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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | OUTUBRO 2014 |

JORNAL DO

Baixo

Guadiana Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal Ano 14 - Nº172

OUTUBRO 2014 PREÇO: 0,85 EUROS

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGA

PORTUGAL

CEM NORTE

Dia do Município marcado por inauguração dos Paços do Concelho

Município vai levar a cabo novo rastreio da pele

As eleições autárquicas decorreram há um ano. É tempo de questionar, em jeito de balanço, os edis e os partidos políticos com representatividade nos municípios. Percorremos Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António para perceber em que ponto está o cumprimento do programa eleitoral e a apreciação feita pela oposição.

Festas das padroeiras animaram freguesias

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2014

ABERTURA * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

JBG

Jornal do Baixo Guadiana

Editorial

Diretor: Carlos Luis Figueira Sub-Diretor: Vítor Madeira Chefe de Redação: Susana Helena de Sousa CPJ 9621 Redação: Antónia-Maria, Carlos Brito, Joana Germano, José Cruz Victoria Cassinello Colaboradores da Edição: Ana Amorim Dias Eusébio Costa Fernando Pessanha Humberto Fernandes João Conceição João Raimundo José Carlos Barros José Cruz Pedro Pires Rui Rosa Associação Alcance Associação GUADI Associação Rodactiva Cruz Vermelha Portuguesa VRSA DECO NEIP Europe Direct Algarve - CCDRAlg e Associação Odiana Departamento Comercial: baixoguadiana@gmail.com e/ou joanagermano@gmail.com Sede e Redação: Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21 8950-909 Castro Marim Tel: 281 531 171 966 902 856 Fax: 281 531 080 baixoguadiana@gmail.com Propriedade: Associação Odiana Rua 25 de Abril, N.º 1 Apartado 21, 8950-909 CASTRO MARIM Tel: 281 531 171 Fax: 281 531 080 geral@odiana.pt Pessoa Colectiva: 504 408 755 Direção Executiva: Associação Odiana Design e Paginação: Rui Rosa

Estamos num tempo de despedidas, de regressos e novos acolhimentos. É assim quando o verão nos abandona, nos despovoa e com ele, em despedida, se cumprem as últimas festas. A partir de agora ficamos entregues a nós próprios. Bem sei que o Outono, festa sublime, terna, doce e desafiante, que nos convida a balanços de vida, nos vai trazer as Feiras de frutos secos, castanha, queijos e vinho. Mas não é a mesma coisa, nada se compara ao verão tórrido e à multidão que arrasta. Trata-se agora do renovar de mais um ciclo de vida. Procuramos seguindo o ciclo de vida plasmar nesta edição alguns balanços. O do reinício do novo ano escolar, no cumprimento de um ano de novo mandato por parte de cada um dos Presidentes eleitos em Outubro de 2013 e também dar voz à oposição existente, eleita, em cada um dos municípios do Baixo Guadiana. No balanço ao início do novo ano escolar estamos em presença de cumprir, na área dos três municípios, do acesso à escola

de 4.000 alunos dos vários escalões de ensino e do emprego a 400 professores. Dificilmente poderíamos passar sem o reflexo das complicações que ocorreram em todo o País quanto à colocação de professores, acontecimento cuja gravidade conduziu o Ministro da respectiva pasta a pedir desculpa aos portugueses pelo estado caótico que estava a ocorrer quanto à contratação e colocação de professores, como de todo era previsível, com repercussões diversas das quais são aqui dado conta pelos diversos responsáveis pelos agrupamentos escolares. Mas, neste plano, cabe sublinhar de forma positiva o esforço para além do que a Lei obriga quanto a competências das autarquias nesta área, esforço que, sem excepção, todos os municipios que integram o Baixo Guadiana estão realizando para fazer cumprir o direito do acesso à educação: alargando a rede de transporte escolar, comparticipando na compra de livros e material escolar, fornecendo alimentação a quem mais necessita, facilitando o acesso a bolsas de estudo universitário, dispor de apoio especializado a alunos com deficiência física. Sem esta compreensão e sem esta dispo-

nibilidade e sem tais medidas para acorrer à resolução de cada um e de todos aqueles alunos que por dificuldades económicas ou distanciamento da rede escolar, teríamos seguramente um maior retrocesso no acesso à educação por parte de milhares de jovens num País em que a Constituição estabelece com clareza tal direito. O cumprimento de um ano de mandato é de facto pouco para quem chega. Já assim não o é para quem está prestes a cumprir com esta última eleição um ciclo de 12 anos consecutivos de exercício do poder. É, pois, natural que saltem à vista por um lado preocupações que a todos assistem quanto ao despovoamento e envelhecimento do interior, a praga do desemprego que todos igualmente enfrentam com toda a imensidade de problemas sociais que arrastam e também de forma muito particular as preocupações para encontrar soluções para o desenvolvimento económico sustentado em cada uma das áreas territoriais que dirigem porque sem tal dinâmica se tornará mais difícil conter a desertificação económica e humana a que se assiste. Nesse sentido era indispensável que ao esforço, atenção e procura de respostas que cada

um dos presidentes expressa se associassem políticas, medidas, por parte do governo central no sentido de dar outra centralidade e atenção para com estas zonas hiperperiféricas. Nas diferenças de quem chega e de quem já estava, cumpre sublinhar a dimensão da obra que o município de VRSA está a efectuar, através da Empresa Municipal, no valor global de 30 milhões de euros, para finalmente se acabar, entre outras consequências que há muito se arrastam, com o despejar de àguas residuais sem tratamento para o Rio Guadiana o que só por si é de facto uma obra que marca um mandato.

Carlos Luis Figueira carlosluisfigueira@sapo.pt

Vox Pop Como encarou a introdução na nossa democracia de umas eleições primárias, neste caso no seio do Partido Socialista?

Impressão: FIG - Indústrias Gráficas Rua Adriano Lucas, 3020-265 Coimbra, Tel: 239 499 922 Tiragem desta edição: 3.000 exemplares Registo no ICS: 123554 Depósito legal: 150617/00 JBG ONLINE http://issuu.com/jornalbaixoguadiana e Facebook

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Nome: Nuno D. Palmeira Profissão: Gerente de Loja

Nome: Delfina Baião Profissão: Técnica Marketing e Comunicação

Nome: Fernando Mestre

Nome: Marta Correia

R: Acho que foi muito positivo, pois a

R: Ignorei. Descrédito total sobre política e,

opinião do povo deverá ser soberana, e se os partidos vivem com os dinheiros dos contribuintes os mesmo têm uma palavra a dizer...

nem sei o que é isso das «Primárias». Estou farta desta política. Votei muitos anos no PS, mas há uns meses a minha paciência esgotou-se. A partir de agora vou votar nulo ou num partido pequeno. Até que um dia se faça política a sério baseada em bons valores.

R: É mais um reforço do conceito da Democracia em geral, e um pioneirismo sem precedentes de um partido que pratica a democracia a todos os níveis.

R: São uma forma democrática de eleições. Se acho que tem algum tipo de diferença no resultado final, não vejo como. Isto é a típica máquina socialista que se precisa de se projetar de alguma forma e assim ganha algum destaque perante a comunicação social e junto da população que não é militante.

Profissão: Empresário Restauração

Profissão: Advogada


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CRÓNICAS * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Vítor Madeira

O Insubmisso O caso Tecnoforma e a determinação de Pedro Passos Coelho

Embrulhado numa denúncia anónima de um tal de “Vasco”, veio para a praça pública o caso Tecnoforma, indiciando que o Primeiro-Ministro e líder do Partido Social Democrata, Pedro Passos Coelho, teria recebido e não declarado ao fisco 150 mil euros, entre 1997 e 1999, pagos por este grupo empresarial, no período de tempo em que foi deputado na Assembleia da República em regime de exclusividade. Uma denúncia típica de um estado pidesco e de uma democracia pouco adulta, entretanto prescrita e arquivada pelo Ministério Público, durante uma semana, por inabilidade política do próprio Pedro Passos Coelho, ao não responder com prontidão sobre o

assunto, permitiu que se adensasse uma cortina de fumo sobre a sua seriedade e idoneidade. Foi o suficiente para que uns tantos enlameassem o nome do primeiroministro, recaindo sobre si o anátema da suspeição de fraude fiscal e, por via disso, exigissem o pedido de demissão da chefia do governo, que há muito perseguem. Desde jornalistas a comentaristas avençados, passando por dirigentes partidários até algumas vacas sagradas da nossa democracia como Mário Soares ou Almeida Santos, não pouparam Pedro Passos Coelho. Após vários estilhaços e da Procuradoria Geral da República ter garantido que não pode investigar o que já está prescrito, o primeiroministro falou no Parlamento sobre o caso, para afirmar que enquanto deputado nunca recebeu qualquer

remuneração como Presidente da ONG Centro Português para a Cooperação (CPC) da Tecnoforma, mas apenas foi reembolsado em despesas de refeições e deslocações realizadas. Ainda assim, o ex-secretário-geral do Partido Socialista António José Seguro insistiu para que Pedro Passos Coelho autorizasse o levantamento do sigilo bancário para mostrar as contas bancárias durante os anos 1997 – 1999. Em resposta, o primeiro-ministro respondeu que isso não fazia “um striptease das contas bancárias para deleite de leitores de jornais”, para lembrar que “não possuo nenhuma riqueza acumulável. Não tenho em nome de filhas, primos ou outra família quaisquer bens”. Eu entendo que Pedro Passos Coelho

Francisco Amaral

prestou os esclarecimentos que eram devidos em função das circunstâncias e fez bem ao não autorizar o levantamento do sigilo bancário, pois isso não seria mais do que alimentar a chicana política que António José Seguro tanto gostaria de ver na praça pública, ou não estivesse em causa a sua liderança e autoridade dentro do Partido Socialista. Todavia, há uma questão que nos deve fazer pensar a todos. Porquê só agora é tornada pública uma denúncia anónima contra o deputado Pedro Passos Coelho por alegado crime de fraude fiscal que aconteceu entre 1996 e 1999? Curiosamente, isto acontece quando a economia portuguesa está a dar sinais de franca recuperação e apresenta um dos melhores crescimentos da Zona Euro, quando a taxa de desemprego

desce para os 14%, quando o Governo chega a acordo com os parceiros sociais para o aumento do salário mínimo nacional e quando a luta interna pela liderança do Partido Socialista entre António José Seguro e António Costa estava ao rubro. Apesar dos tempos difíceis que o país continua a viver ou não estivéssemos nós estado sob resgate financeiro nos últimos três anos e da esmagadora vitória de António Costa nas eleições primárias do Partido Socialista, no confronto com António José Seguro para candidato a primeiro-ministro, nas próximas eleições legislativas, Pedro Passos Coelho não se irá desviar do rumo traçado para devolver a esperança e garantir um futuro melhor aos portugueses. Insubmisso69@gmail.com

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Festa de Alcoutim

É dos eventos festivos mais antigos do Algarve. Porventura, o mais antigo. A Fatacil (em Lagoa), o Festival do Marisco (em Olhão), o Festival da Sardinha (em Portimão) e o festival do carapau (algures), são meninos comparados com os idosos e respeitáveis 63 anos da Festas de Alcoutim. Em tempos, em Alcoutim o ano do calendário estava dividido em 2 períodos: o antes da Festa e o depois da Festa. Desde miúdo, acompanhei a organização deste evento. O meu pai, professor e Presidente da Câmara, era um dos organizadores. Os moços iam ao “rabisco”, apanhava-se amêndoas no meio das cascas para depois serem

vendidas e angariar-se uns tostões “para a festa”. As moças, na costureira, preparavam o seu vestido novo para encantar algum espanhol. Realizava-se o peditório pelo concelho. Os lucros da festa revertiam a favor da construção do Hospital Sub Regional de Alcoutim. Montava-se o palco, com bidões, paus e tábuas. Colocavam-se bandeiras, com cola feitas pelo mestre Carlos sapateiro. Equipava-se a quermesse. Na véspera, ia-se à verdura. No primeiro dia, lavavam-se as ruas com água do rio puxada por um motor de rega. Nos nossos dias, já como Presidente da Câmara, um célebre ano (1997) atuariam os “UHF”. Atuariam sim, porque não atuaram. Recusaram-no. Tinha chovido. Os organizadores eram os bombeiros. Depois de mais de 1000 pessoas terem pago o seu bilhete, havia que lhes dizer que não havia espetáculo. E

o Presidente da Câmara (eu próprio), sem ter nada a ver com o assunto, dava a cara, assumindo risco da sua integridade física. Nessa mesma longa noite, assumi que a câmara municipal passava a organizar o evento e que as entradas seriam à borla. Nos anos seguintes, introduzi várias “nuances”: discoteca no cais, cacau no rio, segurança no rio e em terra, feira de artesanato, cobertura do recinto e ampliação para o dobro o espaço da festa. Criaram-se dias temáticos: dia da Criança, dia do Idoso, dia do Município, dos Espanhóis e dia da Juventude. Fogo do artifício lançado, sempre, no rio. Espetáculos em vários momentos do dia e em vários locais da vila, castelo e praça, praia fluvial e animação de rua. Desfile etnográfico e baile à antiga (das 22h às 24h). No rio, recuperamos os jogos

Ana Amorim Dias

tradicionais, do pau do sebo e da apanha do pato. As receitas da festa passaram a reverter a favor de instituições de solidariedade e coletividades desportivas do concelho. Resultado disto tudo: as discotecas algarvias, neste fim de semana, encontravam-se às moscas. A maioria da juventude algarvia, do Sul do país e do nosso vizinho, província de Huelva, está em Alcoutim. Durante estes anos, nunca gozei bem a Festa. O peso de responsabilidade não deixava - “E se algo corresse mal?”. Finalmente, este ano foi diferente. Livre da responsabilidade autárquica em Alcoutim, foi a minha festa descontraída, despreocupada, sem a situação da responsabilidade de algo que pudesse correr menos bem e que colocasse em causa o bom nome da minha terra. Sem ter de aturar este ou aquele mais

ou menos etilizado que resolvesse pegar por qualquer coisa. Sem ter de atender este, ou aquele feirante, que não ficou em lugar de honra no espaço da feira. Sem ter de ouvir este, ou aquele comerciante, que vendeu menos uma grade de cervejas do que o ano passado. Por outro lado, também de consciência tranquila por termos (colaboradores, funcionários da autarquia e alcoutenejos em geral), valorizado o evento criado pelo saudoso Dr. João Dias, o meu pai e outros, que alguns deram seguimento - os quais fiz questão de homenagear em devido tempo - e que revelam um grande amor à terra, com muito trabalho, carolice, dedicação e com alguma incompreensão à mistura. E tudo valeu a pena pelo bom nome de Alcoutim! Com a certeza que os vindouros estarão à altura de dignificar e valorizar o maior evento promocional da nossa terra.

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Ensino burocratizado

- Não gosto lá muito desses calções, João. - Mas são bons para levar hoje, porque tenho “expressão físico-motora”. - Ah, tens ginástica? - Não, mãe: expressão físico-motora! É claro que não lhe disse, mas aquilo fez-me logo imaginar que estivessem a ensinar aos putos como fazer manguitos e espetar expressivamente o dedo do meio.

Porque é que não chamam as coisas pelos nomes? Não entendo! É para sermos mais finos? É para passar a ideia que temos um ensino muito eficaz? Porque é que não há nome nenhum composto por menos de três palavras? No meu tempo tínhamos “contínuas” em vez de auxiliares da ação educativa que, apesar do modesto epíteto, eram bem eram mais respeitadas. As fichas de avaliação diagnóstica chamavam-se testes e ai de nós se não estudássemos com afinco. Não tínhamos psicólogos de volta de nós a

analisar o nosso enquadramento psicosocio-emocional: levavamos um par de reguadas e, com um bocadito de sorte, em casa, mais um aconchego no pêlo. E os professores? Que felicidade não seria, não terem três resmas de papel para preencher e sete reuniões por mês, podendo apenas ensinar? Fiscalizações ao ensino? Que eu me lembre, se as havia, deviam ser muito suaves porque consigo visualizar perfeitamente a minha professora Alexandrino a mandar-lhes um daqueles

pares de berros que nos punha a todos em sentido. E não, nunca fiquei traumatizada. Nem pelos gritos nem pelas reguadas. Nem pelos nomes de uma só palavra nem pela ausência de rigorosos mapas a dividir os minutos dados ao ensino da matemática ou do português. O que me traumatiza, agora, é ver pessoas capazes e cheias de boa vontade, que não podem ensinar os nossos filhos e netos porque estão atolados num lodo burocrático que lhes rouba o tempo para fazer o que devem e querem:

ensinar. Da mesma forma, espero não vos traumatizar ao dizer que, por mim, os burocratas bem podiam ir todos passar uns meses a cavar, lá nas minas da Sibéria. Podia ser que voltassem com as ideias mais claras e parassem com a tendência, tão difícil de inverter, de regulamentarizar cada passo que se dá. Pensando melhor: podiam lá ficar a cavar para todo o sempre!


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EDUCAÇÃO

Autarquia de Castro Marim garante Transportes escolares e comparticipa despesas No total vão ser abrangidos cerca de 400 alunos, num investimento que ronda os 180 mil euros. A Câmara Municipal de Castro Marim garante, deste modo, transportes escolares a todos os alunos do concelho, desde o 1º ciclo até ao ensino secundário. O município liderado por Francisco Amaral avança em comunicado à imprensa que que “a organização e gestão dos transportes escolares são competências dos municípios, tendo a autarquia castromarinense a iniciativa de comparticipar as despesas inerentes ao serviço”. Este ano serão abrangidos do 1º ao 3º ciclo a autarquia assegura a totalidade do valor do passe dos transportes públicos, comparticipando 50% do seu valor no ensino secundário. Em trajetos não abrangidos pelo serviço o transporte é efetuado por viaturas municipais, que totalizam 394km/ dia e transportam 90 alunos. Objetivo é “garantir à população escolar uma rede de transportes adequada, no que respeita aos horários e veículos, e de aliviar as despesas das famílias com a Educação”, remata o município. Apoio é dado deste o 1.º ciclo até ensino secundário

Município de Alcoutim abre concurso para a atribuição de bolsas de estudo para ensino superior A Câmara Municipal de Alcoutim aprovou a abertura de concurso público do processo de candidaturas às bolsas de estudo para o ensino superior, referentes ao ano letivo 2014/2015 e homologação da atribuição de 35 bolsas, com o valor mensal de 100 euros, a atribuir durante um período de dez meses. De acordo com o novo Regulamento Municipal de Atribuição das Bolsas de Estudo «Dr. João Dias» estas bolsas destinam-se aos alunos residentes no concelho de Alcoutim que frequentam cursos do

Ensino Superior, licenciatura ou mestrado, em estabelecimentos públicos ou privados. Os candidatos podem apresentar o seu pedido de bolsa a partir do dia 6 de outubro e até 24 de outubro de 2014. É exigido um requerimento, em impresso próprio, fornecido pelos serviços autárquicos e os restantes documentos definidos no respetivo Regulamento. “Sendo a educação e o ensino preocupações fundamentais da Autarquia de Alcoutim, a atribuição destas bolsas de estudo

pretende estimular a prossecução dos estudos a nível superior, como forma de promover a igualdade na frequência do ensino superior e contribuir, assim, para a melhoria da qualificação profissional dos estudantes do concelho”, diz o município liderado por Osvaldo Gonçalves. O JBG apurou que agora o executivo municipal prevê que todos os candidatos tenmham acesso à bolsa de estudo. Ao nosso jornal O edil de Alcoutim explicou que “esta foi a forma de sanar injustiças nesta atribuição”.

Agora todos os alunos alcoutenejos no ensino superior têm bolsa

VRSA mantém totalidade dos apoios escolares e assegura livros e material a meio milhar de alunos “A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António mantém todos os apoios sociais no ano letivo 2014/2015 e continuará a ser o único município do Algarve a oferecer, de forma totalmente gratuita, a componente de apoio à família, nomeadamente o prolongamento de horário para os alunos do pré-escolar nos períodos da manhã, almoço e final de tarde”. Em comunicado de imprensa a autarquia liderada por Luís Gomes explica que com esta medida a autarquia solidariza-se com os agregados do concelho que se encontram em maiores dificuldades económicas, disponibilizando igualmente, sem custos, atividades de enriquecimento curricular como inglês, música, atividade física e desportiva, expressão plástica e ciências da natureza. “Um ano mais, a autarquia de VRSA assegura a cobertura total de vagas na rede do pré-escolar, pondo fim às listas de espera. Também a pensar na qualidade do ensino, será igualmente ofere-

cido, pelo município, o transporte para uma visita de estudo a todas as turmas do primeiro ciclo e pré-escolar”. A conjuntura de contenção económica não se apresenta, deste modo, como um obstáculo para Luís Gomes que lembra que a Educação “é um setor que continua a merecer uma das maiores dotações orçamentais no município de VRSA”. O autarca recorsa que VRSA tem, “neste momento, um parque escolar totalmente requalificado e equipado, merecendo especial destaque a completa renovação da Escola Secundária de VRSA, cujo papel da autarquia foi fundamental no desbloqueio das obras que se arrastavam há vários anos”. Relativamente aos apoios sociais no primeiro ciclo, a Câmara Municipal prevê auxiliar cerca de 300 alunos, no caso do escalão A, e cerca de 150 alunos, no caso do escalão B. Os alunos do 1º escalão terão direito à totalidade do valor dos manuais esco-

lares e a 20 euros para material escolar, enquanto os alunos do 2º escalão têm direito a 50% do valor dos livros e a 10 euros em material escolar. Na totalidade, serão abrangidos por esta medida meio milhar de alunos. Quanto às refeições escolares, a autarquia irá pagar a totalidade do seu valor aos alunos do 1º ciclo e do ensino préescolar do 1º escalão e subsidiar em 50% os alunos destes níveis de ensino inseridos no 2º escalão. Para os alunos do ensino secundário do 1º escalão, o transporte escolar será também disponibilizado a custo zero, enquanto para os do 2º escalão o transporte é comparticipado pela autarquia em 75%. Os restantes alunos deste nível de ensino têm uma comparticipação de 50%.

Espaços internet em todas as freguesias À disposição da comunidade escolar esta-

Medida abrange apoio gratuito também na componente de apoio à família rão igualmente os três «Espaços Internet» concelhios (Vila Real de Santo António, Cacela e Monte Gordo), bem como as bibliotecas escolares, que se encontram a funcionar em articulação com a Biblioteca Municipal Vicente Campinas.

Acompanhamento psicológico e vocacional

gratuito A estas valências, junta-se o trabalho de proximidade das equipas de psicólogos da Câmara Municipal de VRSA que, durante todo o ano letivo, e de uma forma totalmente gratuita, trabalham em articulação com alunos, professores e encarregados de educação.


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LOCAL

Inauguração do Edifício dos Paços do Concelho marcou comemorações do Dia do Município O secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, presidiu à inauguração do edifício dos Paços do concelho de Alcoutim. A cerimónia teve lugar a 12 de Setembro e assinalou, assim, um ponto alto das Comemorações do Dia do Município. Na sessão solene da efeméride António L. Amaro quis realçar a importância de se tratar de uma obra de “remodelação de um edifício centenário” que agora reabilitado se devolve ao centro da vila de Alcoutim para novamente acolher a maioria dos serviços camarários. O responsável do Governo destacou, ainda, que esta obra foi feita “com contas equilibradas, num município com contas equilibradas”. Recorde-se que a intervenção custou mais de 600 mil euros , sendo comparticipada pela Administração Central no montante de 230 mil euros, tendo tido como principal preocupação a manutenção da fachada e traça original do antigo edifício que, remontando ao século XIX, era exemplo de uma arquitetura de cariz típico, com janelas de sacada e gradeamentos de ferro forjado.

Secretário de Estado destacou pontos de descentralização

O secretário de Estado aproveitou a oportunidade para felicitar a oportunidade que o município de Alcoutim aproveitou recentemente ao instalar no concelho dois «Espaços do Cidadão», referindo que esta foi uma alternativa ao centralismo “característico” do nosso país.

Recursos locais devem ser aproveitados para criar riqueza Num discurso pausado sobre a realidade nacional, mas atento à Interioridade António L. Amaro explanou sobre o que considera ser a chave para a mudança em concelhos como Alcoutim, votados à desertificação. Falou “no desenvolvimento económico, na criação de oportunidades de empreendedorismo, na atração ao investimento e ao turismo com base nos produtos da terra, nos recursos arquitetónicos, culturais e naturais”.

Osvaldo Gonçalves: “viagem no rumo certo” Num discurso onde focou as principais medidas tomadas ao longo dos 11 meses de mandato à frente do executivo municipal, e fazendo um balanço positivo dos mesmos, Osvaldo dos Santos Gonçalves,

O secretário de Estado (à esquerda) presidiu a esta inauguração presidente da câmara municipal de Alcoutim afirmou-se convicto de estar “a iniciar viagem no rumo certo”. Acredita que ele e a sua equipa estão “a traçar um caminho de desenvolvimento, alicerçado na sustentabilidade do território e na potencialização dos nossos recursos”. Está consciente que o caminho não é fácil e que diariamente paga “o preço da interioridade, fruto de anos de políticas desajustadas às necessidades das populações e que, esperamos, possam vir a ser alteradas e corrigidas, pois o desenvolvimento do território assim o exige”.

Recado ao Governo Osvaldo Gonçalves aproveitou a presença de um membro do Governo para evidenciar os anseios de um município de interior como Alcoutim. O que é necessário “de imediato, não são políticas de descriminação positiva, o que pretendemos é a concretização de uma verdadeira política de descentralização e desenvolvimento, integrada e inclusiva, que ao mesmo tempo seja reflexo do perfil de necessidades e potencialidades de cada Município e que, cumulativamente, possibilite, aos cidadãos, igualdade de acesso

a direitos e serviços públicos de qualidade”, advogou o autarca. Na sessão solene foram distinguidas três importantes pessoas para o concelho de Alcoutim. Gaspar dos Santos, com a medalha municipal de mérito de grau prata, na área da cultura e desenvolvimento, Óscar da Silva Oliveira, com a medalha de mérito grau ouro, na área da saúde e intervenção social, e a título póstumo, António Miguel Ascensão Nunes, também conhecido como José Varzeano, com a medalha de mérito municipal de grau ouro, na área da cultura e investigação histórica.

63.ª Festa de Alcoutim recebeu milhares de visitantes Alcoutim recebeu entre 12 e 14 de setembro a sexagésima terceira festa anual da vila. O evento arrancou com as cerimónias comemorativas do Dia do Município e terminou de madrugada com a discoteca no cais. Ao longo de três dias, Alcoutim recebeu milhares de visitantes que acorreram à tradicional festa da sede do concelho. Marcada pela diversidade, esta aglomerou uma panóplia de atividades de cariz lúdico e desportivo e concertos que fizeram as delícias dos milhares de visitantes que por cá passaram. O primeiro dia de festa, coincidindo com o feriado do Município, foi marcado por um conjunto de cerimónias comemorativas, tais como, a inauguração do edifício dos Paços do Concelho,

presidida pelo Secretário de Estado da Administração Local, Dr. António Leitão Amaro, e pela realização de uma sessão solene onde foram atribuídas distinções a personalidades que, apaixonados pela terra onde nasceram ou onde residiram, deram, ao longo da sua vida, o seu contributo para o desenvolvimento e enriquecimento do concelho de Alcoutim. A data comemorativa foi ainda assinalada pelo içar da bandeira, na Praça da República, acompanhada pela Banda Filarmónica de Castro Marim. A noite foi marcada pela atuação do grupo musical MJ e pela atuação de José Malhoa. Já a madrugada contou com a presença dos dj´s Royal Piress e Nuno Martim. No sábado, as festividades começaram com o tradicional jogo de futebol internacional Alcoutim – Sanlúcar, onde a equipa da casa goleou quatro bolas a uma a equipa vizinha. O fim da tarde foi marcado pela animação de rua com La Banda de Brallan. Aquela que, como habitualmente, é a noite com maior afluência de visitantes, teve como cabeça de cartaz a banda Anjos, a que se seguiu o tradicional espetáculo

de fogo-de-artifício aquático no Guadiana. A discoteca no Cais contou com a presença do dj FM e do dj Zoon. Na sexta-feira e no sábado, a entrada no recinto da festa teve um custo simbólico de um euro, tendo o total das receitas revertido a favor do Teatro Experimental de Alcoutim. No último dia de festa, domingo, a tarde foi assinalada pelas tradicionais atividades desportivas no rio Guadiana que obtiveram este ano um número de participantes superior ao de anos anteriores. A travessia do Guadiana a nado, a apanha do pato e o pau de sebo, são das atividades mais aclamadas da Festa de Alcoutim. A noite teve como cabeça de cartaz a banda algarvia Iris que animou os presentes com os seus temas originais. Para encerrar o evento foi servido o já tradicional “cacau no rio”, após a atuação dos dj´s Nuno Martim e Zoon na discoteca do Cais. “Com organização a cargo da Câmara Municipal, esta foi mais uma edição de sucesso das emblemáticas Festas de Alcoutim, um marco nos eventos de verão na região do Algarve”, diz em comunicado a autarquia.

Este é o grande evento que fecha o verão no Algarve e mais uma vez aconteceu com casa cheia


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EL AND EVALO S U R - O CCID EN TA L *

ESPANHA

José Luis Rua

Poemas solidarios en Casa Grande La prensa nos dejaba un titular con sabor a buena noticia, Caddy Adzuba, la periodista congoleña que había sido premiada con el Príncipe de Asturias a la concordia. A continuación el titular era tan brutal como atroz, mujeres que son mutiladas, golpeadas y violadas, son moneda de cambio en un país africano donde los derechos humanos de la mujer no existen. Países emergentes donde la violación de una mujer en grupo, está exento de culpa. Países desarrollados donde estos crímenes jamás son sancionados. Ciudad Juárez, en el estado de Chihuahua en la frontera con Estados Unidos, es uno de los lugares del mundo donde un mayor número de mujeres por metro cuadrado, son

violadas, mutiladas y asesinadas. Ciudad Juárez en México es el infierno, si este existe, para cualquier mujer que pueda tener entre quince y veinticinco años. Y esta ciudad mexicana separada de El Paso en Texas, por el Rio Bravo, es desde 1990 foco de atención mundial por algo tan criminal, como asesinar mujeres, sin que la justicia, la policía y el propio gobierno sean capaces de frenar este feminicidio. Por eso el cuatro de septiembre en más de cien ciudades de todo el mundo, gentes decepcionadas con la falta de respuesta a estos crímenes, sueltan al aire sus poemas, sus versos sangrantes, en apoyo de una causa que lleva muchos años perdida. Una causa que solo le queda saber que

cuenta con el apoyo de quienes no les conoces, pero sin embargo hacen suyo su sufrimiento y su angustia diaria. De poco puede servir, pero mucho se está escribiendo. Por esa razón, en la Casa Grande de Ayamonte, se han reunido un grupo de poetas para soltar sus poemas solidarios, sus gritos de indignación y su esperanza de ver la luz en una zona tan amarga como triste. Gentes que viven a orillas de otro gran rio se hermanan con el sufrimiento de las mujeres de Ciudad Juárez y lo hacen como mejor saben, recitando sus poemas de rabia. Así es como he podido escuchar las voces de Eladio Orta, Clemen Esteban o David Alvaro, voces rasgadas pero voces firmes en su denuncia.

En la Casa Grande de Ayamonte, se han reunido un grupo de poetas para soltar sus poemas solidarios,

Nuevo libro de “El pianista y la Diego Mesa cantante”, del escritor algarvío Fernando Pessanha

El escritor ayamontino, Diego Mesa, se coloca de nuevo tras la mesa o el atril para ofrecer al público, en esta ocasión el sevillano, su última obra “Viaje al Sur de Portugal”. De la mano de la editorial independiente ayamontina, Crecida y encuadrado en la colección Los Libros del Estraperlo, libro de autor, Diego sigue ofreciendo al lector su último trabajo que ha sido muy bien recibido entre la crítica y el público, tanto el ayamontino como el luso de Villa Real de San Antonio. Para esta ocasión cuenta con la colaboración del también escritor Juan José Téllez, que será el encargado de hacer llegar a un público especial esta obra, también especial. La cita es el miércoles 24 de septiembre a partir de las 19.30 h. en los salones de la Biblioteca Publica Infanta Elena, situada en la Avenida María Luisa número 8 de Sevilla. La amistad y la complicidad entre los autores hace que la presentación, al igual que sucediera en las localidades de Ayamonte y Villa Real, esté revestida con algo más que un anuncio de intenciones literarias plasmadas en ochenta páginas que van a sorprender nuevamente a los asistentes al acto y a los lectores de esta obra mágica de Diego Mesa.

Su última obra “Viaje al Sur de Portugal”

Después de estar varias semanas entre los diez libros más vendidos en Wook (la mayor librería online de Portugal), “El pianista y la cantante”, del escritor algalvío Fernando Pessanha, presentó en diferentes localidades del sur de Portugal y de España. Tras su presentación oficial en la sede del Instituto Camões de Lisboa y en la Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António, ahora le tocó el turno a la Biblioteca Provincial de Huelva, en 25 de septiembre. El acto fue presentado por el escritor ayamontino Diego Mesa

– coordinador del proyecto de cooperación transfronteriza Aula José Saramago y miembro de la Asociación Crecida de Ayamonte. “El pianista y la cantante”, publicado por Coolbooks, ha sido una de los siete primeros títulos que integran el catálogo del nuevo sello digital de Porto Editora y continua con la clasificación de 5 estrellas en la página de Wook. Una nueva oportunidad de acceder a las obras de los autores del Bajo Guadiana, que en estos días ofrecen a los lectores de ambas orillas lo último

El acto fue presentado por el escritor ayamontino Diego Mesa

de su trabajo literario. Si hace unos días era presentado tanto esta obra como “ Viaje al Sur de Portugal” de Diego Mesa, en la vecina Villa Real de San Antonio, ahora viajan a a Sevilla y Huelva para hacer su presentación oficial. Y en breves fechas nuevas publicaciones de autores ayamontinos serán presentados en las ciudades que conforman la Eurociudad y en la propia capital onubense en la 7ª Feria internacional del libro iberoamericano.


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EL A N D EVA LO SUR -O C C ID EN TAL *

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ESPANHA

El futuro parque acuático de Ayamonte, sigue su tramitación, con voces a favor y en contra El proyecto para la construcción de un parque acuático en Ayamonte – el futuro WATER PARK AYAMONTE - podría recibir la licencia de obras en breve. Así lo espera el Ayuntamiento de la localidad una vez que concluyan los trámites previos y se superen diversos obstáculos administrativos. . Los plazos que están manejando los responsables del proyecto, es el de tener la licencia para poder construir durante este otoño, y su inauguración estaría prevista para el 30 de junio de 2015. Las instalaciones estarán ubicadas en las proximidades del puente internacional sobre el Guadiana y de la autovía A-49 Huelva-Ayamonte. El alcalde de Ayamonte, Antonio Rodríguez Castillo, pidió recientemente a la Junta de Andalucía la agilización de los trámites necesarios por considerar que inversiones de este tipo no pueden esperar la lenta tramitación a la que le obliga la burocracia actual. Este parque, que contará con una inversión superior a los 10 millones de euros, ha sido respaldado con una inversión de 2.36 millones de euros por parte de la Junta de Andalucía, a través de la Agencia de Innovación y Desarrollo de Anda-

lucía (IDEA). En materia de empleo, el nuevo Parque conlleva la creación de un número importante de puestos de trabajo, 171 durante su funcionamiento, de los cuales 134 serán discontinuos, además de 49 inducidos

mado a ser el más moderno del Sur de Europa, y explicó a los presentes mediante un plano, todos los detalles del proyecto, que incluirá varios toboganes de última generación, piscina con olas, restaurantes, zonas verdes y zonas de aparcamientos,

sión y todo tipo de facilidades para que WATER PARK AYAMONTE saliera adelante.

Izquierda unida y ecologistas en acción, en contra del proyecto

Autoridades y promotores en los terrenos del Parque Acuático durante la fase de construcción de las piscinas y las zonas recreativas y de restauración anexas. Recientemente, el coordinador del proyecto, Gonzalo Cano, realizó junto a los inversores del proyecto y representantes del consistorio Ayamontino, una visita a los terrenos donde estará ubicado el Parque, lla-

etc. El inversor, de nacionalidad rusa, Sergey Atroshenko, comentó que tenía varias atracciones recreativas en diversas zonas del Algarve, que había decidido apostar por la zona del Bajo Guadiana, y que había elegido Ayamonte, porque su Alcalde había creído en este proyecto, y desde el primer momento encontró en él, ilu-

La formación política IU en la oposición, se muestra contaria al proyecto y critica que el Ayuntamiento de Ayamonte y la Junta tramiten un proyecto de estas características sin el amparo de un Plan General de Ordenación Urbana y recurriendo a modificaciones puntuales y normas

subsidiarias. A juicio de Izquierda Unida no se entiende que a pesar de haber numeroso terreno disponible en la zona para equipamientos y edificaciones haya que recurrir a modificar todo un Plan Subregional para favorecer un negocio privado diseñado en unos terrenos y unas condiciones no previstas legalmente. Asimismo, Ecologistas en Acción, ha presentado alegaciones al proyecto. han recordado que Ayamonte no dispone de PGOU porque durante las tres últimas décadas, sucesivas corporaciones municipales han recurrido continuamente a la modificación de las Normas Subsidiarias, como herramienta más apropiada para huir con mayor facilidad de las obligaciones derivadas de un plan de ordenación y crecer especulativamente a ritmo de aventuras urbanísticas como el macroproyecto de Costa Esuri, o las numerosas recalificaciones para urbanizar que han llenado el municipio de urbanizaciones semivacías y de gente en paro. Por ello, Ecologistas en Acción se ha opuesto a que se realice una modificación de este calado, cuando su basamento justificativo es tan frágil y especulativo y termina atentando contra la función de la ordenación del territorio planteada por la propia administración andaluza.

Profunda preocupacion y total rechazo de todos los partidos políticos en Isla Cristina y Punta Umbria, ante el cierre precautorio del caladero de sardinas. La noticia del Cierre Precautorio del Caladero de Sardinas de Isla Cristina ha provocado un total rechazo por parte de todos los partidos políticos de la localidad de Isla Cristina, que así lo han manifestado en el último pleno celebrado en esta localidad el mes de Septiembre. Así, de forma conjunta, se dieron conocimiento de dos declaraciones institucionales, acordadas por la Corporación Municipal, en apoyo al sector pesquero de Isla Cristina. Por un lado, sobre la prohibición de extracción de chirlas y coquinas debido a la aparición de la toxina APS y por la que se le insta a la Junta de Andalucía a que “cumpla la Orden del 16 de Mayo de 2008, al superarse los veintiún días de parada por contaminación por toxinas y abone las cantidades correspondientes al sector del mejillón o chirla, así como al de la coquina, además de solicitar a la Consejería de Medio Ambiente a que realicen las pruebas de estas toxinas por separado y no solo a la coquina como se viene realizando”.

La segunda de las declaraciones También el Ayuntamiento de hace referencia al cierre precau- Punta Umbría con su Alcalde Gontorio del caladero de la sardina, zalo Rodríguez Nevado ha mostrado mostrando el rechazo de todos los su rechazo total al cierre. Rodrígrupos políticos en el plenario a la guez, junto a la Alcaldesa de Isla decisión adoptada por el Gobierno de la Nación en este sentido e “instar a que sea retirada esta medida”. Asimismo, recuerdan al Ejecutivo nacional que “el Golfo de Cádiz no tiene necesidad de regularse, al contar, desde 2004, con un plan de gestión propio que ha permitido obtener los Pesqueros en Punta Umbria resultados esperados para el sector”. Por último, el Cristina, se reunió recientemente documento insta al Gobierno a que con el sector afectado, para anali“busque las soluciones y establecer zar “las graves consecuencias” que ayudas económicas para el sector esta resolución tendrá en el sector del cerco afectado”. pesquero, las industrias y las lonjas

de los municipios afectados. “Entre estas graves consecuencias está el inminente amarre de la flota --87 barcos pertenecen al Golfo de Cádiz-- a partir de este viernes y el grave perjuicio económico que sufrirán cientos de familias así como el peligro que amenaza a las lonjas Pesqueras, ya que alguna de ellas incluso podrían cerrar, y los efectos negativos del mismo en las industrias auxiliares, como por ejemplo, las conserveras o los astilleros”, aseguran desde el Ayuntamiento de Punta Umbría en una nota. La alcaldesa de Isla Cristina, María Luisa Faneca, ha declarado que se trata de “un nuevo despro-

pósito del Gobierno de la Nación que tendrá unas consecuencias muy perjudiciales para la economía de los municipios del Golfo de Cádiz”. Faneca ha insistido en que “en estos momentos tenemos que estar todos unidos y no podemos permitir que los barcos se queden amarrados y exigir una solución a este Gobierno”. El cierre de la pesquería de la sardina es efectivo a partir de las 00,00 horas de este sábado, día 20, una vez que se ha agotado el Total Asumible de Capturas (TAC) contemplado en el Plan de Gestión de la Sardina publicado en el Boletín Oficial del Estado (BOE) el 14 de agosto. Un plan que, como se recuerda desde la Junta, contó desde el primer momento de su tramitación, con el rechazo del sector pesquero del cerco del Golfo de Cádiz y de la Consejería de Agricultura. “El sector propuso alegaciones al Ministerio que nunca fueron tenidas en cuenta”, concluyen.


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G RAND E P L ANO

Como arrancou o ano l 4 mil alunos do Baixo G Em Setembro decidimos convocar para uma entrevista cada diretor de agrupamento de escolas do Baixo Guadiana. No gabinete de cada responsável o arranque do novo ano letivo era o maior motivo de trabalho. Não é difícil adivinhar como esses dias são assoberbados. Mas mesmo assim nenhum dos quatro se furtou a declarações quando o JBG quis, essencialmente, saber quais as maiores fragilidades neste início de mais um ano nas escolas. No total falamos da gestão de mais cerca de 4 mil alunos e perto de 400 professores. Susana H. de Sousa

Entre Alcoutim e Vila Real de Santo António existem quatro agrupamentos escolares. Nos três concelhos, de realidades distintas, as queixas quanto ao arranque do ano letivo eram semelhantes. A colocação dos professores é a grande queixa da grande maioria dos diretores. No caso do agrupamento de escolas de Alcoutim este foi mesmo “o pior ano de que há memória”, afirmou o seu diretor António Amorim. “Planificámos o início do ano letivo de forma a realizar a reunião conjunta de docentes, as reuniões com os coordenadores de departamento, com os directores de turma, as reuniões dos conselhos de turma para que os professores conhecessem os alunos e os Planos elaborados Neste agrupamento as aulas iniciaram-se sem que os docentes conhecessem a realidade de cada turma, as propostas dos Planos de Turma, o trabalho já planificado e a desenvolver. Cada docente, dos que faltam, vai chegar e começar a trabalhar com os alunos sem conhe-

cer os documentos estruturantes do agrupamento, a realidade de cada aluno e de cada turma, conta A.Amorim. Em Alcoutim enquanto a situação não estiver regularizada funciona-se “em horário ajustado às possibilidades. Nas duas turmas do 1.º Ciclo, sem docente, as atividades letivas têm sido asseguradas pela subdirectora e pela adjunta da direção, respetivamente. Nos três ciclos, em vez de funcionarmos das 09:00 às 17:00 horas, temos funcionado 09:00 às 15:00 horas”. O responsável não se furta a críticas lembrando que “a nível nacional, a forma de ultrapassar esta situação é realizarem atempadamente todas as tarefas que permitam a colocação de todos os docentes a 1 de Setembro. Para isso, basta descentralizarem, terem prazos bem definidos e estes serem do conhecimento de todos e com o comprometimento e cumprimento de todos. Basta simplificarem em vez de criarem fórmulas que a nada conduzem”. Com exceção do agrupamento de

escolas da D. José I em Vila Real de Santo António, onde ao arranque do ano letivo decorreu “dentro da normalidade”, nos outros as reclamações são muitas. José Nunes, diretor do agrupamento de escolas de Castro Marim fala-nos também de um arranque do ano letivo “atribulado” onde faltava “a colocação de docentes e outros recursos, o que prejudica seriamente o início das atividades, quer ao nível dos conselhos de turma quer a nível dos trabalhos desenvolvido com os alunos”. Ana Cabrita, vice-presidente do agrupamento de escolas de VRSA lembra que todas estas circunstâncias “refletem-se na falta de tranquilidade dos alunos”. Ou seja, o que se viu a nível nacional também se verificou ao nível local: uma grande confusão no que diz respeito à colocação de professores. No agrupamento dirigido por Adelaide Rosa, a falta de professores deve-se a dificuldades localizadas e não consequência de âmbito nacional. “São, nomeadamente, casos de

professores que ficaram de baixa por doença e que estão em processo de reintegração ou substituição, dependendo dos casos”, explica-nos a diretora do agrupamento de escolas da D. José I.

Maiores dificuldades: logísticas, financeiras e recursos humanos Questionados sobre quais as maiores lacunas que existem nos agrupamentos a lista vai desde necessidades financeiras, de logística e recursos humanos. “Quero acreditar que a tutela vai perceber que o investimento nas escolas é necessário e imprescindível e que não o fazer é hipotecar o futuro de todos nós; fornecer recursos ou ajudar a consegui-los é melhorar o contexto escolar e investir nas aprendizagens dos nossos alunos. Penso que é injustificável fazer-se um investimento como o que foi feito na estrutura do nossos edifício escolar e o orçamento não acom-

panhar o aumento das despesas inerentes a essas melhorias para o conforto de todos”, aponta, em VRSA, Ana Cabrita. Em Alcoutim é apontado como maior problema a mobilidade docente. “Quando mais de 50% dos docentes muda todos os anos, chegando essa percentagem a atingir três terços ou mais de docentes que cada ano chega pela primeira vez ao Agrupamento, não pode haver planeamento ou gestão eficazes. Não podemos gerir em função do perfil de cada recurso porque não os conhecemos. É sempre um «tiro no escuro», por vezes «no próprio pé»”. José Nunes, em Castro Marim, lembra também as dificuldades “na não atribuição do número minimamente aceitável de CEI (s) [Contrato Emprego Inserção] que visam colmatar a insuficiência de assistentes operacionais do agrupamento, bem como na atribuição de hora para os técnicos especializados (terapeuta da fala


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GR AN D E P LAN O

letivo para os cerca de Guadiana? Apoio ao Ensino Especial é lacuna evidente Todos os alunos são especiais, mas na verdade há uns que precisam de um acompanhamento mais especial na ótica da integração social. Essa integração que começa na escola muitas vezes não é realizada como deveria. E tanto em Castro Marim como Vila Real de Santo António as lacunas são relatadas pelos diretores de dois agrupamentos. O apoio à educação especial está deficitário, tanto em Castro Marim como em Vila Real de Santo António. “O ensino especial é a área que está mais afetada, pois anualmente têm-nos sido atribuídos, como técnico especializados, uma terapeuta da fala e um psicólogo, com 20 horas cada um. Este ano, adicionalmente, foi ainda reduzido o número de professores do ensino especial, o que dificulta imenso o trabalho a desenvolver com os alunos que precisam deste tipo de apoio, tornando-se muito difícil dar respostas adequadas a todos os casos que existem no Agrupamento”, retrata-nos José Nunes, em Castro Marim. No que se refere à Educação Especial no Agrupamento em dirige também Ana Cabrita existem cerca de 80 alunos com Necessidades Educativas Especiais, dos quais 12 têm Currículo Específico Individual. “Temos quatro professores de Educação Especial e a boa vontade de alguns professores do Agrupamento de diferentes áreas, que através do seu tempo não letivo enriquecem as vidas dos nossos alunos proporcionando experiências diversificadas tais como: inglês, informática, economia doméstica, educação tecnológica. Deste modo desenvolvemos um projeto denominado «Uma história...Um sorriso». Além dos professores temos o apoio incondicional dos Assistentes Operacionais e uma colaboração muito ativa do Psicólogo do Agrupamento. A nível da Educação Especial sentimos falta de outros especialistas a fim de podermos melhorar o serviço, tal como Terapeutas da fala, Terapeutas Ocupacionais, Assistentes Sociais, Psicólogo, a fim de podermos melhorar o sucesso educativo e consequentemente a vida e autoestima dos nossos alunos”, testemunha a vice-presidente daquele agrupamento de escolas de Vila Real de Santo António.

Terapia da Fala será tema de seminário em Outubro

e psicólogo)”. José Nunes, frisa também que o orçamento da escola “não é suficiente para fazer face às despesas”. Adelaide Rosa lembra que no agrupamento da D. José “é necessário apetrechar mais o agrupamento ao nível das novas tecnologias”. Sublinhando que “o que existe não cumpre a ambição que temos ao nível da qualidade de ensino; tem de se ir pouco a pouco”.

A dificuldade em gerir um agrupamento em que escolas distam 30 km É António Amorim, em Alcoutim que refere “um terceiro problema que se prende com a falta de autonomia que as escolas/agrupamentos deveriam efetivamente ter e com os normativos que todos os anos mudam. Também este fator não concorre para uma efetiva normalidade e estabilidade, nem para a concretização plena do Projeto Educativo”. Este professor sublinha que “a distância entre as duas Escolas do Agrupamento, 30 Km, também concorre para um maior desgaste de todos os elementos dos órgãos de gestão e de todos os docentes, bem como para uma organização e distribuição do serviço que fica aquém do idealizado”.

Ainda sem dia concreto para divulgar o JBG sabe que está a ser preparado um seminário dedicado ao tema da Terapia da Fala no Baixo Guadiana. A iniciativa é das várias terapeutas que atuam no território com os vários públicos. Carla Gomes, atua no agrupamento de escolas de Castro Marim há um ano. Mas em Novembro de 2014 verá o seu estágio profissional terminar. Não sabe como vai ser o futuro do seu apoio às crianças que acompanha e que reconhece as inúmeras dificuldades. “Uma criança pode ser estimulada para a fala ainda no útero da mãe, e aí o pai tem um papel, igualmente, fundamental”. Esta especialista frisa ao JBG que o seminário dedicado a terapia da fala servirá “para sensibilizar as pessoas para a problemática e para a necessidade de estarem despertas em colaborar na resolução de um problema que afeta a população e que por vezes não é encarado com a seriedade que deveria”.

Odiana com caráter intermunicipal no apoio à Terapia da Fala A associação Odiana dá apoio aos residentes com necessidades de Terapia da Fala nos concelhos de Alcoutim, Castro Marim e VRSA. “O projeto surgiu da necessidade existente no Baixo Guadiana de um apoio especializado nesta área de forma gratuita, uma vez que os apoios públicos são escassos e muitas vezes requerem a deslocação dos munícipes a Tavira ou a Faro. Tendo em conta a conjuntura económica atual, cada vez mais, as pessoas deixam de ter capacidades económicas para frequentarem tratamentos que por vezes tornam-se morosos e muito dispendiosos”, diz-nos a terapeuta responsável pelo projeto Raquel Botelho. Neste âmbito já foram apoiados cerca de 80 munícipes do Baixo Guadiana. “O projeto de Terapia da Fala, destina-se a apoiar bebés, crianças, jovens, adultos e idosos, que apresentem alterações em uma ou várias áreas de intervenção (da competência de um T.F.): comunicação, linguagem, fala (inclui articulação, fluência do discurso e voz), deglutição, leitura e escrita, residentes nos municípios de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim”, especifica Raquel Botelho.

Cantinho dos Sábios» renova protocolo A Odiana, entretanto, renovou o protocolo estabelecido em 2013 com o Centro de Explicações «Cantinho dos Sábios», de VRSA, em que numa base de parceria a população pode receber por valores monetários mais baixos diversos apoios, nomeadamente ma Terpaia da Fala.


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LOCA L

«Aromas e Sabores com Figo da Índia» elevaram concurso O Figo da Índia foi mais uma vez alvo de um concurso de saberes e sabores. Quem reside em concelhos do Baixo Guadiana conhece bem este fruto. Contudo, muitos não lhe imaginam o sabor. Concurso desmistifica. Foi no salão da Junta de Freguesia de Martinlongo que decorreu a 6 de Setembro a quarta edição do Concurso «Aromas e Sabores com Figo da Índia». Foram atraídas até ao local dezenas de pessoas que embaladas pelas festas daquela aldeia quiseram uma vez mais atestar a variedade gastronómica que o figo da Índia proporciona. À cabeça do júri neste concurso esteve o conceituado chef de cozinha Leonel Pereira, que é natural da aldeia do Pessegueiro, freguesia de Martinlongo. Integrado no programa das Festas de Verão de Martinlongo o evento

atraiu largas dezenas de visitantes interessados nas potencialidades do Figo e da Figueira da India e ansiosos por degustar as 32 receitas a concurso. No total foram a concurso 32 receitas Leonel Pereira, chef do restaurante São Gabriel; Vitor Ramos, mestre pasteleiro do Hotel Hilton; Maria José Vasques, membro da Confraria de Gastrónomos do Algarve; Nelson Ventura, membro da Confraria Gastronómica do Figo da Figueira da India e Nuno Rodrigues, da Associação Terras do Baixo Guadiana, tiveram a árdua tarefa de distinguir cinco das receitas apresentadas. A primeira classificada foi Michaela Joaquim, que apresentou uma «Mousse de figo da Índia com chocolate», seguindo-se Ângela Teixeira, com a receita «Espiral Pita«, e Tatiana Fernandes, com o seu «Doce Anajir». Já os prémios Inovação Amadores e Inovação Profissionais foram arrebatados, respetivamente, por Sílvia Candeias, que levou a concurso «Bombons de chocolate com paté de figo da Índia», e Doces

Concurso desafiou o saberes e sabores com produto típico em Alcoutim. Grande vencedora foi a «Mousse de Figo da Índia» Candeias, com o «Doce de figo da Índia e palma». Para além da degustação do figo da índia nas suas mais variadas formas, os participantes no evento

tiveram ainda a oportunidade de assistir a uma apresentação sobre a Figueira da índia a cargo do Eng.º Tomé Panazeite, Grão Mestre da Confraria Gastronómica

Bombeiros de Alcoutim têm novo Veículo Florestal de Combate a Incêndios O Município de Alcoutim reforçou recentemente a frota dos Bombeiros Voluntários com um Veículo Florestal de Combate a Incêndios (VFCI) cujo valor ascendeu a mais de 150 mil euros. Ratificado na última reunião de Câmara, o contrato de doação a favor da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim foi assinado a 25 de julho, “dada a premente necessidade de integrar este equipamento no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios de 2014”, justifica em comunicado a autarquia. A aquisição do VFCI, por parte do município, foi financiada em 85% por fundos comunitários no âmbito da aprovação de uma candidatura para o Reequipamento Estratégico da Proteção Civil do Algarve apresentada, em sede da AMAL,

ao PO Algarve 21 – eixo II. A referida candidatura tinha como principal objetivo dotar a região do Algarve de meios e equipamentos de proteção civil e de socorro mais modernos com vista a tornar a ação dos Serviços Municipais de Proteção Civil e dos Corpos de Bombeiros mais célere e eficaz, de forma a garantir a segurança da população residente, turistas e visitantes. Recorde-se que no âmbito da mesma candidatura, a autarquia já transferiu para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim, em junho, equipamento de proteção individual de combate a incêndios florestais, urbanos e industriais, em quantidade adequada ao efetivo da corporação, num valor total superior a 32 mil euros.

do Figo e da Figueira da India. A comunicação deu a conhecer o potencial do fruto e a sua produção sustentável.

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AVISO BOLSAS DE ESTUDO PARA ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR RESIDENTES NO CONCELHO DE ALCOUTIM A Câmara Municipal de Alcoutim, no Ano Letivo de 2014/2015, atribui 35 Bolsas de Estudo, no valor de 100€ / Mês, durante dez meses, para estudantes do Ensino Superior, de harmonia com a deliberação tomada pela Câmara Municipal na reunião de 24 de Setembro de 2014. Local para entrega das candidaturas: Câmara Municipal de Alcoutim – Gabinete de Ação Social, Saúde e Educação Rua do Município, nº 12 – 8970 - 066 ALCOUTIM Prazo para entrega das candidaturas: 06 a 24 de Outubro de 2014 REQUISITOS PARA A CANDIDATURA: a) Frequência de curso de ensino superior. b) Residência no Concelho de Alcoutim há pelo menos 2 anos. c) Tendo 18 anos ou mais estar recenseado no concelho de Alcoutim. CONDIÇÕES DE CANDIDATURA: A candidatura a bolseiro é feita mediante o preenchimento de Boletim fornecido pela Câmara Municipal, o qual deverá ser entregue na Câmara Municipal devidamente preenchido e conjuntamente com os seguintes documentos: a) Fotocópia do bilhete de identidade/cartão de cidadão; b) Fotocópia do número de contribuinte/ cartão de cidadão; c) Certidão ou declaração do respetivo estabelecimento de ensino comprovativa da matrícula ou inscrição no curso a que se candidata; d) Plano do curso que frequenta; e) Certidão ou declaração do estabelecimento de ensino comprovativa da frequência e do aproveitamento escolar no ano letivo anterior; f) Atestado de residência, atestando que reside no concelho de Alcoutim, há pelo menos 2 anos; g) Comprovativo do NIB. Alcoutim, 29 de Setembro de 2014 O Presidente da Câmara, Osvaldo dos Santos Gonçalves

O Novo veículo custou 150 mil euros e foi doado à Associação Humanitária local


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Programa «Cuidar» efetuou primeiras cirurgias oftalmológicas Um mês após a assinatura de protocolo deste programa intermunicipal «Cuidar» que junta os municípios de Vila Real de Santo António e Olhão, já começaram em terras pombalinas as primeiras intervenções cirúrgicas. Até agora já foram efetuadas cerca de 200 cirurgias nos dois municípios que de forma pioneira decidiram avançar para um programa intermunicipal que pretende colmatar a, muitas vezes, longa espera dos seus municípes para uma cirurgia mais simples ou mais complexa nos hospitais públicos. Dos utentes intervencionados havia casos de quem esperasse há mais de cinco anos pela resposta à sua problemática ou até quem estivese à espera de ser chamado ainda para a primeira consulta no Centro Hospitalar do Algarve. “Com esta medida, as autarquias tornam mais célere o acesso a cuidados de saúde dos seus munícipes com menores rendimentos ou que tenham dificuldades em obter respostas do Serviço Nacional de

Saúde”. Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA, recorda que “este passo é a prova de que as autarquias podem e devem estar na primeira linha no que se refere aos cuidados de saúde das suas populações, especialmente nos casos em que o Serviço Nacional de Saúde não funciona”.

Num mês sanados problemas com anos de existência O edil vilarealense afirma que “com esta rede de proximidade” foi possível “resolver, em apenas um mês, problemas de saúde concretos que se arrastavam há mais de cinco anos sem qualquer tipo de resposta por parte do Estado e que levavam ao

As primeiras cirurgias tiveram lugar um mês após o início do programa que une Olhão e Vila Real de Santo António desespero das nossas populações. Por esta razão a aposta é considerada “ganha” pelos autarcas envolvidos no acordo intermunicipal.

Em ação: primeira fase Nesta primeira fase, o programa «Cuidar» está centrado nas pato-

logias ligadas à área da oftalmologia, tendo em consideração o novo aumento das listas de espera nesta especialidade, que ultrapassa atualmente os dois anos no sul do país. Em apenas um mês, foram já realizadas mais de duas centenas e meia de consultas ao abrigo do programa, das quais 50 pacientes

foram já sinalizados para cirurgia. Em paralelo, foram igualmente efetuadas mais de 100 vistas ao domicílio nas três freguesias de VRSA. Para beneficiar do «Cuidar», os munícipes deverão inscrever-se na Divisão de Ação Social das autarquias de VRSA e de Olhão. Espera-se que o programa venha a atender cerca de 100 pessoas/mês.

Centro Pastoral Novo rastreio dermatológico gratuito de Martinlongo inaugurado pelo Bispo em Castro Marim do Algarve Município tinha avançado que em Outubro retomaria os rastreios. Oportunidade para aderir acontece a 2 e 3 de Outubro.

A Câmara Municipal de Castro Marim avança, nos dias 2 e 3 de outubro, com uma nova ação gratuita de rastreio do cancro de pele e outras doenças dermatológicas. As consultas serão prestadas por uma dermatologista que, a título voluntário, tem promovido esta iniciativa autárquica. No dia 2 de outubro (quarta-feira), as consultas decorrerão em Odeleite (no edifício da Junta de Freguesia, entre as 09h30 e as 12h30) e no Azinhal (na Unidade de Cuidados Continuados, entre as 14h00 e as 17h30). No dia 03 (quinta-feira), o rastreio terá lugar em Altura (antiga Escola Primária, entre as 09h30 e as 12h30) e em Castro Marim (na Biblioteca Municipal, entre as 14h00 e as 17h30). Os interessados deverão inscrever-se no Gabinete de Apoio ao Presidência da Câmara Municipal de Castro Marim, através dos números 281 510 754 ou 297 246 386.

Foi um momento alto para a população de Martinlongo que teve oportunidade de assistir a uma cerimónia presidida pelo Bispo do Algarve com finalidade de abrir as portas de um novo edifício para o Centro Pastoral.

Trata-se de uma ação gratuita e que pode ser acedida por toda a população A última ação decorreu no mês de maio e rastreou cerca de 250 pessoas, tendo sido diagnosticadas várias doenças de pele, agora medicadas e orientadas. À semelhança do que aconteceu no último rastreio, as lesões pré-cancerígenas (queratoses actínicas) detetadas serão tratadas no local com azoto líquido, ao passo que eventuais lesões tumorais serão encaminhadas com urgência para o Centro Hospitalar do Algarve. Além do rastreio, esta iniciativa visa também informar e sensibilizar a população para os cuidados a ter na exposição solar.

O Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, esteve em Martinlngo a 12 de setembro, para presidir à inauguração e bênção do novo edifício do Centro Pastoral. O novo edifício foi financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER). Com um valor aproximado de 105 mil euros, comparticipados a 75 % pelo referido programa e o apoio do Município de Alcoutim, a candidatura permitiu financiar o equipamento e as obras de remodelação da antiga Casa das Irmãs Franciscanas Missionarias de Maria que agora dá lugar ao novo Centro Pastoral.

A inauguração fez parte dos programas de festas do dia do município de Alcoutim Aqui vão realizar-se ações de formação profissional e catequética, ateliers ocupacionais, atendimento à população, reuniões de âmbito pastoral, bem como, a criação de um arquivo de espólio documental. O financiamento atribuído permitiu ainda adquirir diversos tipos de equipamentos para o Centro Paroquial de Martinlongo, designadamente, painéis solares, eletrodomésticos, bancadas, sistema contra incêndios, mobiliário para o refeitório e a construção de vestiários individuais para os colaboradores. Recorde-se que aqui existem as valências de Centro de Dia e apoio domiciliário, e por isso foi também adquirido um carro para a distribuição da medicação semanal dos utentes e uma viatura adaptada para o transporte de pessoas com mobilidade reduzida.


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VRSA celebrou festas em honra de Nossa Senhora da Encarnação

Martinlongo recebeu Festas Tradicionais em Honra de Nossa Senhora da Conceição A aldeia de Martinlongo, no concelho de Alcoutim, recebeu, entre os dias 5 e 7 de setembro, mais uma edição das Festas Tradicionais em Honra de Nossa Senhora da Conceição. Estas Festas Tradicionais de cariz religioso, apresentando também uma vertente cultural e recreativa, são uma organização conjunta do Município de Alcoutim, Junta de Freguesia de Martinlongo, ADECMAR - Associação de Desenvolvimento Etnográfico e Cultural de Martim Longo e Paróquia da Nossa Senhora da Conceição Muitos foram os motivos de animação destas festas que tiveram arraial, quermesse, natação, baile, concurso gastronómico, entre outros. O ponto alto destas festas foi a Eucaristia seguinda da Procissão com a Banda Filarmónica.

Vila Real de Santo António celebrou, entre os dias 5 e 7 de setembro, as festas em honra da sua padroeira. Além da tradicional procissão e dos jogos populares, o cartaz contemplou um programa de animação musical onde se destacou o concerto de Miguel Gameiro e os Pólo Norte.

Padroeira na procissão que reuniu centenas de pessoas

Festas de Nossa Senhora das Dores em Monte Gordo

Nádia Catarro emprestou a sua voz ao cântico na procissão , o que alegrou muito os participantes e os fãs desta jovem cantora A procissão em honra da padroeira marcou um dos momentos altos das festas tradicionais de Monte Gordo. Marcada por um cariz muito autêntico, a celebração religiosa percorreu o areal da praia de Monte Gordo, sendo acompanhada não só por centenas de fiéis e turistas, mas também pelos barcos de pesca que, com as suas buzinas, anunciaram a passagem do cortejo religioso.

Mais uma vez Martinlongo celebrou as suas festas religionas


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ESPECIAL AUTÁRQUICAS: 1º ANO DE MANDATO Alcoutim

Osvaldo Gonçalves - Presidente da Câmara

«Combate à desertificação passa pelo incentivo da camada jovem» JBG: Na noite em que ganhou as eleições disse ao JBG que apesar de esperar a vitória não imaginava que essa fosse tão expressiva. Quanto a prioridades não hesitou em apontar o estímulo ao autoemprego e o combate à desertificação. Recorda-se disto? Como tem sido trabalhar esses sentimentos e prioridades? OG: Não só me lembro dessas palavras e objetivos traçados como diariamente adormeço e acordo a pensar neles. Encaro este mandato como uma missão. Quero criar um estímulo ao empreendedorismo baseado nos recursos existentes no concelho. Admito que depois de assumir o cargo as coisas mostram-se mais difíceis do que antes disso, mas estamos cá para trabalhar para o desenvolvimento de um concelho que tem de dar a volta aos problemas que enfrenta. JBG: Em campanha afirmou que Alcoutim tinha caído nos últimos 20 anos a essa parte num marasmo sob o comando do executivo social-democrata, liderado por Francisco Amaral. Mas também afirmou que a inversão da realidade só é possível a médio e longo prazo... OG: Há que estabelecer metas concretas, sabendo que não existem medidas milagrosas... O que aconteceu durante muitos anos em Alcoutim foi uma tendência de abandono dos jovens, e não se assumiu esse facto como um erro, mas apenas como um dano colateral. É o

que acontece quando se exerce muitos anos o poder. Não se assumindo esse erro nada foi feito para inverter a situação; que se agudizou nas duas décadas de exercício de poder socialdemocrata. O combate à desertificação só é, em grande medida, possível estimulando a camada jovem que tem de encontrar incentivos para se manter no concelho. Temos de ser sensíveis a isso e projetar medidas que corporizem essa filosofia de desenvolvimento. Uma das medidas que tomámos, recentemente, nesse sentido foi a revisão do regulamento de atribuição de Bolsas de Estudo no Ensino Superior. Agora, todos os potenciais alunos no ensino superior têm acesso a este apoio. Em contrapartida apenas pedimos que deem contributos em iniciativas da câmara e que, de alguma forma sirvam para dignificar a sua posição enquanto cidadão com opinião, ideias e competências diversificadas. A partir de agora os jovens vão ser chamados a participar nas nossas atividades, sendo que queremos que ganhem esse hábito saudável de cidadania ativa, que pode despoletar neles um maior interesse pelo concelho onde vivem. Muitas vezes os jovens não se interessam porque, na verdade, não são tidos em conta. Queremos fazer diferente e melhor a esse nível também. JBG: Sensivelmente, com seis meses de mandato à frente dos destinos de Alcoutim, admitiu que já seria muito bom conseguir manter os habitantes

em Alcoutim. Denotando que captar novos habitantes para o concelho será uma tarefa distinta, mais árdua ainda... Chegou a essa conclusão, efetivamente!? OG: Sem dúvida. O nosso maior objetivo é travar a saída dos que cá estão com medidas de incentivo. Uma medida que tomámos, desde logo, para estimular positivamente quem cá reside foi o município dar primazia à aquisição de bens e serviços aos fornecedores que têm os seus negócios fixados no concelho de Alcoutim. Não desistiremos, de modo algum, de tentar cativar novos habitantes, sendo que não podemos dar dinheiro às pessoas nem prometer empregos para cá se fixarem. Mas está ao nosso alcance incentivar e facilitar a implementação de atividades económicas. Foi o que aconteceu com uma especialista em nutrição que abriu o seu consultório em Alcoutim; um exemplo que nos enche de esperança a este nível. JBG: Num primeiro ano que balanco faz do trabalho da equipa que lidera? OG: É positivo. Mas a verdade é que temos estado a resolver questões e ultimar obras e medidas que herdámos do passado. Foi o caso da Estalagem do Guadiana que está em processo de alienação, bem como a conclusão das obras do Espaço Guadiana. Os Paços do Concelho também tiveram percalços cuja sua resolução tivemos de assegurar... É justo salientar que herdámos uma

condição financeira exemplar, mas tínhamos inicialmente projetado um conjunto de iniciativas que ainda não foram possível implementar face ao tempo despendido para outras herdadas do executivo anterior. Mas agora, passado um ano, acreditamos que estamos com o caminho mais livre para implementar em pleno o nosso programa eleitoral. JBG: E o que está desenhado para os próximos três anos? OG: Queremos dinamizar o Parque Empresarial de Alcoutim que, salvo a instalação de uma empresa, está praticamente ao abandono. Vamos construir dois lotes e colocar para aluguer, bem como queremos estimular a fixação ali de uma família de modo a manter aquele espaço mais acompanhado ao longo das 24 horas do dia. Um dos fatores para a não instalação de empresas é o sentimento de insegurança daquele espaço. Acreditamos que vamos conseguir criar uma massa crítica naquele polo industrial. Ao nível da Economia, queremos trabalhar de perto com os empresários, nomeadamente, ajudar a revitalizar a

área hoteleira que este ano não fez face ao aumento de turistas que estiveram no Verão no concelho. Tanto o Hotel de Guerreiros do Rio como a Estalagem estão encerrados. É urgente que esta situação se altere. Continuaremos a apostar na promoção de Alcoutim. Acreditamos que essa promoção feita ao longo do último ano já está a dar frutos, e o aumento do número de visitantes no verão é, com certeza, resultado disso mesmo. A conjuntura de crise faz-nos ter a ação social sempre bem apoiada. Continuaremos a beneficiar os mais necessitados do concelho e vamos lutar pela reabertura da extensão de saúde de Vaqueiros. Desde que tomámos posse, e a extensão foi encerrada um dia antes de tomarmos posse, que encarámos essa como uma luta que iremos enfrentar até ao fim porque em causa está a saúde e também a qualidade de vida da população que tem de se deslocar muitos quilómetros e passar um dia inteiro fora de casa para uma consulta médica. Tudo se agudiza se tivermos em conta que se trata de uma população maioritariamente envelhecida.

“Falta Estratégia na política de desenvolvimento” JBG: Que balanço faz deste primeiro ano de mandato municipal por parte do executivo? PSD: Passado um ano verificamos com alguma preocupação, falta de estratégia política de desenvolvimento. As obras e actividades realizadas, foram lançadas pelo anterior executivo, os financiamentos foram assegurados pelo anterior executivo, nomeadamente, o edifício dos Paços do Concelho, a EN124 MartinlongoCorte Serranos, o Lar de Martinlongo, entre outras. Verificamos também uma grande falta de atitude no combate a politicas que são desastrosas e afectam o Concelho, nomeadamente, no encerramento da extensão de saúde de Vaqueiros e na negociação dos espaços do cidadão, deixando de fora as populações de Vaqueiros, Giões e Pereiro. Ainda em termos de gestão, consideramos que, foram cometidos muitos erros, com graves custos para o Município. É inaceitável que se percam financiamentos de obras

assegurados, por erros de decisão. Não percebemos como se “esbanja” aproximadamente um milhão de euros no primeiro ano de mandato, sem saber onde. É gratificante perceber que as políticas do anterior executivo eram tão criticadas pelos senhores do executivo permanente e agora são políticas a seguir. JBG: Quais os principais problemas que identifica no Concelho? PSD: Os principais problemas que afligem Alcoutim são nomeadamente, o despovoamento, a falta de emprego, a captação de investimento privado e o acesso aos cuidados de saúde. Foram efectuadas pelo anterior executivo um conjunto de obras em equipamentos de abastecimento de água, saneamento básico, vias de comunicação, desporto, cultura, lazer, entre outras, que satisfazem as necessidades atuais. Alcoutim sofre em ritmo acelerado de um despovoamento, que tem que ser uma das prioridades a curto prazo, senão corremos mesmo

o sério risco de acabar como Concelho, o actual executivo permanente apresentou como principal medida no combate ao despovoamento, o apoio à natalidade, medida já implementada pelo país e que se revelou como não sendo eficaz no combate a este flagelo, representando apenas uma manobra politica. A captação de investimento privado, a criação de emprego emergente e o acesso a melhores cuidados de saúde são fundamentais para inverter este fenómeno. JBG: Que medidas consideram que é urgente implementar? PSD: Torna-se necessário haver uma política e estratégia de desenvolvimento bem definida. No nosso programa eleitoral apresentámos propostas que eram urgentes implementar em Alcoutim, como principal objectivo, no combate ao despovoamento e à criação de emprego, a curto prazo. Alcoutim é reconhecido no exterior pelas excelentes iniciativas desenvolvidas nas áreas de saúde e acção social,

implementadas pelo anterior executivo. Uma vez que o investimento privado tarda em aparecer, urge avançar com medidas pela câmara municipal. Não podemos ficar à espera. Este Concelho deve apostar no turismo sénior, de saúde e lazer. A construção de instalações e equipamentos sociais e de saúde, com destino a habitantes e visitantes proporcionariam a curto prazo a criação de emprego e criariam em seu torno uma dinâmica de desenvolvimento de outras actividades, que levariam ao crescimento económico. Estou a falar-vos de uma Unidade de Cuidados Continuados em Alcoutim, lares de Giões e Vaqueiros e habitação de turismo de saúde. JBG: Qual a intervenção que o seu partido teve durante este ano no Concelho e qual a intervenção que espera ter até às próximas eleições autárquicas? PSD: O povo de Alcoutim depositou nas mãos do PS a gestão do município para quatro anos.

José Carlos Pereira PSD Alcoutim O PSD /Alcoutim fará uma oposição séria, construtiva e responsável. Nos 20 anos que gerimos os destinos do município sempre lutámos pela melhoria das condições de vida do povo de Alcoutim. É isso que queremos continuar a fazer. Na oposição e pensando sempre nas pessoas, iremos defender as nossas ideias e apresentar as nossas propostas. Diremos não, quando não estivermos de acordo e diremos sim, sempre que se apresentem medidas que visem a melhoria das condições de vida dos Alcoutenejos, mas estaremos sempre presentes com espirito de colaboração e responsabilidade política.


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ES PECIA L AU TÁR Q U I CAS: 1 º A N O D E M A N DAT O

Castro Marim

Francisco Amaral - Presidente de Câmara

«Em 40 anos de democracia é impensável haver quem ainda não tenha água potável em casa» JBG: Na noite da vitória, disse ao nosso jornal que as prioridades da atuação do seu executivo seriam o emprego e a ação social. Das palavras aos atos o que já conseguiu concretizar? FA: O desemprego é um flagelo ao nível nacional, mas no caso de Castro Marim tem muito peso. Só para ter uma ideia desde que estou aqui já recebi umas 600 pessoas, algumas mais do que uma vez e muitas delas a pedir emprego. Nós temos em carteira três centenas de pessoas inscritas para nos candidatarmos a POC’s [Programas Ocupacionais financiados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional]. Temos recorrido a estes sistemas de apoio ao emprego. Realizámos já diversas parcerias com as IPSS’s do concelho e com a Santa Casa da Misericórdia local. Temos tido uma postura de facilitismo aos investidores porque a câmara é uma entidade parceira. Fruto desta abertura da câmara em ser um parceiro e não um obstáculo há mais ofertas de emprego tanto ao nível público como privado. No que diz respeito à ação social temos ajudado as pessoas a pagar a renda de casa senão muitas eram despejadas. Temos ajudado as famílias no pagamento de óculos dos filhos, por exemplo, fazemos arranjos nas casas. Temos mantido a política que vinha de trás e que paga os medicamentos a quem mais precisa. Posso adiantar que vamos reforçar com novo regulamento de ação social para abranger mais pes-

soas e mais famílias. JBG: Considera que o seu programa eleitoral foi bem desenhado? Recordo que em algumas ocasiões já afirmou, por exemplo, que não esperava encontrar tanta pobreza em Castro Marim... O que é que encontrou mais de inesperado no concelho que vai liderar ainda, pelo menos, por mais três anos? FA: É verdade. Há muita pobreza em Castro Marim e esse é um facto que eu não esperava dentro do panorama que encontrei. Mas com o qual me deparo e tento dar resposta social, nomeadamente através de medidas que referi anteriormente. Contudo, há uma realidade que eu não esperava que fosse tão flagrante... Enquanto que em Alcoutim há uma dúzia de anos que não há uma única habitação que não tenha água domiciliária e água potável, devido a uma intervenção que considerámos sempre imprescindível, em Castro Marim há mais de 50 povoações que ainda são abastecidos por fontanários que não têm água potável sequer e alguns nem água têm porque os furos secam por completo. É impensável que em 40 anos de democracia de poder local este problema não esteja solucionado. Admito que o anterior executivo estivesse à espera de fundos comunitários para resolver o problema, mas não havendo têm de ser encontradas alternativas para as pessoas. O que criámos para resolver a questão foram sistemas autónomos para

RESPOSTA PS - CASTRO MARIM (recebida via email a 29/09/2014) A/C do Jornal do Baixo Guadiana Venho por este meio informar-vos de que por razões da minha vida profissional associadas às obrigações enquanto presidente da Comissão Politica do PS Castro Marim, tendo tido em mão o processo eleitoral, eleições primárias) e envolvimento dos militantes e simpatizantes, impediram-me de colaborar com o importante órgão oficioso de noticias do nosso Concelho o que lamento. Com mais tempo e maior disponibilidade estarei futuramente disponível para outras oportunidades. Com os melhores cumprimentos Célia Brito

cada monte com bombas doseadoras que desinfetam a água que chega à casa de todas as pessoas. Quero terminar este processo até ao final do meu mandato. JBG: Se por um lado tem a serra por outro tem o litoral. Castro Marim é um concelho com realidades e exigências muito distintas... FA: O meu segredo é ouvir as pessoas e procurar os consensos e decidir com bom senso. Temos de ter ginástica mental para lidar com essa multiplicidade de realidades. Temos projetos pensados tanto para o Interior como para o Litoral. Nomeadamente, em Odeleite o Plano de Ordenamento da Barragem de Odeleite prevê a construção de três zonas balneares que vamos fazer avançar porque serão grandes fontes de atração turística. Daremos primazia às entidades privadas, sendo que a câmara só avança se os privados não avançarem até porque é preciso atacar com urgência a desertificação. No que diz respeito à saúde estamos a projetar uma unidade móvel com médico que irá passar pelos montes das freguesias do Azinhal e Odeleite diariamente. Não desistiremos da reabertura das extensões, mas esta é uma alternativa imediata. JBG: No Baixo Guadiana foi o edil eleito com a vitória menos expressiva, tendo, inclusivamente, perdido a maioria na Assembleia Municipal para o Partido Socialista. Como lida com essa

questão? FA: É importante respeitar a oposição e sermos transparentes. Penso que tenho conseguido e, apesar de algumas questões de caráter pessoal, de um modo geral, tenho mantido uma boa relação com a oposição socialista, e isso é algo que quero manter. Quando cheguei a Castro Marim apercebi-me que havia uma grande cisão entre as pessoas devido aos partidos o que eu não alimentei, porque acredito que o desenvolvimento do concelho aproxima-nos mais do que nos separa a cor política. JBG: Apesar de se ter comprometido em dar prioridade à ação social também deu conta que uma lacuna que queria colmatar no concelho era a fraca dinamização cultural. O que tem pensado a esse nível? FA: Pretendo dinamizar os espaços já existentes. Já criámos mais um espaço de cultura, a «Casa do Sal». É importante que a dinâmica cultural seja mais intensa, recorrendo à oferta existente para benefício cultural, mas também turístico. Há que trazer mais turistas para o concelho. Nesse sentido queremos recorrer a fundos comunitários para

JBG INFORMAÇÃO DO BAIXO GUADIANA TODOS OS MESES AO SEU DISPOR

a aquisição de carrinha e autocarro. Vamos buscar, literalmente, os turistas!... JBG: Vão ser introduzidas novas dinâmicas... FA: Já introduzimos algumas, nomeadamente numa animação mais constante em várias partes do concelho. Queremos trazer mais os responsáveis do turismo e outras áreas da economia a Castro Marim. A vila de Castro Marim está de costas voltadas para o rio e isso é algo que é preciso inverter; já mandei colocar um cais acostável, quero desenvolver a canoagem também. Vamos fomentar o futsal, vamos dinamizar o ninho de empresas que será a sede da empresa municipal «Novbaesuris» e terá outra parte para empresas que se queiram fixar aqui. Havia outros projetos aqui na câmara, como a Área de Negócios, mas que estão desajustados face à época de vacas magras em que nos encontramos. Também é necessário lutar por um lar em Altura e um lar para doentes de Alzheimer em Castro Marim; projetos que irão, certamente, avançar. Nas minhas prioridades estão também arruamentos e estradas que nalguns sítios são muito urgentes.

NOTA DA REDAÇÃO Aos vários partidos políticos da oposição eleitos havíamos pedido que as suas respostas se cingissem a um limite estipulado pela redação. Quem ultrapassou esse limite teve de ver os seus textos alterados nesta apresentação final, face à redução que foi necessária fazer. Acreditamos não ter alterado o teor das respostas com esta medida, sendo o único propósito permitir a inclusão da resposta de todos de igual modo neste caderno especial dedicado a um ano de balanço de mandatos autárquicos.


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ES P EC IA L AU T Á R Q U ICAS: 1º AN O D E MAN DATO Luís Gomes - Presidente de Câmara

Vila Real de Santo António

“Os objetivos iniciais foram claramente atingidos e até diria que foram ultrapassados”

JBG: Qual o balanço que faz de um ano de mandato decorrido das eleições 2013/2014? LG: Digamos que nós tínhamos duas ou três prioridades já para este ano. Em primeiro lugar obter a aprovação do PAEL [Programa de Apoio à Economia Local] para pagar a nossa dívida e como é público essa fase foi feita e estamos na terceira fase deste programa, que tem três fases. Depois, tínhamos a concretização de novas infraestruturas no âmbito do POVT e que se há um ano estavam a iniciar hoje estamos numa fase avançada. Digamos, que os objetivos iniciais foram claramente atingidos e até diria que foram ultrapassados. JBG: Na noite da vitória prometeu “criar melhores condições de vida para os vilarealenses num contexto socio-económico austero”.

Aliás, a acção social está no topo das suas prioridades. O que já conseguiu fazer pelos vilarealenses neste ano de mandato? LG: Quero destacar diversos aspetos, entre os quais o facto de ter sido atribuída muita habitação, como é sabido, de arrendamento a custo controlado o que é muito bom face aos dias que estamos a viver. Abrimos novos frentes sociais, nomeadamente na área da oftalmologia, com o programa «Cuidar», demos passos importantes com o concurso público para a Clínica de Reabilitação que deu azo à criação do Centro Médico Internacional. Penso que se deram passos muito significativos e importantíssimo nesta área. JBG: Com o acesso ao PAEL e empréstimos bancários a vida financeira do executivo ganhou um novo fôlego. Enquanto

presidente de câmara encara o futuro do município com mais ânimo? LG: Essa conjuntura municipal melhora significativamente quando temos dinheiro para pagar a nossa dívida, e é isso que estamos a fazer. JBG: Quais as medidas/ obras de maior importância que espera conseguir criar até ao final do mandato? LG: Temos que ter a noção que na conjuntura em que estamos falar em obras é falar em impossibilidades. Eu acho que temos que nos preocupar em acabar o programa que nos comprometemos há três mandatos, em 2005. Que é terminar a rede de infraestruturas lançada, e isso está a ser feito.A requalificação da zona ribeirinha de Monte Gordo e acertarmos definitivamente com a Docapesca a requalificação da frente ribeirinha de Vila Real de Santo António

JBG: Quais os maiores constrangimentos que enfrenta na autarquia que lidera? LG: Olhe, é o disfuncionamento do Estado, sendo que o mesmo não consegue dar respostas nem estar organizado para ajudar a vida económica deste país e das autarquias também. JBG: Na noite da vitória salientou que o trabalho do executivo que lidera passava por reforçar VRSA a nível local, regional e nacional. O que já conseguiu fazer desde Setembro até aqui? E o que projecta até 2017? LG: Naturalmente o que pretendemos fazer é colocar Vila Real de Santo António como destino turístico e conferir-lhe qualidade de vida. Isso passa por construir as infraestruturas necessárias para esse fim, o que estamos a concluir, por requali-

ficar os espaços que estão degradados, por melhorar a qualidade urbana. E demos passos essenciais com a requalificação dos Bairro dos 112 fogos, no Sítio do Encalhe e agora estamos a iniciar o Bairro da Caixa também. Passa por intervir naquelas que são as frentes de trabalho essenciais para se ter um município, arrumado, limpo e que se mostre atrativo como destino de férias e investimento.

“O desemprego é, sem sombra para dúvidas, a questão que mais me preocupa” JBG: Que balanço faz deste primeiro ano de mandato municipal por parte do executivo em funções? PS: O balanço que fazemos é naturalmente negativo! Temos um executivo que transformou o Município de Vila Real de Santo António no campeão nacional da despesa pública per capita. De acordo com o ultimo anuário dos Municípios portugueses a dívida consolidada da Camara Municipal e da SGU é de cerca 139 milhões de euros! JBG: Quais os principais problemas que identifica no seu concelho? PS: O desemprego é, sem sombra para dúvidas, a questão que mais me preocupa atualmente. Está a afetar famílias inteiras, jovens, pessoas

em idade ativa ... A autarquia tem aqui uma enorme responsabilidade e deverá “arregaçar as mangas”. Por outro lado, preocupa-me a estagnação a que a economia local está vetada, não existindo a criação real de novas empresas, e muito menos expansão das existentes, o que contribui para a situação da elevada taxa de desemprego. JBG: E que medidas considera que é urgente implementar? PS: O nosso concelho precisa de inovar e romper com este ciclo de perda e despesismo, apostar na inovação, num modelo que assente numa base produtiva diversificada onde o conhecimento, o capital humano e os nossos recursos naturais, em especial o nosso rio

Guadiana, sejam devidamente valorizados e constituam uma vantagem competitiva, um modelo económico onde a criação de valor e a responsabilidade social sejam uma constante. Dou-lhe dois exemplos de investimentos que propomos capitalizando os nossos recursos naturais e territoriais: Criação do novo polo empresarial (a norte) e a requalificação da zona ribeirinha de VRSA (sobretudo a norte da Alfândega). JBG: Qual a intervenção que o seu partido teve durante este ano no concelho e qual a intervenção que espera ter até às próximas eleições autárquicas no município de VRSA? PS: Temos procurado fazer uma

oposição séria e responsável. Temos apresentado, nos diversos órgãos, propostas que visam introduzir maior justiça, apoiar os munícipes nas suas dificuldades, clarificar muita demagogia que se propala sobre o passado e, mais importante de todas: apresentar medidas que criem melhores condições de vida para os nossos concidadãos. Sempre que votamos contra ou mesmo nos abstemos, é sempre de forma fundamentada, procurando sempre apresentar propostas alternativas. Infelizmente quase nenhuma seguida pelo executivo. Até às próximas eleições autárquicas iremos promover várias iniciativas públicas, levar a cabo diversas reuniões com os principais agentes locais e ouvir todos os cidadãos, tendo por obje-

Ricardo Cipriano, presidente da concelhia do Partido Socialista de VRSA tivo construir um projeto para todos os Vilarealenses, que dê mais qualidade de vida e sobretudo renove a esperança para o futuro. Todos nós precisamos de ter esperança no futuro e creio que isso só é possível com um projeto e com um líder do Partido Socialista.

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ES PECIAL AU TÁR Q U I CA S : 1 º A N O D E M A N DAT O

Vila Real de Santo António

Continuação

“Falta uma aposta decisiva no apoio aos pequenos e médios empresários” JBG: Que balanço faz deste primeiro ano de mandato municipal por parte do executivo em funções? CDU: No essencial, mantém-se a política desenvolvida pelo PSD/ Luís Gomes desde 2005: inverter o quadro do Poder Local Democrático traçado na sequência do 25 de Abril de 1974 e garantir que a gestão municipal seja assegurada dentro de uma lógica empresarial privada e do abandono da gestão pública. Para esta tomada do poder pelos negócios privados, o PSD, a exemplo daquilo que tem feito no Governo e noutras autarquias onde governa, tem utilizado como almofada e trampolim financeiro

uma empresa municipal a SGU – Sociedade de Gestão Urbana e o assistencialismo paralisante. Para lhe dar cobertura tem sido necessária uma barragem de propaganda populista expressa em gastos exagerados e muito para além das posses do município que resulta numa dívida que ronda hoje os 120 milhões de euros. JBG: Quais os principais problemas que identifica no seu concelho? CDU: Grandes áreas e equipamentos já não são património do município (Complexo Desportivo, Parque de Campismo, Casa da Câmara...), mas sim propriedade da SGU. É certo que o município tem 100% do capital da SGU, mas

como se tem visto pela ação do PSD no Governo, o capital tem sido fácil de vender e privatizar. Falta ao concelho uma aposta decisiva no apoio aos pequenos e médios empresários, que favoreça a revitalização do tecido industrial, das pescas e agricultura e que promova o desenvolvimento, criando emprego estável e com direitos. JBG: E que medidas considera que é urgente implementar? CDU: A redefinição do papel da SGU na política Municipal, para que seja possível avaliar a extensão total do desequilíbrio das finanças locais, uma vez que até corremos o risco, caso a autarquia recorra ao FAME de virmos a ser governados

por uma comissão externa que condicionará ainda mais a vida dos vila-realenses e da sua actividade económica. O melhor seria uma mudança da política da autarquia, mas isso só com a CDU é possível. Das duas vezes que estivemos na Câmara pagámos as dívidas deixadas pelo PS e ainda executámos importantes obras para a vida das populações do concelho. JBG: Qual a intervenção que o seu partido teve durante este ano no concelho e qual a intervenção que espera ter até às próximas eleições autárquicas no município de VRSA? CDU: A intervenção do PCP e

CDU - VRSA

dos eleitos da CDU tem incidido no levantamento dos pequenos e dos grandes problemas do concelho (por exemplo a luta contra o aumento de taxas/impostos, do estacionamento pago ou a defesa dos serviços públicos) e na sua denúncia aos órgãos autárquicos e do poder central, paralelamente ao combate, junto das populações, às politicas de direita que têm afundado o concelho e o país, empenhando, por décadas e a favor da Banca, o futuro dos cidadãos.

“Defendemos a transparência e o rigor na gestão autárquica” JBG: Que balanço faz deste primeiro ano de mandato municipal por parte do executivo? BE: O balanço é claramente negativo, para não dizer trágico. Com efeito, o nosso Município, que é um concelho pequeno (com menos de 20.000 habitantes) acumula uma das maiores dívidas a nível nacional, sendo equiparável, em valores de dívida, aos concelhos grandes (mais de 100.000 habitantes)! O descalabro vivido, e repartido entre a Câmara e a empresa municipal SGU, tem um rosto principal, que é o de Luís Gomes, simultaneamente Presidente da Câmara e da SGU. De acordo com o anuário dos municípios, no final de 2013 a situação financeira da Câmara e da SGU era a seguinte: o passivo exigível é de aproximadamente 140 milhões de euros e

o endividamento líquido (câmara + SGU) é de aproximadamente 95 milhões de euros. JBG: Quais os principais problemas que identifica no seu concelho? BE: A dívida e os pagamentos da mesma e dos encargos dos juros que terão de ser feitos durante as próximas duas décadas, acorrentando o município e os munícipes a uma política de completa austeridade. Com efeito, a população de Vila Real de Santo António está sujeita aos limites máximos dos índices e taxas municipais, agravando sobremaneira a situação socioeconómica de muitas famílias. JBG: E que medidas considera que é urgente implementar? BE: Criar uma bolsa municipal de habitação, que garanta o alojamento a munícipes de necessidade

económica extrema e o arrendamento a custos controlados. Um programa de combate ao abandono escolar e à carência alimentar. As redes de apoio com as escolas e com as associações devem ser substancialmente incrementadas, a fim de combater a pobreza e a exclusão social. Apostar na requalificação urbana (em detrimento da nova construção), como forma de promover o emprego. Contudo, é igualmente urgente a exigência de esclarecimentos cabais sobre determinados atos de gestão camarária. Por exemplo: foram ou não cumpridas as regras do Plano Diretor Municipal na zona do Complexo Desportivo Municipal? Que benefícios financeiros e outros existem para o Município pelo facto de nessa zona se encontrar o “Centro Médico Internacional de VRSA”, um projeto conjunto entre o Grupo

HPA Saúde – grupo privado - e a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António? JBG: Qual a intervenção que o seu partido teve durante este ano no concelho e qual a intervenção que espera ter até às próximas eleições autárquicas? BE: Defendemos intransigentemente a transparência e o rigor na gestão autárquica. O Bloco de Esquerda votou, em sessão da Assembleia Municipal, contra o Orçamento 2014, assim como contra a aplicação das taxas máximas de IMI, IRS e outras, que já estão a penalizar fortemente a população do concelho. Votámos contra a implementação dos parques de estacionamento pagos e das zonas tarifadas. Temos apresentado propostas, defendendo mais apoio social às pessoas e

José Dourado, deputado municipal do Bloco de Esquerda

às famílias necessitadas, temos lutado por uma democracia muito mais participativa, propondo por exemplo a realização de referendos locais. Apresentámos uma moção contra a introdução de portagens na A22, exigindo a sua imediata retirada, e que foi aprovada por unanimidade. A par dessa intervenção institucional, o Bloco de Esquerda tem reunido com diversas associações e instituições locais.


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D ESEN VO LVIMEN TO

População de Alcoutim já pode votar nas propostas para investimento público Depois de uma fase de apresentação de propostas, que teve lugar até ao passado dia 31 de Julho, e a que se seguiu uma avaliação técnica da elegilibilidade das mesmas, agora, até ao próximo dia 10 de Outubro, a população é chamada a votar nas propostas que mais lhe agradem. Após a fase de análise técnica das 50 propostas apresentadas para o Orçamento Participativo, o Município de Alcoutim convida novamente os cidadãos a participar de forma ativa na discussão das políticas governativas locais, desta vez através do voto nas vinte e seis propostas admitidas. Recorde-se que o Orçamento Participativo de Alcoutim é um processo deliberativo e vinculativo, sendo os cidadãos a apresentar propostas e a

decidir, através de votação, os projetos a incluir no orçamento municipal do ano seguinte. Trata-se de um processo de gestão partilhada entre a Autarquia e a população, cujo objetivo passa por fomentar a participação ativa dos munícipes na discussão das políticas governativas locais. No processo podem participar todos os cidadãos, com mais de 18 anos, que estejam recenseados

no concelho de Alcoutim. Cada cidadão pode selecionar, através do voto, duas das propostas que, em seu entender, mais contribuem para o desenvolvimento sustentável do território a nível concelhio e regional. As propostas mais votadas, e que no seu conjunto não ultrapassem o valor de 100 mil euros, são integradas na proposta de orçamento municipal para o ano 2015. O objrtivo do executivo municipal ao implementar um orçamento participativo no concelho é “aumentar proximidade (...) reforçando os mecanismos de corresponsabilização e transparência na administração local”, sublinha o presidente da autarquia, Osvaldo dos Santos Gonçalves.

Votação decorre até 10 de Outubro

Luís Gomes defende alterações urgentes em matéria de ordenamento para garantir política industrial europeia O presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, defendeu, na Comissão de Política Económica e Social (ECOS) do Comité das Regiões, que só uma alteração inovadora nas políticas de ordenamento do solo poderá levar Portugal a cumprir as metas estipuladas em matéria de política industrial europeia. “Tendo em consideração que a maior crise enfrentada pela Europa e pelo mundo mostrou a necessidade de uma indústria forte e de um tecido empresarial orientado para a mudança, é necessário promover uma rotura em matéria de licenciamento e uso do solo, sob pena de continuarmos a assistir à deslocalização dos investidores para outros países com maior capacidade de decisão”, assinalou Luís Gomes. “Se atualmente a revisão de um Plano Diretor Municipal (PDM) demora, em média, 6 a 7 anos, como poderemos convencer qualquer investidor a fixar-se

em Portugal, ainda que os recursos endógenos possam ser os melhores?”, questionou o autarca em sessão da ECOS no Comité das Regiões da UE. Para Luís Gomes, a solução passa por dotar os organismos locais e regionais com maior autonomia de gestão em matéria de ordenamento do território, desburocratizando procedimentos e diminuindo os tempos de resposta na apreciação de projetos. “Se as autarquias e os organismos regionais lidam diariamente com os problemas territoriais, é logico que se crie regulamentação que possa reforçar o seu papel nos processos de decisão e licenciamento, promovendo desta forma o pleno conceito de descentralização de competências”, afirma o presidente da Câmara Municipal de VRSA. Por esta razão, Luís Gomes apresentou um pacote de alterações ao projeto de parecer da Comissão Política Econó-

Defesa feita no Comité das Regiões mica e Social (ECOS) relativo à política industrial, onde propõe que a Comissão “aumente as avaliações comparativas dos desempenhos regionais e locais” e veja os órgãos do poder local e regionais como «parceiros cruciais» na inovação industrial. No elenco de propostas apresentadas por Luís Gomes é também sugerido que

os Estados-Membros adotem políticas e reformas estruturais em matéria de ordenamento do território que permitam responder - em tempo útil - à localização de áreas empresariais e não criem obstáculos que inviabilizem a sua implementação. Por outro lado, é recomendada a necessidade de evitar alterações frequentes na legislação em vigor, criando, em sentido inverso, mecanismos que visem a facilitação e o apoio ao investimento empresarial. Na fundamentação, o representante de Portugal no Comité das Regiões sugere ainda que as estratégias de inovação devem ter em consideração as potencialidades locais e defende a aposta na modernização das indústrias tradicionais da UE - sobretudo aquelas cuja competitividade foi afetada pelos custos da mão-de-obra - e em relação às quais existe um know-how que pode ser capitalizado.

PSD VRSA recolhe contributos para o futuro do concelho em todas as Assembleias de Freguesia A Comissão Política de Secção do PSD de Vila Real de Santo António iniciou um conjunto de jornadas partidárias para debater quais as melhores ideias para o futuro do concelho e recolher um conjunto de contributos para o orçamento municipal de 2015. As reuniões de trabalho estão a decorrer nas três freguesias do município (VRSA, Monte Gordo e Vila Nova de Cacela) e juntam, nesta primeira fase, os membros eleitos pelo PSD para as Assembleias de Freguesia. Para Pedro Pires, presidente da Comissão Política de Secção do PSD de Vila Real de Santo António, “a

iniciativa, inédita no concelho, está a contar com forte adesão de todos os militantes, simpatizantes socialdemocratas e pessoas independentes, tendo como objetivo debater não só os problemas de cada freguesia, mas também decidir, em conjunto, quais as melhores soluções e prioridades para cada localidade”. “Por outro lado, estamos a inventariar quais as necessidades ou obras mais importantes para cada uma das freguesias para que assim possamos construir, em 2015, um verdadeiro orçamento participativo”, nota Pedro Pires. Depois da primeira sessão, reali-

zada em Cacela, que contou com a presença de todos os membros eleitos localmente, a iniciativa prossegue, esta segunda-feira, em Monte Gordo. Em VRSA, a reunião terá lugar no início de Outubro, estando depois em agenda uma sessão alargada com os todos os candidatos da lista social-democrata à Assembleia Municipal. Depois de concluídas as jornadas, as sugestões serão apresentadas ao executivo da autarquia vila-realense que procurará integrar as melhores soluções na proposta de orçamento municipal para 2015 e, à semelhança deste ano, lançar um conjunto de

intervenções extensíveis a todas as freguesias como é o caso da rede intermunicipal de saúde «Cuidar» ou das obras de saneamento e abastecimento de água em curso em todo o concelho. Com esta iniciativa, o PSD de VRSA compromete-se, “de forma inequívoca, com a defesa dos interesses da população e do concelho de Vila Real de Santo António, dando jus ao apoio maioritário reiteradamente recebido do nosso povo. E continuaremos a fazer tudo para jamais desiludir quem, confiadamente e sem relutância, nos apoia diariamente”.

NO ALGARVE

BIENAL DE TURISMO DA NATUREZA – Com o objetivo de mostrar o que de melhor tem o Algarve no Turismo de Natureza, realizou-se em Aljezur, no final de Setembro, a “Bienal de Turismo de Natureza do Algarve”. Trata-se de um tipo de turismo cada vez mais procurado dentro da União Europeia, com circuitos que muitas vezes nada tem a ver com a presença de quem vem desfrutar o segmento do sol e do mar e tem potencialidades para se realizar ao longo de todo o ano. A presença da Odiana nesta Bienal, certamente nos trará um caudal de informação necessário a esclarecer melhor os nossos leitores sobre esta potencialidade turística. ATINGIDA A QUOTA DE PESCA DA SARDINHA A frota da sardinha esteve parada em todo o Algarve, em protesto contra o novo modelo de venda em lota. Agora e temporariamente mesmo que queira sair não o poderá fazer devido ao facto de Portugal e Espanha terem esgotado as quotas de captura acordadas no âmbito da União Europeia. Quando for possível retomar a atividade se verá como fica o problema que levou ao protesto dos armadores motivado pelo facto de a Docapesca ter alterado o sistema de venda da sardinha «ao quilo» para o qual os armadores dizem não estar preparados. Na pesca de cerco é capturada a sardinhas junto com carapau e outros peixes. Até agora o peixe era, por estimativa da quantidade relativa de cada espécie, vendido à dorna e não ao quilo o que implica o trabalho da separação. No Norte já fazem a escolha à mão, mas os armadores algarvios dizem que necessitam de tempo para se adaptar. A Docapesca, empresa pública, é atualmente a responsável pelas lotas de Portugal. BATATA-DOCE CHINESA E ESPANHOLA – Manuel Marreiros, presidente da Associação de Produtores da Bata-Doce de Aljezur revelou, em entrevista ao semanário Barlavento que se está a vender este tubérculo produzido em Espanha e na China. Trata-se de uma variedade com boa apresentação que pode ser confundida com a algarvia. Manuel Marreiros diz ter a certeza que a vendem nos mercados como se tratasse da genuína batata-doce de Aljezur.

José Cruz


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DESENVOLVI ME N TO

Baixo Guadiana “expôs” o seu Património Natural na Bienal de Natureza de Aljezur

Castro Marim acolheu Jornadas do Património Abaluartado A iniciativa decorreu na Biblioteca Municipal de Castro Marim, nos dias 26 e 27 de setembro e contou com a participação de conferencistas portugueses e espanhóis, tendo sido enriquecida com duas visitas guiadas pelo património do Baixo Guadiana. As Jornadas sobre Valorização do Património Abaluartado da Raia Transfronteiriça são uma iniciativa impulsionada pelo grupo “Fortificaciones Abaluartadas de la Raya a Patrimonio Mundial” e pela Revista “O Pelourinho” (Boletín de Relaciones Transfronterizas de la Jornadas do Património contaram com visitas guiadas Diputación de Badajoz). Depois das edições realizadas em Edição, na Raia Transfronteiriça Badajoz e em Castelo de Vide, mais a sul, no âmbito das ativida- assinalando também as Jornadas foi proposta a a realização da 3.ª des da Eurocidade do Guadiana, Europeias do Património 2014.

Castro Marim Golfe & Country Club inaugurou aldeamento turístico de luxo

O Baixo Guadiana promoveu -se na Bienal de Turismo da Natureza que teve lugar entre 26 e 28 de Setembro em Aljezur O Baixo Guadiana promoveu -se na Bienal de Turismo da Natureza que teve lugar entre 26 e 28 de Setembro em Aljezur. A Associação Odiana levou o território até à Costa Vicentina de modo a potencializar as suas riquezas naturais, tradições e história. O Rio Guadiana, grande elo de ligação do território, é uma das marcas incontornáveis do Baixo Guadiana ao nível do turismo de natureza, mas não só. Entre as novidades para a BTN constou a nova brochura promocional dos percursos pedestres do território que se prolongam por 135 km. A marcar presença nesta feira esteve o Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, que assegurou um acautelamento das zonas de menor densidade, privilegiando medidas de apoio para as mesmas. Um discurso que motivou os agentes atuantes nessas zonas que lutam diariamente contra a interioridade, desertificação e despovoamento.

Rio Guadiana cataliza potencialidades “O rio Guadiana é o elemento natural que une todo o Baixo Guadiana e um dos melhores exemplos de beleza natural do território, um perfeito exemplo de turismo da natureza que encerra em si um manancial de oportunidades e potencialidades aliados ao turismo, desporto, cultura e lazer”. Em vários comunicados à imprensa, a associação Odiana, que trabalha para o desenvolvimento de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António, realçou as várias áreas em que as potencialidades do Guadiana podem atingir. Na Bienal, que já decorreu, e ao longo do ano inteiro, a Odiana apela a uma visita ao Rio Guadiana, ao Parque Natural da Ria Formosa, à Reserva Natural do Sapal de Castro Marim, às matas, aos caminhos, às aldeias e às ribeiras, descobrindo a avifauna e a flora, as gentes, o artesanato e as melhores iguarias.

Decorreu a 26 de Setembro a inauguração do aldeamento turístico «The Village», um investimento do Castro Marim & Country Club de cerca de 18 milhões de euros. No mesmo dia foi também inaugurada a remodelação/ ampliação do seu Club House. Resultante de um investimento que ronda os 18 milhões de euros, o “The Village” é um aldeamento turístico de 4 estrelas, com 61 moradias, de 2 e 3 quartos. Todas as habitações possuem pequenos pátios e áreas de jardim e equipamentos de qualidade, nomeadamente, televisores, ar condicionado, wi-fi, casas de banho e com aquecimento por chão radiante, entre outras facilidades. As obras de remodelação e ampliação do Club House, cuja maior alteração foi a ampliação da sala de eventos, agora com capacidade para 350 pessoas, representaram um investimento de cerca de 1 milhão de euros.

Investimento rondou os 18 milhões de euros “Nos últimos 4 anos, desde que nos comprometemos com este projeto, investimos mais de 20 milhões de euros. Temos 82 funcionários e 90% estão efetivos. Tivemos a coragem de investir quando a tendência e a regra era precisamente a inversa e passámos de um mero campo de golfe para agora sermos um empreendimento com oferta diversificada”, destacou Ricardo Cipriano, diretor-geral do

Castro Marim Golfe, adiantando que estão já a trabalhar, em colaboração com a autarquia de Castro Marim, na ampliação do empreendimento para os próximos 10 anos. “Este é um investimento sério, feito por pessoas sérias, que só dignifica e prestigia o concelho de Castro Marim”, salientou no final da cerimónia o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral.

Um novo tipo de motor Benjamin Franklin e vários outros cientistas descreveram os princípios de funcionamento e construíram protótipos de motores elétricos baseados em forças eletrostáticas nos séculos XVIII e IX. Porém, até agora, ninguém havia conseguido levar o conceito à prática. O engenheiro Dan Ludois, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, conseguiu tornar prático este conceito de motor elétrico, perseguido há séculos. A principal vantagem é a possibilidade de movimentar coisas sem contato, com potencial para se construírem motores mais baratos, mais leves e com menor desgaste. Nos motores elétricos tradicionais, a eletricidade é convertida em movimento mecânico giratório através do magnetismo. No motor eletrostático, os campos elétricos são convertidos diretamente nesse tipo de movimento. A carga acumula-se na superfície dos pratos. Manipulando a carga, converter-se a eletricidade em movimento rotativo ou transfere-se a potência elétrica de um conjunto de pratos para outro.

Foi justamente isso que Dan Ludois conseguiu fazer. A inovação foi possível graças à inclusão de um controle eletrónico preciso das altas tensões e da alta frequência do campo elétrico e às recentes descobertas no campo da mecânica dos fluidos. Os pratos são separados por uma distância equivalente à espessura de um fio de cabelo, e assim são mantidos durante o funcionamento do motor por um colchão de ar, semelhante ao que evita que a cabeça de leitura de um disco rígido toque a superfície dos pratos e destrua o disco. Como motores elétricos e geradores de eletricidade são essencialmente imagens espelhadas uns dos outros, o motor eletrostático também poderá ser usado como gerador em turbinas eólicas, por exemplo. O engenheiro Dan Ludois já fundou uma empresa, a C-Motive Tecnologies, para comercializar seu motor que é também gerador.

José Cruz


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Zíngaros brilhou em VRSA A Associação Cultural de Dança Espanhola realizou a 6 de Setembr na Praça Marques de Pombal, o espetáculo «Zingaros». Gracia Diaz a mentora deste projeto recriou o ambiente de um acampamento cigano, numa sequencia de coreografias de dança sempre na linha do Flamenco e das alegres sevilhanas. A produção inseriu-se nas festas em honra de Nossa Senhora da Encarnação.

DR Sergio Sciammarella

O espetaculo foi aclamado pelas centenas de pessoas na Praça Marquês de Pombal

por Pedro Prostes da Fonseca

Arte urbana invade, assim, Casa do Sal de Castro Marim ral de Castro Marim, quis deixar a sua marca na terra que o viu nascer com esta pintura mural. No futuro, quer desenvolver a sua capacidade criativa, dominar novas técnicas na área da pintura e desenho e sonha vir a trabalhar como artista plástico ou criativo de videojogos, animação e ilustração”, explica autarquia em comunicado. Recorde-se que também na Casa do Sal contínua patente ao público a exposição de fotografia e pintura da autoria de Carlos Luz, intitulada “A Volúpia da Esteva”, na qual podem ser vistas mais de uma dezena de fotografias que retratam a estética e a sensualidade do corpo, através das raízes desta planta arbustiva com grande predominância no nordeste algarvio.

Acordeonista algarvio vice-campeão em Concurso Mundial de Acordeão João Filipe Guerreiro vice-campeão, na competição «Premio Internazionale della Fisarmonica Cittá di Castelfidardo». O acordeonista algarvio aluno do prestigiado professor Hermenegildo Guerreiro, no passado dia 19 de Setembro conquistou o 2º lugar na categoria Sénior «Varieté», num dos concursos internacionais de acordeão de maior prestigio a nível mundial que decorreu na cidade de Castelfidardo em Itália. Concurso que contou com largas dezenas de concorrentes de diversas nacionalidades (China, Rússia, Finlândia, França, Espa-

nha, Brasil,…) distribuídos por diferentes categorias a concurso. Portugal volta a ter um acordeonista no pódio desta competição depois de em 2002, João Frade (também então aluno de Hermenegildo Guerreiro) ter alcançado a vitória em tão distinto prémio. A participação de João Filipe Guerreiro contou com o apoio da Mito Algarvio – Associação de Acordeonistas do Algarve sediada no Concelho de Castro Marim, que desta forma continua a dar passos firmes na dignificação e promoção do instrumento acordeão.

por Carlos Brito

A PORTA PARA A LIBERDADE

Graffitis valorizam Casa do Sal de Castro Marim Inaugurada no passado dia 24 de junho, a «Casa do Sal» de Castro Marim, espaço vivo da memória do Sal, que apoia e divulga os «Artistas de Cá», apresenta desde 12 de setembro uma pintura mural dedicada à atividade salineira e que pode ser visitada de terça a sábado das 10 às 13 e das 14 às 18 horas. “Numa expressão artística surpreendente, Abel Justo Viegas, um jovem estudante de Belas Artes na Universidade Complutense de Madrid, encontrou nas paredes da Casa do Sal de Castro Marim a tela para uma pintura mural onde através dos graffitis presta tributo aos homens do sal”, anunciou a autarquia em comunicado. Bastaram três dias e algumas dezenas de latas de spray para que este graffer castromarinense desse uma dimensão espacial e com estética urbana a alguns dos homens que são parte integrante da história e da revitalização do sal tradicional desta terra. “Com 20 anos de idade e um talento admirável, Abel Justo Viegas, natu-

LIVROS

Dr fotonisi Castelfidardo

O autor explica, em Nota no final do livro, que o seu propósito ao escrever A Porta Aberta para a Liberdade foi a «reconstrução do percurso de José Augusto Jorge Alves – o GNR que ajudou Álvaro Cunhal a escapar de Peniche a 3 de Janeiro de 1960 - e da sua família.» Concluída a minha leitura, faço questão de dizer que, a meu ver, o propósito foi plenamente atingido e que, de caminho, foi escrita a história mais completa sobre a fuga Peniche e o seu enquadramento político e histórico. A maior novidade do livro é, sem dúvida, a pessoa de José Augusto Jorge Alves que emerge da investigação de Prostes da Fonseca. Para isso segue-lhe a vida, ano após ano, antes e depois da fuga. O objectivo é compreender como é que um soldado da GNR, a mais militarizada das forças repressivas da ditadura fascista, ousa e arrisca dar a fuga a Álvaro Cunhal e a mais nove destacados dirigentes comunistas. A sua história significativa começa pela entrada, saída e nova entrada na GNR, que é logo reveladora de um espírito rebelde, instável e de baixo perfil militar, que nunca mereceu total confiança dos superiores. Passa pelo interesse com que acompanha a candidatura de Humberto Delgado e a simpatia que, contra todas as regras, manifesta aos presos políticos. Culmina no suicídio na Roménia, dominado pelo álcool, isolado e incapaz de se adaptar à vida no estrangeiro. O autor rejeita as referências que são feitas a este singular GNR, em artigos de jornal e autobiografias políticas, que o descrevem como «homem alcoólico e com pouco ou nenhum pensamento político.» Conclui, com fundamento na sua investigação, que o alcoolismo só se manifestou no exílio e acrescenta: «Jorge Alves tinha aversão a Salazar.» «Dizia à mulher que não seria ainda na geração deles, mas que os filhos já iriam ter a possibilidade de viver num país livre.» «Era interessado por livros, dado a boas acções e pretendia mudar de vida por estar farto da GNR.» A Porta Aberta para a Liberdade conta igualmente a repressão movida pela PIDE à família de Jorge Alves, depois da fuga, e a reviravolta dramática que esta provocou na vida dos seus membros. Finalmente, também a história da Fuga de Peniche surge depurada de lendas e fantasias e fica devolvida aos factos e ao papel realmente representado por cada um dos protagonistas. Desta forma lhe é conferida, por Prostes da Fonseca, a maior relevância no percurso de Álvaro Cunhal e do PCP e na luta do povo português pela liberdade e a democracia. (Publicado edições)

Jovem foi ao pódio num dos concursos de acordeão com maior prestígio mundial

por

«Matéria-Prima,

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico


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CULTURA & AGENDA

Serões de Acordeão voltam a animar Castro Marim Os Serões de Acordeão, com os sons da música do grupo “Mato Bravo”, estão de volta ao concelho de Castro Marim, depois de uma curta interrupção durante a época estival. Até ao final de novembro, os “Mato Bravo” levam às gentes de Castro Marim as “modas” de outros tempos, convidando a todos ao contributo e a um alegre pé de dança nestes serões mais frios. Preservar a cultura e o património do concelho, quebrando o isolamento das zonas do interior através da promoção do convívio, é o principal objetivo desta iniciativa, agora promovida pela Câmara Municipal

“Encontros com o Acordeão” na Casa de Odeleite Com o objetivo de preservar e reavivar as tradições do território, nomeadamente a musicalidade do acordeão, a Empresa Municipal NovBaesuris e a Câmara Municipal de Castro Marim promovem, no próximo dia 3 de outubro, pelas 21h00, na Casa de Odeleite, “Encontros com o Acordeão”, animado pelos acordeonistas Sérgio Conceição e João Pereira. O evento acontece naquela que já foi, no início do século passado, um dos mais importantes entrepostos comerciais da região e a casa mais rica da freguesia e que é agora um espaço de exposição e documentação com arquivo gastronómico e loja de produtos regionais, a Casa de Odeleite. Espaço cultural por excelência no concelho de Castro Marim, a Casa de Odeleite recria o ambiente de cada uma das suas divisões, desde a adega à casa do forno, passando pela sala de costura e quartos dos proprietários. Outro espaço nobre é o pátio exterior, agora utilizado como bar/esplanada e zona de eventos. O objetivo desta iniciativa passa também pela dinamização do espaço da Casa de Odeleite, apresentada e aberta ao público em 2012, depois de ser totalmente remodelada, numa obra levada a cabo pela Câmara Municipal de Castro Marim.

de Castro Marim mas cuja organização, no próximo ano, será entregue às populações locais. A organização destes serões tem tido uma ótima aceitação no concelho, reunindo cada vez mais participantes, que mencionam o convívio e o exercício físico que acabam por praticar como as principais motivações. É intenção do município, para o próximo ano, criar um clube de fãs de “bailes de acordeão” e atribuir a iniciativa destes convívios musicais às populações locais, que solicitarão, junto da câmara, o apoio para a realização dos mesmos.

Calendarização: Horário: 21h30 27 de Setembro – Furnazinhas 04 de Outubro – Monte Francisco 11 de Outubro – Quebradas 18 de Outubro – Alta Mora 25 de Outubro – Junqueira 08 de Novembro – Vale do Pereiro 15 de Novembro – Funchosa de Cima 22 de Novembro – Rio Seco

São muitos os que aderem a esta iniciativa em Castro Marim

AGENDA Alcoutim

outubro a maio - Pavilhão José Rosa Pereira - Martinlongo

Mercado do Pereiro 26 de Outubro (domingo) Largo da Igreja - Pereiro

Castro Marim

Comemorações do Dia do Idoso 01 de Outubro Lar e Centro de Dia de Balurcos 14h00

01 | Dia Mundial do Idoso Casa do Sal – Castro Marim - 17h00

Tributo ao poeta 18 de outubro Apresentação e promoção da escrita e da leitura em forma de poesia. Sede da Associação (Antiga Escola Primária) - Farelos - 16h00 Guadiana International Music Festival 24, 25 e 26 de outubro Praia Fluvial de Alcoutim Noite de Fados 25 de outubro Salão da Junta de Freguesia de Martim Longo - 22h00 Prova de Masters nacional na modalidade de Petanca 19 de outubro Marcha corrida 26 Outubro - Martinlongo 9km ou 4km - inicio às 10h00 junto ao polidesportivo dos Inter-vivos

03| Encontros com o Acordeão Casa de Odeleite – Odeleite 21h00 04| Serões de Acordeão com “Mato Bravo” - Monte Francisco 21h30 11| Dia Nacional dos Castelos | À Conquista da Praça de Castro Marim - Revelim de Santo António 10h00 12 I Sessão de Fado solidária da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim com Associação de Fado do Algarve Casa do Sal - 18h 18| Serões de Acordeão com “Mato Bravo” Alta Mora - 21h30 26| Marcha Passeio Monte Francisco – Sede do Campesino RFC - 10h00 26| Mercadinho da Aldeia Casa de Odeleite - 10h00

POR CÁ ACONTECE

do engenheiro militar José de Sande Vasconcelos», com o orador Tenente-Coronel Manuel Rato - 24 outubro / 18h00 Arquivo H. M. António Rosa Mendes Entre Arquivos «Uma tarefa urgente: salvar arquivos de empresa», por José Manuel Lopes Cordeiro - 25 outubro 15h00 / Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes Exposição «Um outro lugar», de José Carlos Barros 1 > 31 outubro - segunda a sexta - 9h15 > 19h45 | sábado - 14h00 > 19h45 / Biblioteca Municipal Vicente Campinas Apresentação do livro «Xá de Luís na circunstância», de José Estêvão Cruz 2 outubro - 18h00 / Biblioteca Municipal Vicente Campinas| VRSA Apresentação do livro «Coaching para pais», de Cristina Valente 16 outubro - 18h00 / Biblioteca Municipal Vicente Campinas Apresentação do livro «O viandante das palavras», de Manuel Neto dos Santos - 21 outubro - 18h00 / Biblioteca Municipal Vicente Campinas

29 de outubro - Idoso Ativo Campo de futebol municipal – Alcoutim - a partir das 10h00

VRSA

Tertúlia no Baixo Guadiana Eurocidade do Guadiana 24 outubro - 17h30 / Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Campeonato distrital de futsal – Benjamins e Juniores masculinos

Arquivo entre histórias «Património cartográfico algarvio, legado

Academia de Artes Marciais do Guadiana / XXXV Aniversário da ADJA, competições para Benjamins,

Comemorar a República A Liga dos Amigos do Mestre Manuel Cabanas promove a realização de uma Sessão Comemorativa no Aniversário da implantação da República no Auditório da Biblioteca Municipal António Vicente Campinas em Vila Real de Santo António, às 10h do próximo dia 5 de Outubro de 2014, com o seguinte Programa: Às 10 horas- concerto de piano por Fernando Pessanha; Às 10:30 – 1.ª Conferência sobre a problemática da República por Carlos Brito Às 11:00 – 2.ª Conferência sobre a problemática da República por José Fontão

Infantis, Iniciados, Juvenis, Cadetes, Juniores e Seniores. 4 outubro - 13h00 > 20h00 Pavilhão Municipal | Complexo Desportivo VRSA Torneio Social de Ténis Regresso às aulas - Todos os escalões, femininos e masculinos / 11 e 12 outubro 9h00 > 19h00 - Clube de Ténis | Complexo Desportivo VRSA Feira da Praia 10 > 15 de outubro - 10h00 > 1h00 Av. da República / Praça Marquês de Pombal| VRSA Feira de Velharias e Numismática 11 outubro - 8h00 > 20h00 Praça Marquês de Pombal | VRSA Mercado de Trocas 26 outubro - 14h30 > 17h30 Cacela Velha Contado ninguém acredita Comédia de portas da companhia II Acto 3 outubro - 21h30 Centro Cultural António Aleixo | VRSA Euro Birdwatch 2014 5 outubro - 8h00 > 12h00 Cacela Velha | Ria Formosa Comemorar a República Sessão Comemorativa no Aniversário da implantação da República 5 outubro Centro Cultural António Aleixo | VRSA


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Grupo de Teatro do C.C.D. de Castro Marim estreia-se com casa cheia A ante-estreia anteviu, precisamente, a afluência da estreia. Foram dois dias de apresentação aclamada do novo grupo de teatro de Castro Marim. A 19 de Setembro teve lugar a primeira apresentação numa ante-estreia repleta de público. O êxito foi tal que motivou inúmeras conversas, sobretudo, na vila de Castro Marim que acolheu o espetáculo «Quem tem farelos?», uma farsa de Gil Vicente. O Grupo de Teatro é do Centro de Cultura e Desporto (CCD) da câmara municipal de Castro Marim e conta com 20 membros das mais variadas idades. Irene Brandão é a jovem protagonista cuja personagem mostra uma donzela que à época de Gil Vicente eram muito arrebitada, mas cuja mãe estava constantemente a colocar um freio. Satisfeita com esta estreia a atriz amadora promete continuar afincadamente no grupo. Por seu lado o nobre que em decadência insistiu na corte à donzela, interpretado por Carlos Correia, marcou momentos hilariantes apoiado por todo um grupo muito bem encenado. Por sua vez, o encenador Francisco Braz mostrava-se “muito satisfeito tanto com a prestação dos seus atores como a adesão do público. “Está a ser muito aliciante encenar este grupo”, disse o responsável ao JBG na noite da ante-estreia.

O Gr.60 dos Escoteiros de Vila Real de Santo António – 88 anos de História, orgulho e prestígio

Os dois protagonistas numa farsa de Gil Vicente que animou o auditório

Festa poética regressou às ruas de Cacela Velha As ruas da vila histórica de Cacela Velha voltaram a encher-se de poesia, a 14 de setembro, com mais uma edição da «Poesia na Rua». Durante todo o dia, os recantos desta localidade - onde todas as ruas possuem topónimos dedicados a poetas que escreveram sobre Cacela ou ali viveram – ofereceram aos visitantes sessões de poesia, conversas, apresentações de antologias e documentários, homenagens e um mercado de rua com livros e produtos locais. O evento teve como ponto de partida a herança poética de Ibn Darraj al-Qastalli, natural de Cacela, onde nasceu em 958, bem como de outros poetas que se inspiraram em Cacela Velha, como são os casos de Abû al-‘Abdarî, Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade, Teresa Rita Lopes ou Adolfo C. Gago. Nesta festa houve muitas obras para

ler e consultar diante do magnífico cenário natural de Cacela Velha, bem como um «estendal de poesia» onde cada visitante será convidado a deixar o seu poema ou levar consigo aquele que mais gostar. O programa começou às 10h, com atividades para os mais novos, onde se destaca a caça ao poema, uma oficina criativa, jogos poéticos e uma sessão de hora do conto. A tarde foi dedicada à apresentação da antologia de poesia «Alquimia del Fuego», por Santiago Aguaded Lendero, e contempla uma exposição e conversa com Jorge e Pedro Jubilot. Às 16h30 decorreu a sessão «Vozes das duas Margens», pelos poetas do Guadiana. Um dos momentos altos da tarde foi a homenagem a António Rosa Mendes, às 17h15. Natural de VRSA, Rosa Mendes foi um professor emérito,

Este é um certame que já move naturalmente as pessoas amantes da poesia e dos encontros respeitado e admirado por alunos e colegas e por toda a comunidade das suas relações, tendo contribuído para impulsionar a investigação científica em torno da História do Algarve. Pelas 18h30 houve tempo para percursos poéticos em Cacela onde foi exibido o documentário «Sophia de Mello Breyner Andresen», de João César Monteiro. À noite, pelas 21h30, prosseguiu a Festa da Poesia com poemas ao ritual da Igrejinha, onde cada participante pode declamar poesia. A sessão contou com a presença dos Funkarmonica.

Casa dos Condes acolhe a exposição «Los Nuevos Caminos» A Casa dos Condes, em Alcoutim, recebe entre os dias 5 de setembro e 31 de outubro a exposição «Los Nuevos Caminos», do pintor argentino Pedro Solá. Após cinco anos, desde a sua última exposição em Portugal, Pedro Solá regressa finalmente a terras alcoutenejas, lugar escolhido para a sua residência em Portugal, para expor a sua nova fase de pintura. Intitulada de F.R.E.I.R, Fusión Rara de Estímulos Incomprensiblemente Recreativos, esta consiste numa fusão de elementos, técnicas, materiais, texturas e cores que, segundo o autor, resultam «numa abordagem diferente da obra». Natural de Buenos Aires, Pedro Solá herdou da sua mãe e dos seus avós o gosto pelas artes. Concentra no seu espólio a pintura, o desenho, a escultura e a cerâmica. Conhecido por ser um artista muito versátil e diversificado,

COLUNA CULTURAL

C ULTUR A

considera que a sua nova fase de criação tem como mote a mudança, «durante o tempo que levamos a chegar até aqui, mudamos, transformamo-nos e o pensamento já não é o mesmo, o mundo é outro», refere o artista. Projetar a arte pura, a arte na sua verdadeira essência, é o objetivo de Solá que, neste conjunto de quadros, afasta a tradicional representação clássica e aposta no uso de materiais diferentes, conferindo-lhes assim, uma utilização lúdica e inovadora. A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 08h30 às 13h00, e das 14h00 às 16h30, na Casa dos Condes, em Alcoutim. A entrada é totalmente gratuita.

O Grupo 60 da AEP (Associação dos Escoteiros de Portugal) de Vila Real de Santo António é a mais antiga associação juvenil de todo o Baixo Guadiana. Nascido em 26 de Junho de 1926, conta já com 88 anos de História. Mas quem são os escoteiros? E quais as suas origens no nosso país? Os Escoteiros de Portugal são uma associação educativa, para jovens, de reconhecida utilidade pública e sem fins lucrativos. São os fundadores do escotismo em Portugal e a mais antiga organização juvenil portuguesa, representando o escotismo multiétnico e interconfessional (sem restrições religiosas), respeitando, assim, os princípios de tolerância, respeito e solidariedade difundidos pelo fundador do movimento, o Tenente-General Robert Baden-Powell. A Associação dos Escoteiros de Portugal foi fundada em 6 de Setembro de 1913, depois de o Tenente Álvaro de Mello Machado ter encetado uma primeira experiência no ano de 1911, em Macau. Desde então que a AEP veio a ser distinguida com um conjunto de condecorações, que culminou com a atribuição da Ordem de Mérito de Instrução Pública em 2013, ano em que a AEP completou 100 anos de História em Portugal. O escotismo chegou ao Baixo Guadiana no dia 4 de Abril de 1925, data em que se deu início à formação do Grupo 60 de Vila Real de Santo António. Posteriormente, em 26 de Junho de 1926, o grupo foi oficialmente inaugurado. Desde então que um sem número de jovens cresceram ao abrigo dos princípios da fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina; os princípios pelos quais se rege a Associação dos Escoteiros de Portugal e o Grupo 60 de VRSA. De facto, foi neste grupo de Escoteiros que cresceram largas centenas de jovens que se vieram a tornar distintos cidadãos vila-realenses: militares, professores, bombeiros, escritores, juristas, médicos, etc… De entre estas figuras destacamse, desde logo, figuras como José Pereira, M. Tacão Monteiro ou ainda o escritor e poeta Vicente Campinas. Aliás, foi sob a chefia deste último que os Escoteiros da cidade pombalina constituíram a primeira biblioteca pública de Vila Real de Santo António, inaugurada no dia 4 de Abril de 1946 - dia do 21º aniversário do Grupo 60 - numa cerimónia onde estiveram presentes o grupo de escoteiros e as autoridades oficiais. Afirmava BadenPowell que “a finalidade do Escotismo é pegar no carácter do rapaz, (…) forjá-lo devidamente e promover e desenvolver a sua individualidade, de modo que o rapaz se eduque a si mesmo para se tornar homem recto e cidadão prestável para a sua pátria”. É nesse sentido que o Grupo 60 de VRSA tem vindo a trabalhar ao longo dos tempos e a prova do seu sucesso são os seus 88 anos de História… “Sempre Pronto”! Fernando Pessanha Historiador

Galeria da Casa dos Condes mantém dinâmica bem acesa na cultura

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2014

CULTURA

“Xá e Luís na circunstância” Um romance que não deixa o leitor indiferente

Pedro Oliveira Tavares

Quais são as tuas palavras essenciais? As que restam depois de toda a tua agitação e projetos e realizações. As que esperam que tudo se cale para elas se ouvirem. As que talvez ignores por nunca as teres pensado. (Vergílio Ferreira) O mais recente romance de José Estêvão Cruz, “Xá e Luís na circunstância”, não deixa o leitor indiferente. Muito pelo contrário! O leitor entrega-se à leitura, usufruindo da narrativa que o transporta, de corpo e alma, para o final dos anos sessenta / primeiros anos da década de setenta (ainda antes do 25 de abril) e para o desenvolvimento de ações verdadeiramente apaixonantes de amor e de desamor, de amizade e de cumplicidade, de sensualidade e de solidão, de tristeza e de alegria, de sofrimento e de respeito pela individualidade de cada um: enfim, a complexidade do ser humano, que tanto nos seduz e que tanto nos faz pensar. A sociedade dos nossos dias é, em si mesma, pelas circunstâncias de dinâmicas velozes e inesperadas, potenciadora de rápidas mudanças. Esta metamorfose social sente-se em diferentes palcos, sendo as relações interpessoais um dos campos onde primeiramente se observam estas mesmas mudanças. É verdade que desde os anos setenta muita coisa mudou. No entanto, como sabemos, a

complexidade humana é intemporal! A capacidade analítica que José Estêvão Cruz possui acerca do ser humano é um dos grandes segredos da qualidade deste romance. Para além da belíssima capa; esta relação entre o leitor e o livro de José Estêvão Cruz, começa, desde logo, no título “Xá e Luís na circunstância”: Xá é a principal personagem feminina da obra; Luís a personagem central; e a referência às circunstâncias em que a narrativa se desenvolve leva-nos ao itinerário do filósofo espanhol Ortega y Gasset “eu sou eu e a minha circunstância, se não a salvo não me salvo a mim” ou “quem renuncia a ser aquilo que devia ser já se matou em vida”; é a partir da circunstância que comunicamos com o mundo num cordão umbilical que nos liga ao universo. E, para abrir o apetite do leitor, deixam-se aqui muitas das circunstâncias deste extraordinário romance: amor e desamor & encontros e desencontros (já supracitados), a diversidade de espaços (nomeadamente, a presença de vários locais do Algarve em dualidade com

Lisboa), as mudanças estruturais que se começavam a vislumbrar no início dos anos setenta (planeamento familiar, um outro olhar sobre a sexualidade, a força da música, televisão e publicidade, a construção de um Algarve virado para

o turismo, a transformação de Lisboa num centro cosmopolita por excelência, a posição dos jovens perante a guerra colonial, a necessidade de partilhar casa e de saber, ao mesmo tempo, respeitar a individualidade do outro) e a riqueza dos

diálogos que dão uma dinâmica muito interessante à ação e abrem a porta à complexidade do ser humano e a um excelente desenho escrito de uma época muito importante da nossa história. Vejamos, por momentos, por palavras nossas, como tudo começa: na gare do metropolitano, segurava uma flor, protegi-a da maré humana… não sabia a espécie, podia ser uma dália, uma orquídea, uma flor que, com as suas cores, fazia a bandeira… Toda a obra funciona como uma flor humana que envolve o leitor. Atente-se na flor que embeleza a capa! Depois, seguem-se as “circunstâncias” de um livro que não deixará o leitor indiferente! Na sequência deste pensamento, terminamos com as palavras do narrador de “As três vidas”, romance de João Tordo: “reli quase todas as obras (…), fui escolhendo outros autores que desconhecia. Gostei de alguns livros e de outros não; alguns aborreceram-me e outros deixaram-me encantado; mas nenhum deles me deixou indiferente. Ainda hoje não sei o que penso da literatura (…). Creio que serve o seu propósito de maneiras diferentes para pessoas diferentes.”. Com este livro, “Xá e Luís na circunstância” o leitor não vai aborrecer-se, pensamos, mesmo, que vai gostar muito de o conhecer. Certamente, não vai ficar indiferente!

NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do art.º 100.º, número 1, do Código do Notariado, faço saber que no dia vinte e nove de Setembro de dois mil e catorze, a folhas cento e dezasseis, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e dois – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação, na qual: JOSÉ ESTÊVÃO, NIF 154.718.262 e mulher MARIA FELÁVIA DORES FILIPE, NIF 146.665.660, ambos naturais da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Arrizada, Caixa Postal 295, Martim Longo, Alcoutim, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios, todos sitos na freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, a saber: VERBA UM: Rústico, composto por amendoeiras e cultura arvense de sequeiro, com a área de cento e vinte metros quadrados, sito em Pescada, inscrito na matriz sob o artigo 32 da secção 125, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 32,67 €, a confrontar do norte com Maria José Iria Gonçalves, do sul e poente com Vitor Fernandes e do nascente com Almerinda Fernandes Pereira. VERBA DOIS: Rústico, composto por cultura arvense de sequeiro e figueiras, com área de quatrocentos metros quadrados, sito em Pescada, inscrito na matriz sob o artigo 38 da secção 124, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 108,24 €, a confrontar do norte e nascente com Herdeiros de António João, do sul com José Fernandes Dias e do Poente com Herdeiros de Maria Bárbora Silvestre. VERBA TRÊS: Rústico, composto por cultura arvense de sequeiro, com a área de cento e vinte metros quadrados, sito em Caminho da Arrizada, inscrito na matriz sob o artigo 39 da Secção 132, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 4,58 €, a confrontar do norte com Herdeiros de António Apolinário Cardeira, do sul com Vitorino José, do nascente com José Fernandes Dias e do poente com Agostinho Fernandes Pereira. VERBA QUATRO: Rústico, composto por cultura arvense, figueiras e horta, com a área de mil e quarenta metros quadrados, sito em Pescada, inscrito na matriz sob o artigo 5 da Secção 125, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 85,99 €, a confrontar do norte com Maria José Iria Gonçalves, do sul com Américo Teixeira, do nascente com Almerinda Rita Pereira e do poente com Maria José Iria Gonçalves e Américo Teixeira. VERBA CINCO: Rústico, composto por cultura arvense, com a área de nove mil setecentos e vinte metros quadrados, sito em Azinheira do Raio, inscrito na matriz sob o artigo 8 da Secção 125, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 140,73 €, a confrontar do norte, nascente e poente com Maria José Iria Gonçalves e do sul com José Simão Gonçalves e Amândio Manuel Revez. VERBA SEIS: Rústico, composto por amendoeiras, cultura arvense de sequeiro, figueiras e olival, com a área de dois mil metros quadrados, sito em Horta do Coelho, inscrito na matriz sob o artigo 62 da secção 125, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 171,64 €, a confrontar do norte, nascente e poente com Maria José Iria Gonçalves e do sul com José Horta. VERBA SETE: Rústico, composto por cultura arvense, com a área de mil seiscentos e quarenta metros quadrados, sito em Cerro do Barreiro, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 65 da secção 125, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 23,66 €, a confrontar do norte, sul, nascente e poente com Maria José Iria Gonçalves. --VERBA OITO: Rústico, composto por amendoeiras e cultura arvense de sequeiro, com a área de seis mil duzentos e quarenta metros quadrados, sito em Portela do Seixo, inscrito na matriz sob o artigo 22 da secção 126, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 147,97 €, a confrontar do norte e nascente com Maria Manuela Gertrudes, do sul com José Estêvão e do poente com Joana Rodrigues Teixeira e via pública. VERBA NOVE: Rústico, composto por cultura arvense, com a área de dois mil seiscentos e quarenta metros quadrados, sito em Arrizada, inscrito na matriz sob o artigo 27 da secção 126, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 102,24 €, a confrontar do norte com Virgilio António Horta e Maria Manuela Gertrudes, do sul com Via Pública, do nascente com Maria Manuela Gertrudes e do poente com Maria Francisca, José Estêvão e via pública. VERBA DEZ: Rústico, composto por amendoeiras e cultura arvense de sequeiro, figueiras, oliveiras e sobreiros, com a área de catorze mil metros quadrados, sito em Portela do Seixo, inscrito na matriz sob o artigo 25 da secção 126, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 492,29 €, a confrontar do norte com Manuel Simão Horta, do sul com Maria José Iria Gonçalves, do nascente e poente com Maria Manuela Gertrudes. VERBA ONZE: Rústico, composto por mato, com a área de oitenta metros quadrados, sito em Arrizada, inscrito na matriz sob o artigo 29 da secção 126, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 0,18 €, a confrontar do norte com Vergílio António Horta, do sul com Maria Francisca, do nascente com José Horta e do poente com Manuel Simão Horta. VERBA DOZE: Rústico, composto por cultura arvense de sequeiro, citrinos, sobreiros e oliveiras, com a área de quatrocentos e oitenta metros quadrados, sito em Caminho da Arrizada, inscrito na matriz sob o artigo 45 da secção 132, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 48,37 €, a confrontar do norte com Herdeiros Maria Bárbora Silvestre, do sul com Maria Alexandrina, do nascente com Maria Manuela Gertrudes e do poente com Maria Dias Cardeira de Passos Cavaco. VERBA TREZE: Rústico, composto por cultura arvense de sequeiro, citrinos, leitos de curso de água e mato, com a área de mil oitocentos e quarenta metros quadrados, sito em Horta da Ribeira, inscrito na matriz sob o artigo 6 da secção 099, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 61,81 €, a confrontar do norte com Leonete Teixeira, do sul e nascente com Manuel Silvestre Fernandes e do Poente com José António. VERBA CATORZE: Rústico, composto por cultura arvense, com a área de trinta e sete mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, sito em Barranco Novo, inscrito na matriz sob o artigo 12 da secção 099, com o valor patrimonial tributário e igual a atribuído de 542,61 €, a confrontar do norte com Otília Maria Simão Neto Costa, do sul e nascente com Leonete Teixeira e do Poente com Manuel João, José Simão Gonçalves e Manuel Rodrigues Costa. VERBA QUINZE: Rústico, composto por alfarrobeiras, cultura arvense de sequeiro, citrinos, figueiras, oliveiras e horta, com a área de mil e quarenta metros quadrados, sito em Escoleira, inscrito na matriz sob o artigo 14 da secção 131, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 385,29 €, a confrontar do norte com Garcia dos Santos Horta e José Simão Horta, do sul com Leonete Teixeira, do nascente com Manuel Estêvão e do poente com Virgílio António Horta. VERBA DEZASSEIS: Rústico, composto por cultura arvense, cultura arvense de sequeiro, figueiras e amendoal/ pomar de amendoeiras, com a área de doze mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, sito em Portelas Baixas, inscrito na matriz sob o artigo 29 da secção 100, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 701,70 €, a confrontar do norte com Leonilde Teixeira Simão Martins, do sul com Manuel João, do nascente com Américo Teixeira e do poente com via pública. VERBA DEZASSETE: Rústico, composto por cultura arvense, com a área de sete mil cento e sessenta metros quadrados, sito em Corga Funda, inscrito na matriz sob o artigo 33 da secção 100, com o valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 103.65 €, a confrontar do norte com Leonete Teixeira, do sul com José Simão Gonçalves, do nascente com Ana Maria Rodrigues Pereira Tomás e Manuel João e do poente com Américo Teixeira. VERBA DEZOITO: Rústico, composto por amendoal/pomar de amendoeiras, com a área de oitocentos e oitenta metros quadrados, sito em Turfal da Umbria, inscrito na matriz sob o artigo 42 da secção 126, com o valor patrimonial tributário e igual a atribuído de 65,68 €, a confrontar do norte e poente com Manuel Estêvão, do sul com João Silvestre e do nascente com Amândio Manuel Revez. VERBA DEZANOVE: Urbano, composto por edifício de rés-do-chão e primeiro andar com várias divisões e pátio anexo, destinado a habitação, com a superfície coberta de cento e três metros quadrados e a superfície descoberta de oitocentos e noventa e sete metros quadrados, sito em Arrizada, inscrito na matriz sob o artigo 1.803, com valor patrimonial tributário e igual ao atribuído de 14.390,00 €, a confrontar do norte e poente com via pública, do sul com Manuel Rodrigues Costa e do nascente com Otília Maria Simão. Que eles justificantes, adquiriram os prédios, já no estado de casados, da seguinte forma: - Os prédios identificados nas verbas um a doze, inclusive, foram adquiridos por compra verbal e nunca reduzida a escritura publica, feita a Manuel Simão Horta casado com Custódia Francisca Simão, já falecidos, residentes que foram em Corte Serrano, freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, no ano de mil novecentos e oitenta e oito, em data que não é possível precisar; - Os prédios identificados nas verbas treze a dezanove, inclusive, foram adquiridos por partilha verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita por óbito do pai do justificante marido, Estêvão Simão, falecido no estado de solteiro, maior, residente que foi no referido sitio de Arrizada, no ano de mil novecentos e oitenta e oito, em data que não é possível precisar. Que desde esses anos possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cultivando a terra, tratando das árvores e colhendo os seus frutos, fazendo as obras de conservação e reparação necessárias no prédio urbano, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião. Vai conforme o original. Tavira, em 29 de Setembro de 2014 A funcionária por delegação de poderes; Conta registada sob o nº. _______________ Factura nº. ______________

(Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/1) Jornal do Baixo Guadiana 1 de outubro de 2014


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PATR IMÓ N IO &P SIC O LO GIA Rubrica de pATRIMÓNIO

A Cabra de Raça Algarvia no Baixo Guadiana

A Cabra de Raça Algarvia tem o seu solar no barrocal e zona serrana do Baixo Guadiana. De pelagem curta, branca e malhada de pêlos acastanhados, a cabra desta espécie é robusta, em especial os machos, geralmente em menor número no rebanho. Terá origem no cruzamento entre a cabra charnequeira algarvia e espécimes oriundos de Marrocos e Espanha. Reproduzem-se entre Abril e Maio, sendo que o parto ocorre entre Outubro e Dezembro. Esta é uma espécie com forte tradição na zona do Baixo Guadiana, através do aproveitamento da sua carne e leite. Durante décadas, o leite consumido na zona serrana era na sua maioria de origem caprina. Em muitos casos, a melhor cabra leiteira do rebanho pastava junto à casa, assegurando o fornecimento de leite, em especial quando

havia crianças na família. O leite era também aproveitado para a produção de queijo fresco, curado ou meio curado. Hoje, como ontem, o fabrico de queijo de cabra continua a obedecer a preceitos transmitidos através de gerações, desde a ordenha até à sua confecção. A ordenha é feita dentro do curral ou da cerca, ao final do dia ou, durante o Inverno e a Primavera, pela manhã, antes da saída para a pastagem. Depois de “apanhar” o animal, o pastor, acocorado por trás, ordenha-o manualmente. Após a ordenha, o leite é coado para retirar as impurezas. O “leite do dia” é então transportado em bilhas para a produção dos queijos. Este deve ser espesso, o que permite a produção de um queijo, ou mais, por cada litro. Esta tarefa é atribuída às mulheres, que aprenderam com as mulheres mais velhas da casa, e que desde cedo se habituaram a viver rodeadas por queijos. Segundo a crença popular, as mãos da queijeira deviam estar sempre frias durante o fabrico do queijo, senão o leite não coalhava. Uma vez chegado à cozinha, a queijeira ferve o leite numa panela meio-cheia, para ferver bem e eliminar eventuais bactérias ou micróbios. O cardo é então moído no almofariz e colocado de molho – sem o cardo,

o leite não coalha e não é possível fazer o queijo. Esse líquido, previamente coado, é adicionado ao leite, juntamente com o sal, e mexido com um colherão. Depois de deixado a repousar, é retirado o soro, separando a coalhada para fazer os queijos. A partir do soro, pode ser produzido o requeijão ou o almece. A coalhada é então enformada no “cincho”, aro em inox, zinco ou plástico, que aperta o queijo, para extrair o soro. A consistência do queijo é determinada pela força da sua compressão nas mãos da queijeira. O queijo fresco pode ser consumido logo após a retirada do “cincho”, num prazo de cinco dias. Para curar, o queijo era colocado no caniço, esteira construída em cana e suspensa junto à lareira. Actualmente, podem também ser curado em câmaras frigoríficas. O queijo é virado todos os dias, até curar e ficar de cor amarela.

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e nove de Setembro de dois mil e catorze foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e trinta e quatro a folhas cento e trinta e cinco verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e nove - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Alexandrino Romeira Rodrigues e mulher, Ana Maria Beatriz Afonso, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, onde residem, na Rua do Comércio, Furnazinhas, contribuintes fiscais números 130 025 666 e 111 988 543. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito em Furnazinhas, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, composto por edifício térreo com duas divisões, destinado à habitação, com a área total e de implantação de cinquenta e seis metros quadrados, a confrontar a Norte com Joaquim Afonso Miguel, a Sul com Rua, e a Nascente com Herdeiros de João Manuel Afonso, e a Poente com Herdeiros de José Afonso Henriques, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 1060, com o valor patrimonial tributável de cinco mil e trezentos euros, igual ao atribuído. Que o referido prédio entrou na posse dos primeiros outorgantes, já no estado de casados, por compra verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e nove, feita a António José Gonçalves Marcelino e mulher, Ana Isabel Martins Afonso, casados que foram na comunhão geral de bens, e residentes que foram na Rua das Olaias, Cruz de Pau, em Amora, Seixal, ele já falecido. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, utilizando-o para guarda de utensílios, ferramentas e frutos, cuidando da sua manutenção, fazendo obras de conservação e reparação, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 29 de Setembro de 2014. A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

Pedro Pires Técnico de Património Cultural | Membro do CEPAC/UAlg (Centro de Estudos de Património, Ambiente e Construção da Universidade do Algarve)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 76/09 Factura / Recibo n.º 4519

Jornal do Baixo Guadiana 1 de outubro de 2014

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Colo e Colinho Aspetos gerais sobre a vinculação e o desenvolvimento O bebé desenvolve-se sobre um suporte genético que é do desenvolvimento físico, os macaquinhos bebés que melhorado por uma saúde e nutrição adequadas, rela- tinham mantido contato com “mães” felpudas beneficiações interpessoais enriquecedoras e pelas experiências vam relativamente ao seu desenvolvimento psicológico vividas. Os três primeiros anos são os mais críticos do em relação aos macaquinhos que apenas tinham tido seu desenvolvimento e as suas experiências nestes anos contato com as mães de arame. Um bebé é um ser individual que passou os primeiros 9 irão marcar profundamente toda a sua personalidade e estrutura cerebral, formas de relacionamento com os meses da sua vida a viver em dualidade com a mãe, preoutros, regulação das suas emoções e até a sua con- cisamente no colo a ser embalado pelos movimentos da fiança em si e autonomia serão influenciados por este mãe e muito bem aconchegado no seu útero ouvindo a melodia do seu coração e do fluxo de oxigénio e alimento início de vida. Em 1958 o psicólogo Americano Harry Harlow quis que a placenta lhe proporcionava. Este é o ambiente no investigar sobre a qual o bebé foi concebido, natureza do amor “Uma pessoa inteligente resolve um tornou-se entre o bebé e o seu problema, um sábio previne-o” embrião e cuidador. Realizou depois feto, várias experiências onde se com macaquinhos Albert Einstein rhesus bebés, na sua desenvolexperiência mais veu até ao conhecida separou nascimento. os macaquinhos à nascença de suas mães e colocou-os Quando nasce, o bebé entra em contato com o mundo junto a dois dispositivos que substituiriam as mesmas. novo, desconhecido até aqui e tem necessidade de Uma era feita de arame e a outra era revestida a tecido continuar a ser embalado e aconchegado com o calor felpudo. O que observou foi que os macaquinhos pre- humano. A necessidade de contato físico humano não feriam estar junto da “mãe” revestida a tecido felpudo é um capricho do bebé, mas sim, uma necessidade fisiodo que da outra revestida a arame mesmo quando era lógica do seu desenvolvimento. Esta boa vinculação apenas é possível quando esta ultima que provia o alimento o seu comportamento baseava-se em permanecer junto da “mãe” felpuda e os pais respondem de forma adequada, positiva, caripor vezes ir alimentar-se na “mãe” de arame regres- nhosa e continuada aos apelos do filho, isto significa sando de imediato. Esta experiência sugere que o amor alimentar, tratar da higiene do bebé mas também acondo bebé pela mãe não se deve somente à necessidade chegar, mimar, embalar, dar colo mas principalmente fisiológica de alimento. O principal motivo da vinculação significa que o cuidador tem que ser uma pessoa confi(laço afetivo especial entre bebé e seu cuidador) não se ável para o bebé respondendo adequadamente aos seus deve a fome ou sede. Nas experiências seguintes Harlow pedidos, fortalecendo com estas atividades simples, a observou que apesar de não existir diferenças ao nível sua confiança e futura autonomia.

Os pais e cuidadores devem mimar os seus bebés quando estes queiram ser mimados. A atenção, mimo, colo e outros cuidados em geral devem ser dispensados sempre que exista essa necessidade por parte do bebé. Tendo sempre o cuidado de permitir à criança que também brinque sozinha de forma a perceber que é um ser individual e consequentemente, amparada pelo carinho paterno, poder desenvolver a sua independência. Para que isto aconteça os cuidadores deverão estar atentos aos pedidos (choro e outras manifestações de desconforto) do bebé, atendendo quando existe essa necessidade e quando não existe, promover a sua autonomia. Quando esta prática (entre o mimar e permitir que brinque sozinho) é realizada com equilíbrio a criança estará mais perto de se desenvolver de forma saudável e tornar-se-á a cada dia mais autónoma. Assim segundo os estudos realizados foi observado que o contato físico com o bebé (desde que este queira) facilita uma boa vinculação que proporciona ao bebé um melhor desenvolvimento físico e emocional que se transformará num adulto mais equilibrado e feliz.

NEIP (Núcleo de Estudos e Intervenção Psicológica) – Ana Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Inês Morais, Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia Cardoso. Colaboração: Jorge Hilário


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2014

COLA BORADO R E S

Autor: João Raimundo

Quadratim - n.º124

Jogo da Paciência n.º 130

Sem poder de compra, não pode haver economia crescente e Portugal será sempre pobre e dependente do favor das esmolas dos outros, os quais exigem contrapartidas pesadas e não temos voz firme, forte e exigente nos organismos internacionais porque somos submissos por culpa dos orgãos de soberania de Portugal que só conhecem austeridade, cortes nas pensões, reformas e nos salários e aumentos de impostos e outros. Estas opções negativas só florescem miséria, fome, tuberculose e outras doenças, desemprego, falências, importações, emigração. Despesas não são o fruto do trabalho dos cidadãos mas sim as muitas viagens, estadias e mordomias desnecessárias, internas e externas que os orgãos de soberania e seus séquitos e da Administração efectuam. Para que a economia exista é obrigatório baixar o IVA para 16% na restauração e similares e para 17% a taxa máxima, o IRC e isentar de IRS até € 2.001,00. Aumentar já pensões, reformas e salário mínimo para € 600,00 mensais. Proteger e apoiar a horticultura, agro-pecuária, fruticultura em geral, a indústria, a produção de máquinas e ferramentas, assim como os recursos marinhos abandonados há longos anos e que alimentaria a indústria conserveira e evitava importações desnecessárias. Criar frota bacalhoeira, desenvolvendo estaleiros navais que existiam bastantes e bons e foram destruídos após o 25 de Abril de 1074 e não só. Pelo Caminho correcto do quadratim vá ao encontro do - Salário mínimo €600 já (porque os valores apresentados pelas centrais sindicais, orgãos de soberania e outors não fazem crescer a economia nacional).

Locais históricos de Portugal

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

“Qual a melhor forma de usar cartões de crédito?” Inicialmente apenas atribuídos a consumidores com elevados rendimentos, os cartões de crédito tornaram-se, hoje em dia, um acessório comum dentro de qualquer carteira. A crise financeira veio expor as fragilidades do sistema financeiro e, desprovidas de rendimentos pelo aumento do desemprego, muitas famílias tentaram fazer face às despesas do dia-a-dia com recurso a estes cartões e foram apanhadas na teia do sobreendividamento. Segundo dados do Banco de Portugal, as dívidas de cartão de crédito originam 40% dos casos de incumprimento e de renegociação de contratos de crédito ao consumo. Contudo, hoje em dia a avaliação é mais exigente e os limites de créditos mostram-se mais reduzidos. Quanto ao consumidor, a melhor forma de usar estes cartões sem promover a acumulação de dívidas é usufruir do período de crédito sem juros, de 20 a 50 dias, e pagar os extractos na totalidade. Caso receba um cartão que não tenha pedido, certifique-se de que lhe interessa e as condições são vantajosas. Não se preocupe, visto que o cartão chega inactivo e, para utilizá-lo, tem de pedir ao emissor que o active. Se não estiver interessado, pode até destruí-lo. Se não pretender pagar as despesas na totalidade, deverá escolher o cartão com a TAEG mais baixa. No entanto, desaconselhamos este tipo de utilização devido às elevadas taxas de juro que, na maioria dos casos, ultrapassa os 20%. Em 2010, a legislação passou a limitar as TAEG que podem ser cobradas em cartões de crédito. No entanto, os tectos legais apenas se aplicam aos contratos posteriores a 2010. Se descobrir que o seu cartão exige uma taxa superior ao limite legal, que pode ser consultada no Portal do Cliente Bancário, apresente queixa no livro de reclamações da instituição de crédito. A taxa será considerada usurária e a instituição condenada a cobrar apenas metade do limite máximo definido.

Susana Correia jurista

Almeida (Castelo) Mendo Idanha (-A-Velha) (Castelo) Rodrigo Linhares Piodão Marialva (Castelo) Novo Trancoso Monsanto (Castelo Branco)

11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20.

Sortelha Belmonte Sintra Guimarães Silves Angra (do Heroísmo) Aljubarrota Olivença Linhas (de Torres Vedras) Reduto (de Montachique)

Soluções Jogo da Paciência - n.º129

Ideias a Conservar Delegação Regional do Algarve

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

As toxinfeções alimentares que tanto ouvimos falar nos notíciarios, nomeadamente quando ocorrem em estabelecimentos escolares com crianças e que levam muitas vezes estas a serem internadas para tratamento, são uma doença causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados com microrganismos patogénicos e/ou toxinas . Dai ser tão importante garantir que todos os alimentos (carne, peixe, legumes, etc.) possuam as suas fases de produção controladas, de maneira a minimizar ou mesmo eliminar o risco de contaminação. Uma maneira simples de diminuir ou mesmo parar o crescimento microbiano nos alimentos é através da temperatura, neste caso do frio. Consegue-se assim aumentar o tempo de vida de um alimento, que de outra maneira se extivesse exposto à temperatura ambiente degradar-se-ia muito mais rápidamente. Para este efeito temos em nossas casas os frigorificos, que conjugam um compartimento para a congelação e um outro para a refrigeração. A zona de congelação situa-se por norma na parte superior do frigorifico, sendo também a de menor espaço disponível. No seu interior a temperatura deverá ser de -18ºC a qual inibe por completo o crescimento de microrganismos. A zona de refrigeração é a que normalmente ocupa a maior área do nosso frigorifico. A temperatura no seu interior diminui o crescimento microbiano, preservando o alimento por mais tempo (48h a 72h dependendo do tipo de alimento e se este já foi confecionado ou não). Contudo, o facto de dispormos em casa deste equipamento e guardar-mos lá os alimentos não significa que estes fiquem a salvo de contaminações e crescimento de microrganismos. Para tal devemos organizar devidamente o nosso frigorifico. O nosso congelador ao ser pequeno, mantém sem grandes oscilações uma temperatura constante (-18ºC) não requerendo tantos cuidados na hora do organizar, uma vez que a esta temperatura não ocorre crescimento microbiano. No entanto os alimentos devem estar protegidos em recipientes adequados. Já a parte de refrigeração (de 0 a 5 ºC) tem uma área maior e como tal a temperatura não vai ser uniforme em todos os compartimentos. Pode-se então tirar partido das diferentes temperaturas existentes para assegurar uma boa conservação dos alimentos. Porta do Frigorifico: • Manteiga, Água, Sumos, Ovos, Leite Prateleira Superior: • Alimentos Cozinhados, Iogurte, Queijo, Natas e Molhos Prateleira do Meio: • Fiambre, Chouriço, Saladas, Doces e Bolos Pratelira Inferior: • Carne e Peixe crus Gavetas: • Frutas e Legumes Na maioria dos frigorificos, as prateleiras superiores são as que possuem a temperatura mais alta, enquanto as inferiores têm a temperatura mais baixa. Dai alimentos menos pereciveis (não se estragam tão facilmente) devam ficar em cima e os mais pereciveis (que se estragam rápidamente) em baixo. Fica assim a dica de como deverão organizar o vosso frigorifico em casa para conservar em segurança todos os alimentos. Carlos Brás, Engenheiro Alimentar

guadi

Necessitamos de: - Areia; - Cimento e - Lonas, (podem ser restos de lonas publicitárias) Alguém nos pode Ajudar? Estas necessidades poderam ser deixadas directamente no Canil/Gatil Intermunicipal de Vila Real de Santo António/Castro Marim. Contacto: associacaoguadi@gmail. com We need: - Sand; - Cement and - Tarpaulins, (can be scraps of advertising tarpaulins) Someone can help us? These needs, can be left directly in the Shelter/Cattery Intermunicipal Vila Real de Santo António/Castro Marim. Contact: associacaoguadi@gmail.com GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900–283 Vila Real de Santo António

Contribuinte Nº 507 534 328 Contactos: 964773101 e 927167755 (12:30 às 14:00) NIB - 0035 0234 0000 6692 13002 associacaoguadi@gmail.com/http://associacaoguadi. blogspot com FACEBOOK


JORNAL DO BAIXO GUADIANA | OUTUBRO 2014 |

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ED ITAIS CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM A CARGO DA NOTÁRIA MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do artigo 100º, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dezoito de Agosto de dois mil e catorze foi lavrada neste Cartório, de folhas setenta e três a folhas setenta e cinco verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Vinte e Nove - A, uma escritura de justificação, na qual José dos Santos Coelho e mulher, Maria Odete Gonçalves Godinho dos Santos Coelho, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Giões, concelho de Alcoutim, residentes na Rua Fernão Lopes, n.º 10, Portela de Azóia, Santa Iria de Azóia, contribuintes fiscais números 128 614 862 e 120 171 635, declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos localizados na freguesia de Giões, concelho de Alcoutim e não descritos na Conservatória do Registo Predial daquele concelho: UM. Prédio urbano sito na aldeia de Giões, composto por edifício térreo com duas divisões e logradouro, em condições muito deficientes de habitabilidade por estar em ruínas, com a área de noventa e quatro vírgula quarenta metros quadrados, dos quais cinquenta e seis vírgula setenta e sete são de área coberta, a confrontar a norte e poente com via pública, a sul com Herdeiros de José da Palma Vilão e nascente com Maria Antónia, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 890, com o valor patrimonial tributável de € 3.610,50. DOIS. Prédio urbano sito na aldeia de Giões, composto por edifício térreo com duas divisões e logradouro, destinado a habitação, com a área de cinquenta e quatro vírgula trinta e seis metros quadrados, dos quais trinta e dois vírgula noventa e dois são de área coberta, a confrontar a norte com Herdeiros de Lídia Maria Mendes, a sul com Herdeiros de José da Palma Vilão, a nascente com via pública e a poente com Maria Antónia e outros, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 891, com o valor patrimonial tributável de € 1.213,88. TRÊS. Prédio urbano sito na aldeia de Giões, composto por edifício térreo com várias divisões, logradouro e curral, destinado a habitação, com a área de cento e cinquenta e sete metros quadrados, dos quais oitenta e seis são de área coberta, a confrontar a norte com via pública, a sul com Herdeiros de José da Palma Vilão, a nascente e a poente com Herdeiros de Maria Joaquina dos Santos Teixeira, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 504, com o valor patrimonial tributável de € 8.800,00. QUATRO. Prédio rústico localizado no Sítio de São Domingos, composto por terra de cultura arvense, amendoeiras, figueiras e oliveiras, com a área de cinco mil cento e sessenta metros quadrados, a confrontar a norte com Herdeiros de João António Rosa, a sul e poente com Martiel Teixeira dos Santos, e a nascente com Maria Antónia, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 3, da secção 028, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto do Selo, de € 319,08. CINCO. Prédio rústico localizado em Hortas Novas, composto por terra de cultura arvense, mato e leitos de curso de água, com a área de trinta e oito mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a norte com barranco, a sul com José Jacinto Gonçalves, nascente com Manuel Alves da Palma, e a poente com ribeira, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 9, da secção 010, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto do Selo, de € 490,17. SEIS. Prédio rústico localizado no Vale Grande, composto por terra de cultura arvense e amendoeiras, com a área de dezoito mil duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a norte com Maria Antónia, a sul e nascente com Martiel Teixeira dos Santos, e a poente com Joaquim da Palma Madeira, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 16, da secção 016, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto do Selo, de € 853,39. SETE. Prédio rústico localizado no Vale Grande, composto por terra de cultura arvense, amendoeiras, figueiras, alfarrobeiras e oliveiras, com a área de quatro mil setecentos e vinte metros quadrados, a confrontar a norte, sul e nascente com Herdeiros de Manuel Alves da Palma, e a poente com caminho, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 34, da secção 016, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto do Selo, de € 611,48. OITO. Prédio rústico localizado no Brejo, composto por terra de cultura arvense, amendoeiras, figueiras e alfarrobeiras, com a área de dois mil quinhentos e vinte metros quadrados, a confrontar a norte com Pedro Bento, a sul, nascente e poente com Herdeiros de Joaquim Viegas Rocheta, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 50, da secção 021, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto do Selo, de € 201,13. Que os referidos prédios, com excepção de metade do prédio indicado na verba três, que foi adquirida, já no estado de casados, por compra verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e dois, feita a Maria Antónia, solteira, maior, então residente em Lutão, freguesia de Martinlongo, concelho de Alcoutim, actualmente no Lar de Alcoutim, os restantes prédios, na sua totalidade, e a restante metade do prédio indicado na verba três, foram adquiridos pelos justificantes também no estado de casados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e nove, por partilha amigável, também nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados por óbito da mãe do justificante marido, Maria Joaquina dos Santos Teixeira, falecida no estado de casada com Francisco Coelho, ele também já falecido; Que, por sua vez, estes já se encontravam na posse dos referidos prédios há mais de trinta anos, também por os terem adquirido verbalmente por partilha, nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados por óbito do pai Carlos dos Santos Teixeira, viúvo, residente que foi em Giões, Alcoutim E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde a mais antiga daquelas datas, justificantes, na posse dos referidos prédios, sem qualquer oposição, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, arando suas terras, colhendo os seus frutos, utilizando-os sempre que necessário, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes, invocando expressamente aquelas posses sucessivas, que tiveram início há mais de vinte anos, adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original.

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia oito de Setembro de dois mil e catorze foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e cinco a folhas cento e sete do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e nove - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Garibaldi Américo Rodrigues Martins e mulher, Maria Dulce Costa Abreu Martins, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, ela da freguesia de São Sebastião da Pedreira, concelho de Lisboa, residentes na Rua Gago Coutinho e Sacadura Cabral, n.º 32, 2º direito, em Queluz, contribuintes fiscais números 153 643 927 e 153 643 919. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, ambos na freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim, e não descritos na Conservatória do Registo Predial deste concelho: a) Prédio rústico sito em Cerro do Lagar, Choças, composto por terra de cultura arvense e oliveiras, com a área de seiscentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com caminho, a Sul com Herdeiros de Manuel Martins Carrega e a Poente com Luciana Marques Bento Mestre, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 108 da secção AB, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de oitenta e um euros e seis cêntimos, igual ao atribuído; e, b) Prédio rústico sito em Choças, composto por terra de cultura arvense e sobreiros, com a área de sete mil e seiscentos metros quadrados, a confrontar a Norte com a Estrada Municipal 1131, a Sul com Sérgio Couraça Rodrigues Palma e Maria Conceição Palma, a nascente com Herdeiros Manuel Martins Carrega e a Poente com caminho, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 170 da secção AB, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de setenta e cinco euros e quarenta e sete cêntimos, igual ao atribuído. Que os referidos prédios entraram na posse do primeiro outorgante marido, no estado de solteiro, menor, por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e quarenta e dois, por óbito de sua mãe, Firmina Rodrigues Bonito, casada que foi sob o regime da comunhão geral de bens com Firmino Martins Ribeiro, também já falecido, residentes que foram na aldeia e freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse e fruição dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, neles plantando e arando suas terras, colhendo os seus frutos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os primeiros outorgantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 8 de Setembro de 2014.

Castro Marim, aos 18 de Agosto de 2014. A Notária, Conta registada sob o n.º 82/08

Factura n.º 4429

Jornal do Baixo Guadiana 1 de outubro de 2014

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues) (Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro) Conta registada sob o n.º 22/09 Factura n.º 4476

CARTÓRIO NOTARIAL EXTRACTO Notária Lic. Carmen Maria Coelho Mota Neves Rua Alvares Cabral, n.º 54 – 2.º andar sala 24 4400 - 017 Vila Nova de Gaia CERTIFICO para efeitos de publicação que por escritura de justificação lavrada neste Cartório, em onze de Agosto de dois mil e catorze, exarada de fls. 26 a fls. 29 do livro de notas para Escrituras Diversas número 187 - A, na qual MARIA BRANCA DA SILVA TEIXEIRA MORAIS DE OLIVEIRA, NIF 148 300, casada com Henrique Manuel Morais de Oliveira, sob o regime da comunhão de adquiridos, natural da freguesia de Miragaia, concelho do Porto, residente na Travessa da Fontinha, nº 39, 1º andar, freguesia de Santo Ildefonso, concelho do Porto e MARIA DE FÁTIMA DA SILVA ALMEIDA REGO, NIF 117 283 959 casada com Filipe Jorge de Almeida Rego sob o regime da comunhão de adquiridos, natural da dita freguesia de Miragaia, residente na Rua Coronel António dos Santos Fonseca, nº 14, rés-do-chão esquerdo, freguesia de Sé e São Pedro, concelho de Faro, declararam que são donas e legítimas possuidoras, na proporção de metade indivisa para cada uma dos seguintes imóveis: um) Prédio urbano - uma morada de casas térreas, ramada e palheiro, com a superfície coberta de cento e oito metros quadrados e a área descoberta de seis metros quadrados, a confrontar do norte Manuel Quintino Nogueira da Silva, do sul, nascente e poente com proprietário, sito em Bernarda, freguesia de Altura, concelho de Castro Marim, não descrito na Conservatória do Registo Predial desse concelho, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 140, com o valor patrimonial de 10.960,00€ e atribuído de mil euros. dois) Prédio urbano - uma morada de casas térreas, ramada e palheiro, com a superfície coberta de cento e oito metros quadrados e a área descoberta de seis metros quadrados, a confrontar do norte Manuel Quintino Nogueira da Silva, do sul, nascente e poente com proprietário, sito em Bernarda, freguesia de Altura, concelho de Castro Marim, não descrito na Conservatória do Registo Predial desse concelho, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 141, com o valor patrimonial de 505,92€ e atribuído de mil euros. Que estes dois imóveis vieram à sua posse, na proporção de metade em cada um deles, de cada uma: quanto à primeira outorgante da alínea a), por sucessão hereditária de sua mãe, Alide Augusta da Silva (NIFH 709 604 084), falecida em vinte de Junho de dois mil e doze, de quem foi declarada única herdeira, a sua única filha, a referida Maria Branca da Silva Teixeira Morais de Oliveira, pela escritura outorgada a catorze de Março de dois mil e treze no Cartório Notarial de Vila Nova de Gaia, a cargo da Notária, Carmencita de Jesus Lopes de Figueiredo, lavrada a partir de folhas cinquenta e nove do Livro de Notas número Cento e Oito - A, cuja certidão emitida na mesma data pelo mesmo Cartório me foi exibida, fazendo estes imóveis parte da herança ainda ilíquida e indivisa aberta por óbito da mesma; quanto à primeira outorgante da alínea b), por sucessão hereditária de sua mãe, Maria da Encarnação Silva (NIFH 708 011 403), falecida em vinte e quatro de Outubro de dois mil e dez, de quem foi declarada única herdeira, sua filha, a indicada Maria de Fátima da Silva Almeida Rego, pelo Procedimento Simplificado de Habilitação de Herdeiros, outorgado na Conservatória do Registo Civil de Faro em vinte e sete de Junho de dois mil e doze, cuja certidão emitida na mesma data por essa Conservatória me foi exibida, fazendo estes imóveis parte da herança ainda ilíquida e indivisa aberta por óbito da mesma. Que elas não são detentoras de qualquer título formal que legitime o seu domínio sobre os referidos prédios os quais foram anteriormente adquiridos por aquelas Alide Augusta e Maria da Encarnação, por doação verbal que lhes foi feita, em comum e partes iguais, em data imprecisa do ano de mil novecentos e sessenta, pela mãe destas, Maria José Guerreiro, divorciada, residente que foi no Sítio da Bernarda, não tendo sido outorgada a respetiva escritura de doação, nem a podendo outorgar agora por ter falecido a doadora. Que não obstante isso, as suas mãe e elas sempre se têm mantido, em compropriedade, na posse e fruição dos indicados prédios há mais de vinte anos, fazendo benfeitorias, pagando os respetivos impostos, administrando-os com ânimo de quem exercita direito próprio, de boa-fé por ignorarem lesar direito alheio, pacificamente porque sem violência, pública e continuamente, com o conhecimento de toda a gente e sem qualquer interrupção ou oposição de quem quer que seja. Que dadas as enumeradas características de tal posse e domínio adquiriram os mencionados prédios por usucapião, que aqui invocam, justificando o seu direito de propriedade para efeitos de primeira inscrição no Registo Predial, dado que esta forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro titulo formal extrajudicial, bem como com vista à inscrição matricial destes imóveis, em nome de ambas, no competente Serviço de Finanças. ESTÁ CONFORME O ORIGINAL Vila Nova de Gaia, em oito de Setembro de dois mil e catorze. A Notária, São: 20,68€ - Vinte euros e sessenta e oito cêntimos (IVA 23% incluído). Emitido recibo nº FAC 2/ 955 /2014.

Jornal do Baixo Guadiana 1 de outubro de 2014

Jornal do Baixo Guadiana 1 de outubro de 2014

DIREITO DE RESPOSTA A edição de Setembro 2014 do “Jornal do Baixo Guadiana” publica um artigo em que é referido que o senhor Romano Justo terá afirmado que “a história conta que no Sotavento (algarvio) a única praia que recebia os serrenhos ou montanheiros, […], era a praia da Manta Rota”. Na primeira semana deste mês, num semanário da nossa região, foi publicado um artigo em que se diz que “o grupo de amigos “ que organiza o Banho Santo na praia da Manta Rota “está contra a realização de outras manifestações semelhantes noutros locais”. Perante o desconhecimento relativo a este assunto, que parece vir a manifestar-se em crescendo, tomei a decisão de vos enviar, para publicação, este texto em que se relatam algumas recordações de como acontecia o banho de São João da Degola por estas bandas do Sotavento Algarvio na, então, Praia do Cabeço. Fazemo-lo porque queremos que não se apaguem da Memória das Nossas Gentes as tradições destes sítios, que são nossos porque cá nascemos e cá sempre vivemos, até hoje, e neles pensamos terminar os nossos dias. Para fundamentar o nosso relato, falámos com algumas pessoas de cujas narrativas destacamos alguns pormenores. Os senhores Manuel Pereira e José Marques dos Santos, com 93 e 92 anos, respectivamente, quando perguntados, sobre esta tradição na Praia do Cabeço, responderam-nos que se lembram dela “desde sempre”. Outras pessoas com quem falámos a este respeito testemunharam estas afirmações e lembraram-nos de que na Praia do Cabeço havia um grande pinheiro manso que era conhecido como o “Pinheiro do Parrela”. Este pinheiro era o “toldo natural” escolhido pelo senhor Joaquim Bernardino da Saúde, residente e barbeiro em Altura, conhecido pela alcunha de “Parrela”, para, em sucessivos anos, nesses dias de São João da Degola montar, no local, um pequeno negócio de venda de bebidas. A senhora D. Maria Júlia de Sousa, de mais de oitenta anos de idade, recordou-nos que era hábito irem pessoas de vários sítios ver o banho dos “serrenhos” na Praia do Cabeço. Ela, quando era jovem, costumava

ir também e, nesse dia, estreava um vestido. Não sabemos quem escreveu a história referida pelo senhor Romano Justo. Nós temos os testemunhos de quem presenciou os factos. A genuinidade da tradição perdeu-se. Os Tempos mudaram. Agora, os “serrenhos” frequentam a praia da mesma forma que os não “serrenhos”; já não trazem os animais. Por isso, em Altura, ousamos tentar fazer a reposição do ambiente daqueles anos. Esforçamo-nos por ser rigorosos e respeitar a tradição: descemos a Rua da Alagoa com fatos tradicionais, banhamo-nos vestidos da forma como os nossos ancestrais faziam, comemos o nosso almoço de comidas tradicionais e evitamos qualquer sinal de modernidade. Não temos missa, procissão, concursos de fado, folclore, conjuntos musicais ou fogo-de-artifício, já que na Praia do Cabeço nada disso acontecia. Temos apenas música de acordeão, boa vontade, muita alegria e boa disposição para partilhar com quem a nós se queira juntar. Perante quanto afirmamos parece-nos despropositado todo o ruído feito acerca da reposição que temos vindo a fazer em Altura. A Junta de Freguesia de Altura considera que, em Altura ou em qualquer lugar do Sotavento Algarvio, a legitimidade para fazer a reposição aludida pertence a todos que se proponham levá-la a cabo, sem adulterar a tradição que recebemos dos nossos antepassados. Dito de outra maneira: consideramos que cingindo-nos, apenas, aos usos de antigamente estamos a respeitar e honrar a memória daqueles que, genuinamente, praticavam o “Banho Santo de São João da Degola”. Na nossa freguesia, continuaremos, como sempre, a fazer o que estiver ao nosso alcance (este e outros eventos) que contribua para o bem-estar da nossa gente, porque isso sim, para nós é da máxima importância. Nélia Maria Corvo Santos Mateus (Presidente da Junta de Freguesia de Altura)


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2014

DESPOR T O

Triatletas dos Leões do Sul no lugar mais alto do pódio A equipa, de triatlo, dos Leões do Sul Nelson Mestre, João Mestre, Luís Viegas, David Felício, Tiago Costa, Nuno Norberto, Pedro Ribeiro e Amândio Norberto conquistaram com grande estilo e de forma categórica, subindo ao lugar 1º. do pódio no dia 7 de setembro, o I Triatlo de Armação de Pera, organizado conjuntamente pelo CF. “Os Armacenenses ”e Federação de Triatlo de Portugal. Em plano de destaque, de forma individual, estiveram Nelson Mestre 3º. Lugar absoluto e 2º. No seu escalão e Amândio Norberto 2º. Lugar no escalão. No evento participaram 93 atletas, de ambos os sexos, em representação de vários clubes algarvios e outros de âmbito nacional. Em 2º. Lugar ficou o GDR Manique de Cima e em 3º lugar o Louletano Desportos Clube. A prova de triatlo sprint ( natação 750 mts, bicicleta Equipa dos Leões do Sul que conquistou o 2º. Lugar na travessia do rio 20Km e corrida 5000 mts.) guadiana

2.º LUGAR a XXVII Travessia Internacional de natação do Rio Guadiana Depois do êxito alcançado pelos Leões do Sul na organização da XIII prova de natação de mar “Vila de Castro Marim”, realizada em 10 de agosto, na praia da Alagoa-Altura a sua equipa de natação, única do Baixo Guadiana presente na XXVII Travessia Internacional de natação do Rio Guadiana, composta pelos nadadores: Amândio Norberto, Nuno Norberto, Nelson Mestre, João Mestre, Luís Viegas, João

Viegas, Tiago Cristo, David Costa, David Felício, Miguel Coelho, Lopo Faísca e Miguel Faísca conquistou brilhantemente o 2º lugar por equipas, no dia 23 de Agosto, na distância de 1700 metros, sendo superado pelo BBBBB, e relegado para a 3ª posição o bbbbb. O evento com partida em Vila Real de Santo António e chegada a Ayamonte contou com 250 participantes na sua larga maioria espanhóis e teve como vencedor, individual, Pedro Pinotes do Sporting Clube de Portugal. Para além do coletivo, estiveram em plano de destaque: Nelson Mestre 1º. Classificado no grupo 3 e Luís Viegas 3º. Classificado no grupo 4.

Triatlo Câmara Municipal de Alcoutim atribui reuniu subsídio ao Clube de Karaté de centenas de Alcoutim e Martim Longo jovens entre os 6 e os 16 anos Vila Real de Santo António recebeu a 6 e 7 de setembro, o Iberman Kids - I Encontro Internacional de Triatlo, Duatlo e Aquatlo para crianças e jovens entre os 6 e os 16 anos. A competição foi disputada junto à Mata Nacional das Dunas Litorais, entre Monte Gordo e VRSA, e apostou em três modalidades desportivas: a natação, o ciclismo e a corrida. Na Iberman Kids puderam participar todos os atletas nascidos entre 1999 e 2006, federados ou não. Os inscritos puderam realizar uma, duas ou as três especialidades no desafio, sendo as distâncias variáveis consoante a idade.

A Câmara Municipal de Alcoutim deliberou em reunião ordinária, a aprovação de atribuição de um subsídio ao Clube de Karaté de Alcoutim e Martim Longo, no valor de 600 euros. A atribuição deste apoio financeiro visa cobrir as despesas do clube face às atividades e eventos desenvolvidos e justifica-se “dado o papel relevante que o clube de karaté tem vindo a desempenhar

na formação desportiva dos jovens do concelho”, refere o presidente da Câmara Municipal, Osvaldo dos Santos Gonçalves. Recorde-se que, no âmbito do contrato-programa de Desenvolvimento Desportivo, celebrado no início do corrente ano, entre a Câmara Municipal e o Clube de Karaté de Alcoutim e Martim Longo, são já cerca de cinquenta crianças e jovens do concelho a beneficia-

rem da prática desta modalidade desportiva. As aulas decorrem às terças e quintas-feiras, no Pavilhão da Escola Básica Integrada de Alcoutim, entre as 19h30 e as 20h30, e no Ginásio da Escola Básica Prof. Joaquim Moreira, em Martim Longo, entre as 17h00 e as 19h00. As inscrições já se encontram abertas e decorrem nas instalações das escolas de Alcoutim e Martim Longo.

XXI Regata Internacional de canoagem no rio Guadiana Decorreu a 27 de Setembro a vigésima primeira edição da Regata Internacional de Canoagem «Rio Guadiana». A prova teve lugar entre o porto de recreio de Vila Real de Santo António e as Vilas de Alcoutim e Sanlúcar. Trata-se de uma das regatas mais longas da Península Ibérica e percorre as paisagens únicas do Baixo Guadiana. Nesta prova os participantes percorreram 34 quilómetros. A organização é da Associação Naval do Guadiana, Clube Náutico Isla Canela e Patronato Municipal de Deportes de Ayamonte. Os apoios institucionais são das câmaras municipal de Vila Real de Santo António, Castro Marim, Alcoutim e Sanlúcar do Guadiana.

Futebolândia

O verão já era, estamos em pleno outono; sinónimo do início das competições europeias da UEFA, que já sabemos à partida que os vencedores serão espanhóis, ingleses ou italianos. Não sou nenhum vidente, mas conheço bem demais quem está à frente do organismo e quem gere os milhões em benefício próprio, ou seja cada vez mais os resultados são uma pura mentira e longe da tão falada e apregoada verdade desportiva; basta ter como exemplo a final da Liga Europa da época passada. Na Liga dos Campeões o Benfica não conseguiu ganhar em casa ao Zenit, além da diferença do dinheiro investido, a diferença foi grande também nas quatro linhas. O Sporting empatou fora com o Maribor, o empate surgiu ao minuto 92 (onde será que já visto), culpas para a defesa leonina principalmente para Maurício. Os jornalistas portugueses apressaram-se logo a afirmar que Maurício não era o mesmo sem Rojo (bem verdade!) Sony não era o mesmo sem a Cher, Paulo Portas não seria o mesmo sem Pedro Passos Coelho e Pedro Abrunhosa não seria o mesmo sem os óculos de sol,. Existem duplas que não se deviam separar nunca, como os Modern Talking ou o Marinho Pinto e o vencimento de euro deputado (mesmo que ele ache que é pouco) por exemplo. O Porto foi a única equipa portuguesa que ganhou neste caso a uma equipa da Bielorrússia, o Bate Borisov, só o nome indica logo violência; dá a entender que vamos bater em alguém de nome Borisov, nome muito comum nessas paragens. Neste início de temporada desilusão do Manchester United em Inglaterra, O Real Madrid não está melhor em Espanha e segundo informação recolhida, no Cazaquistão o Ordabasy está em último. Quem é o Ordabasy perguntam vocês?… Não faço a mínima ideia, só referi mesmo para completar a crónica! Até à próxima. www.facebook.com/futebolandia Eusébio Costa Licenciado em ciências da comunicação pela Universidade do Algarve eusebio.martins.costamail.com


JORNAL DO BAIXO GUADIANA | OUTUBRO 2014 |

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D ESP O R TO

Tertúlia com contributo de três desportistas que desafiam a normalidade Domingos Viegas, Júlio Brito, Sílvia Corriente e Nuno Alves foram os grandes convidados da tertúlia que se realizou no passado dia 26 de Outubro na Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António e cujo grande tema foi «Corpo e Mente em Sintonia ultrapassam barreiras». O jornalista Domingos V. partilhou as suas impressões aquando da realização de entrevistas feitas aos vários desportistas. Por sua veze esses partilharam como desafiam a normalidade quando enfrentam autênticos desafios. Explicaram como tudo começou nas suas vidas e foram inspiradores para os tertulianos que fizeram questão de se deixar, efetivamente, inspirar. Júlio tem milhares de quilómetros nas pernas e é conhecido como o «Peregrino Algarvio». Desafia a sua capacidade física que lhe dá uma constante resposta positiva e aliciante. A sua última proeza foi

Tertúlia contou com os convidados (esq.ª para d.ta): Domingos Viegas, jornalista Jornal do Algarve, Júlio Brito, Nuno Alves e Sílvia Corriente caminhar de VRSA até Santiago de Compostela, num total de 1100 kilómetros, ao longo de 30 dias. Nuno com a sua bicicleta tem milhares de quilómetros em cima da sua bicicleta. O maior desafio

enfrentado foi atravessar a península ibérica sozinho. Uma proeza feita em cerca de 15 dias. Sílvia Corriente começou há apenas dois anos em competição do culturismo e desde aí que a sua

vida mudou por completo. Já subiu ao pódio nas competições e no mês de Outubro vai mais uma vez participar no Campeonato Nacional de Culturismo. Na tertúlia falaram sobre o desa-

fio constante da mente e a resposto do corpo. Contaram episódios vividos e muito mais haveria para falar, certamente. As tertúlias do JBG acontecem mensalmente.

Festival de Dança «Arte Sem Fronteiras» apresentou mega-coreografia A organizadora da terceira edição do Festival de Dança «Artes sem Fronteiras», a companhia de dança Splash, levou a cabo uma mega-coreografia no passado dia 27 de Setembro. Foi “um salto na organização deste festival”, confessou-nos Anna Avramenko, responsável desta academia de dança que conseguiu juntar cerca de 200 pessoas. Ao longo de cerca de 10 minutos recriaram imagens dos três municípios da euro-

cidade Guadiana [Castro Marim, Vila Real de Santo António e Ayamonte]. Numa coreografia que contou com pessoas com idades até aos 83 anos. O festival « Artes Sem Fronteiras» juntou dezenas de bailarinos, coreógrafos e espetadores entre 26 e 28 de Setembro em Espanha e Portugal. Participaram companhias de dança nacionais e internacionais, sendo que os espetáculos decorreram nos três municípios que compõem a eurocidade Guadiana.

A Academia de Dança Splash levo ua cabo mais uma edição do festival de dança «Arte sem Fronteiras»


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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2014

1 de Outubro Dia Internacional do Idoso Por todo o Baixo Guadiana desenvolvem-se inúmeras atividades de comemorações do dia Internacional do Idoso, uma vez que o dia 1 de Outubro é o dia de excelência para assinalar a terceira idade. O envelhecimento da sociedade e o papel que o idoso tem atualmente levaram a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) designar que o dia 1 de outubro seria dedicado, em todo o mundo, às pessoas idosas. A efeméride começou a ser assinalada em pleno século XXI, no ano 2000. Em 2002, pôs-se em marcha um plano de ação internacional - para responder às oportunidades e desafios do envelhecimento da população do século XXI e promover uma sociedade para todas as idades. Recentemente, o ex secretário geral da ONU, Kofi Annan, voltou a lembrar a importância da questão, apelando a todos os países do mundo para que cuidem melhor dos seus idosos. “No mundo, 600 milhões de seres humanos têm mais de 60 anos”, disse.

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Mobilização do teatro em Castro Marim foi enorme

Turismo de Natureza teve um palco dignificante na Bienal de Turismo de Natureza

Instabilidades nas escolas não dignifica Educação

ECOdica Em Outubro a hora vai mudar e os nossos hábitos também. Cuide do nosso ambiente adaptando a utilização da eletricidade. Não gaste em demasia. Seja rigoroso na sustentabilidade. Seja um exemplo para os mais novos e prepare para eles um planeta mais sustentável no futuro.


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