Caderno Você - 17 e 18/09/2022

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Dos vestidos de prenda à bombacha e chapéu, a indumentária gaúcha apresenta mudanças ao longo dos anos e carrega, em cada peça, a história do Rio Grande do Sul

Páginas 6 e 7 FIM DE SEMANA, 17 E 18ediçãoSETEMBRO2022nº359

nosestampadoOrgulhotrajes AMARALJULIA

Origens - Os Fagundes

Durante a fala, a prenda lem brou do quanto é comum repe tirmos esses hábitos, quase sem pensar. É a nossa cultura. Ainda que eu e as crianças admiradas com as falas da prenda não seja mos tão envolvidas com o tradi cionalismo, ele faz parte da gente e nem sentimos.

Sombra deixa mais um travo amargo: dedica a produção a crianças desaparecidas em Portu gal, entre elas, Madeleine McCann. São muitos nomes, indicando a via-crúcis de tantas e tantas isabéis que se agarram à esperança de, um dia, en contrar seus filhos e desvestir o luto da dúvida.

De minha parte, vejo a dinâmica das cenas como bastante coerente com o próprio arrastar existencial da protagonista no sem-fim de buscas que a levam a lugar nenhum”

O negro também assim tempera e adoça o meu jeito”

ão houve dúvida so bre qual seria a pau ta do Caderno desta vez. Mesmo que a Semana Farroupilha ocorra todo ano, ela sempre rende assuntos interessantes e pertinentes. Há sempre algo novo para descobrir sobre a cultura dos gaúchos.

A passagem do tempo, dividido em quatro eta pas – 1998, 2004, 2011 e 2013 –, ressalta a solidão da família. Inicialmente foco do interesse da mí dia e da investigação policial, o sumiço do menino torna-se, com o tempo, pouco mais do que alguns cartazes velhos pendurados pela cidade. Mas a sombra jamais desaparece da sua casa.

Bibiana Faleiro

Nessa semana, eu e a Bibiana fomos até o Acampamento Far roupilha de Lajeado e ouvimos a prenda Clarice Borges contar para os alunos do ensino funda mental sobre as pilchas e todas as normas que envolvem uma roda de chimarrão. Algumas crianças já sabiam muito sobre, outras pareciam admiradas.

Por exemplo, quando estive no Rio de Janeiro, eu e um grupo de estudantes gaúchos oferecemos o chimarrão para os colegas do Rio Grande do Norte. Muitas dúvidas surgiram: “vocês tomam em qual contexto?” e algumas expectati vas foram frustradas: “parece um chá. Só isso”. E ninguém soube explicar bem o porquê daquele costume tão forte e amado.

Campeando as próprias origens cultural

lgumas obras comprovam a potência da empatia e da identificação com situações e personagens ficcionais, ainda que não tenhamos sofrido nada semelhante ao que se passa na tela. É o caso do filme português Sombra, de 2021, disponível na plataforma strea ming da Prime Vídeo. Dirigido por Bruno Gascon, em sua segunda investida no cinema depois de Car ga, 2018, o elenco tem à frente a atriz Ana Morei ra, imbatível no papel de Isabel, uma mãe que, de repente, se vê sem a presença do filho de 11 anos.

Ana Monteiro compõe uma personagem que definha e envelhece a cada etapa. Alienada na própria dor, convive, meio sonâmbula, com a fi lha quase esquecida por ela e um marido que quer seguir em frente, justo quando o mantra da nar rativa materna é “como posso seguir em frente?”. Em meio à tragédia, a mulher precisa conviver com suposições, pistas falsas e a insuportável (in) certeza que o seu menino é mais uma vítima do tráfico humano.

Nesse sentido, talvez um dos momentos mais marcantes da obra seja o que Gascon não mostra, mas faz o espectador ouvir. Outro fator que se alia ao nosso olhar empático para a história é o medo, inevitável a nossa humanidade, de sofrer uma per da dessa dimensão, o medo de não/nunca saber.

Mesmo assim, cada uma das práticas, seja o churrasco, o chi marrão ou as vestimentas, carre gam muita história – e muitas delas eu não conhecia. Além do mais, cada detalhe do vestido de uma prenda, do lenço do peão, da erva-mate, é explicado com excelência dentro de um CTG.

A

2 | Você. | FIM DE SEMANA, 17 E 18 SETEMBRO 2022 Bastidores

Há muito da cultura gaúcha que não está no compasso da sociedade contemporânea, é ver dade. Mas a boa essência, àquele que segue fazendo sentido, não se perde. Nem em mim, nem nas crianças admiradas com as falas daBoaprenda.leitura!

Se eu fosse uma aluna, estaria no time dos admirados. E não é por falta de acesso à cultura. O domingo, na minha casa, é dia de churrasco, chimarrão e música nativista. Meu pai é um entusias ta da cultura gaúcha, junto da mi nha mãe. Minhas irmãs seguiram os passos e sempre se empolgam com o convite pra um fandango.

O índio que vive em mim bate um tambor no meu peito.

N

“A noite não adormece nos olhos das mulheres”

O longa metragem inspira-se na história real do desaparecimento, em 1998, de Rui Pedro Teixeira Mendonça, ainda não encontrado. Mas o filme não segue a trajetória recorrente de narrativas baseadas em fatos. Gascon, também roteirista da obra, cen tra-se no drama materno de uma espera sem fim.

Conceição Evaristo

Um pesadelo que nunca acaba

Segundo algumas críticas, o filme é um tan to arrastado, pois o enredo não avança em novas direções. De minha parte, vejo a dinâmica das cenas como bastante coerente com o próprio ar rastar existencial da protagonista no sem-fim de buscas que a levam a lugar nenhum. Em estado de profunda melancolia, a vida de Isabel acabou 15 anos atrás e encontra-se em estado de latência para “quando o meu filho voltar”.

Rosane Cardoso professora de literatura

Tomamos chimarrão sempre, sem precisar de contexto. Sim, era um chá. Mas… É mais do que isso. Existem coisas que são nossas, da nossa gente, e que não se perdem. Talvez elas sofram algumas alterações com o passar dos anos, mas seguem conosco.

DICA

FIM DE SEMANA, 17 E 18 SETEMBRO 2022 | Você | 3

Atividades pré-debut

Até o grande dia do Baile, as jovens participam de en saios e outras atividades, que podem ser acompanha das pelo Instagram oficial do evento @debutantesctc ou pe las redes sociais do @ctclajeado.

Após uma breve pausa, no final do primeiro semestre, os times de minifutebol do CTC retornaram aos campos para disputar a 2ª fase da Copa CTC/Construtora Diamond

Após as partidas, acompa nhe nas redes sociais os des taques da rodada.

res de 18 anos pagam R$ 40, e os maiores de 18 anos pagam R$ 60 antecipado. Na noite o valor será de R$80 para todos, inclusive para os associados que estiverem com a mensalidade em atra so. Há ainda mesas para até oito pessoas à venda e elas podem ser adquiridas na Se cretaria do Clube.

+

Ingressos para o Baile de Debut já estão à venda

dias 15 e 16, o movimento nas quadras de beach ten nis começa mais cedo, às 8h30min, pelas categorias A

e B, masculino e feminino. O campeonato se encerra no domingo, com os jogos mis tos, nas categorias A e B.

03 de outubro. As atividades iniciam na sexta-feira, dia 07, àsJá12h.no sábado e domingo, os jogos começam um pouco mais cedo, às 08h30min.

A Copa é um evento aberto ao público e para participar os atletas devem fazer sua inscri ção pelo site da FGT, até o dia

Estão abertas as inscrições para o Torneio Interno Beach Tennis de Duplas Sorteadas

A noite do dia 8 de outubro promete ser mágica para as 16 meninas que farão parte do tradicional Baile de Debu tantes. Além dos seus con vidados, também poderão prestigiar o evento os sócios e a comunidade, mediante aquisição dos ingressos ou mesas, que estão disponíveis para venda na Secretaria do Clube.Assim como nos demais anos, os sócios com mensa lidade em dia estão isentos de pagamento, sendo neces sário somente a retirada do convite até o meio-dia do dia 08 de outubro.

Hoje a bola rola pela 19ª ro dada. A primeira divisão joga no Campo A, a segunda divi são no Campo B e a terceira no campo C. Os jogos iniciam às 12h15min e podem ser presti giados por todos os sócios.

CONTEÚDO PATROCINADO 4 | Você. | FIM DE SEMANA, 17 E 18 SETEMBRO 2022

- 1ª Classe Simples Masculina - 1ª Classe Simples

Os não-associados meno

Conheça categoriasaspremiadas: Feminina Classe Masculino Simples até 34 anos Classe Masculino Simples acima de 34 anos 35 Masculino 45 + Masculina A

A 10ª Copa CTC de Tênis tem o patrocínio de Toyota Motolândia, CBM, Sicredi e KTO, com apoio da Docile e Hotel Imperatriz. Mais infor mações sobre a competição e os valores das inscrições po dem ser obtidas diretamente no site da FGT.

- Classe

- 2ª

- 2ª

A - Classe

Os sócios do Clube Tiro e Caça têm até o dia 07 de outubro para garantir sua ins crição no Torneio Interno de Beach Tennis. A confirmação da vaga acontece mediante a doação de um brinquedo, por participante, que será desti nado às instituições carentes daOcidade.torneio acontece entre os dias 14 e 16 de outubro, nas quadras de areia do CTC. Desta vez o diferen cial do evento será o sorteio para definir os parceiros em quadra.Osjogos começam na sex ta-feira (14), às 18h, com as disputas pela categoria C, masculino e feminino. Já nos

. Agora as equipes das três divisões brigam pelas vagas para as finais, que aconte cem no dia 22 de outubro.

Importante destacar que o valor estipulado atualmente para a premiação das catego rias só ocorrerá mediante o nú mero mínimo de inscritos. Caso não haja atletas suficientes, o prêmio será dividido novamen

Seis categorias serão premiadas na 10ª edição da Copa CTC de Tênis

te e pago proporcionalmente. Confira o regulamento da Copa no site da FGT, são mais de R$ 20 mil em premiação.

Entre os dias 07 e 09 de ou tubro acontece a 10ª edição da Copa CTC de Tênis, evento realizado em parceria com a Federação Gaúcha de Tênis (FGT). Neste ano, a competi ção será aberta para disputa em 28 categorias, das quais somente seis serão premiadas.

Equipes disputam a 2ª fase da Copa CTC/ Construtora Diamond de Minifutebol

Com artistaentreégratuita,entradaprojetoumaparceriaafilhadoeoSesc

Por fim, ainda durante a tar de, às 15h, ocorre a oficina de mandalas com Elisara Dias. Na oficina o participante irá apren der como pintar mandalas em rochas e poderá desenvolver a sua. Todas as inscrições podem ser feitas pelo telefone (51) 3982-1099/1107.

C

18h - Pobre João

Domingo (18/09)

Curta-metragens contam trechos da vida, carreira e intimidade de Teixeirinha

de observação e, com ajuda dos guias, identificar algumas espé cies presentes no Jardim Botâni co. Binóculos e câmera fotográ fica são recomendados, mas não obrigatórios.Nasequência, às 14h, ocorre a oficina “Pintura de árvores em tela”, mediada por Nestor Bresolin Jr. No primeiro mo mento, ocorre uma palestra a respeito dos domínios flores tais presentes nas obras de arte

Os ingressos para assistir às produções podem ser retirados no serviço de atendimento ao cliente (Sac) do Sesc, de segun da a sexta-feira, das 7h às 20h e, aos sábados, das 8h às 12h, ou 1h antes de cada sessão na bilheteria do Teatro. Mais in formações podem ser conferi das pelo telefone ou WhatsApp (51) 3714-2266.

Sexta-feira (16/09)

om oito obras produzi das entre 1967 e 1981, o Festival de Filmes Teixeirinha chega a Lajeado nesta semana. Até o dia 19, o Teatro do Sesc Laje ado apresenta os trabalhos de roteiro e atuação do artista, que já foram vistos por mais de 10 milhões de pessoas. Com en trada gratuita, o projeto tem parceria com a filha de Teixeiri nha, Nancy Margareth Teixeira.

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15h - Motorista sem Limites

Além do tradicional Concer to da Primavera, o Jardim Botâ nico de Lajeado terá um novo evento para comemorar seus 27 anos. No domingo, 18, o lo cal abre as portas para receber a comunidade para três oficinas gratuitas.Aoficina de “Observação de aves” ocorre às 7h e será mediada por Hamilton Grillo e Cleberton Bianchini. Nela, os participan tes poderão aprender técnicas

Até dezembro, a previsão é de que os curta-metragens sejam assistidos em 150 cidades, em mais de 1,2 mil sessões para cer ca de 200 mil pessoas.

A música e voz de Vitor Ma teus Teixeira foi sucesso nas rádios do país por muitos anos. E, agora, trechos da sua vida, carreira e intimidade podem ser conhecidos pelo público mais de perto.

“O Festival é um grande mo

Segunda-feira (19/09)

14h - Teixeirinha a 7 Provas

Serviço

Festival de Filmes Teixeirinha apresenta oito obras em Lajeado

Evento de aniversário conta com três oficinas abertas para a comunidade, em Lajeado

Local: Teatro do Sesc Lajeado (Rua Silva Jardim, Classificação135) indicativa: Livre para todas as Ingressos:idades a entrada é gratuita, e os ingressos podem ser retirados de forma antecipada no serviço de atendimento ao cliente (Sac) do Sesc, de segunda a sexta-feira, das 7h às 20h e, aos sábados, das 8h às 12h, ou 1h antes de cada sessão na bilheteria do Teatro.

Programação

vimento em prol da cultura, que está fazendo os corações do Rio Grande do Sul e do Brasil baterem mais forte. Esses fil mes, há mais de quarenta anos, não eram exibidos abertamen te. Tem sido uma experiência inesquecível, de emoção e en cantamento para os espectado res e fãs do meu pai. Ele cantava para grandes multidões e tinha prazer em ir onde as pessoas es tavam”, destaca Nancy.

A caravana por onde passam os filmes do artista iniciou em Rolante, sua cidade natal. Desde então, passou por Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Dois Irmãos, Vacaria, Gravataí, Ca noas, Ijuí e Bento Gonçalves.

cultura

ao longo do tempo. Após, será apresentado técnicas de pintu ra e cada participante pintará sua tela ao ar livre.

Sábado (17/09)

15h - Carmen, a Cigana

Jardim Botânico comemora 27 anos no domingo

18h - Coração de Luto

Para participar

18h - A Quadrilha do Perna Dura

15h - A Filha de Iemanjá

15h - Tropeiro Velho

Para prendas

Para compor a indumentária feminina, a prenda usa sapa tilha nos pés. A bota também pode ser utilizada, mas é des tinada apenas para as prendas adultas. Como parte da indu mentária, também está a meia -calça, que pode ser branca ou clássica transparente.

Os trajes atuais têm seu início com a fundação do primeiro centro de tradições gaúchas, o 35 CTG, fundado em Porto Alegre”

Por baixo do vestido, a pren da ainda utiliza a anágua, que serve para dar volume e melhor caimento ao tecido do vestido, assim como a bombachinha, que ajuda a cobrir as transpa

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br

Rio Grande do Sul.

cabeça

Além das botas, faz parte da indumentária do peão o cinto ou guaiaca, a bombacha, a ca misa e o lenço, que pode ser verde, vermelho, amarelo, azul, branco ou preto. Além disso, existe o lenço xadrez, carijó e scavino. O gaúcho também usa um chapéu. “Pra nós, ele só pode usar o chapéu quando

anos, conforme as regras do MTG, não é permitido o uso de flores no cabelo. Os penteados não são completamente pre sos e utilizam um laço de fita. Além disso, as unhas só podem ser pintadas com cores claras.

Na história, a indumentá ria gaúcha é uma mistura das vestes indígenas com os trajes utilizados pelos colonizadores europeus, em especial, portu gueses e espanhóis. E foi com a mescla dessas culturas que a figura do homem e da mulher que vivia nos pampas surgiu.

20 SETEMBRODE

Ana Cristina Finke tradicionalista

NA CABEÇA: chapéu NO TRONCO: Camisa de manga longa NO PESCOÇO: lenço das cores: vermelhor, verde, amarelo, azul, branco, preto, xadrez, carijó e scavino NA CINTURA: Cinto e faca NAS PERNAS: Bombacha NOS PÉS: Bota

Conforme a patrona, as pren das mais velhas também não usam anéis grandes, e os pente ados levam flores, seja no coque ou com outras amarrações.

L

Mas também existe um traje alternati vo, para passeio, que inclui a feminina”,bombachaconta.

Para meninas menores de 15

GAÚCHO

Julia Amaral juliaamaral@grupoahora.net.br

rências. “O vestido tem várias cores e mode los, mas eles são sempre bem fechados”, conta Clarice.

está apresentação,numa dentro do galpão, dançando e cantando, ou para lançar. Em um ambien te coberto não se usa chapéu”, reitera Clarice. O gaúcho tam bém utiliza a faca como aces sório. E, se for a um evento oficial, pode vestir o blazer ou casaco.

Trajes de peão e china. (Séc. XIX). Trajes de peão e china. (Séc.

BorgesClarice é patroa do CTG Tropilha Farrapa

Na história

A indumentária gaúcha é seguida à risca dentro do Centro de Tradições Gaúchas (CTG). Do chapéu e laços a sapatilhas e botas, a pilcha carrega a história e preserva a cultura do Rio Grande do Sul

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Mas, com o tempo, e com a criação do Movimento Tradi cionalista Gaúcho (MTG), em 1980 foram criadas regras e padrões no modo de se vestir. Os trajes, quando completos, passaram a ser considerados so ciais.Patroa do CTG Tropilha Farrapa, Clarice Borges descreve que as mangas do vesti do da prenda, por exemplo, não po dem estar acima do cotovelo. A ca misa do peão, não importa a estação do ano, deve ser de manga longa. “Se estivermos pilcha dos adequadamen te, podemos entrar em qualquer local.

TRADIÇÃO da

Traje meninaspara

aço, sapatilha e vesti do. Lenço, chapéu e bombachas. Não é di fícil reconhecer uma prenda ou um peão. Com suas vestimentas, essas figuras se tornaram marcas registradas do gaúcho em todo o país. E, ainda hoje, são reconhecidas como parte das tradições do

Os trajes passaram por mu

Trajes históricos

"Procuramos preservar as nossas tradições. Quando as meninas crescerem, elas vão ter muito tempo para serem adul tas, para pintar as unhas, usar brinco grande, usar colar, todas essas coisas”, comenta Clarice.

Para peões

XVIII) Trajes dos patrões das Vacarias

danças ao longo dos anos. De acordo com os tradicionalistas Andreas Finke e Ana Cristina Finke, do CTG Tropilha Farrapa, a indumen tária histórica é dividida em primitiva e farroupilha, desde a ocupação portuguesa (a partir de 1737), até o surgimento da bombacha, em 1875.

lizada e passam a surgir lojas especializadas para atender as demandas. A pesquisadora também destaca que a cultura gauchesca foi o que inspirou o estilista brasileiro Carlos Miele a criar sua coleção apresentada em Nova York. Peças com refe rências dos trajes típicos gaú chos foram vistas na passarela, como ponchos, chapéus e faixas com estamparia geométrica.

“Os trajes atuais têm seu início com a fundação do primeiro centro de tradições gaúchas, o 35 CTG, fundado

Com isso, a roupa do modo gaúcho passa a ser industria

NO CORPO: Vestido com mangas que vão até o pulso ou cotovelo.

NA CABEÇA: Coque ou semi-presos,penteadoscomflores

Ela diz que, no início, os ho mens utilizavam muitos ade reços, como boleadeiras, uma espécie de instrumento para caçar, assim como esporas, cin turão e facas.

NAS PERNAS:

XX, a indumentária gaúchatanto no Uruguai, Argentina ou Rio Grande do Sul, passa a ser motivo de orgulho para suas po pulações”, destaca Fabiana.

Gaúcho ganha espaço na moda

NOS PÉS: Sapatilha ou botas

PRENDA

Bombachinha, anágua e meia-calça

em Porto Alegre em 1948”, destaca Ana.

Mas, apesar de muito utiliza da pelos gaúchos antigos, hoje esses típicos trajes são vistos em locais específicos, em espe cial, na fronteira e em regiões onde a lida no campo ainda é muito presente. “Principal mente a bombacha é utilizada para andar a cavalo, e andar

pelos matos”, comenta Ana. Além disso, o traje gaúcho é visto em concursos tradiciona listas, apresentações, grupos de dança, bailes e rodeios.

Patrícia Cristina Rambo e Rafael Amadeo Rezner são dançarinos no CTG GonçalvesBento

A pesquisa “Indumen tária Gaúcha e a sua influência na moda”, de Fabiana Maffe zzolli, também faz um histórico dessa tradição. De acordo com o trabalho, a indumentária gau chesca começou a traçar o perfil dos trabalhadores rurais nas estâncias. Neste período, as mulhe res eram conhecidas como“Contudo,“chinas”.o movi mento gauchesco ganha uma nova roupagem com o passar do século

cabeça aos pés

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8 | Você. | FIM DE SEMANA, 17 E 18 SETEMBRO 2022

Para matear um bom chimarrão

Bebida tradicional dos gaúchos, o chimarrão tem origens indígenas e foi difundido no período das missões jesuíticas. Para uma experiência,boaé preciso ter alguns cuidados com a erva-mate e temperatura da água

“C

Na hora de escolher a erva -mate, também é preciso ter atenção. “Devemos olhar a data de fabricação. Quanto mais nova, melhor o produto será”, explica Pedro. E, por fim, para que o chimarrão es

himarrão faz bem a qual quer hora do dia”, diz o Diretor Executivo do insti tuto Escola do Chimarrão, Pedro José Schwengber. Para ele, quem se habitua a tomar a bebida todos os dias, vive mais e melhor.

Não é só no Rio Grande do Sul que o chimarrão é popular. A bebida é caracte rística em toda América do Sul, sendo que nos países de

precisa ser deixada na hori zontal. A bomba, de preferên cia, deve ser de aço inoxidá vel. “É a melhor em todos os sentidos, seja de custo bene fício e de higiene”, comenta.

Os colonizadores descobri ram o chimarrão nas terras que hoje formam o Paraná. Os indígenas (quínchas, aimarás e guaranis) tomavam

Origem chimarrãodo

Ainda que pareça sim ples, o chimarrão exige alguns cuidados com a cuia, a erva-mate, a bomba e a temperatura da água. Assim, é possível ter uma melhor experiência com a bebida mais tradicional dos gaúchos. Conforme Pedro, a cuia deve ser lavada somente com água corrente. Para secar, ela

Julia Amaral juliaamaral@grupoahora.net.br

a bebida feita com folhas fragmentadas e água quente. Para beber, eles utiliza vam um pequeno porongo e um canudo de taquara, com a base trançada. Essa base impedia que as partí culas das folhas passassem.

tradição

teja de acordo com os padrões da Escola, a água deve estar na temperatura de 70ºC.

língua castelhana é conhecido como “mate”. O ter mo “chimarrão” é originado da palavra cas telhana “cimarrón”, que se refere ao gado domesticado que retornou à vida selvagem.

Mario Robertho, Aline Magalhães e Francis Kettner

Lisi CostaLeila Franz Bibiana Faleiro

Mulheres no marketing

“Vendendo mais na prática”, foi tema de encon tro da Cacis Mulher na terça-feira. Na ocasião, o auditório La Salle, em Estrela, recebeu o consultor em gestão comercial Mario Robertho, e o consultor

Marli Scheeren, Márcio Kich, Gustavo e Mateus Kich

em gestão de processos, Francis Kettner, para falar sobre processos, indicadores, produtividade e previ sibilidade como os principais pilares para o sucesso nas vendas. Confira quem prestigiou o encontro!

FIM DE SEMANA, 17 E 18 SETEMBRO 2022 | Você. | 9 Lente Social

Nesta semana, o Fórum da Mulher Empresária (FME) promoveu mais um encontro com empre endedoras da região. O tema foi “A experiência feminina do marketing”, apresentado pelas pales trantes Danielle Harth e Jaqueline Hartmann. Dá uma olhada em que participou do evento!

Noite de vendas e negócios

Banda Zangaia no Pratas da Casa

Sileine Sulzbach Mossmann e Cristiane Leipelt

Daniela Mallmann e Juliana Saraiva

Para a sétima apresentação do ano do Projeto Pratas da Casa, quem subiu ao palco do Teatro do Sesc foi a Banda Zangaia. Composto por Dudu Lopes no vocal, Allison Steffens, na guitarra, e Moisés Tavares, no baixo, o grupo apresenta canções ao som do pop, reggae e do rock. O próximo show do projeto está programado para outubro, com a Banda Blues. Até o fim do ano, também se apresentam Gustavo Wickert e Kikee.

Daniela Santa Helena, Adriana Biergayer Feli, Silvana Mocellin, Odete Nonnenmacher eArenhartRoberta

Lú Brandão, Lisa Brandão Taffarel e Natália Guarnieri Tatiana Schuhl e Cátia Schnorr

Ariana Horn, Giovanna Horn e a pequena Iris

Silvane Scheeren Steffens e Dilson Paulo Steffens

Meu pai fazia mocotó. O churrasco era feito em uma vala e os espetos de taquara. Não conheço minha vida fora do tradicionalismo”

- 800g de carne - 3 cebolas pequenas - 3 tomates - 2 dentes de alho

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br

T

Ela conta que o pai era campeiro, e Marilda nasceu próximo de um galpão. Assim, o tradicionalismo sempre esteve na rotina da família, e os pratos considerados típicos da cultu ra gaúcha faziam parte das refeições diárias na casa dela.

“A gente fazia o carretei ro, feijoada. Meu pai fazia mocotó. O churrasco era feito em uma vala e os es petos de taquara. Não co nheço minha vida fora do tradicionalismo”, conta.

O carreteiro era feito durante as viagens dos tropeiros, com charque, água e arroz.

Arroz de carreteiro: das origens ao prato popular

Modo preparode

era o charque, uma carne salgada e seca ao sol com o objetivo de mantê-la própria ao consumo por mais tempo.

Ingredientes

MINHA DICA

De acordo com a patroa do CTG Bento Gonçalves, Marilda Dolores Oliveira, a origem do arroz de carreteiro vem com os antigos tropeiros, que subiam o Brasil para levar o “gado” a outros estados. Eles ficam meses na estrada e não podiam levar comida congelada, já que não havia meios para isso. Assim, o alimento carregado por eles

Uma carroça, que leva va todos os provimentos, era conduzida por um ho mem, chamado “carretei ro”, e era ele o responsável por fazer as refeições.

(para

FIM DE SEMANA, 18 E 19 DEediçãoSETEMBRODE2021nº309 FALEIROBIBIANA Mulheres protagonismoassumemcada

Prendas LIDERANÇAna

Marilda Dolores Oliveira 5

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A gente fazia o carreteiro, feijoada.

ípico da culinária gaúcha, o arroz de carreteiro possui diferentes receitas. Seus ingredientes básicos são a carne, a água e o arroz. Mas, desde sua origem, diferentes modos de prepará-lo foram surgindo e, hoje, ele é co nhecido em todo o estado.

água e arroz. A hora de comer aquele prato era no fim do dia, depois do chimarrão. A receita passou a ser chamada de “arroz de carreteiro”, já que era prepa rada pelos homens da carroça. Hoje, o preparo ganhou outros ingredientes, e é pro duzido de diferentes formas na casa dos gaúchos. Para Marilda, a receita levar gordu ra, banha, ou azeite, carne de rês, e temperos como cebola e

- Gordura e sal a gosto

Em uma panela, coloque a gordura (azeite ou banha), e deixei esquentar. Corte a carne em pedaços pequenos e colo que no recipiente para fritar, com cuidado para não grudar na panela. Coloque um pouco de água quando necessário. Quando a carne estiver frita, coloque a cebola e o tomate picados. Acrescente temperos a gosto e, depois de cozido, coloque o arroz. A quanti dade é ½ xícara de arroz por pessoa. Misture bem e colo que a água na panela, com o dobro da quantidade do arroz. Quando estiver quase no ponto de servir, acrescente o tempero verde por cima.

Com a carne de charque, era preparada uma janta no fogo de chão, que ainda misturava

tomate misturados ao arroz.

pessoas)

Ingredientes

- 2 colheres (sopa) de fermento em pó

Unte uma forma com margarina, coloque a massa e salpique a farofa. Leve ao forno preaquecido para assar por aproxima damente 40 minutos.

FIM DE SEMANA, 17 E 18 SETEMBRO 2022 | Você. | 11

ÁGUA NA BOCA

- 2 colheres de marga rina ou manteiga

- 4 ovos

- ½ xícara de farinha de trigo - canela em pó

Receita de cuca simples

- 2 colheres (sopa) de manteiga ou margarina

Farofa

Modo preparode

- 4 xícaras de farinha de trigo - 2 xícaras de açúcar - 1 xícara de leite

- 1 xícara de açúcar

Bata os ovos com o açúcar e misture os demais ingre dientes até formar uma massa homogênea. Para a farofa, basta colocar tudo em uma tigela e amassar até ficar com cara de farofa.

bém privilegiando os ambientes sociais e de convivência.

Caroline Forti

Conforto e bela paisagem em uma casa de montanha

Bibiana Faleiro bibianafaleiro@grupoahora.net.br

12 | FIM DE SEMANA, 30 E 31 DE MAIO DE 2020 PATROCINADORES REALIZAÇÃO 12 | Você. | FIM DE SEMANA, 17 e 18 SETEMBRO 2022 APRESENTA

om o objetivo de ex trair ao máximo to das as possibilidades do local e atender as necessidades dos clientes, a arquiteta Caroline Forti criou o projeto Casa Mountain, em Estrela.Aresidência de 724,70 m², aco moda cinco suítes, varanda gour met, cozinha e salas integradas, despensa, lavanderia, academia e garagem. “Nosso ponto de parti da foi o quiosque já existente no terreno, onde queríamos manter uma conexão com a proposta da residência, tanto na linguagem dos materiais como na integração des ses espaços”, destaca a arquiteta. Assim, a equipe cuidou as dis tâncias e níveis, e estudou todos os elementos já existentes no terreno, buscando harmonia. A suíte máster ficou posicionada de forma a ter mais privacidade em relação aos ambientes sociais e com uma bela vista para a na tureza.Separado do volume principal, ficou uma das alas de suítes, co nectada com um jardim com vis ta privilegiada das salas de estar e jantar. Além disso, o acesso ao espaço acomoda um ambiente de contemplação para o jardim.

“Nossas inspirações principais foram casas de montanha. Querí amos trazer esse ar de campo por combinar com o entorno, onde está inserida, mas ao mesmo tempo unimos o moderno, com elementos em metal e linhas re tas, criando harmonia entre os ambientes”, ressalta Caroline.

No projeto, todos os espaços e acessos foram posicionados de forma funcional, criando circui tos fáceis e dando privacidade às áreas íntimas e de serviço, tam

Além disso, foram projetadas muitas esquadrias para que fos se possível trazer a natureza do entorno para os ambientes inter nos. Espaços como os sanitários, diferente das residências padrões, também proporcionam essa inte gração com o externo, com a co locação de claraboias no box dos chuveiros e janelas envidraçadas do chão ao teto, mas de forma a manter uma certa privacidade.

C

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Caderno Você - 17 e 18/09/2022 by Jornal A Hora - Issuu