONDIDO – Da esquerda à direita, são muitas declarações de amor respondidas por gestos de desdém, especialmente na formação das chapas majoritárias. Em vários casos, eles remetem à nostálgica música de Raul Sampaio e Ivo Santos eternizada na voz do saudoso “cantor das multidões”.

Raul Sampaio / Ivo Santos Quem eu quero não me quer Quem me quer mandei embora E por isso eu já nem sei O que será de mim agora Passo as noites meditando

RIFA – Mas, se for para fortalecer sua

Revivendo este castigo

Paco Britto

PANDORA – Candidato à reeleição, Ibaneis Rocha (MDB) se desmancha em declarações afetuosas para ter a deputada Flávia Arruda (PL) concorrendo ao Senado ao seu lado. Mas ela ainda aguarda a definição da situação do marido, o ex-governador que tenta se desvencilhar dos processos a que responde na Justiça pelo escândalo da Caixa de Pandora para se lançar a qualquer cargo eletivo em outubro. FIEL ESCUDEIRO – Ao mesmo tempo, o chefe do Executivo faz suspense quanto a quem escolherá para a vaga de vice. Paco Britto (Avante) tenta de tudo para permanecer no cargo. Conta a seu favor a fidelidade com que atuou nesses três anos e meio. Ele provou que sabe respeitar o titular, mesmo em momentos de crise ou de ausência, como em viagens de férias.

Quem Eu Quero Não Me Quer

AGÊNCIA BRASÍLIA

No meu quarto de saudade Solidão mora comigo Por onde anda quem me quer Quem não me quer onde andará Que será das suas vidas Da minha vida o que será Não sou capaz de ser feliz Nos braços de um amor qualquer Ah se uma fosse a outra

Leila

base, aliados não duvidam que Ibaneis venha a rifar Paco para ampliar seu espectro de alianças e aumentar as chances de vitória. As maiores ameaças ao vice estão no meio evangélico – os deputados Júlio César (Republicanos) e Celina Leão (PP).

Que eu amo tanto e não me quer

TRAIÇÃO – O senador Reguffe (União Brasil), que finalmente confirmou ser pré-candidato ao Buriti, se esforça para ser a noiva de todos que estão contra Ibaneis. Mas, não seduz a esquerda. As federações PT-PV-PCdoB e


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Izalci

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Reguffe

ão me quer” DIVULGAÇÃO

união prosperar, exigem a cabeça da chapa. AMOR A TRÊS – Entre desiludidos e esperançosos, os três partidos federados aguardam uma resposta de Parente. Se não para o apoio ao candidato ao governo, com direito a indicar o vice, pelo menos facilitando a vida da pretendente ao Senado, Rosilene Corrêa (PT), não lançando outro candidato ao mesmo cargo.

Rafael Parente

Rede-Psol não esquecem o voto favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que consideram uma traição. FLERTE – Assim, depois de se eleger pelo PDT, migrar para o Podemos e finalmente desembarcar no UB, Reguffe precisa se ajeitar com a centro-direita e dar graças a Deus. Um flerte com o pré-candidato do PSB, Rafael Parente, que poderia tornar-se o vice na chapa, causou desconforto no Podemos e no Cidadania, que há meses sonham com um casamento com o senador. PAIXÃO – O PSB de Parente e de Rodrigo Rollemberg é visto com desconfiança pelos apoiadores de Reguffe, por quem nutre declarada paixão. Os socialistas já se atiraram nos braços do presidenciável Lula, mas não aceitam ser vice de Leandro Grass (PV), o candidato da federação petista no DF. Para a

SOLTEIRÕES – Enquanto uns sofrem para decidir com quais parceiros seguirão a caminhada, outros se conformam em permanecer solteiros. É o caso dos senadores Izalci Lucas (PSDB) e Leila Barros (PDT). SEM ALIANÇAS – O tucano enfrenta um sério embate dentro da federação com o Cidadania. A deputada Paula Belmonte avoca para si o direito de comandar a parceria no DF – ela quer ser a vice de Reguffe. Já Izalci garante que quem manda na casa é ele. E, se vencer a queda-de-braço, será candidato ao GDF, contra tudo e contra todos, mesmo sem alianças. ANCORA – Solteirice convicta mesmo é a de Leila Barros. Eleita pelo PSB em 2018, passeou pelo PROS e ancorou no PDT, onde fincou a bandeira de montar o palanque de Ciro Gomes no DF. O casamento tem dado tão certo que já está cotada a ser a vice do presidenciável. Resta saber quem a substituirá na corrida ao Buriti...

I N FO RM E

Bancários exigem investigação rigorosa contra Pedro Guimarães Nada que venha do atual governo surpreende mais a opinião pública. São desmandos que envergonham a Nação, a exemplo dos recentes assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips, e os desvios no Ministério da Educação em conluio do ex-titular da Pasta, Milton Ribeiro, com pastores evangélicos. Desde terça-feira (28), porém, os brasileiros estão estarrecidos com a notícia publicada na imprensa de que o presidente da Caixa Econômica Federal praticou assédio sexual contra, pelo menos, seis funcionárias do banco. Pedro Guimarães assumiu a presidência da Caixa logo após a posse de Jair Bolsonaro e tornou-se um dos integrantes do governo mais próximos do presidente da República. Agora, as graves denúncias de assédio moral e sexual exigem resposta firme de toda a sociedade, especialmente dos empregados da Caixa. MOBILIZAÇÃO – Por isto, o Sindicato re-

alizou um ato, na quarta-feira (29), em frente à sede do banco, em Brasília, em defesa e acolhimento às vítimas; do imediato afastamento de Pedro Guimarães da presidência da Caixa; e rigorosa apuração das denúncias nos campos criminal, civil e administrativo. O Sindicato das Bancárias e dos Bancários de Brasília (DFBancarios) convocou, ainda, entidades representativas das empregadas e empregados da Caixa e parlamentares a se juntarem e posicionarem exigindo um basta na cultura do desrespeito, intolerância, objetificação e violência contra as mulheres. Também foi feito um Twitaço com as Tags #AfastamentoJá, #ApuraçãoAssedioPG #ForaPGdaCaixa. O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, gravou um vídeo convocando a categoria a se solidarizar e acolher as vítimas da brutalidade e comprometendo a entidade com apuração dos fatos para montagem de um dossiê a ser entregue às autoridades policiais e judiciárias.

Parlamento A deputada federal Erika Kokay (PT-DF), ex-presidente do Sindicato, também propôs ações contra o assédio sexual do presidente da Caixa. Entre elas: a) Representação ao Ministério Público do Trabalho para abertura de inquérito para investigar eventuais crimes e ilegalidades no âmbito das relações de trabalho; b) Denúncia junto à Comissão de Ética Pública da Presidência da República para análise sobre suposta infração ao Código de Conduta da Alta Administração Federal; c) Representação junto ao Ministério Público Federal pleiteando que o órgão faça pedido de afastamento imediato de Pedro Guimarães da Presidência da Caixa Econômica; d) Requerimento de audiência públi-

ca da CTASP sobre assédio sexual no mundo do trabalho. e) Requerimento de convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para que explique ações em relação à conduta de Pedro Guimarães; f) Requerimento de informação ao ministro Paulo Guedes sobre quais ações foram adotados no caso; g) ofício à Procuradoria da Mulher da Câmara para que esta acompanhe as investigações.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


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Após o “desastre” em 2018, agora é Lula, Grass e Rosilene! Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

Peço licença aos leitores de Brasília Capital para abordar, neste artigo, uma questão partidária. Mas, pela experiência vivida em 2018 como candidato ao GDF pelo PT, considero uma reflexão oportuna e necessária, especialmente às vésperas de um novo pleito eleitoral. Já se passaram quase quatro anos, mas o desempenho eleitoral do PT nas eleições de 2018 ainda gera muita controvérsia. É fato, o PT/DF teve, em 2018, o pior resultado desde 1990 na eleição para governador, quando obtive apenas 60.592 votos, 4% do total. Mas o malogro eleitoral não se deu apenas aí. O PT, que em diversas ocasiões elegeu até seis deputados distritais, em 2018, a muito custo, elegeu apenas dois. A dificuldade foi tanta que o candidato do PT ao GDF em 2002, que obtivera quase 500 mil votos e se elegera deputado federal em 2010 com 86 mil, obteve somente 7,5 mil votos em 2018. Foi o 46º mais votado para a CLDF. Na Câmara Federal, onde no passado recente a legenda elegera três deputados, em 2018 teve apenas uma candidatura eleita graças à sobra de votos, sendo que seus 89,9 mil votos representaram o triplo da soma dos outros 15 candidatos do partido. Para fechar, os dois candidatos ao Senado tiveram fraco desempenho e, para a presidência, o PT obteve o pior resultado no DF desde 1989. Qual era o “eleitorado petista” no DF em 2018? Foram 90 mil votos em candidatos do partido e na legenda para a CLDF e 130 mil para a Câmara Federal. Haddad teve 190 mil votos em Brasília, mas, além dos petistas, teve os votos do PCdoB e muitos votos de “eleitores do Psol”. Os candidatos do PCdoB-DF tiveram 11 mil votos para distrital, provavelmente todos votando em Haddad, pois Manoela, do PCdoB, era sua vice. Já os candidatos do Psol tiveram 50 mil votos para a CLDF, e como Boulos teve no DF apenas 13 mil votos, é razo-

ável supor que os demais 37 mil votos “psolistas” tenham ido para Haddad. Portanto, dos 190 mil votos em Haddad, subtraindo-se 11 mil advindos do PCdoB e 37 mil do Psol, os “votos petistas” no DF teriam sido, grosso modo, 142 mil (8,86% do eleitorado). O PT já teve um eleitorado muito maior no DF. O ápice foi em 2002, quando, numa coligação que agregava apenas os pequenos PCdoB, PCB e PMN, além do PL (que era outro PL), Lula obteve 593 mil votos no 1º turno (49,1%) e Magela, para o GDF, 495.600 (45,6%), número bem superior ao obtido pelo governador eleito Cristovam em 1994. Já em 2014 o quadro havia virado. Dilma, numa coligação com 9 partidos, com 362 mil votos (23%), ficou atrás de Marina e Aécio. Candidato ao GDF, Agnelo, liderando uma coligação de 16 partidos, ficou em 3º, com 20,1% dos votos. Mas em 2018 o cenário político no Brasil para o PT tinha piorado muito. Havia ocorrido o golpe contra Dilma em 2016, Lula estava preso em Curitiba e o PT e Lula eram diariamente massacrados pela grande mídia. E se no Nordeste/Norte a imagem de Lula e do PT ainda era positiva, o mesmo não ocorria no Centro-Sul do país. No Rio, que deu 68% para Bolsonaro no 2º turno, Márcia Tiburi (PT) teve 5,8% dos votos. No Paraná, Bolsonaro teve 68,4% e Dr. Rosinha (PT), 8,6%. E o DF era uma das unidades da Federação em que Lula e o PT tinham maior rejeição (Bolsonaro teve aqui 58,5% dos votos no 1º turno e 70% no 2º) e em que Sérgio Moro, o “carrasco” de Lula, era mais idolatrado. Este cenário de “terra arrasada” persistiu em 2020, quando, por exemplo, o ex-deputado Nilmário Miranda (PT) obteve parcos 23 mil votos (1,88%) para a prefeitura de Belo Horizonte e Daniel Zen, candidato do PT à prefeitura de Rio Branco (AC), capital que o partido governava, obteve escassos 4,01%, o mesmo percentual obtido no DF dois anos antes. Voltando ao DF em 2018, aqueles 142 mil “votos petistas” em Haddad seriam o limite para a votação de uma candidatura do PT ao GDF. Mas considerando que cerca de 5% dos que votam para presidente votam em branco ou nulo para go-

vernador, este limite cairia para 135 mil (8,9% dos votos para governador). Neste cenário adverso, as principais lideranças do PT-DF refugaram e não se disponibilizaram para a disputa majoritária, optando pela mais confortável disputa pelos cargos proporcionais. Contudo, era preciso que o PT tivesse candidato ao Buriti, nem que fosse apenas para denunciar o golpe de 2016, a farsa em curso e defender o Partido e Lula das falsas acusações. Dessa forma, nomes alternativos se apresentaram, mas o PT-DF demorou em decidir qual a candidatura. E quando se dispôs a decidir, a Direção Nacional determinou que se aguardasse a definição do imbróglio da candidatura de Lula. Como isto, só se resolveu em julho a convenção que escolheu o nome do PT ao GDF, a dois meses da eleição. E o PT, após encabeçar uma coligação com 16 partidos em 2014, ficou isolado em 2018, pois nenhum partido queria coligar conosco. Mas não foi tudo. A Direção Nacional do PT entendeu que o DF se enquadrava no último grupo de prioridades de disputas majoritárias, por ser uma UF de menor expressão eleitoral, ter uma candidatura de pouca visibilidade e não ser do prioritário sexo feminino. Isto implicou que a candidatura ao GDF receberia escassos R$ 405 mil do fundo eleitoral para toda a campanha (inferior ao de muitos candidatos a cargos proporcionais) e sequer receberia a visita do candidato a presidente Fernando Haddad. Para piorar, o comitê de campanha foi instalado faltando um mês para as eleições; não havia definição sobre o programa partidário; a executiva regional foi dissolvida; ocorreram frequentes conflitos entre os dois candidatos ao Senado; ácidas disputas entre as correntes internas etc. etc. Se já estava claro desde o início, ficou ainda mais evidente que as chances de ir para o 2º turno eram absolutamente nulas. Dessa forma, ocorreu algo previsível, embora lamentável: foi instaurado entre as candidaturas proporcionais o “cada um por si”, e as candidaturas majoritárias (GDF e Senado) foram deixadas de lado. Para muitos candidatos a deputado, associar seu nome ao do

Miragaya não agregava voto, ou pior, se o eleitor preferia outro candidato ao Buriti, melhor que seu nome fosse omitido para não atrapalhar. Afinal, “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Assim, os 135 mil “votos petistas” se fragmentaram e apenas 60,6 mil (pouco menos da metade) foram para o candidato do PT. Como os eleitores “psolistas” eram cerca de 50 mil e a candidata do Psol ao Buriti teve 65 mil votos, é razoável supor que cerca de 15 mil “votos petistas” migraram para a candidata do Psol. E os demais 60 mil? Foram principalmente para Rollemberg, como voto útil para colocar um candidato de “esquerda” no 2º turno. Mas milhares foram para Inganeis, num típico voto oportunista. Para 2022, o cenário é muito diferente: não há mais “onda bolsonarista”; a demonização do PT pela grande mídia arrefeceu; Lula candidato deverá reconverter muitos “ex-petistas” e mais que triplicar os votos petistas no DF; e o PT/DF não está mais isolado, agora federado ao PV e ao PCdoB e com chances de se coligar ao PSB. Enfim, estão dadas as condições para a ampliação da votação do PT ao GDF (com Grass, do PV), ao Senado (com Rosilene), à Câmara Federal e à CLDF. Que os candidatos (as) a deputados (as) federais e distritais do PT buscarão associar seus nomes a Lula, isso é certo. O que também se espera é que não “escondam” os nomes dos menos conhecidos Grass e Rosilene. Que em 2022 o PT não repita os erros de 2018! PS.: Muitos me perguntam por que não sou candidato em 2022. Na verdade, me apresentei como postulante a uma vaga na CLDF. Contava em participar de uma disputa em condições menos adversas que em 2018. Mas não imaginei que, tendo “servido” para ser candidato ao governo em 2018, não “serviria” para ser candidato a distrital. Me parece que as vagas no PT foram reservadas aos militantes das correntes internas, o que não é o meu caso. Vida que segue!

(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia


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Saúde avança na Europa e no interior de Goiás. No DF, não! A reclamação surge sempre por esta época do ano: além da falta de médicos de família e comunidade, faltam profissionais nas emergências dos hospitais. Não é o Distrito Federal. É Portugal. Como aqui no DF, a quantidade de médicos por habitante lá é alta, mas faltam médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), equivalente ao nosso SUS. Como aqui, o serviço público de saúde português deixou de ser atrativo para os profissionais de saúde, e a distribuição deles pelo país é ruim – na capital, Lisboa, faltam médicos. E o que o governo português faz? Aumenta o valor da remuneração para médicos de família e comunidade que ocuparem vagas em postos de trabalho pouco atrativos. E estuda uma reformulação do sistema para fixar os profissionais no serviço público. Aqui ao lado, em Goiás, a prefeitura de Anápolis lançou edital este mês para contratar médicos – o salário, pago por um município com orçamento muito menor do que o do DF, está na mesma faixa

do daqui. Para médico de família e comunidade é ainda maior. O salário oferecido aqui está abaixo do mercado e se torna ainda menos atrativo com as péssimas condições de trabalho. Nos dois casos – na Europa e em Goiás –, medidas claras são adotadas para resolver o problema da falta de médicos no serviço público de saúde. Aqui, numa situação mais confortável do que a de um município do interior e menos complexa do que a organização de toda a assistência médica de um país, nada se fez em toda a atual gestão para melhorar a condição de assistência à saúde da população. Pelo contrário: muito foi feito para complicar. Uma prática do GDF que foi extremamente danosa na atual gestão foi a sequência de exonerações nos cargos de direção de unidades de saúde. Era só sair uma notícia ruim sobre uma delas – normalmente por falta de profissionais ou de insumos – e a resposta do governador era demitir o diretor do hospital. Como se os gestores das unidades tives-

sem autonomia para resolver os problemas que são da alçada do secretário de Saúde – e quantas vezes houve substituição no comando na pasta? Quantos secretários-adjuntos e subsecretários foram trocados? Além de deixar as unidades de saúde entregues ao caos, o GDF promoveu descontinuidade na gestão por motivos injustificáveis. Evidentemente, essa interminável dança de cadeiras foi extremamente maléfica para a Secretaria de Estado de Saúde em um momento crítico – o da pandemia da covid-19. Nunca os servidores públicos da saúde do DF foram tão desvalorizados e desrespeitados quanto na atual gestão. Essa prática deliberada de ataques à estrutura da SES-DF e aos seus servidores é, evidentemente, um dos fatores que determinam a piora na qualidade da assistência à saúde da população. Entre os desafios postos ao próximo governo está a recuperação da autoestima e a valorização dos servidores da saúde. Uma política de recur-

Carlos Fernando Médico, Vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

sos humanos digna será um fator fundamental para o resgate do sistema público de saúde do DF. Um governo que não valoriza os servidores que executam as políticas públicas, não tem compromisso nem dá importância à qualidade dos serviços públicos oferecidos à população.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

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Conversa de bêbad GDF investe R$ 1 bilhão em propaganda para esconder o caos nas escolas e nos hospitais, a insatisfação na área de segurança e o drama de quem precisa de assistência social José Silva Jr Um conhecido cronista brasiliense costuma ambientar em botecos “pé-sujo” as divertidas histórias que publica semanalmente, muitas delas protagonizadas por pacatos cidadãos após ingerir alguns copos de cerveja misturados com tragos de cachaça e tira-gosto de torresmo. Assim o escriba usa seu talento para narrar engraçadas conversas de bêbados. Para quem não tem o hábito de frequentar esses ambientes, vale explicar. Na mesa de bar, todo mundo fala alto, ninguém se preocupa com o que o outro está dizendo e cada um sai dali certo de que tinha razão e que convenceu o outro. No dia seguinte, ninguém se lembra de nada do que ouviu ou falou. E antes de curar a ressaca já planeja a próxima rodada com os amigos. É mais ou menos o que faz a Secretaria de Comunicação do GDF. Para responder as denúncias do Brasília Capital – baseadas em dados do Sistema Integral de Gestão Governamental (Siggo), levantados pelo gabinete da deputada Arlete Sampaio (PT) – de que Ibaneis Rocha gastou mais de R$ 731 milhões com propaganda nos primeiros três anos de gestão, a pasta preparou uma resposta e divulgou em meia-dúzia de blogs patrocinados pela própria Secom. Ou seja, falou o que quis, no tom mais alto que pôde e explicou algo para quem não sabia do que se tratava. Logo no início do texto publicado pela Secom no Portal da Transparência e reproduzido pelos blogs, o secretário Weligton Moraes afirma que “a Secretaria de Comunicação vem atuando com isonomia e transparência. Basta acessar o Portal da Transparência do GDF”. Foi o que fez o Brasília Capital. Está lá: o GDF, por meio da Secom,

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Governador do Distrito Federal esbanja dinheiro público em autopromoção

atestou a prestação de serviços de publicidade da ordem de R$ 41,9 milhões somente no primeiro trimestre de 2022. Esses são os dados analisados pelo Brasília Capital com base na publicação ocorrida no Diário Oficial do DF no último dia 07 de abril. A verba foi distribuída entre publicidade institucional e de utilidade pública. Para o primeiro item, foram destinados R$ 23,3 milhões; para o segundo, R$ 18,2 milhões. O gasto com produção foi da ordem de R$ 3,2 milhões, enquanto a veiculação de peças publicitárias totalizou R$ 38,7 milhões. Ainda em relação aos gastos de veiculação, a composição foi a seguinte: TV (R$ 13,8 milhões); Internet (R$ 11,46 milhões); Mídia Alternativa (R$ 5,6 milhões); Rádio (R$ 4,1 milhões); Jornal (R$ 3,5 milhões) e Revistas (R$ 121,6 mil). Veja nas planilhas as principais despesas da Secom com as diversas mídias:


do pra boi dormir Gastos do GDF com propaganda ultrapassam R$ 1 bilhão Baseado na prestação de contas da Secretaria de Comunicação, técnicos ouvidos pela reportagem afirmam que não é difícil concluir que o governo Ibaneis terá torrado, ao fim dos quatro anos, mais de R$ 1 bilhão com propaganda. Aos R$ 731 milhões já apurados pelo sistema Siggo, devem ser somadas as despesas de cerca de R$ 35 milhões anuais do BRB e outros R$ 20 milhões

da Terracap. Ou seja, mais R$ R$ 165 milhões, aproximando o total do primeiro triênio dos R$ 900 milhões. Como a Secom gastou R$ 40 milhões no primeiro trimestre deste ano e, provavelmente, mais do que isso nos últimos três meses, acumulando com campanhas feitas pelo BRB, Detran, e Terracap, facilmente a linha do R$ 1 bilhão será ultrapassada.

Verniz eleitoral A prestação de contas do segundo trimestre ainda não surgiu no Portal da Transparência o que, por lei, deve ser feito até o final de julho, devido ao início do período eleitoral. A preocupação dos adversários é que o GDF continue usando o dinheiro público para passar verniz de clima perfeito numa situação que beira o colapso em várias áreas. Nas escolas, os professores estão sem reajuste salarial há sete anos e agora o governador decidiu não pagar o anuênio, alegando que a categoria não trabalhou durante a pandemia. Nos hospitais públicos, foram-se filas intermináveis de pacientes nos pron-

tos socorros e nos centros cirúrgicos. Nos quarteis da PM e dos Bombeiros e nas delegacias de polícia, o não pagamento do reajuste do pessoal da Segurança Pública causa insatisfação e reduz a qualidade do atendimento à população. E nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), pessoas famintas e doentes permanecem dias e noites à espera de se cadastrar para receber algum benefício do governo. Em todos esses lugares, a dura realidade se sobrepõe ao brilho de uma propaganda oficial que, para quem assiste, parece enganosa.


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Ibaneis abre saco de bondades em Taguatinga DIVULGAÇÃO

Governador anuncia concessão de uso de área da Acit, liberação da primeira etapa do túnel da cidade e entrega as primeiras escrituras do programa Desenvolve-DF Orlando Pontes

Governador diz que investirá em mais obras até o fim de sua gestão

A quatro meses das eleições de 2 de outubro, o governador Ibaneis Rocha (MDB) continua percorrendo o Distrito Federal para anunciar benfeitorias e angariar a simpatia da população. Na terça-feira (28), ao participar de um jantar de inauguração do novo salão de festas da

Associação Comercial e Industrial de Taguatinga (Acit), anunciou uma série de bondades para a cidade, entre elas a renovação da concessão de uso do terreno de 32.000m² da entidade pelos próximos 30 anos. “Virei aqui ainda neste manda-

Primeira etapa do túnel Além da promessa de encaminhar a solução fundiária do terreno da Associação, o governador anunciou a inauguração da primeira etapa do túnel no centro de Taguatinga. “Até o final de julho, o trânsito no sentido Ceilândia-Plano Piloto será liberado”, previu, garantindo que a outra etapa estará pronta em dezembro. O governador reiterou que, até o

final de sua gestão, terá aplicado R$ 600 milhões em obras em Taguatinga. “É mais do que a soma do que foi investido nos últimos 20 anos por meus antecessores”, gabou-se, ao lembrar que a cidade é o centro de uma região que abriga 1,5 milhão de pessoas, incluindo as regiões administrativas de Samambaia, Ceilândia, Riacho Fundo I e II, Recanto das Emas, Sol Nascente e Pôr do Sol.

Desenvolve DF Ainda durante a cerimônia na Acit o GDF entregou as três primeiras três escrituras do programa de Apoio ao Empreendimento Produtivo do Distrito Federal (Desenvolve-DF), criado em 2019 e regulamentado em 2020, cujo edital foi lançado em 2021 pela Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap). Outras 97 concessões se-

rão entregues até o final do ano. “O Desenvolve-DF é um programa de concessão de terrenos públicos, com um preço mensal módico e prazo de carência de implantação de 24 meses, tendo como contrapartida a geração de emprego e renda pelo empreendedor”, explicou o presidente da Terracap, Leonardo Mundim.

to entregar a documentação”, prometeu o chefe do Executivo diante de uma plateia de 200 convidados formada por empresários taguatinguenses, assessores do GDF e alguns pré-candidatos a cargos eletivos no pleito deste ano.

Homenagens Ao fim de seu pronunciamento, o presidente da Acit, Justo Magalhães, entregou placas em homenagem às pessoas e autoridades que contribuíram para a consolidação da nova sede da entidade. Entre elas, o próprio governador; o vice, Paco Britto (Avante); o presidente da Terracap; o ex-administrador regional, Bispo Renato Andrade (PL), pré-candidato a deputado distrital; o secretário de Governo, José Humberto Pires; o ex-vice-governador e fundador da Acit, Benedito Domingos, de 88 anos, que discursou lembrando a história da Acit; e o diretor-financeiro da Acit, José Paulino da Costa, que dá nome ao salão de festas inaugurado naquela noite.

A volta do Trio Diva Araújo No mês em que o forró e a cultura nordestina são celebrados e dominam os palcos em grande parte do Brasil, volta aos palcos um dos grupos mais tradicionais do Distrito Federal: o Trio Siridó, que completa 50 anos de muito ritmo e molejo. Da formação original, permanece apenas o vocalista Torres Rojão, de 79 anos. As comemorações dos 50 anos do Trio Siridó começaram na 5ª edição do São João do Guará. Devido à pandemia de covid-19 nos últimos dois anos, o trio apostou em lives, e retornar aos palcos é uma grande alegria para Torres. “O forró é a vitamina para a minha vida”, resume o músico, que, além de cantar, toca triângulo, “para embalar o meu coração e dos amantes desse ritmo”. No último fim de semana, além de se apresentar no São João do Guará, o trio tocou no Arraiá da Casa do Ceará, na Asa Norte. A agenda de shows do grupo e possíveis agendamentos está disponível no canal do Instagram @triosirido. “Estamos sempre pontos para levar a alegria aonde formos convidados”, diz Torres com sua inconfundível voz grave e rouca. DIVULGAÇÃO

“O forró é a vitamina para a minha vida”


Brasília Capital n Cidades n 9 n Brasília, 2 a 8 de julho de 2022 - bsbcapital.com.br I N FOR M E

A lei é clara ao dizer que funcionários públicos têm direito a anuênio. Este direito foi congelado pelo governo Bolsonaro de 28 de maio de 2020 e 31 de dezembro de 2021, e descongelado para profissionais da saúde e da segurança em 1º de janeiro de 2022 pela Lei Complementar 191/22. O mesmo direito não foi repassado aos educadores, sob o pretexto, por parte do Governo do Distrito Federal, de que o magistério público não havia trabalhado durante a pandemia. Profissionais da educação continuam com a contagem de anuênio suspensa nesse período. O Sinpro entrou na Justiça por quebra de isonomia, uma vez que servidores da saúde e da segurança tiveram seus anuênios descongelados. Para o diretor do Sinpro, Dimas Rocha, uma das consequências da LC 191 é reafirmar o discurso – mentiroso – de que a categoria não trabalhou. “O tratamento não é isonômico. Estamos entrando na Justiça para questionar essa diferenciação de tratamento em relação às categorias. Está sendo judicializado, mas nossa unidade política, enquanto categoria, será fundamental para reverter essa decisão”, explica Dimas, complementando que, durante a discussão do processo, o GDF tentou justificar a suspensão do benefício sob a alega-

A cara nem treme

AGÊNCIA BRASÍLIA

Ibaneis nega direito a anuênio dos professores

ção que os as) professores (as) não trabalharam. O comportamento do governador Ibaneis Rocha mostra que a educação nunca foi uma prioridade. Não bastasse os professores se endividarem, gastarem com dispositivos eletrônicos e precisarem aprender a lidar com novas mídias para repassar o conteúdo para estudantes, que muitas vezes não tinham sequer energia elétrica, o benefício legal foi retirado sob o manto da calúnia, de uma inverdade. Só para relembrar o governo do DF, que parece ter se esquecido, ou pior, desconhecer a realidade da educação pública na capital federal, professores e orientadores educacionais ti-

veram o trabalho triplicado durante a pandemia. Sem recursos do GDF para a nova realidade, os profissionais muitas vezes tiveram de tirar do próprio bolso para que o conteúdo pudesse ser repassado aos alunos. O resultado foi uma rotina de cansaço, gastos extras, acúmulo de trabalho, estresse, superação diante das barreiras tecnológicas e jornadas de trabalho intermináveis. É bom lembrar que tudo isto se deve à falta de compromisso do poder público com a educação e a ausência de ações que atendessem as necessidades de profissionais da educação, estudantes e suas famílias. Ao invés de buscar soluções para equipar a

rede pública com estrutura e tecnologia; investir nos profissionais da educação; desenvolver estratégias para recuperar a aprendizagem perdida na pandemia e buscar os alunos que se evadiram, o GDF desvaloriza a categoria e não reconhece o esforço e a dedicação que os docentes tiveram para que a educação não entrasse em colapso. Com um cenário totalmente dependente do meio tecnológico e virtual, professores e estudantes precisaram se reinventar e colocar a mão no bolso, gastando com dispositivos móveis e a compra de planos de internet para conseguir acompanhar o “novo normal” do ensino remoto. O Sinpro continuará lutando, na Justiça inclusive, para que esta injustiça seja corrigida e que aqueles que sempre lutaram para que a população tenha acesso à educação, mesmo diante dos mais variados problemas, sejam respeitados, assim como seus direitos.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

“Tão Jovens” leva arte e cultura a estudantes do Gama DIVULGAÇÃO

Letícia Sallorenzo (*) Estudantes de 11 a 17 anos regularmente matriculados no Centro de Ensino Fundamental 1 do Gama-DF ou da comunidade podem se matricular, gratuitamente, até terça-feira (5) no projeto “Tão Jovens – Arte e Educação”. Serão disponibilizadas 80 vagas e as inscrições (também gratuitas) podem ser feitas na sala de Orientação Educacional do CEF01. Será um espaço de acolhimento, pertencimento e discussão para os estudantes do Gama. O “Tão Jovens” trabalha as identidades dos jovens, para se conectarem à comunidade e com outros jovens, e desenvolverem novas habilidades. As aulas acontecem de 2 de agosto a 20 de outubro. Ao final do curso haverá uma apresentação de cada turma para a comunidade. Realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF), o projeto oferecerá quatro oficinas: dança urbana, teatro, desenho e escrita criativa. “A proposta é de

Projeto transforma ambiente escolar de estudantes do Gama

oferecer oficinas, onde jovens possam conviver com outras pessoas, participar de atividade que escolheram de forma protagonista, desenvolver habilidades e se projetarem para o futuro a partir dessa experiência”, explica a idealizadora Sônia Tavares. TRANSFORMAÇÃO – Produtora cultural e

orientadora educacional, Sônia Tavares avalia que “ao se conectar com sua melhor versão, o jovem pode transformar o ambiente escolar e o território num lugar mais democrático e humanizado, onde os saberes sejam valorizados, assim como a identidade e o pertencimento social”. Na comunidade, essa ação reflete

em vários compor tamentos, gerando impactos positivos como a afirmação da identidade, do per tencimento e da representatividade; a sensibilização para impor tância do combate a todas as formas de violência; a criação de espaços onde os estudantes possam agir ativamente na escola; o combate a práticas racistas e sexistas no cotidiano escolar, entre outros. Essa relação da comunidade com a escola fica muito evidente neste projeto, em que a escola reforça sua vocação de ser, também, um espaço de escuta ativa, acolhimento emocional, de discussões e potencialização das identidades.

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Brasília

Acompanhe também na Internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Julia Lucy quer “passar a boiada” em Brasília FOTOS: DIVULGAÇÃO

Deputada apresenta projetos de flexibilização das penalizações e fiscalização ambientais no DF Em tempos de Amazônia degrada, de ineficiência dos mecanismos federais de fiscalização e penalização dos agressores do meio-ambiente, a deputada distrital Julia Lucy (União Brasil) quer trazer para o Distrito Federal a flexibilização das penalização e fiscalização ambientais. Em sua justificativa, a parlamentar alega ser necessária a simplificação e racionalização dos processos para conferir a devida segurança jurídica aos empresários, “responsáveis pela geração de renda e empregos”. Além disso, Lucy propõe que o agente público responsável pela fiscalização possa ser penalizado via processo administrativo – o que pode gerar até demissão - nos casos em que as sanções ou penalidades forem consideradas flagrantemen-

“Simplificações”

Deputada Júlia Lucy propõe projeto que enfraquece a fiscalização ambiental

te ineptas. O GDF seria responsável por ressarcir os eventuais prejuízos “causados por intervenções indevidas nos estabelecimentos comerciais, sendo devida a reparação de danos materiais decorrentes, inclusive lucros cessantes”. De uma só tacada, a parlamentar, que foi contra o isolamento social no período crítico da pande-

mia e os mecanismos de maior proteção aos motoristas de aplicativo, altera dispositivos constantes em seis diferentes legislações vigentes no DF. São afetadas regras que tratam desde a fiscalização da poluição sonora, da gestão dos resíduos sólidos, da gestão dos recursos hídricos até a inspeção e fiscalização de agrotóxicos.

Dentre as simplificações que a distrital se refere, está: dificultar a penalização por reincidência de uma mesma irregularidade. Esta só poderia ocorrer um ano após a primeira autuação. Ou seja, quem joga lixo de maneira errada, ou opera com níveis sonoros acima dos limites suportáveis, poderia continuar na irregularidade por mais doze meses, sem qualquer risco de ser penalizado. A lei permitiria que um gato na rede pública de água, ou a captação irregular de água direto nas fontes hídricas, se perpetue por um ano. No caso de poluição sonora, a lei estipula que simultaneamente à autuação deva ser apresentado um laudo técnico sobre o ruído sonoro. Tradicionalmente, fiscais atuam com uso de decibelímetros, aparelhos digitais que medem o nível de pressão sonora, homologados pelo Inmetro. Constatando-se níveis acima do que a lei permite, aplica-se a autuação. A exigência da parlamentar criaria uma burocracia para dificultar a ação fiscalizadora.

Rolo compressor Consultor jurídico de associações comunitárias dos Lagos Sul e Norte e Park Way, o advogado Paulo Cunha considera a iniciativa mais um passo do “rolo compressor, que nos últimos anos busca flexibilizar normas ambientais, visando atender apenas interesses privados”.

No meio jurídico, há quem veja nessa inciativa mais do que a mera insensibilidade, representando uma verdadeira provocação, senão perversidade, quando os brasileiros ainda se recuperam dos terríveis assassinatos do indi-

genista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Juristas consultados avaliam que o projeto de lei concretiza o projeto político de se “passar a boiada” sobre o aparato jurídico candango de proteção ambiental. “Corrobora as ações do go-

verno federal de enfraquecer o aparato de fiscalização e repressão aos ilícitos ambientais. Cria dificuldades para os processos de sanção e ameaça os servidores da fiscalização, já excessivamente escassa e precária”, comenta um especialista em direito ambiental.


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NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Quanto custa uma noite mal dormida? Noites mal dormidas podem alterar o padrão alimentar, o que contribui para o aumento do cortisol, acarretando em ganho de peso e obesidade Você pode estar se perguntando, mas esta coluna não é sobre Nutrição? O que o sono tem a ver com isso? Tudo! Vivemos um

momento da história humana em que o ser humano tem uma elevada prevalência de doenças crônicas – obesidade, diabetes,

ESPÍRITA

José Matos Anjos, demônios e sintonia Opte pelo mal e sintonizará com o ódio, a inveja, a corrupção e a violência. Opte pelo bem e caminhará para a felicidade Tudo são ondas, vibrações e sintonia. Como você pensa, exterioriza ondas com certo comprimento que atraem e sintonizam com ondas de mesmo comprimento. Semelhante ao rádio ou à TV, que precisamos ajustar na faixa ou canal certos, assim também como emitimos, sintonizamos com anjos, demônios ou com os bilhões

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

de pensamentos que trafegam em nossa atmosfera. Os seres elevados emitem ondas de curtíssimo comprimento. Quanto mais elevados, mais curtas são as ondas emitidas. Os seres maus, as emitem em longos comprimentos. Quanto piores, mais longas serão as ondas emitidas. Quanto mais curta é o comprimento da

problemas cardiovasculares. E todas elas têm algumas coisas em comum no seu desenvolvimento. Uma delas está naquilo que comemos e a outra está relacionada ao sono. A vida moderna nos trouxe a eletricidade e as telas (smartphones, tabletes, televisão). Com isso, temos um estímulo cerebral luminoso por mais horas do dia. Isso impacta de forma significativa nosso sono e consequentemente nossa recuperação para o dia seguinte. Se isso acontecer uma única vez, talvez você consiga se recuperar rapidamente dormindo mais no final de semana. Mas quando isso se repetir com frequência, nossa capacidade de recuperar de uma noite mal dormida é reduzida. A consequência é o aumento do cortisol, o hormônio do estresse, de forma crônica, o que acarreta em ganho de peso e obesidade, resis-

tência à insulina (risco aumentado para o diabetes), alteração das bactérias intestinais, aumentando o risco de depressão e ansiedade. E não para por aí. Noites mal dormidas podem alterar o nosso padrão alimentar, o que também contribui para tudo que falamos anteriormente. Como resolver? Precisamos fazer uma rotina de higiene do sono, comer pelo menos duas horas antes de deitar para dormir (e nada de alimentos muito gordurosos!). Alguns chás relaxantes podem ajudar. Invista em uma xícara de chá (200ml) de chá de camomila, lavanda ou mulungu. Dormir bem faz parte de uma vida com mais saúde!

onda, maior o alcance e penetração. Quanto mais longas, menor o alcance e menor penetração. As ondas curtas emitidas por seres elevados (anjos), quando captadas, dão paz, alegria sadia, disposição, determinação e sentimentos de caridade e fraternidade. As ondas longas, emitidas por seres ruins (demônios), quando captadas, dão irritação, impaciência, inquietação, agressividade, inveja, sentimentos de ódio, mágoa, racismo, discriminação, perseguição etc. Assim, se você quiser receber inspiração dos anjos, avatares, espíritos superiores, vibre na faixa do bem na forma de ideal nobre, leituras e conversas edificantes e atitudes amorosas. Quanto mais elevados os pensamentos, sentimentos e atitudes, mais elevados serão os seres atraídos e sintonizados. Quanto piores os pensamentos, sentimentos, leituras, conversas e atitudes, piores serão

os seres atraídos e sintonizados. A mudança da faixa do mal para a faixa do bem requer tempo, determinação e dedicação. Por saber disso é que no AA (Alcoólicos Anônimos), o programa é para 24h, renovado a cada dia: hoje eu não vou beber e evito o primeiro gole. Pode haver recaídas? Sim, mas os vencedores devem servir de exemplo para que se continue na caminhada. É neste sentido o exemplo do Apóstolo Paulo: “o mal que não quero fazer, isto é que faço. O bem que quero fazer, isto é que não faço, mas pela Graça de Deus não sou mais o que fui”. Opte pelo mal e sintonizará com o ódio, a inveja, a corrupção e a violência. Opte pelo bem e caminhará para a felicidade. Tudo são ondas, vibração e sintonia. Caminhe para a luz, até que haja só o caminhar!

(*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1a Região Instagram: @carolromeiro_nutricionista

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