Você - 15/04/2022

SEXTA-FEIRA E FIM DE SEMANA, 15, 16 E 17 ABRIL 2022 edição nº 338

Ritos de quem

vive a tradição A espera pelo domingo de Páscoa conserva costumes especiais, como a colheita da macela e a caridade durante a quaresma Páginas 6 e 7

Bastidores

Em busca da macela

H

á quem pense que o jornalismo é só redação. Mas o jornalismo está nas ruas. Nas casinhas do interior, nos prédios históricos, nas escolas e, o principal, nas histórias das pessoas.

A profissão também tem lá suas aventuras. E, nesta semana, uma delas marcou a edição: a caça à macela, ou marcela, como é conhecida por aí.

Para começar a Semana Santa, muitas famílias têm o costume de pendurar um ramo de palmeira na entrada de suas casas.

E, na Sexta-feira Santa, saem antes mesmo do sol nascer para colher a macela, para que ela ainda esteja úmida do orvalho da manhã e seja abençoada para o ano inteiro.

No interior de Cruzeiro, uma senhora muito simpática nos recebeu para contar esta história. O caminho até o Sítio das Camélias já nos indicava que aquela seria uma aventura.

O nosso erro foi não saber disso logo cedo. Júlia e eu saímos de tênis brancos. Havia chovido no dia anterior e a terra seca virou barro. Na volta, tivemos que trocar os tênis antes de continuar o dia, mas esta é outra história.

Fomos recebidas com um sorriso e uma pergunta: “Vocês não vieram de botas?”. Naquela casinha de madeira que passou por gerações da família, a simpática senhora nos contou suas tradições de Páscoa. Nos contou dos tempos de juventude e das caminhadas em grupos de 80 pessoas em busca da macela pela cidade.

Ao final da entrevista, ela quis nos mostrar as próprias macelas

que cresciam na propriedade.

Depois de passar por cima de alguns arames, atravessamos um terreno cheio de barro.

Passamos por meio de outras plantas que mesmo agora ainda não sei o nome. Inclusive, trouxe um raminho pra casa. Caminhamos por uns 20 minutos.

Talvez menos, mas a aventura pareceu demorada, já que a nossa expectativa por encontrar a plantinha era grande.

por João Pedro Zarth Ferreira

Ao chegar no ponto que ela conhecia. Pasmem. Só ouvimos ela dizer ‘Ué, onde elas estão?’”

A simpática senhora sabia bem o caminho. E estava certa de que ali havia macela. Ao chegar no ponto que ela conhecia.

Pasmem. Só ouvimos ela dizer “Ué, onde elas estão?’”. Júlia e eu olhamos uma para a outra e sorrimos. Aquela era mesmo uma aventura que iríamos contar depois.

Alguns minutos mais tarde, já fazíamos o caminho de volta para a casa dela. De mãos vazias.

A conclusão foi que os cavalos teriam comido a macela que havia ali. Até agora, nem mesmo ela sabe o que aconteceu.

Por sorte, tinha um ramalhete em casa, e topou fazer fotos com a gente. A simpática senhora também era divertida, e pediu desculpas pelo que, na opinião dela, foi um vexame. Mas, para nós, foi uma boa manhã de trabalho. Espero que ela também tenha gostado da nossa visita.

Um pouquinho desta história você pode ler por aqui e, quem sabe, também resgatar alguns ritos de Páscoa que se perderam com o passar do tempo. Espero que esta também se torne uma boa lembrança para vocês.

Boa leitura!

Bibiana Faleiro

Expediente:

Dica de filme

“A Felicidade não se compra”,

Produção: Bibiana Faleiro e Júlia Amaral

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JÚLIA AMARAL

centraldejornalismo@grupoahora.net

“E

xistem ideias e princípios que são internalizados de forma mais profunda quando consumidos por meio da arte”. É o que acredita o engenheiro de produção João Pedro Zarth Ferreira, 23. O cinema é, para ele, uma companhia tanto para os estudos quanto para passar tempo depois de um dia longo e cansativo.

Apesar deste fim de semana ser de Páscoa, a dica de filme de João é “A felicidade não se compra”, de 1946, um clássico de Natal que, segundo ele, não depende da data para ser apreciado. “É um belo filme contido dentro de uma ‘simbologia cristã’. Muitas coisas na obra são cheias de significados: a água, a luz, o pão, o vinho, a casa, os nomes”, destaca.

O filme conta a história de George, um homem prestes a retirar sua própria vida na véspera de Natal por causa de dívidas e um grande sen-

timento de insignificância. Ele é guiado por Clarence, seu anjo da guarda, por diversos momentos do passado em que mudou de forma decisiva a vida das pessoas ao seu redor sem querer nada em troca. Para João, a obra ajuda a refletir sobre a vida: o bom, o mal, a providência, a família, o egoísmo.

Nas décadas de 1980 e 1990, era comum o filme passar na TV aberta. Hoje, no entanto, a produção é desconhecida por grande parte dos jovens. Nos streamings, é possível assistir o filme na Amazon Prime ou no Telecine.

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Comportamento Mais do que trocar presentes, com a colheita da macela e o rito da quaresma, famílias esperam a Páscoa com antigas tradições. A data santa é celebrada com fé, bondade e reflexão

Muito além do chocolate

Bibiana Faleiro

bibianafaleiro@grupoahora.net.br

Júlia Amaral

centraldejornalismo@grupoahora.net.br

P

equenas flores amarelas que devem ser colhidas antes do sol nascer na sexta-feira em que Jesus Cristo foi crucificado. Elas crescem sem muito critério, no campo ou mesmo na beira do asfalto.

Para muitos cristãos, a macela - ou marcela - molhada com o orvalho da manhã do dia santo tem propriedades curativas, além de fortalecer a fé e a tradição.

Na família de Heidi Collischonn Biehl, 61, o hábito era sagrado. Quando criança, a moradora de Cruzeiro do Sul lembra de caminhar pelas matas atrás da pequena planta, além de colher a “barba-de-pau” para enfeitar os ninhos.

Protestante da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no BrasilI (ECLB), a magia que é contada sobre o rito não fazia parte de suas crenças. Mas a colheita era sempre feita nesta época, quando a planta costuma florescer.

Ainda hoje, depois de secos, alguns raminhos são espalhados pela casa e duram o ano inteiro.

Júlio Mallmann e Valério Beuren são vizinhos e há 15 anos colhem juntos a macela

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Caminhada da Macela Nos anos 80, Heidi era presidente da Juventude Evangélica (JE), e, todos os anos, o grupo, composto por mais de 80 pessoas, procurava uma atividade para a época de Páscoa. Assim, decidiram fazer uma caminhada em busca do chá. Às 6h da Sexta-feira Santa, os jovens saíam de Lajeado e percorriam mais de 20 km pela região. Passavam pelo bairro Carneiros, e faziam algumas voltas a mais para passear pelo município. Depois, havia um piquenique e, com a tradição de não comer carne no dia, muitos levavam sardinha para o lanche.

“A gente colhia a macela, mas também transformamos essa atividade em um momento para reunir os jovens”, conta Heidi. Pelo caminho, também havia reflexões sobre o significado da Paixão de Cristo e da quaresma, os 40 dias que antecedem a Páscoa.

Outras tradições Na casa de Heidi, outros ritos de Páscoa também permaneceram com o tempo. Um deles é a confecção da “Osterbaum”, uma árvore feita com galhos secos enfeitados com cascas de ovos coloridas.

Nas casquinhas, ela também costuma colocar o amendoim com açúcar, cultura que veio da Alemanha.

“Era costume as mulheres presentearem as pessoas com ovos cozidos coloridos. Mas como aqui, nesta época do ano, as galinhas não põem tantos ovos, elas tiveram que adaptar, e passaram a guardar as cascas e rechear”, conta Heidi.

Hoje, na casa dela, os dois tipos de ovinhos são feitos.

Além disso, no Domingo de Ramos, uma semana antes da Páscoa, ela coloca um ramo de palmeira na porta de casa, como foi feito com Jesus ao chegar em Jerusalém.

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Heidi mantém a tradição da colheita da macela e espalha os ramos pela casa durante todo o ano

Na vizinhança

No dia de Páscoa, também é esperado o momento em que as crianças da família procurem os ninhos escondidos no quintal Outros ovinhos são espalhados pelo gramado e, ao fim da caça, tudo é repartido entre os presentes.

Júlio Mallmann, 62, e Valério Beuren, 63, são vizinhos em Alto Conventos e, há 15 anos, colhem juntos a macela. A preparação começa um dia antes com a procura pelos melhores lugares, com mais flores.

Os vizinhos lembram que a macela nasce por conta, longe da poluição.

Por isso, é comum encontrá-las em meio à vegetação. Este ano, eles contam que a flor está mais clara e brotou mais tarde.

A Páscoa e seus símbolos Coelho: conforme o professor Brandão, no final do inverno, na Europa, é o momento do aparecimento dos coelhos e seus filhotes que crescem dentro da toca.

Nesse momento, eles já estão correndo pelos campos que estão ficando verdes outra vez. É um símbolo de que a vida está vencendo.

Ramos de palmeira:

Ovos: na Europa,

Chocolate: tradição

no calendário cristão, a Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, quando as pessoas cobriam a entrada com folhas de palmeira para comemorar sua chegada.

Hoje, elas simbolizam “boas-vindas a Cristo”.

nesse período, faltavam alimentos. Lá no século X, ganhar um ovo era algo vital. Hoje ele tem outro significado. Ele guarda uma vida.

Externamente não tem nada, mas, quando gestado, se torna um novo animal.

herdada dos franceses, o doce passou a ser incrementado aos ovos, que eram esvaziados para receber o novo recheio. Somente muitos anos depois, no século XIX, passou-se a fazê-los completos de chocolate.

BIBIANA FALEIRO

ENTREVISTA | Josselito Brandão, professor de história

“Uma tradição do Sul” Qual é a origem da Páscoa?

Brandão - Ela remonta a história do povo hebreu, hoje conhecido

como judeus. Eles foram escravizados no Egito, e na liderança de Moisés saem do país. Nesse momento, se deparam com o Mar Vermelho e, diante dele, percebem que estão sendo perseguidos no exército do Faraó. O mar abre e os hebreus passam. Eles deixam a escravidão e tornam-se livres. Essa é a primeira Páscoa. A segunda é quando Jesus teria ressuscitado. Ele é morto na sexta-feira, véspera da Páscoa dos hebreus, sepultado no sábado e no domingo ele ressuscita.

Qual é a origem e qual o significado da tradição de colher a macela?

Brandão - A colheita da macela é uma tradição no Sul. Ela aparece

em outras regiões, mas aqui é mais forte. Acredita-se que a macela colhida no início da manhã da Sexta-feira Santa terá propriedades medicinais mais avançadas. Há quem diga que a colheita de qualquer erva no início da manhã potencializa suas propriedades. Pode ser que daí surgiu essa tradição.

A preparação de algumas famílias começa cedo também, na quaresma, o que este período representa?

Brandão - Também está associado aos hebreus. Quando Moisés co-

munica que o povo hebreu não entrará na terra prometida devido ao seus comportamentos, informa também que eles ficarão no deserto por quarenta anos. Somente quando aquela geração que viveu no Egito já tivesse morrido, as novas gerações, que nunca foram escravizados, entrariam na terra prometida. Então, desses quarenta anos vagando no deserto, surge a quaresma: quarenta dias que antecedem a Semana Santa, que por tradição é um período de jejum, caridade e conversão.

A quaresma é uma expressão da religiosidade.

Benefícios do chá Uma das flores símbolos do Rio Grande do Sul, a macela atua na indigestão, dores de estômago e falta de apetite. “É um tônico amargo, que melhora as perturbações gástricas, alivia cólicas estomacais, hepáticas e congestões gástricas”, destaca a especialista em ervas medicinais, Maria Liane Dullius Friedrich, 66.

As pequenas flores amarelas também servem para o banho, saudáveis para a pele e para fortificar os cabelos. Segundo Maria, apesar de muitas pessoas cultiva-

rem a crença de que a colheita da macela deve ser feita antes do amanhecer, o chá deve ser colhido depois do orvalho secar, mas ainda pela manhã. “Sempre temos de cuidar para não guardá-las úmidas, para evitar a criação de mofo e torná-las tóxicas. A melhor maneira de manter é em vidro bem fechado”, ressalta. O chá pode ser preparado quente ou frio.

40 dias antes da Páscoa Apesar da colheita do chá não fazer parte das tradições da auxiliar de escritório

Marilena Teresinha Gabriel, 56, outro rito é cultivado. Desde criança, a quaresma é um período importante e, na Semana Santa, dias antes da Páscoa, é quando os costumes são seguidos com mais força. Desde o Domingo de Ramos, a Eucaristia, a paixão e morte de Jesus na sexta, até o sábado de aleluia e o domingo de Páscoa são momentos de reflexão. “Venho de uma família religiosa e aprendemos a seguir o caminho da fé. Por isso, celebramos todos os momentos especiais da igreja”, reforça.

Marilena costuma celebrar a quaresma

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OS MEIOS DE CULTURA E O DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO Os tratamentos na área da reprodução humana contam com diferentes etapas, sendo que cada uma delas exige cuidados específicos e são fundamentais para o sucesso do procedimento. Junto a isso, o trabalho multidisciplinar dos profissionais da área da saúde, como médicos, enfermeiros, embriologistas, nutricionistas e psicólogos são de extrema importância, assim como o comprometimento dos pacientes envolvidos.

Nesse contexto, os processos de fertilização in vitro e crescimento embrionário estão entre as fases de maior relevância dentro do setor laboratorial. Após a fecundação dos óvulos pelos espermatozoides, os embriões passam por uma série de etapas de desenvolvimento, cada qual demandando diferentes nutrientes e fatores de crescimento.

Assegurar um ambiente apropriado para crescimento, simulando o espaço intrauterino e proporcionando estímulo adequado conforme tempo e necessidades metabólicos é o objetivo principal nesta fase, possibilitando que o embrião transcorra por todas as etapas do desenvolvimento, chegando ao estágio ideal para transferência embrionária e resultados positivos de gestação. Sendo assim, a cultura embrionária tem impacto direto na qualidade celular, implantação embrionária após transferência para o meio uterino e resultado de gravidez.

Para o cultivo embrionário, monitoramento da temperatura, umidade e iluminação controlada são exigências básicas, porém, neste processo,

os meios de cultura ganham destaque. O fornecimento de nutrientes e demais substratos aos embriões é feito através da utilização de meios de cultura específicos, que são formulações químicas compostos, basicamente, por sais, substratos energéticos, aminoácidos, vitaminas, fatores de crescimento, entre outros fatores determinantes.

Diante dessas questões, dá-se extrema importância à procedência dos meios de cultura adquiridos pelo laboratório de fertilização in vitro. Em laboratório, há controle de qualidade, protocolos pré-estabelecidos e análise diária de resultados obtidos para cada meio de cultura utilizado, bem como após cada ciclo de fertilização.

Dentre os controles, a temperatura de transporte e o adequado acondicionamento são verificados e testes de pH executados periodicamente, com o intuito de assegurar a qualidade e o bom uso dos meios de cultivo embrionários. O material, por sua vez, normalmente é importado, ou seja, com custo agregado, porém possui qualidade atrelada.

Para além disso, juntamente aos fatores citados, é notório que se conta com a capacidade do embrião em se adaptar ao meio e condições proporcionadas, o que depende não só de questões genéticas, como também epigenéticas, capacidade técnica da equipe de embriologistas e infraestrutura disponível.

Com todos esses aspectos alinhados é possível chegar a resultados satisfatórios, dando vida ao sonho de muitos.

comportamento

Cura em

meio à tradição Juremar Soares da Costa decora cascas de ovos recheados com amendoim para a Páscoa. Mais do que um negócio, a prática serve para manter a mente saudável Bibiana Faleiro

bibianafaleiro@grupoahora.net.br

P

elas mãos de Juremar Soares da Costa, quase 3 mil ovinhos decorados foram produzidos no interior de uma residência de Estrela para a Páscoa. Recheadas com amendoim doce, as cascas são pintadas à mão, e recebem ornamentações como chapéus, roupas ou orelhas de coelho.

Tudo é feito de forma artesanal, e, mais do que um negócio, para a ex-merendeira, a prática é cura e superação.

Juremar e o marido, Enio Inácio da Costa, casados há 44 anos, se ajudam na hora da produção. Enquanto ela decora, ele cozinha o açúcar, torra e assopra as cascas dos quase 50 kg de amendoim.

No início, a atividade era um momento passado com os filhos. Mas, depois da morte da filha mais velha, quando ela tinha 18 anos, o artesanato virou um processo para se recuperar da depressão.

Negócio e lazer Quando atuava como merendeira, ela levava os ovos

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decorados para as escolas, e voltava sempre de mãos vazias, já que os professores e alunos pediam para ficar com as produções. Há cinco anos, ela passou a vender o que pintava e, hoje, comercializa para pequenos bazares da região, de Porto Alegre, e até mesmo de fora do estado, em Santa Catarina e São Paulo.

Apesar disso, para ela, não é o financeiro que importa.

“Faço tudo pela minha filha, e pelas crianças que recebem os ovinhos”, destaca.

As produções são vendidas em bandejas com 30 tipos dife-

Faço tudo pela minha filha, e pelas crianças que recebem os ovinhos.”

Juremar Soares da Costa

rentes de decorações. Algumas são de coelhos, outras de frutas, outras de diferentes rostos.

Criatividade não falta para Juremar que, mesmo sem ter feito cursos na área, se destaca pela vivacidade de suas pinturas.

Trabalho em equipe Mas, para que seja possível produzir os quase 3 mil ovos, é preciso colaboradores. Enio conta que faz parcerias com padarias e compra os ovos dos estabelecimentos comerciais. Quando precisam comprar ovos inteiros, doam as claras e as gemas para os vizinhos.

Nada vai fora, e o projeto se tornou, também, solidário. Todo ano, a comunidade já espera os amendoins doces do casal. Eles colocam alguns sacos recheados em um banco em frente à casa e, quem quiser, pode pegar os doces. O mesmo é feito no Natal, com presentes para as crianças.

Este ano, a produção parou no dia 17 de março, mas alguns ovos ainda podem ser encontrados em estabelecimentos como: Mercado Brodhaus, Ponto Doce, Fruteira da Horta, Doces Tentações e Casa do presente.

Leila Franz

Bibiana Faleiro

Lisi Costa

Música em família Para embalar a segunda edição do ano do projeto Pratas da Casa, Marco Guimarães subiu ao palco do Teatro do Sesc ao lado das filhas Luísa e Júlia na noite de quarta. A família forma o Trio Lumaju, que inscreveu a música “Seu Destino” para o projeto. No repertório, os três trouxeram músicas de artistas como Caetano Veloso, Djavan e Duca Leindecker, ao som de MPB, pop rock e reggae.

A iniciativa do Grupo A Hora e do Sesc Lajeado trouxe o público para mais perto do festival neste ano. As apresentações ocorrem uma vez por mês, sempre na segunda quarta-feira. O próximo show está marcado para o dia 11 de maio, com a Banda Just Blues.

Confira alguns cliques do evento!

Alice Werle Portz e Fabiana Schossler

Ana Eckert e Márcia Dick

Luisa Guimarães, Daniela Rockenbach e Julia Guimarães

Nelma Guimarães e Angela Ely

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Biscoito vegano da Maria Júlia Amaral

centraldejornalismo@grupoahora.net

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epois de sair da casa da mãe e adotar a dieta vegana, a relação de Maria Paula Wulff com a culinária estreitou. Hoje, ela faz as refeições em casa e, por isso, cozinha todos os dias.

Ainda assim, este é um momento que gosta, uma hora de lazer, e não obrigaãço.

Nas tardes de domingo é quando consegue ir à cozinha com mais tempo, para preparar um bolo, relaxar e fugir da rotina.

“Eu adoro cozinhar lanches práticos. Tudo que for prático e delicioso me encanta, principalmente pizzas, tortas e focaccias”, conta. Por

ser vegana, se acostumou a preparar as próprias refeições mesmo em um encontro de família ou amigos. Nos dias em que está na casa da mãe, por exemplo, o costume é que ela faça a sua maionese de grão de bico.

“Também acabamos cozinhando juntas e adaptando receitar para a versão vegana e versões sem glúten, porque minha mãe não consome glúten e lactose”, ressalta.

As fontes para as melhores receitas são os amigos e a mãe, além de alguns perfis no Instagram como o @imaginavegan, @clubedereceitasveganas e @samantaluz. Para Maria, cozinhar significa se desconectar. “É um momento para criar e relaxar”, afirma.

Receita de biscoito vegano Ingredientes • 4 colheres (sopa) de açúcar mascavo • 2 colheres (sopa) de leite de coco • 2 colheres (sopa) de óleo de coco • 1/4 de colher (chá) de essência de baunilha • 1 pitada de sal • 8 colheres (sopa) de farinha de trigo • 1/2 colher (chá) de fermento em pó • 4 colheres (sopa) de cacau em pó 1 barra de chocolate amargo (opcional)

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Modo de Preparo Em uma tigela, misture o açúcar mascavo, o cacau, o leite de coco, o óleo de coco, a essência de baunilha e o sal. Acrescente a farinha de trigo e o fermento, misture bem. Por último, se quiser, adicione pedaços de chocolate amargo e misture. Molde os biscoitos e coloque-os em uma forma. Deixe na geladeira por 20 minutos. Em seguida, leve ao forno preaquecido (200º C) por cerca de 20 minutos.

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S

eja frito, assado ou grelhado, o peixe é uma presença confirmada da Sexta-feira Santa. Para cada espécie, existe um tipo ideal de preparo. O chef Irilei Gonçalves, do restaurante Planeta Terra, garante que para a grelha, o melhor é uma tilápia. Quem prefere peixe assado deve apostar no filé de anchova e, para fritar, o cascudinho deve ser o escolhido. Mas, se o peixe à milanesa foi a sua escolha, aposte na violinha.

Conforme Gonçalves, um prato de sucesso garantido é o filé de anchova com molho chimichurri. A receita é simples e o molho pode ser encontrado em supermercados ou feito em casa.

Receita de filé de anchova com molho chimichurri Ingredientes • 4 anchovas limpas • 3 tomates • 3 cebolas • 2 limões • 1 maço de endro • 1 maço de coentro ou cheiro verde • azeite de oliva • sal a gosto

A dica do Chef Gonçalves, do restaurante Planeta Terra, para a data é preparar a anchova com molho chimichurri

Origem da tradição

Júlia Amaral

Peixe para receber a Sexta-feira Santa Conforme a igreja católica, Jesus jejuou durante 40 dias e morreu na sexta-feira.

Por isso, mesmo que algumas pessoas não comam carne durante toda a quaresma, a sexta-feira da véspera de Páscoa é o dia mais respeitado.

Para os cristãos, a abstinência de carne é feita para honrar o sacrifício de Jesus. A carne vermelha pode ser encarada como símbolo de luxo. Por isso, segundo a igreja, consumi-la nesta data não combinaria com o sentimento de reflexão e humildade da época.

Qual o melhor vinho para acompanhar peixes?

Vinhos brancos são ótimas opções. Além deles, vinhos tintos leves, vinho rosés e espumantes também são boas escolhas. Peixes de sabor mais forte, como a anchova e a sardinha, são bem servidas com espumante.

Modo de preparo Faça alguns cortes horizontais nas anchovas. Este é um truque simples para assar mais rápido e para que o tempero penetre melhor. Polvilhe sal por dentro e por fora. Esprema o suco de um limão sobre os peixes e corte o outro limão em rodelas para colocar dentro da barriga do peixe. Junte o preparo às metades das ervas (endro e coentro).

Unte um refratário com azeite e coloque no fundo uma camada de rodelas de cebola e de tomate. Coloque as anchovas por cima dos legumes, regue com azeite de oliva a gosto e coloque o restante das ervas nos cortes do peixe. Leve para assar no forno preaquecido a 180ºC durante 40 minutos ou até o peixe estar pronto, lembrando que ele deve ficar macio, não ressequido.

Receita de Molho Chimichurri Ingredientes 1 colher (sopa) de alho desidratado picado 1 colher (sopa) de cebola desidratada 1/2 colher (sopa) de pimenta calabresa em flocos 1/2 colher (sopa) de folhas de louro triturado 1 colher (sopa) de orégano 1/2 colher (sopa) de salsa desidratada cebolinha fresca picada a gosto 100ml de azeite 50ml de vinagre

Modo de preparo Em uma tigela, junte o alho, a cebola, a pimenta, o louro, o orégano, a salsa e a cebolinha. Misture e adicione o azeite e o vinagre. Misture novamente até que os ingredientes fiquem bem envolvidos. Deixe esse molho descansar por, no mínimo, 30 minutos antes de servir.

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IM

APRESENTA APRESENTA

Literatura, arte e história em um mesmo lugar Elementos conectam empresas e comunidade

Letícia Henz Schorr

Arquiteta e Urbanista formada pela Univates em 2021/B Orientador: Merlin Janina Diemer

Bibiana Faleiro

bibianafaleiro@grupoahora.net.br

U

nova biblioteca Déborama Caterine Costa

pública para Lajeado debo_costa94@yahoo.com.br

foi o tema do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) da arquiteta Letícia acilitar a interação Henz Schorr, formada pela Uni- e com a comunidade vates em 2021/B. Orientado pelo o ambiente externo professor Merlin Janina Diemer, é abuscou grande aposta o projeto oferecer umdo projeto daleitura, arquiteta espaço de estudos,recémcon-formada Univates, Dévívio socialpela e lazer, incentivando a cultura no município. bora Caterine Costa, para o Além disso, estrutura prevêde Trabalho de a Conclusão locais adequados para um acervo Curso (TCC). O prédio, penque pode abrigar grande número sado como uma nova sede para de literaturas, revistas, jornais, CDs as etrês quecom formam DVDs.empresas Espaços infantis livros o Grupo Popular, também e brinquedos, salas de estudospose suiatividades espaço sociais para também abrigar fazem outros parte do trabalho. empreendimentos.

“O propósito é abranger Sacadas e visuais foram um adopúblico geral, estudantes de todos tados para garantir uma expeos níveis escolares, oferecendo atividades e espaços adequados para receber crianças e universitários”, destaca a arquiteta.

A nova biblioteca seria construída próxima de onde a entidade se encontra hoje, com boa localização, já que, no entorno, existem linhas de transporte e equipamentos públicos como prefeitura, Casa de Cultura, Delegacia de Polícia, posto de saúde, hospital, praças e colégios. Além de áreas comerciais e residenciais. De acordo com Letícia, o projeto se divide nos setores de atendimento, administrativo, espaço de apoio, acervo, estudos e áreas

F

Projeto busca ampliar visibilidade das marcas e possibilit maior interação entre público interno e visitantes riência diferenciada aos usuários, explica a profissional.

A construção busca ampliar a visibilidade e a interação das empresas com a comunidade, por isso, o projeto também prevê uma cafeteria no andar térreo. “A ideia é atrair tanto o público que trabalha e frequenta o prédio, como a comunidade em geral”.

Na parte externa, cores neutras como cinza, preto e tom de madeira foram escolhidas comerciais.

O local também oferepara transmitir sensação de ce computadores para pesquisa e aconchego, destaca Débora. três diferentes salas multiuso.

“O acervo da biblioteca é a parte mais importante, com mais de 40 mil exemplares. No projeto, também há local para midiateca e videoteca.”, completa a profissional. Salas adequadas para a catalogação e restauro de livros, reuniões, gerenciamento, almoxarifado, depósito, sanitários e copa para os funcionários também são diferenciais.

História da cidade transmitida para o projeto O trabalho busca resgatar

PATROCINADORES

Nos espaços internos, cada ambiente foi projetado conforme as necessidades dos usuários, mas a partir da mesma estratégia de cores da área externa.

A cafeteria possui tom de concreto, laje e esquadrias escuras. A madeira, utilizada tanto nos brises, como no mobiliário, busca proporcionar um ambiente acolhedor.

Os demais espaços possuem uma paleta de cores semelhantes, porém mais claras, o que garante mais conforto

as memórias da cidade, com destaque para momentos importantes de Lajeado. Assim como pessoas que contribuíram para o crescimento do

“Os materiais para trabalhar.

Entre as texturas, destaque destacam pela para o equilíbrio entre os bri- O carpete, por ses de madeira e o concreto uma durabilid aparente. Na parte interna, Pode ser substit também foram adotados car- cilidade, se ne petes para ajudar no conforto com o devido c acústico, além de painéis em bastante tempo” Por fim, para MDF para compor cada área, chada, foram ad conforme a finalidade.

Segundo a profissional, a riais como o conc escolha dos materiais conside- mentos metálico rou a disponibilidade no mer- piso-teto e pilare cado, beleza, funcionalidade, também marca de exposições. de doObras prédio e g custo-benefício epaços qualidade que marcaram a cidade, personalidade ao acústica e térmica.

município, como o ex-prefeito João Frederico Schaan, que dá nome à biblioteca.

Em parceria com artistas locais, o projeto contém es-

como as de Silvio Farias, com nove telas que dão nome ao projeto “Lajeado em telas”, estariam na coleção.

Algumas pinturas que fariam parte do acervo são “Beleza e turismo”, “Incêndio da Igreja Matriz”, “Maxambomba”, “Tufão de 1967”, “Canjiquinha, a mulher que salvou Lajeado”, “Lajeado cidade jóia”, “Engenho”, “Terreno do que é hoje a praça da matriz”, “Lajeado”, “Porto de Lajeado com Maxambomba”, “Pedra Basalto”, e “Ipê Amarelo”.

REALIZAÇÃO

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PATROCINADORES

REALIZAÇÃO

Projeto d para Tra Conclusã com poss ser ex