Jornal Artefato 02/2018

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Home Office

O novo estilo de trabalhar sem sair de casa

Cookies

As ferramentas que monitoram a vida online Pág. 16 e 17

Pág. 4 e 5

Cartola

O fantasy game do Campeonato Brasileiro Pág. 14 e 15

Excluídos Os não conectados deixados de lado Pág. 3

O isolamento dos amigos virtuais: nunca se viram, mas compartilham intimidade Pág. 12 a 13 Ano 18 - N° 13 - Jornal-Laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Católica de Brasília - Distribuição Gratuita - maio / junho de 2018


EDITORIAL Vidas em rede: o mundo conectado. É a representação da realidade atual e que, neste número do Artefato 2018, buscamos trazer. As pautas, a apuração, o processo de produção e a diagramação foram feitos de forma conjunta, em que a conexão foi o segredo. A comunicação para a elaboração deste número, por exemplo, foi feita sobretudo via WhatsApp, também houve e-mails e demais redes sociais. Acreditamos que este é o futuro, inclusive quando estivermos formados. Como este é um jornal laboratório universitário, o tema foi escolhido por fazer parte do cotidiano dos jovens. Na capa, um assunto delicado e presente na rotina da maioria das pessoas: amizade virtual, uma realidade presente na geração que já nasceu conectada. A reportagem mostra que muitos “preferem” os amigos virtuais aos que porventura teriam contato pessoalmente. Também há reportagens mostrando os novos modos de trabalhar: o Home Office e o Coworking. Estilos que permitem o profissional a trabalhar de casa, no caso do primeiro, e a compartilhar espaços com outras pessoas que não têm relação alguma com as atividades que desempenha, como no coworking. As novas tecnologias abriram ao mundo mil e uma possibilidades, inclusive o que antes era impensável: questionar diagnósticos médicos e fazer a medicação por contra própria, como no caso das pesquisas via Google. A reportagem mostra os perigos e os riscos de quem “ama” ir atrás do Dr. Google para identificar problemas de saúde. Competições online, como o Cartola que ganha cada vez mais adesões ao fantasy game, dietas que prometem corpos perfeitos transmitidas pelas redes sociais, a compra e venda de objetos usados, os velhos brechós agora via internet, e as ações do bem que unem pessoas dos mais distintos grupos sociais em busca de ajudar o próximo. A vida em redes mostrando que pode fazer o mundo ser melhor. Porém, no lado oposto aos conectados permanentemente no mundo online, há os excluídos. Pessoas que não têm acesso à internet nem às redes sociais pelos mais distintos motivos: desconhecimento, analfabetismo real e digital, dificuldades financeiras, limitações físicas e intelectuais. Como fica a vida destas pessoas? São adultos e jovens, homens e mulheres. É preciso tomar providências. Aqui fazemos esta cobrança no artigo. Agradecimentos especiais aos repórteres fotográficos Marcello Casal e José Cruz, da Agência Brasil/ Empresa Brasil de Comunicação.

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EXPEDIENTE Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Católica de Brasília Ano 18, nº 13, abril de 2018 Reitor: Prof. Dr. Ir. Jardelino Menegat Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Dr. Daniel Rey de Carvalho Pró-Reitor de Administração: Prof. Dr. Dilnei Lorenzi Chefe de Gabinete da Reitoria: Prof. Msc. Creomar Lima Carvalho de Souza Diretora da Escola de Educação, Tecnologia e Comunicação: Prof. Msc. Anelise Pereira Sihler Coordenador de Curso de Jornalismo: Prof. Msc. Leandro de Bessa Oliveira Professora Responsável: Profa. Drª. Renata Giraldi Professor Auxiliar: Prof. Msc. Fernando Esteban Orientação de Fotografia: Prof. Dr. Rafael Castanheira Apoio Técnico: Sued Vieira Monitoras: Germana Brito e Layla Andrade Colaboradores: Alan Santos, André Baioff, Benny Leite, Lukas Soares, Luana Pontes, Marcos Vinicius Paulino e Rodrigo Neves Editor-chefe: Ação coletiva Editor de arte: Iago Kieling Diagramadores: Ana Cláudia Alves, Emanuelly Fernandes, Francyellen Magalhães, Gabriela Anacleto, Larissa Lago, Marcos Vinicius Paulino, Matheus Dantas, Poliana Fontenele e Verônica Holanda Editores de fotografia: Poliana Fontenele Editor de web: Lukas Soares Social mídia: Karyne Nogueira Repórteres: Ana Cláudia Alves, Diana bispo, Emanuelly Fernandes, Fernanda Bueno, Francyellen Magalhães, Gabriela Anacleto, Larissa Lago, Matheus Dantas, Poliana Fontenele e Verônica Holanda Checadores: Ana Cláudia Alves, Emanuelly Fernandes, Francyellen Magalhães, Gabriela Anacleto, Larissa Lago, Matheus Dantas, Poliana Fontenele e Verônica Holanda Fotógrafos: Alessandra Miranda, Diana Bispo, Fernanda Bueno, Flavia Brito, Flavia Brito, Isabella Carvalho, Laila Menezes, Mariana Nobrega, Nathalia Teles, Pedro Nascimento, Renato Santana e Tuanny Carvalho Ilustrações: Freepik.com Tiragem: 1 mil exemplares Impressão: Gráfica Athalaia Universidade Católica de Brasília EPTC QS 7, Lote 1, Bloco K, Sala 212 Laboratório Digital Águas Claras, DF Telefones: 3356-9098/9237 Leia o Artefato também na web. Acesse nossas redes sociais e site. E-mail: artefatoucb1@gmail.com Jornal online: issuu.com/jornalartefato Facebook: facebook.com/jornalartefato Site: artefatojornal.wordpress.com Snapchat: @artefato Instagram: @jornalartefato


TECNOLOGIA

Os excluídos da Grande Bolha Em 72º no ranking mundial de inclusão digital, o Brasil tem muito o que conquistar André Baioff Gabriela Anacleto Verônica Holanda

No Brasil, 11,8 milhões de analfabetos se encontram longe da barganha digital de um total de pouco mais de 200 milhões de habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estes sem acesso à internet são pessoas alijadas da tecnologia, em geral, desfavorecidas economicamente e muitas vezes, com dificuldades físicas, motoras e etárias. Ainda assim o Brasil, 5º maior país do mundo em território, abriga diversidade cultural, social e econômica em meio a tantos obstáculos que afetam os menos desfavorecidas. Com um número ainda elevado de excluídos da informatização — cerca de 4,5 milhões de pessoas — o país caminha a passos lentos rumo à inovação social, pois o cidadão que está à margem das novas tecnologias encontra empecilho desde a entrada no mercado de trabalho, ingressar no

ensino superior, buscar serviço públicos e privados, ou seja, na era digital, tudo é informatizado. E, cada vez mais, os marginalizados da tecnologia estão da inserção atual da sociedade contemporânea. Não basta ter acesso ao computadores e celulares de última geração, é necessário haver uma verdadeira revolução de educação tecnológica. A iniciativa deve incluir políticas públicas mais eficientes para um aprimoramento social e democrático das possibilidades abertas pela ciência e tecnologia. Aliás, o Brasil precisa como ninguém modelar suas estruturas de ensino para o público mais velho. De acordo com o IBGE, em 25 anos, o Brasil será um país de maioria de idosos, oriundos dos segmentos D e E principalmente, com mobilidade reduzida e desconhecimento de tecnologia, gerando

graves desníveis socioeconômicos. Porém, com a implementação de políticas públicas eficientes, há chances de avanços. Para Milton Pombo, professor e consultor de Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília (UCB), políticas de educação tecnológica devem ser colocadas em prática já nas primeiras idades escolares para aprimorar os futuros profissionais. Milton Pombo é categórico: o cidadão deve ser educado a compreender digitalmente o novo mundo que se apresenta, medida que vale para todos – educação pública e privada. Se houver distinção, a roda viva da exclusão será continuada e, provavelmente, com um fim pouco provável. Cruz é Foto: Jos

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ECONOMIA

Aliados trabalho e tecnologia

Foto: Matheus Dantas

Home office e o coworking, alternativas em tempos de economia de dinheiro e tempo

Jussara Azevedo, programadora de tecnologias digitais, diz que ganhou qualidade de vida ao trabalhar de casa e com comodidade de horário e tempo

Matheus Dantas

A crise é a palavra mais temida dos últimos tempos. A constante desaceleração na produção em determinados segmentos elevou o desemprego e reduz as perspectivas salariais. Mas o mercado não parou e a criatividade fez surgir alternativas, como o trabalho remoto (home office) e a inserção de empresas e funcionários em espaços colaborativos (home coworking). Morador da Ceilândia, o analista de notícias Frederico Lima, 22 anos, considera-se um privilegiado, pois para trabalhar não gasta com transporte, alimentação e não precisa se preocupar com o que estar vestido. Ele trabalha de casa. Frederico é um dos 20 milhões de brasileiros que exerce alguma profissão de casa, segundo o censo do IBGE de 2010 e funcionário de uma das 37% das

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empresas que adotam o trabalho home office como rotina, segundo a pesquisa Home Office Brasil 2016, realizada pela SAP Consultoria.“A comodidade em poder trabalhar de casa é muito boa, principalmente porque o meu horário é das 6h ao 12h. Se fosse para eu poder me deslocar da Ceilândia até o escritório que fica na Asa Norte, eu teria que acordar às 4h30, para poder pegar o ônibus às 5h, seria algo muito cansativo”, disse Frederico Lima. A programadora Jussara Azevedo disse que um dos primeiros benefícios que percebeu, ao trabalhar em casa, foi a sua melhora na qualidade das atividades que desempenhava e também de vida. Segundo ela, não se sente mais cansada e tem conseguido ser mais proativa e criativa.

“Excedo meu horário de

trabalho e não percebo, estou ali focada e confortável realizando minhas tarefas” Jussara Azevedo


Tempos de mudança Além da aposta em home office, os espaços colaborativos conhecidos como coworkings despontam como uma opção para freelancers, empresas multinacionais com funcionários espalhados pelos países, e até mesmo para empreendedores, que estão em busca de sócios e ideias para gerir um negócio, como é o caso do empreendedor Helber Barbosa. Uma das principais vantagens abordadas pelos frequentadores dos espaços estão no networking (rede de relacionamentos) e economia de gastos. Vantagens reforçadas por Leonardo Ornelas, do Manifesto Coworking, espaço de convivência localizado na Asa Norte, em Brasília. “Coworking é um movimento crescente em meio à crise por ser uma alternativa barata e eficiente para empreendedores autônomos ou empresas em ascensão”, afirmou. Para o empresário, as vantagens do coworking se sobrepõem às eventuais dificuldades que venham a surgir. “Além dos custos mais baixos, há também muita procura pela praticidade e pelo networking que esse tipo de negócio oferece, pois você não precisa se preocupar com a administração e cuidados que um espaço exige e ainda interage com pessoas de diversas áreas.

Perto de você +55Lab Onde: Lago Sul, QN 9; Setor de Autarquias Sul, Quadra 4, Sala 725, Bloco A, Edifício Victória Office Tower; e na 315 Sul, Bloco D, Loja 23 Preço: pacotes a partir de R$ 49/mês. Informações: www.55lab.co / 3217-6800 Vanilla - Cafeteria e Brigaderia Onde: AOS 4/5, Bloco D, Loja 33, Octogonal Preço: a partir de R$ 14,97/hora. Tel: 3526 4511 Virtual Escritórios Onde: Rua das Figueiras, Quadra 101, Lote 7, Sala 1506, Edifício Vista Shopping, Águas Claras e SHIN CA 11, Lote 5, Ed. Le Office, Salas 206 a 211, Lago Norte, Preço: a partir de R$ 99/mês. Informações:www.vistaoffices.com.br / 3247-0700 Espaço Criativo 360º Coworking Onde: Alameda Shopping, Praça dos Guarda-Chuvas, Taguatinga Sul Preço: gratuito. Informações: www.alameda.com.br/coworking-alameda / 3352-1234 Manifesto Coworking Onde: 206 Norte, Bl. A, lj 3; Tel: 3247-5284 Foto: Manifesto/Divulgação

Para saber mais 37% das empresas possuem práticas de home office 85% das empresas praticantes apontaram como principal ganho em relação a prática de Home Office o da aumento da satisfação engajamento de colaboradores. 89 % das empresa praticantes utilizam a prática como estratégia para atração de colaboradores *Dados retirados da pesquisa Home Office Brasil 2016, da SAP Consultoria, no qual ouviu 300 empresas de diferentes segmentos e portes

O compartilhamento de espaços, tendência atual

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ECONOMIA

Aplicativos de delivery dominam Economia, comodidade e praticidade são os fatores que mais atraem o público Francyellen Magalhães

Divergências Porém, há quem atue em campos completamente opostos, como a Pizzaria Nonna Pizza, que não faz parte desses aplicativos e permanece com o próprio serviço de tele-entrega. O gerente João Weidson disse que o serviço próprio garante a fidelidade dos clientes com a pizzaria. “Quem gosta da qualidade do atendimento e dos alimentos oferecidos por nós, voltará ou fará uso da tele entrega, pois além de oferecermos um ambiente confortável, temos um custo menor para a entrega em relação aos aplicativos, e o cliente que já conhece o serviço prestado optará pelo

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Foto: Flavia Brito

Os estudantes de publicidade Luciana Oliveira, de 21 anos, e o namorado que faz o curso de direito Amaury Balbino, de 28, adoram ficar em casa, jogando conversa fora e assistindo série. Para ficar perfeito, costumam pedir comida pelo aplicativo de delivery. “Amamos comer, e o cardápio japonês é o nosso favorito, a praticidade dos aplicativos contribui bastante para os nossos momentos”, diz Luciana Oliveira. O hábito do casal acabou ajudando o empresário Rodrigo Freitas, dono de uma franquia do sushi Loko, que estava bem preocupado com os impactos da crise econômica nos seus negócios. Assim, como em uma rede, o delivery ganhou força e entrou nos costumes de muita gente em Brasília. A crise na economia e a fuga dos restaurantes que levou o empresário Rodrigo Freitas a procurar alternativas: “Durante a crise, as pessoas começam os cortes de gastos, e o primeiro colocado é o entretenimento.” Naquele momento, muitos deixaram de comer fora por conta, pois além do valor da conta, há os 10% de serviço de garçom cobrado pelos restaurantes. Para ele, as pessoas buscam alternativas para manter o prazer da comida diferente, mas economizando. Daí, surgiu a ideia de investir no delivery.

Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes lojistas (CNDL), as pessoas confiam mais em equipamentos habilitados para internet para fazer pedidos de comida para levar ou entregar do que outros métodos de pedir. A pesquisa mostra 23% das pessoas que realizam compras pela internet pedem comida por meio de delivery online. Destas, 96% se dizem satisfeitas com serviço.

Como funciona?

Em minutos, pedido feito e só acompanhar a chegada

estabelecimento”. Na lista dos aplicativos com maior número de acessos e restaurantes cadastrados estão iFood e o Hellofood. Essas ferramentas podem trazer uma grande quantidade de clientes e substituir de forma eficaz o método de pedidos por telefone. O assessor da página, do iFood no facebook Alberto Miranda, disse que a praticidade está entre as principais vantagens na escolha dos mais variados pratos entregues de forma cômoda em casa, no trabalho ou em outro local a qualquer momento do dia. Pelos dados da Proteção ao

Os aplicativos de delivery online disponíveis no mercado possuem um funcionamento parecido. O consumidor baixa o aplicativo no smartphone ou em outra plataforma digital , faz seu cadastro, digita algumas informações como o seu CEP, (ou utiliza do próprio GPS que já faz a localização imediata). A partir daí uma lista com os restaurantes das proximidades é disponibilizada. O aplicativo envia o comando para o restaurante escolhido e encaminha o pedido para o cliente. O status é disponibilizado e é possível o acompanhamento do andamento do pedido. Dependendo do aplicativo, o pagamento é feito no próprio sistema, por meio de cartão de crédito, débito ou dinheiro, a critério do cliente. Outras demandas ficam por conta do estabelecimento, tanto o preparo quanto a entrega do pedido ao consumidor. Para participar desta praça de alimentação virtual, o restaurante deve se registrar no aplicativo escolhido e preencher as informações sobre seu negócio, como horário de funcionamento, o tempo de entrega estimado e as formas de pagamento que o restaurante aceita. É preciso ainda incluir fotos do cardápio e dos produtos, e também na existência de promoções e descontos.


CONSUMO DE COMIDA DELIVERY PELA INTERNET

Faça seu pedido

Entre 18 e 49 anos

Perfil do Cliente

Classe A e B Nível superior Web consumidores

6%

O ticket médio da compra é R$73

dos entrevistados tiveram problemas durante a compra

15%

Dos consumidores virtuais não comprariam comida delivery

de quem compra 23% virtual pede comida

96%

por delivery online

36%

Gostam de ver, tocar ou experiementar antes da compra

27%

Têm receio que o produto seja diferente do que é divulgado

dos consumidores virtuais de delivery ficaram satisfeitos

25%

Têm medo de que o produto seja danificado no transporte

Dados da Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes lojistas (CNDL)

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SAÚDE

Corpo perfeito, mente sã A busca pelo peso ideal, via redes sociais, nem sempre é o melhor caminho

Larissa Lago

O sonho do corpo perfeito é antigo: a televisão e as revistas para o público feminino são alguns dos responsáveis pela propagação desta imagem. Com as redes sociais, a busca se espalhou de forma mais rápida e facilitou a procura por soluções imediatas para alcançar o tal padrão. Basta um clique para encontrar dietas, exercícios aeróbicos e exemplos de inspiração. Os perigos aumentaram e os cuidados precisam ser redobrados. Allan Freire, 28 anos, é advogado e participou de um grupo na rede social WhatsApp por sete semanas com o intuito de perder peso. Ele conheceu o método por intermédio da mãe de um amigo, que também fez a dieta e conseguiu emagrecer. “O grupo veio de Ipameri, em Goiás, então eu não tenho ideia de quem administra. Mas como ela fez e deu certo, eu entrei. Era basicamente comer na hora certa em quantidades certas. Eu me interessei e ela criou um grupo comigo, minha irmã e uma amiga, e nós iniciamos a dieta. Em cinco semanas, eu já tinha perdido uns 12 quilos” contou o advogado. Para a irmã de Allan, a arquiteta Angélica Cristina Freire, 33 anos, o fato de não conhecer a procedência da dieta não foi um problema. “Essa dieta não me deixou apreensiva por não conhecer [de onde veio], pois já tinha sido feita por uma pessoa de minha confiança e ela obteve o resultado que queria”, afirmou.

Resultados Apesar de ter seguido a dieta à risca, o resultado não foi tão rápido para Angélica como ocorreu com o irmão. Ela acredita que sua mente precisa trabalhar junto com seu corpo para conseguir alcançar o resultado desejado: “Eu recomendo e

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faria novamente, inclusive quero fazer em breve. Porém, acho que um trabalho psicológico precisa ser feito, no meu caso, para obter um resultado que dure”. Por três meses, Allan Freire e sua irmã limitaram a alimentação ao que estava prescrito no cardápio e aos horários definidos. De acordo com Allan Freire, o cardápio foi feito por uma nutricionista, que passou para uma determinada pessoa, que transmitiu para outra e assim por diante. Por este sistema, o participante come seis vezes ao dia, de três em três horas: café da manhã, uma fruta, no almoço, lanche, janta e ceia. O adoçante é stevia. O óleo é o de coco e o sal, o rosa.

A dieta da mente Pelas exigências do grupo, é necessário postar fotos das refeições nos horários certos e do seu peso na balança logo pela manhã. Para Allan Freire, este processo ajuda o psicológico a manter a disciplina na hora de fazer a dieta. “Para cumprir o propósito do grupo, a gente mandava a foto do almoço e da janta. E todos os dias às 7 horas da manhã, a gente enviava uma foto do peso, para um controle mais psicológico e disciplinar”, disse. De acordo com a psicóloga Tatiana Batistela, 25 anos, a mente pode ajudar ou atrapalhar a dieta, pois a alimentação está

No gosto popular A rede social Whatsapp é um aplicativo de mensagens instantâneas, em que os usuários conseguem enviar fotos, vídeos, gifs, fazer chamadas de vídeo, enviar documentos em PDF, além de fazer ligações de forma gratuita por meio de conexão com internet. Para usar a rede social basta ter um smartphone e baixá-la gratuitamente. Criada e lançada em 2009, a rede foi elaborada pelos amigos e engenheiros Brian Acton e Jan Koum. O auge foi em 2014, depois que Mark Zuckerberg, criador e dono do Facebook, comprou a rede social por US$ 19 bilhões. Pesquisa feita pela própria empresa, em 2017, revelou que o aplicativo tem cerca de 1,2 bilhão de usuários no mundo. No Brasil, são cerca de 120 milhões de pessoas: o equivalente a um em cada dez usuários do Whatsapp está em território brasileiro.


Foto:Tuanny Carvalho

diretamente ligada à nossa mente. “Tirar foto da balança e publicá-la, por exemplo, é um fator motivacional pelo olhar do outro”, disse. Em seguida, a psicóloga acrescentou: “O olhar do outro nos ajuda a nos constituirmos como sujeitos, ou seja, este olhar nos norteia para que possamos reconhecer a nós mesmos. E, ao ter esse movimento de ‘exibir-se’, o sujeito ativa esse mecanismo e isso o ajuda a manter-se incentivado”.

Superexposição Com as redes sociais cada vez mais presentes em nossas vidas, a superexposição a um padrão de beleza, muitas vezes inalcançável, é cada vez mais comum. A psicóloga explica qual o impacto que esse padrão pode ter na mente das pessoas que desejam conquistá-lo. A psicóloga Tatiana Batistela ressaltou que na psicanálise, há dois conceitos que explicam o processo, o Ideal de Eu e o Eu Ideal. “Estes conceitos representam aquilo que somos em nossa essência e aquilo que o outro espera que sejamos. São duas figuras que, geralmente, não são coerentes entre si”, disse. Segundo a especialista, o corpo vitrine é almejado por todos em uma sociedade que importa padrões. “Isso gera um impacto tanto positivo quanto negativo nas pessoas”, analisou. “Temos que ter sempre o cuidado para não perdermos nossa identidade ao nos sujeitarmos aos padrões de beleza e vida impostos.”

Postar fotos da refeição é uma das exigências para fazer parte do grupo de dieta pelo WhatsApp

EXISTE DIETA CERTA? A nutricionista Ranyse de Sousa Antunes, 24 anos, alerta sobre o perigo de seguir uma dieta que não foi feita exclusivamente para a pessoa que vai se submeter à alimentação balanceada: “A reeducação alimentar, assim como qualquer plano alimentar, deve ser sempre individual, portanto vai variar de uma pessoa para outra, visto que cada organismo tem suas particularidades”. Além do cuidado com o organismo e com o metabolismo de cada pessoa, o estilo de vida, por exemplo, é outro fator que conta bastante na hora de montar uma dieta. “A dieta se baseia nos horários de cada paciente, estilo de vida, necessidades nutricionais, deficiência, preferências e muito mais. A dieta que não foi feita para você, não vai atender suas necessidades e pode trazer ao invés de bons resultados, problemas e prejuízo”, alertou Ranyse Antunes sobre os riscos de adoção de dietas não pessoais. Segundo Ranyse Antunes, a dieta em grupo pode trazer resultados satisfatórios, desde que todos tenham o mesmo objetivo e façam uma consulta antes de começar, pois não adianta querer um resultado imediato e milagroso. “Pode surgir o questionamento que às vezes os resultados não são tão rápidos, como muitos métodos oferecem por aí, porém estamos falando de emagrecer de forma saudável e para isso é necessário planejamento e dedicação”, disse a nutricionista.

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SAÚDE

Dr. Google, o grande mestre É na internet que as pessoas buscam respostas para os mais distintos problemas

Poliana Fontenele

Hipocondria Para Rafael Calzada, psiquiatra e chefe da Unidade de Saúde Mental do Hospital Universitário de Brasília (HUB), a automedicação pode provocar tanto a hipocondria como intoxicações, incluindo o desenvolvimento de efeitos colaterais do medicamento. “A utilização do Google para estes fins pode agravar a hipocondria devido ao fácil acesso à informação e à desinformação, reforçando possíveis sintomas já presentes ou induzindo a pessoa a sentir novos sintomas”, disse o médico. Segundo Rafael Calzada, a hipocondria está entre os Transtornos Somatoformes, que são intimamente ligados aos Transtornos

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Ansiosos e consiste em reações corporais causados pela mente. Na prática, o paciente se encontra com dificuldades de separar os efeitos entre o seu corpo e a sua mente. Porém, o psiquiatra disse ser favorável às pesquisas abertas e acessíveis via internet. De acordo com ele, o acesso possibilita ampliar as informações sobre a hipocondria e os excessos.

Pesquisas Isabela Castelani, 20 anos, é estudante de psicologia, e conta que o Google pode ser um grande aliado em certas situações. Por causa da faculdade, ela precisa fazer pesquisas sobre as mais variadas doenças. “Ler sobre tantos sintomas e transtornos me faz ter a certeza de que quero ajudar as pessoas”, disse. Para a futura psicóloga, as pesquisas funcionam como um alerta para a vida. “Claro que quando a gente lê as pesquisas e há uma identificação com os sintomas, nós ficamos preocupadas. Mas sempre que vejo as minhas preocupações ficando mais sérias, procuro a ajuda de um médico.” Diagnosticada como hipocondríaca, a estudante de direito Bruna Resende, de 23 anos, afirmou que vive em luta constante. “É uma batalha entre nós e a nossa mente”, disse. Desde que começou a ter acesso à internet na pré-adolescência, a universitária passou a pesquisar os mais variados assuntos no Google, incluindo sobre dores que sentia ou manchas que apareciam em sua pele. Bruna Resende conta que fazia visitas constantes ao hospital, sempre desconfiando de estar doente, mas que não acreditava no que os médicos diziam.

Foi então que, durante mais uma de suas pesquisas, descobriu a hipocondria. Depois de muita resistência, encontrou na psicoterapia a resposta para algumas de suas perguntas. “Ainda estou em processo. Eu tento ao máximo não ceder ao Google, mas às vezes ele consegue ser o nosso pior inimigo”, disse. *O nome foi trocado a pedido da entrevistada.

Quando pesquisar Google pode virar doença

Foto: Pedro Nascimento

Maria Google, é assim que a estudante de engenharia civil, Jéssica Alves*, de 20 anos, se autodenomina. As buscas médicas online já fazem parte da rotina da jovem. A universitária conta que recorre ao “doutor” para cada sintoma que tem e identificou uma doença já diagnosticada. “A única certeza é que tenho hipotireoidismo, o que me deixa mais atenta a outros sintomas. Então tudo que eu sinto, recorro ao Google, e quanto mais leio os resultados, mais começo a achar que tenho as doenças que aparecem nas buscas”, disse a estudante. Em decorrência destas pesquisas, Jéssica Alves quase morreu por causa de automedicação. Os efeitos colaterais a assustaram, mas ela disse que dias depois do ocorrido, chegou a tomar o medicamento novamente por “achar” que ainda estava doente. Questionada se é hipocondríaca, a estudante negou.


Foto: Pedro Nascimento

Voluntários do Instituto Migrações e Direitos Humanos durante atividades com filhos de refugiados Especialistas advertem: usar a internet para “identificar” problemas de saúde leva à automedicação, hipocondria e disconfiança contínua em relação aos diagnósticos

Ao ligar o computador ou celular, é possível acessar o navegador do Google, conferir e-mails pelo Gmail (serviço de webmail do Google), assistir a um vídeo no YouTube, comprado pelo Google em 2006, aprender várias línguas estrangeiras com o Google Tradutor e chegar a qualquer parte do mundo com o Google Maps. Com 20 anos de existência, o Google é a ferramenta de busca mais utilizada no mundo, contendo infinitas possibilidades de pesquisa e respostas sobre os mais variados temas e assuntos, desde a Independência do Brasil a contas complexas de matemática. Mais do que um doutor, ele pode ser um historiador, artista, técnico, biólogo, enfim um oráculo, aquele que tem respostas sobre tudo. Um pesquisador que tem todas as explicações prontas para serem consultadas, positivas ou não. Em algumas situações, não é necessário o usuário iniciar uma busca. De acordo com a localização, o Google envia aos celulares sugestões de lugares para comer, dicas de trânsito e notícias personalizadas de acordo com os temas mais pesquisados por cada pessoa. Ou seja, com tantos poderes, o Google está se tornando um semideus. Tem dúvidas? É só “Googlar”.

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SOCIEDADE

Amizades virtuais, um universo paralelo

Crédito: Alessandra Miranda

Neste universo, os amigos podem ser mais presentes do que os que estão ao seu lado

Universitárias posam utilizando celular numa demonstração de como elas se comunicam com os amigos, inclusive alguns que jamais viram ou encontraram

Verônica Holanda

O estudante de ciências contábeis Carlos Henrique Vieira, 21 anos, mora em Goiânia, mas tem amigos espalhados por todo país, graças à internet. Segundo ele, estas amizades são mais intensas do que aquelas com que ele convive diariamente. “Eu tenho mais amigos fora da internet, mas interajo melhor por trás da tela do meu celular do que pessoalmente. Temos um grupo no Whatsapp há mais de 6 anos, conversamos sobre coisas que por diversas vezes não conseguimos falar pessoalmente. Isso proporciona uma profundidade muito maior”. Carlos Henrique contou sobre o que viveu, no ano passado, quando a casa da família foi assaltada e os amigos virtuais se solidarizaram. “Levaram muita coisa, de geladeira e fogão até roupas. Minha família não tem uma condição financeira

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das melhores, mas a gente releva. Quando contei aos meus amigos virtuais, eles ficaram super preocupados. Em pouco tempo, eles criaram uma vaquinha online para me ajudar a repor tudo, divulgando por todas as redes sociais. Senti que não merecia amigos como esses.” Pelos dados de 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 57,5% da população do país têm acesso à internet há pelo menos três meses. Este número representa 102,1 milhões de pessoas que podem, de forma praticamente instantânea, entrar em contato com indivíduos em qualquer lugar do planeta. O processo de globalização impacta cada vez mais o modo como as pessoas se relacionam, permitindo amizades até mesmo entre pessoas de pontos extremos do globo.

Casos São numerosos os casos de indivíduos que só conseguem manter um convívio saudável por trás de uma tela. Pouco a pouco, passam a substituir as interações presenciais pelas virtuais, seja por dificul-dades de inserção social, preconceito, bullying ou exclusão. Muitos se sentem mais acolhidos online, onde encontram pessoas com as quais se identificam. É o caso de Fernanda Silveira*, 19 anos, que relatou que, desde cedo, se viu cara a cara com abusos emocionais. “Eu sempre tive dificuldade em lidar com pessoas, por algum motivo era mais difícil que deveria. Eu era muito ansiosa e tímida, cresci com pouquíssimos amigos. Alguns deles acabavam se aproveitando da minha vulnerabilidade para me pressionar a fazer o que queriam, e isso me fez me fechar


ainda mais”, relatou a estudante. Fernanda Silveira disse que o mundo virtual surgiu como um refúgio, onde encontrou pessoas que a aceitam como é. “Lá, encontrei meus amigos, com quem me sinto bem sendo eu mesma. Eles são gentis e vêm tentando me ajudar a lidar com essas dificuldades, até me convenceram a procurar terapia. Fui diagnosticada com transtorno de ansiedade social, então notei que meu problema é real e válido. Não sei o que seria de mim sem eles”, ressaltou. Análise Anacelia Grangeiro, especialista na abordagem cognitivo comportamental, acredita que este tipo de amizade torna possível fazer vários amigos em poucos minutos, mas todos longe do contato humano: “Um amigo virtual sempre dá apoio quando o outro se sente mal, mas penso que o verdadeiro desejo era ter alguém presente”. “Pode ser saudável a partir de um equilíbrio e limite entre as duas, porém é preciso cuidado para não desenvolver isolamento do meio social, familiar e profissional, assim como patologias como

o vício em celular, depressão e ansiedade”, alertou a especialista. Para Ellen Barros de Mattos, psicóloga e psicopedagoga, o mundo virtual permite usufruir de uma série de ferramentas, que acabam criando redes e unindo pessoas com interesses semelhantes. “Há uma facilidade de se conectar rapidamente com as pessoas, boa partes das vezes em tempo real. Grupos de apoio, comunidades diversas, fóruns, congressos online e a própria psicoterapia pode ser feita pelos aplicativos Para aproximar, aglomerar, acolher, prestar solidariedade em tempo real, as amizades virtuais podem ser interessantes”, disse. Ellen Mattos advertiu sobre os riscos para o futuro: “Por mais avançada que a tecnologia possa parecer, ela é passageira. Vez ou outra, a reunião, o encontro, o olho no olho, vai ser necessário. Somos seres humanos, precisamos nos reconhecer dentro de um grupo. O que não podemos e não devemos fazer é priorizar o virtual. A presença física, o toque, o afeto, o encontro com o coletivo não podem ser dispensados”. *O nome da personagem foi trocado a pedido dela por preservação pessoal.

O virtual no mundo em janeiro de 2018

Fonte: Hootsuite e We are social

Usuários de internet: 4.021 bilhões 53%

Usuários de redes sociais: 3.196 bilhões 42%

Usuários de smartphones: 5.135 bilhões 68%

Usuários de redes sociais pelo smartphone: 2.958 bilhões 39%

Fernanda Silveira*

Crédito: Alessandra Miranda

“Lá, encontrei meus amigos, com quem me sinto bem sendo eu mesma”

Gradativamente, a convivência no mundo real vai sendo substituída pela virtual como mostra a modelo

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ESPORTE

Cartola FC: Game Fantasy que virou febre Uma nova maneira de assistir o mais popular esporte do país, o futebol Emanuelly Fernandes

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Como jogar Os interessados precisam ter uma conta no globo.com, site no qual o game é vinculado. A lógica é que estes usuários escalem seus times a cada rodada do Campeonato Brasileiro, com um total de 38. Utilizando de uma lista de todos os atletas e técnicos inscritos no Brasileirão, são escolhidos 11 atletas: um para cada posição existente. No final de todas as partidas da rodada, a pontuação de cada jogador é a estatística individual dos atletas que ele escalou. O desempenho é baseado em ações que ocorrem ao longo da partida: o gol, as faltas sofridas e cometidas, desarmes, chutes ao gol e na trave, pênaltis defendidos ou perdidos.

Números O Campeonato Brasileiro possui 673 atletas inscritos espalhados nas 20 equipes. Foi pensado nesse grande número, que os jovens Denis Xavier e Leonardo de Souza criaram em 2012 a conta Dicas do Cartola, no Twitter. Página que além de fazer a cobertura de todos os jogos do campeonato, também passa dicas de escalação, sempre trazendo detalhes de estatísticas de jogadores e times que não são conhecidos do grande público. “Criamos a conta no Twitter em setembro de 2012, mas começou a fazer sucesso em 2016, quando tínhamos 50 mil seguidores. Hoje já temos mais

Abílio Soares é são-paulino mas não vê problema em escalar atletas de clubes rivais

Foto: Emanuelly Fernandes

Em 2005, as Organizações Globo lançavam o primeiro Fantasy game do futebol brasileiro, o Cartola FC, utilizando o Campeonato Brasileiro da série A como plano de fundo para tornar o usuário um verdadeiro cartola do futebol em que ele tem a oportunidade de criar seu próprio time, comprar e escalar o jogador que preferir. Tudo de forma virtual, utilizando um dinheiro fantasia, que no game se chama Cartoletas. O serviço conta com a versão gratuita e desde de 2016 com o Cartola Pro, que o usuário paga uma taxa anual, e garante diversas vantagens, como a de concorrer a prêmios. Os Fantasy games são jogos onlines, nos quais os usuários escalam seus times virtuais com jogadores verdadeiros e utilizam as informações reais do desempenho destes atletas para pontuar. Nos EUA eles são extremamente populares, e existem para vários esportes, como futebol americano, basquete e beisebol. O servidor público Abílio Soares, 26 anos, joga o Cartola desde 2015, e participou de ligas com premiações em dinheiro. A criação de ligas é uma das alternativas do game, e os usuários podem criar suas regras externas, como a da liga Cartolada BSB, que cobra uma taxa de R$ 200 anuais dos membros e no final do ano, premiam os 25 melhores colocados. Na temporada de 2015, Abílio ganhou R$ 3.100 por ser o campeão da liga. “Quando eu entrei na liga, ela já existia há dois anos. Um amigo da igreja me fez o convite e animei na hora. Em 2015 ela já tinha 98 participantes, esse ano são 157. Atualmente está mais competitivo, pois os integrantes estão estudando antes de escalar os times. O interessante é que passamos a conhecer todos os clubes que disputam o campeonato brasileiro ”, afirmou Abílio.


de 163 mil e por causa do sucesso, criamos ano passado, uma página no Instagram e um canal no Youtube. Somando os seguidores de todas as redes sociais, passamos de 200 mil, ”, afirmou Denis.

Repercussão Em 2017, o Cartola FC bateu recordes de times com mais de 5 milhões de escalações. O game desperta uma forma nova de assistir futebol em que não apenas as partidas do time de coração interessam, pois, o usuário tem a liberdade de escalar atletas de qualquer clube da Série A do campeonato. Alguns torcedores e atletas profissionais recebem o Cartola de forma negativa, pois é comum encontrar usuários que não conseguem separar a realidade virtual do game e a vida real. Lucas Katcipis, 24 anos, atingiu o topo da Liga Nacional. É dono de outra página de dicas no Twitter, a Plantel Cartola. Ele relata que apesar de jogar o

game desde 2008, ainda não se acostumou com os que praguejam e xingam. “Duas coisas me chateiam: pessoas que torcem contra seus próprios clubes e os que xingam os jogadores em rede social por causa do seu desempenho no game. Apesar de ser viciado no fantasy, nossos clubes estarão sempre em primeiro lugar. Essa essência não pode se perder nunca, ”, observou Lucas.

Forma de pontuar no Cartola FC Scouts de defesa

Scouts de ataque

Estatística

Pontos

Jogo sem sofrer gol

5.0

Gol

8.0

Defesa de pênalti*

7.0

Assistência

5.0

Defesa difícil*

3.0

Finalização na trave

3.0

Roubada de bola

1.5

Finalização defendida

1.2

Gol contra

-5.0

Finalização para fora

0.8

Cartão vermelho

-5.0

Falta sofrida

0.5

Cartão amarelo

-3.0

Pênalti perdido

-4.0

Gol sofrido*

-2.0

Impedimento

-0.5

Falta cometida

-0.5

Passe errado

-0.3

*Pontuação exclusiva para o goleiro

Estatística

Pontos

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TECNOLOGIA

Segurança nas redes

Entrou, clicou e está lá todo seu histórico de busca nas mãos dos sites que você visitou Mariana Nóbrega

Gabriela Anacleto

Com a chegada da tecnologia surgiram várias ferramentas para facilitar à navegação do usuário, e uma delas são a coleta de dados, que deixa registrado todos os acessos em um único click. Essa pouca privacidade tem um nome cookie, e não é aquela bolacha deliciosa cheia de gotas de chocolate não, é um arquivo de armazenamento de dados mantido pelo navegador de internet que você usa, e nada mais é, que um catalizador das informações promovidas a cada acesso nas redes. O cookie cria um perfil de cada usuário,

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onde está registrado tudo o internauta gosta, aonde vai, trajeto e até o que não gosta, podendo registrar seu número de telefone, todos os e-mails e até os bancos que tem conta. Criado em 1994 os cookies ganharam esse nome, por ser uma sequencia de informações em um pacote de dados armazenados. Esse feito saiu das mãos do programador de redes Louis J. Montulli II, mais conhecido como Lou Montulli, um jovem e curioso funcionário da Netscape Communications, que sentia falta de um programa de armazenamento das informações nos sites que ele visitava.

@Implantar uma Política de Segurança da Informação na organização @Não acessando ambientes virtuais suspeitos @ Evitar abrir arquivos de origem desconhecida @Instala e manter atualizados e executar diariamente antivírus @Usar criptografia para os dados sigilosos @navegar no modo anônimo


Agora veja tudo o que o Google sabe sobre você Suas pesquisas https://www.google.com/history/

Apagar todos os cookies

Localização https://maps.google.com/ locationhistory Seu perfil para o Google http://www.google.com/settings/ads/

Se você remover os cookies, será desconectado de websites, e suas preferências salvas poderão ser excluídas.

E o que já assistiu no Youtube https://www.youtube.com/feed/history Despistando os cookies 5 fotos pequenas do iphone *como deixar menos rastros nos cookies

Peter Adams

- No computador, abra o Google Chrome. - No canto superior direito, clique em Mais Mais depois Configurações. - Na parte inferior da página, clique em Avançado. - Em "Privacidade e segurança", clique em Configurações de conteúdo. - Clique em Cookies. - Em "Todos os cookies e dados de sites", clique em Remover tudo. - Confirme clicando em Limpar tudo.

O que está assistindo no Youtube https://www.youtube.com/feed/ history/search_history

Lou Montulli, criador dos cookies, posa para foto irônica

Não há como entrar nas redes e não ser “atraído” pelo nada saboroso cookie, é o que afirma o professor e Consultor e Professor da Universidade Católica de Brasília dos cursos Tecnologia, Milton Pombo, “Isso não é possível, pois existem robôs que capturam informações de navegação e é impossível impedi-los, custo é muito alto, navegou foi fisgado”. Milton ainda ressalta o destino incerto para o uso dos dados recolhidos, “Serão sempre usados pelas empresas para domínio de mercado, como a venda dessas informações, monitoramento de atividades, espionagens ou estabelecimento de poder”. Tal incerteza da real intenção dos cookies colocou o fundador da maior rede social do planeta o Facebook, Mark Zuckerberg na mira da justiça Norte Americana, por suspeita de envolvimento

com a Cambridge Analytica, para manipular as eleições nos EUA. Assim como os cookies o Google também tem um perfil virtual de cada usuário, e monitora a todo instante cada acesso nas redes, desde uma compra pela internet ao simples ato de usar o GPS. Com a alegação de uma melhor navegação e interação na internet baseado pelo perfil de cada um. Entretanto essa “vigilância” causa uma bolha social, é o que afirma o técnico de fotografia, Thiago Araújo, “ O algoritmo de navegadores, redes sociais e dos provedores de e-mails, vão sempre oferecer aos usuários tendências de suas pesquisas anteriores, e você começa a ser bombardeado com coisas sobre aquele segmento pesquisado, surgindo uma bolha social particular”.

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DIREITOS HUMANOS

Redes do Bem

As novas formas de ajudar ao próximo a viver melhor

Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) buscam manter o clima de festa e alegria com o ambiente para ajudar o próximo Ana Cláudia R. Alves*

No mundo atual em que basta um toque na tela do celular para ter acesso a informações, imagens e mil e um detalhes, grupos de pessoas resolveram utilizar a internet e, sobretudo, as redes sociais para se juntar a outros também dispostos a ajudar. É a chamada “rede social do bem” que busca colaborar com o próximo das mais distintas formas: com conversas, apoio moral e doações, sem esperar nada em troca. Com o alcance da internet ficando cada vez maior, a facilidade de ajudar outras pessoas também cresceu. Foi com este

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pensamento em mente que alguns sites de ajuda foram criados, como o CaridadX.

Nada de paralisia Com criatividade e boa vontade em ajudar, é possível ir longe. Com a frase “é bom ser do bem” colocada em forma de adesivo no carro, Reinaldo Luz, um dos idealizadores desta campanha nas redes sociais e em pouco tempo, conseguiu alcançar mais de 10 mil pessoas e 400 mil seguidores. A campanha espalha iniciativas de

boas ações e conta com ajuda de voluntários e venda de camisetas para ajudar cerca de 5 a 6 famílias carentes, que necessitam de alimentos e produtos de higiene, por mês. O projeto ganhou visibilidade em outros países, como Portugal, o que aumenta as chances de receberem mais ajuda. Mas com toda essa facilidade é preciso ter um pouco de cuidado também, segundo Reinaldo, as pessoas estão tão presas à internet que esquecem que é possível praticar boas ações fora deste mundo.


“Ao longo desses anos, acho que o trabalho social ganhou muito em visibilidade, mas ao mesmo tempo achamos que as pessoas ficaram acomodadas, pois muitas acham que basta curtir ou compartilhar uma publicação e esquecem que o que vale mesmo é a Ação”, disse. Participe pelo site: www.ebomserdobem.com.br

Aliada Pensando em como ajudar as pessoas usando a internet a seu favor, um grupo de pessoas especializadas em tecnologia e softwares resolveu criar um projeto onde isso fosse possível, e assim surgiu o CaridadX. “O projeto surgiu com o intuito de usar a tecnologia para fazer para fazer o bem”, disse Sergio Mainetti, um dos idealizadores do projeto. O CaridadX é um site de crowfunding, ou seja, ajuda coletiva. O objetivo dele é receber doações por meio de cadastro e estas doações serão repassadas para quem precisa de ajuda financeira para qualquer tipo de problema, por questões de saúde ou moradia, deixando sempre de forma visível como esta

contribuição é repassada. Segundo Sérgio Mainetti, a campanha já teve mais de 780 causas criadas e mais de 3 mil doações. De acodo com ele, cerca de 5.200 conheceram o projeto e passaram a fazer parte das ações: “Cada vez mais o mundo da internet serve para conectar pessoas e permitir que umas pessoas ajudem as outras”. As ações são abertas a quem quiser contribuir, para fazer parte, basta se cadastrar e fazer as doações nos sites: www.caridadx.com.br.

Os aposentados Osvaldino de Souza e Terezinha Costa se conheceram, por meio das redes sociais, ficaram amigos e criaram grupos destinados à terceira idade que envolvem ações sociais e muita programação. A dupla promove piqueniques, viagens e passeios “Nossos filhos estão criados, temos netos, e agora é o nosso momento, o nosso tempo. Sem as redes sociais, muitos de nós estaríamos sós com depressão e fazendo crochê”, disse Terezinha. * Colaboração de Pedro Nascimento

Osvaldino de Souza e Terezinha Costa usam as redes sociais para tudo

Posso ajudar? O Centro de Valorização da Vida é um programa voltado para ajudar pessoa que têm depressão e pensamentos suicidas. Começou de forma pequena em São Paulo, realizando os atendimentos mais de forma presencial e principalmente por telefone. Atualmente o trabalho é feito também por meio da internet e funciona em 18 estados, e de acordo com a voluntária Leila Herédia, até 30 de junho deste ano o serviço estará disponível em todo o Brasil. O CVV reúne 2.400 voluntários espalhados em todos os estados que contam com o serviço e cada um deles passa por um treinamento antes de começar a atender as pessoas que procuram ajuda. Com o crescimento do alcance da internet os atendimentos deixaram de ser somente pelo telefone e passaram a ser feitos também pelo site. Os voluntários atendem das 9h às 1h da manhã de segunda a sexta, e horários variados durante o fim de semana. Basta um clique e terá alguém ali, pronto para ajudar. Por se tratar de um tema ainda tabu, segundo Leila Herédia, há quem tenha receio de procurar ajuda ou até mesmo procurar ajudar. O trabalho é desempenhado de forma sigilosa de tal maneira a imagem e a história das pessoas que estão atrás das telas. Para se tornar um voluntário ou se precisa conversar é só entrar no site: www.cvv.org.br ou ligar para o 188. Os voluntários estarão disponiveis a qualquer momento para lhe atender.

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Foto: Fernanda Bueno

Instagram, porque eu já tenho muitos seguidores, aí aproveitei a influência que tenho lá. A loja física é mais difícil pra eu manter, na rede social estou sempre ligada , e cada um pode ver no celular mesmo, melhor que sair de casa”, disse. Há, ainda, sites e aplicativos que promovem esse tipo de conexão: armários compartilhados que funcionam como um grande guarda roupa coletivo, no qual os assinantes do serviço pagam um valor mensal para terem acesso às peças por determinado tempo. A estudante de arquitetura Bianca Souza é uma das adeptas do novo estilo de aderir à moda. “Estava atrás de roupas vintage e sabia que só iria encontrar em brechós e acabei descobrindo vários. A vantagem do online é que não As amigas Carolina Martins e Danuska Vieira

Brechó consciente, escambo moderno A moda que ganha força nas redes sociais

A internet se tornou palco para pessoas que encontraram soluções online fugir do consumo desenfreado e também para resgatar um antigo hábito da sociedade: o bom e velho “escambo”, deixando o consumismo completamente de lado. Este despertar trouxe à tona o conceito de moda consciente, aquele em que usuários passam a valorizar os processos de produção desde matériaprima, tecnologias à mão-de -obra.

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Nas redes sociais, surgiram alternativas, como os brechós virtuais, que vendem e trocam roupas via internet. Dona de um brechó no Instagram Lara Stephanie tem a moda consciente presente desde a infância e diz que isso já faz parte do seu cotidiano. “O conceito de moda já é da família, somos muitos ligados a isso. Desde criança minha avó já me deixava por dentro, todo mês comprando roupas novas ou trocando, eu cresci neste ambiente. Escolhi o

Foto:Fernanda Bueno

Diana Bispo Fernanda Bueno


é preciso sair de casa , escolhi o instagram por que eu acho que é uma ferramenta de fácil acesso”, afirmou. Neste novo momento de consumo, o que importa é a representação social, mais do que o valor de cada produto. Para o educador financeiro Jonatas Bueno, o ser humano tende a consumir por questões emocionais e não racionais. “O cérebro do ser humano é trabalhado para enxergar escassez em tudo. A gente sempre acha que precisa de alguma coisa, isso faz com que estejamos sempre acumulando coisas. A consciência sobre o consumo faz com que você perceba o que você precisa e o que não precisa e também te ensina métodos de trabalhar essa impulsividade”, disse. Pelos dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(Sebrae), as compras em brechós possibilitam economia que vai até 80% em relação às lojas tradicionais. Os ambientes virtuais tornam ainda mais fácil o acesso às peças e trazem alguns benefícios, um dos principais é a economia de dinheiro. “Em geral, as pessoas costumam usar pouquíssimas peças várias vezes e muitas peças poucas vezes, então você tem um gráfico em que o

uso real é bem simplificado, quando a gente começa identificar o que tem uma taxa de uso bem pequena, podemos fazer aquilo girar. Isso vai forçando devagarzinho a um menor consumo de itens novos, fazer girar as peças até elas passarem pelo tempo útil de vida máximo é muito relevante e faz muito bem pro bolso, porque as peças usadas ficam mais baratas”, analisou Jonatas Bueno.

Casos como o do complexo Rana Plaza, fábrica têxtil de Bangladesh que desabou em 2013 matando mais de 1.100 pessoas, que trabalhavam no local em situação análoga à escravidão, despertaram a atenção do mundo para as consequências da indústria da moda, que é a 5° mais poluente do mundo segundo o relatório apresentado pelo Fórum Mundial Global Fashion Agenda na Dinamarca em 2017.

Vieira trocam roupas e acessórios

Foto: Diana Bispo

Bianka Souza, cliente de brechós online, esperando para se encontrar com vendedora no metrô

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DIVERSÃO

Lollapalooza, o festival interconectado por três dias Mais de 300 mil fãs que usaram as plataformas digitais

Rodrigo Neves

Pela sétima vez no Brasil, o Lollapalooza - festival de música alternativa com rock alternativo, heavy metal, música eletrônica, pop e hip-hop – fez, de 23 a 25 de março deste ano, a maior edição entre as sete já realizadas. Mais de 300 mil pessoas estiveram no Autódromo de Interlagos em São Paulo em quatro palcos e várias atividades. Neste Lollapalooza, foi intensificado o canal com os fãs via plataformas digitais. Por meio delas, foram anunciados que haveria uma data extra - passando de dois para três dias de festival -, as informações, a programação completa e o sistema deu tão certo que os elogios também vieram online. As queixas de eventuais e falhas também foram feitas em tempo real. Fernando Marques, de 22 anos, foi um dos que recorreram às redes sociais para expor sua opinião ou para dar alguma sugestão relacionada ao evento. “Reclamei sobre uma situação e eles me responderam dizendo que iriam melhorar”, lembrou. “Também já pedi muitos artistas e acho que eles escutam”.

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Bombando Mesmo com as entradas mais caras - que chegaram a custar R$ 1000 -, o Lollapalooza esgotou em pelo menos dois dias pela primeira vez, vendendo a maioria dos ingressos através do site da Tickets For Fun.

“Reclamei sobre uma situação e eles me responderam”, Fernando Marques O festival conseguiu, assim, se consolidar e se tornar um sonho de consumo, como contou o jornalista José Norberto Flesch, responsável por revelar informações exclusivas sobre shows através do seu Twitter. “O Lollapalooza ganhou o mesmo tipo de adesão que o Rock in Rio, ou seja, muita gente vai pelo nome do evento, pelo agito do evento em si.”, disse Flesch. “Parece algo negativo, mas, comercialmente, chega a ser um sonho para promotores conseguir isso.”

Atrações As principais atrações do Lollapalooza Brasil 2018 foram algumas das mais pedidas de todos os anos do festival. Pearl Jam, Lana Del Rey, Red Hot Chili Peppers, Imagine Dragons e The Killers são algumas delas. Todos eles eram os mais “buscados” no Google nas pesquisas que envolviam o festival, segundo o relatório do Google Trends consultado na semana do evento. Fãs de música de todo país se deslocaram até São Paulo, como é do estudante Thiago Cyrino, de 19 anos, que, motivado pelo line up, saiu do Rio de Janeiro para ir ao Lollapalooza pela primeira vez. “Eu sempre tive muita vontade de ir pelo fato de ser o festival que tem o line up mais parecido com o meu gosto musical, e nesse ano foram alguns artistas que eu gosto bastante”, afirmou Cyrino. A webdesigner Danúbia Barreto, 23 anos, de Brasília, também foi ao Lolla pela primeira vez. “Gosto de algumas bandas como Pearl jam, Imagine dragons, Oh Wonder. Mas fui pra ver mesmo a Lana Del Rey”, disse a estudante.


Internet Ambos foram ao evento com amigos que conheceram através da internet. “Fui sozinha pra São Paulo, entrei em um grupo no WhatsApp do Lollapalooza e conheci algumas pessoas que foram super amigáveis e prestativas”, contou Danúbia, que também ficou hospedada na cidade gratuitamente utilizando um aplicativo. A experiência proporcionada pelo Lolla fez muitas pessoas retornarem, como a estudante Grazielle Passos, de 19 anos, que já esteve presente em cinco edições, contando com a de 2018. “Eu gosto muito do espaço, independentemente de quem vai tocar, as atrações e o público são sempre muito bons”. Marinheiros de primeira viagem também se impressionaram com a experiência que tiveram. “O Lollapalooza ofereceu a melhor experiência que um festival pode oferecer, gostei bastante da organização, dos horários dos shows e dos stands das marcas. Parecia um mundo ali dentro”, revelou Cyrino.

Mundo real, problemas antigos Com um público maior, os problemas no Lollapalooza também aumentaram: triplicaram as filas para os banheiros, bares e tendas de comida. Houve superlotação dos shows e problemas com transporte público. Todos estes relatos contados em tempo real nas redes sociais do Lolla e em comunidades online de informações sobre o festival. A primeira grande mudança veio em 2016 com a utilização de pulseiras, que podiam ser recarregadas na internet ou em pontos de recarga espalhados pelo espaço, o que diminuiu drasticamente as filas. Este ano, com um dia a mais, o público também contou com menos choques de horários entre as atrações principais. Para facilitar a locomoção e evitar a superlotação, o Palco Perry - palco de música eletrônica -, que chegava a ser fechado por não conseguir acomodar mais pessoas, foi colocado no lugar em que ficava o Palco Axe nas edições anteriores, enquanto o Palco Axe foi colocado ao lado do Palco Onix.

Apesar de todos os cuidados, o palco foi o que mais teve problemas: um problema técnico fez com que o show da cantora brasileira Liniker fosse interrompido e encerrado na metade. Houve, ainda, falhas de som, como o que aconteceu enquanto a banda Imagine Dragons estava no palco, fazendo parte do público deixar a apresentação logo no início por não conseguir ouvir os músicos. Paralelamente, a cada falha, fãs apelavam às redes sociais. “Muito frustrada com qualidade do som do palco Onix onde o Imagine Dragons se apresentou. Saí do RJ para curtir a banda e o evento, e fiquei bastante decepcionada”, reivindicou Carla Lima (@carlalima_) ao Lollapalooza no Twitter.

“O Lollapalooza ganhou o mesmo tipo de adesão do Rock in Rio”, Norberto Flesh

No Lollapalooza, fãs do Brasil inteiro se encontram, fazem amizade e marcam saídas, o importante é a diversão e a certeza: a vida é um espetáculo

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ALERTA

A vida em redes, um risco Verônica Holanda Seis casos de suicídio registrados em Goiás este ano trouxeram à tona o lado perverso e perigoso da internet. Há suspeitas de vínculos com o jogo Baleia Azul. O tabu sobre o suicídio teve ampla abordagem devido também à série 13 Reasons Why, exibida pela NetFlix, que aborda, além do suicídio, abuso e bullying. Entenda algumas situações:

Baleia Azul Surgido em 2015, estipula desafios que duram 50 dias, sendo o último tirar a própria vida. Segundo relatos, o indivíduo que entrega os desafios confronta crianças e adolescentes com dados pessoais da vítima e as coage com ameaças a seguir instruções. A psicóloga e psicopedagoga Ellen Barros de Mattos orienta que família e comunidade devem estar cientes desse e de outros desafios e prestar mais atenção às crianças e adolescentes. Nesta situação, procure as autoridades competentes imediatamente. Capture as telas para armazenar provas e registre um boletim de ocorrência. Denuncie perfis e páginas pelos endereços goo.gl/T6Jafz, no FaceBook, e goo.gl/eWbfgB, no SaferNet.

13 Reasons Why A série retrata o drama da adolescente Hannah Baker. Antes de cometer suicídio, ela grava em 13 fitas os relatos das agressões físicas e psicológicas sofridas, identificando as pessoas que julga responsáveis. Apesar de muito fiel à realidade e de ressaltar a necessidade de se tratar do assunto, recebeu críticas e gerou um debate sobre como a mídia deve tratar do tema. Os produtores promoveram um documentário alertando sobre os temas retratados. “O assédio moral, quando em modalidade virtual, possui um efeito devastador. Temos vários casos de adolescentes que tentaram ou cometeram suicídio em razão do vazamento de imagens e vídeos”, advertiu a psicopedagoga Ellen Barros de Mattos.

Tabu Ao abordar a temática, deve-se tomar cuidado com um fenômeno observado desde o século XVIII: o efeito Werther. O nome se dá devido ao personagem do romance Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe, gerar uma onda de suicídios após tirar a própria vida. Desde então, afirmase que, quando um suicídio é amplamente divulgado, há risco de outros acontecerem por indivíduos, já vulneráveis, avaliarem a forma descrita como alternativa. Especialistas orientam tratar o tema com cautela, informações corretas e abordando uma visão positiva de que esta não é a única opção. Recomenda-se que uma equipe de saúde mental faça o acompanhamento na produção e distribuição de tais conteúdos.

Fique Antenado Gabriela Anacleto

Esses são os perfis nas redes dos profissionais que estão bombando no mundo digital, e no mercado de economi a criativa, como a premiada Carolia Jabor. Entre eles: música, audiovisual e jornalismo, que marcaram Rio Creative Conference 2018.

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Música @i_am_adamanders @danielopes Audiovisual @carolinajabor @cdcrio Jornalismo @basacchitiello @largman


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