Você - 12 e 13/02/2022

FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022 edição nº 331

De geração para geração

Costura, bordado ou tecelagem são práticas cada vez mais comuns entre o público jovem, com técnicas passadas de mãe para filha Páginas 6 e 7

Bastidores

Uma pitada de sonho, vontade e fé

E

u já quis ser bailarina.

Voltar a tocar piano e fazer aulas de pintura.

Já quis morar fora, estudar em outra cidade e ser fluente numa língua estrangeira. Já quis escrever um livro, ter um blog e ser atleta. Já quis ser jornalista e tantas outras coisas. Na minha listinha de sonhos, alguns deles deram certo, e outros não saíram do papel.

Alguns, sim, são mais difíceis e parecem quase impossíveis.

Mas a grande diferença é que alguns deles, eu quis muito, e outros, nem tanto assim. O querer, querer mesmo, nos movimenta.

E tem seu tempo. Pode ser que hoje eu não esteja preparada para um desses sonhos, mesmo querendo que se tornem reais.

Só querer não é suficiente.

O querer mesmo tem outro poder. Ele nos faz abrir mão de coisas e momentos sem que a gente sofra tanto com isso. Apesar das horas difíceis, quando se quer mesmo, o caminho é leve, colorido e divertido. E aquilo que antes parecia impossível, já não o parece mais.

Apesar das horas difíceis, quando se quer mesmo, o caminho é leve, colorido e divertido” Mas o querer também precisa ser moderado. Ele não pode ter pressa e exigir uma mudança de rotina e de atividade de um dia para o outro. Ele é vagaroso, mas persistente.

O querer mesmo nos faz levantar da cama alguns minutos antes do normal para tomar café. Nos faz deixar o cansaço de lado para ir correr no fim do dia, nos faz reservar algumas horinhas do nosso dia para uma aula de música ou artesanato, e nos faz guardar dinheiro a cada fim de mês.

O querer mesmo só funciona se acreditamos no que estamos fazendo. Se acreditamos que aquele tempo reservado para percorrer os nossos sonhos vai nos trazer coisas boas. Acreditar é quase tão forte quanto o querer.

E, quando juntamos esses dois ingredientes, a receita se torna completa e o sucesso é quase certo. Ainda é necessário ter persistência, e o resto vem sendo conquistado pelo caminho. Por isso, ter sonhos, querer muito e acreditar já são suficientes para tirar um grande desejo do papel, e dar espaço para que um novo “querer” entre na lista.

Boa leitura!

Bibiana Faleiro

Dica de Cultura

S

Um passo em falso,

uspense, mistérios e emoção são os ingredientes preferidos da agente de serviços ao cliente do Sesc, Eloisa Scheffer, na hora de escolher um livro. Ela gosta de tentar desvendar os desfechos das narrativas e acha que, assim, a leitura fica mais emocionante e atrativa até o final. Por isso, tem entre seus favoritos, o título “Um passo em falso”, do escritor Harlan Coben, que conta a história de Myron Bolitar, um dos heróis mais cativantes dos romances policiais.

“Além da narrativa, também gosto do autor e por ser um livro de cronologia em diferentes volumes com os mesmos personagens Myron e seu rico amigo Win”, ressalta Eloisa.

com a jogadora se descobrir o paradeiro de Horace, que sumiu repentinamente após agredi-la.

Desde então, Brenda começou a receber ameaças por telefone e a ser seguida.

Myron não acredita na culpa do amigo e resiste a ser o guarda-costas da menina, mas acaba cedendo. Determinada a não fazer papel de donzela indefesa, Brenda provoca uma atração irresistível em Myron, e os dois vivem um relacionamento amoroso debilitado.

Porém, existe entre eles um abismo de corrupção e mentiras, além de segredos pelos quais muitos arriscariam a vida.

“Mesmo contra o bom senso, Myron segue investigando o caso. Disposto a conquistar o coração de Brenda, ele está ciente de que um passo em falso pode acabar matando os dois”, conta Eloísa.

Ler é um hábito que deveria ser diário.

Deixar de lado um Longe das telas, pouco as telas (...) perto dos livros Eloisa Scheffer

O livro conta a história do protagonista que, com a ajuda do treinador Horace Slaughter, começa a jogar basquete. O relacionamento dos dois era como de pai e filho. Mas, com o tempo, perdem contato e Myron abandona o esporte.

Dez anos depois de ver Horace pela última vez, Myron conhece Brenda, filha do antigo amigo e uma bela estrela do basquete. Trabalhando como agente esportivo, ele poderá fechar um contrato valioso

2 | Você. | FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022

por Eloisa Scheffer

O gosto dela pela leitura vem de criança e, ainda pequena, já lia as preces e leituras na igreja.

Quando a professora da escola pedia auxílio, ela também se prontificava para ler as tarefas.

Alguns anos mais tarde, as leituras perderam espaço para as telas e o hábito só retornou depois de Eloisa ter contato com a Biblioteca do Sesc.

Hoje, a prática faz parte do dia a dia dela, que acredita na importância da leitura. “Além de nos possibilitar escrever e falar melhor, estudos ainda

comprovam que a leitura ajuda a prevenir o Alzheimer, porque melhora a concentração e a memorização”, destaca. Para ela, ler significa entrar em um mundo de imaginação, onde é possível se desligar dos problemas e angústias. “Ler é um hábito que deveria ser diário. Deixar de lado um pouco as telas e focar num livro do seu agrado é uma dica que deixo para quem ainda não tem esse hábito”.

Gostou da dica de leitura?

Confira este e outros livros na biblioteca do Sesc Lajeado.

Rua Silva Jardim - 135, Bairro Centro.

Horário de atendimento: Segunda a sexta-feira, das 8h às 17h (sem fechar ao meio dia).

Reservas:

WhatsApp (51) 3714-2266.

E-mail: bibliotecalajeado@ sesc-rs.com.br

FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022

| Você. | 3

CONTEÚDO PATROCINADO

Carnaval Infantil e Enterro dos Ossos têm atrações confirmadas Ingressos antecipados devem ser adquiridos na Secretaria do Clube

V

ai ter música, serpentina, confete e diversão para todas as idades no Clube Tiro e Caça (CTC)!

Os preparativos para as atividades alusivas ao Carnaval estão a todo vapor e a garotada já pode preparar a fantasia porque a festa começa com o Carnaval Infantil CTC no dia 19 de fevereiro, no Salão Social.

A Companhia Aprendiz vai animar o baile com o show “Sambando a Gente se Entende” e as crianças ainda po-

Enterro dos Ossos

derão aproveitar a tarde com brinquedos infláveis, recreação e brincadeiras monitoradas.

O evento terá diversão garantida para toda a família e os convites antecipados podem ser adquiridos na Secretaria do Clube. O valor é de R$ 10 para sócios e não-sócios. Para os sócios, no entanto, o custo será revertido em consumação.

Haverá venda de ingressos na bilheteria do evento, sem valor de consumação para sócios.

ENTRE A GENTE

AGENDA 15/02: Finais do Torneio de Férias CTC/Construtora Diamond 04, 05 e 06/03: Qualifying de Tênis CTC/Engemori/ Água da Pedra

05/03: Enterro dos Ossos

ENTRE A GENTE

Programação de Carnaval será retomada neste ano

No dia 5 de março, é a vez do tradicional Enterro dos Ossos do CTC. O evento inicia-se às 21h. Para animar a noite, estão confirmadas as presenças dos integrantes da Escola Imperadores do Samba e Bloco do Cascata.

O Grupo Samba D’Boa e o Programação de Carnaval será retomada neste ano

DJ Everton Fabri completam a lista das atrações.

Os ingressos antecipados devem ser adquiridos na Secretaria e o valor para sócio é R$ 20. Não sócio paga R$ 30. Na bilheteria do evento, o valor será R$ 30 para sócio e R$ 40 para não sócio.

Serviço

Carnaval Infantil CTC Data: 19/02 Hora: 14h às 18h Local: Salão Social Ingresso: R$ 10

Inscrições para a Copa CTC/ Construtora Diamond estão abertas

Inscrições para Qualifying e Ranking de Tênis vão até o dia 22

Depois do Torneio de Férias, as equipes come çam a se preparar para a 48ª edição da Copa CTC/ Construtora Diamond de Minifutebol. A compe tição começa em março, com jogos realizados sempre nas tardes de sá bado. Serão três divisões e, na 1ª Divisão, compe tem os times da elite, de finidos na edição anterior do campeonato.

Em menos de um mês, inicia-se a temporada de competições da modalidade de tênis, com o Qualifying CTC/ Engemori/Água da Pedra. O campeonato de qualificação para o Ranking será realizado entre os dias 4 e 6 de março e as inscrições são gratuitas. As disputas serão nas categorias 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Classe Masculino e 1ª Classe Femino.

No final de semana seguinte, os atletas começam a jogar o Ranking de Tênis CTC/ Engemori/Água da Pedra na 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Classe Masculino, Categoria Iniciantes, 1ª e 2ª Classe Feminina. A inscrição custa R$ 120 e R$ 20 serão revertidos para uma instituição beneficente da região.

Além disso, o valor pode ser parcelado em duas vezes.

Abertura oficial do campeonato será em março

As inscrições devem ser feitas até o dia 21 de feve reiro, no site www.ctclajea COPA do.com.br, na aba “Inscri ções”, no item “Inscrição

ENTRE A GENTE

- Minifutebol”. Cada equi pe deve ter entre 15 e 22 jogadores, e poderá incluir até dois treinadores (um ti tular e um auxiliar).

Definidos os finalistas do Torneio de Férias CTC/Construtora Diamond Na noite de quinta-feira (10/02) foram definidas as equipes que entram em campo para disputar as finais do Torneio de Férias CTC/Construtora Diamond de Minifutebol.

Pela Série Prata, jogam

4 | Você. |

Lesionados B e CEM e na Série Ouro EPTG contra 100 Pressão As decisões estão marcadas para a próxima terça-feira e os jogos se rão transmitidos ao vivo pelas páginas do CTC no

FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022

Facebook e Youtube, e pela rádio Independente.

A programação inicia-se às 19h30min e, para faci litar o acesso dos sócios e visitantes, a Portaria Se cundária também estará aberta.

Abertura oficial do campeonato será em março

Os tenistas têm até o dia 22 de fevereiro para garantirem suas inscrições, que devem ser feitas diretamente com o setor de Esportes e Lazer pelo telefone (51) 3726-4980, pelo WhatsApp (51) 98153-1222 ou pelo e-mail esporte@ctclajeado.com.br.

Mulheres e a luta pelos Diversidade

direitos indígenas

Na semana do Dia Nacional da Luta dos Povos Indígenas, celebrado dia 7 de fevereiro, conheça perfis de mulheres indígenas para apoiar nas redes sociais

D

ireito à terra, preservação da natureza e demarcação fazem parte das lutas dos indígenas durante mais de 200 anos. E, em 2008, essas reivindicações ganharam uma data, 7 de fevereiro, em memória à morte do nativo guarani Sepé Tiaraju, que lutou contra a dominação espanhola e portuguesa no Rio Grande do Sul. Com o tempo, a data transformou-se não apenas em um

espaço de resistência e defesa dos direitos destes povos, como também de defesa da biodiversidade e dos biomas ameaçados pelo desmatamento pelo avanço do agronegócio e da mineração.

Para marcar a celebração e conhecer um pouco mais sobre esta cultura, separamos o perfil de algumas mulheres que compartilham histórias e informações sobre os povos indígenas, e que lutam pelos seus direitos todos os dias:

ALICE PATAXÓ: ativista e comunicadora da etnia Pataxó, conta que, já aos 14 anos, incomodada com a imagem desatualizada, estereotipada e estigmatizada dos povos originários nos livros didáticos, tornou-se representante indígena em movimentos estudantis. Hoje, aos 20 anos, a jovem que vive na Aldeia Craveiro, na Cidade do Prado, no sul da Bahia, é uma das vozes mais influentes sobre os direitos indígenas na internet.

JOÊNIA WAPICHANA: entrou para a história do Brasil como a primeira indígena a eleger-se deputada federal em 2018. Antes, também foi a primeira indígena a se formar em direito no país, em 1997, pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). É uma das principais vozes no debate em defesa pelos direitos dos povos originários e, durante a pandemia, tem trabalhado pela proteção e vacinação dessas populações mais vulneráveis.

KATU MIRIM: da etnia Boe Bororo e natural do Mato Grosso, a artista foi adotada aos 10 meses e criada por uma família branca na periferia de São Paulo. Quando descobriu sua origem biológica, não encontrava informações sobre sua etnia nos livros. Só mais tarde, na internet. Quando começou a fazer rap, cantava sobre suas lutas e, em 2020, lançou o EP Nós, no qual evidencia desde o genocídio indígena até o racismo naturalizado no cotidiano.

FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022

| Você. | 5

No bordado e na comportamento

uma tradição em re

Nos últimos anos, práticas antes consideradas ultrapassadas têm voltado a fazer parte do dia a dia das mulheres, passadas de gerações para gerações, e movimentam bilhões de reais por ano no Brasil

T

ecer, bordar e costurar ainda são atividades muito comuns em filmes de época, e contam a história de gerações de mulheres que tinham a prática como ofício. A visão romantizada e, por vezes, machista, dessas atividades, no entanto, está mais do que desatualizada. Enquanto a imagem que era passada era de mulheres submissas que teciam longas peças na espera dos maridos voltarem de alguma guerra, hoje, o costume está de volta pelas mãos de empreendedoras que têm a prática como profissão.

Foi-se o tempo em que bordar era considerado uma atividade antiga. O ramo tem crescido e criado comunidades que se identificam com as atividades manuais. Entre elas, está o Clube do Bordado, que iniciou em 2014, com uma coleção de bordados “soft porn”, que representava a sexualidade do ponto de vista feminino. Hoje, o clube tem mais de 230 mil seguidores no Instagram e 7 milhões de visuali-

ÍRIS ERNA SONNTAG AVÓ DE BIANCA

zações mensais em seus vídeos e aulas no YouTube.

Com a ascensão dessa economia criativa, o artesanato vem se fortalecendo ao longo dos últimos anos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como segmento de mercado, a atividade movimenta R$ 50 bilhões por ano no Brasil, e é responsável pela renda de aproximadamente 10 milhões de pessoas.

Costura de gerações Uma delas é Bianca Käfer, 26,

Bianca e a mãe possuem a Loja Feito a Fio em Lajeado

6 | Você. |

FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022

que, ainda criança, já gostava de criar. Com a máquina ou uma agulha na mão, não há costura que ela não possa fazer e, ao longo dos anos, coleciona bolsas, estojos, e muitos produtos ecológicos feitos com linha e tecido.

Mas a história da família com a costura vem de pelo menos quatro gerações. Quando a bisavó era jovem, costumava receber roupas das primas e irmãs mais velhas e ajustava para servir nela e nas filhas.

Mais tarde, a prática foi passada para a avó de Bianca, Íris Erna Sonntag, 83, que sempre teve boa mão também para o bordado. “Ela me contou que aprendeu sozinha. Ela lida com o bordado desde os 11 anos e diz que também sabe fazer macramé.

Até hoje ela tem esse carinho pelo bordado”, conta Bianca.

Lembro que uma das primeiras coisas que eu fazia quando era menor, era finalizar os trabalhos da minha mãe. Tinha que fazer um ponto à mão, com linha e agulha.

BIANCA KÄFER

Quando a designer de moda era a criança, a mãe, Sônia Käfer, 56, trabalhava no comércio, mas tinha um gosto especial pelas artes. Depois do expediente, fazia cursos e levava a filha para oficinas de pintura em tecido. Nesse

tempo, Bianca também gostava de fazer pulseiras de miçanga, e já ensaiava as primeiras peças manuais.

Aos 16 anos, ela já sabia que queria fazer moda, e um pouco antes de entrar na faculdade, começou a costurar. Nesse tempo, Sônia e uma irmã abriram uma loja de artesanato no Centro de Lajeado, e passaram a vender e ensinar o patchwork. Bianca também aprendeu a técnica e, depois de formada, entrou para o negócio das mulheres da família.

“Lembro que uma das primeiras coisas que eu fazia quando era menor, era finalizar os trabalhos da minha mãe.

Tinha que fazer um ponto à mão, com linha e agulha, que se chama ponto invisível. Eu ficava muito feliz quando ela via

a costura,

etomada

e dizia que estava muito bom”, recorda Bianca.

Amor e empreendedorismo Hoje, a loja Feito a Fio é dela, que conta sempre com as sugestões da mãe. A designer de moda também criou a própria marca Biankä handmade, focada em produtos ecológicos como os absorventes e lencinhos de maquiagem feitos de pano.

A rotina entre uma costura e outra é trabalhosa, mas Bianca não se importa. Afinal, trabalha em família, com algo que gosta. Quando iniciou, lembra que ouviu os amigos falarem que costura e bordado eram coisas de antigamente. Hoje, ela já vê um movimento diferente e acredita que a pandemia foi um grande incentivador da procura pelos trabalhos manuais como processo criativo e terapêutico.

“Os jovens hoje nascem com o celular no rosto e acho que essa questão do artesanato, de poder fazer algo fora da tecnologia é muito legal. Essa parte de criar, de ter um momento só teu é uma das coisas mais legais do trabalho manual para mim”, destaca Bianca.

De mãe para filha Na família de Vestina Schmidt Fleck, 67, o bordado também vem de gerações, e este era um dos tantos trabalhos manuais que a mãe dela a ensinou, ainda quando a filha era criança. As duas costumavam praticar juntas, em especial, em tecido xadrez e em algumas tapeçarias caseiras. Mas Vestina também sabia como fazer outros tipos de bordados, como o livre, e gostava de aprender.

Quando se tornou mãe de Karina Fleck, 27, passou o gosto para a filha. “Eu ensinei o básico que sabia pra ela. No começo, ela usou minhas linhas e alguns poucos materiais de bordado que eu tinha. No fim, dei tudo pra ela pois eu não praticava mais”, lembra.

Hoje, enquanto Karina borda, a mãe faz tricô ou crochê.

“Fiz uma blusa de crochê que ela pretende bordar. Também ensinei ela a costurar, e por isso, fazemos muitas coisas desse tipo juntas”, conta Vestina.

“Bordadeira” Depois de aprender algumas técnicas com a mãe, Karina

teve maior interesse pelo bordado a partir de um evento para os estudantes de design da Univates. “Lá tinha uma oficina de bordado livre, eu não conhecia essa técnica, que é mais moderna, e quis fazer. Infelizmente as vagas já tinham sido preenchidas, mas fiquei curiosa mesmo assim”.

É uma forma de nos conectarmos com nossas tradições” KARINA FLECK

Quando chegou em casa, foi procurar sobre a técnica e se apaixonou pelo bordado livre contemporâneo. Reviu os ensinamentos da mãe, procurou novos estudos na área e, hoje, é bordadeira de profissão.

A decisão por deixar o emprego fixo como designer pelo próprio negócio a partir do artesanato surgiu na pandemia já que, sem trabalho na agência em que ia ingressar, precisou encontrar

uma nova fonte de renda.

“Ainda faço alguns freelas de design às vezes, mas me considero muito mais bordadeira hoje do que designer. E, no fim, acho que meu conhecimento como designer me ajuda muito na questão estética do bordado também”.

Com a mãe, Karina também aprendeu a costurar e a fazer tricô e pede ajuda de Vestina sempre que precisa.

O retorno de uma tradição Assim como Bianca, ela também percebe que as atividades manuais têm chamado cada vez mais a atenção dos jovens.

Karina acredita que a rapidez com que as pessoas vivem faz com que procurem formas de deixar as coisas mais tranquilas.

“Acho que muita gente se interessa por trabalhos manuais para relaxar, para deixar as tecnologias um pouco de lado.

Também acho que é uma forma de nos conectarmos com nossas tradições”, destaca.

Eu ensinei o básico que sabia pra ela.

No começo, ela usou minhas linhas e alguns poucos materiais de bordado que eu tinha. No fim, dei tudo pra ela pois eu não praticava mais” VESTINA SCHMIDT FLECK

Vestina e Karina costumam costurar, tricotar ou bordar juntas

FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022

| Você. | 7

Música

Ukulele: um instrumento de história e diverisdade

Casa de Cultura de Lajeado oferece oficinas gratuitas de musicalização para crianças acima de 9 anos.

As inscrições podem ser feitas até dia 18 de fevereiro

Sobre o músico Com o pequeno instrumento em mãos, é possível tocar qualquer gênero musical. Os mais comuns, no entanto, são o Pop e músicas internacionais. “A música não tem fronteiras e penso que quanto mais ‘bebemos’ de outra cultura, melhor é a nossa experiência na prática de instrumentos musicais”, destaca Kreutz.

O profissional conta que iniciou na música ainda quando criança, com oficinas de flauta doce na escola. Mais tarde, fez aulas de teclado e decidiu aprender outros instrumentos como violão e guitarra.

Os ensaios de bandas de garagem, as apresentações e participações na igreja, em grupo de jovens, ajudaram na prática e o fizeram ter cada vez mais gosto pela área. Em 2012 iniciou a graduação em música na UERGS, em Montenegro.

Em 2017, se formou em música e logo iniciou o trabalho com canto e coral nas cidades de Lajeado, Venâncio Aires e Teutônia.

A música não tem fronteiras e penso que quanto mais ‘bebemos’ de outra cultura, melhor é a nossa experiência na prática de instrumentos musicais.”

Tiago Kreutz

Q

uatro cordas, sonoridade suave e timbre agudo. Essas são características do ukulele. Com posição de acordes diferentes, o instrumento musical se diverge do violão, que possui 6 cordas. Mas, quem sabe tocar um, aprende o outro sem grandes dificuldades.

Mesmo assim, muitas pessoas não conhecem o pequeno instrumento. E, por isso, a Casa de Cultura de Lajeado oferece oficinas gratuitas com o professor de música Tiago Kreutz. Além do ukulele, a entidade também oferece aulas de violão, acordeon, teclado, flauta doce, e canto coral. Cada aluno deverá levar seu instrumento musical e as inscrições deverão ser feitas na Casa de Cultura até o dia 18 de fevereiro, para crianças acima de 9 anos, ou que já estejam alfabetizadas.

A origem Há muitas histórias sobre o surgimento deste instrumento musical. Uma delas conta que o nome tem origem no Havaí, dado para um instrumento chamado machete, originalmente criado na Ilha da Madeira, em Portugal.

De acordo com Kreutz, machete

é um descendente direto de outros instrumentos de corda feitos no velho continente, e levado para o Havaí pelo barco Ravenscrag durante os anos 1800, por meio de imigrantes portugueses que mudaram para a ilha a fim de trabalhar em fazendas de cana de açúcar.

A palavra ukulele significa pulga saltitante em havaiano, e existem diversas lendas que contam

8 | Você. | FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022

como o instrumento ganhou seu novo nome. Um dos contos mais populares diz que quando um dos passageiros do barco Ravenscrag chegou no porto de Honolulu, ficou tão feliz por ver terra depois de passar quatro meses em alto mar que pulou do navio e começou a tocar.

Pelo mundo, o ukulele ganhou o coração dos artistas e

viralizou músicas como Somewhere Over the Rainbow, interpretada pelo havaiano Israel Kamamawiwo’ole, utilizando o instrumento e inspirando covers de sucessos internacionais.

No Brasil, o ukulele também já foi utilizado para shows e gravações de artistas como Marisa Monte, Lulu Santos, Falamansa e Evandro Mesquita.

Além do ukulele, a entidade também oferece aulas de violão, acordeon, teclado, flauta doce, e canto coral.

FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022

| Você. | 9

MINHA DICA

Macarrão com queijo, tomate confit e molho pesto da Jóice

Q

uando criança, Jóice Helena Sulzbach gostava de assistir programas de culinária e procurar receitas em revistas e jornais. O que encontrava, servia para preencher um pequeno caderno de receitas, com recortes e colagens. Aos 8 anos, já fez o primeiro bolo sozinha, com sabor de chocolate e direito a cobertura.

O gosto pela prática continuou e, mais tarde, quando concluiu a graduação de pedagogia, fez 9 cursos de gastronomia, na Univates e sindicatos da região, e aprendeu toda a base da confeitaria, hambúrguer gourmet, pizzas, massas, doces coloniais, entre outras técnicas. “Hoje, além do conhecimento adquirido ao longo das minhas aventuras gastronômicas, busco muito na internet e vou adaptando. Não costumo reproduzir a receita tal e qual”.

Na hora de ir à cozinha, Jóice gosta de cozinhar de tudo um pouco.

Ela tem receitas preparadas para cada ocasião e, no início da pandemia, transformou a paixão pela gastronomia em negócio, dando vida à @Würzen, que significa “tempero” em alemão. Entre suas criações, estão produtos como antepastos e molhos 100% naturais, sem conservantes, com redução de sódio e com muito amor.

Ingredientes (serve duas pessoas): • 250 g de queijo da sua preferência (mussarela, provolone, gorgonzola, vegano...)

• 1 vidro de tomate confit da @würzen • 1/2 (250g) pacote de macarrão da sua preferência

Para o molho pesto:

• 1 xícara de chá de folhas de manjericão fresco •1 dente de alho • 100g de queijo parmesão ralado • 3 colheres de sopa de nozes sem casca • 1/2 xícara de chá de azeite • Sal e pimenta-do-reino à gosto

Modo de preparo Junte o queijo e o tomate confit em uma travessa. Leve ao forno pré-aquecido a 180° por aproximadamente 15 minutos, ou até que o queijo derreta. Enquanto isso, cozinhe o macarrão.

Para o preparo do pesto, junte o manjericão, alho, nozes, o azeite, sal e pimenta, e bata no liquidificador ou processador.

Com as três preparações prontas, misture o macarrão com a mistura de queijos e tomate confit. Junte algumas colheres do molho pesto e bom apetite!

“Cozinhar é um ato de amor” A organização é percebida na cozinha de Jóice, que também procura ser versátil em frente ao fogão. “Estou sempre inventando algo e reaproveitando. Sempre que possível, estou na cozinha. Geralmente organizo um dia para higienizar alimentos, preparar algumas refeições da semana e montar cardápios”.

A família e os amigos aprovam suas receitas e, quando marcam de se encontrar, ela já prepara algum alimento para compartilhar. “Tem alguns que até convidam para que eu cozinhe em suas casas”, conta. Um dos pratos mais pedidos é o ham-

10 | Você. | FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022

búrguer. Mas carnes, massas e os platters montados com diferentes pastas e pães também são muito saboreados.

Dividindo os dias entre a educação e a gastronomia, hoje estar na cozinha é ainda um hobbie, mas que acabou servindo, também, como renda extra. A @ Würzen_ já tem clientes fixos e um dos produtos mais pedidos é o tomate confit.

Para Jóice, a culinária é uma atividade prazerosa, mesmo depois de um dia cheio de trabalho nas escolas onde ensina.

“Poder preparar algum alimento para mim, família e amigos é reconfortante. E como dizem: cozinhar é um ato de amor”.

Tem alguns que até convidam para que eu cozinhe em suas casas.

Poder preparar algum alimento para mim, família e amigos é reconfortante.

Jóice Helena Sulzbach

5 motivos para incluir a banana nas suas refeições

M

ais do que uma fruta fácil de consumir e prática na hora de fazer pequenos lanches durante o dia, a banana pode ser uma grande aliada para a alimentação saudável.

Rica em nutrientes, a fruta pode ser encontrada em todas as estações do ano, e também combina com receitas doces ou salgadas, para serem servidas do café da manhã até o jantar.

Por isso, a Unimed VTP separou cinco motivos para amar a banana e incluir a fruta nas suas refeições:

1 2 3 4 5

PREVINE DOENÇAS CARDIOVASCULARES: rica em potássio, um mineral importante para as células, que regula os batimentos cardíacos e garante o funcionamento dos músculos e nervos do corpo, inclusive do coração. Também controla os efeitos do sódio no organismo, e previne a hipertensão, um dos fatores de risco para infarto e doenças cardíacas.

AJUDA NAS FUNÇÕES CEREBRAIS: consumir a fruta regularmente ajuda nas atividades do cérebro, como raciocínio, memória e concentração.

Também reduz o risco de derrames.

AUXILIA NO BOM HUMOR E NA SENSAÇÃO DE BEM-ESTAR: por meio da serotonina, ajuda no controle da ansiedade e na prevenção e tratamento de quadros de depressão.

Também é aliada de uma boa noite de sono.

FAZ BEM PARA A VISÃO: rica em vitamina A e C, faz muito bem para a saúde dos olhos.

Uma alimentação carente de vitamina A pode causar um problema ocular chamado nictalopia, conhecido como cegueira noturna, que é a dificuldade de enxergar à noite ou em ambientes com baixa luminosidade.

AUMENTA A SACIEDADE E CONTRIBUI COM A PERDA DE PESO: as fibras presentes nesta fruta são capazes de desacelerar o esvaziamento gástrico trazendo aquela sensação de saciedade. Combinada a outros alimentos, também ricos em fibras, como chia e aveia, pode ajudar ainda mais na perda de peso e emagrecimento.

FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022 Você. |

11

Educação e cultura para todos

IMAGENS JEANDRES ROSA

APRESENTA APRESENTA

Denise Andréia Führ Arquiteta e Urbanista formada pela Univates em 2022A Orientador: Guilherme Osterkamp

Débora Caterine Costa

debo_costa94@yahoo.com.br

A F

Elementos conectam empresas e comunidade Projeto busca ampliar visibilidade das marcas e possibilitar maior interação entre público interno e visitantes

criação de um Centro de Desenvolvimento acilitar a interação Cultural e Educacio-e com a comunidade foi o objetivo do onalambiente externo projeto desenvolvido arquié a grande pela aposta do teta formada pela Univates em projeto da arquiteta recém2022/A, Denise Andréia Führ, -formada pela Univates, Dépara oCaterine trabalho de conclusão bora Costa, paradoo curso.

Trabalho de Conclusão de A ideia foi inserir o centro na Curso (TCC).

O prédio, pencidade de Estrela, como umpara essado como uma nova sede paço adequado paraque diversas atias três empresas formam Criar Centro ovidades.

Grupo Assim, Popular,o também posde espaço Desenvolvimento sui para abrigarCultural outros e Educacional também propõe empreendimentos. ofertar atividades Sacadaseventos e visuaise foram adodiurnas, para os idosos, crianças tados para garantir uma expee jovens, em especial, no turno inverso escolar. Para os adultos, as atividades serão concentradas nos turnos vespertino e noturno.

Além disso, ocorrerão diferentes eventos abertos ao público, como palestras, encontros gastronômicos e pequenos eventos musicais. A ideia é que o espaço se torne referência para os municípios e atraia moradores de toda a região.

riência diferenciada aos usuários, explica a profissional.

A construção busca ampliar a visibilidade e a interação das empresas com a comunidade, por isso, o projeto também prevê uma cafeteria no andar térreo. “A ideia é atrair tanto o público que trabalha e frequenta o prédio, como a comunidade em geral”.

Na parte externa, cores neuescolas públicas. protras como cinza, Além preto de e tom porcionar apresentações teatrais de madeira foram escolhidas e músicas por meio de editaisdee para transmitir sensação leis de incentivo à cultura. aconchego, destaca Débora.

A ideia é que o espaço também sirva como locação para eventos e palestras de empresas e pessoas interessadas. O centro contará com salas comerciais, cafeteria, e abrigará a biblioteca pública em um ponto de fácil acesso e visibilidade.

“O propósito do centro cultural é realizar o encontro de pessoas, indiferente de raça, cor e classe”, destaca a arquiteta.

Parcerias

Materiais utilizados

Denise destaca que para a viabilização do projeto, foi pensado em uma parceria público-privada, com o objetivo de ofertar oficinas gratuitas, em especial, às pessoas carentes e alunos de

Quanto à estrutura, além do uso de Laje nervurada, o projeto optou por deixar os ângulos de 90º arredondados com aplicação de madeira no pavimento térreo, de modo a facilitar o trajeto do pe-

PATROCINADORES PATROCINADORES

| | Você. | |FIM DE SEMANA, 12 E 13 FEVEREIRO 2022 12| FIM Você.

FIM DE 30 SEMANA, E 7 DE DE 2021 1212 DE SEMANA, E 31 DE6MAIO DEFEVEREIRO 2020

Nos espaços internos, cada ambiente foi projetado conforme as necessidades dos usuários, mas a partir da mesma estratégia de cores da área externa.

A cafeteria possui tom de concreto, laje e esquadrias escuras. A madeira, utilizada tanto nos brises, como no mobiliário, busca proporcionar um ambiente acolhedor. destre e trazerespaços maior aconchego.

Os demais possuem Como estratégias bioclimáticas uma paleta de cores semecriou-se recuos lhantes, porémproporcionais mais claras,a como ocada queincidência garante solar, maisbem conforto a perfuração da laje superior para se ter o efeito chaminé, possibilitando a refrigeração dos ambientes e a entrada de luz natural.

Além disso, na fachada, foram utilizados painéis em concreto polímero e estrutura metálica para a ventilação, com aumento, também, da inércia térmica e diminuição da entrada de calor.

“Esta materialidade exige pouca manutenção, apenas a sua higienização”, destaca a arquiteta.

A cobertura conta com a impermeabilização e colocação de argila expandida para uma melhor eficiência térmica. Assim como espelhos d’água e vegetação para o resfriamento evaporativo.

para trabalhar.

Entre as texturas, destaque para o equilíbrio entre os brises de madeira e o concreto aparente. Na parte interna, também foram adotados carpetes para ajudar no conforto acústico, além de painéis em MDF para compor cada área, conforme a finalidade.

Segundo a profissional, a escolha dos materiais considerou a disponibilidade no mercado, beleza, funcionalidade, custo-benefício e qualidade acústica e térmica.

“Os materiais também se destacam pela durabilidade.

O carpete, por exemplo, tem uma durabilidade média.

Pode ser substituído com facilidade, se necessário, mas com o devido cuidado, dura bastante tempo”.

Por fim, para destacar a fachada, foram adotados materiais como o concreto e revestimentos metálicos. Esquadrias piso-teto e pilares demarcados também marcam a identidade do prédio e garantem mais personalidade ao projeto.

Projeto desenvolvido para Trabalho de Conclusão de Curso, com possibilidade de ser executado.

REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO