Caderno Viver Cidades - 18/08/2022

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PELOLUTA RIO MIRIMCONSCIÊNCIA COOPERAÇÃO Grupo A Hora e Ministério Público aliados preservaçãopela dos recursos hídricos da região Estudantes do 8º ano do Colégio sustentáveisprodutosdesenvolvemTeutôniaeempresas Ecobarreiras impedem que resíduos flutuantes cheguem ao principal manancial do Vale, o Taquari Projeto social em Teutônia brotou a partir das necessidades geradas pela pandemia, entre elas o desemprego. Dois anos depois, está consolidada e com perspectiva de expansão. Os objetivos são o cuidado com o meio ambiente, a sustentabilidade e a soberania alimentar.

CADERNO ESPECIAL AGOSTO E SETEMBRO | 2022

Horta ensinaComunitáriaaplantaredáoalimento

envolvidos, crianças, jovens e adultos. Estudantes

9º ano são desafia dos a criar peças com materiais recicláveis Para os jovens do Ensino Médio, a proposta criar soluções ambientais aplicáveis na escola, em casa ou nas empresas • O quê • Regulamento • CategoriasPremiação• Inscrições I Concurso Viver Cidades Disponível no site grupoahora.net.br aba Viver Cidades • Ensino Fundamen tal, do 6º ao 9º ano; • Enisno Médio; • escolas. Escolas Cinco escolas que se destacarem por seus projetos receberão prêmios no valor de R$ 1 mil cada. Lugar Ensino Fundamental e Ensino Médio 1º R$ 5 mil 2º R$ 3 mil 3º R$ 2 mil até 14 2022outubrodede

PRODUÇÃO

Estudantes e escolas têm até 14 de outubro para participar com seus projetos INSCRIÇÕES PRORROGADAS propõe democratizar o acesso ao tema de forma didática e isenta, para todos os públicos do 6º ao

FOTOS

OI Concurso Viver Cida des prorrogou o prazo de inscrições. Estudantes dos ensinos Fundamental e Mé dio, de instituições públicas e privadas, têm até 14 de outubro para participar do certame. O prazo também foi ampliado para escolas inscreverem seus projetos ambientais. O objetivo do concurso é estimular, no âmbito escolar, a criatividade, a pró-ativi dade, o trabalho em equipe e, principal mente, o pensar sobre o meio ambiente. Para contemplar um maior número de estudantes, o Viver Cidades criou três categorias, com desafios diferentes. Os alunos do 6º ao 9º ano são desa fiados a criar peças, como jogos, brin quedos, utensílios e artesanato, a partir de materiais recicláveis. A proposta aos jovens do Ensino Médio é criar soluções ambientais que possam ser aplicadas em casa, na escola, em empresas. Na avaliação serão consideradas a cria tividade, a resistência e a aplicabilidade. As instituições de ensino podem inscrever suas iniciativas voltadas à sustentabilidade, sendo uma inédita.

Premiação

Os melhores projetos, selecionados pela comissão julgadora, receberão premiação total equivalente a R$ 25 mil. A entrega aos vencedores ocorre rá durante o I Seminário Viver Cidades, marcado para novembro. O concurso O concurso envolvendo estudantes e escolas das redes pública e privada são um dos braços do projeto Viver Cida des. Prevê o envolvimento em projetos que preservem o meio ambiente e des pertem a consciência sobre o uso racio nal dos recursos naturais. Também

CONCURSO

Viver Cidades TEM

TEXTOS LucianeFerreiraEschberger Luciane Eschberger Ferreira Grafica Uma/ junto à Zero Hora EXPEDIENTE IMPRESSÃO ARTE DIAGRAMAÇÃOE Marcelo Grisa

ALIADOS PELA PRESERVAÇÃO DOS

recursos hídricos

BenoittLuís secretário do Meio deSustentabilidadeSaneamentoAmbiente,eLajeado “Quanto mais pessoas e instituições estiverem engajadas nas causas ambientais, melhores os resultados que teremos. A parceria entre o Ministério Público e o Grupo A Hora faz o projeto Viver Cidade ganhar ainda mais relevância no município e nos coloca, a todos, no compromisso de buscar alternativas para discutir formas de resolver os problemas que enfrentamos. Como parceiros deste projeto, ficamos felizes com os novos espaços que o Viver Cidades vem ocupando, porque acreditamos que a melhoria da qualidade de vida da nossa comunidade passa por qualificarmos ainda mais o ambiente em que vivemos.”

Patrocinadores do Viver Cidades apoiam trabalho conjunto entre Grupo A Hora e Ministério Público OGrupo A Hora, por meio do projeto Viver Cidades, e o Ministério Público do RS (MP) são parceiros para o desenvolvimento de ações na área de monitoramento de nascentes e da qualidade da água na Bacia Hidrográfica do Rio Taquari. O termo de cooperação foi assina do pelo diretor de Mercado e Estra tégia do Grupo A Hora, Fernando Weiss, e pelo procurador-geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles. A solenidade, no dia 5 de agosto, contou com a presença do promotor, titular da Promotoria de Justiça Re gional da Bacia Hidrográfica dos Rios Taquari e Antas, Sérgio da Fonseca Diefenbach, entre outras autoridades. A notícia da parceria repercutiu en tre os patrocinadores do projeto Viver Cidades, que apoiaram a iniciativa. A construção da parceria entre MP e Grupo A Hora começou no início do ano, logo depois do lançamento do projeto Viver Cidades. O promotor Diefenbach ouviu a notícia na Rádio A Hora 102.9 e percebeu a convergência de objetivos dos projetos do Grupo A Hora e o Água para o Futuro, do MP. Uma conversa com Weiss foi sufi ciente para perceber que a soma de esforços seria de grande relevância para o meio ambiente da região. A principal ação do Viver Cidades é o monitoramento da qualidade da água de dois rios e 12 arroios da região. Ao longo de dois anos estão previstas coletas e análises de água – trabalho executado pelo Laborató rio Unianálises. O Água para o Futuro tem como mote identificar e monito rar as nascentes na região. A troca de informações auxiliará nos diagnósticos, planos e medidas para preservar as nascentes e recuperar os mananciais, que estão poluídos. Solenidade no Ministério Público do RS selou a parceria pela preservação das águas SchmidtTanara Diretora de Meio Ambiente de Estrela “Este movimento é essencial para garantir a qualidade da água dos nossos recursos hídricos. águasnooquenascentesconhecimentoaoOumafundamentaiscompartilhadasIniciativassãoparaaçãoresolutiva.aplicativoÁguaparaFuturopermitiráquecomunidadetomedasexistentes,opodecolaborarparaenvolvimentodestagerenciamentodasdoValedoTaquari.”

KaufmannFreddy AmbientalEngenheiroda Fasa O Grupo Fasa apoia a criação dos programas ambientais Água para o Futuro e Viver Cidades, implementados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul e pelo Grupo a A Hora, visando a preservação e monitoramento de nossos recursos hídricos e suas nascentes. Assim como estas iniciativas, a Fasa também adota os conceitos de sustentabilidade em suas atividades. O Grupo recicla à natureza mais de 900 milhões de litros de água por ano através do processo de fertirrigação. Nosso país é privilegiado quanto à disponibilidade hídrica, é nosso dever como empresa e como cidadãos preservar nossos mais preciosos recursos naturais. Preservar nossas nascentes é a garantia da manutenção da qualidade de nossos recursos hídricos.

MyliusGicele daSócia-administradoraReinigend “A assinatura deste termo de cooperação é um passo importante que mostra a maturidade da nossa sociedade. É necessário desmistificarmos com urgência a ideia de que econômico e ambiental são objetivos opostos. O meio ambiente não corresponde somente ao meio físico, engloba também o ser humano e o meio socioeconômico. A parceria do projeto Viver Cidades e o Água para o Futuro é um belo início, precisamos seguir buscando soluções conjuntas.”

www.fasa.ind.br | @grupofasaind | @grupofasa | grupofasa Rua João Eckert, 1000, São Rafael – Cruzeiro do Sul | (51) 3714-9800 CONHEÇA MAIS: Produzido por O Brasil se destaca como um dos cinco maiores produtores de biodiesel do mundo. Em 2021, o mundo produziu cerca de 151 milhões de metros cúbicos de biodiesel. Segundo pesquisa do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), um quarto desse volume foi produzido no país. E um dos principais protagonistas neste processo é o Grupo FASA, que desde 2010 atua na transformação de matéria crua em proteínas, gorduras e minerais para diversosSegundofins.Robinson Huyer, Diretor do Grupo FASA, os óleos produzidos são fontes de lipídios e podem ser utilizados como ingredientes na indústria de alimentação animal, higiene, limpeza e, principalmente, biocombustíveis. "Um quilo de rejeito animal pode gerar, em média, 150 gramas de produçãoseboaAnimalReciclagemBrasileiraAssociaçãodadosseis",tíveisdosdenecessidadesoluçãoumabiocombustível,importanteparaareduçãocombus-fós-avalia.Segundodade(ABRA),quantidadedebovinonadebiodie-

Apresentado por Como o Vale contribui para a EXPANSÃO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS

Hoje, são abatidas cerca de 85 milhões de cabeças de bovinos, caprinos, ovinos e suínos; Enquanto isso, de frangos e perus são 5,9 bilhões de cabeças; Deste total, 34% não chega ao consumidor e segue direto para a reciclagem; A carcaça de uma vaca, em média, libera 1,2 tonelada de gás carbono na atmosfera; Este montante equivale a 6.025.557 carros em Comcirculação;areciclagem, essas substâncias são transformadas em fonte de matéria prima segura para utilização em outras cadeias; Assim, a reciclagem animal retira da natureza nutrientes como carbono, nitrogênio e fósforo, que em excesso contaminam o meio ambiente. sel no Brasil varia de 13% a 15% ao longo do ano. Em 2021, a participação média chegou a ser de aproximadamente 13%, maior percentual dentre outros tipos de gordura animal, como as de frango e de porco, que representaram cerca de 1% e 2%, respectivamente.Hoje,cercade 12% de toda a reciclagem animal no Brasil é feita pelo Grupo FASA. Além disso, 90% da gordura gerada pelo Grupo FASA também é aplicada na fórmula de combustíveis biodiesel. "Esse dado é uma grande prova de como colaboramos com os processos de sustentabilidade tão necessários no mundo contemporâneo”, explica Huyer.

Num mundo que busca cada vez mais alternativas aos combustíveis fósseis, o Grupo FASA, em Cruzeiro do Sul, contribui com o processo de composição de biocombustíveis

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ONDE A solidariedade É SEMEADA

Voluntários e pessoas assistidas pelo projeto podem acompanhar

quecolheita,EntreSACOLAefaçasuadoeopuder

Outra forma de fazer a colheita é pela troca por produtos de higiene e limpeza, alimentos não perecíveis, roupas, calçados – que são doados às famílias necessitadas. Não há cálculo de equivalência de valores, há apenas a troca. “Na horta, tudo sempre foi do ado, não temos algo que gere dinheiro, sempre pedimos trocas.”

EchelmeierCristiane Pastora luterana “Sempre há algo a doar, ninguém é esforço,dedesprovidotudo.Háoasmãos.”

No início, lembra a pastora Cristiane, as pessoas tinham dificuldade de en tender a sistemática da horta, porque não precisa de dinheiro para levar os produtos. Aos poucos, o sistema de troca tornou-se mais compreensível. “Eu posso ir na horta, pego o que eu quero e ajudo a plantar para que o ciclo de produção não pare. E sempre há algo a doar, ninguém é desprovido de tudo. Há o esforço, as mãos.”

Evolução a muitas mãos Nestes dois anos, a horta comuni tária evoluiu. A produção orgânica tem grande variedade de hortaliças, tubérculos, chás, temperos, plan tas alimentícias não convencionais (pancs) e flores. A busca é pelo equilí brio perfeito da natureza. Os girassóis e as lavandas, por exemplo, atraem as abelhas, importantes para polinização. O apoio de engenheiros agrônomos

DO PLANTIO À

Horta Comunitária alimenta o corpo e estimula a cidadania e a sustentabilidade A partir de uma necessida de que bateu à porta da Comunidade Redentora de Canabarro, em Teu tônia, surgiu um projeto com dimensões inima gináveis. Integrante da Igreja Evangélica de Con fissão Luterana do Brasil, a comu nidade local sempre manteve ações sociais. Entretanto, a pandemia de coronavírus revelou uma carência de alimentos, roupas, material de higiene e limpeza ainda não vista. “No início, anotava os nomes das pessoas que recebiam as doações em um folhinha. Depois, não dava conta de tantos pedidos e tantas entregas”, lembra a pastora Cristia neAsEchelmeier.famíliasatendidas recebiam alimentos não perecíveis, mas o gru po de voluntários percebeu que era importante ter frutas, verduras, pro teínas, para ter um valor nutricional mais completo, especialmente para as pessoas com saúde fragilizada, ainda se recuperando da covid-19. Concomitante as ações de produ ção de máscaras, aventais, surgiu a ideia de iniciar uma horta comunitá ria. As primeiras mudas foram doa das, um voluntário arou a terra em área da Comunidade Redentora. “E se percebeu que aquele potreiro não precisava nem de adubo, as verdu ras cresciam, ficavam bonitas.” Da mesma forma, pessoas, empresas, instituições passaram a se envolver e ajudar de alguma forma. Cristiane conta que por meio da assessoria do Centro de Apoio e Proteção da Vida (Capa) definiu-se que fosse produzido alimento orgâ nico, com sustentabilidade e sobe rania alimentar. “Nada na horta pode circular com plástico”, exemplifica.

Canteiros em 574m² produzem hortaliças, tubérculos, chás, temperos e flores

Rede atendimentode

A Comunidade Redentora mantém um braço social, intensificado na pandemia. Com recursos do brechó já foram ministrados cursos profis sionalizantes de costura e de limpeza moderna. Além disso, as oficinas ministradas por voluntárias ensinam a transformar roupas que seriam descartadas em tapetes, ecobags, absorventes ecológicos e peças de artesanato. Nas aulas de culinária, os produtos da horta somados aos doa dos são ingredientes para fazer pão, biscoito, massa, sal temperado, pizza. A reinserção no mercado de trabalho é importante para romper o ciclo da pobreza e da dependência. “É digno comprar meu alimento, minha roupa, sustentar meus filhos com o dinheiro do meu trabalho”, frisa Cristiane. Na opinião dela, este processo gera cida dania. “Elas podem ser protagonistas da sua transformação e a dos filhos.” Futuro promissor As ações na Horta Comunitária não param. Está em fase de execução o jardim sensorial. Pessoas que usam cadeiras de rodas ou têm deficiência visual poderão circular entre alguns canteiros e sentir as plantas – tempe ros, chás e flores - pelo tato e olfato. A construção da ágora garantirá um espaço para reuniões, oficinas, além da cozinha coletiva e espaço para guardar materiais. O cultivo de plantas biotivas para extrair óleos essenciais está nos planos, assim como uma estufa para produção de mudas. O projeto mais audacioso é a construção de uma composteira. As pessoas trariam seus resíduos orgâni cos e poderiam levar o composto para adubar suas hortas e plantas. “A Horta Comunitária tem im pactos positivos na alimentação, economia e meio ambiente”, finaliza pastora Cristiane.

SEMEADA BROTA

voluntárioTrabalho recompensadoré Os voluntários Nestor Schneider e Lia ne Horst dedicam os sábados de manhã para trabalhar nos canteiros. Liane conta que o projeto vai muito além de distribuir alimentos. “As pessoas começam a ter consciência sobre o meio ambiente, aprendem a separar lixo e são estimula das a fazer horta em suas casas.” Na opinião de Nestor, dedicar seu tempo para auxiliar outras pessoas tem um significado muito importante. “Depois que comecei aqui, minha vida mudou. E para melhor.”

acompanhar todo o processo, desde o plantio até colheita: voluntários é fundamental para otimi zar o plantio. São 26 canteiros em 574 m², e ainda sobra mais da metade da área para projetos futuros. Aos sábados de manhã, voluntários fazem mutirão para manutenção, plantio e colheita. Durante a semana é a vez das pessoas atendidas fazerem a doação do seu trabalho. “Os objetivos da horta são o cuida do com o meio ambiente, a susten tabilidade e a soberania alimentar”, destaca Cristiane.

Paulo Sérgio doa seu trabalho em troca dos alimentos

Histórias em comum Perda de emprego, afastamento do trabalho por causa de doenças são al guns dos motivos que levam à pobre za. Paulo Sérgio Marques, 61, perdeu o emprego durante a pandemia. Conta que faz ficha nas empresas, mas está difícil de conseguir vaga. Trabalhou em padaria e fábrica de calçados. “Mas está difícil de voltar a trabalhar.” A esposa Ieda, 57, doente, está em auxílio saúde. O casal é assistido pelo projeto da Horta Comunitária. Na manhã de sábado, entre outros serviços, colheu uma caixa de aipim. Antes de voltar para casa, escolheria as verduras para compor as refeições da semana.

dignidade

Ecobarreiras são ferramentas para evitar que o lixo flutuante chegue ao mananciais principais

RoehrsGabriela Química industrial “Não é um volume tão grande, e nem queremos que seja. O mais importante é as pessoas se conscientizarem que o lixo descartado incorretamente está chegando aos arroios Engenho e Encantado e pode chegar no rio Taquari.”

Da mão ao rio: CONHEÇA O CAMINHO DO LIXO DESCARTADO NA RUA

ão raro, vemos pelas ruas, calçadas e parques, papéis, garrafas, latas e outros tipos de resíduos que deveriam ter sido descartados em lixei ras. Na primeira chuva forte, este lixo vai bueiro adentro, percorre os canais fluviais, alcança cursos d’água, como arroios, e tem o rio como des tino. Outra possibilidade é trancar na tubulação.Emambos os casos, gera problemas. No rio, tem potencial de contaminação. Se fica pelo caminho, uma pancada de Inspiração para muitos proje tos semelhantes, as ecobarreiras colocadas no Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, evitaram que 965 toneladas de lixo fossem parar no Lago Guaíba. A iniciativa, em 2016, foi do Instituto Safeweb, uma ONG do Grupo Safeweb. O projeto foi inspirado em um simi lar, desenvolvido em Baltimore, nos Estados Unidos, trazido pelo vice-presidente da Safeweb, Luiz Carlos Zancanella Junior (foto). O lixo chega até a ecobarreira, onde é contido por seus módulos flutuantes. Periodicamente, é retirado por uma espécie de grade/gaiola e encaminhado para destinação ambientalmente adequada. Em menos de um ano após a instalação de ecobarreiras em dois arroios da cidade, Bagé, na região Sul do estado, percebe os resulta dosEmpositivos.marçodeste ano, o Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb) iniciou os procedimentos de desassoreamento dos arroios. Depois da limpeza, foram instaladas ecobarreiras em locais onde há elevado des carte inadequado de lixo e recorrentes entu pimentos nos bueiros, causando enchentes. A remoção periódica do lixo represado nas ecobarreiras surtiu o efeito esperado: evitou os alagamentos.

Educação ambiental As ecobarreiras foram confecciona das com o auxílio dos estudantes que participam do projeto Gardiões Mirins. Os materiais utilizados foram bombonas plásticas, cordas, rede e arame. Gabrie la trouxe a experiência de Porto Alegre, onde conheceu o projeto pioneiro no es tado. Na capital, ecobarreiras foram colo cadas no arroio Dilúvio em 2016. Em Lajeado, os equipamentos foram instalados em março e ajustados logo depois da cheia do Taquari, em maio. A retirada do lixo represado é manual, feita pelas técnicas da própria secreta ria. Em oito coletas foram contabiliza dos 20kg de resíduos. O monitoramento das ecobarreiras ocorre sempre antes e depois dos dias chuvosos. “Não é um volume tão grande, e nem queremos que seja”, destaca Gabriela. O mais importante, segundo ela, é as pessoas se conscientizarem que o lixo descartado incorretamente está che gando aos arroios Engenho e Encanta do e pode chegar no rio Taquari. Ecobarreira instalada no arroio Engenho evita que resíduos cheguem ao rioNo Parque dos Dick, intenção é que as pessoas visualizem o equipamento

LAGO GUAÍBA DEIXOU DE RECEBER 965 TONELADAS DE LIXO BAGÉ CONSEGUE EVITAR ALAGAMENTOS chuva forte é suficiente para causar alagamentos.EmLajeado, por exemplo, o trabalho dos garis é fundamental para evitar esta situação. Supondo que um plástico es cape da varrição nas imediações da rua Julio de Castilhos. Este resíduo entra pela boca-de-lobo, segue pela galeria pluvial, alcança o arroio do Engenho na avenida Décio Martins Costa e vai parar no Rio Taquari. Se o mesmo plástico for descartado no arroio Encantado, que corta o Parque Professor Theobaldo Dick e se une ao arroio Saraquá, chegará ao Taquari no bairroParaConservas.evitarque estes resíduos che guem ao principal manancial da região, a Secretaria do Meio Ambiente, Sanea mento e Sustentabilidade instalou eco barreiras nos arroios Engenho, próximo do Parque Ney Santos Arruda, e Encanta do, sob o pontilhão no Parque dos Dick. De acordo com a química industrial Gabriela Roehrs, as ecobarreiras têm dupla função: retirar lixo dos cursos d’água antes que cheguem aos manan ciais principais e conscientizar sobre o descarte irregular do lixo. No arroio Encantado, o equipamento fica bem visível para quem circula no parque e passa sobre o pontilhão de ma deira. De acordo com Gabriela, a ideia é que as pessoas vejam e se conscienti zem do quanto dano causa ao meio am biente largar lixo no chão. Já no encontro entre o Engenho e o rio, a visualização é mais difícil. Lá, o objetivo maior da ecobarreira é impedir que os resíduos cheguem ao Taquari.

N

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ECOPONTOS NA PALMA DA MÃO

Mais do que instalar tiposseparaçãoestimularmunicípiocontêineres,pretendeademaisdemateriais

A Sala Verde disponibiliza em seu blog –lesEstrela,todos(salaverdeestrela.blogspot.com)osecopontosexistentesemtantopúblicoscomoaqueinstaladosnainiciativaprivadaparalogísticareversa.Elesforam mapeados, identificados e disponibi lizados no Google Maps. De acordo com o engenheiro am biental Cleberton Bianchini, no blog estão todas as orientações sobre como descartar os resíduos espe ciais, como pilhas, baterias, eletrô nicos, lâmpadas, medicamentos e óleo de cozinha. Também mostra os pontos de coleta, para que o cida dão saiba o local mais próximo para entregar os materiais. Uma parceria com o Rotary viabili

ÓLEO DE COZINHA É RECOLHIDO DESDE 2009 A caminhada do município na destina ção correta e reuso de resíduos come çou em 2009. Cleberton Bianchini conta que uma grande campanha mobilizou e conscientizou os responsáveis por bares, restaurantes e escolas para o descarte de óleo de cozinha usado. Os resultados foram positivos e a cultura de dar o destino certo a este produto se tornou permanente. “O projeto em si cumpriu seu papel, que era fomentar a destinação correta. Hoje, a grande maioria, se não todos, destinam correta mente.”Neste ano, o projeto nas 21 escolas municipais foi reformulado e ampliado para que as famílias se engajassem. Todas as instituições receberam uma bombona e um cartaz explicativo, for necidos pela Sala Verde. Assim, o óleo usado para preparar a merenda escolar e o utilizado nas casas dos estudantes podem ser descartados em recipientes fechados e colocados nas bombonas. No período de 15 de maio a 30 de junho, 170 litros de óleo foram coletados. A empresa Fasa (antiga Faros) faz o recolhimento e o reaproveitamento do óleo. A quantidade entregue gera créditos para, ao final do ano, as escolas adquirirem produtos à sua escolha. “E um ganha-ganha.” E o meio ambiente é o maior beneficiado. O próximo passo é expandir o proje to para as instituições estaduais. “Já fizemos contato e aguardamos o retorno da 3ª Coordenadoria Regional de Edu cação.” REPRODUÇÃO zou a instalação de contêiner no Parque Princesa do Vale. Este ecoponto recebe eletrônicos, pilhas, baterias plásticos, vidros e

Omunicípio de Estrela preten de, até o fim deste ano, am pliar o projeto de recolhimen to de resíduos especiais e recicláveis, com a instalação de novos ecopontos. “Temos o projeto pronto e estamos em busca de parceria com a iniciativa privada”, conta a diretora de Meio Ambiente de Estrela, Tanara Schmidt.Osbairros Imigrantes, Marmitt e das Indústrias serão os primeiros con templados. Tanara explica que estes locais têm muitos terrenos baldios e isso se torna um atrativo para descarte incorreto.Oprojeto prevê a instalação contêi neres com divisões para cinco tipos de resíduos – papel, plástico, metal, vidro e não recicláveis. Uma caçamba ficará no mesmo local para receber objetos volu mosos, como sofás, colchões e móveis. De acordo com o engenheiro ambien tal Cleberton Bianchini, serão intensi ficadas as ações de orientação para a separação e descarte correto. Projeto piloto começará pelos bairros Imigrantes, Marmitt e das Indústrias “Conscientização é um trabalho contínuo. Mudar um hábito não é tão simples.”

metais.LâmpadasRemédios

ESTRELA PROJETA AMPLIAR OS ecopontos

EletrônicosÓleo cozinhade Pilhas

BianchiniCleberton ambientalengenheiro Acesse o mapa com a lista peloecopontosdosQRcode

Embora Estrela tenha coleta seletiva do lixo doméstico, a Sala Verde - es paço interativo de conscientização e sensibilização ambiental ligado à Secretaria de Sustentabilidade - pre tende formular uma campanha que ultrapasse os meios digitais. “Tem que chegar em todas as pessoas, por todos os meios, até impresso.” Nos três bairros serão programadas ações periódicas, mensais, envolvendo a comunidade. “Conscientização é um trabalho contínuo. Mudar um hábito não é tão Tanarasimples.”destaca que o município tem uma ampla estrutura no que se refere a resíduos. A partir da coleta seletiva, a Central de Triagem, no aterro sanitário, consegue reaproveitar 20% do material que chega. O triturador permite transfor mar o lixo verde em material orgânico para adubação. Da mesma forma, os itens volumosos, como móveis, têm destinação adequada. “A estrutura, nós temos. Falta, ainda, um pouco mais de colaboração das pessoas.”

Brechó “Novo de novo”

LuanGustavoDouglasdegerandoos,materiaisobjetivoriormentesoszirnãolasAexatamenteSlogan:reutilizaçõesRBEreutilizações:oquevocêprecisa.RBEreutilizaçõesutilizabodefutebolestragadase/oumaisutilizadasparaproduroupaseacessóriosdiverquesãovendidosposteatravésdeseusite.Odaempresaéreutilizarquegerariamresíduampliandoavidaútildelesenovosprodutos,cheiosestiloesustentabilidade.AugustoLandmeier,Konrad,GuilhermeWeber(8°anoB)

Negócios economicamente viáveis e com impacto po sitivo ao meio ambiente foram os resultados do desafio

Organic Cotton Bags Slogan: Viva sua vida leve, como um pedacinho de algodão. A empresa Organic Cotton Bags produz e personaliza ecobags com tecidos feitos de algodão orgânico, além de customi zar suas bolsas com tintas de baixo impacto ambiental. Além disso, as etiquetas das ecobags serão feitas com papel semen te, buscando assim semear a sustentabilidade e arborizar os espaços nos quais convivemos.

empresasalgumasConheça

Sofia Milena Scherer, Caroline Ulrich Kovalski e Manuela Pe reira da Silva. (8º ano A) RBE

15 ESTUDANTES CRIAM EMPRESAS COM BASE NA sustentabilidade

MarquesMüllerRodrigo Professor, mestre em ciências ambientais “Talvez, no futuro, uma destas ideias vire uma empresa de verdade.”

gerar poucos resíduos e reutilizar ma teriais. “Negócios viáveis com impacto positivo no mundo, se encaixando no viés da sustentabilidade circular, sem ignorar que precisa ter lucro.”

Adolescentes aceitaram o desafio, criaram empresas e comemoraram os resultados No ambiente que cheira a tec nologia e criatividade, surgem ideias de empresas apoiadas nos pilares da sustentabilida de. Na Sala Google, durante a Oficina de Sustentabilidade, os estudantes do 8º ano do Colégio Teutônia revelaram um surpreendente potencial empreendedor. “Talvez, no futuro, uma destas ideias vire uma empresa de verdade”, aposta o pro fessor, mestre em ciências ambientais, Rodrigo Müller Marques. Muito mais que trabalhar conceitos e discutir casos, a Oficina de Sustenta bilidade é uma espécie de ateliê, com atividades lúdicas, práticas, fora da sala de aula tradicional. Busca proporcionar aos estudantes novas vivências. As turmas A e B embarcaram na proposta de criar, em grupos de até quatro integrantes, empresas ancoradas nos quatro pilares da sustentabilidade: política, economia, sociedade/cultura e meio ambiente. “Propus que os alunos prototipassem uma empresa, baseada naAsustentabilidade.”partirdesuaspreferências pessoais, os adolescentes foram desafiados a en contrar ferramentas para elaborar ou pro jetar uma empresa. Eles criaram produto, plano de negócios e de custos, identida de visual, slogan, tudo que uma empresa precisa para estar em atividade. “Fiquei como um facilitador”, diz Marques. Conforme o professor, muitos busca ram criar viés social e ambiental. Ao atin gir determinado faturamento, a empresa faria plantio de árvores ou doações para entidades assistenciais, exemplifica. Também se destacou a preocupação em

O resultado, conforme avaliação do professor e dos próprios alunos, foi exce lente, equivalente a um 9. “O entendimento é que talvez este jamos formando empreendedores do futuro, ou então que pelo menos as empresas do futuro tenham este viés , este olhar mais cuidadoso para susten tabilidade”, finaliza Marques.

Isabella Marchiori Severo e Gyovanna Ruschel Wink (8º ano B) Slogan:ModernizeReduza, reutilize, recicle. Modernize: a sua loja Asustentável.empresaModernize se en caixa no nicho de mercado de moda e busca reutilizar peças diversas do vestuário, seja por meio de doações ou da compra de vestimentas que seriam descartadas. A ideia que mo biliza o negócio é trazer para o comércio roupas estilosas, customizadas no seu estilo e sustentáveis. Seus funcionários são pessoas que estavam em situação de fragilidade social, buscando assim transformar vidas e melhorar indicadores de sustentabilidade através da reutilização e reinvenção de peças que seriam descartadas, aumentando assim a vida útil delas. Kananda Lagemann Cunha, Natália Müller e Sofia de Maga lhães Ströher. (8º ano A)

Maria Clara Dentee Wommer, Naomi Hoffmann Dahmer e Pyetra Rodrigues Zibetti (8º ano B) Painting With Flowers Slogan: As flores podem ser uma forma sentimental de expressar seus sentimentos em uma tela. Painting With Flowers tem como objetivo trabalhar a sustentabilidade e a arte como formas de expres são, através da produção de tintas que utilizam re cursos naturais (flores) e outros itens orgânicos em sua composição. Dessa forma, todos poderão pintar com diversas cores e expressar seus sentimentos sem toxicidade nos produtos que estão usando.

Slogan: Mudar o mundo está na moda A missão da empresa é reutilizar o máximo de roupas possíveis, “refor mar”, de forma artesanal, aquelas que já sofreram danos e conscientizar para a reutilização de roupas A venda de peças é on-line e os reparos artesanais em peças feitas pela empresa demos tram que mudar o mundo está na moda.

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