Jornal Brasília Capital 568

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Brasília Capital n Cidades n 8 n Brasília, 28 de maio a 03 de junho de 2022 - bsbcapital.com.br

A volta da Festa do Divino e das Cavalhadas FOTOS: GERALDO CÉSAR MOREIRA

Tradição em Pirenópolis vem desde 1819. Ápice acontece no Domingo de Pentecostes, ou Domingo do Divino, quando tem início as Cavalhadas

Festa na cidade e na roça A festa agrega várias atrações, ritos religiosos e manifestações populares na cidade e na zona rural. Tem as alvoradas com a Banda Phoênix, fundada em 1893, e com a Banda de Couro, que remete à antiga orquestra dos negros para louvar Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. O Coral Nossa Senhora do Rosário, entoa os cânticos em latim. Tem ainda a catira de origem indígena, a dança do congo de influência africana e a descarga de roqueira, salva de tiros que imita o canhão roca de origem portuguesa, para saudar o imperador do Divino. Os mascarados, que usam trajes extravagantes e máscaras representando animais como boi e onça, saem às ruas a pé ou a cavalo, fazendo alvoroço. Segundo contam, também têm origem portuguesa, e estão ligados à crença de espantar os maus espíritos.

Geraldo César Moreira Após dois anos de interrupção devido à pandemia de covid-19, a Festa do Divino Espírito Santo e as Cavalhadas de Pirenópolis voltam a ser realizadas. A tradicional festa de Pirenópolis, a cerca de 150 Km de Brasília, acontece desde 1819 e tem origem medieval – foi trazida pelos colonizadores portugueses. PENTECOSTES – O ápice da festa é no Domingo de Pentecostes, que acontece 50 dias após o Domingo de Páscoa, quando a Igreja Católica celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. A programação oficial teve início nesta quarta-feira (25), com a saída da Folia do Divino Tradicional, na zona rural. Na sexta-feira (27), às 4h, teve a alvorada com a Banda de Couro. Em seguida, a Banda de Música Phoênix. Às 19h, na Igreja Matriz, foi o primeiro dia da Novena em Louvor ao

Os mascarados, um dos símbolos de Pirenópolis, as Cavalhadas e o imperador com a coroa do Divino, diante da Matriz

Divino Espírito Santo, cantada em latim pelo Coral Nossa Senhora do Rosário. A tradicional apresentação da peça As Pastorinhas está marcada para os dias 3 e 4 de junho (sexta-feira e sábado), no Cine Pirineus. No sábado (4) é o último dia da novena, seguida de muitas atrações, como o levantamento do mastro com a bandeira do Divino, queima da fogueira e queima de fogos na beira rio.

As Cavalhadas

Sorteio do Imperador Na Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, construída entre 1728 e 1732, ocorre a novena e as missas de onde partem as procissões e ocorre o sorteio do Imperador da festa para o ano seguinte. O sorteio acontece no consistório da igreja, logo após a Missa Solene das 9h, no Domingo do Divino. Segue então o cortejo levando o imperador da até à sua residência. Lá serão distribuídas as verônicas, doce de

origem árabe trazido pelos colonizadores portugueses. Trata-se de uma massa de açúcar bem alva que traz a estampa da pombinha com raios, e simboliza o Divino Espírito Santo. São distribuídos também os pãezinhos do Divino. PATRIMÔNIO IMATERIAL – A Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis está registrada desde 2010, como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro

pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), inscrita no Livro de Registro das Celebrações. Ela acontece desde 1819. O imperador da celebração naquele ano foi o coronel Joaquim da Costa Teixeira. Anualmente é feita uma publicação atualizada com a relação de todos os nomes dos imperadores ao longo dos mais de 200 anos da tradição no lugar. Em 2022, o imperador é Heráclito da Abadia.

Este ano, as Cavalhadas (de 5 a 7 de junho) serão realizadas no Módulo Esportivo, uma vez que a Arena Multiuso Ulisses Jayme, o “Cavalhódromo”, está interditada. A abertura será no domingo (5), na segunda-feira será representado o batismo dos mouros, e na terça-feira a confraternização entre mouros e cristãos. As Cavalhadas fazem parte da Festa do Divino de Pirenópolis e tem origem medieval. A batalha representada, traz um grupo de 12 cavaleiros que usam a cor azul, os cristãos; e outros 12 cavaleiros que usam vermelho, os mouros.


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