Julho 2014

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2014 |

JORNAL DO

Baixo

Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal Ano 14 - Nº170

JULHO 2014 PREÇO: 0,85 EUROS

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGA

PORTUGAL

CEM NORTE

IX Conselho Mundial José Marti para a solidariedade: De VRSA para o mundo saíram palavras de ordem contra a desigualdade Câmara municipal doa equipamento aos bombeiros

Sr. Manuel dos Guerreirinhos conta-nos a vida em verso

Dia do Município marcado por inauguração da Casa do Sal

Miguel Vairinhos, presidente do Lusitano, em entrevista

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2014

ABERTURA

JBG

Jornal do Baixo Guadiana

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Editorial

Diretor: Carlos Luis Figueira Sub-Diretor: Vítor Madeira Chefe de Redação: Susana Helena de Sousa CPJ 9621 Redação: Antónia-Maria, Carlos Brito, Joana Germano, José Cruz Victoria Cassinello Colaboradores da Edição: Eusébio Costa Fernando Pessanha Humberto Fernandes João Conceição João Raimundo José Carlos Barros José Cruz Pedro Pires Rui Rosa Associação Alcance Associação GUADI Associação Rodactiva Cruz Vermelha Portuguesa VRSA DECO NEIP Europe Direct Algarve - CCDRAlg e Associação Odiana Departamento Comercial: baixoguadiana@gmail.com e/ou joanagermano@gmail.com Sede e Redação: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21 8950-909 Castro Marim Tel: 281 531 171 966 902 856 Fax: 281 531 080 baixoguadiana@gmail.com Propriedade: Associação Odiana Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 geral@odiana.pt

A realização em Vila Real de Santo António do IX Conselho Mundial José Marti para a Solidariedade trouxe não só notáveis personalidades mundiais, mas sobretudo uma outra visão sobre o Mundo diferente, substantivamente diferente, daquela que na velha Europa repetidamente ouvimos sobre a inevitabilidade de cortes nas prestações sociais, e na redução do papel social que cabe ao Estado assumir. Passou por aqui uma lufada de ar fresco que independentemente da forma de chegar, em processos e situações seguramente muito diversas, contudo todos apontando claramente para politicas de sentido inverso. As alterações que ao longo dos últimos anos têm vindo a ocorrer em todo o território da Amé-

rica Central e Sul conduziram à eleição de uma nova geração composta de gente que tem no centro das suas politicas o combate às desigualdades, a par do desenvolvimento económico e da gestão pelo Estado em todo ou em parte das suas principais riquezas. Ainda recentemente numa entrevista dada ao El País por Micelle Barchelet a propósito do balanço de 100 dias como Presidente da Republica do Chile, esta acentuava que no centro das suas politicas estava o combate às desigualdades e que contava muito em brave aprovar uma profunda reforma fiscal peça importante desse mesmo objectivo. Nas histórias de vida que publicamos encontra-se o retrato do que foram cinquenta anos de ditadura, de atraso, de dificuldades, de fome, para grande parte da população. É importante que essa memória histórica não se perca e a cada dia possa ser evidenciada. Não como sinal de um qualquer fatalismo que nos atingiu, mas como elemento de valorização do que trouxe ao País o 25 de Abril. O que foi feito para aqui chegarmos o que é necessário fazer para não perdermos o que conquistamos

em matéria de direitos e liberdades, no País renovado que fomos criando. O Bastonário da Ordem dos Médicos vem alertar para a situação caótica em que se encontram muitos dos serviços públicos de saúde no Algarve. Falta de médicos em serviços de urgência, entre outros serviços, de enfermeiros e pessoal auxiliar. O panorama não é animador para quem tem de recorrer a serviços públicos de saúde, como aliás é evidenciado por utentes nesta edição. Há largos meses que o JBG espera por uma resposta do responsável da ARS do Algarve para uma entrevista onde procurávamos com objetividade avaliar a situação. Nesta como noutras áreas da governação as respostas têm de ser claras e prontas. A nossa selecção sai do Mundial sem honra nem glória. Esperavamos por alguma reacção que justificasse o penoso resultado obtido. As desculpas de jogadores, treinador e responsáveis pelas selecção, têm sido até agora as mais esfarrapadas. Mas, como vai sendo hábito, nestas como noutras áreas, parece agora abater-se sobre tão mau resultado um manto

de silêncio à espera que passe a chuva. O treinador da Itália demitiu-se de seguida argumentando que perante os resultados obtidos não se sentia bem em continuar a ser pago pelo dinheiro dos contribuintes. Por cá o nosso treinador justifica a continuidade pelo apoio do balneário e do Presidente da Federação, compreende-se. A crise de emprego que também o setor do treino atravessa, torna muito mais confortável a opção de se manter no conforto da casa. É humanamente compreensível e daí também se entender que, como diz o próprio, demitir-se nas actuais circunstâncias seria um acto de pura loucura. Claro que sim!

Carlos Luis Figueira carlosluisfigueira@sapo.pt

Vox Pop «Como vê a situação da Saúde no Algarve cuja rutura foi denunciada pelo bastonário da Ordem dos Médicos?»

Pessoa Colectiva: 504 408 755 Direção Executiva: Associação Odiana Design e Paginação: Rui Rosa Impressão: FIG - Indústrias Gráficas Rua Adriano Lucas, 3020-265 Coimbra, Tel: 239 499 922 Tiragem desta edição: 3.000 exemplares Registo no ICS: 123554 Depósito legal: 150617/00 JBG ONLINE http://issuu.com/jornalbaixoguadiana e Facebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Nome: Ana Ferro Profissão: Comercial

Nome: Mário Spencer Profissão: Actor / Músico

Nome: Vilma Gonçalves

R: A saúde no Algarve está muito mal, falta

R: É assustadora a situação da saúde no

R: Embora felizmente eu tenha um seguro

médicos não só de família, mas também de especialidade, além de verbas para a aquisição de materiais essenciais ao normal funcionamento das unidades hospitalares. Com a chegada do Verão e o aumento da população será o caos no Hospital de Faro, quem precisar passará horas intermináveis à espera de assistência médica.

Algarve. E agora?!... Agora não sei... Estamos numa democracia em que se o Governo decretar guerra temos de ir mesmo contra a vontade, se decretar que devem morrer nas urgências morremos ...enfim sentimento de total impotência...Aceitamos (alguns de nós) a ideia que foi culpa nossa a semibancarrota; e por isso tudo valia para equilibrar as contas.... até fechar sectores como a saúde. Como parece que para o Governo o Algarve não interessa para o que seja estamos a mercê desta lógica.

de saúde verifico que no setor público espera-se meses para uma consulta. Além de que mesmo que o cidadão queira pedir para lhes prescrever um exame caso o médico não esteja bem humorado não prescreve... o que obriga a pessoa pagar no particular bem caro para o conseguir fazer.. E por aí fora .... Descontamos imenso mensalmente e quando precisamos dos serviços nacionais de saúde não os temos.

Profissão: Solicitadora

Nome: Lourdino Marques Profissão: Professor

R: Comungo e partilho as preocupações do Bastonário, tendo em conta o desenvestimento na área de saúde, que tem afetado significativamente o Algarve desde os anos de 2009. Se tivermos em conta que o território algarvio apresenta algumas especificidades, nomeadamente, o constraste entre o litoral mais rico e mais jovem, e o interior mais envelhecido, mais pobre e mais isolado, por via de uma ausência de políticas de integração e de um sistema de transportes muito débil e castrador da mobilidade e acessibilidade aos Centros de Saúde e Hospitais, caminhamos a passos largos para uma desertificação gigantesca, com repercursões inimagináveis para a coesão territorial. Em relação à segunda questão relacionada com a época estival essas mesmas preocupações avolumam-se, pois se tivermos em conta que a população presente triplica, e se as condições de assistência não acompanharem o mesmo ritmo, podemos defrontarmos com situações complicadas.


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CRÓNICAS * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Vítor Madeira

O Insubmisso Casa do Sal de Castro Marim – Um espaço de cultura para preservar a memória do “melhor sal do mundo” Quando os velhos do Restelo e alguns empedernidos do 25 de Abril, utilizando um argumentário oco e ofensivo para o orgulhodoscastromarinenses,procuram apagar a obra notável e a acção do Dr. José Estevens, um visionário do Poder Local, com o qual o concelho ao longo de dezasseis anos conheceu um período de modernidade e de desenvolvimento social sem precedentes na sua história recente, foi inaugurada no passado dia 24 de Junho a Casa do Sal, na vila de Castro Marim e uma das marcas da sua presidência.

Há muito que Castro Marim - “Uma terra com história”, reclamava um espaço que enobrecesse e perpetuasse o Sal e a memória da actividade salineira, desígnio que agora se cumpriu. A Casa do Sal, situada no antigo edifício da Balalaica, propriedade do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas – ICNF) não é um museu no sentido clássico do termo, mas sim um espaço de cultura vivo e dinâmico, dirigido a diferentes públicos, no qual se pretende acarinhar e promover o aparecimento de novos criadores e produtores artísticos, em especial

os jovens, seja nas artes plásticas, na pintura ou no campo da música. Tudo começou em 2000, altura em que mais de 80% da capacidade de exploração do sal estava abandonada, quando alguns produtores encetaram a revitalização das salinas, a par do processo de certificação do sal, tendo a Câmara Municipal sido o motor para que este processo se tornasse uma realidade. Paralelamente, foi criada a Tradisal, a associação dos produtores de sal do sotavento algarvio que, integrando produtores dos concelhos de Castro

Marim, Tavira e Olhão, desempenhou um papel de relevo na revitalização da actividade salineira. Em 2007, percebendo a importância da extracção do sal para o desenvolvimento económico da vila de Castro Marim e a necessidade de valorização da actividade salineira e da biodiversidade das salinas, a Câmara Municipal tomou a decisão de construir a Casa do Sal, que conheceu algumas adversidades até à sua concretização devido à insolvência financeira da empresa construtora. O equipamento com memória agora inaugurado dispõe de um espaço

multimédia que integrará uma rede de circuitos de visita à Reserva Natural de Castro Marim e Vila Real de Santo António, uma área para exposições, uma loja de merchandising associada ao sal de Castro Marim, um snack bar e uma esplanada. São projectos como os da Casa do Sal de Castro Marim, que conjugam a dinamização económica de um produto com o património natural e a criação de arte e cultura que, travando a batalha da modernidade e o progresso sustentável, podem dar esperança e ambição de um futuro melhor para os cidadãos. Insubmisso69@gmail.com

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Carlos Brito

O Acórdão e o contexto político O Acórdão do Tribunal Constitucional de 30 de Maio tornou-se o mais importante acontecimento político do país depois das eleições europeias. Várias razões contribuíram para que isto acontecesse a um texto eminentemente jurídico. Foram, por orem de importância, a reacção do Governo, o alheamento do Presidente da República, o apagamento da oposição de esquerda. A reacção colérica e disparatada do Governo de Passos Coelho, foi incontestavelmente a primeira dessas razões. Ainda mais do que nos anteriores confrontos com o TC, o Governo e em especial o primeiroministrro estão a passar todas as marcas. Não se limitam a atacar o Acórdão ou o Tribunal. Desta vez atacam pessoalmente os juízes, acusando-os

de incompetência e de parcialidade. Mas nesta guerra, em que não olham a meios, são os governantes que estão a ficar mal. São eles que demonstram falta de escrúpulos e incompetência, nomeadamente na jogada dilatória do pedido de aclaramento do Acórdão. Até Marcelo Rebelo de Sousa, apesar da sua vinculação ao PSD, considerou o pedido aclaramento um puro disparate e perguntou «se não há no Governo quem saiba direito». O Tribunal Constitucional fez valer, de novo, uma das funções mais elevadas da Constituição – de todas as constituições democráticas - que é a de proteger os cidadãos contra os abusos do Estado. Foi invocando os princípios da confiança, da igualdade e da proporcionalidade, também comuns a todas as constituições democráticas, que o TC chumbou os

abusos brutais que constituíam: os novos cortes salariais dos funcionários públicos, os cortes nas pensões de sobrevivência e nos subsídios de desemprego e de doença. O Governo nem se quer defende a constitucionalidade destas medidas, o que queria é que o TC fechasse olhos e deixasse passar. Não perdoa que os juízes, especialmente os propostos pelo PSD, não o tivessem feito e ameaça-os para o futuro. O Governo deixou perceber, assim, que deseja um TC formado por juízes que coloquem a obediência partidária acima do rigor técnico e da recta consciência de julgadores. Este grave conflito institucional desencadeado pelo Governo chama vivamente a atenção para a omissão e alheamento do Presidente da República em relação aos seus deveres constitucionais Foi já isso que aconteceu

Francisco Amaral

ao não retirar nenhuma ilação da derrota histórica da direita nas eleições europeias. Com Acórdão, Cavaco Silva virou a cara pudicamente a fingir que não via os sucessivos ensaios do Governo para não o respeitar e cumprir. Só depois de vários dias de pressão da comunicação social e da opinião pública é que dignou dizer que «o Governo tem de cumprir as decisões do Tribunal Constitucional.» O apagamento, por acção e omissão, da oposição de esquerda é outro traço característico deste período da vida politica nacional, que se seguiu às eleições europeias. O PS está envolvido num processo interno de luta pela liderança que se anuncia duro e prolongado. O PCP desencadeou algumas acções – moção de censura e pedido a Cavaco Silva de eleições antecipadas – que mais parecem visar o PS do que explorar a derrota da

direita. O BE está mergulhado num complexo esforço de reanimação, depois de um novo tombo eleitoral. A coligação da direita, que desgoverna o país há três longos anos, folga com esta crise das forças partidárias à sua esquerda. Embora derrotada e isolada social e politicamente, como se demonstrou nas europeias, sentese assim encorajada a preparar uma ultrapassagem vitoriosa das legislativas do próximo ano. É esta realidade indisfarçável que toda a esquerda, e não apenas a das formações partidárias, tem de abordar com a maior responsabilidade e em ligação com o movimento popular de massas, procurando respostas credíveis que sobretudo ajudem a unir e apontem à vitória.

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

“Viagens na Minha Terra”

Era um dia inteiro de viagem. Quando era moço novo. Melhor, pitinho mesmo. O meu pai ia aos arames. A minha mãe “fabricava” sacos, saquinhos e sacões. Vivíamos em Faro. Férias, grandes e pequenas, eram passadas em Alcoutim. Anos 60. A manhã era passada no comboio entre Faro e Vila Real de Santo António. Depois a mudança de estação e a tarde entre Vila Real de Santo António e Alcoutim, às curvas. E aos enjoos. Um sofrimento. Valia pela chegada ao paraíso

prometido. O autocarro, na altura chamavamlhe camioneta, fumegava por todos os lados. Volta e meia o condutor saía para meter água. Lembro-me do Dr. João Dias dizer que na Ribeira da Foupana, antes da existência da ponte, os passageiros saíam para empurrar o autocarro. Enfim, desgraças de outrora. E pensar que agora, em menos de uma hora se percorrem estes cerca de 100km… Mas esta última viagem, AlcoutimFaro, fica-me na história. De vida. Talvez tivesse demorado mais de um dia, como outrora. Acordo às 4h da

manhã com uma “facada” no peito. Tinha chegado o já esperado (com a vida que levava), mas não avisado, infarto. Começa o contrarrelógio. Tinha de desobstruir a coronária no mais curto espaço de tempo, para as sequelas serem mínimas. Telefonar para o 112. Um inquérito muito longo e desnecessário para quem é médico e está aflito. Esperar pela ambulância dos bombeiros com minutos a parecerem horas. Não há aspirinas na ambulância. A ansiedade aumenta. As conversas com a central do INEM não têm fim. O desespero aumenta. Ao fim de umas “horas”, pareciam,

inicia-se a viagem. A meio do caminho, troca de ambulâncias. Agora já com enfermeira. Eletrocardiograma. Não o devia ter visto. Supradesnivelamento de ST em quase todas as derivações. Enfarte extenso – “Estou feito. Não chego vivo a Faro”. Contrarrelógio mais apertado. Agora, consciente da verdadeira dimensão do problema. A dor da “facada” era insuportável. Pedia mais morfina. De 5 em 5 minutos levantava a cabeça, “onde vamos?”, vinha a resposta, “ainda!?”… Altura, Tavira, estação de serviço, Olhão. O desespero, a angústia e a aflição aumentavam

em flecha. “Ainda estou vivo”. Vejo chegar as luzes de Faro. Uma réstia de esperança surge no horizonte. “Será que o Vitor Brandão está à minha espera?”. Entrei no hospital, onde tinha estado de serviço horas antes, agora na horizontal, às 5h30. Corredores a correr. Serviço de cardiologia. Vejo o Mimoso e, por detrás, o Vitor. “Estou safo”. Em poucos minutos a circulação coronária retomada. Final feliz. Até ver. Obrigado a todos que colaboraram nesta viagem que voltou a demorar um dia. Agora, há que desacelerar e ver crescer o neto…


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EDUCAÇÃO

Mais um ano de manifestação contra encerramento da escola de Odeleite Em Junho, ainda antes de se conhecer a lista de escolas a encerrar pelo Ministério da Educação (ME), e sendo que a escola de Odeleite, em Castro Marim, era uma das que estava em risco, a população local manifestou-se ao lado do Sindicato dos Professores da Zona Sul, da Comissão de Utentes de Castro Marim e da comissão concelhia do PCP. Com bandeiras negras e palavras de ordem juntaram-se à porta daquele estabelecimento de ensino. A ameaça mais uma vez recaiu pelo facto de aqui a frequentar o primeiro ciclo estarem apenas 12 alunos, não cumprindo o mínimo de 21 alunos decretados pelo ME.

“Medidas economicistas” Os promotores desta manifestação lembraram as “medidas economicistas que têm levado a cortes cegos por parte deste Governo e

a ameaçã a que está sujeita ano após ano a população de Odeleite, depois de já terem conseguido encerrar a escola do Azinhal”. Ao lado dos manifestantes esteve também Valter Matias, presidente da Junta de Freguesia local. Um autarca jovem que reconhece que “mais encerramentos aceleram, sem dúvida, desertificação e o futuro pode ser muito negro para estas zonas de Interior”. Recorde-se que em Outubro de 2013 esta freguesia viu encerrada a extensão de Centro de Saúde. Caso esta escola tivesse encerrado acarretaria mais três novos desempregados, bem como significa o fim do pré-escolar e Atividades de Tempos Livres. Não encerrou, mas a população acredita que para o ano a ameaça regresse. Francisco Amaral, presidente da câmara de Castro Marim promete “lutar sempre pela manutenção da escola de Odeleite”, e referiu que “desde a primeira hora que “a direção regional de Educação foi sensibi-

Sindicato dos Professores, PCP e Comissão de Utentes de Castro Marim tiveram apoio da população local para a realização desta manifestação lizada pelo executivo camarário “para o facto desta ser a única Escola de Interior a funcionar no Baixo Guadiana, sendo que a sua

6ª Edição das Férias Ativas em Castro Marim

especificidade merece ser tiuda totalmente em conta sob pena de um mais acelerado processo de despovoamento”.

No país encerraram 311 escolas em 129 concelhos. No concelho de Faro encerram 3 escolas, em Loulé e Albufeira.

Poesia por crianças na biblioteca de Alcoutim No passado dia 11 de Junho a biblioteca municipal de Alcoutim, a Casa dos Condes, recebeu durante a manhã um grupo de crianças da Escola Básica Integrada de Alcoutim para uma sessão de leitura de poesia e interpretação de contos.

As crianças declamaram poesia na biblioteca de Alcoutim

As Férias Ativas começaram a 16 de Junho e prolongam-se até 12 de Setembro Durante três meses mais de duas centenas de alunos residentes ou estudantes do concelho de Castro Marim, com idades compreendidas entre os 6 e os 15 anos, vão desenvolver atividades culturais e desportivas em espaços tão diferentes como o rio Guadiana, a Casa do Sal em Castro Marim, a Biblioteca Municipal, a ribeira de Odeleite, a Quinta da Fornalha ou o Pavilhão Municipal. “Nesta que é 6ª edição das «Férias Ativas», os participantes têm à sua espera um leque diversificado de ações de natureza lúdica e pedagógica, que potenciam o

seu desenvolvimento cognitivo, das quais se destacam: expressão plástica, jogos tradicionais, judo, canoagem, vela, dança, ateliê das artes, visualização de filmes ou idas à praia. Outra das atividades muito acarinhada pelas crianças e jovens são os workshops de doçaria na Quinta da Fornalha e no refeitório do Jardim de Infância de Castro Marim”, diz a autarquia em comunicado. A câmara e a empresa municipal NovBaesuris são as promotoras deste projeto e acreditam que esta é “uma ocupação dos tempos livres, quebrando rotinas

e potenciando um desenvolvimento harmonioso, equilíbrio físico, psicológico e social dos mesmos. Permite, ainda, sensibilizar os jovens para a importância da prática desportiva, educação para a cidadania, questões cívicas de defesa e preservação do meio ambiente”. Para além disto este projeto tem como função assegurar que os pais e encarregados de educação das crianças durante este período de interrupção letiva de Verão têm alternativas seguras para o dia-a-dia dos seus educandos.


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EDUCAÇÃO

Cursos socioeducativos em Alcoutim encerraram com exposição e jantar-convívio Realizou-se em Alcoutim no dia 25 de Junho a cerimónia de encerramento dos 10 cursos socioeducativos que decorreram em várias localidades do concelho durante o ano letivo 2013/14. São cursos promovidos pela Câmara Municipal em colaboração com a Associação Alcance onde se lecionam artes tradicionais como o macramé, arraiolos, tecelagem e bordados, mas também pintura e artes decorativas, envolveram cerca de 100 formandos. No encerramento de mais um ano de aprendizagem o presidente da Câmara Municipal, Osvaldo dos Santos Gonçalves, o vice-pre-

sidente, Paulo Paulino, o presidente da Alcance, José Manuel Simão, o presidente da União das Freguesias de Alcoutim e Pereiro, João Carlos Simões e a quase totalidade dos formandos, realizaram uma visita à exposição dos trabalhos realizados no âmbito dos cursos, e que esteve patente na galeria da Casa dos Condes até 30 de junho. A iniciativa prosseguiu com a realização de um jantar-convívio, animado por um acordeonista, no Castelo de Alcoutim. O presidente da autarquia felicitou os formandos “pela excelência dos trabalhos realizados e agora expostos e garantiu, não só a continuidade dos cursos no

Projeto «Dar de Volta» promoveu reutilização de materiais escolares em VRSA A Biblioteca Municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António, desenvolve, pelo terceiro ano consecutivo, o projeto «Dar de Volta», promovendo desta forma a recolha e a reutilização de manuais, dicionários e gramáticas escolares. O banco de manuais escolares visa ajudar as famílias a poupar dinheiro e recursos, apelando à participação de todos os munícipes para que um maior número de alunos possa ter acesso à medida. Estima-se que, só em 2013, o projeto tenha contribuído com uma poupança para as famílias vila-realenses na ordem dos 5000

euros. De acordo com Conceição Cabrita, vereadora com o pelouro da Educação e Juventude, «em 2014 o município de VRSA espera aumentar ainda mais esta poupança, pelo que se apela à mobilização de pais, alunos e professores no processo de recolha». Os livros devem ser entregues na Biblioteca Municipal, até ao final de julho, podendo ser posteriormente levantados a partir do dia 18 de agosto. Os manuais recolhidos podem ser reutilizados por quem os venha a solicitar, dando-se prioridade aos estudantes e pais que contribuíram no processo de entrega.

próximo ano, como o alargamento da carga horária, dada a grande adesão da população, em especial do sexo feminino, aos mesmos”. No final da intervenção do autarca procedeu-se à entrega, a todos os formandos presentes, dos respetivos diplomas de participação. Aumentar a aquisição de competências básicas dos cidadãos, dinamizar as localidades isoladas e promover as relações de sociabilidade e a ocupação dos tempos livres, em especial da população idosa, são os grandes objetivos destas formações que assim contribuem, em muito, para o aumento do bem-estar dos residentes locais.

Estes cursos socioeducativos são frequentados pela população local que elabora diversos trabalhos ao longo do ano

Jovens assinalaram Dia Mundial do Ambiente Comemorou-se a 5 de junho, o Dia Mundial do Ambiente. Para assinalar este dia, a Câmara Municipal de Castro Marim, em colaboração com o Agrupamento de Escolas, desenvolveu um projeto de educação ambiental, integrado também no âmbito da campanha Bandeira Azul 2014, cujo tema é a Poluição dos Oceanos. O projeto – «Reciclar o Olhar para proteger o Mar» – consiste no reaproveitamento de vidrões antigos, do tipo iglô. Depois de recuperados e pintados, pelos alunos do Agrupamento de Escolas de Castro Marim, serão recolocados na via pública, para deposição de resíduos de embalagens de vidro. “Com esta ação, que une as vertentes de educação ambiental e arte urbana, cumpre-se o principal objetivo do projeto, que é alertar e sensibilizar a população para a necessidade de proteger os oceanos e, simultaneamente, promove-se uma mensagem de redução da produção de resíduos

O dia do Ambiente assinalou-se a 5 de Junho e jovens de Castro Marim participaram em atelier de educação ambiental e reutilização de materiais”, diz a autarquia em comunicado de imprensa. Este projeto contou com empenho e inspiração dos alunos do 2º

ciclo do Agrupamento de Escolas de Castro Marim e terá continuidade no programa das «Férias Ativas do Município» [ver página ao lado].

«Vou ali, já volto IV», mais um sucesso Escola Ativa No âmbito do Projeto Escola Ativa, e para assinalar o encerramento do ano letivo, para os alunos do 4º ano, a E.B.1/JI Santo António levou a efeito, no dia 6 de junho, na praia de Monte Gordo a quarta edição da atividade «Vou ali, já volto». Professores e Educadoras uniram esforços para que a iniciativa decorresse com êxito, organizando e dinamizando um circuito de jogos e brincadeiras. Esta atividade contou também com a colaboração de todo o pessoal não docente. Os mais de 300 alunos, deste estabelecimento de ensino puderam, mais uma vez, desfrutar de uma

A iniciativa tem como grande objetivo promover a atividade física junto dos mais novos

manhã de jogos e brincadeiras na praia. Houve também um pequeno concurso de construções na areia. Por fim, após um lanche saudável, o circuito de jogos e brincadeiras culminou em saltos e cambalhotas nos insufláveis que o empresário Paulo Calvinho, mais uma vez, teve a amabilidade de colocar à disposição das crianças. “Este dia de diversão não seria possível sem a colaboração da Autarquia de VRSA que facultou o transporte para deslocar as crianças e os adultos até à praia”, diz-nos a organização em comunicado.


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EL AND EVALO S U R - O CCID EN TA L *

ESPANHA

El I Foro Hispano-Luso del Sur de Cooperación Transfronteriza analiza la generación de nuevos proyectos La diputada del área de Desarrollo Local, Innovación y Medio Ambiente, Esperanza Cortés, ha subrayado la importancia de este foro para hacer más fuertes las relaciones entre España y Portugal. En concreto, “se coordinan políticas transfronterizas, de importancia vital para la Unión Europea”. A este respecto, la diputada ha destacado la importancia de que la “Oficina Andaluza Transfronteriza esté en la única provincia de frontera”, añadiendo que “estos fondos transfronterizos potencian la provincia de Huelva”. Se trata de políticas, ha indicado, “que se están haciendo día a día y tratan de no crear circunstancias distintas a las poblaciones de los dos márgenes del río. Benefician a la sociedad portuguesa y a la española”. La viceconsejera de Presidencia de la Junta de Andalucía, María Felicidad Montero, que ha asistido a la inauguración de este foro, ha mostrado su satisfacción por estar presente en este primer encuentro hispano-luso. “Hasta ahora se han puesto en marcha muchas acciones pero debemos enfocar el nuevo marco de cooperación que se abre para el periodo 20142020”. Además, según ha insistido, “las acciones que se desprendan de estos fondos deben conseguir el desarrollo sostenible. Esos son los proyectos que deben salir precisamente de este foro, se ha de definir cuáles”. Este primer Foro Hispano-Luso del Sur de Cooperación Transfronteriza

ha tenido en cuenta la generación de nuevos Proyectos de Cooperación Transfronteriza España-Portugal (POCTEP) y la posibilidad de poder formar en el futuro paternariados conjuntos. Se enmarca dentro de una de las actuaciones del proyecto POCTEP “UADITURS”, la Agencia Común de Desarrollo Transfronterizo, ADCT, y cuenta con la colaboración del Servicio ‘Europe Direct’ de la Diputación Provincial de Huelva, además del apoyo de la Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças (RIET) y del STC del programa POCTEP. Este foro cuenta con la participación de entidades transfronterizas de Andalucía, Algarve y Alentejo, que comparten problemáticas similares debido a su situación geográfica, y, además, suma experiencia y el trabajo de ponentes de otras regiones transfronterizas, como es el caso de Galicia y Extremadura, otras del centro y Norte de Portugal y de la zona española limítrofe del Duero. La provincia de Huelva se convierte en el foco de atención de las regiones transfronterizas por la importancia de los temas que se debaten y estudian en esta jornada. Los proyectos transfronterizos han ayudado a reforzar las relaciones económicas y redes de cooperación existentes entre las zonas de frontera entre España-Portugal. En este primer foro hispano luso se dan cita las principales autoridades de

La diputada del área de Desarrollo Local, Innovación y Medio Ambiente, Esperanza Cortés, ha subrayado la importancia de este foro para hacer más fuertes las relaciones entre España y Portugal ambos territorios, así como expertos e investigadores de la Universidad de Huelva y la Universidad del Algarve, entre otros. El foro, de carácter político-técnico, está dividido en dos partes, siendo una de ellas más práctica (workshops). La ponencia de apertura, moderada por el director del área de Desarrollo Local, Innovación, Medio Ambiente y Agricultura de la Diputación de Huelva, Jesús Díaz ha analizado la Agencia Común de Desarrollo Transfronterizo (ACDT) a cargo de la vicepresidenta de la Cámara Municipal

de Castro Marín, en representación de ODIANA Algarve, Filomena Pascual. Ha tenido lugar la adhesión de entidades a la ACDT. Por otro lado, se ha analizado la cooperación territorial en el periodo 2014-2020, una sesión moderada por el secretario general de la Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças (RIET), Xoan Vázquez. Ha contado con el subdirector general de Fondos de Cohesión y Cooperación Territorial Europea, Fernando Fernández; el coordenador nacional do POCTEP, Joao Bule; y la desk Officer para los

Programas Europeos de Cooperación Transfronteriza DG Regio, Manuela Passos, que ha participado mediante videoconferencia. Los POCTEP han permitido aprovechar las amplias redes de cooperación existentes que se han venido desarrollando desde 1989, con ejecución de proyectos de infraestructuras materiales, a las que se han incorporado progresivamente otros sectores como el turismo, servicios sociales, medio ambiente, innovación tecnológica, sanidad, educación o cultura.

Los Poetas del Guadiana, se asoman ahora, con nuevos bríos y nuevos poemas José Luis Rua La maquinaria no ha dejado de funcionar en todo el invierno. La inquietud y creatividad de los componentes del grupo, ha mantenido su ritmo frenético. Los encuentros aun cuando se hayan distanciado en el tiempo, han mantenido fresco el intercambio de opiniones y de acuerdos, para abrirse en estas fechas, a los amantes de sus publicaciones. Los Poetas del Guadiana, se asoman ahora, con nuevos bríos y nuevos poemas, con algo más que palabras bien avenidas y con mucha más rima libre. La sala de exposiciones Antonio Gómez Feu, del Centro Cultural Casa Grande de Ayamonte, actuó de punto de encuentro del arte en la mas sencilla de sus expresiones. Obras de gran valor y paletas de prestigio fueron los anfitriones de la presentación del nuevo poemario “ desembocadura del Guadiana II / Foz do Guadiana II”. Silen-

La inquietud y creatividad de los componentes del grupo «Poetas do Guadiana» ha mantenido su ritmo frenético ciosas en las paredes pero atentas a cada verso, fueron siguiendo el ritual previsto que desmenuzó levemente el autor ayamontino Diego Mesa. Presentó la nueva obra dentro de la

colección “ Los libros del estraperlo” de la editorial ayamontina, Crecida. Los sonidos de un violín confundidos con sus pasos, los fue arrancando con su sello personal, Paco Barreda. Y

sin espacio para el silencio se dejaron escapar poemas de cada uno de los siete autores españoles y otros tantos portugueses. Clemen Esteban, Manuel Palma, Arturo García Giner, Sonia Alho,

Raul Vela, José Carlos Villegas, Pedro Tavares o Antonio Cabrita. Cada uno con su lengua, cada uno su ritmo, pero todos capaces de sorprender y de arrancar aplausos o exclamaciones secuestradas a medio camino de su propia libertad. La sala fue acondicionada para el momento. El Area de cultura del ayuntamiento ayamontino se desvivió en facilidades y el público agradeció la honestidad de los poetas y la sencillez del acto. Y todo ello como antesala de una programación que no cesa, pero que en estos meses estivales se manifiesta con mayor fuerza si cabe. En breves fechas verán la luz nuevos trabajos de miembros de este movimiento pòetico del Bajo Guadiana. Novelas, poemarios, libros de autor se sumaran a una colección que va ganando adeptos por momentos. Pero de eso, hablaremos en breves fechas, seguro.


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EL A N D EVA LO SUR -O C C ID EN TAL *

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ESPANHA

V Velada de Verano en la Plaza del Salvador de Ayamonte En reunión mantenida el martes 7 de mayo en la Casa Ducal de Puebla de Guzmán, a la que asistieron inversores dispuestos a transformar sus fincas en regadío y el presidente acompañado de técnicos de la Comunidad de Regantes, se llegó a un acuerdo para formar la Agrupación de Regantes, que permitirá crear un núcleo de riego en Puebla de Guzmán y El Almendro de 1.470,5 hectáreas. Los futuros regantes se comprometieron a abordar cuanto antes las obras de transformación, mientras que los técnicos elaborarían a partir de entonces los proyectos. Según Antonio Beltrán, Alcalde de Puebla de Guzmán, esta fase tiene el decidido apoyo de la Dirección General de Planificación Hidráulica y de la Dirección General de Estructuras Agrarias de la Junta de Andalucía, y supone un paso firme hacia la consecución del tan aspirado deseo de poner en marcha los regadíos en la zona tras la construcción de la Presa del Andévalo.

Nueva edicion del festival internacional de cine en Isla Cristina El colectivo Atlántica Visual Art a regresado fiel a su cita con el Festival Internacional de Cine Bajo la Luna – Islantilla Cinefórum para traer la quinta entrega de su selección de obras audiovisuales vanguardistas, que en esta séptima edición de la muestra cinematográfica lleva por título ‘Visión Vídeo’. El ciclo de piezas de videocreación experimental se proyectó en Las Cañas (Urbanización Villa Antonia, Isla Cristina), con un enfoque alejado del vídeo como pequeña película, centrándose en el concepto de poesía audiovisual y documento residual de performance. Este año participaran videoartistas de distintas nacionalidades, como Raom &Loba (París-Buenos Aires), cortesía de La Galerie des Pentes de Lyon; Mario Gutiérrez Cruz (Lisboa); y artistas españoles como el performer Alex Peña, Arturo Comoas, Claudia Frau, Zaida Cordero y Fernando Bono; con la actuación en directo de música e imágenes del colectivo Voluble; todo esto bajo la dirección y el comisariado de Rocío López Zarandieta y Miguel Ángel Concepción, miembros de Atlantidawelcome.

Por este contenedor de arte han pasado, en anteriores ediciones, nombres tan reconocidos como la artista alemana Cornelia Eichchorn, ganadora el año pasado del Festival de Cortos de Uruguay; el colectivo Left Hand Rotation; Verónica Ruth Frías; Miguel soler o Valeriano López entre otros, contando también con la participación de varios artistas mejicanos y franceses. En esta ocasión, el ciclo se hay desarrollado en el patio de la asociación gastronómica isleña Espacio de Arte Las Cañas, en Villa Antonia, que cuenta con una gran pantalla junto a la piscina creando una doble imagen muy dinámica y contemporánea.

EL APUNTE: Exposición ‘Instantáneas de Atlántica Visual Art: Visión Vídeo’

El colectivo Atlántica Visual Art hay regresado fiel a su cita con el Festival Internacional de Cine Bajo la Luna – Islantilla Cinefórum

Exposición de “dibujos a dos tintas” en Ayamonte, con fines sociales El Economato Social San Vicente de Paúl y el Comedor Social Virgen de Las Angustias, ambos pertenecientes al municipio de Ayamonte, están preparando una exposición de Dibujos ‘a dos tintas’. Estas obras han sido donadas por el pintor José Reyes Castillo, que nuevamente vuelve a colaborar con estas Organizaciones. Esta actividad se va a celebrar por segunda vez en la Sede de la Agrupación de Cofradías de Ayamonte, ubicada en la C/ Jovellanos de esta localidad. La Inauguración esta prevista para el día 11 de julio y las obras estarán expuestas en este espacio hasta el día 30 del mismo mes. Desde ambos colectivos, invitan a todos a la inauguración y a que lleves una obra para ayudar a las personas mas necesitadas de Ayamonte. En la actualidad la situación económica de muchas familias de este municipio sigue siendo muy delicada, por ello apelan a tu solidaridad para ayudarles a salir de este drama diario.

Con anterioridad a este ciclo, desde el viernes 27 de junio se puede visitar la exposición permanente ‘Instantáneas de Atlántica Visual Art: Visión Vídeo’ en el mismo espacio Las Cañas, una instalación que podrá ser visitada hasta el próximo 30 de agosto.

José González Martín “Gomart”, expone en la Casa Grande El pintor ayamontino José González Martín, Gomart, expondrá por primera vez su obra en la Casa Grande de Ayamonte. La muestra estará expuesta entre el 27 de junio y el 17 de julio, compuesta por una colección de oleos principalmente con temática paisajística. Este artista, residente desde hace décadas en la capital de España, siempre ha seguido vinculado a su tierra natal a través de su familia, sus amigos y sus constantes visitas. El pintor pone sus muchos años de experiencia e investigación al servicio de tratar de llegar al dominio de la expresividad y el volumen con un arte limpio y asequible para todos los ojos, tanto los del experto como los de la sensibilidad que todos llevamos dentro. José González destaca que para él exponer en Ayamonte es cumplir una ilusión, que se haga realidad un sueño y considera la exposión un premio a su extensa y fructífera carrera. Gomart ha repartido su arte en múltiples exposiciones por toda la geografía española e incluso en el panorama internacional: Francia, Venezuela, Argentina…

El apunte: La Casa Grande El edificio data del siglo XVIII, mandado a construir por don Manuel Rivero siguiendo los cánones de la típica casa colonial

burquesa que tenía la gente que hacian negocios con las Indias. Así, la casa servía como centro de operaciones comerciales y a su vez, como vivienda familiar, con múltiples instancias y habitaciones e incluso caballeriza, todo ellos alrededor de un patio que sirve como eje central de todo el complejo. Las tres plantas de la Casa Grande rodean este patio, de decoración típicamente andaluza, formando cuatro galerías o pórticos, aderezados con arcos y bellas columnas de mármol. Cada planta estaba distribuida según su función, la planta baja como almacenes y dependencias secundarias, la siguiente como oficinas desde donde se controlaba la actividad mercantil y los negocios del propietario de la casa y la tercera como residencia. La fachada es imponente, de sillería de piedra ostionera y con una exquisita cerrajería en ventanas y balcones. Merece la pena verla de noche con la cuidada iluminación que hay en la Plaza del Rosario, pequeño pero muy coqueto rincón de Ayamonte. Uno de los espacios que más llama la atención en este edificio es la Sala de Tinajas, originariamente utilizadas para almacenar grano, aceite, salazones, etc. Tienen aproximadamente 2,5 m. de altura y se encuentran embutidas bajo tierra. Tras la restauración de la casa estas dependencias se destinaron a exposiciones, organizándose en la misma casi una vieintena de muestras cada año.


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G RAND E P L ANO

De VRSA para o mundo saí palavras de ordem contra a Vila Real de Santo António (VRSA) acolheu entre 3 e 5 de Junho a nona reunião do Conselho Mundial do projecto José Marti para a solidariedade. Foi a primeira vez que esta reunião decorreu na Europa. Teve como grande anfitriã a cidade de Vila Real de Santo António, e passou por Faro, bem como por Huelva e Sevilha (Espanha). A Europa tem de mudar e precisa de beber mais das vontades da América Latina; esta foi a grande convicção comunicada pelos oradores neste Conselho Mundial.

Susana H. de Sousa

A realização deste Conselho Mundial ficará para a história da cidade pombalina de Vila Real de Santo António. Pela sua importância enquanto espaço de reflexão que reúne figuras mundiais de destaque porque lutam por melhorar o equilíbrio do mundo. Aconteceu no espaço da biblioteca municipal que se tornou pequena para receber todos os que quiseram, nomeadamente, assistir à sessão de abertura. Nesta cerimínia inaugural estiveram presentes como oradores, entre outros, Francisco Zaragoza, ex-diretor geral da Unesco e Frei Betto conhecido escritor e teólogo brasileiro impulsionador da igualdade social no mundo, sendo que é autor de mais de cinco dezenas de livros.

Luís Gomes, presidente da Câmara Mundial de VRSA, foi homenageado pelo Conselho Mundial José Marti, tendo sido destacada a vertente humanista e progressista do município como as razões evocadas para a entrega do distintivo. “Hoje a Europa está virada para economia, mas tem de se virar para o humanismo, para a cultura, para a liberdade de pensamento, centrando-se nas pessoas e na ética. Estas são apenas algumas das razões porque necessitamos de autocrítica e de repensar as correntes de pensamento vigentes”, disse o autarca. Por sua vez, Francisco Zaragoza, defendeu que a melhor forma de perpetuar os valores de José Martí é na “participação

pública e na liberdade de expressão”, colocando uma tónica crítica “no paradigma exclusivamente económico desenvolvido a partir dos anos 80”. Este orador considerou, ainda, que o sistema das Nações Unidas deve ser refundado, bem como os princípios democráticos que estão na sua génese. Foi forte a sua crítica relativamente à evolução das políticas sociais são reféns das leis de mercado. “É preciso dizer basta! Não podemos ser cúmplices, temos de deixar de estar calados”, reivindicou, criticando ferozmente as organizações que se foram criando que apenas protegem os mais poderosos, referindo-se às “oligarquias que ocuparam o espaço das democracias”. “Na Europa começou-se por uma

união monetária sem união política. Ou seja, começou-se a casa pelo telhado”, criticou. Ainda na sessão de abertura, Frei Betto analisou o atual contexto da sociedade brasileira e criticou diversas opções políticas, nomeadamente os excessivos gastos nas infraestruturas do Mundial 2014. “Estão a tomar-se opções erradas onde a acumulação privada do capital está a dominar as decisões”.

pensar”, considerando que “hoje falta no mundo reflexão filosófica e política”. O escritor criticou que se fale “do fracasso do socialismo e não se fale do fracasso do capitalismo para quatro biliões de pessoas. Fala-se de direitos humanos quando muitos ainda não têm direito a satisfazer necessidades básicas. A sociedade não terá futuro fora da partilha de bens, da terra e do fruto do trabalho”, defendeu o teólogo.

Frei Betto, conceituado teólogo e pensador brasileiro diz que “falta reflexão no mundo”

O princípio da mudança

Nas palavras de Frei Betto este espaço de reflexão tem “uma dimensão universal que nos faz

Por sua vez, Hector Pardo, coordenador executivo do Projecto José Marti para a solidariedade internacional, está convicto que o caminho para se atingir uma sociedade melhor pode ser encontrado astra-


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GR AN D E P LAN O

íram a desigualdade

Sobre José Marti José Julián Martí Pérez

Frei Betto foi uma das figuras mais ilustres que passou por este Conselho Mundial do projeto José Marti para a Solidariedade

vés do pensamento de José Marti. A realização desta reunião na Europa pode ser o princípio da mudança.

Europa tem de se inspirar na América Latina Luís Gomes defendeu neste Conselho que a Europa “precisa de líderes, precisa de um novo pensamento e tem que beber um pouco da América Latina”. Foram inúmeras as reflexões feitas pelo autarca ao longo dos dois dias de conferências em VRSA. Desde logo considerou que o pensamento europeu “é o pensamento de servir os mercado”, referindo que este pensamento “tem de mudar (…) precisamos de uma

Europa virada para a cultura, para a humanidade, o que tem de ser feito com humanismo e liberdade de pensamento”. No seguimento destas ideias Luís Gomes reconheceu ser “um grande admirador da revolução cubana”, lembrando que não o esconde no seio do seu partido. O autarca salientou também a elevada taxa de abstenção como “um divórcio da população em relação aos políticos”, o que considera que deve ser alvo de reflexão por parte da classe política. De recordar que o presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, integrou o Conselho Mundial do Projeto José Martí de Solidariedade Internacional em 2013.

Mundo precisa de uma mudança O Conselho envolta da figura de José Marti, e que aconteceu ao longo de três dias, lançou a conclusãoque dá nota que “o mundo precisa, e urgentemente, de uma mudança; assente nos valores do humanismo, igualdade, fraternidade, justiça social, paz e direitos humanos”. A celebrar os ano do 160.º aniversário de José Marti as premissas deste encontro evocaram os seus ideias de vida. Este espaço de reflexão tem, ainda, como missão coordenar todos os eventos que se destinem a homenagear o influente pensador, poeta, político e filósofo cubano José Martí, nascido a 28 de janeiro de 1853.

Político, pensador, jornalista, filósofo, poeta, criador do Partido Revolucionário Cubano (PRC) e organizador da Guerra de 1895, ou Guerra Necessária. O seu pensamento transcendeu as fronteiras da sua Cuba natal para adquirir um caráter universal. Ficou também conhecido como «El apóstol». José Martí foi o grande mártir da Independência de Cuba, em relação à Espanha. Além de poeta e pensador fecundo, demonstrou, desde jovem, inquietude cívica e simpatia pelas ideias revolucionárias que existiam entre os cubanos. Influenciado pelas ideias de independência de Rafael Maria de Mendive, seu mestre na escola secundária de Havana, iniciou a sua participação política escrevendo e distribuindo jornais com conteúdo separatista no início da Guerra dos Dez Anos. Com a prisão e deportação do seu mestre Mendive, cristalizou-se a atitude de rebeldia que Martí nutria contra o domínio espanhol. Em 1869, com apenas dezasseis anos, publicou a folha impressa separatista «El Diablo Cojuelo» e o primeiro e único número da revista «La Patria Libre». No mesmo ano, passou a distribuir um jornal manuscrito intitulado «El Siboney». Pouco depois, foi preso e processado pelo governo espanhol por estar na posse de papéis considerados revolucionários. Em 1871, com a sua saúde debilitada, a família conseguiu um indulto e obteve a permuta da pena original pela deportação à Espanha. Em Espanha, Martí publicou, naquele mesmo ano, o seu primeiro trabalho de importância: «El Presidio Político en Cuba», no qual expôs as crueldades e os horrores vividos no período em que esteve preso. Nesta obra já se encontravam presentes o idealismo e o estilo vigoroso que tornariam Martí conhecido nos círculos intelectuais da sua época.

Quem passou pelo Conselho Mundial José Marti Pelo IX Conselho Mundial José Marti para a Solidariedade passaram destacadas personalidades que pensam sobre o mundo, seus problemas e potencialidades. Para além dos oradores estiveram presentes Pedro Monreal, representante da Unesco, Jorge DelKader, da Organização de Estados Inbero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura, Inês Paez D’Alessandro, assessora para as relações internacionais do Ministério do Desenvolvimento Social da Argentina. A ministra do Desenvolvimento Social da Argentina Cristina Kirchner enviou uma mensagem vídeo que integrou a sessão de abertura. Esteve também o sacerdote e teólogo francês François Houtard, James Cockcroft (escritor e professor norte-americano, Vittorio di Cagno (prestigiado estudioso da obra de José Marti) e muitos outros nomes de relevo ligados à política, à cultura e ao pensamento oriundos da República Dominicana, Equador, Panamá, México e Cuba.


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LOCA L

Castro Marim já dispõe de habitação a baixo custo para vítimas de violência doméstica Em 2013 subiu para 40 o número de vítimas mortais de violência doméstica. Destas vítimas 30 são mulheres e 10 são homens. Castro Marim integrou a rede de proteção daqueles que estão nas mãos deste género de violência e que agora podem encontrar habitação a baixo custo no concelho. Por dia em média existem 25 casos de violência doméstica em Portugal. Os dados reportam ao primeiro trimestre de 2014. No total são 2300 os casos que estão nas mãos do Ministério Público. Dados como estes não deixaram o município de Castro Marim indiferente e em comunicado às redações o presidente da câmara, Francisco Amaral, explicou que “o município de Castro Marim aderiu à Rede de Municípios Solidários com as Vítimas de Violência Doméstica”. Esta

rede nasceu da cooperação entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e tem por principal objetivo disponibilizar habitação a baixo custo às vítimas de violência doméstica, depois da sua saída das casas de abrigo.

Prioridade é dada às vítimas De acordo com o comunicado camarário a partir do momento em que o município integrou esta rede

vai ser dada prioridade às vítimas de violência doméstica na atribuição de fogos de habitação social ou vai ser avaliada a disponibilização de fogos que detenha no seu património, para o arrendamento a baixo custo. “Se não tiver disponível nenhuma das referidas hipóteses, o município, através dos seus serviços de ação social, irá ajudar as vítimas a procurar habitação no mercado de arrendamento da sua área territorial”.

Habitação não pode ser

obstáculo à dignidade “É nesta lógica de cooperação e proximidade que devemos responder aos problemas sociais. Acredito que esta resposta reduza significativamente os números de mortes por violência doméstica, por permitir às vítimas um retorno mais seguro e digno à comunidade”, sublinhou o presidente da autarquia castromarinense, Francisco Amaral. Recorde-se que primeiramente as vítimas são encaminhadas para casas

Contrato Local de Desenvolvimento Social de VRSA apoia famílias e associações O CLDS + surgiu de uma parceria entre a Associação Mão Amiga, a Câmara Municipal de VRSA e o Ministério da Solidariedade e Segurança Social. A equipa é constituída por cinco elementos especializados em áreas distintas no apoio social. De acordo com Susana Castro, coordenadora do Contrato Local de Desenvolvimento Social + (CLDS+), este projeto divide-se em três eixos e foca áreas muito distintas, sendo que o apoio à comunidade é basilar. Desde apoio ao emprego, formação e qualificação junto da população desempregada na procura ativa de emprego ou encaminhamento para formação e especialização. Neste processo é fundamental um contacto com as entidades empregadoras. Existe também um trabalho na área da intervenção familiar e parental no sentido da prevenção da pobreza infantil com vários ateliers no âmbito da educação não formal de diversos temas e trabalha-se tanto com pais como com os filhos. Chega-se até à capacitação da comunidade e das instituições, em que o principal objetivo é levar a cabo um fórum anual para dar apoio às entidades e divulgar informação importante.

I Forum dedicou-se ao Crescimento Sustentável Assim, no passado dia 21 de Junho o gabinete CLDS+ de Vila Real de Santo António organizou o I Fórum Geral Associativo subordinado ao tema do Crescimento Saudável. A sessão que teve lugar na Biblioteca Municipal Vicente Campinas integrou dois painéis temáticos sobre associativismo, desenvolvimento local e trabalho em

de abrigo e numa fase posterior começam a desenvolver uma autonomização da sua vida, com o objetivo de reintegrar uma vida normal, o que muitas vezes representa começar tudo de novo sem o estigma da violência. No entanto, por norma as vítimas encontram-se vulneráveis também economicamente o que faz com que precisem de muito apoio no que diz respeito à aquisição de casa sem comprometer o processo de autonomização e de uma vida em segurança, longe do agressor.

Utentes carenciados têm nova casa para morar Os cinco utentes do projeto Viver e Integrar, Viver e Apoiar (VIVA) estão a morar numa nova casa desde início de Junho. O projeto tem 15 anos de existência e é da Santa Casa da Misericórdia de Vila Real de Santo António.

A equipa do CLDS + de VRSA é jovem e atua em áreas muito diversas no apoio social rede. Entre os oradores estiveram Miguel Vairinhos, presidente do Lusitano Futebol Clube e o professor João Caldeira Romão; que focaram o «Papel do Associativismo no Desenvolvimento Local». De seguida o professor universitário António Fragoso focou o Trabalho em rede e desenvolvimento local». Da parte da tarde teve lugar um conjunto de workshops subordinados ao tema da sustentabilidade, que apresentaram as linhas de financiamento e gestão de projetos disponíveis, expuseram as diversas estratégias de criação em rede e abordaram os princípios de marketing ligados ao associativismo.

Espaço de diálogo Susana Castro recorda que o obje-

tivo do Fórum Anual é “proporcionar espaço para as associações dialogarem e partrilharem os seus projetos”. São dadas ferramentas às para um crescimento sustentável.

CLDS + surge de protocolo entre câmara municipal, Segurança Social e Mão Amiga Recorde-se que o CLDS + surgiu em 2013 de um protocolo entre a câmara municipal de Vila Real de Santo com o Instituto da Segurança Social e a Associação de Beneficência Mão Amiga. O CLDS + funciona em articulação com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e com o Gabinete de Apoio ao Emprego, Empreendedorismo e à Economia (Arranca) de VRSA e pretende ser uma estrutura pioneira para dar resposta ao desemprego local e impulsionar a criação do próprio emprego. Esta solução integrada representa assim uma inovação em relação à anterior geração CLDS.

São cinco senhores que têm agora morada nova depois de uma remodelação de uma casa que é propriedade da Santa Casa da Misericórdia de VRSA. A habitação está localizada no centro histórico pombalino e conta com o inestimável apoio de Luísa que é considerada como a «mãe» dos que ali vivem, pois cuida-lhes da casa, roupa e comida. Os utentes são cidadãos que têm passado por inúmeras dificuldades sociais e que estão a ser alvo de um apoio protocolizado entre aquela Santa Casa e a Segurança Social. O grande objetivo da provedoria é conseguir integrar estas pessoas nos programas do Instituto de Emprego e Formação Profissional. A estes utentes é dado todo o apoio possível em que a parte psicológica é também bastante acompanhada. Tal como nos explicaram as técnicas Sílvia Dourado, da área de psicologia e Susana Mendes da Direção Técnica; há todo um complexo acompanhamento que é necessário de modo a proporcionar a integração social destas pessoas que perderam o seu trabalho, a sua família e cujos laços com a sociedade estão muito enfraquecidos. “São pessoas que precisam muito deste apoio que a Santa Casa disponibiliza. A lista de espera para este apoio existe, mas atualmente não temos habitação que permita integrar mais pessoas”. Joaquim Camacho Aguiã, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Real de Santo António, explica que esta é mais uma valência da instituição que dirige e relembra que “há muitas pessoas a pedirem auxílio e em situação muito crítica”.


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LO CAL

Festas de Altura Junta de Freguesia de Altura em Honra do homenageou comerciantes Imaculado Coração de Maria JOÃO CONCEIÇÃO

A Junta de Freguesia de Altura comemorou o seu 21.º aniversário A Junta de Freguesia de Altura comemorou a 11 de Junho o seu 21º aniversário. A data foi assinalada com uma pequena comemoração, onde se homenagearam três antigos comerciantes da freguesia, pelo contributo social que entregaram à comunidade Alturense. Esta iniciativa pretendeu homenagear a profissão de comerciante, “que outrora extrapolava as barreiras do negócio e desempenhava na sociedade um papel patriarcal. Numa época em que havia falta de dinheiro e de comida e

em que o ensino não era acessível à esmagadora maioria da população, os comerciantes acabavam por facilitar a venda fiada e saciar as numerosas famílias em dificuldade e, em simultâneo, ajudá-las com questões mais burocráticas”, lembrou Nélia Mateus presidente daquela autarquia. Presentes na cerimónia estiveram o presidente da Assembleia Municipal de Castro Marim, José Domingos, o presidente da Câmara Municipal, Francisco Amaral, o presidente da Assembleia da Junta de

Altura, António Gomes e a presidente da Junta de Freguesia de Altura, Nélia Mateus. O presidente da câmara sublinhou a singeleza e beleza da cerimónia e a justiça da homenagem e salientou a importância de ouvir as pessoas, no caso os alturenses, o que permite estarem já algumas obras e projetos em curso na freguesia. Depois das homenagens, uma delas póstuma, as comemorações continuaram com a atuação do Rancho Folclórico de Martinlongo.

Clube de Caça e Pesca de Guerreiros do Rio animou em festa anual

Festejos trouxeram mais uma vez animação à freguesia de litoral De 27 a 29 de junho decorreram, em Altura, as Festas em Honra do Imaculado Coração de Maria. Sem perder o seu fundamento profundamente religioso, as Festas integram também muita animação musical e contemplam ainda a realização de uma Feira de Artesanato, numa organização conjunta da Câmara Municipal de Castro Marim, da Paróquia de Altura e do Clube Recreativo Alturense. Começou no dia 27 às 19h00 de sexta-feira, com a arruada da Banda Musical Castromarinense e a abertura da 15ª Feira de Artesanato de Altura, uma mostra de artes e ofícios tradicionais, onde também se apresentou uma enorme variedade de doçaria regional.

Mercadinhos D’Altura Ainda na abertura foram inaugurados os “Mercadinhos d’Altura”, uma iniciativa da conjunta da Câmara Municipal de Castro Marim e da Junta de Freguesia de Altura, que visa promover e dinamizar a comercialização de produtos locais durante o verão. A noite trouxe a animação musi-

cal, depois das Marchas Populares, às 20h00, um espetáculo de Dança Quizomba/Latina, com Ben Pedrosa. O serão encerrou com um baile, pelo grupo “Gerações”. No sábado, dia 28 de junho, aconteceram as celebrações religiosas em Honra do Imaculado Coração de Maria, com a recitação do Terço Mariano às 17h30 e a celebração da Eucaristia às 18h00, ambas na Igreja de Altura. Às 19h00, a procissão em Honra do Imaculado Coração de Maria percorreu as ruas de Altura, como tradicionalmente. As comemorações de Sábado fecharam com a atuação dos “Pauliteiros de Miranda”, às 20h00, e o concerto de “Expensive Soul & Jaguar Band”, às 22h30. No último dia das Festas, domingo, destaque para uma demonstração de cozinha, pelas 19h00, alusiva à “Festa da Cataplana”, que decorreu até ao final deste mês. O grupo de dança “Arutla” animou, pelas 22h00, o palco no encerramento de mais uma edição das Festas em Honra do Imaculado Coração de Maria. O artista “Ângelo Correia” deu seguimento aos festejos com um tradicional baile de verão.

14 restaurantes integraram roteiro da Cataplana Equipa do Clube de Caça e Pesca levou a cabo festa dos Montes do Rio Entre os dias 21 e 22 a comunidade de Guerreiros do Rio, no concelho de Alcoutim, acolheram a festa anual. Já acontece há 14 anos e é promovida pelo Clube de Caça e Pesca local. Música, sardinhada, momentos de fé e muita vontade de festejar marcam um fim-de-semana bem agitado à beira-rio Guadiana. De acordo com Alberto Melo, presidente do clube, esta festa tem como grande objetivo “animar e juntar as pessoas”. Explica-nos que o número de caçadores de

Guerreiros do Rio tem diminuído ao longo dos anos “devido à crise”. Atualmente são cerca de 30 quando já foram quase 50. “A caça fica cara para quem enfrenta dificuldades financeiras sérias atualmente”. Quanto ao número de caçadores são cerca de “meia dúzia”, diz-nos Alberto Melo, ele que é caçador. Este presidente confessou-se “cansado por não ver da parte das pessoas o empenho e entusiasmo” que gostaria e teme que este clube “desapareça”. Visivel-

mente entristecido com a situação disse ao JBG em jeito de apelo “custa-me pensar que caso eu saia o clube feche as portas”. Mas, na verdade, a esperança também morava nas palavras deste habitante de um lugar junto ao Guadiana. “Também compreendo que não é fácil dedicar o tempo que estas coisas exigem...”, reconhece o responsável que junto da sua equipa encabeça um clube que marca a autenticidade de Guerreiros do Rio.

A Câmara Municipal de Castro Marim, em colaboração com os restaurantes da frente mar do concelho, organizou, pela primeira vez, a «Festa da Cataplana», um festival gastronómico que aconteceu entre 15 e 30 de junho e que foi dedicado a um dos pratos algarvios mais apreciados. A iniciativa pretende promover e fomentar a economia e a gastronomia locais, atraindo mais visitantes no início da época balnear. Os 14 restaurantes aderentes apresentaram, pelo menos, dois tipos de cataplana, com preços atrativos e diferenciadores. Apesar da de marisco ser das cataplanas mais procuradas, os restaurantes estão a

preparar também cataplanas de polvo, bacalhau, tamboril, cabrito e lombinho de porco. “O património gastronómico é uma das nossas maiores riquezas. Ao turismo de sol e praia que a frente mar do concelho de Castro Marim oferece junta-se esta vertente gastronómica, que queremos dinamizar e promover melhor com este tipo de iniciativas. Este tipo de oferta acaba por funcionar como fator diferenciador daquilo do concelho de Castro Marim”, sublinha a vice-presidente da autarquia castromarinense, Filomena Sintra, sobre a iniciativa. À data de fecho do JBG ainda não era possível fazer balanço da iniciativa


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DESENVOLVI ME NTO

Autarquia de Câmara de Alcoutim doa equipamento aos Bombeiros Castro Marim

Equipamento individual doado teve um custo total de 32 mil euros A Câmara Municipal de Alcoutim transferiu para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários desta localidade equipamento individual de combate a incêndios (EPI) no valor de cerca de 32 mil euros no sentido de minimizar as lacunas detetadas. O contrato de doação foi assinado pelo presidente da autarquia, Osvaldo dos Santos Gonçalves, e pelo presidente da associação, José Tiago Faustino, no passado dia 14 de junho, no Quartel de Bombeiros do município. Presentes no ato de entrega estiveram o presidente da Assembleia Municipal, António Amorim, o presidente da União das Freguesias de Alcoutim e Pereiro, João Simões, comando e elementos do Corpo de Bombeiros. A entrega destes equipamentos foi resultado de um protocolo de cooperação assinado entre o Governo Civil do Distrito de Faro, a AMAL (Comunidade Intermunicipal do Algarve), os Municípios da região e as Associações Humanitárias dos Bombeiros, com vista a um investimento con-

junto e concertado em equipamento de proteção civil. A aquisição dos EPIS por parte do município realizou-se no âmbito da aprovação de uma candidatura para o reequipamento estratégico da proteção civil do Algarve apresentada, em sede da AMAL, ao PO Algarve 21 – eixo II. Do lote de equipamentos de proteção para combate a incêndios florestais, urbanos e industriais adquiridos pela autarquia e agora entregues constam cógulas, aparelhos respiratórios, botas, luvas, capacetes e fardamentos diversos considerados indispensáveis pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) para a segurança dos soldados da paz. Durante a cerimónia, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim (AHBVA) e o comandante do Corpo de Bombeiros, Eurico Vicente, agradeceram ambos o apoio da autarquia na aquisição de um equipamento essencial mas dispendioso e até agora inexistente dada a frágil situ-

ação financeira da AHBVA, detentora do Corpo de Bombeiros, devido às poucas receitas próprias e aos cortes nas transferências do Estado, através da ANPC. O comandante dos Bombeiros agradeceu ainda ao presidente da Câmara Municipal “a sensibilidade demonstrada para esta situação”, elogiando o esforço financeiro efetuado pela autarquia com vista a colmatar carências detetadas sempre que solicitado, nesse âmbito relembrou a verba recentemente atribuída pela Câmara Municipal, num montante total de cerca de 20.000 euros, para garantir o eficaz funcionamento do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) durante o ano de 2014, bem como a transferência mensal de 10.000 euros no sentido de assegurar os serviços prestados pelos Bombeiros. “Apesar do esforço orçamental exigido, face à redução das transferências do Estado, a Câmara Municipal reforçará pontualmente, sempre que necessário, os apoios financeiros prestados à instituição”, disse Osvaldo Gonçalves, presidente da câmara municipal de Alcoutim. O autarca aproveitou a ocasião para anunciar a entrega aos bombeiros, dentro de dias, de uma viatura florestal de combate a incêndios, cujo valor ascende a mais de 100.000 euros e o posicionamento em Vaqueiros, pela primeira vez, de uma equipa constituída por cinco homens, devidamente equipada, que permitira servir com a celeridade necessária as freguesias de Vaqueiros e Martinlongo. Osvaldo Gonçalves terminou a sua intervenção reiterando a “determinação e empenho deste executivo em contribuir para o bem-estar da nossa população e para a proteção do território”.

cria Equipa de Intervenção Florestal

Visando o desenvolvimento de ações de prevenção contra os incêndios florestais, a Câmara Municipal de Castro Marim estabeleceu um protocolo de colaboração com a Associação Almada d’Ouro Club, que contempla a constituição de uma Equipa de Intervenção Florestal. A iniciativa foi aprovada na última reunião de câmara, dia 11 de junho, com um apoio financeiro de cerca de 10.000 euros, destinado ao desenvolvimento de ações no âmbito da conservação e valorização do património natural e florestal. A Equipa de Intervenção Florestal irá então realizar ações de prevenção, vigilância e apoio ao combate contra incêndios florestais (primeira intervenção, ações de rescaldo e vigilância após rescaldo), ações de sensibilização das populações e ações de silvicul-

tura preventiva. O principal objetivo da criação de uma Equipa de Intervenção Florestal, refere o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, é “evitar o flagelo dos incêndios, que tanto tem castigado as gentes do nosso país nos últimos anos, sobretudo nesta época”. Com o mesmo objetivo, proteção de património natural e florestal e de gentes e haveres, a Câmara Municipal de Castro Marim estabeleceu protocolos de colaboração que atribuem às cerca de duas dezenas de associações de caça do concelho a realização de desmatações e limpeza de aceiros, com privilégio para o redor das povoações e habitações. No seu todo, estes protocolos, traduzem um investimento autárquico de cerca de 30 mil euros.

A equipa tem como grande objetivo prevenir incêndios


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Senhor Manuel dos Guerreirinhos, um monte do concelho de Alcoutim, preserva o brilho nos olhos e demonstra-nos que os 84 anos de vida, com altos e baixos, não lhe retiraram a vontade de partilhar o seu saber de experiência feito. Para retratar episódios do seu já longo percurso recorre a muitos versos que foi compondo e que depois de decorados não se esquecem. A poesia guarda-a na alma e oferece-nos para nos contar as «Histórias de Vida». (Poema inspirado num dia de mercado do Pereiro. Encontro entre um burro e uma burra) (Carta do burro à burra) Este burrinho castanho Ficou muito apaixonado Pela burra do cigano Que encontrou lá no mercado E tem uma tal paixão Que só nela andar a pensar Leva a pata ao coração E começa a zornar Ó minha burrinha branca Tu és a minha paixão E é por ti que tirei a tranca Que tinha no coração Em tanta burra que eu vejo Em qualquer mercado ou feira Só tu és o meu desejo Para minha companheira Podes crer que eu não te engano No tento no falar E hei pedir ao cigano Para contigo casar De ti hei-de fazer A burra mais felizarda Bons arranjos te vou oferecer E também uma boa albarda

Pedes um bom apartamento E uma boa assoalhada E em todos os momentos A manjedoura bem aviada És uma burra a valer Com as patas firmes no chão Não te irás arrepender De me dares teu coração Minha proposta aqui fica Espero ser do teu agrado Adeus ó minha girica Até outro mercado

Meu coração bate forte Vou-te ser muito franca Deu-me uma grande emoção De teres tirado a tranca Que tinhas no coração Minha mão não vás pedir Não tenho necessidade Eu mesma vou decidir Pois sou de maior idade

(resposta da Burra)

Gosto de ti a valer És burro que me agrada Não precisas oferecer Nem cabresto nem albarda

Ó meu burrinho castanho Meu adorado jumento Vejo que não tens acanho És um burro 100%´

Podes querer que me agrada Esse teu apartamento E a manjeoura aviada Pois sou de muito alimento

A tua declaração Me fizeste no outro dia Veio encher o meu coração De grande alegria

Gostei da tua proposta Foi muito do meu agrado Por isso dou-te a resposta Ainda antes do mercado

Disseste com simpatia Ficaste apaixonado Desde o dia que me viste Com o meu dono no mercado

A minha resposta é «Sim!» Meu coração já te dei Porque tu és para mim o burro com que eu sonhei

Eu também não resisti Quase que perdi o norte Desde o dia em que te vi

Toda a vida vamos ser Muito unidos e muito francos Muitos filhos vamos ter Muitos pretos e muitos brancos

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HI S TÓRIAS DE VI DA Falsos Amigos ...

Os melhores amigos do homem também se apaixonam!

Só por eu não saber ler Não deves rir de mim Ainda posso aprender Antes da vida ter fim

Há dias tive a assistir A uma discussão engraçada dois cães a discutir por causa da namorada.

Tu me olhas com desdém E isso me faz sofrer O que tu pensas eu sei bem Só por eu não saber ler

O grande muito fanfarrão dizia com altivez tu não vales um tostão porque tu pequeno és

Tiveste tu muita sorte Por isso hoje és assim Por te sentires mais forte Não te deves rir de mim

Sou pequeno, mas jeitoso tenho uma cara engraçada Tus és grande e vaidoso para mim não vales nada

Diz o povo com razão Muito bom é saber ler Se me desses a tua mão Ainda possa aprender

Eu sei que tens a mania Diz o grande com desdém Eu gozo com simpatia Só a mim ela me quer bem

Por isso vou trabalhar Para não se rirem de mim Se esse bem alcançar Antes da vida ter fim

O pequeno respondeu Tenho o cabelo ondulado O teu é diferente do meu Parece arame enferrujado Até me dá vontade de rir Diz o grande a troça Olha põe-te já a fugir senão uma tareia te vou dar

Ó terra que tens para nos dar Necessária à nossa vida Dá-nos o pão e o alimento Depois da morte guarida

A pobre da cadelinha não sabia o que havia de fazer deitou contas à vida qual é o que eu vou escolher

Dás as flores, as árvores de fruto Ervas boas e ervas más Por toda a gente és pisada Ó terra que tudo nos dás

Logo tomou a decisão Com aquele ar engraçado Acabem com a discussão que eu já tenho namorado

O ouro, o cobre e o ferro Tanta riqueza escondida Extrais porque é necessário à nossa vida Hortaliças e cereais Dás ao pobre e ao avarento Dás a água, crias as árvores Dás o pão e o alimento Os animais nos dão a carne E toda a outra comida Dá a madeira para o caixão E depois da morte guarida Susana H. de Sousa O mote para esta história real rapidamente introduz no pensamento passagens de duas músicas diferentes do conhecido escritor de canções Sérgio Godinho, também ele inspirado por histórias da vida: São elas «(...) com um brilhozinho nos olhos» e «(...) se falar como que em verso...». Aos 84 anos o senhor Manuel dos Guerreirinhos recua quase outros tantos anos para nos contar a história da sua vida; fala-nos, invariavelmente, na crise que hoje se vive, mas prefere sublinhar a crise de outros tempos. “Cheguei a ir para campo sem levar nada de comer. À noite vinha para casa e a minha mãe tinha, por exemplo, umas papas de milho, uma panela de couve cozida e era o que se comia”. Anos em que “o tempo era muito ruim e não se colhiam as searas para o pão”. Um tempo em que “havia falta de tudo”. As lágrimas e o nó na garganta são inevitáveis perante a lembrança de tanta dureza. “Emociono-me; é difícil…”, confessa-nos. Mas esta retrospectiva, que traz também estas recordações menos boas, não anula um olhar que brilha e demonstra entusiasmo pela partilha de dois dedos de conversa. Continuamos a entrevista e sabemos que o nosso caminho entre diálogos vais levar-nos até à poesia que diz de cor e que torna o senhor Manuel singular. Queremos perceber como consegue falar em verso, oferecendonos, desse modo, a poesia que está toda na sua memória apenas, uma vez que não sabendo nem ler nem escrever não pode passá-la para o papel. Aos 7 anos entrou para a escola primária na Corte da Seda. “Foi num tempo em

que não éramos obrigados a estudar”, lembra. Recorre a uma expressão bem típica para nos falar dos professores «feitos à faca». “De vez em quando lá vinham professores para aqui, mas tive azar porque o que me calhou bebia muito e não nos ensinava nada! Apenas lá andei três meses e depois o meu pai tirou-me da escola…”. A irmã também saiu. Seguiram ambos a vida de trabalho. A menina com 13 anos ficou a ajudar a mãe em casa. Já o pequeno Manuel começou “a andar com as vacas”, depois aos 11 foi lavrar a terra, pois era preciso “ganhar o tostanito” para ajudar em casa. Aos 20 anos comecou a lavrar por conta própria. E foi na casa dos 20 anos que Manuel se apaixonou e resolveu juntar-se com a esposa de uma vida; já lá vão 60 anos num lar de matrimónio. “A conquista foi feita nos bailes”, e sem poemas, garante-nos. Sacrifícios foram muitos. Percorria dezenas de quilómetros vezes sem conta para cortejar a sua amada. Valeu a pena! Juntos deixaram a Corte da Seda e rumaram para Guerreirinhos. Há 60 anos atrás havia cerca de uma dezena de casais naquele monte que com os seus filhos enchiam o lugar. O casal que nos recebeu em sua casa foi o único resistente. “Os outros partiram à procura de melhor futuro”. Senhor Manuel e a esposa resistem ao tempo que passa, sendo que “nunca se imaginava que nos dias de hoje chegássemos a tão grande isolamento”. Mas ao mesmo tempo que nos fala deste despovoamento atenta que a crise de hoje “está a fazer regressar quem tem ido para o Litoral à procura de melhor vida e não conseguiu”. Esta realidade contrastante vai construindo diálogos entre as gentes do nordeste algarvio que assistem ao longo do tempo a tantas mudanças. O senhor Manuel lembra que “antigamente as estradas eram caminhos de cabra, poucas ligações havia”. As mudanças a este nível permitiram uma mobilidade que hoje liga as centenas de montes dispersos de Alcoutim e que torna este concelho próximo do litoral.

“O Dr. João Dias, que era uma jóia de pessoa, percorria muitos caminhos a cavalo numa besta para cuidar dos seus doentes…”. Um dia a esposa do senhor Manuel teve uma crise aguda de apendicite e foi “uma carga de trabalhos levá-la para o hospital. Mas o doutor disse logo que ela não podia ficar em casa naquele estado e lá foi”.

Falar em verso: singularidade em vias de extinção Seguimos para esta entrevista sabendo que conhecer o senhor Manuel dos Guerreirinhos dá-nos o privilégio de ainda encontrar uma excepção nos dias que correm. Quando dialoga em grande parte fá-lo em verso, construindo poesia popular que não está materializada para além da oralidade. Analfabeto de escrita tem um autêntico computador que é a sua memória. “Às vezes lá há um esquecimento”, mas nada que não se resolva, comprovámos nós. Os seus poemas fraccionados por quadras rimadas falam-nos da experiência de vida do seu quotidiano. Há um poema, ou mais, para cada ocasião. Resolvemos espalhá-los ao longo destas páginas para que a leitura seja livre e autêntica. Desde uma homenagem às mulheres, ao perigo das estradas até à paixão entre animais. Enfim, um sem número de dizeres poéticos que marcam a sua característica de relação com os outros. O tempo de lavoura e outros trabalhos de campo e com os animais, onde passava muitas horas sozinho, permitiam-lhe criar e treinar a memória. Este é um património imaterial que revela uma característica que, embora hoje em desaparecimento, em outros tempos era comum encontrar. Muitas pessoas, tal como o senhor Manuel, não sabiam ler nem escrever, mas a veia poética estava lá. Faziam desgarradas poéticas e assim também passavam melhor o tempo de trabalho que era de «sol a sol».


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HIS TÓ R IAS D E VIDA Homenagem à Mulher (que antigamente tinha uma vida de escrava)

Alcoutim Alcoutim é a minha terra És pequena, mas elegante Serve para os filhos Também para os visitante

A mulher hoje em dia tem uma vida diferente Não vive na apatia Como vivia antigamente

Alcoutim és um lar já velhinho Nunca foste impostora quem cá passa leva carinho desta terra acolhedora

Não quer mais continuar apagada e indiferente está no mundo para lutar mostrar que também é gente Ela tem o seu querer tem também o seu lugar já não se limita a ser somente o anjo do lar

Os perigos da Estrada Cobrem-se as estrada de luto Há uma certa razão Nas estradas se gera a morte Horas negras de aflição

Descobriu o novo rumo e nele quer caminhar com orgulho e aprumo para essa meta alcançar

Há quem circule nas estradas Com o poder absoluto Assim provocam na morte Cobrem-se as estradas de luto

Livrou-se de procuchetes porque era sempre oprimida passou a ter os seus direitos passou a ter outra vida

Há tanto sangue derramado Correndo no alcatrão Dizem isto é uma loucura E é uma certa razão

O seu destino mudou já faz o que ela quer ao homem se equiparou e não deixou de ser mulher!

Quem faz uma viagem bem Deve-se julgar com muita sorte Na forma que alguns conduzem Nas estradas se gera a morte Umas por falatlidade Outros por distracção Viu-se nas nossas estradas Horas negras de aflição

«As mulheres eram umas escravas» E a propósito de outros tempos senhor Manuel lembra quanto as mulheres “sofriam antigamente”. Afiança-nos que “há 40 anos atrás era uma vida muito escrava para mulheres. No Inverno quando se fazia a lavoura para semear trigo no outro ano, a mulher saía de manhã e chegava ao final da tarde”. Sendo que o trabalho prolongava-se em casa. “Ainda tinha de dar comida aos animais, fazer a lida, cuidar dos filhos e preparar a comida para o dia seguinte…”, testemunha. No Verão o senhor Manuel, a esposa e a filha saíam de manhã para a ceifa. “Houve uma noite em que ficámos a dormir nós mais a nossa filha na ceifa. Fez uma trovoada muito forte, havia chuva e fogo, metia medo. Fugimos para casa com o perigo ali ao lado, fechámo-nos em casa e aconchegámo-nos”. São marcos de estilos de vida de outros tempos. As crianças cresciam ao lado dos pais enquanto estes trabalhavam a terra ou os animais. “A nossa filha ia com a mãe para a lavoura, por exemplo, e ali se entretinha a brincar com as pedras, que era o que havia…” São 84 anos com uma história de vida que se confunde com a história de Alcoutim. Tempos de agricultura, pecuária, dias difíceis e isolamento que foi crescendo. Perguntámos ao senhor Manuel se alguma vez fez contrabando para ganhar mais algum para o sustento da família – um fenómeno social intrínseco desta terra raiana. Contou-nos que esteve “para o fazer, mas não aconteceu”, recordando os contrabandistas com muito respeito. “Mas havia outros que não faziam contrabando para sobreviver; eram uns verdadeiros criminosos, que se aproveitavam de tudo e de todos”. “Passou por aqui naquela época um presidente de câmara que vendia para Espanha a farinha destinada para as famílias. Em Alcoutim não ficava nada; isso era um crime”, acusa. É necessário referir que na altura a farinha e muitos outros produtos, devido à escassez existente, eram racionalizados, e por isso

vendidos à base de senhas de modo a ser possível distribuir de forma mais equitativa os bens essenciais.

Crianças iam para a escola a pé O casal teve dois filhos. Para irem à escola as crianças tinham de andar cerca de 15 quilómetros por dia. E “quando chovia iam embrulhados nos mantanitos, não havia as capas que há hoje! …”, recorda o senhor Manuel. Os filhos não ficaram em Guerreirinhos, “foram para outras terras para conseguirem melhores trabalhos” e com regularidade vêm visitar os pais. “Trazem-nos os netos que gostam muito de aqui vir e brincar, pois têm muito espaço”. O casal enquanto puder vai ficando por Guerreirinhos onde têm a sua casa, a horta, dois cães e a burra Maria Bonita que conta já com 18 anos de vida!

Passeios à vila no autocarro social Sair de Guerreirinhos para ir passear até à vila de Alcoutim ainda é um hábito bem vincado na vida deste casal, e fazem-no até quatro vezes por semana. “Apanhamos o autocarro da câmara que passa aqui à porta”. Se não houvesse este tipo de apoios à mobilidade, nomeadamente, percebemos que o isolamento ainda seria bem maior.

De Guerreirinhos avista-se o horizonte Da habitação deste casal avista-se um horizonte. O horizonte da memória, mas também o de esperança depositada no futuro dos filhos e dos netos. “Gostava de ver esta terra povoada”, confessa-nos o sr. Manuel, referindo que a crise pode ser o motor para trazer de volta pessoas aos montes de Alcoutim. E termina, dizendo em verso o que lhe vai na alma, privilegiando-nos de ouvir o seu mais recente poema que já está «na ponta da língua»! [Poema «Terra», ao lado]

TERRA: que nos dá tanta coisa em vida e que depois da morte nos acolhe Ó terra que tens para nos dar Necessária à nossa vida Dá-nos o pão e o alimento Depois da morte guarida Dás as flores, as árvores de fruto Ervas boas e ervas más Por toda a gente és pisada Ó terra que tudo nos dás O ouro, o cobre e o ferro Tanta riqueza escondida Extrais porque é necessário à nossa vida Hortaliças e cereais Dás ao pobre e ao avarento Dás a água, crias as árvores Dás o pão e o alimento Os animais nos dão a carne E toda a outra comida Dá a madeira para o caixão E depois da morte guarida


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D I A D O M U N I C Í PI O - CA S T RO M A R IM

Castro Marim celebrou dia do Município 24 de Junho foi dia do município de Castro Marim. Este ano sob os comandos de Francisco Amaral. O feriado municipal foi assinalado com diversas iniciativas como a habitual sessão solene, inauguração da Casa do Sal, descerramento da placa de José Guilhermino Anacleto no pavilhão municipal, arraial e concerto musical, entre outras.

Sessão solene foi seguida de descerramento da placa do nome de José Guilhermino Anacleto que a título póstumo se tornou patrono do pavilhão municipal de Castro Marim

Susana H. de Sousa Na sessão solene o presidente da Assembleia Municipal de Castro Marim, José Luís Domingos, lembrou as dificuldades de um país às quais o concelho de Castro Marim não pode fugir, mas este presidente lançou também diversas palavras de esperança, nomeadamente ao nível do desenvolvimento económico, lembrando “o enorme potencial turístico do concelho”. José Luís Domingos frisou a importância de se acuatelarem os apoios sociais às famílias numa época de crise intensa e sublinhou também com preocupação o encerramento que se tem verificado em Castro Marim na área dos serviços públicos, referindo as ameaças de novos encerramentos. O presidente da Assembleia Municipal mostrou-se emocionado com as homenagens a título póstumo levadas a cabo no dia 24

de Junho a Luís Guilhermino Anacleto, ex-presidente da câmara municipal castromarinense.

Amaral garante continuidade de “obras notáveis” Por sua vez, Francisco Amaral, eleito em 2013 presidente da câmara municipal de Castro Marim, garantiu em dia do município que vai dar “continuidade às obras notáveis” em projeto ou em curso, mas “com a realidade específica dos nossos dias, onde o desemprego é avassalador e as dificuldades das famílias são notórias”. Para este autarca “o emprego é e continuará a ser uma prioridade do município, assim como a ajuda ao licenciamento das empresas, geradoras de emprego e de riqueza”, dando nota que em

colaboração com o IEFP e algumas IPPS, já foram retiradas do desemprego “uma centena de pessoas”. “A existência de metade das povoações sem água domiciliária nem água potável, é uma situação que requer solução urgente e que já estamos a implementar”, assegurou o edil. Quanto ao desenvolvimento económico Francisco Amaral frisou que o concelho tem “empresas notáveis e com futuro, ligadas à restauração, hotelaria, turismo, à construção, à salicultura, à aquacultura, à agricultura, à floresta, etc. “e o município será parceiro no seu crescimento. Criticando o centralismo do poder no país, o autarca referiu que “um país não é sério quando se aguarda há mais de uma dezena de anos pela publicação do Plano de Ordenamento da

Barragem de Odeleite, que prevê vários espaços de lazer e aproveitamento turístico, nomeadamente com praias fluviais. Temos de ultrapassar estes obstáculos ao desenvolvimento”.

Desenvolvimento sem bancarrota “Existem vários projetos em carteira, deixados pelo anterior executivo, tais como a requalificação do castelo, o parque de lazer, o lar de Altura e de Odeleite, o lar de doentes de alzheimer em Castro Marim, iniciativa da Santa Casa, a área de negócios, a estrada das Furnazinhas, o ninho de empresas, o pavilhão desportivo e as piscinas municipais de Altura, projetos maioritariamente idealizados pelo executivo do Dr. José Estevens e que nós procuraremos concre-

tizar com recursos do município e com apoios comunitários, sem recorrer a empréstimos desmedidos, que noutros municípios foram responsáveis pela bancarrota e perda de autonomia das próprias autarquias”, avançou o autarca.

Palavra aos homenageados Francisco Amaral deixou uma palavra de homenageados do dia. Lembrou José Guilhermino Anacleto, antigo presidente da câmara municipal de Castro Marim, e neste dia alvo de uma medalha de mérito municipal grau ouro numa homenagem a título póstumo. “Pessoa de fácil trato, sempre preocupado com as gentes do seu concelho que lhe manifestaram a sua confiança e


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D IA D O M UN IC ÍP IO - CAS TRO MAR IM

«Casa do Sal» inaugurada para dar lugar à cultura local A inauguração da «Casa do Sal» em Castro Marim foi um dos momentos altos do feriado municipal. A abertura contou com com casa cheia, e apresentou-se como um novo equipamento cultural; uma autêntica «casa-cultura», um espaço que se pretende dinâmico e próximo da comunidade, tendo por objetivo pilar a valorização da atividade salineira e da biodiversidade das salinas. A vice-presidente Filomena Sintra, vereadora do pelouro da Cultura, conduziu a cerimónia de inauguração, agradecendo a todos os envolvidos no projeto «Casa do Sal», uma obra realizada por administração direta e com cofinanciamento do PROMAR (Programa Operacional Pesca 2007-2013), estimando-se, no total, um investimento de cerca de 400 mil euros. A «Casa do Sal» organiza-se entre um espaço de merchandising, associado ao sal de Castro Marim, uma área de exposições, que recebe agora a exposição de fotografia e pintura da autoria de Carlos Luz, intitulada “A Volúpia e Suplício da Esteva”, e um espaço multimédia que integrará uma rede de circuitos de visita à Reserva Natural do Sapal de Castro Marim/Vila Real de Santo António. Durante o próximo mês, este espaço já receberá alguns ateliers didáticos para os jovens que integram na iniciativa autárquica das “Férias Ativas”, a título de exemplo daquilo que poderá ser dinamizado na «Casa do Sal».

«Casa do Sal» foi inaugurada e pretende dinamizar culturalmente Castro Marim

O guitarrista João Cunha tocou guitarra portuguesa na inauguração da «Casa do Sal»

reconhecimento em sucessivos atos eleitorais”. Também alvo de medalhas municipais foram os empresários João Coelho, da empresa Real Infante e Luís Cerqueira do Eurotel Altura. “Nos dias difíceis de hoje, com tanto desemprego, nunca é demais evocar e homenagear pessoas que com o seu espírito empreendedor, com amor à terra e com trabalho, muito trabalho, foram e são exemplos nas suas áreas, neste caso, restauração e hotelaria”. No final o edil deixou “uma palavra de carinho e de agradecimento aos funcionários da autarquia homenageados”. Bem como fez referência “aos parceiros do município, que são a sociedade civil organizada, as instituições de solidariedade social, as associações de caçadores, associações e clubes desportivos e culturais”.

Carlos Luz inaugurou uma exposição dedicada à Esteva

HÁ MAIS DE 30 ANOS AO SERVIÇO DE CASTRO MARIM Lista dos funcionários da Autarquia, com mais de 30 anos de serviço, distinguidos pelo Presidente da Câmara Municipal António Fernandes Correia António Manuel Gomes Saloio Aventino João Gonçalves Mestre Eduardo Fernandes Romão Fausto Honrado Arquilino Idílio Manuel Simões de Sousa

Joaquina Maria Palma Gomes Fernandes José Carlos Trindade Nunes Maria Alice Gomes Seabra da Costa Maria António Viegas Pena Norberto Gomes Rocha


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DESENVOLVI ME N TO

Luís Gomes estabelece Junta da Andaluzia aponta projetos de parceria estratégica com o Uruguai para iniciar no Verão desassoreamento do Guadiana De acordo com um anúncio de Manuel Jimenez Barrios, Conselheiro da Presidência da Junta da Andaluzia, entidade responsável pela dragagem do Guadiana, perante a comissão da Presidência do Parlamento da região da Andaluzia, as obras para a dragagem do «Grande Rio do Sul» vão começar este Verão e terminarão no final do ano. A obra conta com o financiamento do projeto Andalbagua e é co-financiada por fundos FEDER do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP)

2007-2013. Os governantes da Andaluzia admitiram a “complexidade institucional” desta obra que tem sido reclamada pelas várias entidades envolvidas dos dois lados do rio Guadiana. Esta obra está orçada em 1 milhão de euros e prevê “ recuperar um calado de 3,5 metros que permita assegurar o acesso e navegação das frotas pesqueiras e desportivas na Foz do Guadiana”. Está contemplada a extração de 50 mil metros cúbicos de material de fundo marinho, sendo que uma parte servirá para regenerar as praias.

A Câmara Municipal de VRSA está a desenvolver parcerias com a região e cidade de Montevideu, Uruguai, ao nível da cultura, turismo, urbanismo e desenvolvimento estratégico. Em comunicado de imprensa a autarquia refere que “para levar a cabo estas medidas, o presidente do município vila-realenese, Luís Gomes, foi recebido pela intendente de Montevideu, Ana Olivera, num encontro onde foram debatidos diversos memorandos de entendimento a levar a cabo nos próximos meses”. No Uruguai, Luís Gomes, também presidente da Rede Ibero-Americana de Cidades Médias (RIACIM), desenvolveu um conjunto de reuniões com vista a potenciar esta rede que tem como âmbito territorial os países da Península Ibérica e da América Latina: Portugal, Espanha, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. O omunicado informa que na agenda de trabalhos

Baixo Guadiana marca presença nas feiras turísticas do território Com o início da estação estival, e a prevista chegada de turistas veraneantes ao território, a Odiana volta a marcar presença em certames turísticos locais. A demanda começou no final do mês de Junho com a participação na Feira de Artesanato de Altura (entre 27 e 30 de Junho). A localidade turística e com frente de mar recebe todos os anos milhares de turistas que encontram no stand da Odiana informação turística diversa, inclusivamente publicações sobre todo o território, nomeadamente nas áreas de birdwatching, arquitetura tradicional, paisagem, desporto e turismo de natureza. Na Feira de Artesanato de Castro Marim, de 24 a 27 de Julho, a Odiana pretende continuar a sua estratégia e revelar-se um mostruário etnográfico com acesso privilegiado aos visitantes. Ainda em Julho, entre 18 e 20, a aposta é a Feira de Caça, Pesca e do Mundo Rural do Algarve, uma montra perfeita para exibir o espólio cinegético do território do Baixo Guadiana. Esta é a terceira participação da Odiana neste certame em conjunto com a Associação Terras do Baixo Guadiana (ATBG). A finalidade da Odiana é promover uma oferta estruturada do Baixo Guadiana em prol do desenvolvimento turístico dos três concelhos que constituem o território - Alcou-

No encontro foram debatidos diversos memorandos de entendimento esteve igualmente a troca de experiências relativas à economia do mar, tendo em consideração que Montevideu se encontra numa zona geográfica que se caracteriza como a rota principal de movimentação de cargas do Mercosul e possui o porto mais importante do país. Por outro lado, é a cidade latinoamericana com a maior qualidade de vida e encontra-se entre as 30 mais

seguras do mundo. “Tendo em consideração o potencial de desenvolvimento dos países latinoamericanos, a RIACIM continua a sua aposta nos projetos coletivos que contribuam para o reforço da rede e para a construção de um modelo territorial que sirva de referência à implementação de políticas de desenvolvimento sustentável”, afirmou Luís Gomes.

Castro Marim continua a ser destino de «melhores Boutique Hotel» Depois de em 2013 a unidade turística «Companhia das Culturas», localizada em São Bartolomeu do Sul ter sido eleita pelo jornal inglês «The Guardian» como um dos 100 melhores boutique hotel do Mundo e uma das melhores 20 da Europa, agora foi a vez do recémaberto «Praia Verde Boutique Hotel» ser

distinguido. Neste caso a distinção veio da cadeia de televisão norte-americana «CNN» que aponta as mercearias frescas e as comodidades para longas estadias como mais-valias deste hotel, localizado na Praia Verde. Esta unidade hoteleira está para a CNN entre os oito melhores novos hotéis da Europa.

Stand da Odiana está a marcar presença em diversas feiras tim, Castro Marim e Vila Real de Santo António. A participação em certames turísticos locais pretende que se dê a conhecer não apenas o Algarve de litoral, mas o de interior, o mais puro e genuíno, «um outro Algarve» à espera de ser desco-

berto. Recorde-se que a oferta turística deste território de serra, barrocal, rio e mar é bastante diversificada, sublinhando o rio Guadiana, as praias, a gastronomia tradicional, a avifauna, o artesanato e a etnografia.

CNN distingue «Praia Verde Boutique Hotel» como um dos oito melhores novos hotéis da Europa


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D ESEN VO LVIMEN TO

Serviços de Saúde no Algarve estão “à beira da rutura” A afirmação de que os serviços de saúde no Algarve “estão à beira da rutura” foi feita pelo Bastonário da Ordem dos Médicos José Manuel da Silva, em declarações à rádio nacional Antena 1. O responsável afirmou mesmo que “parece que não há preocupação com os doentes, da parte do Ministério da Saúde”, lembrando que o Algarve está em plena época alta de turismo. “O Serviço de Urgência Básica de Lagos até já fechou por falta de clínicos. No serviço de urgência de Albufeira, não há funcionários para fazer a limpeza. Já estamos no verão e, mais uma vez, não há soluções”, acusou o bastonário. Acusações feitas horas antes de a Administração Regional de Saúde do Algarve ter anunciado, numa nota de imprensa, que os serviços de saúde da região vão ser reforçados de julho a setembro.

Entretanto, o ministério da saúde anunciou que foram abertas vagas destinadas a 45 enfermeiros, para médicos de medicina geral e familiar e, ainda, para médicos hospitalares. A estas junta-se a contratação de assistentes operacionais. Paulo Macedo diz que “mais uma vez, abrimos um número significativo de vagas” e sublinha que nesta matéria “tem havido um esforço como nunca houve no passado”. Não obstante, é o próprio ministro que reconhece que “muitas vagas ficarão por preencher” e que haverá, nomeadamente nos reforços para o Algarve, recurso a “médicos de outras nacionalidades”.

«Perto da

Europa»

Vice-presidente da Comissão Europeia visitou Projetos de fundos Europeus

Vagas não corrigem lacuna Mas a carência é muito superior à assistência. já que acordo com os dados oficiais da ARS-Algarve faltam 282 médicos, 159 enfermeiros, 244 assistentes operacionais, 101 assistentes técnicos, 22 técnicos de diagnóstico e terapêutica, e 15 técnicos superiores, para que os serviços de saúde possam funcionar normalmente.

Ministro da Saúde garant reforços médicos para Algarve

Aeroporto de Beja com voos charter semanais entre Paris e Beja A operação de voos “charter” semanais entre Paris e Beja, no aeroporto de Beja, vão decorrer até outubro para transportar turistas franceses para o Alentejo. Num comunicado enviado à agência Lusa, a Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA) explicou que estes voos devem representar 40 mil dormidas adicionais para a região vizinha do Alentejo. Aquela entidade informou que a operação é promovida pelo operador turístico português GPS Tour, o qual estima que a operação “deverá representar 40 mil ‘room-nights’ adicionais” para a região, refere a ARPTA. Segundo a ARPTA, a operação de voos “charter” entre Paris e Beja inclui-se na operação do GPS Tour para transportar turistas franceses para o Alentejo que começou no dia 13 deste mês, através de voos regulares para Lisboa.

A operação, que contou com o apoio da ARPTA, do Turismo de Portugal e da ANA - Aeroportos de Portugal, tem como base um contrato entre o GPS Tour e a PRO BTP, um fundo de proteção social dos trabalhados da construção civil, que representa mais de três milhões de lares franceses. Segundo a ANA, em três anos de vida, o aeroporto de Beja realizou, através de sete companhias aéreas, 245 movimentos de aeronaves, sendo a “maioria” de operações “charter” não regulares, que transportaram cerca de 93% dos 6624 passageiros. Desde que começou a operar, a 13 de Abril de 2011, o aeroporto de Beja, que custou 33 milhões de euros e resulta do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11, tem estado aberto, mas praticamente vazio e sem voos e passageiros na maioria dos dias.

Ir a Cabo Verde por Beja Os municípios de Ferreira do Alentejo e da ilha cabo-verdiana do Sal assinaram um acordo de cooperação socioeconómica, que prevê exportações de produtos alimentares e a criação de rotas aéreas entre Beja e Cabo Verde. “A Ilha do Sal tem limitações a muitos níveis e importa quase tudo o que consome”, o que é “uma excelente oportunidade para potenciar as exportações de produtos alimentares do Alentejo”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, Aníbal Costa. O Alentejo, frisou, tem “um elevado potencial agroalimentar” e a Ilha do Sal “constitui uma excelente plataforma para o escoamento de produtos alimentares do Alentejo para abastecimento”

Peças do vestuário inteligente Na sua última conferência de programadores, realizada em Junho, ficou claro que o vestuário tecnológico teria, a partir de agora, um lugar de destaque na estratégia da empresa. Um desfile de funcionários do Google exibiu vistosos relógios de grandes écrans no pulso, tornando clara a opção de futuro da AndoidWear A AndroidWear é uma companhia de software para ligar relógios inteligentes (smartwatches) de companhias como a LG, a Samsung, ou a Motorola a telefones inteligentes (smartphones) ou tablets. A Google forneceu mais detalhes sobre como vão funcionar e deixou claro que a empresa está a investir fortemente na noção de que os wearables (dispositivos inteligentes utilizados para transportar no corpo ou no vestuário) são o futuro. Porém, os primeiros smartwatches não conseguiram impressionar a maioria dos consumidores. Como a maior parte do ecossistema Google Chrome e Android, estes dispositivos devem sincronizar perfeitamente, a tal ponto que, num exemplo demonstrado no palco, conforme o utilizador vá percorrendo as etapas para colocar em prática uma receita no seu relógio, o écran

daquele município cabo-verdiano. Por outro lado, considerando que a Ilha do Sal tem o Aeroporto Internacional Amílcar Cabral e a vila de Ferreira do Alentejo está situada perto do aeroporto de Beja, o acordo pretende também promover a criação de novas rotas aéreas entre Beja e Cabo Verde. O objetivo é “canalizar, através do aeroporto de Beja, o movimento de passageiros da diáspora caboverdiana e captar parte do fluxo de turistas portugueses com destino à Ilha do Sal”, explicou o autarca. Segundo Aníbal Costa, a transportadora aérea de Cabo Verde (TACV), que é responsável por 53% dos movimentos de passageiros para a Ilha do Sal, poderá realizar operações aéreas com ´toque` no aeroporto de Beja”.

José Cruz

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve), recebeu a 17 de Junho a visita da primeira vice-presidente da Comissão Europeia e Comissária responsável pela área da Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania, desde 2009, Viviane Reding. David Santos, presidente da CCDR Algarve, gestor do POALGARVE21 e presidente da Euroregião Alentejo-Algarve-Andaluzia, fez as honras da casa mostrando o espaço físico do Centro Europe Direct a Viviane Reading onde foi recebida por toda a equipa do centro de informação europeia. Visitou também o espaço da rede Enterprise Europe Network sedea na CCDR Algarve. Seguiu-se uma reunião restrita, na sala G desta comissão, na qual participaram Jorge Botelho, Presidente da AMAL, Catarina Cruz, Diretora do Centro Europe Direct do Algarve, Teresa Correia, Vereadora da Câmara Municipal de Faro, entre outros representantes de entidades oficiais. O Secretário de Estado para a Modernização Administrativa, Joaquim Cardoso da Costa, apresentou aos presentes os “Espaços do Cidadão - Um novo paradigma na prestação de serviços públicos”, definindo-os como “one-stopshops resultantes de uma parceria entre o governo central e os municípios ou outras entidades”. Viviane Reading encerrou a reunião referindo que, na altura em que foi responsável pela área da Sociedade da Informação e de Média, desenvolveu o conceito dos três “Es”: E-governance, E-learning, E-Health, os quais tiveram alguma aplicação nos Países do Norte da Europa, mas quase nenhuma nos Países do Sul. Aquando questionada pela importância do Centros Europe Direct, Viviane enalteceu o importante papel destes centros de informação europeia e o precioso trabalho de informação e divulgação junto de todos os cidadãos. A comitiva seguiu para o Mercado Municipal de Faro onde outros representantes de entidades regionais esperavam a Vice-Presidente da Comissão Europeia para a visita formal às quatro gerações dos projetos financiados por fundos comunitários europeu neste edifício. Passaram pela Loja do Cidadão, um projeto de inovação e eficiência, inaugurado em Abril de 2009, e financiado no âmbito do PROALGARVE – QCA III, com um investimento realizado de 1.870.611€ e um FEDER associado de 1.234.603€. Esta Loja integra a 2.ª Geração deste serviço e concentra no mesmo espaço serviços públicos (da administração central e local) e serviços privados conexos, em função da procura e das necessidades existentes no local. De realçar que a Loja do Cidadão encontra-se instalada no piso superior do edifício do Mercado Municipal de Faro, mercado este também reestruturado com o apoio do PROALGARVE – QCA III, com um investimento executado de 12.659.360€ e um apoio FEDER de 4.747.260€.

Centro de Informação Europe Direct do Algarve Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

rola ao mesmo tempo até ficar em perfeita sintonia. A Google anunciou que os primeiros relógios para Android, o Samsung Gear Live e o LG G Watch, já estão disponíveis para préencomenda. O Motorola Moto 360 chega ainda este Verão.

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CULTURA E AGEN DA

II Encontro Internacional de Colecionismo superou as expetativas A 7 e 8 de Junho a secção de colecionismo dos Bombeiros de VRSA levou a cabo a II edição do Encontro Internacional de Coleccionismo e reuniu entusiastas de Portugal e Espanha, que expuseram milhares de objetos como selos, postais, porta-chaves, isqueiros, galhardetes, bonecos ou marcadores de livros. O evento contou com cerca de 170 participantes, número superior inicialmente previsto, e reuniu alguns dos maiores colecionadores mundiais, nomeadamente o maior colecionador europeu de lápis de carvão e o segundo maior colecionador mundial de porta-chaves. Para assinalar a iniciativa, foram lançadas seis coleções de pacotes de açúcar ilustrativas de temáticas como as atividades desenvolvidas pelos Bombeiros e os seus veículos, a cidade vila-realense nos anos 50 e 60, ou a fauna da Ria Formosa, com fotografias de Agostinho Gomes. Simultaneamente, foi emitido um postal, um selo e um catálogo alusivos ao encontro. Em exposição estiveram igualmente inúmeras coleções privadas e outras pertencentes ao espólio da secção de colecionismo dos Bombeiros de VRSA, fundada em 1977. Além dos clubes filatélicos do Algarve, a iniciativa contou com a presença do Fórum Numismatas de Lisboa e do Clube Filatélico e Numismático de Huelva. “Apesar de a localização fa feira este ano não ser tão central podemos afirmar que o certame teve um aumento de qualidade pelo número superior de colecionistas que participaram”, disse a organizadora Sandra Santos ao JBG Também nos dias 7 e 8 de junho, a Praça Marquês de Pombal, em VRSA, recebeu a II Feira Internacional de Floricultura e Artesanato que alegrou aquela praça.

Apresentação em Alcoutim de CD e espetáculo «O Mar ao Fundo» de Afonso Dias com participação de Tânia Silva A Biblioteca Municipal de Alcoutim, Casa dos Condes, recebe a 4 de Julho a partir das 21h30 a apresentação do CD e o espetáculo «O Mar ao Fundo». O projeto é de autoria do poeta, músico e ator Afonso Dias e de Tânia Silva, jovem atriz consagrada a partir do trabalho desenvolvido pel’A Companhia de Teatro do Algarve (ACTA). “O mar ao fundo” é um trabalho discográfico construído com poesia e música de algarvios, naturais ou adoptados e de amantes do Algarve. “O mar ao fundo” tem o Algarve como centro e a poesia - mãe das artes e geradora dos sonhos - como bandeira”, dizem os mentores do projeto. É assinado por Afonso Dias que há largos anos serve o Algarve como autor, cantor, actor de teatro, divulgador de poesia em centenas e centenas de sessões, enfim, como militante da cultura. Este trabalho é mais um passo nesse percurso. “O mar ao fundo” inclui poesia de António Pereira, Leonel Neves, João Lúcio, Teresa Rita Lopes, Carlos Brito, António Aleixo, Natália Correia, Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner, Maria da Conceição Silveira, Natércia Duarte, Afonso Dias. Afonso Dias e Tânia Silva recordam que o Algarve, a que João Lúcio chamou o «meu país do sul», é pátria de poetas. Há mais de mil anos. De berço uns, por acolhimento outros, todos eles amantes desta terra virada ao mar. Sempre o mar sobrepondo-se, pela magia da distância e da aventura, à ruralidade inicial que hoje apenas sobrevive. Porque ao longo dos tempos foi sempre o mar do Algarve a tecer-lhe o destino, a esculpir-lhe os sonhos, a desenhar-lhe a história. «Sou algarvio / e a minha rua tem o mar ao fundo» escreveu o poeta armacenense António Pereira e talvez nenhum aforismo ilustre melhor este sortilégio. Pois é este mar algarvio que o Infante desafiou, que Gil e Lançarote afrontaram, que deslumbrou Sophia, que hoje inspira este projecto”. E estão revelados os ingredientes para um mais um momento cultural na Casa dos Condes.

AGENDA Alcoutim 10 de julho Mercado de Vaqueiros Local: Rua do Poço Novo - Vaqueiros Mercado do Pereiro 27 de julho (domingo) Local: Largo da Igreja - Pereiro 2 de Julho Música na Praça fado com Nádia Catarro e Hélder Coelho, acompanhados à viola por Aníbal Vinhas e à guitarra por Jorge Franco Praça da República - Alcoutim Horário: 22h00 Festival de Folclore e Feira de Artesanato de Martim Longo 5 de julho Largo da Junta de Freguesia de Martim Longo, Horário: a partir das 16h00 Celebração do 66.º Aniversário do GDA 5 de julho Centro Náutico - Alcoutim Universidade Júnior - Verão em Projeto 2014 7 a 11 de julho Universidade do Porto Workshop de Escrita Criativa 7 a 10 de julho Casa dos Condes das 10h00 às 12h00 9 de Julho Música na Praça “Contemporâneo Fusion” e o Rancho Folclórico de Martim Longo 22h00 Local: Praça da República Alcoutim 11, 12 e 13 de Julho Festa Tradicional do

Pessegueiro Local: Pessegueiro

Férias Desportivas 16 de junho a 7 de agosto Alcoutim e Martim Longo

12 de Julho Baile de Acordeão Guerreiros do Rio 21h00

26 Julho Maratona de futsal Pavilhão Desportivo de Martinlongo

18 e 19 de Julho Festa da Barrada Largo do Centro Cultural e Recreativo da Barrada

Exposição de artesanato em paus de fósforos 02 a 31 de julho Casa dos Condes / de segunda a sexta-feira, entre as 08h30 e as 17h30

19 de Julho Festa dos Avós Polidesportivo de Balurcos (Serro de Balurcos)

Castro Marim

Feira do Livro 21 a 25 de julho Praia fluvial 15h00 às 18h00

05 | Concerto da Orquestra Clássica do Sul Castro Marim – Revelim de Santo António 22h00

Festa Tradicional de Verão 26 de julho Pereiro

05 Julho | Baile em Rio Seco Sede do Grupo Desportivo e Cultural do Rio Seco 22h00

Aulas de Zumba Atividade gratuita durante toda a época balnear / praia fluvial do Pego Fundo – Alcoutim terças-feiras às 18h15 | quintas-feiras às 19h00

06| Exposição de Produtos (locais/regionais) Monte Francisco, a partir das 10h00

Aulas de Zumba, aeróbica, step, bodycombat, pilates, ginástica localizada Atividade gratuita Ginásio da EBI de Martinlongo Horário: quartas-feiras às 19h00 Marcha ao Luar 11 de julho Farelos / 21h00 Marcha Pedestre Noturna 12 de julho Alcoutim / 21h00

19 | XX Festival de Folclore do Azinhal Azinhal – Pavilhão Multiusos, a partir das 19h00 27 | Marcha Passeio Monte Francisco (Sede do Campesino Recreativo Futebol Clube) 10h00 15 de julho a 31 de agosto | Animação Desportiva na Praia da Alagoa em Altura 15 de julho a 31 de agosto | Noites de Cinema Segundas e quintas-feiras em Castro Marim (Praça 1º de Maio) e terçasfeiras e sábados em Altura (Cine-

POR CÁ ACONTECE

Estúdio) 21h30

VRSA «A Festa de Mouros e Cristãos em Alcoy»Exposição fotográfica de Carlos Afonso e José Luís RúaInauguração: 4 julho > 18h00 4 > 31 julho 9h00 > 13h00 | 14h00 > 16h30 - Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes| VRSA «Arquivo entre Histórias» - «Os mouriscos nos Algarves portugueses - uma perspetiva generalista sobre uma minoria étnica», por Fernando Pessanha 18 julho 18h00 Arquivo Municipal de Vila Real de Santo António | VRSA Apresentação do livro «Viaje al sur de Portugal », de Diego Mesa Baseado na viajem a Portugal de José Saramago 25 julho 18h00 Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes| VRSA Projeto «Dar de volta 2014» Banco de manuais escolares 1 > 31 segunda a sexta - 9h15 > 19h45 Biblioteca Municipal Vicente Campinas | VRSA Apresentação do CD «Dentro de mim»De Nádia Catarro 13 julho 21h30 Biblioteca Municipal Vicente Campinas | VRSA Passos Contados - «Camaleões e outros habitantes noturnos de Cacela Velha»*Ciclo de passeios pedestres de interpretação da paisagem, com o biólogo Filipe Moniz 5 julho 21h00 Cacela Velha, 3€ p/pessoa

Torneio de Verão de TénisSub 12/16 em singulares e pares, femininos e masculino, 26 e 27 julho 9h, Clube de Ténis | Complexo Desportivo VRSA XVI Feira do Livro de Monte Gordo 1 > 31 julho 20h00 > 24h00 Marginal | Monte Gordo Noites d’Encanto 2014 17 > 20 julho 18h00 > 24h00 Cacela Velha | VRSA Souk, concertos, animação de rua, gastronomia, workshops, conversas Férias divertidas 2014 Junta de Freguesia de Monte Gordo Desporto, praia, piscina, visitas, expressões, atividades lúdicas Público-alvo: 6 aos 12 anos 1 > 31 julho 9h00 > 12h00 – 14h00 > 17h00 Férias em movimento Junta de Freguesia de Vila Real de Santo AntónioAtividades para ocupação dos tempos livres para crianças dos 6 aos 12 anosData: 1 > 31 julhoHorário: segunda a sextafeiraJulho - 9h00 > 12h00 – 14h00 > 17h00


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Poeta António Aleixo foi homenageado no Dia De Portugal No dia 10 de Junho o poeta António Aleixo foi homenageado. No largo que tem o seu nome foi colocada uma placa junto à casa onde nasceu. A homenagem partiu da Junta de Freguesia de VRSA e contou com o apoio da câmara municipal e SGU. A iniciativa teve a presença de Vítor Aleixo, neto do poeta e atual presidente da câmara municipal de Loulé. “É muito bom ver esta homenagem porque a memória que guardo de meu avô é de grande admiração pela grande pessoa que foi”, disse o autarca ao JBG. Por sua vez, Luís Romão, presidente da junta de freguesia de Vila Real de Santo António, lembrou que esta é “uma justa e mais que merecida homenagem a um grande vulto da cultura, natural de Vila Real de Santo António”. O autarca referiu, ainda, que “é preciso valorizarmos o que nos pertence e temos muito de que nos orgulhar”. Por sua vez, Conceição Cabrita, vereadora com o pelouro da cultura da câmara municipal de Vila Real de Santo António, adiantou que estão a ser projetados «Encontros ao Largo» que têm como grande objetivo de dinamizar os vários largos da cidade. “Este encontro de hoje em homenagem a António Aleixo é o primeiro de muitos que queremos fazer”. Também esta iniciativa pretende constituir-se em parceria com as várias entidades locais. A homenagem contou com a organização parceira entre a Câmara Municipal de VRSA e a SGU e a colaboração dos Poetas do Guadiana, Liga dos Amigos de Manuel Cabanas e o Conservatório de VRSA. O serão teve dança dos alunos do Conservatório, teve poesia e fado com Nádia Catarro, com Virgílio Lança e Miguel Drago a acompanhar.

O alferes Jorge da Cunha – notícias de um arenilhense nascido há 400 anos

António Aleixo nasceu em VRSA e foi homenageado com placa junto à casa onde nasceu

Faleceu José Varzeano autor de inúmeras publicações e criador do blog Alcoutim Livre A notícia do falecimento de José Varzeano (pseudónimo de António Miguel de Ascenção Nunes) chegou à redação do JBG através de diversos telefonemas. Depois recebemos um e-mail sentido de Gaspar Santos, do Grupo «Pró Futuro de Alcoutim», amigo e colaborador de José Varzeano. «Após quase um mês de sofrimento no Instituto Português de Oncologia, onde esteve internado desde 6 de maio, dia em que foi sujeito a cirurgia, faleceu no passado dia 30 de maio, o nosso amigo e grande amigo de Alcoutim António Miguel de Ascenção Nunes, mais conhecido por José Varzeano. Nascera na freguesia de Várzea concelho de Santarém, em 1 de Junho de 1938. Fazia, portanto, 76 anos, no dia em que foi cremado no cemitério de Figueira da Foz. Residia em Peniche, tendo deixado vasta obra escrita sobre o concelho de Alcoutim e sobre a sua aldeia natal, nomeadamente os Blogues Alcoutim Livre e Correio das Lembranças. Todos nós podemos conhecer a sua obra naqueles blogues, mas deixou muito mais coisas escritas sobre Alcoutim tanto em livros como em jornais [entre os quais o JBG]. Acompanhei-o na sua doença e na sua morte.

Saudações Alcoutenejas», escrevia Gaspar Santos. Já no blog «Alcoutim Livre» José Miguel Nunes, outro amigo e colaborador de José Varzeano, escrevia «não nasceu em Alcoutim, mas apaixonou-se, de coração. Primeiro por uma alcouteneja, depois pela terra. Foi uma paixão com tamanha intensidade, que lhe dedicou todo o seu tempo livre. Foi uma paixão para a vida, e ao longo de mais de quarenta anos, estudou-a ao pormenor. Foram algumas centenas de artigos nos mais variados meios de comunicação social, nomeadamente local, sempre com verdade, como era seu apanágio, apontando os defeitos e enaltecendo as virtudes. Imortalizou-a com algumas publicações mais elaboradas, de onde se destacam as duas monografias: “Alcoutim, Capital do Nordeste Algarvio (subsídios para uma monografia), Edição da Câmara Municipal de Alcoutim, Rio Maior, 1985” e “A Freguesia do Pereiro (do concelho de Alcoutim) «do passado ao presente», Edição da Junta de Freguesia do Pereiro, Tavira, 2007”». Para José Miguel Nunes José Varzeano era um «alcoutenejo» de mão cheia. O JBG apresenta as sentidas condolências à familia.

Artesanato e Etnografia deram cartas em Alcoutim Foram milhares de visitantes aqueles que a 7 e 8 de Junho passaram pela já emblemática Feira de Artesanato e Etnografia, uma organização da Associação “A Moira” em colaboração com a câmara municipal que concede apoio logístico e financeiro. A autarquia avança mesmo que “esta foi uma das feiras de artesanato de Alcoutim mais concorridas de sempre” Dedicado a promover o artesanato e os produtos locais, assim como os sabores e saberes seculares das gentes da serra algarvia, o certame realizou-se tendo a praia fluvial como pano de fundo. No espaço da feira, onde a etnografia constituiu a base da decoração, estiveram representadas algumas das atividades do quotidiano rural, assim como artes e ofícios atualmente quase extintos. O evento, que reuniu a quase totalidade dos artesãos do concelho alcoutenejo, contou este ano com a participação de representantes de outras zonas do Algarve e do Alentejo. Foram cerca de meia centena os artesãos presentes, o que

COLUNA CULTURAL

C ULTUR A

aumentou a diversidade de artes e produtos expostos, dando assim outra dinâmica à feira. Assim, quem visitou a mostra em busca de artesanato encontrou uma diversidade de artigos em arame, cabedal e cortiça, bem como peças de latoaria, olaria, cestaria, passando pelas mantas de lã, arranjos florais, bijuteria e bonecas de juta. No evento também não faltaram os enchidos, os queijos curados, os doces regionais, medronhos e licores caseiros, o mel e outras iguarias típicas da gastronomia serrana. Já nas tradicionais tasquinhas, da responsabilidade das coletividades locais, residentes e visitantes tiveram a oportunidade de saborear pratos à base de caça e de peixe do rio, e, em simultâneo, desfrutar da animação de palco e de rua ao som da música popular portuguesa.

No decurso da investigação para o livro Os 500 Anos da Fundação de Arenilha – Memórias de uma «vileta» nascida no decurso da Expansão Portuguesa, publicado pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, deparámonos com um documento de particular importância e cuja informação aqui merece ser partilhada. Trata-se do processo da Inquisição de Jorge da Cunha, um natural “do lugar de Arenilha Reyno do Algarue” (A.N.T.T., Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, proc. 10654, fl.1). De acordo com o processo, o acusado, solteiro e de 43 anos, era militar com o posto de alferes na cidade de Tânger. Acusado de blasfémia, foi preso naquela praça norte africana em 30 de Janeiro de 1657. Posteriormente, em 27 de Junho de 1658, deu entrada no cárcere em Lisboa, onde ficou até à leitura da sentença. Foi condenado a auto de fé, em 15 de Dezembro do mesmo ano, com vela acesa na mão, e açoutado nas ruas públicas de Lisboa. Posteriormente foi degredado para a ilha do Príncipe durante cinco anos. De um modo geral, trata-se de um documento que se reveste de particular interesse, na medida em que testemunha o percurso de alguém nascido em Arenilha por volta de 1614, ou seja, há exactamente 400 anos, e numa altura em que a vila já se encontrava altamente despovoada. Quer isto dizer que Jorge da Cunha seria descendente de um dos dois “vizinhos” referidos por Henrique Fernandes Sarrão em 1600? Será que o supra citado residiu numa das “duas ou tres cazas” referidas por Alexandre Massai na Descripção do Reyno do Algarve, de 1621? Ora, ainda que o processo da Inquisição refira Jorge da Cunha enquanto natural “do lugar de Santo Antonio de Arenilha”, não devemos excluir a hipótese de o documento referir-se ao termo de Arenilha e não à vila, propriamente dita. Por outro lado, também não pudemos deixar de reparar que, também neste caso, a história de Arenilha acaba por estar relacionada com a expansão portuguesa para o norte de África (recordamos que Arenilha foi fundada no mesmo ano em que foi conquistada a cidade de Azamor), o que é natural se tivermos em consideração que a circulação de gentes dos Algarves entre os dois lados do estreito foi uma constante até ao abandono das praças marroquinas. O posto de alferes – oficial subalterno – deixa antever uma carreira militar iniciada nos alvores da idade adulta, pelo que não seria de estranhar que Jorge da Cunha tivesse abandonado Arenilha com destino a Tânger nos primeiros anos da década de 30 do séc. XVII. Por outras palavras, não é impossível que Jorge da Cunha e os seus familiares tivessem sido dos últimos habitantes da antiga vila de Santo António de Arenilha… Fernando Pessanha Historiador * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico


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PASSATEMPO S & L AZER

Autor: João Raimundo

Quadratim - n.º121

Jogo da Paciência n.º 127

Os atuais órgãos de soberania sabem ou deviam saber que por vezes estão a legislar contra as normas da Constituição e sabem que o TC vai “chumbar” algumas das suas decisões. Mas fazem possivelmente com a consciência de que estão a errar que é para culparem o TC por não as aprovarem para depois tomarem outras decisões penalizadoras para os cidadãos e “lavarem as mãos como pilatos”. O TC existe com total imparcialidade, interpretando corretamente o “espirito” da letra da Constituição da Republica Portuguesa, aprovada em Assembleia da Republica. Portanto há que cumpri-la e fazê-la cumprir. Mas também se o TC “chumbar” uma lei ou similar esta deve ser banida desde a sua existência indevida e não a partir de certa data e ressarcir com retroativos os prejudicados com a mesma. É nula, então é nula desde o inicio. Também não faz sentido comemorar o Dia de Portugal… quando os atuais órgãos de soberania baniram os feriados representativos para que exista o Dia de Portugal… (soberano e independente). Por exemplo: o 1º de Dezembro, que recorda a Restauração da Independência de Portugal (1640), assim como o 5 de Outubro que recorda a Implantação do atual regime em Portugal (1910Republica) etc. Pelo caminho correto do Quadratim vá ao encontro de – CUMPRA-SE A CONSTITUIÇÃO

oferta de emprego

Motorista de Táxis oferta n.º 588364281 Contrato a termo certo / 6 meses / com conhecimentos de inglês - Requisitos no âmbito da Medida Estimulo 2013 e Reembolso da TSU Tavira Nadador Salvador oferta n.º 588423140 Contrato a termo certo/ 4 meses Vila Real S. António Técnico Manutenção oferta n.º 588407923 Contrato a termo certo /12 meses /9º ano/ Experiência na realização de pequenos trabalhos / arranjos nos variados setores - Requisitos no âmbito da Medida Estimulo 2013 e Reembolso da TSU. Tavira Assistentes de Viagem e Comissários oferta n.º 588419509 Contrato a termo certo/ 6 meses/9ª ano/Conhecimentos de Inglês e Holandês - Requisitos no âmbito da Medida Estimulo 2013 e Reembolso da TSU. Monte Gordo

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO “Que cuidados devo ter na compra de um micro ondas?”

Se pretende um micro ondas apenas para aquecer e descongelar a comida, opte por um mais simples pois é a melhor opção. Entre os modelos simples que já testámos, encontra a Escolha Acertada por cerca de 50 euros. Mas se utiliza o equipamento também para cozinhar, grelhar e gratinar, prefira um micro-ondas com grill. A nossa Escolha Acertada custa a partir de 70 euros. Pode ainda optar pela Escolha Económica que, comparada com outros modelos testados com baixos resultados, permite poupar cerca de 75 euros. No nosso comparador, pode ver os preços nas lojas físicas. Encontrámos o mesmo modelo com diferença de € 50, dependendo do local. Faça também uma pesquisa nas lojas online, mas não esqueça que, nesses casos, há custos de transporte.

11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20.

(João) Moutinho (Miguel) Veloso (Raúl) Meireles (Rúben) Amorim (William) Carvalho Rafa (Cristiano) Ronaldo Éder (Hélder) postiga Nani

guadi Esta é a cadela “Caia”, “Caia” é a realidade do nosso pais, Vamos mudar a realidade, Não abandone, Abandonar é matar lentamente. O fim desta história vai ser triste, porque provavelmente quando estiver a ler estas palavras, a Caia será mais uma estrelinha no céu. Ajude os animais abandonados!

Economizar na compra

Algumas lojas oferecem descontos ao entregar o equipamento velho na compra de um novo. Se a loja for entregar o micro-ondas à sua casa, peça que levem o usado. As empresas são obrigadas a fazê-lo quando o pedido é realizado no ato da compra. Pode também colocar o equipamento antigo nos locais próprios para equipamentos em fim de vida.

Poupar no dia-a-dia

Evite aquecer água (ou outros líquidos) no micro-ondas, pois pode não ser seguro. Se a água ferver, há o risco de danificar o aparelho ou de queimar-se. Além disso, é uma opção mais cara: se aquecer um litro de água num jarro eléctrico, placa de indução ou vitrocerâmica (caso tenha) consome metade da energia. Tenha atenção ao modo stand-by: alguns micro-ondas consomem 14 kW/ano nessa opção, 30 vezes mais do que grande parte dos modelos, que se ficam pelos 0,55kW/ano. Cubra sempre os alimentos. Isso permite uma distribuição uniforme do calor, evita que a comida resseque e mantém o aparelho limpo. O aquecimento também é mais uniforme se usar sempre a função “prato giratório” e se for mexendo a comida. Cortar os alimentos do mesmo tamanho ajuda, já que os bocados mais pequenos aquecem mais rapidamente do que os maiores.

Susana Correia jurista

informação disponível a 1 de julho

Beto Eduardo (Rui) Patrício André (Almeida) Bruno (Alves) Fábio (Coentrão) (João) Pereira Neto Pepe (Ricardo) Costa

Soluções Jogo da Paciência - n.º126

Delegação Regional do Algarve

Centro de Emprego de VRSA Massagista de Estética oferta n.º 588417349 Contrato a termo certo/ 6 meses Monte Gordo

Mundial Futebol 2014

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900–283 Vila Real de Santo António

Contribuinte Nº 507 534 328 Contactos: 964773101 e 927167755 (12:30 às 14:00) NIB - 0035 0234 0000 6692 13002 associacaoguadi@gmail.com/http://associacaoguadi.blogspot com FACEBOOK


JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2014 |

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PATR IMÓ N IO &P SIC O LO GIA Rubrica de pATRIMÓNIO

Ferradores e alvitares no Baixo Guadiana

No Baixo Guadiana rural de há décadas, quando a agricultura era a base da economia local, o ferrador desempenhava um papel indispensável, ferrando cavalos, burros, mulas ou bestas, essenciais às tarefas do campo, ora lavrando, ora como animal de carga e sela. Durante séculos, tal como os demais oficiais mecânicos, os ferradores, abundantes na região, eram avaliados e encartados pelos juízes de ofício para poderem exercer a sua arte. A arte de ferrar, conjunto de gestos e saberes intemporais, envolve um conjunto de ferramentas imprescindíveis no trabalho do ferreiro: com a turquês forjada em ferro, arrancava os cravos e a ferradura gasta, antes de descascar o casco do animal. Com o formão aparelhava o corte do casco. O martelo cravava as ferraduras e

ocasionalmente arrebitava algum cravo. O trabalho só ficava terminado com umas pequenas pancadinhas na ferradura e no cravo para dar segurança ao animal. O trabalho tinha de ser feito com o devido preceito, cuidadosamente, para não cravar demasiado o cravo e magoar o animal. Nalguns casos, forjava ele próprio os cravos e as ferraduras, noutros, comprava-os numa oficina de ferreiro, onde, por vezes, também se ferravam os animais de lavradores e almocreves que ali acorriam. O ferrador era, vulgarmente, contratado à avença anual pelos lavradores mais ricos e recebia consoante o animal tratado. Assim, o burro valia um alqueire de trigo, uma besta ou uma mula equivalia a alqueire e meio e um cavalo correspondia a dois alqueires. Outros ferradores ferravam os animais nas feiras ou jornadeavam pelos montes e cobravam à peça, ou seja, por cada pata ferrada. Para além de ferrarem os animais, certos ferreiros eram também alvitares, veterinários sem diploma que resolviam os problemas de saúde dos animais e que

detinham um estatuto de certo prestígio, numa sociedade ruralizada que dependia dos animais e do seu contributo no trabalho rural, ao ponto de serem chamados apesar da presença de um veterinário. O alvitar assistia ao parto, extraía-lhes cromilhos – dentes do siso –, curava-lhes o formigueiro nos cascos, a pulmeira – pneumonia – , o embaço, provocado por ingestão excessiva de farinha de alfarroba, o Espraganero, ferida provocada pela palha do trigo e até a riera nas vacas, tumor que se formava no órgão reprodutor.

Tínhamos um ferreiro E o ferro ele dobrava Fazia as ferraduras E as bestas ele ferrava Natália Palma

Pedro Pires Técnico de Património Cultural | Membro do CEPAC/UAlg (Centro de Estudos de Património, Ambiente e Construção da Universidade do Algarve)

www.facebook.com/NEIP.VRSA psivrsa@gmail.com

Gestão de Conflitos Os conflitos não são uma situação nova, é o modo como o gerimos e enfrenta- uma boa resolução de conflitos pode ter. são acontecimentos normais do desen- mos que lhe vai atribuir essa condição. Deste modo, para que seja possível tirar algo de vantavolvimento humano. São toda a opinião Por exemplo, durante um processo de joso destas situações e chegar a um consenso satisfatório divergente ou forma diferente de ver ou divórcio um ex-casal luta pela posse de para todos, devemos recorrer à transformação do modo interpretar algum acontecimento. uma casa. Se as hipóteses de solução como enfrentamos os conflitos, promovendo estilos mais Todos nós temos personalidades dife- deste conflito se resumirem a uma adequados de os gerir e resolver, tornando-os em algo mais rentes, interesses diferentes e objetivos competição, existindo a possiblidade positivo e construtivo. de vida diferentes. Assim, é normal que de haver apenas um ganhador, vai ser Neste sentido, foi realizado um Programa de Intervenção muitas vezes nos encontremos em situ- negativo pois alguém vai ter de perder para a Gestão dos Conflitos Escolares, numa turma do ações de divergência. para o outro ganhar. Por outro lado, se Município de Vila Real de Santo António, com o objetivo Geralmente o conflito é encarado as hipóteses de solução deste conflito de promover métodos mais adequados de gestão e resocomo um acontecimento negativo, passarem pela colaboração, é possível lução de conflitos entre alunos. Para isso, numa primeira pois é visto pela maiosessão, foram abordados temas como ria das pessoas como a confiança, as competências sociais um comportamento e a coesão grupal, que se revelam “É melhor enfrentá-lo com fatores de alta importância para uma pouco saudável, assohabilidade pessoal do que evitá-lo” ciado à angústia, à dor eficiente gestão de conflitos, e, numa e à violência, que pode segunda sessão, foi desenvolvido o (Chrispino, 2004) afetar negativamente processo de Mediação de conflitos (que se trata de um procedimento as relações sociais e no qual os envolvidos, com a ajuda o processo ensino e aprendizagem, supondo-se então que procurar uma solução que seja posi- de uma terceira pessoa imparcial, analisam o conflito e o melhor é evitá-lo ou eliminá-lo do tiva para ambos, podendo haver dois desenvolvem soluções alternativas, adaptadas e satisfanosso dia-a-dia. No entanto, os conflitos ganhadores. Isto é, poderiam optar por tórias para todos), de modo a habilitar os alunos a serem não devem ser evitados ou eliminados, vender o carro e dividir o lucro, sendo capazes de intervir e solucionar eficazmente situações de pois estes possuem inúmeras vantagens. que assim ambos sairiam beneficia- conflito interpessoal. Numa perspectiva positiva, o conflito dos e um não perdia face ao outro. No Finalizando, para uma gestão adequada dos conflitos estimula o interesse e a curiosidade, entanto, nem tudo o que é disputado é importante lembrar que não devemos remar cada um transforma positivamente as relações em conflitos são bens materiais. Muitas para seu lado, mas remar juntos na mesma direção, pois entre os envolvidos, ajuda a equilibrar vezes estes conflitos passam por ideias, unidos somos mais e melhores! as relações sociais e a compreender o interesses ou objetivos, que devem ser ponto de vista do outro, aumenta a coo- bem discutidos e negociados, recorNEIP (Núcleo de Estudos e Investigação Psiperação entre as pessoas e ensina que a rendo a cedências por parte de ambos cológica) – Ana Ximenes, Catarina Clemente, discórdia pode ser uma oportunidade os envolvidos. Ademais, estes também Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Patrícia de crescimento pessoal e social. incluem, por diversas vezes, a disputa Santos, Pedro Costa, Sílvia Cardoso. ColaA verdade é que o conflito só por si de filhos em situações de divórcio, o boração: Andreia Alves, Andreia Guerreiro, não é algo positivo ou negativo, mas que revela a elevada importância que Inês Morais, Jorge Hilário

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia doze de Maio de dois mil e catorze, foi lavrada neste Cartório, de folhas vinte e nove a folhas trinta e um do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e oito - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Glória Maria Rodrigues Gonçalves Vicente e marido, António José Silvestre Vicente, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, onde residem na Rua Corte Pequena, n.º 2, contribuintes fiscais números 107 010 992 e 108 472 442. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, todos do concelho de Castro Marim, e não descritos na Conservatória do Registo Predial deste concelho: a) Prédio rústico sito em Tanque, na freguesia de Odeleite, composto por terra de cultura arvense, com a área total de nove mil oitocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com Joaquim Teixeira Baltazar, a Sul com Herdeiros de Domingos Teixeira e a Poente com António Martins da Silva e Joaquim Santana Gomes, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 110, da secção AZ, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de setenta e sete euros e oitenta e oito cêntimos, igual ao atribuído; b) Prédio rústico sito em Dona Benta, na freguesia de Odeleite, composto por terra de cultura arvense e oliveiras, com a área total de mil e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com António Custódio Gomes, a Sul com Rita Rodrigues Merca, a Nascente com Ribeira da Foupana, e a poente com caminho, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 97, da secção BD, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de dezasseis euros e seis cêntimos, igual ao atribuído; c) Prédio rústico sito em Cerro Bicudo, na freguesia de Odeleite, composto por terra de alfarrobeiras, cultura arvense e amendoal, com a área de vinte e sete mil quatrocentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Barranco, a Sul com Maria da Glória Xavier Rodrigues Cavaco e António João Dias, a Nascente com Agro-Pecuária José Afonso Henriques, Lda. e José Américo Rodrigues Fernandes, e a Poente com António Cipriano, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 11, da secção DN, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de seiscentos e setenta e um euros e trinta e quatro cêntimos, igual ao atribuído; d) Prédio rústico sito em Telheiros, na freguesia de Azinhal, composto por terra de cultura arvense, com a área de seis mil trezentos e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com caminho e Manuel Serafim, a Sul com António Serafim Custódio, a Nascente com Amândio Estevão Horta e António Martins, e a Poente com Manuel Gomes Martins, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 78, da secção C, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de quarenta e nove euros e noventa cêntimos, igual ao atribuído. e) Prédio rústico sito em Alcarias, na freguesia de Azinhal, composto por terra de cultura arvense, mato e vinha, com a área de trinta e três mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Ildefonso Amaro, Raul Martins e Amândio Rodrigues Afonso, a Sul com Ildefonso Amaro e Manuel Serafim, a Nascente com caminho e Celestino da Conceição Correia, e a Poente com Amândio Pedro Lima, António Romão, Maria José da Encarnação, José Augusto, Manuel Lourenço Martins e Raul Martins, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 34, da secção B, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de duzentos e oitenta e um euros e catorze cêntimos, igual ao atribuído. Que os referidos prédios entraram na posse dos primeiros outorgantes, já no estado de casados, por partilha verbal e nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e nove, por óbito do pai da primeira outorgante mulher, António José, casado que foi com Glória Maria Rodrigues, sob o regime da comunhão geral, e residente que foi em Brenhosa, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, ambos já falecidos. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, colhendo seus frutos, arando suas terras, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 12 de Maio de 2014. A Colaboradora, _________________________________ (Ana Rita Guerreiro Rodrigues) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 33/05 Factura / Recibo n.º 4225 1 de julho Jornal do Baixo Guadiana


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2014

CULT URA& CO L ABO R ADO R ES

Revista Nova Águia tem Vice-Directora algarvia A Revista Águia foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal, em que colaboraram algumas das mais relevantes figuras da Cultura Portuguesa, como Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Raul Proença, Leonardo Coimbra, António Sérgio, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva. A Nova Águia pretende ser uma homenagem a essa tão importante revista da nossa História, procurando recriar o seu “espírito”, adaptado ao século XXI, com participação dos mais importantes nomes da cultura portuguesa contemporânea. O Conselho de Direcção da Revista Nova Águia conta com nomes como Adriano Moreira, Guilherme d’Oliveira Martins, Gentil Martins, António Cândido Franco, Baptista

Gaspar Santos O espólio deixado pelo Dr. João Francisco Dias continua a surpreendernos, tal como em vida este notável médico cirurgião nos surpreendeu. Penso mesmo, que esse espólio, em particular os seus registos de trabalho, contém muita informação que pode ser objecto de reflexão. Colaborei na organização e na redacção do catálogo com a vida e obra deste médico de grandes méritos em Alcoutim. Já depois do lançamento deste, ocorrido em 21 de Dezembro de 2013 no Salão Nobre dos Paços do Concelho do Município de Alcoutim, ao folheá-lo encontrei dois documentos do seu espólio que me parecem dignos dessa reflexão. São mais duas achegas para o conhecimento do seu trabalho e da sua personalidade. A primeira reporta às 200 intervenções cirurgidas que realizou no ano de 1952 (página 35 ); e a segunda à fotocópia da sua carta de condução (página 106). As estatisticas do Hospital da Misericódia de Alcoutim referem que o Dr. João Francisco Dias fez 200 operações cirurgicas no ano de 1952. Tinha ele então 54 anos. Naturalmente que as estatisticas dão algum detalhe que iremos considerar, do tipo de cirurgias, pequenas e grandes, menos e mais demoradas de executar e, naturalmente e proporcionalmente, a convalescença pós-operatória, de cujo tempo ocupado apenas faremos referência sem quantificar. Pegando nestes dados e no tempo que consumia nas consultas ao longo do dia, bem como nas suas horas de descanso diário e semanal e anual, propomo-nos analizar, imaginar e descrever como seriam os dias deste cirurgião. Não levando em conta, no entanto, por não termos dados, outras intervenções que então realizou em outras localidade do Algarve. O ano de 1952 teve 366 dias. Se

Bastos, Eduardo Lourenço, Mendo Castro Henriques, Roberto Carneiro e Manuel Ferreira Patrício. Maria Luísa Francisco tem apresentado a Revista Nova Águia nas Bibliotecas do Algarve e Alentejo e considera que têm sido momentos culturais de qualidade, que geram bons debates e naturalmente dá-se a conhecer o melhor da nossa cultura. A mais recente apresentação decorreu em Junho na Biblioteca Municipal de Faro onde Maria Luísa Francisco deu destaque à vida e obra de António Ramos Rosa, Biblioteca que tem o seu nome. O actual número da Revista Nova Águia tem um Dossier dedicado ao poeta António Ramos Rosa e tem como tema principal os 40 anos do 25 de Abril

e os 20 anos da morte de Agostinho da Silva. Em 2008 quando a Revista surgiu havia quem a associasse a um clube futebolístico, pensando que “nova águia” era a mais recente aquisição do Benfica, refere o Director da Revista, Prof. Doutor Renato Epifânio, que é ao mesmo tempo Presidente do Movimento Internacional Lusófono (MIL). Assim como a Revista Águia estava associada ao Movimento da Renascença Portuguesa, a Revista Nova Águia está associada ao Movimento Internacional Lusófono (MIL). Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da sociedade civil portuguesa, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente em Outubro de 2010,

que conta já com mais de 20 milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por 100 pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defende o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade. O MIL tem a sua sede no Palácio da Independência em Lisboa e tem um Conselho de Coordenadores Regionais sendo constituído por

um coordenador no Norte: Joaquim Paulo Silva, um coordenador nos Açores: Eduardo Ferraz da Rosa, um Coordenador na Madeira: José Eduardo Franco e uma coordenadora no Sul: Maria Luísa Francisco. A coordenadora refere que se identifica com este projecto por isso aceitou o convite. A Nova Águia é uma Revista de ensaio e poesia com muito conteúdo. Refere que a formação académica em Relações Internacionais e em Sociologia da Cultura tem sido útil no âmbito do contribuito que dá ao MIL e à Revista Nova Águia. Faz parte desde o início tendo integrado anteriormente da Direcção do MIL e o Conselho Redactorial da Revista Nova Águia.

Ainda a propósito da vida do Dr. Dias - o ano de 1952 lhe retirarmos 52 domingos e 20 dias de férias do Dr. Dias, que era habitualmente o que gozava, ficam 294 dias de trabalho pelos quais iremos distribuir o tempo anual total dedicado a intervenções cirurgicas, não contando com o tempo ocupado pelo Dr. Dias nas visitas pós operatórias como referimos anteriormente. O tempo restante seria distribuido pelas consultas, atendendo, como ele fazia de proporcionar aos doentes que o final da consulta permitisse que cada doente regressasse a casa na camioneta seguinte, as refeições do médico que começava a trabalhar cerca das 09h00, algum tempo de lazer e o seu pouco descanso. Das 9 às 10 h 20 - Consultas para quem regressava a casa na camioneta que ia para Santa Marta, Mértola e Beja. Das 10 h20 atté às 13 – Consulta para quem regressasse na camioneta das 17 horas para Balurcos, Palmeira Vila Real sto António e Tavira. Das 13 às 14 h 00 Almoço. Das 14 às 17 h00 – Consultas para quem regressasse nas camionetas das

17 h para Balurcos e Vila Real Santo António e 20 h para os doentes de Pereiro, Giões, Martinlongo e Vaqueiros. A partir das 17 horas dedicava-se a intervenções cirurgicas. Só em Alcoutim, no Hospital de Misericódia, fez

200 no ano de 1952. Atendendo a uma duração média que um especialista actual nos ajudou a atribuir para então, teriam uma duração total estimada de 264 horas (exclusivamente na sala de operações). Uma média cerca de uma hora por dia. Parece pouco tempo? Em nossa opinião, foi essa a grande arma para o exito do Dr. Dias (a quem nunca morreu um doente na sala de operações). Conseguia gastar pouco tempo na intervenção graças à sua rapi-

dez e desembaraço. Superava assim a falta de boas condições de anestesia e para aplicação de soros e transfusões de sangue, que graças à sua aplicação permitem hoje intervenções mais demoradas e tranquilas, embora mantendo o doente mais tempo a perder sangue e fluidos que aquelas práticas se encarregam de repôr. Por outro lado, o acto cirurgico não se esgota na sala de operações. O Dr. Dias sendo o grande maestro superintendia todos os procedimentos: a) programar uma cirurgia exigia uma ou mais consultas, observação e diagnóstico prévio e preparação psicológica do doente; b) preparar a sala de operações e da escolha dos anestésicos, instrumentos e equipamento e dos recursos humanos; c) preparar e acomodar o doente na mesa de operações; d) a intervenção propriamente dita; e) o recobro mental e físico após a operação; f) fazer várias visitas de monitorização, penso e desinfecção da ferida do doente, acamado no hospital ou

em casa particular em Alcoutim; g) acompanhar convalescência e finalmente dar-lhe alta. O resto do tempo passava-o o Dr. Dias no hospital pois não tinha alternativa a estar sempre de serviço, ou deslocava-se a visita domiciliária de urgência. E, em muitos dias ainda havia oportunidade para passar pela loja do Sr. Serafim conviver e descontrair depois do jantar se a cirurgia não se prolongava pela noite dentro. O outro documento da página 106 é uma fotocópia da carta de condução (com a sua fotografia) passada pela Direcção Geral dos Serviços de Viação em 12 de Agosto de 1946, em nome de José Francisco Dias, filho de José Francisco Dias e de Maria Ana, e que autorizou o Dr . João Francisco Dias a conduzir até à sua morte, sem que ele ou as autoridades dessem pelo lapso. Quer dizer que o Dr. Dias possuiu durante este tempo, e usou um título que o autorizava a conduzir, que por engano burocrático estava passado em nome que não era o seu. Não teria o Dr. Dias dado por isso, ou apercebeu-se e não quis levantar a questão que a burocracia teria dificuldade em desfazer? Podem assim admitir-se várias hipóteses explicativas. Mas, duma maneira ou de outra, uma coisa é certa, este era um homem de trabalho que não gostava da burocracia! Mas confiava nessa burocracia, embora tivesse alguma experiência que o aconselhava não confiar. Uma vez ou duas lhe ouvi referir que quando tirou esta carta de condução a empregada lhe exigiu o diploma da 4ª classe do ensino primário, mesmo depois de alegar ser médico, ter feito o liceu e a universidade, mas a funcionária insistiu que queria o documento da escola primária.


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D ESP O R TO

Melhor classificação coletiva nacional de sempre do GDA. Duas campeãs nacionais num total de 6 pódios

Atleta vilarealense subiu ao pódio

DR João Glória

O atleta VilaRealense Daniel Chagas do Clube Desportivo Pic-Nic ficou em 2º Lugar nos 80 metros barreiras iniciado, batendo o recorde regional que já lhe pertencia. No mês de Junho o atleta foi assim vice-campeão nacional na distância de 100 metros barreiras com novo recorde regional.

Torneio de Ténis Juvenil Fundação da Cidade Realizou-se o Torneio Juvenil Fundação da Cidade em Ténis nos escalões de sub 12 e sub 16 Masculino e Feminino. A prova contou com cerca de 50 jovens tenistas no Complexo desportivo de Vila Real de Santo António entre os 10 e 16 anos de idade.

Nacional de Esperanças terminou de forma inédita com um 4º lugar coletivo Decorreu a 29 de Junho a terceira e última etapa do Nacional de esperanças em Crestuma, terminando da melhor forma com um inédito 4º lugar coletivo, Mariana Costa/Beatriz Ribeiros a vencer de novo e a sagrarem-se campeãs nacionais. O 1º lugar foi também para Luís Simão, que apesar de vencer duas das três provas pelo facto de contarem as melhores duas provas ao não terminarem atletas suficientes na 1ª etapa no seu escalão aquando atribuição de pontos aquele atleta ficou-se pelo Bronze no geral,. O K2 Pedro Jeremias/João Domingues depois do 2º posto na 1ª etapa venceram esta última etapa e sagraram-se vice-campeões Nacionais, enquanto que as duplas Edgar Rodrigues/ José Rodrigues e Luis Melo/ Pedro Lourenço subiram ao 3º lugar do Pódio. Também Joana Ramos subiu ao 2º lugar nas iniciadas de 1º ano.

Sub 12 masc. Vencedor Alexandre Teixeira(tavira rackets) Finalista : José Duarte (CT Faro) Sub 12 Fem. Vencedor : Rita Trocado(CT quinta da Balaia) Finalista : Joana Estevão(CTVRSA) Sub 12 Masc Pares : Vencedores José Duarte/Alexandre Teixeira Finalistas : Guilherme Alberto/Michael Grogan Sub 16 Masc. : Vencedor João Claro (tavira Rackets) Finalista : Ricardo Chumbinho (CTVRSA)

A participação na Taça de Portugal Entretanto, no início do mês de Junho em Montemor-o-Velho a Taça de Portugal de Tripulações de Pista. O Grupo Desportivo de esteve representado por 10 atletas, sendo 10º coletivo em mais de 40 clubes. Conseguiu sete finais em nove, sendo que o principal destaque vai para o K4 Junior 1000 metros composto por Hugo Carmo/ Micael Marques/ Pedro Jeremias/ João Rodrigues que conquistou a medalha de prata a escassas milésimas do ouro.

5º Passeio de BTT «Pelos Trilhos do Azinhal»

A prova contou com cerca de 50 jovens tenistas PUB CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia vinte e seis de Junho de dois mil e catorze, foi lavrada neste Cartório, de folhas noventa e oito a folhas noventa e nove verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e oito - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: António Gertrudes Mestre Gonçalves e mulher, Arminda Maria Marques Gonçalves, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, ela da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, onde residem, no lugar de Laborato, contribuintes fiscais números 164 362 495 e 140 694 234. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano destinado a habitação, sito em Laborato, na freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, composto por um edifício térreo com dois compartimentos, com a área de quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte, Nascente e Poente com Via Pública, e a Sul com Herdeiros de António João, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 632, com o valor patrimonial tributável e atribuído de mil e um euros e seis cêntimos. Que o referido prédio entrou na posse dos justificantes, já no estado de casados, por compra verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e um, feita a Manuel Teixeira, solteiro, maior, residente no lugar de Laborato, na dita freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, já falecido. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, utilizando-o para arrumos de ferramentas e apetrechos agrícolas, cuidando da sua manutenção, fazendo obras de reparação, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 26 de Junho de 2014. A Colaboradora,

Esta prova não teve caráter competitivo, mas apenas lúdico A Associação Recreativa e Cultural Azinhal (ARCA) e a Casa do Povo do Azinhal realizaram a 8 de junho, a 5ª edição do Passeio “ Pelos Trilhos do Azinhal”. Realizaram-se dois percursos, percorrendo as margens do rio Guadiana, da ribeira de Odeleite, calcorreando trilhos e caminhos das freguesias deAzinhal e Odeleite. Dos percursos fixados pela organização, um compreendeu uma distância de 25 Kms, com grau de dificuldade acessível, a participantes do BTT. O outro apresentou uma distância de 45 Kms, cuja dificuldade é maior.

_________________________________ (Ana Rita Guerreiro Rodrigues) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 85/06 Factura / Recibo n.º 4307 1 de julho Jornal do Baixo Guadiana


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DESPOR T O

“Vamos tentar criar uma equipa competitiva e vamos à luta” Miguel Vairinhos em entrevista ao Jornal do Baixo Guadiana fala do sucesso do clube, do futuro e enfrenta a realidade da cada vez maior dispersão dos adeptos. Apesar das dificuldades financeiras o presidente do clube conseguiu mais uma ascensão que marca a história do Lusitano. Eusébio Costa

Mundial de futebol Parte I

JBG - Com uma equipa com jogadores que jogam há muitos anos no clube e alguns das camadas jovens, construiu-se uma equipa que conseguiu, no campeonato mais longo da história, a subida de divisão... Miguel Vairinhos – Conseguiu-se apesar das dificuldades, principalmente a nível financeiro. Tivemos um grupo de atletas, um grupo de treinadores e um grupo de dirigentes que não abandonaram o clube e quiseram levá-lo para a frente; e quando se trabalha com humildade e com honestidade o prémio chega. Neste caso foi a subida de divisão. JBG – Este é o prémio merecido também para o Miguel Vairinhos, presidente do Lusitano Futebol Clube presidente do clube, com trabalho desenvolvido de em prol individual de quem quer assim, nós temos que fazer a festa alguns anos a esta parte. que seja. É para isso que podem com os que cá estão e com aquePode dizer-se que é a cereja contar com o Miguel Vairinhos. les que nos apoiaram ao longo no topo do bolo? O objectivo será a manuten- da temporada; eram poucos Miguel Vairinhos – Pode ção mas bons. Veja-se também que afirmar-se que sim, mas eu JBG – Não sente como pre- há pouco tempo houve eleições estou cá para trabalhar em prol sidente do Lusitano que a no clube e a abstenção rondou do clube, para defender as suas cidade está um pouco indi- os 60%... As pessoas não estão cores. Muitas vezes tentei encon- ferente ao que se passa contentes com uma coisa nem trar forças para continuar para no clube. Na entrega do com outra. mas o que mais me que tudo isto resultasse, para troféu de campeão, subida entristece é que se o Lusitano não encontrar motivação, tentando de divisão com a assistên- tivesse subido de divisão talvez sempre levar o clube a melhor cia a rondar os 50 adeptos. tivessemos mais adeptos para porto possível. É lógico que umas Esperava mais público? criticar a equipa. Como subimos vezes estamos mais predispostos Miguel Vairinhos – Espe- temos poucos a apoiar. Mas é e outras vezes não, mas enquanto rava, inclusive fizemos uma boa assim: ganhámos e fomos justos eu cá estiver de certeza que tra- publicidade do jogo, as entradas campeões, e estamos cá todas as balharei em prol do Lusitano, não eram gratuitas, mas isto é mesmo situações.

JBG – E para a próxima temporada no Nacional de Seniores, quais as expetativas? Miguel Vairinhos – Vamos começar a trabalhar com os treinadores e depois com os jogadores, vamos tentar criar uma equipa competitiva e vamos à luta, não vamos fugir da linha orientadora que tivemos até aqui, vamos trabalhar para manter a continuidade do que temos atualmente e talvez conseguiremos fazer um brilharete! JBG – O objetivo principal será a manutenção? Miguel Vairinhos – Lógico, seria demagogo da minha parte outro tipo de pensamento, nós estamos conscientes das condições que temos ao nosso dispor,. Temos boas condições a nível de infraestruturas mas não temos as condições financeiras como outros clubes. Esteve aqui um presidente de um clube que vai ser nosso adversário na próxima época, que vai apostar forte na subida de divisão; uma situação que o Lusitano nem pode sonhar... Esta temporada foi feita jogo a jogo, fomos humildes, fomos honestos, trabalhamos, fomos como uma família e volto a dizer quando se trabalha bem conseguem-se atingir os objetivos. Estamos de consciência tranquila, a compensação é isto, fomos campeões com todo o mérito e com toda a justiça.

Padel Clube de VRSA vence torneio de veteranos A fechar a época desportiva (2013/2014) realizou-se em Vila Real de Santo António, o «IV Torneio Internacional de Futebol Veterano». Decorreu no dia 14 de Junho e contou com a participação de um total de 12 equipas. “Em jeito de balanço geral, todas estas equipas vieram desfrutar e conviver dentro e fora do campo de jogo, criando um ambiente de excelente convívio entre equipas, jogadores e familiares dos jogadores. Esta é a imagem que o nosso clube pretende passar com a iniciativa destes eventos, promovendo na mesma todos os benefícios desta modalidade e criando o convívio e a festa em todos os presentes!”, diz a organização em

Futebolândia

comunicado. Este torneio foi organizado pelo Padel Clube de VRSA com apoio da associação Odiana no âmbito do projecto Turismo Activo Guadiana (TAG) do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça EspanhaPortugal (POCTEP) Na grande final os Veteranos do Padel Clube de VRSA venceram os Veteranos do S.C. Olhanense por 1 - 0. Classificação: 1º Padel clube de VRSA 2º Sporting Clube Olhanense 3º Agualva 1º de Maio (Lisboa) 4º USBP La Baule (França) 5º A.C. Salir 6º Grupo Veteranos de Tavira

Está a decorrer no Brasil o Mundial de futebol, cheio de surpresas, outras nem tanto, teorias da conspiração, dentadas, manifestações, pragas e outras coisas tais. Portugal, Itália, Inglaterra e Espanha foram a grande desilusão deste mundial, não passaram da primeira fase, alguns afirmam que foi do calor intenso, eu acho que foi porque jogaram menos que os seus adversários e mereceram ser eliminadas. A teoria da conspiração mais falada foi a de Espanha para justificar a morte anunciada do “Tiki Taka” (que era nem mais nem menos que trocar a bola mil vezes entre o Xavi e o Iniesta antes de passarem a outros jogadores da equipa), essa teoria baseava-se que os jogadores de Espanha teriam sido eliminados de propósito, outro caso insólito foi a de Chiellini jogador italiano que ficou com menos um centímetro de ombro, depois da dentada do Luís Suarez do Uruguai. A FIFA está a ponderar colocar uma proteção bocal para impedir que situações idênticas se repitam ou mandar tirar os dentes ao jogador uruguaio. Portugal foi ao Brasil, Goa e Macau (agora perdi-me, não era nada disto que queria dizer, esta é a letra de uma canção dos “Da Vinci”)... Retomando: Portugal foi ao Brasil com a brigada do lar de idosos da Trafaria, jogadores que andam perdidos em campeonatos russos, turcos, outros suplentes em Espanha, alguns com bigode, outras com barba por fazer, outros com necessidade de levar uma vacina contra a raiva, enfim tudo elementos essenciais para um mundial bem alegre, pelo menos do ponto de vista dos adversários. Foi só ver a vontade de rir que deu aos alemães quando ganharam 4-0, a Angela Merkel e o Platini até ficaram com os maxilares doridos. Além de tudo isso, Fábio Coentrão lesionou-se, William Carvalho só jogou quando Paulo Bento fazia a risca ao meio, o Ruben Amorim, jogador que poderia ter dado o seu contributo no meio campo, em vez disso jogou o modelo da Fátima Lopes, além de Cristiano Ronaldo como tinha referido na crónica anterior, não estar nas melhores condições físicas para tentar minimizar o desaire português nas terras de “Vera Cruz”. Mas vejam o lado positivo, nenhum político português esteve no Brasil, senão lá teríamos nós que pagar a fatura!

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7º S.C. Odmirense 8º G.D. Beira -Mar 9º S.A. Guerande (França)

10º C.D.R. Quarteirense 11º F.V. Penedo Gordo 12º G.D.C. das Neves

Eusébio Costa, técnico superior na área da comunicação da junta de freguesia de VRSA eusebiocosta@live.com.pt


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SAN TO S P O P ULAR ES

As marchas, os mastros, os bailes de roda, os arraiais dos Santos Populares O Baixo Guadiana teve diversos dias bem animados com as festas dos Santos Populares. Foram inúmeros os arraiais, bailes de roda, marchas populares e mastros que se multiplicaram pelo território. Divertimento, mas também muito trabalho marcaram estas festas e inclusivamente houve concursos para apurar os melhores. Foi o caso de Castro Marim que realizou uma vez mais os concursos de mastros. Neste concelho os vencedores foram Alta Mora, seguido de Junqueira e Odeleite, respectivamente. As duas marchas abrilhantaram os arraiais; foi o caso da marcha de Altura e de Castro Marim. No concelho vizinho de Vila Real de Santo António, a marcha popular de Monte Gordo saiu uma vez mais à rua, cumprindo a tradição. A zona poente do casino acolheu as marchas e o arraial.

No concelho de Alcoutim as localidades de Martinlongo e Pereiro foram palco de marchas populares. Em Martinlongo a marcha do Centro Paroquial e no Pereiro a tradição de 14 anos fez sair à rua uma marcha que animou o largo da localidade repleto de pessoas que não arredaram pé para ver a sua marcha atuar. Sendo esta uma localidade mais despovoada nem por isso é diferente na vontade de querer fazer a sua festa à altura do acontecimento. Tanto o presidente da câmara de Alcoutim como o presidente de junta de freguesia da União Alcoutim/Pereiro sublinharam que “são eventos como estes que animam e unem as populações”. Ficam as imagens das concorridas Marchas e dos Mastros dos Santos Populares do Baixo Guadiana falam por si!

1 - Marcha Alcoutim/Pereiro 2 - Mastro do Azinhal 3 - Marcha de Altura 4 - Mastro da Junqueira 5 - Mastro do Monte Francisco 6 - Mastro de Odeleite 7 - Marcha de Castro Marim 8 - Mastro do Rio Seco 9 - Mastro de Castro Marim 10 - Marcha de Monte Gordo 11 - Mastro de Alta Mora 12 - Marcha do Centro Paroquial de Martinlongo


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VRSA ACOLHEU UMA DAS MAIS EXIGENTES PROVAS DE TRIATLO DA PENÍNSULA IBÉRICA Vila Real de Santo António recebeu a 14 de junho a II edição do triatlo longo «Iberman Eurocidade do Guadiana», a única prova do género que une dois países. A competição incluiu uma extensão até ao Alentejo, uma incursão a Espanha, bem como o regresso a Portugal através da travessia da Ponte Internacional do Guadiana. O desafio incluiu 3,8 kms de natação, 180 kms de ciclismo e 42,1 kms de corrida e foi uma organização conjunta Câmara Municipal de VRSA, Clube Desportivo Iberman Federação Portuguesa de Triatlo. A partida teve lugar na praia de Monte Gordo, localidade onde se disputou a natação, num percurso de 3,8 quilómetros. Seguiu-se a etapa de ciclismo, com um total de 180 quilómetros, que inclui um percurso em linha pelo interior da serra algarvia e alentejana, a travessia da fronteira luso-espanhola na localidade de El Granado e a descida até Ayamonte. Aqui, seguiu-se o setor da corrida, num trajeto de 42 quilómetros que inclui a entrada em Portugal através da Ponte Internacional do Rio Guadiana e uma passagem por Castro Marim. A meta foi a Praça Marquês de Pombal, em Vila Real de Santo António, onde os participantes se converteram em finalistas desta autêntica «prova de fogo». Recorde-se que a II edição do triatlo longo «Iberman» faz parte do calendário de provas que pretende transformar os municípios da Eurocidade do Guadiana (Vila Real de Santo António, Castro Marim e Ayamonte) na capital internacional do triatlo.

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Conselho Mundial José Marti para a solidariedade em VRSA marcou posição para a mudança para um mundo mais humanista e solidário

Multiplicaramse as manifestações dos Santos Populares no Baixo Guadiana o que alegrou o território

A saúde no Algarve está em rutura, denuncia bastonário da Ordem dos Médicos

ECOdica Julho está aí. Muitas férias, muita animação, muitos banhos na praia. Lembre-se que a educação ambiental pode ser feita em pleno lazer. Leve para a praia um saquinho próprio para o lixo e se tem crianças ensine-as a utilizar este meio acessível de poupar o ambiente da poluição. Boas férias!


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