



SEMANA FARROUPILHA
Canções conectam povo gaúcho ao meio ambiente
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

SEMANA FARROUPILHA
Canções conectam povo gaúcho ao meio ambiente
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Seminário e entrega da premiação aos vencedores estão agendados para dia 14 de outubro, na Univates Páginas 4 e 5
PRIMAVERA
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ENSINO FIUNDAMENTAL
PÁGINA 14
A ligação entre o esporte e a natureza está cada vez mais recorrente, como trilhas em montanhas, corridas nas praias ou uma simples caminhada no final do dia no parque. O nosso corpo precisa da prática esportiva, e a natureza ajuda nisso. Em um mundo cada vez mais conectado, a prática esportiva está cada vez menos comum. Sem o exercício físico as pessoas podem desenvolver problemas, tanto físico quanto mental. A atividade física melhora a saúde cardiovascular, a capacidade respiratória e no metabolismo do corpo, ajudando a sustentabilidade e a prevenção de comorbidades, garantindo a vida sustentável das próximas gerações.
Localizado às margens da rua Carlos Spohr Filho, o Jardim Botânico de Lajeado dá vida e cor ao bairro Jardim Botânico. O espaço tornou-se uma referência turística para toda a região e também um ambiente de conservação de plantas, pesquisa e educação ambiental, permitindo que a sociedade conheça a biodiversidade e a importância desta para a manutenção da vida na terra.
Neste ano, o Jardim Botânico completa 30 anos, no dia 18 de setembro. Em seus 32 hectares, há trilhas, coleções botânicas e espaços sensoriais que convidam os visitantes a conhecerem sobre espécies de plantas e animais da região.
Para celebrar as três décadas do espaço, uma programação especial foi preparada para a comunidade:
18 setembro a 5 de outubro – Troca de sacolas de pano temáticas
Na troca de 1kg de alimento você ganha uma sacola de pano. As trocas podem ser feitas na guarita do Jardim Botânico e na Secretaria Municipal do Meio Ambiente. A atividade incentiva a substituição de sacolas plásticas por reutilizáveis.
18 de setembro – Pintura temática no Centro de Educação Ambiental
No dia do aniversário, será realizada a pintura de uma parede do Centro de Educação Ambiental e Administrativo do JBL. A pintura vai retratar a fauna e flora locais, unindo arte e educação ambiental para reforçar a identidade visual do espaço, promover a sensibilização para a conservação da biodiversidade e embelezar o ambiente.
05 de Outubro – Concerto da Primavera
A chegada da estação mais colorida do ano será celebrada com o 9º Concerto da Primavera, no Jardim Botânico de Lajeado. O evento contará com apresentações de orquestras, ervateira, recreação e estandes de parceiros. O evento é gratuito e aberto à comunidade.
Entrega da premiação será no dia 14 de outubro, durante seminário, no auditório 7 da Univates
Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
OIII Concurso Educame –Educação Ambiental na Escola revela os finalistas nas quatro categorias: fotografia, maquete, cartaz e desenho. Os vencedores serão anunciados no dia 14 de outubro,
durante o Seminário Educame, no auditório 7 da Univates.
“É com muita alegria que chegamos a este momento do Educame. Mais de 4 mil inscrições no concurso mostram a força e o engajamento de nossas escolas, professores e estudantes diante de um tema tão essencial: o cuidado com o meio ambiente”, destaca o gestor de Projetos Especiais do Grupo A Hora, Rafael Simonis. Simonis reforça que este movimento coletivo ganha ainda mais significado com o evento de premiação, reunindo a comunidade escolar, autoridades e parceiros para reconhecer o talento e a dedicação dos alunos e escolas. “Será a coroação deste programa que contribui para formar cidadãos mais conscientes, comprometidos e preparados para os desafios do futuro”, salienta.
Das 4060 inscrições, a comissão julgadora selecionou 25 trabalhos, dos quais 14 serão premiados com valor em dinheiro e troféu e onze receberão menção honrosa. As escolas que mais inscreveram projetos em cada categoria vão receber prêmio em dinheiro. No total, a premiação do concurso chega a R$ 25 mil.
Na seleção dos trabalhos foi possível perceber a consciência ambiental entre as crianças e adolescentes. Os títulos e textos que acompanhavam as produções faziam alerta sobre desperdício água, a poluição provocada pela ação humana, as consequências dos efeitos climáticos, como as enchentes no Vale do Taquari. Os conteúdos também evidenciaram o
“As mãos que fazem a diferença” Cristiele Cristina Matte 3º ano, EEEM Hugo Oscar Spohr, Canudos do Vale
“As águas do rio Taquari” Gabriele Vitoria Maron Oestrae 2º ano, EEEM Estrela, Estrela.
estímulo ao cuidado com os recursos naturais, o incentivo à preservação da flora e fauna e proposição de ações práticas, como plantio de árvores.
“Ainda há tempo de salvar cada gota” Felipe Kipper 2º ano, Colégio Evangélico Alberto Torres, Lajeado.
“Não ultrapasse” Érica Gomes 2º ano, Colégio estadual Jacob Arnt, Bom Retiro do Sul
Criar desenhos, cartazes, maquetes e fotografias com o tema “água”. Este foi o desafio lançado pelo programa Educação Ambiental na Escola (Educame) aos estudantes dos ensinos Fundamental e Médio. Para os anos iniciais, a proposta era produzir um desenho com o tema “Meu planeta, meu lar”. Em duplas, os alunos do 5º ao 7º ano confeccionaram cartazes sobre “Água, essência da vida e do futuro”. Os adolescentes do 8º e 9º anos
Milhares de cartazes e desenhos participam do certame que estimula o cuidado com o meio ambiente
criaram maquetes com a temática “Os caminhos das águas”. E fotografia foi a proposta às turmas de Ensino Médio. Os trabalhos individuais deveriam se enquadrar no tema “Água: uso consciente para um mundo sustentável.
Desenho: 2772 Cartaz: 913 Maquete: 114 Fotografia: 261
PARTICIPANTES:
19 municípios 69 escolas
“A força devastadora das águas”
Letícia Weber, Letícia Sartori, Guilherme Vinciguerra e
Luiz Fernando Zonta
9º ano - Emef Olavo Bilac – Doutor Ricardo
“Preserve a natureza”
Marco A. Camini, Bruno H. Rohden, bruno I. Mees e
Gabriel C. Klein
8º ano – Emef Frei Vicente Kunrath – Canudos do Vale
“Da nuvem à foz”
Rafaela H. Kayser, Camili Soares, Rayane S. Brazeiro e
Nicole J. Dapont
9º ano – Emef Dom Pedro I – Lajeado
“Barragem eclusa de Bom Retiro do Sul”
9º ano Dienifer V. Nascimento, Evelin Sehn, Isabelly
Kalsing e Pamela V. Lenhard
EE Nicolau Müssnich – Estrela
“O rio Taquari e suas relações”
Gabriela Pozzebon, Victória G. Prediger, Letícia L.
Trevisol e Maria Paula C. Ferreira
9º ano - Emef Arco-Íris - imigrantes
“Gotas de amor pelo meu planeta”
Isabela Schuster dos Santos, 4º ano, Emef Professor Teobaldo Closs, de Teutônia.
“A água do nosso dia a dia”
Guilherme Augusto Blume Koefender, 2º ano, Emef Leopoldo Kepkler, Teutônia.
“As mesmas mãos que poluem são as que protegem a água”
Gabriel Holz Brun, 4º ano, Emef Pinheiros, Estrela.
“Planeta terra: nosso lar, nossa responsabilidade”
Miguel Machado Gonçalves, 4º ano, Emef Porto Novo, Lajeado.
“Planeta azul: água nosso bem maior”
Pedro E. Borhardt, 3º ano, Emef Ipiranga, Colinas.
“O que o mundo precisa?”
Sophia Carolina de Souza, 4º ano, Emef Capitão Felipe Dieter, Lajeado.
“Água, recurso essencial à vida”
Ana Luísa Anschau e Valentina Graf Lopes 7º ano, Colégio Matrin Luther, Estrela.
“Água, fonte vital”
Anna Laura Ebone Schneider e Amanda Schmidt Wolf 7º ano, Colégio Madre Bárbara, Lajeado.
“Água, nosso bem comum”
Arthur Henrique Pitrawiski e João Rafael Portilho 5º ano, Emef Vitus André Morschbacher, Lajeado.
“Água limpa: um direito, não um luxo” Bianca Scheidt Feldkircher e Valentina Soares Patuzzi 7º ano, Emef Farrapos, Encantado.
“Água, essência da vida e do futuro”
Nicole Leidens e Anna Rafaela Rodrigues 6º ano, Emef Bela Vista, Arroio do Meio
“A água que move o mundo”
Sofia Ferreira Klein e Sthefanny Ribeiro 5º ano, Emef Léo Pedro Schneider, Poço das Antas.
Oficina aproxima comunidade às tradições nativistas e mostra como as canções gaúchas e sul-americanas exaltam o meio ambiente e o amor do povo riograndense pelo seu chão
Jéssica R. Mallmann
jessica@grupoahora.net.br
Ao som do violão, da gaita e dos versos da música nativista, fica evidente que o meio ambiente sempre fez parte da identidade cultural do povo gaúcho. Seja na música ou na literatura, o respeito à natureza é constante, e reforça o cuidado com os recursos naturais. Em setembro, mês da Semana Farroupilha, essa conexão ganha ainda mais destaque ao lembrar que preservar é também um legado a ser transmitido.
“As minhas apresentações são, basicamente, meio ambiente e nativismo. Cresci no meio disso, pois sou filho de Valdomiro Maicá. Meu pai tem um DVD gravado só falando de árvores” destaca orgulhoso Atahualpa Maicá, um dos principais cantores nativistas do estado. “A minha mãe também, patroa de CTG, sempre teve essa gana de multiplicar e defender a natureza. Eu não me vejo cantando outra coisa”.
Desde agosto, o cantor vem conduzindo a oficina “Nativo Ambiente”, que aproxima
Desde as mais folclóricas - como o Baitaca que faz sucesso com o fundo da grota - como outras da época do início das califórnias, são músicas que sempre mostram o amor do gaúcho pelo seu chão”
Claudete Rempel, Bióloga e vice-patroa do CTG Querência do Arroio do Meio
a música nativista das questões ambientais. A proposta é valorizar um repertório de canções gaúchas e sulamericanas que exaltam rios, matas e paisagens, ao mesmo tempo em que promove conversas sobre mudanças climáticas, preservação e a relação histórica do gaúcho com a natureza.
“Essa oficina traz diálogo. Escolhemos músicas para falar sobre elas e sobre os motivos que levaram os compositores a escrevê-las. É um bate-papo cultural”, destaca o músico.
Os encontros reúnem adultos e crianças no CTG Raízes do Sul, em Lajeado. A cada semana, uma música é escolhida para análise de sua história e de seus versos. Um exemplo foi o clássico “Balseiros do Rio Uruguai”, de Barbosa Lessa, que resgata a memória dos balseiros responsáveis por transportar madeira entre Chapecó e Uruguaiana.
A canção revela como o Rio Uruguai, pedregoso e pouco navegável, dependia de grandes enchentes para permitir a descida das balsas. O contraste com a realidade atual é inevitável: se as cheias
do Uruguai eram vistas como benéficas, as do Taquari deixaram marcas profundas e dolorosas nos vales.
“É a primeira vez que tocamos essa canção após as catástrofes da região, pois ela traz um outro olhar sobre as cheias. É difícil imaginar como era passar tanto tempo aguardando encher os rios para transportar madeira”, comenta o cantor, ao refletir sobre o contexto histórico da música.
A oficina “Nativo Ambiente” é viabilizada com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB 1/2025), por meio da Prefeitura de Lajeado.
Ao analisar as músicas gauchescas, Claudete Rempel, bióloga e vicepatroa do CTG Querência do Arroio do Meio, observa referências marcantes ao meio ambiente, o que reforça o nativismo e o compromisso do povo no cuidado com a terra.
“Desde as mais folclóricas - como o Baitaca que faz sucesso com o fundo da grota - como outras da época do início das califórnias, são músicas que sempre mostram o amor do gaúcho pelo seu chão”.
Segundo Claudete, o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) também tem um papel importante na defesa do meio ambiente e em manter essa valorização. A exemplo, em 2020, a entidade escolheu a “sustentabilidade” como tema anual para trabalhar com os CTGs e provocar mudanças para serem compartilhadas com toda a sociedade.
“No Querência do Arroio do Meio colocamos placas solares e temos o ponto de reciclagem, então todo o lixo produzido no centro é separado e vendido, revertendo em lucros para o grupo”, destaca. “Outros CTGs fizeram movimentos semelhantes, alguns plantaram árvores e deixaram os parques mais arborizados, outros pensaram no reuso das águas... Foi um tema lançado pelo MTG e todas as entidades trabalharam juntas”.
Período de três meses é marcado pelo aumento gradativo da temperatura. Mudanças significativas nos animais e plantas também caraterizam a estação
Aestação mais colorida do ano começa oficialmente no dia 22 de setembro, às 15h19min, mas um pouco antes já é possível perceber as flores coloridas e o movimento dos pássaros. Conforme o biólogo Marcelo Heisler, a chegada da primavera no Rio Grande do Sul é marcada pelo aumento gradativo da temperatura. Isso torna o ar mais úmido e favorece um período chuvoso. “Com esta condição mais favorável, ocorre uma mudança significativa nos animais e nas plantas”, destaca. Em relação as plantas, por ter maior disponibilidade de luz, água e temperatura adequada, ocorre o aumento do metabolismo, que são as reações químicas das plantas. Heisler explica que estas condições favorecem o crescimento mais rápido de galhos e folhas, além do surgimento de flores. “As plantas que estavam dormentes tendem a despertar também. Quando se abrem, elas atraem os polinizadores, como insetos, pássaros e até alguns mamíferos.” A polinização, conforme o biólogo, auxilia na reprodução e no desenvolvimento de frutos. “Assim, a paisagem muda, evidenciando o colorido das folhas, das flores e o perfume, que são seus atrativos.”
Na época da primavera, os animais tendem a ter mudanças em seu comportamento. Como há mais disponibilidade de alimento e o aumento da temperatura é favorável, eles percebem que é o momento ideal para encontrar parceiros. “Esta estação é marcada pelo período da reprodução.” Conforme Heisler, especialmente em pássaros, isso fica mais visível, pois geralmente cabe aos machos conquistar as fêmeas com o seu cortejo nupcial, uma espécie de dança de exibição. Quando o macho conquista a sua parceira, eles partem para a construção do ninho e a colocação dos ovos. “Esse cortejo torna o ambiente mais agitado e festivo.”
Marcelo Heisler sugere aproveitar este período para observar a natureza. “Fazer caminhadas em espaços públicos, como parques arborizados, permite perceber estas mudanças.” É possível ver nas plantas o surgimento de novas folhas, o colorido e o perfume das flores e também o canto dos pássaros.
Fazer caminhadas em espaços públicos, como parques arborizados, permite perceber as mudanças nas plantas e animais.”
Marcelo Heisler, biólogo
As estações astronômicas são definidas pela posição da Terra em relação ao Sol, enquanto que as meteorológicas são baseadas no ciclo anual de temperatura.”
Maria Angélica Gonçalves Cardoso, meteorologista
As estações do ano são fenômenos naturais decorrentes da inclinação do eixo da Terra em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol. Conforme a meteorologista Maria Angélica Gonçalves Cardoso, a primavera ocorre devido à inclinação da Terra durante o movimento de translação, no qual o planeta orbita o Sol. Esse movimento é responsável pela alternância das estações do ano. Entretanto, há duas perspectivas de início de estação. Conforme Maria Angélica, a primavera meteorológica já começou, enquanto a astronômica, ainda não. Elas começam e terminam em momentos diferentes.
A diferença, explica, ocorre porque as estações astronômicas são definidas pela posição da Terra em relação ao Sol, enquanto as meteorológicas são baseadas no ciclo anual de temperatura.
Alguns meteorologistas dividem as estações em períodos fixos de três meses, com base no ciclo anual de temperatura e no calendário civil. Geralmente, o inverno é considerado a estação mais fria do ano, o verão a mais quente, enquanto primavera e outono são classificadas como estações de transição. “Dessa forma, o verão meteorológico vai de dezembro a fevereiro, o outono de março a maio, o inverno de junho a agosto e a primavera de setembro a novembro”, observa.
Como estação de transição para o verão, a primavera apresenta aumento da frequência de dias de calor e redução dos dias frios. No início da estação, as condições ainda podem ser amenas, com alguns dias frios, enquanto ao final predominam padrões típicos de verão. Entre novembro e dezembro, é comum a ocorrência de dias muito quentes, com possibilidade de ondas de calor e temperaturas em torno de 40 °C. Conforme Maria Angélica, a primavera também apresenta maior ocorrência de tempestades, que podem ser severas, com vendavais intensos e granizo. Outra condição típica da estação é o vento que sopra da tarde para a noite, às vezes com rajadas fortes.
Desde o início do ano, 4,9 mil estudantes de 23 escolas participaram das programações. A trupe já percorreu 11 cidades da região: Lajeado, Estrela, Venâncio Aires, Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Travesseiro, Teutônia, Taquari, Muçum, Santa Clara do Sul e Encantado levando educação ambiental de forma lúdica às crianças e aos adolescentes.
20 de agosto O Centro de Educação
A 18ª caravana do programa Educame esteve no Centro de Educação, em Encantado e reuniu cerca de 250 alunos. A peça teatral “Educa-me, por quê?” abriu a programação. O personagem “Por Que?” animou as turmas do pré ao 5º ano com música e interação. O tema ambiental estimulou a reflexão sobre a importância e os usos da água, além do descarte adequado de resíduos.
O Centro de Educação recebeu uma placa que reconhece a instituição como parceira de jornada e concedelhe o título de Embaixada do Meio Ambiente.
Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
Três escolas, em Santa Clara do Sul
A caravana Educame em Santa Clara do Sul foi em dose tripla. Participaram da 19º edição do programa 300 alunos do 1º ao 5º ano das Emefs Gustavo Seidel, Frei Henrique de Coimbra e Sereno Afonso Heisler. A iniciativa do Grupo A Hora gerou interação e aprendizagem por meio da peça teatral “Educa-me, por quê?” A atividade ocorreu no salão paroquial da igreja matriz.
3 de setembro
Emef São José Conventos, em Lajeado
A Escola Municipal de Ensino Fundamental São José de Conventos recebeu a 20ª edição da caravana do programa Educação Ambiental na Escola (Educame). A atividade reuniu 140 estudantes do 4º ao 9º ano. A programação iniciou com a peça teatral “Educa-me, por quê?” Ao som do violão, o personagem “Por Que?” interagiu com a plateia. Destacou a importância de conhecer o meio ambiente para poder cuidá-lo e preserválo. Sobre os resíduos sólidos, ensinou: “Reduzir, reciclar e reutilizar.”
Depois do teatro, a turma do 4º ano participou da oficina “Repórter Ambiental Mirim”.
10 de setembro
Emef Princesa Isabel, em Arroio do Meio
Mais de 200 estudantes participaram da caravana Educame na Emef Princesa Isabel, localizada no bairro Ruy Barbosa. A peça teatral movimentou o público, que interagiu com o artista. Depois do espetáculo, as turmas do 4º e 5º anos participaram da oficina “Repórter Ambiental Mirim”. No final da programação, o coordenador do programa, Gilberto Soares, entregou uma placa que reconhece a instituição de ensino como parceira do Educame e a declara Embaixada do Meio Ambiente.
Trabalhadores e estudantes fazem da bike sua principal companheira de trajeto, seja para chegar ao serviço, à escola ou a compromissos diários.
Jéssica R. Mallmann jessica@grupoahora.net.br
Otrânsito de Lajeado já soma 76 mil veículos da frota local e recebe outros 40 mil todos os dias. Diante desse cenário, cresce o número de pessoas que preferem a bicicleta para circular pelas ruas, um meio de transporte simples, mas que possui inúmeros benefícios. São trabalhadores e estudantes que fazem da bike sua principal companheira de trajeto, seja para chegar ao serviço, à escola ou a compromissos diários. E mostram que pedalar pode ser muito mais do que apenas uma escolha de mobilidade.
Há 10 anos a cozinheira Claudete Leite da Silva, 48, utiliza a bicicleta como seu principal meio de transporte. Todos os dias, ela percorre 24 km entre a casa e o trabalho, saindo do bairro Igrejinha, em Lajeado, até a empresa que fica em Cruzeiro do Sul.
Apesar da distância, ela conta que logo percebeu vantagens ao trocar as idas de moto pelo meio de transporte sustentável. “Além da redução de custos você faz exercício a caminho do trabalho, valorizando seu tempo, saúde física e mental. Sem contar com as lindas paisagens que vemos pela cidade”. A mudança de transporte também a inspirou a participar de grupos de
pedal e de competições pelo país. Em seus treinos, Claudete chega a percorrer 40 km pelas cidades próximas. “Já subi a Serra do Rio do Rastro (SC), fiquei em segundo lugar na minha categoria. Agora comecei a correr também”, conta entusiasmada.
A mudança de escola da filha Olívia fez Maiquel Mattes, 42, aderir a bicicleta à rotina. Antes, ele
acompanhava a pequena a pé até a antiga instituição. Agora, com o trajeto mais longo, a bike se tornou o transporte ideal. “Sempre prefiro esses meios por serem mais rápidos e prazerosos, pois evita o trânsito, estacionamento e por ser uma atividade física. Sem falar do prazer da Olívia em ir assim até o colégio e isso não tem preço”, conta. Juntos eles percorrem cerca de 3 km para ir e voltar da escola. E para garantir a segurança da filha, o empresário acoplou um trailer
à bicicleta, onde ela pode viajar sentada. O espaço comporta até dois lugares, o que permite, em algumas ocasiões, levar os amigos no trajeto. Além de ser um momento de diversão, o percurso melhorou a conexão entre pai e filha e se tornou uma atividade prazerosa para o corpo e a mente. “Sem dúvida, a conexão que criamos nesse momento é sensacional, sem falar dos carros que, nos vendo, são estimulados a fazerem o mesmo”.
DOS CARROS E DOS PEDESTRES”
Quem também vai à escola de bicicleta é Arthur Fritzen, 16. Por morar próximo a escola, o jovem costumava a ir a pé. Porém, desde o começo deste ano, aderiu à bicicleta a sua rotina para chegar mais rápido. “É um exercício físico, então, traz melhorias para a saúde, além da questão de otimizar
tempo”.
Da escola para casa o trajeto é curto, pouco mais de 1 km.
Mas Arthur conta que ainda usa o veículo de duas rodas para ir à academia, a casa de amigos e familiares, bem como fazer as atividades do dia a dia.
Independente da distância, ele ressalta que é preciso estar atento ao movimento das ruas. “É importante cuidar dos carros e dos pedestres, bem como a velocidade com que pedalamos”.
E Claudete complementa: “Muitos motoristas não dão espaço ou nos vem pedalando. Por isso, os ciclistas deveriam utilizar roupas chamativas ou sinalizações nas bicicletas para melhor visibilidade nas estradas”.
Profissional de Educação Física, Lucas Krolikowski, 36, já utilizava a bicicleta como meio de transporte
quando morava em Porto Alegre. Mas foi em 2018, com a instalação de mais estações do sistema Bike POA que o pedal ganhou ainda mais espaço em sua rotina.
“Além de ser mais rápido, passei a economizar dinheiro no final do mês. A exemplo, precisava de dois ônibus para chegar ao trabalho”, relembra Lucas, que em alguns casos também utilizava aplicativos de transporte para fazer o trajeto. “De bicicleta levava praticamente o mesmo tempo que de aplicativo. Era mais rápido que de ônibus e mais barato que ambos”.
Ao se mudar para Lajeado, ele não abandonou a prática. Hoje, o professor mora perto dos locais de trabalho, e em seus deslocamentos chega a fazer 10 km por dia. Assim como Claudete, Maiquel e Arthur, o educador físico sentiu benefícios financeiros e na saúde ao optar pelo transporte sustentável como aliado da rotina. E recomenda que as pessoas experimentem andar de bicicleta, pois é um momento para cuidar de si. “O legal é que meus alunos também se inspiram ao me ver andar. Sempre tem alguém que diz que se lembrou de mim em algum trajeto”.
22 de setembro - Dia Mundial Sem Carro
A data é dedicada a repensar a forma como a população se desloca. O objetivo é estimular alternativas de transporte mais sustentáveis e saudáveis, como caminhar, pedalar ou usar transporte público, reduzindo poluição, congestionamento e os efeitos do sedentarismo.
A disciplina Práticas Integradas Sustentáveis e Agroecológicas, obrigatória nas escolas de campo, apresenta novas aprendizagens a estudantes, professores e famílias
Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
Abióloga e professora de ciências
Djeny Kunzler, da Escola
Estadual São Miguel, de Cruzeiro do Sul, recebeu um desafio no início do ano: implantar a nova disciplina obrigatória nas escolas de campo. A partir de 2025, os estudantes do 6º ao 9º ano passaram a ter aulas de Práticas Integradas Sustentáveis e Agroecológicas (PISA). Localizada em Linha Sítio, a São Miguel se enquadrou na mudança da matriz curricular do Rio Grande do Sul, que visa a aproximar a escola da realidade das comunidades do campo.
Chegadas a proposta e a tarefa de elaborar o projeto para as aulas, Djeny lembra que as ementas eram conteudistas e competiriam com as disciplinas de geografia e ciências. “Então, parti para as necessidades da escola.”
A professora criou um projeto voltado à prática. “A escola já tinha uma horta, e a produção ia para merenda escolar.”
Com a implantação da PISA, cada turma se responsabilizou por uma área: o 6º ano cuida dos canteiros de hortaliças;
Sou muito a favor desta disciplina. Não deveria ser só para as escolas de campo, as da cidade também. Ao longo do tempo vai estimulando novas atitudes e os ensinamentos vão da escola para as famílias.”
Djeny Kunzler, bióloga e professora de ciências
Turma do 9º ano é encarregada da composteira
o 7º, dos chás; o 8º ano trabalha com a disposição de resíduos sólidos, e o 9º é encarregado da composteira. Cada turma tem dois períodos de aula por semana.
Muitos alunos são filhos de agricultores e já trazem algumas experiências de casa, conta a professora. “Eles são cuidadosos com as ferramentas, sabem trabalhar.” O inverso também acontece. “É uma troca de conhecimento que podemos aplicar na escola e em casa”, diz a estudante do 9º ano, Adriele Noll, 14. A colega Bruna Luísa Royer Moraes, 14, concorda: “A compostagem, por exemplo, pode ser melhor e usada para adubar os produtos orgânicos.”
O envolvimento das famílias ocorre também em práticas como a exsicata (secar chás). As crianças buscam nas propriedades tipos de diferentes de ervas.
TEMPO BOM
Nos dias de tempo firme, as aulas são na área externa. “Eles adoram. Ficam tristes quando chove.” Nesses momentos, são trabalhados conteúdos
teóricos ou mesmo práticos, possíveis de fazer em ambiente fechado. “Fizemos receitas, por exemplo, de reaproveitamento de talo de beterraba e pesquisamos as suas propriedades, vitaminas”, destaca a professora. Meses depois do desafio inicial de criar o projeto, Djeny afirma: “Sou muito a favor desta disciplina. Não deveria ser só para as escolas de campo, as da cidade também. Ao longo do tempo vai estimulando novas atitudes e os ensinamentos vão da escola para as famílias.”
SAIBA MAIS
• Os objetivos da PISA são promover a conscientização ambiental de forma lúdica, incentivando a colaboração, o raciocínio e o contato com questões ambientais do cotidiano.
• A disciplina PISA conversa com os símbolos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
• No início do ano, em parceria com o Projeto Semear, houve plantio de mudas de frutíferas na área da escola.
• Próximos passos: colocar placas de identificação na horta e adquirir lixeiras para melhorar a separação dos recicláveis.
Empresa Lorenzon Plásticos, de Encantado, desenvolve projetos socioambientais que estimulam a reciclagem e incentivam à sustentabilidade
Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
Com uma trajetória de 20 anos, a empresa Lorenzon Plásticos tem em seu DNA o serviço socioambiental. “A Lorenzon nasceu com a convicção de que reciclar plástico é um serviço ambiental e um negócio de futuro”, afirma o gestor ambiental, Julio César Ferreira da Silva. “Desde o começo estruturamos a operação para recuperar polímeros com qualidade, implantamos laboratório e estação de tratamento de efluentes (ETE) e fomos crescendo com esse propósito.”
O que mudou ao longo do tempo, segundo Silva, foi organizar programas. Além da produção, a empresa tem frentes de educação ambiental e economia circular que conectam a fábrica com escolas, hospitais e a comunidade.
O diretor César Lorenzon reafirma que a sustentabilidade - reciclar e preservar - está no DNA da empresa. “Sempre foi a preocupação ambiental. Agora, com o envolvimento social das entidades e os nossos programas, criamos um ciclo.” De acordo com Lorenzon, é um serviço que faz parte da clássica obrigação como empresa, e como empresário, de participar desses programas, apoiar. “Educar as nossas futuras gerações, as crianças, as pessoas e dar apoio para quem realmente se preocupa com isso”, completa. Com esse conjunto de iniciativas, a Lorenzon Plásticos se consolidou como referência estadual em reciclagem, aliando desenvolvimento econômico, inovação industrial e impacto social.
O gestor ambiental Silva conta que as visitas começaram de forma espontânea
ao longo do tempo. Em 2024, a organização oficializou o projeto “Portas Abertas para o Futuro Sustentável. “De lá pra cá, recebemos e fomos até escolas e universidades, impactando cerca de 2 mil estudantes somente neste último ano. Implantamos Centrais de Resíduos em três colégios.” A instituição faz a triagem, e a Lorenzon compra o material. A renda retorna para a escola, gerando benefício direto aos alunos. “Em paralelo, ampliamos parcerias como o Tampinha do Bem — do qual participamos há 5 anos.” No início de 2025, a empresa
lançou o Recicla Saúde com hospitais da região. A equipe da Lorenzon organiza a segregação de recicláveis não perigosos e faz as coletas. A contrapartida ocorre com a entrega de insumos para as unidades. “Além do ganho ambiental, há retorno concreto para os parceiros. Isso é a economia circular funcionando plenamente”, destaca o gestor.
Na opinião de Silva, a Lorenzon tem um papel triplo: industrial, educativo e articulador . “Industrial, porque damos destino correto a centenas de toneladas de plástico por mês com rastreabilidade;
A nossa escola percebeu que a empresa tinha, além do foco ambiental, o social, e então propomos o recolhimento de resíduos na escola. A venda dos recicláveis beneficia a instituição e o meio ambiente.”
Caren Kramer Goulart, vice-diretora da Escola Farrapos
educativo, porque abrimos as portas, mostramos a economia circular na prática e formamos cidadãos; e articulador, porque integramos redes de escolas, CPMS, universidades, organizações sociais e hospitais.”
No Recicla Saúde, por exemplo, logo no início foram movimentadas mais de 42 toneladas de recicláveis. Os valores foram transformados em insumos para os hospitais. “Tudo isso reforça que desenvolvimento econômico e impacto social podem caminhar juntos.”
A Escola Estadual de Ensino Fundamental Farrapos, de Encantado, mantém desde 2007 o projeto “Escola Farrapos Solidária com o Planeta.” Conforme a vice-diretora Caren Kramer Goulart, neste período, o projeto foi sendo aprimorado. E a Lorenzon Plásticos tornou-se uma parceira. “A empresa sempre se mostrou preocupada com a gestão ambiental e com as ações sociais.” Unindo as duas causas, relembra Caren, há alguns anos levou para as escolas do município os coletores de tampinhas. O material é recolhido pela empresa, que reverte o valor para a Liga Feminina de Combate ao Câncer.
“A nossa escola percebeu que a empresa tinha, além do foco ambiental, o social, e então propomos o recolhimento de resíduos na escola. A venda dos recicláveis beneficia a escola e o meio ambiente.”