Você - 16 e 17/07/2022

FIM DE SEMANA, 16 E 17 JULHO 2022 edição nº 351

Sustentabilidade:

estilo que não sai de moda

Com descarte de mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano, Brasil acende o alerta para o consumo consciente Páginas 6 e 7

Bastidores

O entrevistado e o entrevistador

P

eguei o carro da redação pouco depois das 13h, e uma das entrevistadas desta edição, uma estudante jovem, de cabelos curtos e lisos já me esperava. Como íamos para a mesma direção, ofereci carona, e ela aceitou. Com o gravador ligado, a entrevista já começou na primeira sinaleira em que paramos.

A conversa durou pouco mais de 10 minutos, mas aquela menina já me deixou à vontade o suficiente para eu contar onde estudei e há quanto tempo trabalhava no jornal. Do outro lado, ela me contou do país natal, das poucas visitas da família e da irmã mais velha que parece mais nova do que ela.

Nada daquilo eu escreveria, não precisava, mas acho que, no fim das contas, eu não estava ali apenas como repórter. Ela queria me contar, e eu queria ouvir. Depois da entrevista e das fotos feitas, ajudei a desmontar o cenário e guardar as roupas e decidi com ela um bom lugar para almoçar.

Ela voltou no carro comigo e,

cultural

Rosane Cardoso professora de literatura

Kind of Miles Quando a gente sai, nunca se sabe o que pode encontrar na rua” no meio do caminho disse: “te achei muito querida, foi um prazer”. Essa era a mesma percepção que tive dela, e retribui as palavras gentis. Quando me despedi e nos separamos, ela ainda disse que quando eu quisesse visitar algum brechó pela cidade era só chamá-la, porque ela também gostaria de ir.

Por causa de pessoas como ela, sempre gostei de sair da redação e conhecer as pessoas por trás da notícia. Conhecer aquele sorriso da foto enviada pelo celular. Nem sempre a rotina permite, mas quando sim, posso garantir que alguma coisa nova a gente aprende pelo caminho. Ou, no mínimo, não volta pra redação de mãos vazias.

Na reportagem, cada um está de um lado do jornal. O entrevistado e o entrevistador. Mas, ao mesmo tempo, é uma troca justa. Um precisa do outro.

Essa relação é curiosa. Porque quando a gente sai, nunca se sabe o que pode encontrar na rua. Tem vezes em que é um banho de chuva, em outras, fazemos amigos. Por sorte, tenho encontrado boas pessoas por aí.

Boa leitura!

Bibiana Faleiro

Expediente:

DICA

Produção: Bibiana Faleiro e Júlia Amaral

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A

biografia é um gênero recorrente, assim como o fascínio do público pela história de vida dos famosos.

Pois a autobiografia de Miles Davis, recentemente relançada, renova o choque provocado em seu primeiro lançamento, em 1991, mesmo ano da morte de Davis.

Ainda que, como toda a autobiografia, esteja centrada no eu, o trompetista coloca o leitor diante de uma amplo panorama do mundo do jazz e de uma América que não representa exatamente a terra das oportunidades para todos. Em tempos em que as lutas antirracistas e contra a intolerância se fazem ouvir mais alto – justo porque a violência também se acirra – Miles Davis é um bálsamo que arde e este talvez seja o grande diferencial do livro.

Ao contrário da maioria dos jazzistas negros da época, Miles Dewey Davis III provinha de uma família de classe média alta, proprietária de muitas terras. A mãe era uma reconhecida pianista de blues e o pai, dentista. Nem por isso, passaram despercebidas, para Miles, as diferenças sociais e, sobretudo, a discriminação racial em seu país e os modos como isso afetava o mundo da música negra e a vida cotidiana das pessoas.

Chama a atenção, na leitura, a feroz crítica de Davis a Louis Armstrong, o grande nome do jazz e o trompetista que, pode-se dizer, inspirou a todos os trumpet masters da época e posteriormente. Para Davis, o modo como Satchmo se apresentava, ostentando sorrisos bonachões para a plateia branca, teve um papel fundamental na estereotipação de pessoas negras. Na mesma linha, o artista, ao longo do livro, denuncia as inúmeras vezes em que a música de negros desaparecia na mão de empresários inescrupulosos para ressurgir como autoria de quem fosse mais conveniente para as gravadoras.

Não existe, porém, autocomiseração na narrativa carregada de palavrões e, às vezes, de raiva. Ele enxerga a situação discriminatória como uma exigência para seguir e denunciar.

Sobre a vida pessoal e seus tropeços também não há escusas. Davis é implacável consigo mesmo. Na longa convivência com as drogas, fala dos casamentos desfeitos, do descaso com os filhos, das perdas econômicas em função do vício.

Há pouco que eu possa falar sobre a arte propriamente dita do autor do icônico Kind of blue. A música de Miles Davis é a música de um gênio e, nesse patamar, cabe a um expert comentá-la. O que me absorve, no livro, é, por um lado, circular pelos clubes na companhia hipotética de Dizzy, Bird, Monk, Trane... Por outro, é a vida mesma de Miles que rompe definitivamente com a ideia cara ao imaginário coletivo de um artista alienado em si mesmo e na sua arte. Aliás, o que mais chama a atenção é o sujeito atento a tudo e, por isso, crítico.

Ao encerrar a leitura, só posso dizer que Miles Davis não cabe no próprio livro.

Por isso, não posso deixar de recomendar Miles Davis, inventor do cool, 2019, documentário disponível na NETFLIX. O filme traz entrevistas inéditas sobre o trompetista que seguiu à risca a lição do seu mestre no Ginásio Lincoln: “Você tem talento bastante para ser você mesmo.”

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CONTEÚDO PATROCINADO

Torneio de Tênis e Pênaltis entre Pais e Filhos/Filhas CTC 2022

Os tenistas associados que desejam participar do Torneio de Tênis Interno Simples CTC/Engemori/Água da Pedra 2022, têm até o dia 18 de julho para se inscrever na competição. Para participar é preciso fazer o cadastro pelo e-mail esporte@ctclajeado. com.br ou nos telefones (51) 3726-4980 ou (51) 9 8153-1222.

A confirmação na disputa é feita por meio da doação de um agasalho.

Neste ano, o torneio será realizado entre os dias 22 e 24 de julho, com disputas nas categorias: • Masculino: 1ª classe/ 2ª Classe / 3ª Classe / 4ª Classe / 5ª Classe • Iniciantes • Feminino: 1ª Classe / 2ª Classe

A

programação especial de Dia dos Pais também tomará conta das quadras e campos do CTC. Primeiro a paixão nacional, o futebol aproxima as relações entre pais e filhos e proporciona belas lembranças. Pensando nisso, para eternizar mais um momento em família, o Clube Tiro e Caça realizará um evento de integração entre os associados, para celebrar o Dia dos Pais. O torneio de “Pênaltis e Tiros livres”, acontecerá no dia 13 de agosto, com início às 08h30min.

Meninos e meninas podem participar. É necessário realizar a inscrição, até o dia 8 de agosto, pelo telefone (51) 3726-4980 ou pelo e-mail esporte@ctclajeado.com.br. Participe.

A disputa de tiros livres será entre os pais, enquanto que os pênaltis serão encarados pelos filhos. Cada atividade será dividida em categorias, conforme a faixa etária das crianças, sendo elas: 2017/2016 – 5 e 6 anos 2015/2014 – 7 e 8 anos 2013/2012 – 9 e 10 anos 2011/2010 – 11 e 12 anos 2009/2008 – 13 e 14 anos Categoria adulta

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Na próxima semana tem Torneio Interno Simples de Tênis do CTC

O Torneio de Tênis Interno Simples é uma realização do Clube Tiro e Caça, com o patrocínio de Engemori Construtora e Água da Pedra.

Vem aí Roda de Samba do CTC

Pais e Filhos de Tênis Já no final de semana seguinte, no dia 20 de agosto, acontecerá o Torneio de Tênis Pais e Filhos/Filhas, a partir das 9h. As atividades se estendem ao longo do dia e tem por objetivo aproximar os associados e proporcionar um momento de lazer entre os familiares.

As disputas serão realizadas nas quadras abertas e divididas em quatro categorias, conforme a idade das crianças: 2017/2016/2015 – 5, 6, 7 anos

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2014/2013/2012 – 8, 9, 10 anos 2011/2010/2009 – 11, 12, 13 anos Categoria Adulta As inscrições para o torneio de Tênis Pais e Filhos podem ser feitas pelo e-mail esporte@ctclajeado.com.br ou nos telefones (51) 37264980 ou (51) 9 8153-1222 até dia 15/08.

Em caso de chuva, os jogos acontecem nas quadras cobertas do CTC.

Os associados já podem reservar o dia 20 de agosto para participar da "Roda de Samba" do CTC. O evento será realizado no Salão Panorâmico e contará com a participação da Bateria do Cascata, grupo de samba e pagode

além de convidados. A aquisição dos ingressos já pode ser feita na Secretaria do Clube antecipados para sócios por R$20 e não sócios por R$30 e na hora sócios R$30 e não sócios R$40, caso ainda haja disponibilidade.

OPINIÃO

O Monstro A psiquiatria americana, de origem judaica, cunhou a expressão “A BANALIDADE DO MAL”, ao acompanhar em Israel, o julgamento do nazista Adolph Eichmann, responsável por um grande número de morte de judeus em campos de concentração. O nazista, durante seu julgamento, alegava que pessoalmente não tinha nada contra aquelas pessoas que ele encaminhava às câmaras de gás, mas que ele apenas cumpria ordens.

Nesta semana, fomos bombardeados por notícias, primeiro, de um tiroteio numa festa de aniversário onde dois agentes de segurança, usando armas profissionais, balearam-se e dos quais, um morreu e outro está em estado grave. O motivo seria político. Imediatamente grupos começaram a usar o episódio para ataques ideológicos, como se estivéssemos em uma competição de quem atira mais. Uma tragédia.

Mas, nem o assunto morrera, uma bomba atinge-nos em cheio, com imagens inacreditáveis de um anestesista violentando uma grávida, durante a cirurgia de cesariana. Inacreditável.

A equipe desconfiou da conduta do médico (médico??) e armou um flagrante.

Há pelo menos cinco outras mulheres que possivelmente passaram pela mesma situação. Este caso causou comoção, mas não é o único. Aqui no estado mesmo, tivemos há pouco tempo, cirurgiões plásticos presos por crime semelhante, mas não há imagens. Também houve profissional, da área de reprodução assistida, de São Paulo, que foi preso por conduta igual, abusando de mulheres que estão sob efeito de sedação.

E para terminar a semana, tivemos no Vale, homem que cumpre pena, foi solto

Dr. Hugo Schünemann

Deveríamos nos chocar.

Protestar.

Na atitude das autoridades.

Exigir valorização da vida”.

(liberdade condicional) e em poucos dias realizou vários crimes, inclusive dois estupros (segundo jornal A Hora).

Fico pensando o que nos trarão na próxima semana, os meios de comunicação.

A questão é: banalizarmos o mal. Não nos chocarmos. Nos acostumarmos. Os homicídios passarem a ser estatísticas. Os estupros também, isso quando não despertam a discussão sobre o quanto a mulher contribuiu para o estupro – com suas atitudes e roupas – o que não se pode falar das mulheres anestesiadas.

E o que dizer do presidiário, que recebe o benefício de liberdade condicional e logo em seguida, comete vários crimes, inclusive estupro.

Estamos banalizando o mal.

Não nos importamos com ele – a não ser quando nos atinge. Deveríamos nos chocar. Protestar. Não aceitar.

Pedir mudanças nas leis. Na atitude das autoridades. Exigir valorização da vida. E não aceitar, sob qualquer protesto, a violação das mulheres.

A banalização do mal nos torna parte dele.

Médico oncologista

Cultura

Mostra homenageia Paulo Leminski no Sesc Lajeado

Exposição estará disponível até 29 de julho na sede da instituição

C

om uma pequena coleção de obras do escritor Paulo Leminski (19441989), o Sesc Lajeado recebe uma mostra literária disponível até 29 de julho na sede da instituição. A mostra foi feita a partir do trabalho do ilustrador, artista plástico e músico Fabio Dudas.

O material pode ser conferido de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, no hall de exposições do Sesc.

O trabalho em pintura de Fabio Dudas baseia-se na figuração da realidade e da ficção, nas memórias de infância, na interpretação do cotidiano e na imaginação.

Considerado um dos poetas mais importantes de sua geração, Paulo Leminski é popular ainda hoje, e atrai muitos lei-

Mostra Literária Paulo Leminski Data: até 29 de julho Visitação: de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h Local: Hall de exposições do Sesc Lajeado

tores. Ele foi um poeta, escritor, tradutor e professor brasileiro.

Uma de suas obras de destaque foi “Catatau”, um polêmico livro de prosa, classificado pelo autor como um “mero romance ideia”.

Leminski tornou-se um dos mais destacados poetas brasileiros da segunda metade do século XX. Inventou seu próprio jeito de escrever poesias, fazendo trocadilhos ou brincando com ditados populares. Escreveu também letras de músicas em parcerias com Caetano Veloso, Itamar Assumpção e o grupo A Cor do Som. Exerceu intensa atividade como crítico literário e tradutor, vertendo para o português

as obras de James Joyce, Alfred Jarry, Samuel Beckett e Yukio Mishima. Viveu durante 20 anos com a poetisa Alice Ruiz, que organizou sua obra.

Considerado um dos poetas mais importantes de sua geração, Paulo Leminski (19441989) é popular ainda hoje, e atrai muitos leitores.”

A mostra foi feita a partir do trabalho do ilustrador, artista plástico e músico Fabio Dudas

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COMPORTAMENTO

Luz na passarela:

é a vez moda da consciente A indústria têxtil é uma das mais poluentes no mundo, mas é possível comprar ou reutilizar de forma responsável, e minimizar os danos. Na região, a sustentabilidade é tema de projetos que buscam construir novas alternativas de consumo Bibiana Faleiro

bibianafaleiro@grupoahora.net.br

Júlia Amaral

juliaamaral@grupoahora.net.br

S

eja pela necessidade sustentável ou pela busca de autenticidade na moda, movimentos de “reciclagem” e de garimpos em brechós são alternativas para minimizar os danos causados pela indústria da moda no meio ambiente. Além da sustentabilidade na hora da produção, empresas do ramo também se preocupam com os resíduos, e transformam as sobras em chaveiros ou acessórios.

Na segunda-feira, 11, durante o evento Gêneses, na Univates, momento em que as formandas do Tecnólogo em Moda apresentaram seus trabalhos de conclusão do curso, a temática esteve em alta. Entre as apresentações, o estilo bohemio de Fiorella Stefani Bucheli Guasque, 23, e a versatilidade de Letícia Träsel, 25, tiveram destaque.

Com retalhos de tecidos, peças de brechó e muita criatividade, Fiorella criou uma coleção de roupas sustentáveis e atemporais. O conjunto se chama Fioresiendo, uma junção do nome da estudante com o verbo “ser”, conjugado no espanhol, sua língua natal. Ela é de Rivera, no Uruguai.

A escolha do tema surgiu do gosto pelo estilo. “Os bohemios nasceram na França, sendo um conjunto de intelectuais que passaram por situação de pobreza, eram artistas, e criavam suas pró-

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Como vejo de perto o desperdício que existe na moda, cada vez mais isso começou a me preocupar” Letícia Träsel

formanda em design de moda

prias roupas”, destaca Fiorella.

Junto ao conceito, estão outras influências, como o cigano, o rock, o hippie e o country. Uma das peças que chamou mais atenção na coleção foi uma jaqueta feita com dezenas de quadrados de 10 cm x 10 cm, de retalhos de tecido para estofados.

“A indústria da moda é uma das mais poluentes. Tanto na matéria prima, no consumo de água, nos resíduos testes.

A minha proposta foi usar a técnica de upcycling, reciclagem sem processo químico”, conta.

A coleção faz parte da marca criada

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pela aluna no decorrer do curso, chamada “Isbela”, como homenagem a uma amiga da família. Fiorella a descreve como uma pessoa de luz, com o estilo hippie, feminista e que defende seus ideiais.

Criatividade e versatilidade O trabalho em uma loja de confecções de Santa Clara despertou Letícia Träsel, 25, para o mundo da moda, mas foram as aulas na universidade que a fizeram refletir sobre sustentabilidade na indústria têxtil.

“Como vejo de perto o tanto de desperdício que existe no mundo da moda, cada vez mais isso começou a me preo-

cupar”, conta. Conforme explica Letícia, o curso oferecia a disciplina de desenvolvimento de marca e coleção e incentivava a criar a marca “tendo um propósito”.

Foi então que a estudante começou a produzir acessórios com resíduos têxteis, semelhantes ao conceito de lixo zero.

No TCC, já sabia com o que queria trabalhar. Orientada pela professora Beatriz Rossi, Letícia escolheu a versatilidade das peças, e criou a coleção LONG TIME projetada para moda praia, com a proposta de uma nova maneira de vestir.

“A ideia é que as peças combinadas entre si, possibilitam ao usuário transitar em outros ambientes, que não somente espaços aquáticos, prolongando, assim, a vida útil do produto”, ressalta.

Por ano, o Brasil descarta mais de

4 milhões de toneladas de resíduos têxteis; Empresas do mundo da moda emitiram, em 2018, cerca de

2,1 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa; Nos últimos dois anos, o Brasil registrou aumento de

48,58% no número de brechós.

Na loja de Ana Paula, Rejane e Francine, restos de tecidos viram acessórios.

Moda e consciência

Fiorella (meio) criou uma coleção no estilo bohemio.

Porta canetas, descanso de xícaras e chaveiros são alguns dos materiais feitos com retalhos de tecidos na loja Anafran Basic. A empresa das sócias Francine Martins, Ana Paula Becker e Rejane Martins busca unir a durabilidade das roupas com a atemporalidade e o descarte consciente dos resíduos.

Francine e a mãe Rejane começaram com a confecção de jalecos para profissionais da saúde há 11 anos. Nesse processo, incluíram roupas básicas com o tecido que sobrava das encomendas.

“A gente acredita que a pessoa tem que investir no básico de qualidade, que tenha todo um propósito, e se cuidar da peça, essa roupa vai acompanhá-la por muito tempo”, ressalta Francine.

A marca Anafran Basic surgiu em 2015.

A fábrica fica ao lado da loja na Rua Pinheiro Machado, 573, centro de Lajeado.

De olho na sustentabilidade

Coleção buscou versatilidade em peças de banho

“Doamos nossos retalhos para as artesãs e elas vão fazendo”, destaca Francine. Os acessórios são enviados com as encomendas, a exemplo da scrunch de cabelo. Outros, são vendidas na loja, como os colares coloridos com correntes, que fazem sucesso entre as clientes.

Os hábitos não são apenas com o cuidado do descarte, e sim para evitar a sobra de tecidos. Além disso, as entregas são feitas em ecobags. Entre os produtos da loja, também há uma “T-Shirt” feita com tecido que mistura algodão e garrafa pet sem perder o conforto e maciez.

“Não tem como ser 100% sustentável, mas tu consegue tomar várias ações e atitudes sustentáveis. Isso é slow fashion. Aumenta o custo, mas traz paz”, garante Francine.

“É importante saber quais são as minhas necessidades” PATRICIA HERMANN, consultora de imagem, fala sobre o armário cápsula, um modelo de conjunto pequeno, mas funcional, de roupas e calçados.

O armário cápsula é uma saída sustentável para manter um guarda-roupa versátil, mas também estiloso. Quais peças são fundamentais?

Quando a gente fala em sustentabilidade, a base para conseguir de fato fazer isso é o autoconhecimento. Então, quando a gente for falar de um guarda roupa que é sustentável e que funcione para nós, a primeira coisa é saber “quem eu sou”, quais são os itens que me deixam mais estilosa, que me representam.

Existe um número limite para o armário cápsula? É muito difícil limitar uma quantidade porque depende muito da pessoa. Pessoas são diferentes, têm necessidades diferentes. Sem falar que a conta depende da questão climática também. Por exemplo, essa semana a gente teve 30ºC e depois 5ºC. Então, fica muito difícil fazer uma cápsula de inverno, onde eu vou guardar todas as minhas roupas de verão. A questão é que a partir desse autoconhecimento, desse planejamento, saberemos a quantidade de peças de cada indivíduo.

Quais as dicas para quem quer montar um armário cápsula e não sabe como começar?

Bom, eu sempre passo para minhas clientes que para elas entenderem o conceito cápsula é bom fazer a sua cápsula semanal. Então, no domingo você senta e pensa o que eu vou usar durante toda a semana. Esse exercício de planejamento é uma forma de começar a enxergar as situações. A gente também consegue ter mais ou menos uma ideia de previsão de tempo nessa semana. É o primeiro passo para depois ir para a cápsula do mês. O ideal é trabalhar uma cápsula por estação.

Quando a gente fala em sustentabilidade, a base para conseguir de fato fazer isso é o autoconhecimento” Patricia Hermann

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NÃO BASTA SER PAI...

A

infertilidade conjugal afeta de 10 a 15% dos casais em idade reprodutiva no mundo.

No Brasil, oito milhões de pessoas podem ser inférteis. A dificuldade para realizar o sonho da gravidez não é incomum e muitos casais recorrem aos Centros de Reprodução Humana com o objetivo de alcançá-la. A trajetória principalmente das mulheres durante o tratamento de reprodução assistida é emocialmente desgastante, principalmente porque na grande maioria das vezes há uma trajetória de espera e tentativas frustradas de engravidar naturalmente. Quando os parceiros se colocam no papel de companheiros, cujo conceito pode ser bastante individual, cada casal tem o seu acordo em relação a ele. Enquanto, para uns, cumplicidade e companheirismo significam fazer tudo juntos, do trabalho aos momentos de lazer, para outros, no entanto, pode representar o apoio psicológico, bem como a divisão dos papeis.

O interesse masculino ao que concerne as etapas do tratamento para infertilidade vem crescendo, sendo notável o papel que passou a exercer. Importante ressaltar que, embora os homens tenham formas diferentes de manifestar seus sentimentos

acerca do insucesso do tratamento ou das tentativas infrutíferas diante das negativas da tão deseja gravidez da sua companheira, não significa que o sofrimento não esteja presente.

O papel dos parceiros tem mudado com o passar dos anos, deixando de ser coadjuvantes na etapa que antecede a coleta dos óvulos, para membros ativos durante todo o tratamento.

Por vezes eram apenas “acompanhantes” e hoje são eles que assumem, na grande maioria das vezes, um dos papeis mais decisivos de sucesso para o desfecho do tratamento: a aplicação das medicações. Convém destacar que ao fazê-lo, desenvolvem habilidade e cuidado, desempenhando a função de forma exímia. Ao assumir esse papel, o binômio se fortalece e a parceira sente-se não somente cuidada, mas passa a ver o parceiro como parte integrante do tratamento em todas as etapas.

Muito embora os companheiros não estejam presentes fisicamente na sala de procedimento para a coleta de óvulos, é notória a preocupação não somente com o sucesso do procedimento, mas principalmente com o pleno restabelecimento da parceira na Sala de Recuperação.

Para a equipe profissional que acompanha esses casais é uma experiência enriquecedora, pois passa a compreender o ponto de vista masculino também, visto que os questionamentos, dentre tantas outras colocações, são diferentes do ponto de vista feminino. Além disso, a equipe cria vínculo não somente com a mulher, mas com o casal, entendendo as perspectivas e expectativas dos futuros pai e mãe.

Cinema

Exibição do documentário “De Roma a Putinga” inicia nesta semana

Júlia Amaral

juliaamaral@grupoahora.net.br

P

rovocar o público para conhecer e valorizar a arquitetura da região.

Esse é o objetivo da obra “De Roma a Putinga”, que começa a ser exibida de forma gratuita nesta semana em Putinga, Ilópolis, Lajeado, Encantado e Tapejara.

O filme conta a história do italiano Ângelo Fontanive, que foi um arquiteto, pintor, escultor e calculista, responsável por reproduzir algumas obras

As apresentações que passam pela região serão gratuitas e disponibilizadas no YouTube

características do período renascentista italiano nas cidades em Nova Roma do Sul, Colorado, Sarandi, além das cidades em que o filme será exibido.

O objetivo é debater sobre a história, além de valorizar o patrimônio artístico destas cidades, tornar conhecido o trabalho do artista e o “movimento de arte sacra” trazido por ele e perpetuado por seus alunos ao longo dos anos.

Filme conta a história de um arquiteto italiano responsável por produzir algumas obras características do período renascentista em cidades do Vale do Taquari. Exibição busca valorizar a arquitetura da região.

PROGRAMAÇÃO 21/07 - Putinga Exibição: Centro Cultural Horário: 14h 22/07 - Ilópolis Exibição: Museu do Pão Horário: A definir 01/08 - Univates - Lajeado Para os alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo Exibição: Auditório do Prédio 11 Horário: 19h30min às 21h30min 02/08 - Encantado Para os alunos do Colégio Monsenhor Scalabrini Horários: 10h e 20h

Patrícia Oliveira de Oliveira Coren - 127051 - Coordenadora do Centro de Reprodução Humana

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05/08 - Tapejara Exibições: Centro Cultural - durante a abertura da Semana do Município Horário: A definir

Lente Social

Leila Franz

Bibiana Faleiro

Lisi Costa

Nova diretoria ao Rotaract Em reunião festiva na última quinta-feira, 14, o Rotaract Club de Lajeado Integração empossou a nova diretoria para o ano rotário 2022/2023. Quem está à frente do clube é João Guilherme Battisti, ao lado da vice-presidente Luana Germano.

Na noite, além dos companheiros de grupo e do Rotary Club de Lajeado Integração, também estiveram presentes o outro clube de Lajeado e de Teutônia.

João Guilherme Battisti e Luana Germano

Parceria que deu certo entre Maria Eduarda Cortez, Adriana Pretto Enger, Eduarda Huppes e Maitê Caliari

Simples, mas refinado Formas orgânicas e sofisticadas em perfeita harmonia. Esse é o conceito da coleção La Boutique que, desde terça-feira, pode ser conferida nas vitrinas da Brava Forma de Lajeado, com uma proposta criativa do escritório Eduarda Cortez Design de Interiores.

A coleção é simples mas, ao mesmo tempo, refinada, para os verdadeiros momentos de bem-estar. Seja perto do mar ou na montanha, na cidade ou em algum refúgio, seja moderno ou vintage. A ideia foi encontrar um equilíbrio entre o necessário e o supérfluo, com materiais que respeitam a natureza. Revestimentos em linho e algodão, couros naturais, madeiras renováveis e uma produção consciente e artesanal são as bases desta coleção.

Camila Cima Ahlert e Adriana Nunes Machado prestigiaram o evento

Pratas da Casa em sua 5ª edição Quem subiu ao palco do Teatro do Sesc para a 5ª edição do Projeto Pratas da Casa foi o artista Conrado Vier. O evento na quarta-feira foi transmitido pelas redes sociais do Grupo A Hora, e é uma parceria da empresa com o Sesc Lajeado.

O público lotou o teatro para assistir ao show que mistura o pop e o rock, com um repertório recheado de músicas autorais. Para o projeto, o artista inscreveu a canção chamada “Fora de si”.

Raquel Zart Hermamn, Miriam Vier Bucker e Maria Alayde Vier

Conrado Vier, Ana Lúcia da Silva e Ana Cecília Togni

Leonardo Sabke e Camila Fucilini

Lucas Miguel Diehl e Clarissa Thomas

Guilherme Crespi e Ana Paula Silveira

FIM DE SEMANA, 9 E 10 JULHO 2022

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Bibiana Faleiro

bibianafaleiro@grupoahora.net.br

C

heiro de doce e café é o que escapa pela janela da Chocolataria Juliana Conte, no bairro Americano. É em uma loja pequena com luzes amarelas e muito verde que a já conhecida chocolatier abriu com a mãe e sócia, Ivanir Conte, uma cafeteria junto às encomendas de docinhos e bolos. A proposta busca unir o serviço desenvolvido em família, com um local para sentar e apreciar o lanche em companhia. Juliana conta que o gosto pelo chocolate veio de casa, já que a mãe costumava produzir diferentes doces.

A filha cursava administração na época, e trabalhava na Receita Estadual. Foi neste período que começou a se aventurar pela gastronomia, e vender docinhos de porta em porta. “Ali eu fui ganhando gosto, tranquei minha faculdade e me for-

Chocolate com café

no novo espaço de Juliana Conte mei em gastronomia. A gente começou e logo tivemos grande demanda. De 100 docinhos já fomos para mil, 2 mil”, lembra.

Depois disso, Juliana se especializou em Chocolataria Gourmet. Há sete anos, não havia muitas lojas do ramo na região, então surgiu a ideia de abrir um espaço onde as pessoas pudessem encomendar ou comprar doces gourmetizados.

A primeira localização da marca foi na Pedro Albino Muller, a segunda, na Rua Germano Berner e, desde dezembro, na Rua General Mallet, 124, com um espaço para lanches e cafés. Quem coloca a mão na massa todos os dias é Juliana e Ivanir, com atenção a cada pequeno detalhe.

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Mais opções Hoje, o cardápio também conta com cafés tradicionais, como expresso, carioca, café com leite, assim como chocolates quentes, cafés gelados e soda italiana. Além dos doces, que agora dão destaque ao bolo trovão e cheese cake de chocolate branco com frutas vermelhas.

No balcão, sempre há quatro opções de tortas, além de docinhos e salgados, que é uma novidade do novo espaço. Entre as opções, estão quiches, focaccias e pão de queijo recheado.

Na loja, também são aceitas encomendas para eventos, em especial, dos doces gourmet.

“O que a gente mais vende é a trufa de framboesa, de pistache, trufa intensa, feita de chocolate mais amargo, ninho com nutella e cookies com nutella”, destaca Juliana.

O espaço conta com área interna e externa, para 23 pessoas. Famílias e pessoas de meia idade são o público mais frequente do lugar, e o dia mais movimentado é o sábado.

O atendimento é nas terças, das 13h às 18h, de quartas a sextas, das 7h30 às 18h30, sem fechar ao meio dia, e nos sábados, das 9h às 17h, sem fechar ao meio dia. Os valores variam de R$ 12,50 a R$ 15,50 para os doces do balcão. Os docinhos gourmet vão de R$ 3,80 a R$ 5,50. Já os cafés, ficam entre R$6 e R$ 11,50, e os salgados de R$ 8 a R$ 17.

“Nossa matéria prima é de qualidade e muito amor”, destaca Juliana.

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APRESENTA

Sabrina Winter Árcabo Arquitetura escritorioarcabo@gmail.com (51) 9 91069562 @arcabo.arquitetura Júlia Amaral

juliaamaral@grupoahora.net.br

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onstruir o primeiro lar é o sonho de muita gente. Para um jovem casal de Cruzeiro do Sul, essa realização tem a assinatura do escritório Árcabo Arquitetura. O projeto da casa contemporânea de 135 m², foi pensado para o bom aproveitamento do terreno de 10m x 25m.

Conforme a arquiteta Sabrina Winter todo projeto foi pensado de forma muito funcional e com bastante iluminação natural. “Buscamos seguir a linha de pensamento do cliente, um casal jovem buscando construir sua primeira casa, com linhas modernas e contemporâneas, uma casa pensada para receber amigos e familiares”, conta.

O terreno do projeto fica em uma esquina e, por isso, os profissionais buscaram fazer uma residência com a frente principal voltada para a lateral do lote, de forma que foi possível criar uma fachada mais imponente, que demonstra ser uma casa maior do que realmente é.

Para colorir o projeo, os tons neutros foram os escolhidos. “Trabalhamos com tons de cinza, mas a cor principal usada foi o branco”, conta Sabrina. Também foi utilizado

Modernidade e naturalidade para a primeira casa esquadrias pretas, pisos que imitam cimento queimado, e para quebrar os tons frios.

“Para trazer mais aconchego, usamos a porta principal em madeira natural, e um detalhe na fachada com revestimento em pedra arenito irregular. Mas o charme mesmo se deu com a iluminação bem distribuída desse projeto”, afirma Sabrina. Ao todo, a execução da obra levou em torno de um ano.

Para trazer mais aconchego, usamos a porta principal em madeira natural... Mas o charme mesmo se deu com a iluminação bem distribuída desse projeto” Sabrina Winter

PATROCINADORES

12| |FIM Você. | FIM DE SEMANA, 16 E 17 JULHO 2022 12 DE SEMANA, 30 E 31 DE MAIO DE 2020

REALIZAÇÃO