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Moisés Sanguinette, o artista escritor e poeta repentista

Conheci o Moisés através da sua visita no programa de rádio online da Rede 3:16, “Minha Pátria Brasil”, e lancei o desafio de fazermos um entrevista, para divulgar mais o seu trabalho e apresentá-lo aos nossos irmãos Batistas brasileiros.

Temos conhecido vários artistas e atletas da nossa denominação e compartilhado, com vocês leitores, da nossa coluna. Aqui vai mais um jovem supertalentoso, que vem abençoando multidões, com sua poesia e repentes, que educam, inspiram, promovem o Reino de Deus e nos edificam.

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Moisés Pereira Sanguinette (Moisés Aboiador) tem 34 anos, é Jequitaí-MG. Membro da Primeira Igreja Batista em Pinlar, liderada pelo pastor Cláudio Duarte; é filho de Domingos Alves Sanguinette (In Memorian) e Leandra Alves Pereira (In Memorian) e tem quatro 4 irmãos (Elcilane, César, Luane e Laiane).

RM - Como nasceu sua paixão pela poesia e repentes? Com que idade iniciou?

MS: Eu sempre gostei de poesia, principalmente a Literatura de Cordel. Creio que pelo fato de ser sertanejo, o espaço favorece para que um poeta cordelista desenvolva sua habilidade.

Quando era criança, eu vi reportagem sobre o Patativa do Assaré, no Jornal Nacional, fiquei encantado com suas poesias e, quando cresci, passei a ler seus livros, além de outros autores que publicavam cordéis pela Editora luzeiro. Uma coisa que também que me fez apaixonar pelo cordel foi diversos livros que mencionam o sertão Nordestino como: “Grande Sertão Veredas”, “Os Sertões”, “Vidas Secas, entre outros. Muita gente desconhece, mas o Norte de Minas é uma extensão do Nordeste e que no passado pertenceu ao Nordeste Colonial, sendo parte de Bahia e Pernambuco; por isso a cultura nordestina permaneceu por aqui.

Muitos desses costumes presentes no seio da minha família, como o ofício de vaqueiro, sanfoneiro, repentista, creio que gravei tudo dos tempos passados, no sertão; a cultura, culinária e o bioma, os mananciais, uma vez que aqui temos o encontro do Cerrado com a Caatinga em meio a extensão do Rio São Francisco, o qual me inspirou a fazer os primeiros versos de cordel. A partir daí, relacionei tudo que construí de conhecimento e comecei desenvolver meus primeiros cordéis. Iniciei com 26 anos.

RM - Como nasce sua inspiração?

MS: Existem alguns estudiosos que dizem que o cordel é a relação entre Deus, Homem e Natureza. Um exímio poeta de Literatura de Cordel consegue alinhar esses três elementos na construção do seu texto. Há também a construção da poesia citando os elementos separados. No dia a dia, o poeta busca inspiração nesses elementos para construir, seja o cordel, aboio, toada, embolada ou uma trova, por exemplo.

RM - Quando descobriu que queria se tornar um profissional?

MS : Justamente quando iniciei descobri que tinha potencial para ser escritor.

RM - Qual é a sua poesia predileta?

MS: Tenho várias; creio que não tem uma específica. Porém vou citar cinco bem relevantes: O mote “Bem-vindos ao Norte de Minas, o Nordeste começa aqui”; “Os Cangaceiros do São Francisco”; “Ser Poeta e Mãe (Tributo)”.

RM - Como motivar novos artistas a desenvolverem seus talentos nessa área e promover missões através deles?

MS: Creio que é muito importante, em tempos tão difíceis de semear o Evangelho, pois a cultura limpa é um meio importante de propagar a Palavra de Deus pelo Brasil, principalmente no Nordeste, que carece muito e a cultura é uma ferramenta chave nessa região; e um meio do nordestino se aproximar do Reino de Deus é por meio da cultura, e muitos artistas de literatura cordel tem feito isso, não só no Nordeste mas em todo Brasil e muitas almas tem sido alcançadas por meio da expansão do Evangelho através do cordel.

No ano que os Batistas lançaram a Carreta do Sertão, não pensei duas vezes em criar um cordel sobre ela. Logo enviei para a Rede 3.16 em todos os programas, principalmente os matinais (“Manhã com Deus”, “Nossa Pátria Brasil” e o programa do pastor Elber). Senti a vontade de levar esse cordel por todos as cidades onde a Carreta do Sertão passaria, enviei pra todos estados do Nordeste nos canais das Igrejas que receberiam a carreta. Creio que duas Igrejas me responderam, uma foi PIB de Fortaleza - CE, onde um diácono, chamado por nome Marcos Antônio Bandeira, que é um amigo poeta e irmão em Cristo, levou a poesia para Igreja.

RM - Como tem sido a luta de promover a sua arte e sonhos?

MS: Tem sido um desafio, principalmente em instituições de ensino, receber intervenções poéticas, muito importantes para formar novos escritores e poetas. Aqui na cidade, por exemplo, levei um projeto nacional de poesia em uma escola e não aceitaram. Acabei ofertando em outro estado. Creio que o meu sonho e de muitos cordelistas é para que a Literatura de Cordel se torne uma disciplina curricular nas escolas do Brasil, aí sim, poderemos em larga escala motivar jovens para que sejam novos talentos e escritores do cordel brasileiro. Enquanto nada não sai do papel, sempre divulgo e motivo as pessoas que conheço a praticarem o hábito da leitura e escrita do cordel. Outro ponto é a quantidade de material que disponibilizo nas minhas páginas, para que as pessoas possam se interessar por esse tipo de poesia.

RM - Fale um pouco sobre seus livros.

MS: Creio que tenho cerva de 10 livros escritos e dois publicados. O primeiro, “Poemas do Sertão: O Menino Jesus”, que é um livro composto de 20 poesias, entre cordéis e poesia popular, que vai narrar alguns acontecimentos que aconteceram durante o nascimento e ministério de Jesus Cristo. O segundo, “Poesias do Nordeste”, é um livro composto por 40 cordéis tratando de temas direcionados ao Nordeste brasileiro, principalmente a parte que envolve o Sertão. Nesse livro também são destacados poemas que falam sobre a minha família e lembranças da Fazenda Pitombeira, povoado onde eu nasci, na zona rural de Jequitaí.

RM - Foi uma honra poder te entrevistar, meu amigo. que Deus continue abençoando sua caminhada. Muito obrigado!

Conhece algum artista ou atleta na sua Igreja ou comunidade? Entre em contato conosco, queremos conhecer mais sobre o bom uso dos seus dons e talentos para a glória de Deus. n

Arte e Cultura CBB

Roberto Maranhão

Ministro de Arte e Esporte Internacional