a voz do Povo - Edição 235

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Jornal A VOZ DO POVO

Pelo Estado

Quinta-feira, 17 de abril de 2014.

Educação

O Homem Cortês Governo lança o ‘Cartão Escola’ Luiz Henrique da Silveira Senador da República Em 1936, Sergio Buarque de Holanda publicou um livro essencial à compreensão do caráter brasileiro. No seu “Raízes do Brasil”, o pai do Chico (como, lamentavelmente, o autor é hoje mais conhecido) Buarque de Holanda assinala a personalidade pacífica e solidária, que predomina (predominava?...) no jeito de ser brasileiro. Na verdade, o Brasil é um raro País onde as transformações políticas, econômicas e sociais processaram-se sem violência. Evoluímos do Império à República sem o custo do sangue nacional, o que confirma a tese firmada no “Raízes do Brasil”. O que plasma o caráter nacional? Evidentemente que são as heranças culturais portuguesa, indígena e negra. São três povos intrinsecamente pacíficos. Deles herdamos a bonomia que caracterizava o povo brasileiro na época em que foi publicado o célebre livro. Nasci em 1940. Tive uma infância lúdica, onde a rua, sem carros, era o nosso “Playground”. Ali, marcávamos com duas pedras o local da trave, e jogávamos futebol. Ali, esticávamos uma corda, de um lado para o outro, e disputávamos partidas de vôlei. Ali, armávamos uma “casinha” triangular com gravetos, e disputávamos os 24 pontos da partida de taco; ali, fazíamos rolar as bolinhas de gude. Ali, soltávamos pandorgas e pipas. A nossa rua era um grande jardim de infância! Nossas casas, sem tranca, eram a nossa segurança. Nossos vizinhos, sem TV, conversavam, na calçada, até altas horas. E o comerciante confiava nos compradores, assinalando-lhes, no caderno, as compras, a serem pagas no fim do mês. Nossa escola ficava a uns dez quilômetros. Pequeninos, íamos a pé, sem medo de abusos e sequestros. Aquela vida era, realmente, a do brasileiro cordial, afetivo, solidário. A violência, que entrou nas nossas ruas, veio de fora, impulsionada pela droga, que, também, veio de fora. Não é uma obra nacional; é importada de países que foram construídos à base de brutalidades, genocídios, guerras fraticidas. Estamos sendo impregnados por essa violência estrangeira. Ela está nos filmes que assistimos. Sempre comparo a cena final do “High Noon”, o célebre filme de John Ford, que chegou a nós com o título “Matar ou Morrer”. Ele culmina com um duelo, em que o mocinho mata o bandido com um só tiro. Hoje, os heróis acionam supermetralhadoras que matam milhares com uma só rajada; e canhões manuais que fazem ir para os ares tudo o que vem à sua frente. A mesma metamorfose processou-se nos desenhos infantis. Antes eram os inocentes filmes da Disney, marcados por figuras doces como Branca de Neve e os Sete anões; ou pelas viagens mágicas de Peter Pan; e por figuras benfazejas como o Popeye, o Zé Carioca, o Mickey Mouse e o Pato Donald. Hoje, predominam personagens estranhas e violentas, em filmetes que levam as crianças à irritação e desobediência. As cenas comuns de crimes, que a TV mostra todo o dia, expõe uma nova face do brasileiro, que é, no entanto, superficial. No fundo, contudo, o que ainda predomina é a cordialidade, marcada nos milhões que aclamaram o Papa Francisco, no Rio de Janeiro, durante o Festival da Juventude. Luiz Henrique da Silveira Senador da República

para despesas emergenciais

O Governo do Estado lançou oficialmente nesta segunda-feira, 14, em Florianópolis, o Cartão de Pagamentos do Estado de Santa Catarina (CPESC), ferramenta que dará mais autonomia administrativa e financeira para gestores públicos executarem despesas emergenciais, além de ampliar o controle de gastos com adiantamentos. A Secretaria de Estado da Educação é a primeira a aderir. Após projeto-piloto lançado em novembro do ano passado com 12 escolas, o cartão será entregue neste ano para todos os 1.100 diretores dos estabelecimentos de ensino da rede estadu-

al. “É um grande avanço, um passo importante para trazer autonomia para os diretores e um ganho de qualidade. O diretor terá esse recurso no cartão de débito para comprar o material de pequenos reparos, como trocar um vidro ou um

trinco de porta. Isso vai dar uma agilidade muito grande e uma eficiência maior. Nós estamos confiando nos diretores e essa confiança é fundamental para melhorar as relações em cada uma das escolas”, destacou o governador Raimundo Colombo.


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