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Síndrome do paraíso (Gênesis 3.1-9)

gostoso. Talvez ponderasse, não vai fazer nenhum mal comer um para experimentar.

Síndrome no sentido figurado significa temor, medo, insegurança. Tudo isso aconteceu no Jardim do Éden, antes dos nossos pais pecarem e darem ouvido ao Diabo. Nem Deus, nem o homem são os autores do pecado; o pecado é algo que vem de fora, mediante a serpente, Satanás (II Coríntios 11.14, Apocalipse 1,12.9, 20.2. Devemos nos conscientizar que a tentação está associada à dúvida relativa à Palavra de Deus.

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Vemos a curiosidade e a confiança despertada em Eva nos versículos 1 e 2. Portanto, uma insinuação de uma tríplice dúvida, com referência a Deus. À sua bondade infinita no tocante à restrição, sua retidão quanto à afirmação de que morreriam (v.4) e por fim, sua santidade quando Satanás assevera que ao contrário de morrerem, como Deus seriam, conhecedores do bem e do mal (v.5). Esta tríplice dúvida conduziu à incredulidade que por seu turno se desfecha na desobediência.

Satanás desafia Deus. “Deus disse que vocês podem comer de toda a árvore do jardim”, isso não era verdade. Deus disse que não deveriam comer do fruto que está no meio do jardim. Chamou Deus de mentiroso.

Satanás chamar Deus de mentiroso é muito petulância. “Morre coisa nenhuma, o que vai acontecer é que vocês vão tomar conhecimento do bem e do mal”. Eva parou para pensar um pouco, olhou para as árvores e viu que o fruto era saboroso, muito

O pecado começou dessa maneira: primeiramente o Diabo mostra a tentação. E na sequência vem o desejo, não pensando nas consequências. Isso tem acontecido com todos nós pecadores; caímos como um patinho ou como um passarinho na arapuca, nas ciladas do inimigo.

Eva, além de comer, ofereceu imediatamente ao seu marido. “Coma, Adão; é muito gostoso!”. Adão não perguntou nada a respeito do fruto tão delicioso aparentemente; simplesmente o comeu. Naquele momento ficaram envergonhados, perceberam que estavam completamente desnudados. Realmente o pecado é vergonhoso.

Tentaram solucionar o problema, foi tarde demais, tentaram cobrir o sol com peneira emendando folhas de figueira, na tentativa de camuflar a vergonha; a alternativa foi esconderem-se de Deus. Não sabiam que o Senhor é Onisciente, Onipresente. Nós também ficamos envergonhados quando pecamos, queremos fugir da presença do Senhor, não participando dos cultos assiduamente, não aceitando as tarefas ou missões que o Espírito Santo nos confia. E muitos abandonam a Igreja, o corpo do Senhor. Outros não querem nada. Ficam de braços cruzados. Estão satisfeitos com a salvação da sua alma, estão acomodados.

O salmista brada em alto e bom som: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?” (Sl 139.7). Não existe lugar no universo onde possamos nos esconder de Deus. Ele sempre nos encontra. Deus formula uma pergunta: “Quem te fez saber que estavam nus? Comeram do fruto proibido?” “sim”. A resposta correta, seria: “Senhor, nos perdoe, nunca mais seremos desobedientes.” Infelizmente, não foi esta a resposta. Não foi isso que responderam ao Senhor, faltou humildade.

Vem a resposta universal de todos os homens: “A Mulher que tu me deste me deu do fruto e eu comi”. Coitadinho do Adão. Culpou Deus e a mulher, “a culpa não foi minha, Senhor!”.

Ninguém quer assumir a culpa que está errado, dos seus pecados. Culpa os genitores, o esposo, a esposa, os filhos, o chefe, o colega... Sartre disse: “Inferno são os outros; nós somos apenas vítimas das circunstâncias; seguimos a jornada, sofrendo por erros dos outros, não reconhecendo os nossos”.

E agora? Como fica? Não reconhecemos que estamos errados. Falta-nos humildade. Não nos arrependemos e não pedimos perdão. É por este motivo que o mundo está virado, engulhado no pecado. “Jaz no maligno”, afirmou Jesus. Os filhos de Deus culpando uns aos outros e se inocentando do pecado. Deus não aceita nenhum pecador inocente.

O Senhor perguntou à Eva: “Comeste do fruto da árvore?” Provavelmente olhando para os lados à procura de uma vítima para culpar: “Ah, Senhor, foi o Diabo, que me enganou. A culpa foi dele, Senhor”. É mais fácil culpar o outro do que se arrepender. Culpar é uma péssima opção.

Temos o indeclinável dever de nos livrar dessa síndrome. Precisamos as- sumir o que fazemos e nos sentirmos arrependidos, suplicando o perdão do Senhor.

E o que Deus fez? Amaldiçoou a serpente, o homem, a mulher e a terra, mas prometeu o resgate, pôs inimizade entre a serpente e a mulher, entre a sua descendência e o seu descendente, “e este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar (Gênesis 3.15). Aqui está a primeira profecia do Messias prometido. Além disso, o Senhor sacrificou animais, também um protótipo de Cristo. Deus fez as vestimentas para os dois. Essa mensagem como o Salmo 32, o salmo didático de Davi. “Como é feliz o homem que tem suas desobediências perdoadas e seus pecados cobertos”. Como é feliz o homem cujos pecados Deus apagou e está livre das más intenções de seu coração. Eu tentei por algum tempo esconder de mim mesmo o meu pecado. O resultado que fiquei muito fraco, gemendo de dor e aflição o dia inteiro. De dia e noite sentia a mão de Deus pesando sobre mim, fazendo com as minhas forças ficassem como a seca faz com um pequeno riacho.

O sofrimento continuou até que admiti a minha culpa e confessei ao Senhor meu pecado. Pensei comigo: “Como desobedeci as suas Leis, quando confessei, tu perdoaste meu terrível pecado”.

Por causa dessa experiência eu digo: “Quem confia no Senhor sempre confessa seus pecados a Ele, enquanto há tempo de receber o perdão. Quando Deus mandar seus castigos, quem confia Nele, não será atingido”. Amém? Que o Senhor nos abençoe. n

Reconhecer a autoria de Deus sobre a criação é um ato que não requer muito esforço mental. Muitas vezes, o primeiro versículo da Bíblia serve como explicação até para os mais céticos. “No princípio, criou Deus os céus e a terra”. Todavia, devemos reconhecer que esse verso não esgota todos os questionamentos. Nem sempre o debate sobre a criação circunda o pronome ‘quem’. A exemplo de Jó, o ser humano interroga a Deus: “Por que, pois, me tiraste da madre?” (Jo 10:18). Trocando em miúdos: uma vez que sabemos Quem nos fez, queremos saber por que fomos criados. Qual o propósito, o objetivo, da criação?

Muitos tentaram responder a essa pergunta. “Conhece-te a ti mesmo”, sugeria o frontispício do Oráculo de Delfos, no templo de Apolo. “Torna-te quem és”, aconselhava o poeta Píndaro na Grécia Antiga. Essas sugestões parecem ser, no mínimo, razoáveis. Observando a natureza, vemos que as plantas são criadas para fornecer oxigênio; os animais são criados para procriarem; os astros celestes existem para cumprir seus movimentos. Em termos simples, as plantas existem para serem plantas; os animais, para serem