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Câmeras de movimento instaladas na área de mata do Parque Apícola Emílio Schenk, em Taquari, flagram animais como mão-pelada, graxaimdo-mato, gambá-de-orelha-branca, gato-maracajá e furão. O estudo “levantamento da mastofauna” envolve estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bela Vista, de Arroio do Meio, e tem o objetivo de identificar os mamíferos que habitam a área de 466 hectares.
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Alunos da EMEF Barra da Forqueta de Arroio do meio confeccionaram placas com frases promovendo a educação ambiental.


30ª Conferência do Clima da ONU termina na sexta-feira. Confira algumas curiosidades sobre este encontro que reúne representantes de vários países.




Você já se perguntou por que vemos vagalumes tão raramente hoje em dia? Essas pequenas criaturas encantadoras que brilham no escuro, segundo cientistas, estão em risco de extinção. A diminuição de diversas espécies de vagalumes já se tornou uma realidade preocupante, inclusive no Brasil. De acordo com cientistas, as principais causas para o desaparecimento dos vagalumes na natureza seriam o aquecimento global, o uso de agrotóxicos e pesticidas e o maior número de luzes artificiais com o crescimento das cidades. Algumas estimativas apontam para que a metade da população desses insetos deixará de existir nos próximos 30 anos. Os vagalumes são importantes não só por serem bonitos, mas também por outros motivos. Eles desempenham um papel importante no equilíbrio dos ecossistemas, como na polinização de plantas e no controle de pragas. Também ajudam no controle de insetos e agem como indicadores da qualidade ambiental. Se os vagalumes desaparecerem, não será apenas uma perda de beleza e cultura, mas também um sinal preocupante da degradação dos habitats naturais. Especialistas alertam que, para ajudar a salvar os vagalumes, é preciso agir rápido. Isso inclui utilizar menos agrotóxicos e pesticidas, proteger as áreas verdes e reduzir a poluição das luzes artificiais, que atrapalham o modo como os vagalumes se reproduzem.


Sofia Eloísa Schwertner

Voluntários e crianças da região se mobilizaram para realizar o primeiro mutirão de plantio de árvores nativas no bairro Santo Antônio, na comunidade Novo Tempo. A atividade, realizada no dia 25, foi organizada de forma independente e colaborativa, com o apoio da ONG Associação Marinês, Instituto Movimenta, vereadores de Cachoeirinha e Lajeado, com doações da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, que forneceu as 50 mudas nativas utilizadas no plantio. Durante a manhã, os voluntários se dedicaram à preparação do solo e à

Embora sejam pequenas e frequentemente passem despercebidas, as abelhas desempenham um papel fundamental no desenvolvimento humano. Muitas pessoas pensam que elas são importantes apenas para a produção de mel, mas a maioria das espécies de abelhas nem o produz.
O papel mais importante delas acontece na nossa frente e às vezes nem percebemos, elas são essenciais para o processo de polinização, onde acontece o transporte do pólen que permite a reprodução das plantas mais importantes para o meio ambiente. Cerca de 85% das plantas na mata que possuem flores passaram pelo processo de polinização, resultando em mais plantas e alimentos para os seres vivos.

Mas, infelizmente, as abelhas e outros polinizadores, como borboletas, morcegos e beija-flores, estão cada vez mais sob ameaça das atividades humanas. Isso ocorre devido a uma série de fatores, como mudanças climáticas, alteração no uso da terra com expansão de monoculturas e uso excessivo de pesticidas. Diante desses fatos, devemos cuidar mais do nosso meio ambiente, diminuir o uso de agrotóxicos e consumir mais alimentos orgânicos. Graças a esses pequenos animaizinhos que, muitas vezes, passam despercebidos, temos uma grande diversidade de plantas e um ecossistema saudável para humanos e animais.


abertura dos espaços para as mudas. À tarde, o momento foi de aprendizado e troca: as crianças participaram de uma roda de conversa sobre a importância da arborização urbana e foram convidadas a se tornarem “guardiãs das árvores”, responsáveis por acompanhar o crescimento e o cuidado com o que foi plantado.
Mais do que plantar árvores, o grupo busca plantar consciência, resistência e futuro, unindo educação ambiental e participação comunitária. O mutirão é o primeiro de uma série de ações que pretendem ampliar a cobertura vegetal e fortalecer a relação da população com o meio ambiente urbano.

Textos produzidos nas aulas de biologia, na turma do 2º ano do Ensino Médio, da Escola Santa Clara, com orientação do professor Marcelo Heisler.


PRODUÇÃO






aqui, porque de alguma forma elas contribuem com este ambiente por meio da dispersão de sementes, predação e interação com o meio ambiente.”
A resposta virá do projeto de pesquisa de duas estudantes do 9º ano da Emef Bela Vista, de Arroio do Meio

Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
“Levantamento da mastofauna no Parque Apícola Emílio Schenk, em Taquari/ RS, Brasil.” Este é o tema do projeto de pesquisa das estudantes do 9º ano Gabriela Schwarz e Sabrina Hendges, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bela Vista, de Arroio do Meio/RS. Sob orientação do professor doutor Luiz Liberato Costa Corrêa e pelo mestrando em biotecnologia Léo Jaime de Vargas, o estudo tem a intenção de descobrir quais mamíferos habitam a área de 466 hectares do Parque Apícola, local conhecido como Fepagro, e o serviço ecológico que desempenham. A área apresenta ambientes florestais e campestres,
incluindo banhados e um córrego semipermanente. Está inserida em uma zona de transição entre os biomas Pampa e Mata Atlântica.
A equipe, que ainda conta com a participação graduanda de Ciências Biológicas, Alice Hildegard Kayser. instala câmeras fotográficas com sensor de movimento em pontos estratégicos a fim de flagrar animais que habitam o local. Durante a atividade de campo, o grupo também observa e registra pegadas e outros vestígios (como fezes) para identificação das espécies.
Conforme o professor Corrêa, os equipamentos são posicionados em trilhas dentro do ambiente florestal. Sempre que um mamífero passar em frente a elas, o movimento será captado por imagens ou vídeos. Depois de sete dias, as câmeras são recolhidas, e
o grupo analisa os dados. Corrêa destaca a importância da pesquisa para verificar a presença de animais em uma área que é fragmentada e está em restauração. “Importante saber quais espécies estão presentes
O mestrando Vargas acredita que os projetos de pesquisa são importantes desde o ensino fundamental. “Além de proporcionar aos estudantes o contato com a natureza, ajudam no desenvolvimento pessoal e a estar mais conectados com causas ambientais.” Na opinião dele, quanto mais próximas as pessoas estiverem do meio ambiente, mais vão compreender suas conexões. “Com o projeto, estamos fazendo algo que realmente tem relevância e significado para o mundo e para as futuras gerações.“
A convite do professor Corrêa, a terceira etapa do estudo foi acompanhada pela reportagem do Grupo A Hora. Na manhã quente do dia 12 de novembro, Corrêa, Vargas e as estudantes saíram de Lajeado rumo a






Taquari. No porta-malas, equipamentos fotográficos, botas de borracha, pinção (gancho para pegar cobras), repelente, bolsa térmica com lanches, água, pranchetas, lápis e outros utensílios. Na chegada, o carro fica na entrada do Parque Apícola Emílio Schenk. Mochilas prontas, o grupo parte pelas trilhas. O local também tem mata mais densa, banhados, córregos e galpões em desuso. Em um deles já foram verificados indícios da presença do gato-maracajá. Com a intenção de flagrá-lo novamente, foram instaladas câmeras nos acessos ao galpão. Outra busca do grupo é registrar uma lontra. Desta vez, na margem do córrego, foram encontradas fezes




do animal. “O cheiro é forte”, diz o professor. Ele explica que as lontras de alimentam de peixes, uma das razões das fezes terem mau odor. Outro achado foi a pegada de um mão-pelada. Durante a caminhada pelas trilhas e mata foram instaladas 18 câmeras.
As estudantes Gabriela e Sabrina já têm prática. Sabem programar os equipamentos e instalá-los na altura e inclinação corretas. Depois de cerca de três horas de trabalho na mata, o grupo voltou à entrada do parque, onde o carro estava estacionado. Hora de tirar as botas, fazer o tradicional lanche, guardar os equipamentos e torcer para que as câmeras registrem animais de

As duas campanhas realizadas até o momento, referentes às estações outono e inverno, indicaram a ocorrência de 12 espécies de mamíferos:
Mão-pelada (Procyon cancrivorus)
Lebre-europeia (Lepus europaeus)
Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus)
Lontra (Lontra longicaudis)
Graxaim-do-mato (Cerdocyon thous)

Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris)
Furão (Galictis cuja)
Ouriço-cacheiro (Coendou spinosus)
Bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans)
Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla)
Veado-catingueiro (Mazama gouazoubira)


VEADO-CATINGUEIRO


Gato-maracajá (Leopardus wiedii)

Mastofauna é o conjunto de mamíferos que habitam uma determinada região.
O estudo tem como objetivo registrar a ocorrência de mamíferos silvestres de médio e grande portes no Parque Apícola Emílio Schenk, em Taquari/RS, identificando as espécies presentes, avaliando suas guildas tróficas (grupos de espécies que utilizam os mesmos recursos alimentares e têm estratégias de forrageamento semelhantes) e verificando a ocorrência de espécies ameaçadas.
O estudo iniciou-se em junho de 2025 e prevê quatro campanhas de amostragem (uma por estação do ano). As câmeras permanecem ativas por sete dias. Após esse período, são recolhidas pela equipe, e os cartões de memória são conferidos.
Também são considerados relatos de ocorrência de mamíferos feitos por frequentadores e moradores locais.
Embora tenha continuidade, esse estudo foi apresentado na Feira de Ciências Univates 2025 e conquistou o 5º lugar na categoria Anos Finais.


Novo protocolo de segurança foi desenvolvido para a rede estadual de ensino a fim de fortalecer a resiliência das comunidades escolares diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas

Jessica R. Mallmann jessica@grupoahora.net.br
Osorriso no rosto de Karina Baronio Cucioli, diretora da EEEM General Souza Doca, de Muçum, traduz a gratidão por ver a escola tornar-se uma das referências para a criação do Guia para Elaboração de Planos de Contingência Escolares para Eventos Climáticos - o Plancon Escolar. Lançada em outubro, a publicação orienta as instituições sobre como agir antes, durante e após eventos climáticos extremos ou emergências.
Idealizado pela Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul (Seduc), com apoio do Instituto Alana e assessoria técnica do Vozes da Educação, o Plancon Escolar começou a ser elaborado em 2024. O diferencial do projeto foi a escuta ativa de profissionais da educação e gestores escolares. “A Seduc entrou em contato conosco dizendo que havíamos sido escolhidos como escola piloto para elaboração da cartilha. Eles chegaram com um esboço e, ao longo dos encontros, fomos construindo juntos a narrativa que hoje pode ser utilizada por todas as escolas do estado”, relata Karina. A escolha da EEEM General
Idealizado pela Seduc, com apoio do Instituto Alana e assessoria técnica do Vozes da Educação, o Plancon Escolar começou a ser elaborado em 2024
Souza Doca como educandário teste se deu porque a instituição foi duramente impactada pelas enchentes de 2023 e 2024. Foram necessários amplos reparos para retomar as atividades com os 315 alunos. O que a Seduc não imaginava é que a comunidade escolar já trabalhava para criar o seu próprio Plano de Contingência, antes mesmo da criação do guia estadual.
“Não sabíamos que a Seduc lançaria um material e decidimos montar o nosso plano com professores e responsáveis, por meio de um grupo de voluntários. Delimitamos rotas de saída conforme cada tipo de ocorrência. Mas com o apoio da secretaria, consolidamos os protocolos e mapeamos todas as possibilidades de evacuação”, conta a diretora.
A implementação do Plancon Escolar avança em etapas. O projeto-piloto já envolve 87 escolas da rede estadual, de seis regiões diferentes. Segundo Karina, a cartilha é um passo a passo prático e intuitivo, útil não somente em casos de enchentes, mas em vendavais, chuvas de granizo e incêndios. “Se algo acontecer, agora sabemos como agir. Claro que imprevistos existem, mas não gera o pânico que foi anteriormente”.
De acordo com a secretária da Educação do RS, Raquel Teixeira, a criação dos planos de contingência integra o programa Escolas Resilientes. A solução envolve três frentes, que incluem melhorias na infraestrutura escolar, mudanças curriculares e elaboração de protocolos para preparar alunos e professores.
Representando o governo do Rio Grande do Sul, Raquel participou do painel “Educação ambiental escolar e clima” na COP 30, onde apresentou exemplos de reconstrução e resiliência da Rede Estadual. O evento foi promovido pelo Ministério da Educação (MEC), com a presença do ministro, Camilo Santana, que recebeu um exemplar do Plancon Escolar.




Se algo acontecer, agora sabemos como agir. Claro que imprevistos existem, mas não gera o pânico que foi anteriormente.”
Karina
Cucioli, diretora



Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
Quem passa pelas ruas próximas da Emef Barra do Forqueta, em Arroio do Meio, vai observar algumas placas com frases estimulando o cuidado com o meio ambiente. A cabeceira ponte de ferro e a ERS-130 foram alguns pontos escolhidos para instalação pela grande circulação de pessoas.
A ação externa vem depois de um trabalho realizado desde o primeiro semestre e de práticas sustentáveis já consolidadas na escola.
Conforme a professora Aline Gheno, a mobilização para este projeto teve início em meados de abril, quando a escola recebeu a Caravana Educame, do programa Educação Ambiental na Escola, do Grupo A Hora. “Começamos a pensar quais projetos voltados ao meio ambiente tínhamos na escola.” Somado ao Educame, também havia a Campanha da Fraternidade, com o tema Fraternidade e Ecologia Integral, que deveria ser trabalhada com os alunos, ainda o projeto de recolhimento de recicláveis, com o ecoponto, em parceria com a empresa
Girando Sol, o canteiro de chás entre outras iniciativas. “Trabalhamos muito sobre meio ambiente e conscientização em sala de aula.”
Aline destaca que a equipe percebeu a falta de uma ação prática para o segundo semestre, então surgiu a proposta das placas. As turmas do 8º e 9º ano se envolveram no projeto com as professoras Aline Gheno, de geografia, Aline Castoldi, de artes, e Juliana Salvi, de ciências. O primeiro passo foi trabalhar o assunto em sala de aula. Depois, as turmas partiram para confecção das placas. “Não basta ir ali colocar uma placa, eles têm que se envolver, confeccionar, escrever as frases, pintar”, reforça a professora.
A vice-diretora Patrícia Biasibetti conta que um dos motivos que levaram a escola a trabalhar mais intensamente a questão do lixo foi o tráfego de veículos no local. No pós-enchente de 2024, enquanto a ponte da ERS-130 não ficava pronta, o trânsito era desviado pela ponte de ferro e passava em frente à instituição. Foram 11 meses de fluxo intenso e engarrafamentos, de maio de 2024 a abril de 2025. “Muitos motoristas jogavam lixo pela janela, deixando as ruas do entorno da escola com bastante sujeira. Tão logo o fluxo foi


Não basta ir ali colocar uma placa, eles têm que se envolver, confeccionar, escrever as frases, pintar.”
Aline Gheno, professora
normalizado, os estudantes fizeram um mutirão para recolher resíduos. Esta ação tem se repetido ao longo do ano.
A Emef Barra do Forqueta mantém o Ecoponto, em parceria com a empresa Girando Sol, para arrecadação de recicláveis. O projeto conta com o apoio das famílias. Os recursos da venda do material são utilizados para compra de jogos de tabuleiro e materiais que os estudantes possam usufruir. Para reforçar e incentivar a separação e entrega de recicláveis, os estudantes criaram fôlderes e distribuíram na comunidade. Os panfletos informam sobre


As placas são importantes porque quem lê pode ajudar um pouquinho a preservar o meio ambiente.”
Willian Gabriel da Silva, 14, aluno do 8º ano
separação e descarte correto de resíduos.
A vice-diretora Patrícia ressalta que estas ações são necessárias para manter o engajamento da comunidade escolar e dos moradores do entorno. “Assim como as placas, é uma maneira de sempre lembrar dos cuidados pelo meio ambiente.”
Para Eduarda Laís Lutz, 15, estudante do 9º ano, a colocação das placas é importante para conscientizar as pessoas. “Cuidar do meio ambiente influencia em diversos fatores, como na saúde, no rio Taquari, no clima.”
O estudante Willian Gabriel da Silva, 14, do 8º ano ficou empolgado com o projeto. “As placas são importantes porque quem lê pode ajudar um pouquinho a preservar o meio ambiente.”
Reduzir, reutilizar e reciclar. Três palavras que podem salvar o mundo. Um bairro limpo depende de cada um de nós. Não polua, evolua.
Lugar de lixo não é aqui! Mantenha limpo. A natureza não é descartável, cuide dela. Pense no futuro, descarte o lixo no local correto.

Produção de sabão artesanal e de cadernos ecológicos está entre os projetos desenvolvidos na Emef Érico Veríssimo, de Encantado

Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
Oolhar ao meio ambiente e à sustentabilidade está presente de várias formas na Emef Érico Veríssimo, em Encantado. Separação de resíduos sólidos, horta, produção de sabão artesanal e reciclagem de papel estão entre as ações práticas que envolvem os 270 alunos da Educação Infantil até o 9º ano do Ensino Fundamental. Ao mesmo tempo que cuidam da preservação ambiental, os estudantes desenvolvem projetos que estimulam o empreendedorismo. “O engajamento dos nossos alunos é o que dá vida a todos os projetos ambientais desenvolvidos na escola”, destaca a diretora Josi Moretto da Conceição Silva. “Eles não apenas aprendem conceitos teóricos, como também colocam em prática valores

Os 270 estudantes participam de diferentes atividades e voltadas à preservação ambiental fundamentais como responsabilidade, cooperação e respeito ao meio ambiente”, destaca.
Para Josi, quando um estudante participa da reciclagem de papel, do recolhimento de garrafas PET ou do cuidado com a horta, por exemplo, ele se torna agente de mudança, não só dentro da escola, mas também na comunidade na qual está inserido. “Essas experiências são formativas para a vida.”
A diretora acredita que quando a criança ou o jovem percebe que pequenas atitudes, como separar o lixo corretamente ou reaproveitar materiais, fazem diferença, ela leva esse aprendizado para casa e influencia a família, que passa a se envolver. “Os


hábitos mudam e o impacto positivo se multiplica. É uma corrente de conscientização que nasce na escola e se estende para além dos muros.”
Os projetos também desenvolvem outras competências, como o trabalho em equipe, a autonomia, a criatividade e até o senso de empreendedorismo. Um exemplo é o projeto de sabão ecológico, que reutiliza o óleo de cozinha recolhido em restaurantes e reinveste o valor arrecadado na compra de novos ingredientes. Desta forma, promove um ciclo sustentável e educativo. “Essas ações mostram que é possível cuidar do meio ambiente, gerar renda e valorizar o trabalho coletivo ao mesmo tempo”, frisa a diretora.
“RECICLAGEM DE PAPEL: DO VELHO PARA O NOVO”
Os alunos transformam papéis usados em novas folhas, que se tornam cadernos ecológicos (cadernos de época). Esses cadernos são utilizados nas atividades do turno inverso, conduzidas pelos professores da Rede Calábria.
HORTA E COMPOSTEIRA
A escola mantém horta para produção de alimentos e composteira, aproveitando restos de alimentos e ensinando os alunos sobre o ciclo natural de produção e consumo. Eles participam de todas as etapas: plantam, cuidam, colhem e consomem os alimentos na merenda escolar, vivenciando a sustentabilidade na prática.


REAPOVEITAMENTO
Mais do que atividades escolares, esses projetos representam aprendizado com propósito. Os alunos aprendem a se reconhecer como parte do meio ambiente e a compreender que cada atitude individual tem impacto no coletivo. “Sustentabilidade, para nós, é um modo de viver e de se relacionar com o outro e com o planeta.”
A diretora destaca que cada ação realizada pelos estudantes é uma semente plantada, de cuidado, de empatia e de transformação. “É isso que buscamos como escola: formar cidadãos conscientes, comprometidos e preparados para cuidar do mundo em que vivem. Cuidar do planeta é também cuidar da vida.”
A coleta seletiva ocorre no turno regular e teve início com a professora de ciências, Andrezza Marchioretto. A docente trabalhou os Biomas e os impactos ambientais, como as enchentes ocorridas no município de Encantado. A partir de discussões com os alunos surgiu como uma das soluções a separação correta do lixo. O projeto ultrapassou os muros da escola com a produção de um fôlder com orientações sobre a separação dos resíduos sólidos. O material foi distribuído na comunidade.

A produção de sabão artesanal também ocorre no turno inverso. O óleo de cozinha usado é recolhido em restaurantes da cidade e reutilizado na produção de sabão ecológico. A venda desse sabão permite reinvestir o valor arrecadado na compra de novos ingredientes, promovendo um ciclo sustentável e educativo de empreendedorismo.

O projeto de reciclagem e reaproveitamento de materiais inclui diversas ações. Uma delas é conduzida pela professora do turno integral (Rede Calábria) Caroline Luzzi Borsatto. Garrafas PET e outros materiais são reutilizados em trabalhos manuais e atividades criativas, desenvolvendo a coordenação e a consciência ecológica dos alunos.
Lacres de latinhas são arrecadados para campanhas solidárias. Blisters de medicamentos são entregues à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que realiza o destino correto, garantindo o descarte ambientalmente responsável.



A 30ª Conferência do Clima da ONU (COP30) termina na próxima sexta-feira, 21. Desde o dia 10 de novembro, líderes, cientistas, jovens e representantes de vários países estão reunidos para conversar sobre o futuro do planeta. Entre debates e ações simbólicas, surgem também fatos interessantes que ajudam a entender o clima da conferência e sua importância para o mundo. Confira algumas curiosidades sobre este evento global em prol do meio ambiente:

Jessica R. Mallmann jessica@grupoahora.net.br
Quando foi a 1ª COP?
A primeira Conferência ocorreu em 1995, em Berlim, na Alemanha. Ela marcou o início das negociações climáticas e definiu metas de redução de gases do efeito estufa para países desenvolvidos. O chamado Mandato de Berlim.
Quem participa das Conferências?
Todos os 198 países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, sigla em inglês). Eles são representados por chefes de Estado, ministros e diplomatas.
Quanto tempo dura a COP?
Normalmente, o encontro dura duas semanas. Na primeira, ocorrem as discussões mais técnicas, enquanto que na segunda semana são realizados os encontros políticos e assinaturas de acordos.
O que é discutido em uma Conferência?
As definições de resoluções ambientais e metas climáticas. As decisões só podem ser tomadas de forma unânime entre as partes, e passa a valer para todos os países da UNFCCC.
Este é um dos acordos globais mais conhecidos, pois foi o primeiro tratado a definir metas específicas de redução dos gases de efeito estufa. Ele se originou da COP3, de 1997. Ele valeu para 37 países industrializados, que eram considerados os responsáveis pelas mudanças climáticas. Ele entrou em vigor em 2005, porém, em 2008, no ano da COP 14, os países decidiram flexibilizar as regras de Kyoto e adotaram os chamados créditos de carbono para atingir as suas metas.
2020 sem COP
Em decorrência das restrições sanitárias impostas pela Covid-19, o evento previsto para 2020 foi cancelado, assim como tantas outras atividades pelo mundo. Este foi o único ano em que não houve conferência.
Nos dias 6 e 7 de novembro, Belém sediou a Cúpula de Líderes ou Cúpula do Clima. O encontro faz parte das atividades oficiais da



COP 30 e normalmente ocorre no mesmo período da conferência do clima. No entanto, pela primeira vez, ela ocorreu antes do início formal da COP.
Trata-se de um evento político em que chefes de Estado e governo e outros representantes dos países debatem compromissos para o combate à mudança climática. Neste ano, 143 delegações estavam confirmadas para participar da Cúpula.
Por que Belém sedia a COP 30?
Tudo começou com um pedido à ONU, durante a COP 27, momento em que o presidente Lula sugeriu que os defensores da Amazônia e do clima conhecessem de perto a região. A partir dali começou uma movimentação para que a conferência mundial fosse sediada no Brasil.
Hoje, pouco mais de 1,3 milhão de pessoas residem em Belém, uma cidade localizada ao norte do Pará. A “capital da Amazônia”, como carinhosamente é chamada pelos belenenses, possui um clima equatorial úmido, marcado por altos índices de pluviosidade e altas temperaturas.


Autoridades, representantes do setor aquaviário e especialistas se reuniram para discutir temas ligados à infraestrutura marítima do estado

jessica@grupoahora.net.br

OPrograma Educame e a Escola das Águas foram dois dos cases apresentados durante a II Jornada da Mentalidade Marítima, realizada nos dias 6 e 7 de novembro pela Marinha do Brasil,

Gilberto Soares (e) apresentou os programas em Porto Alegre
em parceria com a Sociedade Amigos da Marinha (Soamar) de Porto Alegre. O encontro ocorreu na capital gaúcha e tinha por objetivo
fortalecer e valorizar o ambiente marítimo e fluvial como vetor de desenvolvimento econômico e social. A programação reuniu especialistas, autoridades e
representantes do setor marítimo para debates e reflexões sobre o papel estratégico do mar, rios e das vias navegáveis na economia e na sociedade brasileira. Os cases do Vale do Taquari foram apresentados por Gilberto Soares. “Conheci o professor Gilberto em Lajeado, quando fiz uma apresentação sobre a Marinha e fui apresentado à Escola das Águas. Foi uma surpresa gratificante saber que ele, como voluntário, se dedica a levar esse conhecimento da importância das águas à comunidade”, destaca o capitão dos Portos de Porto Alegre, Flávio Firmino dos Santos. Para o capitão, as duas iniciativas nascidas em Lajeado vão gerar muitos frutos para as futuras gerações. “O conceito da Escola das Águas e do Programa Educame são importantes para conscientizar e levar, principalmente aos mais jovens, a importância de preservar as águas e a natureza. É importante para que eles possam conscientizar os pais e familiares”.
A programação contou com palestras de representantes da Braskem, SindienergiaRS, Instituto de Geociências (UFRGS), Portos RS, Hidrovias RS e da Divisão de Planejamento Espacial Marinho (PEM).


Enchente de 2024 levou mata ciliar e parte da barranca do rio Taquari, expondo um antigo lixão

Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
Aforça das águas durante a enchente de maio de 2024 levou a mata ciliar e causou erosão na barranca do rio Taquari em diversos municípios e pontos de suas margens. Voluntário do Movimento Pró-Matas Ciliares do Vale do Taquari, o geólogo Cristiano Danieli viu na sua propriedade os impactos da enchente. No bairro Carneiros, em Lajeado, a erosão foi tanta que revelou um lixão, fechado desde a década de 1980. “A enchente fez a hidrodinâmica do rio mudar drasticamente, e o desmoronamento continuou, recuando bruscamente o talude”, destaca o geólogo.
Danieli afirma que antigamente o lixão não ficava perto da margem. “Colocaram lá porque na época era seguro.” Os resíduos eram depositados
sobre uma cava de argila, técnica apropriada nos anos de 1980. Da mesma maneira, o local foi fechado – coberto com argila. “Não havia nada ilegal, eram os procedimentos da época.”
Conforme o secretário de Meio Ambiente, Luís Benoitt, segundo levantamento histórico, a área do lixão soma cerca de 3 hectares.
“Antigamente, a distância até o rio era muito maior do que hoje. Com o desbarrancamento e a erosão, devido às cheias, hoje está muito próximo.”
Conforme a legislação, os custos com a recuperação de uma área degradada cabe a quem causou o dano. Neste caso, como era um lixão da prefeitura de Lajeado, a Administração Municipal deve fazer a intervenção. Entretanto, como o proprietário da área é geólogo e trabalha com meio ambiente, as duas partes firmaram um termo de cooperação.
O projeto foi elaborado por Danieli, e a execução ficará a cargo da prefeitura.
“Faremos um trabalho de encapsular, envelopar esse local, ajustaremos o talude e, por último, vamos recuperar com vegetação, justamente para blindar o local”, explica Benoitt. A intenção é garantir que não haja novas erosões.
Danieli explica que a obra prevista consiste na reconfiguração topográfica do talude e posterior recobrimento “com

dos Reckz, uma referência à família Reckziegel, antiga proprietária



enrocamento do tipo riprap” (pedras de grande porte ajustadas uma a uma e adensamento mecânico por camada), o que garantirá a estabilidade da obra mesmo sob as piores condições hidrológicas, como cheias de grande porte. “Este método foi escolhido por apresentar o melhor custo/benefício.”
A estimativa é que leve de quatro a seis meses a um custo de R$ 1,1 milhão. O início dos trabalhos ainda depende da captação de recursos, tarefa da Administração Municipal.
Cristiano Danieli, 45, lembra dos tempos de infância, quando tomava banho de rio nas imediações. O local é conhecido como ilha do Reckz, uma
Dentro do Plano Municipal de Arborização, de Venâncio Aires, foram plantadas 20 mudas em diferentes locais, entre eles no centro da cidade. A ação envolve a Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-Estar Animal e conta com a parceria das demais secretarias.
Conforme o secretário Gustavo Von Helden, o plantio atende uma demanda que surgiu após o corte indevido de algumas árvores. “Essas mudas fazem parte do Plano Municipal de Arborização, que está sendo estruturado para ser colocado em prática de forma completa
a partir de 2026. Antecipamos uma parte desse trabalho porque entendemos a necessidade de repor as espécies removidas nos últimos dias.” Von Helden diz que não é o período mais indicado para o plantio, mas as espécies escolhidasquaresmeiras e ipês -são resistentes e têm boas chances de adaptação. “O importante é mostrar à população que estamos atentos, que queremos melhorar o ambiente urbano e que o plano de arborização vai contemplar essas melhorias de forma ampla e planejada”, destacou o secretário.
O Plano Municipal de Arborização está sendo finalizado e prevê
diretrizes para o plantio, manejo e conservação de árvores em toda a cidade, priorizando espécies nativas, evitando conflitos com calçadas e fiações e ampliando a cobertura vegetal urbana. A Prefeitura reforça que o objetivo é garantir mais embelezamento urbano e benefícios ambientais.


Mudas de quaresmeira e ipê foram plantadas no centro da cidade
referência à família Reckziegel, antiga proprietária da área. “Sempre gostei muito daquele local e tinha vontade de comprá-lo.”
No início de 2024 surgiu a possibilidade de aquisição. “Sabia de boatos que antigamente havia um lixão, mas não aparecia nada, o local era coberto de vegetação.”
A enchente deu trabalho a Danieli. Depois que a água baixou, foi possível ver uma camada de lama de um metro. Troncos e galhos levados pela correnteza cobriam a parte da área mais próxima ao rio. Até mesmo um núcleo que fica acima da cota de inundação foi atingido. Danieli providenciou a limpeza da área e em parte dela, fez o plantio de milho. Agora, já pode observar o crescimento do milharal.


