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Eraldo Manes Junior é paulistano, vive em Orlando, Fl desde 1990. É fundador e publisher do Jornal B&B, desde 1994. emanes@jornalbb.com

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Flórida: península do silício

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radicionalmente, a Flórida é um estado que não taxa imposto de renda sobre seus residentes. É uma região que sempre atraiu turistas e aposentados que apreciam praias e calor. Estudantes americanos, de todos os estados, escolhem a Flórida para curtir as férias de spring break. Nas últimas décadas, o estado tem atraído investimentos estrangeiros no setor imobiliário. Cidades como Miami, Orlando, Tampa e Jacksonville hospedam empresas de alta tecnologia; e já se discute comparar este movimento como o novo “Vale do Silício”. Para este debate, o jornal B&B entrevistou o prefeito de Orlando, Buddy Dyer, o economista do Sul da Flórida, Carlo Barbieri, o corretor de imóveis, Eraldo Manes e o ex-migrante de

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Boston, Alex Colombini, que escolheu a Flórida Central para viver com a família. O que esta nova onda migratória significa para o mercado imobiliário? O que isto poderá afetar nos transportes, empregos, saúde, segurança, educação e lazer? O trabalho e a educação remotas provocaram uma corrida por imóveis maiores. A forte demanda elevou os preços a índices inimagináveis, dificultando o acesso à casa própria a pessoas de baixa renda e jovens que querem comprar sua primeira casa. Os bancos exigem mais cuidado antes de aprovar um financiamento, preocupados com uma possível bolha imobiliária. Será que isso é só uma onda? Confira nesta edição.

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Alessandra Manes é graduada pela University of Central Florida, com Bachalerado em Arts in Psychology. Posteriormente, recebeu o grau de Juris Doctorate pela Barry University School of Law. Durante a escola de Direito, Alessandra foi Juíza dos programas Law Fraternity, Phi Alpha Delta, Governadora da Divisão do Young Lawyers, Law Student Division, Presidente do Intramural Sports Club e membro do Women Lawyers Association.

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Alessandra B. Manes, Esq. Fluente em Inglês, Espanhol e Português.

Alessandra é membro do Florida Bar, Young Lawyers Division e do American Bar Association. Nasceu em São Paulo, Brasil.

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Capa

FLÓRIDA Península do silício M

defendida pelo partido Republicano.

iami tem levado a fama de “novo Vale do Silício”, mas não está sozinha na intenção de transformar a Flórida num polo global da indústria tecnológica. As políticas do governador Ron de Santis incentivando as empresas a migrarem para o estado e os altos custos operacionais na Califórnia estão colocando também Orlando e Tampa nesse mapa tecnológico.

Elon Musk, dono da Tesla e gigantes do setor, como a Oracle e a Hewlett-Packard, se mudaram para Austin, a capital do estado que já vem sendo chamada de Sillicon Hill´s - a Colina do Silício. Pelo visto, a briga é boa e vai render muitos frutos ainda. Mas, o que tudo isso tem a ver com os moradores dessas cidades? Por quê o B&B entrou nesse assunto? A resposta é simples: esse boom tecnológico movimenta a economia, o fluxo de pessoas, gera empregos mais bem renumerados e está criando novos nas áreas de logística, armazenamento e transporte de cargas. Mas como nem tudo são flores, acaba trazendo também efeitos indesejados, como o aumento dos preços de imóveis.

Miami leva a vantagem de ter praia e porto – o que favorece as importações e exportações. Em compensação, Orlando, por exemplo, tem espaço para crescer, o metro quadrado é mais barato e muitas empresas como a Amazon e a Tesla já têm na cidade depósitos de distribuição de produtos. Luciana Bistane é editora da TV Globo, em São Paulo. Correspondente Internacional do B&B. Foi professora de telejornalismo na Puc de Belo Horizonte e na Faculdade Casper Líbero, em São Paulo. É co-autora do livro Jornalismo de TV.

Os prefeitos também estão empenhados. O de Miami, Francis Suarez, vem proporcionando eventos e oferecendo incentivos para atrair startups e se refere a cidade como “Miami 2.0”. O de Orlando, Buddy Dyer, conversou com a gente e garante que “construir um sistema mais forte para a tecnologia se tornou prioridade”.

O corretor de imóveis, Eraldo Manes, mostra quais os reflexos desse boom no mercado imobiliário. O economista, Carlo Barbieri, indica os setores que devem estar antenados para surfar nessa onda tecnológica e dá o caminho das pedras para os pequenos investidores que querem entrar nesse mercado. E o empresário, Alex Colombini, dono de jornal, que trocou Boston por Orlando, aponta os fatores fundamentais para que o trabalho remoto dê super certo.

E a disputa pelas empresas de tecnologia tem outro concorrente de peso: o Texas, com a economia praticamente livre de regulações, inserida no conceito de não interferência do Estado,

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Mas como nem tudo são flores, acaba trazendo também efeitos indesejados, como o aumento dos preços de imóveis.


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Capa - Carlo Barbieri

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iami e Orlando sempre atraíram muitos turistas, jovens americanos em busca de praia e calor, muitos latino americanos e investidores estrangeiros. Não é de hoje que Miami é um consolidado centro financeiro; agora desponta como um novo polo de tecnologia, chega a ser comparada ao Vale do Silício, na Califórnia. Quais os motivos, na sua opinião? Carlo Barbieri: Com a pandemia, muita coisa foi colocada em perspectiva e, muitos técnicos e mesmo empresas, se mudaram para estados vizinhos ou para a Flórida, que historicamente, era uma região referência nos mercados de entretenimento, imobiliário e turismo. E fatores macroeconômicos, incentivos governamentais e descentralização do mindset do Vale do Silício conspiram a favor de uma Miami 2.0. São Francisco era incrível. O Vale do Silício e São Francisco se tornaram o epicentro da revolução tecnológica que mudou o mundo. Mudar-se para São Francisco foi como o Gold Rush de novo. Agora, com a decadência econômica da Califórnia, altos impostos e alto custo de vida, o qual consequentemente resulta em salários mais altos que de outros estados para as empresas, esta realidade mudou. Ficou um local com pouca higiene e altos custos. Empresas de tecnologia geram empregos. Além dos investidores que pensam em abrir uma startup, quem mais deve estar atento a esse movimento? Carlo Barbieri: Nos últimos anos, vimos um aumento na economia dos “creators”. Junto com a explosão de NFTs e tecnologia blockchain, você já nota uma intersecção entre tecnologia, criatividade e arte que faz parte de um renascimento cultural. Miami tem acesso direto a esse tipo de criatividade, já que Miami Art Basel é uma das principais feiras de arte do mundo, e traz até 4.000 artistas e mais de 260 galerias internacionais. A indústria criativa e das artes de Miami pode se beneficiar muito bem desse movimento. No que tange a tecnologia, Orlando já tenha se tornado uma referência em outras áreas, fora entretenimento, nas áreas de medicina, tecnologia e até mesmo produção cinematográfica. Seguramente os setores dependentes de IA (Inteligência Artificial), devem e precisam ficar atentos, pois são os principais beneficiários desta nova realidade na Flórida em geral e nestas cidades em particular. Um pequeno investidor consegue entrar nesse mercado? O que seria uma quantia modesta e mínima para se arriscar nessa área? Carlo Barbieri: O estado da Flórida e, em especial, as cidades de Miami e Orlan-

do, oferecem inúmeros incentivos e ajudas para quem quer começar um negócio. Só para dar uma ideia, Miami Beach oferecerá entre US$ 180.000 e US$ 240.000 para cada empresa qualificada que pretende criar novos empregos na cidade, e também, uma startup qualificada e focada em pesquisa e desenvolvimento pode usar um crédito contra US$ 250.000 por ano em impostos sobre a folha de pagamento. As empresas podem reivindicar o crédito mesmo que não paguem imposto de renda e independentemente de sua rentabilidade. Em Orlando, por outro lado, a UCF Technology Incubator ajuda a desenvolver startups, e a The Hispanic Business Initiative Fund Florida fornece assistência bilíngue a aqueles que tentam estabelecer ou expandir seus negócios na região. A Florida High Tech Corridor Council também ajuda a desenvolver negócios de tecnologia da Flórida. O Programa BANC (Business Assistance for Neighborhood Corridors) do Condado de Orange fornece subsídios para pequenas empresas locais. E, também existe o SBA (Small Business Administration). Um dos programas é Small Business Innovation Research (SBIR) e Small Business Technology Transfer (STTR), A Enterprise Florida também oferece o SBIR/STTR Phase 0 Grant Program. O SBA também oferece o 504 Loan Program, que ajuda empresários a encontrar lenders para fornecer um empréstimo ao negócio, tudo com o apoio e recomendação do SBA. O prefeito de Miami, Francis Suarez, embarcou nessa ideia e fez campanha para que realmente o novo polo faça jus à comparação com o Vale do Silício. O senhor acredita que essa onda tecnológica diminuirá no curto prazo, é mais uma jogada de marketing, ou, é realmente promissora e veio para ficar? Carlo Barbieri: A pandemia continuou a ter um efeito borboleta nas migrações domésticas nos Estados Unidos, da Califórnia e Nova York à Flórida. Cerca de 10-12 mil driver’s licenses estão transferidas do estado de New York para a Flórida, mensalmente. De dezembro de 2020 a janeiro de 2021, Miami registrou uma migração líquida de 145%, enquanto a região da Área do Vale do Silício-Baía registrou migração líquida de -47,2%. Houve 40% mais mudanças para Miami do que fora de Miami em 2020 e 2,3 vezes mais pessoas se mudaram da Área da Baía de São Francisco em 2020. A Flórida é um dos 9 estados que não cobram imposto de renda estadual. É significativo para um investidor que quer se aventurar por aqui? Carlo Barbieri: Muitos investidores

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que fogem do Vale do Silício estão se mudando para estados que não tributam renda pessoal, incluindo Flórida, Texas e Washington. Os impostos podem fornecer a alguns investidores uma nova razão urgente para deixar a Califórnia, particularmente se eles tiverem grandes ganhos, incluindo os obtidos no mercado de ações, por exemplo. Califórnia tem a maior taxa marginal de imposto de renda para pessoas físicas no país, que vai até 13,3%, para quem ganha em torno de $500,000. Como esse movimento de migração chega a fortalecer a Flórida, como um todo? Tampa e Orlando, por exemplo, podem ser beneficiadas? De que maneira? Carlo Barbieri: Orlando recentemente sediou o desenvolvimento de novos negócios com a Digital Orlando, e Tampa é o lar da Synapse, uma comunidade de inovação da Flórida que traz pessoas em tecnologia em todo o país para dois dias de seminários e oportunidades de networking. A paisagem da Flórida é vibrante e diversificada e recentemente Tampa Bay foi classificada como uma das 40 principais cidades dos EUA para empreendedores e o mercado mais bem classificado para empresas de propriedade feminina. O mercado imobiliário sentiu os reflexos dessa nova febre – as ofertas estão escasseando e os preços aumentando, e antigos moradores estão recebendo ordem de despejo porque os proprietários querem vender o imóvel - segundo a associação de corretores de imóveis. O que isso pode gerar a médio prazo, levando em consideração que Miami – uma cidade muito desigual - já vive uma crise histórica de moradia? E Orlando que tem o mesmo boom? Carlo Barbieri: É uma abertura que tem imóveis do sul da Flórida salivando. Desenvolvedores, corretores e proprietários de escritórios estão antecipando esse Gold Rush das Big Tech que se basearia no sucesso recente que Miami teve com empresas financeiras. Na parte imobiliária residencial, o aumento foi muito alto e poderá haver um reajuste nos preços imobiliários, mas não sofrerá como em 2008. Pessoas se deslocando do norte e com as taxas de juros muito baixas gerou uma maior demanda para casas, mas vamos ver logo em breve uma equilibrada nesses valores. Miami tem um problema de espaço, não existe muito mais para onde crescer mas não chega a ser como San Francisco que é bem mais apertada. Em Orlando, isso não é bem a realidade, pois há bastante terreno para se expandir dentro da cidade e principalmente nas suas redondezas.

Em Orlando, por outro lado, a UCF Technology Incubator ajuda a desenvolver startups, e a The Hispanic Business Initiative Fund Florida fornece assistência bilíngue a aqueles que tentam estabelecer ou expandir seus negócios na região.

Carlo Barbieri é consultor, jornalista, analista político, palestrante e educador, empreendedor, ativista cívico e líder de muitas organizações relacionadas ao Brasil, seu país de origem e CEO do maior grupo de consultoria para brasileiros nos EUA, o Oxford Group. Formado em Economia e Direito com mais de 60 cursos de especialização no Brasil e no exterior, cursos estes realizados em diversas Instituições, como: Fundação Getúlio Vargas, Universidade Federal de Brasília, Universidade Mackenzie, Sorbonne, University of Chicago, Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT).


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Capa - Buddy Dyer

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rlando está num novo epicentro tecnológico. As cidades da Flórida já formam um centro financeiro que atrai investimentos estrangeiros de todo o mundo, principalmente da América Latina. Agora, estão trazendo startups de tecnologia e pessoas conectadas ao mundo da tecnologia. Orlando segue esse movimento? . Buddy Dyer: Como cidade, uma das nossas prioridades é abrir o caminho para o sucesso de empreendedores e start-ups, cuja profundidade de experiência e engenhosidade é um fator chave para o nosso sucesso como região. A cidade de Orlando está se esforçando para se tornar a principal cidade preparada para o futuro da América. Ser uma cidade preparada para o futuro significa estar preparado para aproveitar as vantagens dos avanços tecnológicos que vêm em nossa direção. Isso significa diversificar nossa economia e estabelecer novas empresas e carreiras com foco em inovação e tecnologia. À medida que essa indústria cresce em todo o estado, isso pode significar mais recursos para a indústria, mais empregos para o estado e um crescimento que irá melhorar a qualidade de vida dos residentes.

A pandemia do coronavírus afetou em cheio o setor de turismo e Orlando, um dos destinos mais visitados do mundo, sentiu os efeitos da crise. Um fator a mais para o prefeito democrata Buddy Dyer, no cargo desde 2003, empenhar-se em diversificar a economia da Flórida Central. Para isso, Dyer quer atrair novas empresas e aposta no setor de tecnologia - que gera empregos bem remunerados. Aqui, o prefeito de Orlando explica o já foi feito até agora e como espera concretizar o objetivo de firmar a cidade no mapa tecnológico mundial.

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O governo da cidade de Orlando está criando incentivos para trazer empresas de tecnologia para a área? A cidade de Orlando tem interesse em se consolidar nessa área? Buddy Dyer: A cidade de Orlando criou recentemente o STRIVE Orlando Program (Strategic Targeted Recruitment Incentive for Valued Employment) para incentivar empregos com salários altos e medianos em setores específicos, sendo o de tecnologia um desses setores. Além disso, o Orlando Downtown Development Board aprovou recentemente um programa para incentivar empregos de alto valor e altos salários criados por empresas que se mudaram ou se expandiram no centro de Orlando. Orlando é um lugar que promove inovação, tecnologia e empreendedorismo. Construir um ecossistema mais forte para tecnologia e startups tornou-se uma prioridade para toda a nossa comunidade. À medida que esta indústria cresce na cidade, ela melhora nossa comunidade ao trazer empregos de alto valor e salários elevados para a região, um desenvolvimento significativo e impactante, e nos coloca no mapa como um centro de tecnologia de classe mundial.


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Capa - Eraldo Manes

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Diferentemente de Miami, Orlando tem muito espaço para crescer. Com excelente infraestrutura de vias de acesso, novas escolas e hospitais vão continuar impulsionando a pujança do mercado imobiliário na região.

Maida e Eraldo Manes Eraldo Manes é paulistano, formado em Comunicação Social. Vive em Orlando há mais de 30 anos. É fundador e publisher do Jornal Brasileiras & Brasileiros. (1994-2021). Ex-presidente da Central Florida Brazilian American Chamber of Commerce (20162018); sócio fundador da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (2006-2021). É Corretor de imóveis, licenciado pelo estado da Flória, e é Sales Agent na Pointon Realty. eraldo@pointonrealty.com

rlando já sente os reflexos da nova febre tecnológica que toma conta de Miami?

Quais os benefícios e as desvantagens que esse momento pode trazer? Valorização dos imóveis para quem pretende vender?

Eraldo Manes: A onda migratória que acontece nos Estados Unidos, formada por pessoas procedentes de estados como Califórnia, Texas, Nova York com destino à Flórida não é algo exclusivo de Miami. Claro que Miami leva uma vantagem geopolítica entre as demais cidades do Estado, por dispôr de infraestrutura que favorece diferentes indústrias, como: comércio, negócios, finanças, transportes, saúde, turismo, etc. Miami tem porto, aeroportos, serviço alfandegário, excelentes rodovias, emprego, vida noturna, lazer, cultura, hospitais, escolas e praias. A cidade funciona como um hub que liga os EUA às Américas Central e do Sul, Europa e África; e atrai turistas do mundo inteiro. Especula-se que Miami pode se tornar o novo polo de tecnologia no país, semelhante ao que aconteceu nos últimos 40 anos na região conhecida como “Vale do Silício”, na Califória, que liga as cidades de San Jose a San Francisco, berço de empresas como Apple, Google, Ebay, Oracle, Tesla, Air BandB, Uber, Instagran, Yahoo etc. Apesar disso, Orlando está competindo fortemente nesta corrida.

Eraldo Manes: Isto já vinha acontecendo antes da pandemia. Em 2019, o déficit imobiliário nos EUA já era de, aproximadamente, 4 milhões de unidades. A pandemia também contribuiu para o aumento do preço da madeira de construção e a escassez de material de acabamento. Em 2010, uma casa que demorava entre 4 a 7 meses para ser construída e cumpria com o material do memorial descritivo, atualmente, os grandes construtores acabam utilizando materiais similares para entregar a obra entre 9 e 12 meses prometidos. O juro baixo para financiamento da casa própria é outro fator relevante para estimular o boom imobiliário nos últimos 5 anos. Isso torna o mercado favorável para o vendedor e complicado para o comprador. Com poucas casas à venda e muitos interessados, os preços sobem muito. No mercado de imóveis novos, é comum os interessados ficarem em lista de espera. Quanto aos usados, acaba ocorrendo uma “disputa” para conseguir que uma porposta seja comparada com outras 5 ou 10 oferecidas pelo mesmo imóvel.

Segundo a associação de corretores de Miami, os preços estão subindo com o aumento da procura?

Maior difícil acesso à moradia para as classes de renda inferior?

Eraldo Manes: Sim, é fato que a pandemia do Covid-19 trouxe uma revolução nos costumes. O isolamento proporcionou a experiência do trabalho remoto. Logo, as empresas perceberam maior satisfação dos empregados, menor desperdício em deslocamentos, e maior produtividade. A logísitca foi então transferir esta mão de obra qualificada de estados com alto custo de vida e impostos, para estados menos onerosos, como a Flórida, que era tradicionalmente conhecida por receber turistas e público da Terceira Idade. Agora, a Flórida atrai perfis como “baby boomer”, “geração Y” e “millennium”. Apenas para efeito comparativo, de acordo com o site Zillow, uma casa de 1960 sq/ft, de 4 quartos, 2 banheiros construída em 1965, em San Carlos, Califórnia tem um valor estimado de $2,383.200. Com $700,000 é possível comprar uma casa nova, em Lake Nona, Orlando, Florida, com 2,952 sq/ft, com 4 dormitórios, 4 banheiros e piscina.

Eraldo Manes: Os tipos de financimanto da casa própria nos EUA são na forma de cash, ou através de financiamentos: convencional, FHA e VA. A primeira opção, fica geralmente para os investidores, enquanto as formas de financiamentos são adequadas a pessoas com estabilidade de emprego, bom histórico de crédito e aporte financeiro para entrada e custos de escritura. O FHA (Federal Housing Administration), programa que recebe subsídio do governo, chega até 96% do valor do imóvel e é oferecido para pessoas com crédito moderado. Os modelos VA são subsidiados para atender veteranos do serviço militar. Famílias de baixa renda, -que ganham menos de $30,000 por ano, no estado da Fórida,- acabam não qualificando para nenhum destes programas. O governo local do Orange County tem mostrado alguma iniciativa de criar moradia para público de baixa renda. Algumas áreas abandonadas da cidade, que ficam no entorno do downtown de

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Orlando, já recebem projetos que incluem comércio no piso térreo, apartamentos verticais, área de lazer e cultura para incluir a população mais carente. Qual a sua mensagem para quem está pretendendo investir em imóveis, nesse momento? Eraldo Manes: No primeiro semestre de 2021, registraram-se vários negócios que receberam múltiplas ofertas logo depois de serem listados no mercado. Com previsão de inflação alta para 2021 e juros baixos com possibilidade de subida, a corrida para o investimento em imóveis foi enorme. Entretanto, já existe uma sinalização de estabilidade de preços no mercado de Orlando. Até o fechamento desta edicão, o MLS (Multiple Listing System) já mostrava um recuo nos preços de 1.5% em algumas propriedades listadas no mês de agosto. No dia 31 de julho, terminou o prazo da moratória que o governo americano havia oferecido para inquilinos se manterem em suas residências. De posse de seus imóveis, alguns proprietários estão preferindo vender suas propriedades para aproveitar os preços altos, do que relocá-los. Ainda é um bom negócio ou os preços já não estão tão convidativos? Eraldo Manes: Qualquer coisa que disser é somente uma opinião. Empresas como Amazon, Walmart -que instalaram centros gigantes de distribuição de mercadorias por venda online-; a Disney promete relocar seus funcionários da Califónia na região da Flórida Central; o contínuo crescimento da Universidade da Central Flórida, -com mais de 60 mil alunos para o ano de 2021-, a migração natural de americanos mencionada nesta pauta levam a crer em um momento de celebração. Diferentemente de Miami, Orlando tem muito espaço para crescer. Com excelente infraestrutura de vias de acesso, novas escolas e hospitais vão continuar impulsionando a pujança do mercado imobiliário nas imediações como Kissimmee, Winter Garden, Windermere, Celebration, Davenport, Clermont, Minneolla, Oviedo, St. Cloud, Poinciana, Haines City, Winter Springs, entre outras preferidas pela classe média. Com o fim da pandemia, a Flórida deverá retomar o mercado do Turismo e voltar a atrair investidores no mercado imobilário como os asiáticos, latinos e brasileiros.


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Capa - Alex Colombini

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aiano de Jequié, Alex Colombini, 43 anos, trocou o Brasil pelos Estados Unidos há 15 anos. Mesmo antes da pandemia, em 2017, seduzido pelo bom clima da Flórida, trocou Boston por Orlando. E diz que está muito satisfeito com a mudança. "Em Boston e região norte o inverno é longo e rigoroso. Aqui as crianças aproveitam o clima o ano inteiro e podem fazer atividades ao ar livre" - diz ele. Nos Estados Unidos, o casal Alex e Fernanda teve 3 filhos, Alex Jr, Giovanna e David, hoje com 13, 12 e 6 anos. A alteração - pra melhor - na rotina da família, não atrapalha em nada a vida profissional do pai, que incorporou o home office. Formado em Direito, ele é dono do Jornal dos Sports, que existe há 29 anos; e de uma agência de publicidade. Não consegue se beneficiar do pagamento menor de impostos porque as empresas continuam em Massachussetts, mas garante que o trabalho remoto está dando super certo:

“Coloco minhas fichas no Texas, que também está nessa briga por esse título de Novo Vale do Silício”.

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"Trabalho nas áreas de jornalismo e publicidade, com uma equipe incrível: jornalistas, distribuidores

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de jornal, diagramador, design gráfico; uma equipe muito boa que facilita bastante o trabalho à distância. Mas o contato olho no olho e o cafezinho com o cliente tem um peso muito forte, por essa razão vou a Boston duas vezes por mês. Quando estou em Orlando, trabalho pelo telefone e internet. A pandemia potencializou ainda mais o trabalho remoto; atendo muitos clientes via vídeo conferência. Com internet e uma boa equipe é possível trabalhar à distância e fazer um trabalho de qualidade, atingindo o objetivo final que é atender com excelência nossos anunciantes e leitores". Atento às novidades, ele tem acompanhado com interesse essa onda de tecnologia que chega a Miami, mas não concorda que a região será o novo Vale do Silício. Acredita que por trás há uma jogada de marketing muito forte. Sua aposta é outra: "Coloco minhas fichas no Texas, que também está nessa briga por esse título de Novo Vale do Silício". "Orlando deve focar no turismo mesmo que já está consolidado e tem grande estrutura para isso" - ele conclui.


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Economia

Criptomoedas podem revolucionar os investimentos em cidades americanas Ilton Caldeira

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Ilton Caldeira Jornalista com mais de 30 anos de experiência em Economia, Política e Relações Internacionais. Membro fundador do Valor Econômico, principal jornal brasileiro de Economia e Negócios. Foi Editor de Economia do Portal iG e Diretor de Comunicação no Governo de SP (Secretaria de Planejamento). Recebeu os prêmios: BM&F BOVESPA de Jornalismo (2001), Selo Animec (2002), ambos em reconhecimento a coberturas jornalísticas sobre o mercado de ações no Brasil. Em 2012 recebeu o Citi Journalistic Excellence Award, programa da Universidade Columbia em Nova York, que reconhece os melhores jornalistas de Economia no mundo. É especialista em Relações Internacionais pela (FGV-SP) e colunista de opinião do site O Especialista, plataforma de conteúdo jornalístico que pertence ao Banco Safra. Nos Estados Unidos é fundador da consultoria Go Mind Company. www.gomindcompany.com info@gomindcompany.com

m novo capítulo na história das moedas virtuais está surgindo no horizonte: as criptomoedas lançadas por governos locais. A primeira iniciativa do gênero foi apresentada no início de agosto pela cidade de Miami, na Flórida (EUA). A MiamiCoin é a primeira CityCoin lançada com o objetivo de apoiar projetos de interesse público na Magic City (apelido da cidade) com a possibilidade de gerar lucros aos investidores por meio da valorização desse ativo. Em sua essência, uma criptomoeda é o equivalente a dinheiro digital descentralizado, projetado para ser usado na internet. O Bitcoin, lançado em 2008, foi a primeira divisa virtual e continua sendo de longe o ativo mais popular nesse segmento. Mais de uma década depois, o Bitcoin e outras criptomoedas cresceram e ganharam presença nos mercados mundiais como alternativas digitais ao dinheiro emitido pelos Bancos Centrais. A moeda virtual de Miami, ainda em fase inicial, prevê que cerca de 30% dos ativos sejam direcionados para uma carteira específica para uso em investimentos na cidade. Os investidores, por sua vez, seriam remunerados via Bitcoins. Além de Miami, a cidade de San Francisco, na Califórnia, também prepara o lançamento de uma iniciativa nos mesmos moldes, com sua própria CityCoin. O movimento capitaneado

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da Flórida pode se espalhar rapidamente pelos EUA. Miami e o próprio condado de Miami-Dade, onde a cidade está localizada, estudam ampliar o uso de criptomoedas para permitir que os cidadãos paguem impostos utilizando ativos virtuais conversíveis em dólares e que funcionários públicos sejam remunerados por meios da moeda local. Para isso, uma força-tarefa foi criada com 13 membros locais para examinar a viabilidade de permitir que os residentes paguem seus impostos municipais, bem como taxas e serviços, usando moedas digitais. Especialistas em finanças nos EUA avaliam que especificamente no caso de Miami a criptografia poderia ser atraente para os residentes devido à grande população da cidade ser oriunda de outros países. Como a criptografia é armazenada em carteiras digitais e não está vinculada a um país específico, os investidores estrangeiros e residentes não precisariam pagar taxas de câmbio para mudar sua moeda local para o dólar e vice-versa. Mas para que essas propostas ainda nascentes possam de fato conquistar terreno e diversos “cripto hubs” se espalharem, questões legislativas e regulatórias precisam caminhar em paralelo. Para avançar com seus projetos, Miami não pode fazer isso sem que o poder legislativo do estado da Flórida aprove um pacote de leis pró-criptografia.

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Miami tem como vantagem sobre outros centros de criptografia emergentes, até mesmo Wyoming, que já tem leis estaduais de suporte à criptografia, ser uma cidade internacional com uma infraestrutura bancária desenvolvida, e ter capitalistas de risco e indivíduos com alto patrimônio interessados em financiar a inovação e o mercado de ativos digitais. Todos esses pontos são importantes, mas a clareza e a segurança jurídica são questões centrais para que esse ambiente financeiro aflore de fato. A maior parte do trabalho jurídico precisa acontecer no nível federal. O foco maior na discussão atual em Washington está voltado para o combate à lavagem de dinheiro, uma melhor cooperação internacional entre os diversos governos nacionais (países) e subnacionais (Estados, condados e cidades), a recuperação de ativos e uma estrutura bem azeitada de fiscalização tributária. As criptomoedas nasceram em território livre e sem amarras regulatórias, mas em um ambiente mais seguro e com regras claras é provável que se tornem mais presentes nos serviços financeiros, com mercados emergentes acelerando a utilização desses ativos, assim como os mercados mais desenvolvidos expandindo e criando novos produtos de financeiros baseados nesses ativos.


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Comunidade

Presidente Anna Alves-Lazaro

“O público teve a oportunidade de conhecer técnicas para prevenção e recuperação das vítimas que recebem atendimento na Fundação”

Dia Mundial contra o Tráfico Humano

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Hope & Justice Foundation realizou no dia 30 de julho um evento para registrar o “Dia Mundial Contra o Tráfico Humano”. O objetivo da Instituição é conscientizar a sociedade local sobre a importância da causa que registra com crimes cada vez mais frequentes. A presidente da Fundação, Anna Alves-Lazaro, em seu pronunciamento, lembrou que este crime hediondo cada vez mais assusta as autoridades pela ousadia dos criminosos. A educação e o conhecimento podem ajudar a coibir na prevenção e no combate desse crime. Diversos profissionais que atuam no Projeto falaram durante o evento. Entre

eles, a Dra. Josie Oliveira, Dr. Afonso Salgado, Milena Del Rio Valle, Cris Cole e Daniel Luz. O público teve a oportunidade de conhecer técnicas para prevenção e recuperação das vítimas que recebem atendimento na Fundação. Durante a manhã, os participantes foram recebidos com um café da manhã; e, no período da tarde, aconteceram palestras com informações importantes sobre o tema. Um dos assuntos mais impactantes foi sobre defesa pessoal, com a demonstração de técnicas precisas de como uma vítima mesmo de pequena estatura, pode se livrar do seu agressor. Foi um dia com muitas atividades que contou com a

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nosso colaborador Peter H. Peng, PhD se despede do B&B, com o qual colaborou por mais de uma década, exceto por uma única edição, quando sofreu um acidente.

as coisas no Brasil, Peter responde: “It is a big mess. But is my mess. You guys have a big mess here too. I can deal with my mess. I do not want to deal with other people's mess...”

Peter está retornando ao Brasil, onde tem vários projetos em andamento: consultorias, um livro sobre a China e filantropia. Suas bases no Brasil são em Porto Alegre-RS, São Paulo-SP e São Carlos-SP.

Peter deseja tudo de bom para o B&B, agradecendo aos seus editores a oportunidade de escrever, e boas venturas aos seus leitores.

Perguntado por seus amigos americanos como andam Brasileiras & Brasileiros, Inc. | Vol 27 - Num 8 - AUGUST 2021

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presença de um bom público na sede da Instituição. Alí, todos puderam conhecer melhor a proposta de como os voluntários podem participar e ajudar nessa campanha. “Os voluntários da Hope & Justice Foundation com muito amor, dedicação, responsabilidade e comprometimento com o ser humano vem desenvolvendo um valoroso trabalho para o bem comum e, a cada dia, avança em sua missão e objetivos”, agradeceu emocionada Anna Alves-Lazaro. Qualquer pessoa que queira se envolver nesta causa pode contatar a fundação e conhecer os programas, projetos e serviços sociais oferecidos gratuitamente.

Desejamos ao Peter boa sorte em seus empreendimentos e temos a certeza que nossos caminhos se cruzarão no futuro.


Mídia Digital

Sem cookies, publicidade digital busca revalorizar criatividade Rubén Figueroa

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ampanhas que voltarão a colocar a criatividade em primeiro plano, que serão lembradas e vão gerar discussões: assim será a publicidade na internet quando desaparecerem os cookies de terceiros, que coletam dados dos usuários para rastrear suas atividades. Esse é o cenário previsto por especialistas em publicidade, setor que recebeu com incerteza o anúncio do Google de que em 2023 vai eliminar os cookies do navegador Chrome, o mais usado no mundo, com fatia de mercado de 64%. Os cookies de terceiros são utilizados para rastrear os hábitos do usuário na internet e assim oferecer publicidade personalizada. Sem essa informação valiosa, a indústria terá de se reinventar. O Safari, da Apple, e o Firefox, os principais concorrentes do Chrome, já bloquearam os cookies de terceiros nos seus produtos, mas não têm o alcance do navegador do Google, que primeiro anunciou a eliminação dos cookies até janeiro de 2022, mas acabou adiando a mudança para o final do ano seguinte. REVALORIZAÇÃO DA CRIATIVIDADE Sem cookies de terceiros, as propagandas não serão tão personalizadas, mas vão explorar outra forma de causar impacto, fazendo uso do contexto da informação dos meios digitais em que aparecem e revalorizando a criatividade para gerar emoções. "A criatividade vai desempenhar um papel mais importante. Estávamos à procura de campanhas que fossem convincentes. Agora, vamos para campanhas que as pessoas queiram recordar e contar a um amigo", disse Eladio Portela, vice-presidente regional de dados da agência de marketing direto e digital MRM, pertencente à McCann Worldgroup. Comparando com o futebol, o especialista explicou que enquanto com o modelo atual busca "o passe para o gol e o gol, que é a venda", com o novo modelo "é preciso começar a jogada do zero com o cliente".

Cuba diz que embargo dos EUA impede acesso livre à internet

que a eliminação desses cookies pode ter no mercado da publicidade digital, o Google está desenvolvendo a iniciativa "privacy sandbox", uma ferramenta que visa melhorar a privacidade online, mas que, ao mesmo tempo, é útil para os anunciantes visarem públicos específicos. Paralelamente, veículos de comunicação já estão orientando os anunciantes sobre as questões que abordam para facilitar as reivindicações contextuais nos seus portais. Entre os anunciantes, há vários graus de desenvolvimento, desde os que chegaram agora à publicidade digital até os que já estão se preparando para a próxima mudança sendo assessorados. "As marcas relevantes já existiam sem cookies de terceiros", frisou Portela, ao explicar que embora os dados fornecidos sejam de grande ajuda, a "relevância" das marcas ainda vem de oferecer "produtos significativos para a vida das pessoas".

"Trata-se de se apaixonar novamente, não só fazer a melhor oferta, mas também ser o mais interessante possível. Penso que é aí que a parte criativa terá muito a dizer", analisou Portela. Para Alfredo Alquicira, vice-presidente criativo da McCann Worldgroup México, a mudança anunciada pelo Google gera "incerteza" na indústria, porque toda a segmentação e o conhecimento do público que tinha sido alcançado será perdido, mas "revaloriza" o seu trabalho, porque o empenho e as boas ideias para chegar às pessoas serão novamente priorizadas. Na opinião dele, embora a criatividade nunca tenha sido perdida, ganhará maior ênfase para que, na ausência de dados exatos sobre o perfil do usuário, possam ser desenvolvidas mensagens que movam as pessoas como seres humanos, e não apenas como consumidoras, para que as marcas possam ser relevantes nas suas vidas.

O ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, declarou que o embargo econômico, comercial e financeiro aplicado pelo governo dos Estados Unidos impede que a população do país caribenho tenha livre acesso à internet. Os tweets do ministro foram uma resposta a um comunicado do Departamento do Tesouro americano, que estimulou indivíduos e empresas sob jurisdição dos EUA a agir para fornecer serviços de telecomunicações e internet em Cuba. As exceções detalhadas pela pasta estão em sua maioria contidas nos Regulamentos de Controle de Ativos Cubanos (CACR) e incluem autorização para iniciar, sob a jurisdição dos EUA, transações, incluindo pagamentos, relacionadas com a prestação de serviços de telecomunicações para Cuba. “Isso inclui conexão à internet, dados, telefone, telégrafo, rádio, televisão, serviços de agência de notícias e outros serviços similares, independentemente do meio de transmissão, inclusive via satélite”, disse o Departamento do Tesouro.

EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO A eliminação dos cookies de terceiros também provocará uma mudança na experiência de navegação na internet do usuário e na sua relação com as marcas. Os cookies de terceiros desaparecerão, mas os cookies primários permanecerão, o que facilita a navegação e futuras visitas, por exemplo, lembrando nomes de usuário, senhas e preferências de navegação. Desta forma, os usuários descobrirão que em muitos casos terão que se registrar voluntariamente, para que eles mesmos concedam os dados para que as marcas possam acompanhá-los. "A grande iniciativa das marcas será conhecer melhor o cliente através de modelos de recompensa, e os consumidores estarão mais conscientes do valor dos seus dados: 'darei os meus dados se a proposta valer a pena, caso contrário, conheço o valor dos meus dados e vou levá-los para outras marcas", simulou Portela.

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ADAPTAÇÃO DA INDÚSTRIA Para mitigar o grande impacto 19

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Psicoterapia

O fracasso ensina Eliana Barbosa

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“Bons jovens se preparam para o sucesso. Jovens brilhantes se preparam para as derrotas. Eles sabem que a vida é um contrato de risco e que não há caminhos sem acidentes”. Augusto Cury

uitas são as pessoas que, ainda hoje, apesar de tanta inteligência e potencial para o sucesso, não conseguem se destacar na vida profissional e nem serem felizes em seus relacionamentos. Provavelmente você conhece indivíduos que são esforçados ao extremo, estudiosos, mas que se consideram “sem sorte” porque nada que empreendem dá certo. Eles querem vencer e se sentir realizados, mas sempre ficam com a sensação de que falta alguma coisa nessa trilha da vitória. O primeiro passo para se resolver essa questão é o autoconhecimento, o olhar pra dentro de si, conscientizandose de que a tão almejada transformação interior só é possível quando se decide mudar a postura diante das adversidades, do fracasso e das perdas, no sentido de desenvolver o autocontrole –habilidade que nos permite gerenciar emoções, desejos e reações, mantendo o foco em objetivos relevantes, e de persistir, mesmo em situações mais problemáticas.

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Nesse estímulo para o desenvolvimento de suas personalidades, foi ensinado a elas a importância de se combater o sentimento de urgência, compreendendo que mais vale uma recompensa maior no futuro do que uma recompensa menor disponível no presente. Embora a habilidade de controlar impulsos decorra, em parte, de nossa herança genética, é importante saber que há também influência do ambiente, ou seja, da família e escola. Por isso, com o objetivo de desenvolver o autocontrole de seus alunos e estimulá-los a encontrar soluções para desafios, no mundo todo tem aumentado o número de escolas que criam jogos cujo prêmio depende da habilidade em lidar com a frustração, fazer escolhas melhores e adiar decisões, quando necessário.

Esse preparo para enfrentar problemas ou mesmo as derrotas, e acatar os “nãos” que a vida oferece, é uma competência que vem sendo bastante estudada em vários países.

Por isso, para que pais e educadores consigam realizar suas missões com louvor, é importante que estejam prontos para preparar crianças e jovens para as naturais dificuldades da vida. Como diz o psiquiatra e escritor Augusto Cury, “Bons jovens se preparam para o sucesso. Jovens brilhantes se preparam para as derrotas. Eles sabem que a vida é um contrato de risco e que não há caminhos sem acidentes".

Neurocientistas e psicólogos têm descoberto que as crianças que, ao longo de sua educação, aprenderam a lidar com perdas e frustrações, sem negativismo e autopiedade, apresentaram um melhor rendimento escolar,

E lembre-se: nunca é tarde para mudar, adquirir novas habilidades, e ser feliz e bem-sucedido. Basta afastar de sua mente a idéia da perfeição e fazer de cada fracasso vivido uma experiência de motivação e aprendizado.

Autocontrole é uma das mais fortes características da inteligência emocional.

Eliana Barbosa é psicoterapeuta, life coach, autora de vários livros no campo do autodesenvolvimento e palestrante motivacional – eliana@elianabarbosa.com.br www.elianabarbosa.com.br)

afastaram-se dos vícios, conseguiram poupar dinheiro, e tornaram-se adultos mais felizes e bem sucedidos.

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Tecnologia

Brasil supera 400.000 ciberataques e é 2º maior alvo mundial

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Brasil sofreu entre 1º de janeiro e 3 de agosto de 2021 mais de 439.000 ataques cibernéticos, 7,1% de um total de 6,4 milhões realizados em todo o mundo, e assumiu a segunda posição entre os maiores alvos a nível global, atrás apenas dos Estados Unidos, que lidera o ranking com mais de 1,33 milhão (21,7%), segundo um relatório da empresa especializada Netscout. Em terceiro lugar aparece a Coreia do Sul, com 385.808 ataques (6,3%), seguida pelo Reino Unido, com 348.330 (5,7%), e pela China, com 256.985 (4,2%). Os dados, coletados pela companhia de soluções digitais e de cibersegurança, correspondem a uma média feita com base no monitoramento em tempo real de cerca de 30% de todo o tráfego de IPs do planeta. Os ataques registrados foram do tipo de negação de serviço distribuído (DDoS, na sigla em inglês), que são aqueles que se utilizam das características e limitações de qualquer rede de serviços para comprometer seu funcionamento. Os dados indicaram, ainda, que as principais origens dos ataques sofridos pelo Brasil foram EUA (62,4%), o próprio país (60,8%), Reino Unido (21,1%), Holanda (31,1%) e Alemanha (30,9%), considerando que uma única ação criminosa pode vir de múltiplos locais. Também cabe destacar que março de 2021 foi o mês do ano em que o país sofreu mais ataques, superando 80 mil. Por outro lado, apesar de não liderar o ranking dos países de onde saem mais

ataques de DDoS, o Brasil oscila entre os 15 primeiros maiores emissores do mundo, através da construção de botnets (redes de robôs) no país, segundo explicou o diretor da Netscout Arbor no Brasil, Geraldo Guazzelli. "O Brasil é alvo de ataques há muitos anos por ser um país grande, com visibilidade global, um dos maiores provedores de alimentos para o mundo. Mas, de alguns anos para cá, o Brasil vem sendo também gerador de ataques", explicou o especialista em cibersegurança. "A explicação é profunda, mas o entendimento é muito simples. Somos um país de cerca de 212 milhões de habitantes e atingimos um nível de digitalização considerável, então passamos a ter capacidade de gerar esses ataques", acrescentou ele. O IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 Os dados coletados pela Netscout em 2021 também comprovam uma tendência de aumento de números de ataques acentuada pela pandemia da covid-19, que tornou necessário o isolamento social e provocou uma revolução no uso da internet em todo o mundo, elevando também os riscos cibernéticos. Em 2020, houve um aumento de 50% na frequência de ataques DDoS na América Latina e de 36% no Brasil, com um total de 10.089.687 em todo o mundo, número 20% superior ao registrado em 2019 pela companhia.

Para Guazzelli, a transição repentina para sistemas de trabalho à distância foi um dos principais fatores que contribuíram com o aumento da vulnerabilidade das empresas, que não tiveram tempo para desenvolver esquemas de proteção adequados diante da urgência da nova modalidade. O número ataques DDoS com o objetivo de extorsão também cresceu 125% em 2020, comparado a 2019, e

“O sistema 3DS é um produto criado pelas bandeiras (de cartões) que simplesmente acaba com a fraude na web. A loja virtual que atua com o 3DS não sofre mais perdas com fraudes graças a uma confirmação adicional junto ao portador do cartão no momento da compra que é feita pelo banco do titular”, detalhou o diretor de vendas da companhia no Brasil.

se colocou no terceiro lugar entre as principais motivações desse tipo de crimes (33%), perdendo apenas para hackers querendo demonstrar suas capacidades para potenciais clientes (50%) e questões relacionadas a jogos online (44%), segundo a Netscout. Entre os setores da indústria mais afetados no Brasil está um dos que mais se desenvolveu durante a pandemia, o e-commerce, que viu crescer não só o número de ataques, mas também de frau-

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des, segundo explicou Rodrigo Schemann, diretor de vendas no Brasil da Unlimint, fintech global que atua em cerca de 30 países. "Antes da pandemia, o ecommerce no Brasil representava entre 4% e 5% do total de transações de crédito e débito. Em 2020, tivemos um montante de R$ 1,5 trilhão em volumes de transações de cartões e 30% delas correspondiam à web. Hoje, a internet representa cerca de 30% do total de vendas com cartões de crédito e débito", afirmou o especialista. "As tentativas de fraude no Brasil giram em torno de 2% do total do volume transacional, e 1,5% é evitado por sistemas antifraude", ressaltou Schemann, que acrescentou que entre os tipos de golpe mais comuns estão a clonagem de cartões através do roubo de dados e a autofraude - quando a pessoa realiza a compra e nega o recebimento do produto. TECNOLOGIAS CADA VEZ MAIS EFETIVAS, PARA O BEM E PARA O MAL Segundo Guazzelli, o mundo das ferramentas digitais é muito dinâmico, e a aceleração de seu desenvolvimento está "diretamente ligada" às mudanças trazidas pelo novo coronavírus, que levou a um aumento "muito forte" da integração de novas tecnologias dentro das rotinas de pessoas e empresas. "Quanto mais tecnologia você traz para o bem, mais portas você abre para o ilícito (...) Cada vez que você evolui com a tecnologia de proteção, o atacante descobre uma nova

forma de te invadir (...) e a criticidade vem aumentando de uma maneira significativa na capacidade dos ataques, que vem crescendo de maneira considerável porque o mundo todo gira em cima de tecnologia", defendeu. COMO SE PROTEGER NO MUNDO DIGITAL Diante desse contexto, fica evidente a obrigatoriedade das empresas de todos os setores em contar com soluções atualizadas e com uma boa visibilidade de tudo o que ocorre em seus sistemas, além de contar com ferramentas de mitigação de tráfego ilícito e serviços antifraude, principalmente no setor de e-commerce. Por isso, a Unlimint, que oferece mais de 1.500 formas de pagamentos para que seus usuários realizem transferências a nível local ou internacional, busca introduzir no país o sistema 3DS 2.0, bastante disseminado na Europa e considerado disruptivo por Schemann. "Aqui o 3DS ainda não é amplamente utilizado porque não são todos os bancos que possuem essa integração e esse protocolo de segurança pronto para operar. É um produto novo, e o brasileiro já está acostumado a comprar sem ter uma etapa adicional no processo, então esse é um desafio", acrescentou. "A maioria das lojas virtuais não conta com um sistema parrudo e altamente eficiente para evitar ataques cibernéticos (...) O desafio dos lojistas é vender produtos, e a questão da segurança fica a cargo das empresas de pagamento", concluiu Schemman.

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VÔO PÁTRIO

Como o inevitável acontece (em três partes)

O Oriente Médio (novamente) em chamas Parte III – A guinada mundial

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Peter Ho Peng nasceu na China e cresceu em Porto Alegre. Formou-se na UFRGS em engenharia química e na Georgia Institute of Technology (MSc e PhD). É morador de Tierra Verde, Flórida. peterhpeng@yahoo.com

que há então de novo? O mundo repudiou Israel nesse conflito. A Europa quase inteira (menos a Hungria, não me perguntem por quê) irá reconstruir a Palestina. Não classificaram publicamente as ações de Israel de Terrorismo Estatal, mas para o bom entendedor meia palavra basta. Mesmo dentro de Israel os oponentes do primeiro-ministro Netanhyahu se unem para fazer um governo de coalizão, que substitua o atual. Essa coalizão vai de A a Z, compreende todo o espectro político do país. A maldade das “margaridas” israelenses foi tão óbvia que os judeus mundiais não querem se identificar com essas flores. A Anti Defamation League, organização judia anti-zionista, tradicionalmente liberal e associada à esquerda americana, está quieta. Quem fez Israel foram os americanos, após a Segunda Guerra, e, com a simpatia mundial, após o holocausto, foram com tudo em cima dos palestinos, apropriandose de suas terras paulatinamente. Houve retaguarda militar de outros países, mas não se enganem: foram os americanos que fizeram Israel. O século XX foi o século da pax americana; tudo que se fazia no mundo era feito com um só corretor: os EEUU. O dinheiro da ajuda humanitária mundial vai reconstruir a Palestina, mas deveria ser totalmente dinheiro americano; quem fez a cacáca foram eles, mas o resto do mundo vai ter que limpar. Porém os americanos estão dando uma guinada na sua política. Tradicionalmente o Partido Democrata sempre foi o maior apoiador de Israel. Agora a política atual de Israel não encontra eco no Partido Democrata. A condenação a Israel veio principalmente dos congressistas democratas. Enquanto Trump e Netanyahu, o chefe de Israel, eram gêmeos univitelinos, agora mesmo o Partido Republicano está em silêncio. Leitores do B&B, vós notastes esse silêncio? Biden prometeu ajudar na reconstrução de Gaza. Com um pequeno caveat, mais para inglês ver: diz que vai canalizar a ajuda americana não para Hamas, que os EEUU chamam de organização terrorista, mas vai canalizar dinheiro para a Autoridade Palestina, um governo que não funciona, corrupto e disfuncional. E sempre afirmando seu apoio incondicional a Israel. Biden tem que ajudar na reconstrução de Gaza. Claro, foram eles que fizeram o estrago. Como posso fazer essa afirmação?

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Aqui tem um dito popular: Follow the money = Siga o rastro do dinheiro. Como o seu dinheiro, ou o nosso dinheiro, os impostos que pagamos, como isso contribui para a guerra no Oriente Médio? Simples. Grande parte dos fundos americanos que vão para Israel, são arrecadados via um canal que o IRS (Internal Revenue Service) chama de 501(c)(3). São ONGs, filantropias que vivem de doações, os doadores recebem abatimento do imposto de renda. Judeus americanos, ricos ou não, e americanos simpatizantes com as vítimas do holocausto, contribuem para Israel. Existem mais de 20 tipos de ONGs 501(c). Mas essa filantropia é solicitada para pesquisa e desenvolvimento, educação, defesa, coisas desse tipo; não poderia ser destinada para ataque, destruição e ocupação. É evidente que os helicópteros Apache e suas bombas são usados singularmente para ataque e destruição. Nenhum contribuinte para Israel quer se identificar com o que Israel fez agora. Israel sempre fez isso, mas agora passou da linha. Aqui o IRS não dá moleza. Vejam o próprio Trump enroscado com o IRS. Essa torneirinha pode e deve ser fechada. Mas será fácil mudar de roupa. Um probleminha: Como exército ocupacionista, Israel controla tudo que entra e que sai da Palestina. Essa ajuda humanitária, para reconstruir hospitais, escolas, usinas de tratamento de água e esgoto, moradias, vai ter que pagar imposto de entrada, os custos do exército ocupacionista para abrir, vistoriar, inventariar, conferir, reconferir, fechar e lacrar cada contêiner. Fazer todo esse trabalhão deve custar os olhos da cara; digamos, 30% do valor dos conteúdos de cada contêiner. A nossa famosa rachadinha, vestindo outras roupas, ternos e chapéus pretos. Mostrei nos artigos anteriores como os EEUU, esse mesmo país, ele próprio, foi construído da mesma maneira que Israel vai sendo, destruindo a Palestina, no caso atual; e os americanos destruindo os nativos, no caso anterior. Os americanos dão aulas de moral ao resto do mundo, mas para quem conhece História, os EEUU não possuem autoridade moral para dar lições de moral ao mundo. O pobre Biden, com todos os seus pepinos que tem por aqui, ainda tem que descascar abacaxi no Oriente Médio (abacaxi plantado e cultivado por eles mesmos). O Biden fala ainda no “two-state solution”, a criação de um estado palestino,

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que possa conviver pacificamente com um estado vizinho. Eu não creio na sinceridade disso; afinal, fala-se nisso desde que Israel existe. Enquanto isso, o seu plano de tentar usar investimento estatal feito com dívida orçamentária para infraestrutura vai sendo diluído pelos republicanos. Mas o investimento estatal em tecnologia para combater a China vai em frente. Já que falei na China, notaram que eles ficam quietos nesse questão do Oriente Médio? É da cultura chinesa não botar azeitona no pastel dos vizinhos. E os americanos, vivem fazendo isso, botando azeitona no pastel dos outros, enquanto os seus pastéis estão furando e afundando no óleo, já preto de tanto uso. Minhas previsões: - Os quadros do Hamas vão engrossar exponencialmente. - Netanhyahu vai ser despojado do poder e vai enfrentar a justiça israelense por corrupção. Israel vai ter nova liderança mas não vai mudar. - Se houver alguma solução, não será liderada pelos EEUU. Ninguém mais acredita em pax americana. É simples: os EEUU tem um montão de problemas neste momento. China. Covid. China. Orçamento. Fraude eleitoral. China. Racismo. Xi. Aquecimento global. Mais racismo. As iniciativas republicanas para supressão eleitoral. 5G. Captação de recursos para financiar seu plano de investimentos estatais para competir com a China. Inflação. Eleições de 2022. Tratado nuclear com o Irã. China. Os 30% da população que não quer ser vacinada. Furacões. De novo China. Ai ai ai. Sim, o Biden bem que gostaria de dizer: danem-se vocês aí no Oriente Médio. Mas ele tem que estar no meio da confusão. E falando sempre pelos dois lados da boca, pois não pode perder votos em 2022. E em 2024 tem a volta do Trump. Fraude eleitoral vai sair da primeira página. Voltará a China à primeira página. Balanço final. Quem venceu essa guerra? Não foi Israel. Não foram os EEUU. Não foram os civis palestinos. Não foi Hamas. Não foi o povo de Israel. Não foram os judeus externos que sustentam Israel com doações. Não foi Netanyahu. É isso.


EUA

Biden quer que metade dos novos veículos sejam elétricos em 2030

Senado dos EUA aprova plano de infraestruturas de US$ 1,2 trilhão

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Senado dos Estados Unidos, com apertada maioria democrata, aprovou um plano de infraestruturas avaliado em US$ 1,2 trilhão e apoiado pelo presidente Joe Biden, após meses de negociações entre democratas e republicanos. A proposta passou com 69 votos a favor e 30 contra. Caso se materialize, a iniciativa será o maior investimento em obras públicas no país em dez anos. Antes de ser sancionado por Biden, o plano voltará à Câmara dos Representantes, onde nas últimas semanas recebeu críticas dentro do Partido Democrata por ficar aquém das expectativas. Esta proposta, que contempla cerca de US$ 550 bilhões em novos gastos, é substancialmente menor do que o plano apresentado inicialmente por Biden, em março, por US$ 2,25 trilhões. Especificamente, o pacote propõe mais de US$ 110 bilhões para reparar estradas e pontes, e US$ 66 bilhões para o transporte ferroviário de passageiros e de mercadorias. Este último investimento será a maior injeção de recursos na rede ferroviária do país em meio século. A verba também destina US$ 55 bilhões para resolver problemas de abastecimento de água, como a substituição de todos os encanamentos de chumbo, e US$ 65 bilhões para modernizar a rede elétrica. Também serão destinados bilhões para reabilitar valas de irrigação, reformar aeroportos e expandir o acesso à banda larga. O texto legislativo ainda foca na

luta contra as mudanças climáticas e dedica US$ 7,5 bilhões à criação de uma rede de estações de carregamento de veículos elétricos nos EUA, uma das prioridades de Biden. Nesta seção, o plano fornece US$ 47 bilhões para responder a incêndios, secas, erosão da costa e ondas de calor, entre outros fenômenos. Esta proposta de infraestruturas só deverá chegar à Câmara dos Representantes no outono (do hemisfério norte), uma vez que a instituição está em recesso durante o mês de agosto. Além disso, a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, prometeu que não aprovará este projeto de lei até que o Senado dê luz verde à iniciativa orçamentária de seu partido, de US$ 3,5 triliões, que inclui um plano de despesas sociais, a segunda parte do que os progressistas chamam de infraestruturas. Os democratas do Senado pretendem aprovar a iniciativa orçamentária através de um mecanismo chamado de reconciliação, que permitiria aprovála por maioria simples em vez de depender do voto favorável de pelo menos dez republicanos no Senado. Os progressistas querem utilizar esse mecanismo devido à sua leve maioria no Senado de 50 lugares (os republicanos também têm 50 lugares) mais o voto de desempate da vicepresidente do país, Kamala Harris, que em virtude da sua posição é presidente do Senado. Assim que o pacote de infraestruturas foi aprovado, os senadores começaram a votar para iniciar o debate sobre o plano orçamentário. 23

A Casa Branca anunciou medidas para que até 2030 seja alcançada a meta de metade de todos veículos novos vendidos nos Estados Unidos sejam elétricos, ou com zero emissão, e reinstaurou rígidos padrões de consumo e emissões que tinham sido eliminados durante a presidência de Donald Trump. O atual presidente, Joe Biden, deve assinar uma ordem executiva para definir a meta, diante da presença de representantes das fabricantes General Motors, Ford, Stellantis e do sindicato United Auto Workers (UAW). A iniciativa foi apoiada pelas três grandes fabricantes dos EUA, que nos últimos meses anunciaram milhões de dólares em investimentos para eletrificar os carros o quanto antes. Em comunicado conjunto, Ford, GM e Stellantis se comprometeram a "alcançar vendas anuais de 40% a 50%" de veículos elétricos para "levar a nação mais perto do futuro de zero emissão, em linha com os objetivos" do Acordo de Paris sobre o Clima. Integrantes do governo de Biden reconheceram à imprensa que uma das motivações dos EUA é não permitir que a China domine o mercado dos

veículos elétricos, que é visto como o futuro do setor. O presidente da UAW, Ray Curry, disse que a indústria está "em um momento crítico à medida que os países competem para produzir os veículos do futuro" e que os EUA estão "ficando para trás da China e da Europa" à medida que os fabricantes despejam milhares de milhões de dólares na ampliação de mercados e na capacidade de produção. A Casa Branca explicou que a ordem executiva vai mudar esta situação e que a meta de 50% de vendas até 2030 "está calibrada" para que as instalações de produção existentes possam se adaptar em segurança. De acordo com a Casa Branca, as novas normas proporcionarão lucros líquidos de cerca de US$ 140 bilhões ao poupar 757 mil milhões de litros de gasolina nos próximos cinco anos, além de reduzir 2 bilhões de toneladas de poluição de carbono e melhorar a saúde da população. O governo dos EUA calcula que cada motorista poupará em média US$ 900 durante o período, utilizando menos combustível nos seus veículos.

Biden diz ver com tristeza renúncia de Cuomo, mas respeita decisão O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou como "triste" a renúncia do governador de Nova York, Andrew Cuomo, pelo trabalho feito ao longo de uma década, mas esclareceu que respeita a decisão que ele mesmo havia exigido há alguns dias. "Ele fez um grande trabalho em tudo", avaliou Biden ao ser perguntado por jornalistas sobre o trabalho do governador, que anunciou a renúncia diante de um potencial julgamento político como resultado de várias acusações de assédio sexual. O presidente americano já havia pedido a Cuomo que renunciasse depois que acusações de assédio sexual

se tornaram conhecidas, mas quando a renúncia se tornou efetiva, ele fez elogios ao colega democrata, mas negou que o caso afete o partido. "Acho que todo o impacto está sobre Andrew Cuomo", opinou. O governador de 63 anos se rendeu à pressão depois que a Procuradoria Geral de Nova York apresentou um relatório denunciando o assédio por 11 mulheres no ambiente de trabalho. A renúncia culmina a dramática queda em desgraça de um dos políticos mais populares dos últimos anos nos Estados Unidos, ao ponto de ele ter surgido até mesmo como um futuro candidato à Casa Branca.

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Educação

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ando continuidade ao nosso texto da edição anterior que falava sobre mentalidade de crescimento, vamos aprofundar fazendo a correlação com a mentalidade do imigrante que geralmente atravessa múltiplos desafios nessa jornada. É sabido que cada pessoa tem sua própria configuração genética, mas hoje se acredita que por meio de experiências, treinamento e esforço pessoal muitas habilidades podem ser desenvolvidas durante um ciclo de vida. Atualmente, a postura e mentalidade tem a capacidade de mudar seu perfil psicológico e os resultados em sua vida, negócio ou família. Conforme afirmado pela Dra. Carol Dweck em seus estudos, quando pessoas acreditam que suas qualidades básicas podem ser desenvolvidas e melhoradas, as falhas, desafios e frustrações quando acontecerem irão de toda forma trazer dificuldades e dores, mas certamente não serão definidores de uma postura ou situação. No caso do imigrante vejo que essas afirmações são um exercício diário, pois mindset de crescimento estimula o alcance de objetivos por meio de ações e trabalho duro (Yeager, Dweck, 2020). Analisando do ponto de vista do imigrante, o mindset de crescimento estimula uma melhor adequação e adaptação em vários estágios do seu processo imigratório como por exemplo: Podemos elencar inúmeras questões em que a mentalidade de cresci-

• Conselheiro, Ex-presidente do Conselho e Ex-diretor executivo da Associação Nacional dos Centros Universitários ANACEU. • Ex-Diretor de Relações Institucionais e Conselheiro do Conselho Regional de Administração do DF – CRA/DF • Autor e editor de publicações na área de gestão e políticas públicas da educação. Jeanchamon@gmail.com

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Mentalidade do Imigrante

JEAN MARCEL CHAMON • MBA e especialista em Gestão Universitária com 19 anos de experiência na área da educação. • Sócio fundador da UNIFLUENT.

mento favorecerá o imigrante para ser mais bem sucedido em suas escolhas de vida, encarando de forma aberta e plena os desafios e aprendizados oferecidos.

direta podemos inferir que o imigrante com pensamento e mentalidade de crescimento tem maior chance de aprendizado da língua local do país que decidiu viver.

A Dra. Dweck (2006) apresentou estudo que podemos relacionar com a vida do imigrante. O estudo se deu sobre o aprendizado de línguas na Universidade de Hong Kong analisando os perfis de mentalidade fixa e de crescimento. As classes regulares na universidade são ofertadas em língua inglesa e muitos alunos não possuem proficiência na língua. A universidade pesquisou se a oferta da disciplina de língua inglesa para alunos não proficientes seria bem recebida pelos calouros. Como resultado da pesquisa os alunos identificados com mentalidade de crescimento afirmaram enfaticamente que teriam interesse em fazer a disciplina. Entretanto, os alunos com mentalidade fixa, negaram a possibilidade de fazer parte da disciplina ofertada.

Outro fator que podemos correlacionar o tema ao mundo dos negócios e carreiras. Muitos imigrantes de mindset fixo buscam continuar os mesmos tipos de negócios e atuações profissionais que anteriormente exerciam em seu país de origem, sem observar que o cenário mudou completamente.

Em uma análise simples relacionada ao expatriado, é sabido que muitos por questões de não proficiência na língua nativa do país em que vivem optam, por receio de falhar, em viver somente em comunidades de imigrantes da mesma etnia e continuar falando a língua pátria. Correlacionando com o estudo da professora Carol Dweck vejo um espelho que muitos dos imigrantes pelo pensamento fixo se colocam em situação de evitar desafios ou potenciais derrotas. De forma

De outra forma, bem como os CEOs de sucesso, a mentalidade de crescimento no imigrante pode auxiliar a possibilidade de inovar e desenvolver produtos, aptidões, carreiras e habilidades que lhe forem apresentadas entrando em um ciclo de aprendizado contínuo em toda a sua vida. Historicamente, muitas nações foram e são desenvolvidas por imigrantes inovadores que certamente apresentam mentalidade de crescimento em muitos casos. O imigrante que foca cada situação como oportunidade de aprendizado, sairá ao final da jornada muito mais forte e preparado do que quando se posiciona de forma negativa e estagnada, visualizando apenas os problemas. Modificando o pensamento, tão logo construirá novos hábitos que resultarão em ações impactantes para os objetivos que querem alcançar. Positividade sempre! Forte abraço!

Definição das motivações; Relacionamento e aprendizado de uma nova língua; Relacionamento familiar em seu novo país; Lidar com as muitas frustrações e desafios como oportunidade de crescimento;

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Arqueologia

Arte ilustrativa

Machu Picchu é mais antiga do que se pensava

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s modernas tecnologias utilizadas por uma equipe de arqueólogos permitiram revelar que a cidade inca de Machu Picchu, no sul do Peru, é mais antiga do que se pensava até agora. Os cientistas, liderados por Richard Burger, arqueólogo e antropólogo da Universidade de Yale, utilizaram "espectrometria de massas com aceleradores" nos trabalhos e determinaram que o complexo é ao menos 20 anos mais antigo do que os registros históricos apontavam. Espectrometria de massas com aceleradores é uma das tecnologias mais avançadas usadas atualmente para a datação por radiocarbono, explicou a Universidade de Yale após a publicação dos resultados da revista na revista "Antiquity". As novas descobertas revelam que Machu Picchu esteve em uso de 1420 a 1530, aproximadamente, e que essa utilização terminou por volta da época da conquista espanhola. Estas datas revelam que o local é pelo menos 20 anos mais antigo do que os registros sugerem, segundo os investigadores, que também salientaram que os novos

dados levantam novas questões sobre a compreensão da cronologia inca. Algumas fontes históricas - lembradas pela instituição - indicaram que o governante do estado inca Pachacútec tomou o poder em 1438 e posteriormente conquistou o vale onde se encontra Machu Picchu. A partir desses registros, calculava-se que a cidadela foi construída depois de 1440 e talvez até 1450, dependendo de quanto tempo o novo governante levou para conquistar a região e construir o complexo. A descoberta dos arqueólogos sugere que Pachacútec, cujo reinado colocou os incas no caminho para se tornarem o maior e mais poderoso império da América précolombiana, ganhou poder e começou as suas conquistas décadas antes do que as fontes textuais indicam. De acordo com o comunicado da Universidade de Yale, as estimativas da idade de Machu Picchu e da duração da sua ocupação se baseavam até agora em relatos históricos escritos por espanhóis após a conquista espanhola, mas que os dados conhecidos precisam ser revisados. 25

As novas técnicas podem, de acordo com a mesma fonte, datar ossos e dentes contendo até mesmo pequenas quantidades de material orgânico, expandindo assim o conjunto de restos adequados para a análise científica. Para este estudo, os pesquisadores utilizaram e analisaram amostras humanas de 26 indivíduos que foram recuperadas de quatro cemitérios em Machu Picchu durante escavações em 1912. Os ossos e dentes utilizados na análise provavelmente pertenciam a criados ou assistentes que foram designados aos governantes, segundo os arqueólogos, que descobriram que os restos mortais mostram poucos indícios de envolvimento em trabalhos físicos pesados, como a construção, motivo pelo qual provavelmente pertenciam ao período em que o local era utilizado como um palácio de campo, e não quando estava sendo construído. Todos os restos humanos e materiais arqueológicos de Machu Picchu que foram utilizados no estudo da Universidade de Yale foram devolvidos a Cusco, onde estão guardados no Museu Machu Picchu. Brasileiras & Brasileiros, Inc. | Vol 27 - Num 8 - AUGUST 2021


Hope & Justice Foundation

Tráfico Humano e o Talibã Solidariedade às Vítimas

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A construção de uma sociedade mais justa é responsabilidade de todos.

Anna Alves-Lazaro é Advogada brasileira, naturalizada americana, Comunicadora Social, Relações Públicas, Presidente e Fundadora da Hope & Justice Foundation, Palestrante, Escritora, e Ativista no Combate ao Tráfico Humano e ao Abuso e Exploração Sexual Infantil. anna.alveslazaro@gmail.com

esde os atritos cotidianos nas relações pessoais, até as notícias internacionais de conflitos terroristas e migratórios, evidencia-se uma crise de valores humanos e nas relações humanas, cada vez mais frágeis e de conveniência. O sentimento e correspondente ação de solidariedade estão adormecidos. A compreensão filosófica e espiritual da fragilidade do próprio ser humano pode permitir compreender que cada um de nós é causa desta desestabilização, e também a solução. Solidariedade significa se identificar com o sofrimento do outro e, principalmente, se dispor a ajudar a solucionar ou amenizar o problema. A construção de uma sociedade mais justa é responsabilidade de todos. A solidariedade é um valor que pode ser definido como a tomada de consciência das necessidades dos outros e o desejo de contribuir e colaborar para a sua satisfação. Trata-se de um valor que se deve incentivar tanto na família como na escola, assim como em outros âmbitos. É urgente o nosso comprometimento e responsabilidade para com o próximo, o mundo arde no caos e já não mais é possível desviar o olhar para não nos posicionarmos, pois este caos está cada vez mais perto de cada um de nós. A tragédia humana que agora acontece no Afeganistão, a qual o mundo assiste “estarrecido”, porém inerte, iniciou há muito tempo e reflete muito da falta de solidariedade humana. De 1996 a 2001, o Talibã , um grupo fundamentalista islâmico sunita, controlou e oprimiu a população do Afeganistão. Durante seus cinco anos de poder, concentrou sua campanha de terror nas mulheres. O Talibã costumava argumentar que as restrições brutais que impunham às mulheres eram na verdade uma forma de protegê-las. Mesmo assim, depois que o Talibã

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caiu, os segredos sujos deles em que as mulheres que eles vendiam por sexo e trocavam como prêmios por trabalhos bem executados lentamente vazaram para a imprensa. A hipocrisia sexual do Talibã é impressionante. O mesmo governo que obrigou as mulheres a ficarem dentro de casa, cobrir a cabeça e sair de casa apenas com a supervisão de um parente do sexo masculino – “para sua segurança” - também se envolveu em forçar as mulheres à prostituição. Enquanto o Talibã estava no controle, eles jogaram os dois lados das questões, apedrejando publicamente mulheres até a morte por prostituição, enquanto sequestravam mulheres em vilas para servir como escravas sexuais dos soldados. Muito tempo depois do Talibã ter caído do poder, a organização ainda pedia aos pais das filhas crescidas que as casassem com militantes ou enfrentariam consequências terríveis. Essa foi uma abordagem um pouco mais gentil do passado, quando o Talibã simplesmente sequestrava as jovens e as forçavam a se casar com os soldados. Em um país onde a pureza das mulheres é sagrada e o estupro envergonha a família, as poucas mulheres que sobrevivem à sua provação raramente conseguem voltar para suas famílias ou para suas vidas antigas. Sob o controle do Talibã, estima-se que 6.000 mulheres e 4.000 homens profissionais do sexo trabalharam apenas na cidade de Cabul, sem falar no resto do país. O número de homens trabalhadores do sexo pode parecer alto, mas o Afeganistão tem uma longa história de abuso de meninos, chamados Bacha Bazi, ou dançarinos. Meninos menores são vestidos como meninas e vendidos pelo lance mais alto para serem mantidos como concubinas. Assim que o Talibã assumiu o poder, o número de Bacha Bazi cres-

ceu, assim como o apetite do Talibã por eles. Os comandantes do Talibã estavam sequestrando adolescentes para fins de gratificação sexual em campos de militantes em toda a região do Afeganistão. Depois que os meninos foram humilhados sexualmente, eles foram enviados para participar de ataques terroristas em todo o país. A maioria das vítimas nasceu em extrema pobreza e foi vendida por seus pais, que não tinham dinheiro para criá-la, ou sequestrada pelo Talibã. As décadas de guerra no Afeganistão deixaram gerações de afegãos sem educação, empobrecidos e desempregados. Famílias sem trabalho e sem condições de sustentar seus filhos são forçadas a vendê-los e aqueles que não encontram trabalho legítimo buscam crianças para o mercado negro. Durante o caos de um bombardeio em uma vila, meninas são roubadas e vendidas a cafetões. Algumas são traficadas para o Paquistão, mas a maioria passa a vida sendo vendidas para vários cafetões em todo o Afeganistão. Após anos de instabilidade sob o domínio do Talibã e quase uma década de guerra, o povo do Afeganistão enfrenta um país sem infraestrutura para proteger mulheres e homens jovens do tráfico sexual. E agora o mundo presencia a lamentável volta desse grupo terrorista ao poder no Afeganistão e assiste o desespero da população que será massacrada no maior derramamento de sangue da história. E os que ficarem vivos serão abusados, torturados e escravizados para servirem aos propósitos terroristas do Talibã. Oremos por essas vítimas, especialmente mulheres e crianças e que possamos ter a coragem de levantar a nossa voz por essas pobres inocentes e indefesas vítimas. Que a nossa solidariedade de alguma forma chegue até elas e a liberdade, a esperança e a justiça possa alcançá-las.


Estudo identifica síndrome em crianças relacionada à covid-19

Saúde

Flórida bate recorde de internados com covid-19

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número de pacientes internados com covid-19 na Flórida bateu um novo recorde no final de agosto, ao ultrapassar 15.000, e também um aumento na pressão sobre os profissionais sanitários e os hospitais em um estado que sofre com a propagação da variante delta do novo coronavírus. O foco das autoridades continua nas unidades de terapia intensiva (UTI), onde 89,77% dos leitos estão ocupados, 47,14% com pacientes com covid-19. Ao todo, os EUA têm mais de 73.000 internados com covid-19, 20,7% deles na Flórida, que representa 17,9% (3.060) do total de 17.140 hospitalizados em UTIs. Segundo a emissora "ABC", no meio deste cenário, as autoridades sanitárias da Flórida solicitaram ao governo federal o envio de 300 ventiladores para substituir o "inventário gasto" nos vários hospitais do estado. Os Centros de Contro-

le e Prevenção de Doenças (CDC) do governo revelaram novos registros de infecção durante um fim de semana na Flórida, com mais de 50.000 novos casos. Em encontro com a imprensa, em Jacksonville, o governador da Flórida, Ron DeSantis, comentou a discrepância dos números e disse que as causas estão sendo investigadas. O político republicano insistiu que o pico nos casos faz parte das tendências cíclicas do vírus. GUERRA DAS MÁSCARAS Neste pico de casos, com recordes sendo quebrados quase todos os dias, DeSantis mantém a proibição de distritos escolares que exigem o uso de máscaras nas escolas, como sugerido pelos CDC. O gabinete do governador chegou ao ponto de advertir que o Conselho Estadual de Educação poderia suspender os salários dos superintendentes escolares que desafiem a ordem exe-

cutiva sobre as máscaras. Isso não impediu os condados de Alachua, Duval e Broward de exigirem o uso de máscaras faciais. Em Broward, os membros do conselho escolar confirmaram que as máscaras de rosto são obrigatórias em todas as suas escolas, mesmo contra uma regra do departamento de saúde estatal que dá aos pais a possibilidade de isentarem os seus filhos de usar máscaras de rosto. DeSantis declarou que está preocupado com a propagação da variante Delta entre as crianças em idade escolar, das quais apenas as maiores de 12 anos estão aptas para receber as vacinas. "Se olharmos para toda a pandemia, entre 1,1% e 1,4% dos pacientes com covid-19 nos hospitais da Flórida foram pediátricos. Neste momento, a proporção é de 1,3%, por isso não se viu uma mudança na proporção de jovens que acabam sendo internados" nas instalações médicas, argumentou. 27

Uma equipe de pesquisadores do Hospital Monte Sinai, em Nova York, nos Estados Unidos, identificou uma pista importante sobre a origem da Síndrome Inflamatória Pediátrica Multisistêmica (PIMS), uma rara consequência associada ao novo coronavírus, que afeta crianças e pode causar mortes. A maioria dos menores de idade infectados pelo patógeno têm sintomas leves, mas alguns desenvolvem esta PIMS, que inflama gravemente órgãos e tecidos como coração, os pulmões, os rins, o aparelho digestivo, o cérebro, a pele e os olhos. Esta PIMS é considerada uma síndrome (um conjunto de sinais e sintomas), não uma doença, porque há muitas questões que ainda são desconhecidas, como a causa e os fatores de risco. A maioria das crianças que são afetadas por esta síndrome tem de 3 a 12 anos, e as mais afetadas, tem uma idade média de 8 anos. Apenas nos Estados Unidos, desde o início da pandemia da covid-19, foram notificados 2,6 mil casos desta PIMS. Até agora, os pesquisadores do Monte Sinai de Nova York descobriram que determinadas células do sistema imunológico que combatem a infecção estão pouco ativadas nas crianças com esta PIMS, e que isso é associado a uma resposta inflamatória constante, uma marca distintiva do SARS-CoV-2. O estudo, que foi publicado na revista científica Nature Communications foi feito a partir do sequenciamento do RNA das amostras de sangue infectadas com o patógeno que estão armazenadas no Monte Sinai. Graças a um amplo estudo, os pesquisadores deram um passo importante ao obter novas vias de exploração, que indicam complexas redes e subredes de genes, analisados em casos pediátricos desta PIMS e de covid-19 no hospital de Nova York. Uma das mais significativas destas redes de genes implicava na supressão de dois tipos de células imunológicas, as células assassinas naturais (NK) e as células T CD8+. Pesquisas prévias tinham mostrado que quando as células T CD8+ combatem de forma persistente aos agentes patógenos, entram em estado de "esgotamento" e perdem a eficácia e a capacidade de proliferação. O novo estudo indica especificamente que nos casos desta PIMS, as células T CD8+ estão nesta situação, o que debilitaria a resposta imunológica inflamatória. Além disso, o estudo também revela que o aumento das células NK está associado às células T CD8+ fragilizadas. "Nosso estudo descobriu que o esgotamento das células T nos pacientes com esta PIMS é um dos possíveis fatores que impulsionam a doença, o que sugere que um aumento, tanto das células NK, como das células T CD8+ esgotadas em circulação, poderia melhorar os sintomas da Noam Beckmann, professor da Faculdade de Medicina Icahn. O estudo, além disso, encontrou nove reguladores chave desta rede de genes e apontam que, um deles, o TBX21 é um alvo terapêutico promissor. Brasileiras & Brasileiros, Inc. | Vol 27 - Num 8 - AUGUST 2021


Arte e Você

Escritores brasileiros na Flórida entre os mais votados do Focus Brasil NY 2021

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Focus Brasil New York 2021 e a Academia Internacional de Literatura Brasileira, que hoje congrega quase 600 membros, todos eles escritores brasileiros com obras publicadas, de todas as partes do mundo, recentemente anunciaram os cincos escritores mais votados em oito categorias do Prêmio Awards Destaques Literários de 2021. Entre os 40 escritores mais votados, aqui destacamos os escritores brasileiros residentes nos Estados Unidos. Parabéns a todos!!! A literatura brasileira também se destaca entre a comunidade brasileira nos Estados Unidos.

Angela Bretas reside nos EUA desde 1985, escritora, jornalista e poetisa. Idealizou e coordenou duas antologias nos Estados Unidos “Brava Gente Brasileira em Terras Estrangeiras” volume I e II , coletâneas pioneiras de escritores brasileiros radicados no exterior. Possui livros de poesia, de poetrix e de contos. Foi condecorada com prêmios na área da literatura; duas vezes vencedora do Brazilian International Press Awards, palestrante convidada na Universidade da Geórgia, participou do Focus Brasil NYC; é acadêmica da Academia Internacional Poetrix. Angela é catarinense e divide sua vida entre Flórida e Brasil.

Nereide Santa Rosa Arte-educadora e escritora especializada em Arte, História e Cultura. Escreve sobre arteeducação, biografias de artistas e exposições de artes. Atua como palestrante nos Estados Unidos e Brasil. Publicou cerca de oitenta livros, vencedora do Prêmio Jabuti. Publisher Manager da Underline Publishing LLC e coordenadora do Focus Brasil NY. nereideschilarosanta@gmail.com

Maristela Rocha Cerqueira, advogada, pós-graduada em Processo Civil, Pós-graduada em Desenvolvimento de Produto com Formação em Gestão de Grandes Projetos e Mídias Sociais, estudante, filha, mãe e empresária, construiu, além de uma linda família, uma empresa de sucesso que figurou entre as empresas que mais cresceu no Brasil. Seu livro “Think About It! – O poder da reflexão” narra a sua trajetória, uma mulher comum que soube extrair das muitas adversidades da vida o combustível para vencer no competitivo mundo empresarial e construir uma carreira vitoriosa sem abrir mão do melhor de sua essência. Ao apontar e analisar os caminhos que percorreu, Maristela conduz o leitor a uma profunda reflexão que o ajuda a rever suas escolhas pessoais. Este livro é também uma poderosa ferramenta para todos os que desejam fazer mudanças de carreira e até mesmo de país. O desafio de parar, refletir, decidir e agir levou Maristela a conquistar seus sonhos profissionais e pessoais, e pode ajudar igualmente qualquer pessoa que se predisponha, com sinceridade e fé, a fazer semelhante jornada de sucesso e paz interior.

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Deocleide Britos vive em Orlando,FL há 22 anos é professora do ensino fundamental, pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia. Casada com Amilton, mãe do Wesley e Sarah (in memorian). Coordenadora pedagógica do Projeto Português Como Língua de Herança do New Hope Assistance Center onde cria todo o programa curricular para o projeto. Há 6 anos trabalha na Hunter’s Creek Middle School como Portuguese Paraprofessional. Atualmente vem desenvolvendo uma Proposta Curricular para o Ministério de Educação Infantil da Igreja Nova Esperança. Em 2015 escreveu o livro “Sarah Britos Uma História de Amor e Fé”, onde ela conta a trajetória da família com a filha diagnosticada com Neuroaxonal Distrofy. Em 2017 ganhou o Prêmio Mulher Brazil USA, e, em 2018, ganhou o prêmio Focus Brasil/Personalidade da Língua Portuguesa. Atualmente está lançando o livro “Ostra feliz não produz pérolas”.

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Patricia Fraga Rocha Rabelo é PhD em arquitetura, educadora e autora de diversos capítulos e livros na área de educação, arquitetura e urbanismo. Patrícia Fraga é fundadora da Abayomi, presidente da Planeta Ética, Inc e consultora para felicidade nos ambientes. PhD em arquitetura, educadora e autora de diversos capítulos e livros na área de educação, arquitetura e urbanismo, vem se destacando nos últimos anos pelo trabalho na aplicação da Metodologia Abayomi, uma proposta pioneira de promoção de espaços inteligentes e felizes. Publicou seu mais novo livro, “Cidades Inteligentes e Felizes: convergências e conexões”. Marcos Rossi é romancista, descendente de italianos, brasileiro do interior paulista e morando nos EUA desde 2004, Marcos é o que se pode chamar de cidadão do mundo, tendo visitado a trabalho ou a lazer, mais de quarenta países em cinco continentes. Ele é fluente em inglês, português e espanhol e têm seus três livros publicados no Brasil e nos EUA. Formado em Economia e em Administração de Empresas pela Unicamp, tornou-se especialista em Logística, trabalhando nesse campo por mais de duas décadas e ensinando a disciplina em uma grande universidade na área de Miami. No entanto, seu profundo interesse pela psicologia

e natureza humana o levou a estudar o assunto e a obter a certificação como Life-coach. Hoje ele ajuda organizações e pessoas a alcançar um patamar mais alto. Espiritualista, Marcos estudou as principais religiões e aproveitou suas viagens para visitar sítios arqueológicos, templos budistas e hindus, mesquitas, sinagogas e igrejas cristãs, inserindo tais experiências em seus escritos. Ele também ama História e usa a maior parte de seu tempo livre lendo e assistindo documentários relacionados, o que o levou a concentrar seus romances em momentos históricos de sua preferência. Seu mais novo romance “A Mais Bela Travessia” conta a saga de Matteo, um jovem que imigra da Itália para o Brasil no final do século XIX e passa pelas mais diversas aventuras e experiências de vida em uma terra estranha, imerso em uma cultura e idiomas que ainda não entende. Ambientado em um Brasil de um século atrás, o drama aborda temas intrigantes, polêmicos e atuais como o racismo, sincretismo religioso, pandemia, emancipação feminina e disputas ideológicas. Mas Marcos segue com novos projetos e diversificando sua atuação como escritor, trabalhando agora em uma biografia. Marcos vive em Miami, é casado com Vania e é pai de Gianlucca e Gianpietro.


Espaço

Asteroide Bennu pode se chocar com a Terra a partir de 2135

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asteroide Bennu, de 500 metros de diâmetro e uma das maiores ameaças espaciais conhecidas, pode colidir com a Terra a partir de 2135, embora a probabilidade seja "extremamente pequena". A missão OSIRIS-REx, da Nasa, conseguiu prever a trajetória de Bennu para os próximos séculos, com uma precisão de 2 metros, e estimou que em 2135 o asteroide passará mais próximo da Terra do que a própria Lua. A partir desse momento, ele poderá atravessar um "buraco de fechadura gravitacional" que mudaria sua trajetória e o levaria diretamente para a Terra. Um buraco de fechadura gravita-

cional é uma região do espaço onde a gravidade de um planeta altera a órbita de um asteroide. E, de acordo com os modelos da Nasa, há poucos desses buracos com os quais os humanos devem se preocupar. "Temos que ter em mente que a probabilidade de impacto, em geral, é realmente pequena", explicou Davide Farnocchia, autor principal do estudo, em uma entrevista organizada pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra, da Nasa. A chance de o temido impacto entre Bennu e a Terra acontecer até o ano 2300 é de 1 em 1.750, uma porcentagem de 0,057%.

O ponto de risco máximo em um único dia será 24 de setembro de 2182, com uma probabilidade de 0,037%. "Agora temos apenas dois buracos de fechadura gravitacionais de mais de um quilômetro para considerar", disse Farnocchia, que acredita que, embora Bennu ignore a maioria dos outros "buracos", a possibilidade ainda existe. Apesar da pequena chance de impacto, a Nasa anunciou a missão Dart, que visa projetar uma espaçonave de meia tonelada que possa mudar a trajetória de asteroides ao se chocar com eles ou com uma de suas "luas". "Devemos lembrar que o risco de Bennu como asteroide individual

é menor do que o risco de objetos não descobertos de tamanho semelhante. É por isso que a Nasa está fazendo um grande esforço para descobrir mais de 90% dos objetos próximos da Terra com mais de 140 metros", concluiu Farnocchia. A proteção do planeta parece marcar um novo estágio na corrida espacial. Há algumas semanas, a China planejava lançar 23 foguetes para desviar Bennu, que está agora a mais de 320 milhões de quilômetros da Terra. Já os EUA lançaram a missão OSIRIS-REx em 2016 para estudá-lo e aprender mais sobre como funcionam os asteroides.

“Mundo não pode esperar mais para enfrentar crise climática” O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o mundo não pode mais esperar para enfrentar a crise climática, após a publicação de um relatório da ONU sobre os efeitos do aquecimento global, que adverte que terá efeitos irreversíveis durante milênios. "Os sinais são inconfundíveis. A ciência é inegável. E o custo da inação continua escalando", escreveu o mandatário americano no Twitter. Na mesma rede social, a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, disse que o relatório mostra uma "verdade inegável". "A crise climática alcançou o alerta vermelho para a humanidade", declarou a política democrata, segundo a qual tanto o partido como Biden contam

com uma agenda que considera essencial "uma ação climática audaciosa e imediata". O assessor do Conselho Econômico da Casa Branca, Brian Deese, reagiu ao relatório na mesma rede social e defendeu a redução das emissões de carbono na atmosfera. Deese frisou que o crescimento econômico não pode ser dissociado das emissões, observando que 41 estados dos EUA, mais o Distrito de Columbia, reduziram as emissões entre 2005 e 2017, enquanto que o produto interno bruto (PIB) cresceu. "Ao reduzir as emissões, reforçamos diretamente a economia dos EUA, evitando milhões em prejuízos econômicos devido a condições meteorológicas extremas, liderando inovações em tecno29

logias limpas e mercados de exportação, criando milhões de empregos bem remunerados, tendo um ar mais limpo e saudável, uma força de trabalho mais segura", listou. No relatório, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) alerta que os glaciares de montanha e nos polos vão continuar derretendo durante décadas ou séculos, mesmo se as emissões forem reduzidas. O documento também prevê mudanças irreversíveis em milhares de anos na temperatura, acidificação e desoxigenação dos oceanos, e prevê que o nível do mar continuará a subir irremediavelmente, em 28 a 55 centímetros até o final do século, em relação aos níveis atuais, mesmo que se atinja o nível zero de emissões líquidas. Brasileiras & Brasileiros, Inc. | Vol 27 - Num 8 - AUGUST 2021


Clima

Relatório diz que mudança climática será irreversível

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s impactos causados "indiscutivelmente" pela atividade humana, levaram o mundo ao período de temperaturas mais altas em 2 mil anos e terá efeitos irreversíveis durante milênios, adverte um relatório do Grupo Intergovernamental de Especialistas para a Mudança Climática (IPCC). O documento do IPCC, que desde 1988 analisa para as Nações Unidas os efeitos da mudança climática no planeta, indica, por exemplo, que as geleiras de montanha e os polos seguirão derretendo durante décadas, até séculos, inclusive, reduzindo as emissões de carbono. "O relatório é um banho de realidade. Agora, temos uma visão muito mais clara do clima passado, presente e futuro, algo essencial para entender para onde vamos, o que podemos fazer e como nos preparar", afirmou Valérie Mason-Delmotte, co-presidente do grupo de especialistas, ao apresentar o estudo. O documento prevê, além disso, mudanças irreversíveis, na escala de milhares de anos, na temperatura, aumento da acidez e perda de oxigênio dos oceanos. Por outro lado, aponta que o nível do mar seguirá aumentando de maneira irremediável, entre 28 a 55 centímetros no fim do século, na comparação com os dias atuais. "Durante décadas, o IPCC advertiu sobre os perigos do aquecimento global, o mundo escutou, mas não atuou com suficiente contundência, e como resultado, o problema está aqui. Ninguém está a salvo", afirmou a diretora-executiva da ONU para o Meio Ambiente, Inger Andersen. MUNDO MAIS QUENTE O relatório indica que os seres humanos tiveram um papel "inegável" para o aquecimento da atmosfera, dos oceanos

e do solo, levando o mundo a uma subida de temperatura que não teve precedentes nos últimos 2 mil anos. O estudo, que aproveita melhoras na pesquisa paleoclimática, mostra que o aumento de temperatura atual é comparável ao que foi, até agora, o período mais quente dos últimos 100 mil anos, ocorrido há cerca de 6 mil, conhecido como Holoceno. "É indiscutível que as atividades do homem causaram a mudança climática e faz com que os fenômenos meteorológicos extremos sejam mais frequentes e graves, afetando todas as regiões do planeta", garantiu o presidente do IPCC, Hyesong Lee. "Usando uma analogia esportiva, a atmosfera está 'dopada' e sofremos esses fenômenos agora com mais frequência, como recentemente temos visto incêndios na Grécia e na Califórnia (Estados Unidos), ou as inundações na China e Europa", disse o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas. As atuais mudanças no clima não "têm precedentes" nos últimos séculos, inclusive milênios, garantem os pesquisadores responsáveis pelo relatório. Alguns especialistas do IPCC, por exemplo, apontam que a atual concentração na atmosfera de dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa, supera as 410 partículas por milhão, a maior dos últimos milhões de anos.

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Os pesquisadores indicam que, se for mantido o atual ritmo de emissões, a temperatura global aumentará 2,7 graus até o fim do século, na comparação com a média da era pré-industrial, ou seja, entre 1850 e 1900. O aumento ainda resultaria em maiores eventos climáticos, como secas, inundações, ondas de calor, e estaria longe do objetivo de menos 2 graus fixado pelo Acordo de Paris, que, inclusive, pedia a limitação dessa alta a 1,5 grau. O novo relatório da principal instituição que estuda a mudança climática, que foi atrasado em vários meses devido a pandemia da covid-19, considera cinco cenários, dependendo do nível de emissão de gases que seja alcançado. A manutenção da atual situação, em que a temperatura global é, em média, 1,1 grau mais alta do que no período pré-industrial, não seria suficiente, inclusive. Os pesquisadores apontam que isso representaria um aumento de 1,5 grau em 2040, 2 graus em 2060 e 2,7 graus em 2100.

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No cenário mais pessimista, em que as emissões de dióxido de carbono e outros gases que causam o efeito-estufa dobrariam até a metade do século, o cenário atingiria níveis catastróficos, com aumento de cerca de 4 graus em 2010, alerta o informe. E segundo o documento, cada grau de aumento poderia representar 7% a mais de chuvas no mundo, o que levaria a um aumento nas ocorrências de tempestades, inundações e outros desastres naturais. As ondas de calor extremos, que na época pré-industrial ocorriam uma ver por década, e atualmente 2,3 vezes, poderiam se multiplicar por 9,4 (ou seja, quase uma por ano), em um cenário com quatro graus a mais de temperatura. Do contrário, na hipótese considerada ótima pelo relatório, com emissões zero de carbono até a metade do século, o aumento de temperatura seria de 1,5 grau em 2040, 1,6 grau em 2060 e seria reduzida em um grau no fim do século. "Estabilizar o clima requererá reduções fortes, rápidas e constantes nas emissões de gases do efeito estufa, para chegar a emissões zero", afirmou outro copresidente do grupo de especialistas, Panmao Zhai. O estudo, elaborado por 234 autores de 66 países, reconhece que a redução nas emissões não teria efeitos visíveis na temperatura global até passadas cerca de duas décadas, embora as mudanças na contaminação atmosférica seriam notadas antes, em cerca de poucos anos. O documento será complementado em 2022, por outros dois relatórios realizados por diferentes grupos de trabalho do IPCC, um centrado na adaptação das sociedades e outros nas medidas de combate à mudança climática.


EUA podem tirar sigilo de documentos sobre 11 de setembro

O

governo dos Estados Unidos afirmou que analisará os arquivos sobre os atentados de 11 de setembro de 2001 para determinar se é possível tirar o sigilo de mais algum documento, em meio à pressão de famílias das vítimas para que as autoridades revelem um suposto envolvimento da Arábia Saudita nos ataques. O anúncio foi feito após centenas de sobreviventes e parentes das vítimas pedirem ao presidente dos EUA, Joe Biden, para que não assista aos atos de comemoração do vigésimo aniversário dos atentados, a menos que novos documentos sobre o ocorrido sejam revelados. "Meu governo está comprometido em garantir o maior nível de transparência possível sob a lei", declarou Biden em

comunicado. Biden disse que o Departamento de Justiça se comprometeu a "realizar uma nova revisão dos documentos" que o governo tem mantido até agora confidenciais, "e a fazê-lo o mais rapidamente possível". O mandatário não esclareceu se tal revisão será concluída antes do 20º aniversário dos ataques de 11 de setembro de 2001, nem mencionou a Arábia Saudita na declaração. A comissão do Congresso dos EUA que investigou os ataques concluiu que não havia provas de que o governo saudita ou altos funcionários sauditas forneceram recursos aos terroristas envolvidos nos ataques, 15 deles de origem saudita. No entanto, vários congressistas e associações de vítimas têm pedido há anos uma maior

SEAN ADAIR/REUTERS

História

transparência sobre os documentos dos EUA sobre os ataques, que todos os presidentes até agora se recusaram a revelar. Durante a campanha eleitoral, Biden prometeu divulgar o máximo de informação possível, mas as famílias das vítimas afirmam que ele tem ignorado os pedidos sobre o assunto, e têm a certeza de que o governo tem documentos que implicariam os funcionários sauditas em atos de terrorismo. Na declaração, Biden reconheceu que as famílias dos que morreram naquele dia "estão

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buscando justiça há 20 anos" e que dá "as boas-vindas" as reivindicações dos ativistas. Mas também reiterou que respeitará as diretrizes estabelecidas durante o governo de Barack Obama (2009-2017) que permitem restringir a publicação de documentos se o governo considerar que estes divulgam "segredos de Estado". Brett Eagleson, que perdeu o pai, Bruce, no ataque às Torres Gêmeas em Nova York, disse que as famílias das vítimas estão "frustradas, cansadas e entristecidas" pelo sigilo do governo

dos EUA. Em entrevista com à "NBC News", Eagleson minimizou o possível efeito de uma revisão como a que Biden anunciou, dizendo que os seus antecessores também anunciaram tais investigações e as utilizaram como "táticas de atraso", mas acabaram "protegendo o governo saudita". Cerca de 3.000 pessoas foram mortas nos ataques planejados pela organização terrorista Al Qaeda no World Trade Center, em Nova Yorque, no Pentágono e perto de Shanksville, na Penilvânia.

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