







SEMINÁRIO EDUCAME


Evento de encerramento do concurso Educame – Educação Ambiental na Escola contou com painel, apresentações artísticas e revelação dos vencedores.
Páginas 4 e 5
A linguagem das flores, algumas vezes chamada de floriografia, foi um meio de comunicação da era Vitoriana, na qual o envio de flores e arranjos florais eram usados para enviar mensagens codificadas, permitindo que indivíduos expressassem seus sentimentos que de outra forma não poderiam ser ditos.
As flores, no geral, possuem grande importância para o meio ambiente ao sustentar a biodiversidade, atrair e alimentar polinizadores como abelhas, ajudar a purificar o ar e entre outros fatores. Ademais, cada diferente espécie de flor tem um significado em suas raízes, sustentando a exclusividade de cada uma delas.
Tulipas, por exemplo, simbolizam o amor verdadeiro e duradouro, a paixão. Já os lírios, representam a pureza, a inocência e a virtude. Há também a flor-de-lótus, a qual nasce do lodo, sendo símbolo da superação, da espiritualidade e da iluminação interior,. Ela ensina que é possível ser beleza mesmo quando a origem foi lama.
Cada diferente flor anexada ao seu caule tem sua singularidade e sentimentalismo na Terra. Deve-se então, continuar à entregar flores, não somente aos mortos - representando o remorso - mas sim, também aos vivos e às pessoas amadas, representando a bondade em nossos corações. Permitindo assim, que ainda possamos expressar nossos sentimentos, sejam eles codificados ou não, por meio de lindos ramos florais, disponibilizados por intermédio da natureza. E que além disso, sejamos únicos, carregando conosco nossa essência e individualismo. Nada é tão nosso quanto nossa personalidade, carisma e princípios. Sejamos como flores na vida de alguém, sempre florescendo em campos férteis, deixando nossa presença naquilo que fazemos. Sejamos como a linguagem das flores: diferentes, mas sentimentais e exclusivos.
As mudanças climáticas já não são mais um problema do futuro, elas transformam a vida hoje, portanto, precisamos de formas de resistir e nos adaptar a elas.
A arquitetura bioclimática é uma das formas de equilibrar a relação entre as necessidades humanas e a preservação do meio ambiente. Seus projetos abrangem diversos aspectos, considerando a eficiência energética, o uso consciente da água e de materiais de construção. Além disso, permite o aproveitamento das condições climáticas locais, oferecendo segurança em relação a possíveis eventos extremos, como mudanças drásticas de temperatura.
A arquitetura sustentável e a bioconstrução também
promovem a redução do consumo de fontes não renováveis e minimizam a emissão de carbono. Dados divulgados pelo Conselho Mundial
EXPEDIENTE
PRODUÇÃO
de Edifícios Verdes (World Green Building Council), apontam que 39% das emissões globais de CO₂ derivam da construção civil, tanto pela energia necessária para a fabricação e transporte de materiais, quanto pelo uso de sistemas de climatização nos edifícios. Por isso, prioriza-se a produção local, o uso de materiais artesanais e recursos renováveis sempre que possível. A adoção dessas práticas nas construçoẽs não só promove benefícios para o planeta, mas também para os indivíduos que
A flor-de-lótus nasce do lodo, sendo símbolo da superação, da espiritualidade e da iluminação interior,. Ela ensina que é possível ser beleza mesmo quando a origem foi lama.
e a virtude
frequentam estes locais, pois proporcionam ambientes de alta qualidade por meio do conforto térmico e lumínico. Além de que técnicas como “telhado verde”, por exemplo, podem melhorar a qualidade do ar. Vale destacar que imóveis construídos com esses princípios estão passando por uma valorização no mercado imobiliário, unindo sustentabilidade, economia e qualidade de vida, tornando-os cada vez mais atrativos para moradias e investimentos.
IMPRESSÃO
Seminário contou com painel, apresentação de coral, teatro e entrega da premiação
Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
Um evento prestigiado por cerca de 400 pessoas marcou o encerramento do 3º Concurso Educame, do programa Educação Ambiental na Escola. Entrega da premiação, painel, apresentação de coral e intervenção teatral fizeram parte da programação, no auditório do prédio 7 da Univates. Professores, equipes diretivas, estudantes e familiares acompanharam as atividades, assim como os representantes dos patrocinadores: Prefeitura de Lajeado, Corsan, Banrisul, Folhito, Fasa/ By Darling Ingredients, Lorenzon Plásticos, Boqueirão Desmonte, Eco Vale, MAK Serviços, Reinigend e Global ECO.
A engenheira ambiental Tanara Schmidt mediou o painel “Um novo olhar sobre a educação ambiental no Vale do Taquari”. Falaram sobre suas experiências o doutor em Ciências André Jasper, a doutora em Ciências, Ambiente e Desenvolvimento, Isa Carla Osterkamp e a estudante e bolsista de iniciação científica Sophia Maia. A jovem abriu um espaço de sua fala para o estudante Davi Henz Ferreira,14. Ele criou o projeto Cicatrizando o rio: construindo esperança. Natural de Cruzeiro do Sul, município severamente atingido pelas últimas enchentes, Davi incentivou os adolescentes a se engajarem em ações ambientais, porque não há barreira de idade para preservar a natureza. “Quando um jovem fala com o coração, todo o mundo escuta.”
O Coral da EMEF Afonso Celso, de Arroio do Meio, foi muito aplaudido. Com temas voltados à natureza, as crianças cantaram três músicas. O personagem “Por Que?” subiu ao palco para uma intervenção teatral. Ele acompanha todas as caravanas do programa Educame nas escolas.
ESCOLAS COM MAIOR NÚMERO DE INSCRIÇÕES
Premiação para escolas: R$ 2000,00
Colégio Alberto Torres - Lajeado
Destaque Categoria Cartazes, com 87 inscrições válidas
Colégio Madre Bárbara - Lajeado
Categoria Fotografia.
Com 100 inscrições válidas
Emef Dom Pedro I – Lajeado
Destaque Categoria Maquetes, com 19 trabalhos válidos
Emef Professor Teobaldo Closs – Teutônia
Categoria Desenho, com 229 trabalhos válidos
Engraçado e divertido, interagiu com o público e tirou fotos com os vencedores do concurso
O momento mais aguardado foi o anúncio dos vencedores. Todos os estudantes finalistas receberam certificado de participação, assim como as escolas. Por fim, a festa dos vencedores em cada categoria.
“Planeta terra: nosso lar, nossa responsabilidade”
Miguel Machado Gonçalves, 4º ano, Emef Porto Novo, Lajeado.
2º lugar
“As mesmas mãos que poluem são as que protegem a água”
Gabriel Holz Brun, 4º ano, Emef Pinheiros, Estrela.
3º lugar
“O que o mundo precisa?”
Todos os finalistas receberam certificado de participação
1º lugar
“Água, fonte vital”
Anna Laura Ebone Schneider e Amanda Schmidt Wolf
7º ano, Colégio Madre Bárbara, Lajeado.
2º lugar
“Água, nosso bem comum”
Arthur Henrique Pitrawiski e João Rafael Portilho 5º ano, Emef Vitus André Morschbacher, Lajeado.
Categoria
3º lugar
“A água que move o mundo”
Sofia Ferreira Klein e Sthefanny Ribeiro
5º ano, Emef Léo Pedro Schneider, Poço das Antas.
1º lugar
“As águas do rio Taquari”
Gabriele Vitoria Maron Oestrae
2º ano, EEEM Estrela, Estrela.
2º lugar
“Ainda há tempo de salvar cada gota”
Felipe Kipper
2º ano, Colégio Evangélico Alberto Torres, Lajeado.
3º lugar
“Ciclo magnífico”
Ana Luíza Degasperi de Souza
3º ano, Colégio Madre Bárbara, Lajeado.
4º lugar
“Não ultrapasse”
Érica Gomes
1º lugar
“A força devastadora das águas”
2º ano, Colégio estadual Jacob Arnt, Bom Retiro do Sul 5ºlugar
“Cuidar do que cuida de nós”
Larissa Espíndola
3º ano, Escola Cônego Albino Juchen, Venâncio Aires
Letícia Weber, Letícia Sartori, Guilherme Vinciguerra e Luiz Fernando Zonta - 9º ano - Emef Olavo Bilac – Doutor Ricardo
2º lugar
“Preserve a natureza”
Marco A. Camini, Bruno H. Rohden, bruno I. Mees e Gabriel C. Klein
8º ano – Emef Frei Vicente Kunrath – Canudos do Vale
3º lugar
“Da nuvem à foz”
Rafaela H. Kayser, Camili Soares, Rayane S. Brazeiro e Nicole J. Dapont - 9º ano – Emef Dom Pedro I – Lajeado
1º de outubro
Emef Campestre, em Lajeado
Uma programação especial levou alegria, diversão e conscientização a 190 estudantes da Emef Campestre. Teatro e oficina estiveram na programação. A atividade contou com a presença da secretária de Educação de Lajeado, Adriana Vettorello.
Atividades fizeram parte da Caravana Educame, de abril a outubro
Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
Acaravana do programa Educação Ambiental na Escola contemplou 35 instituições de ensino em 13 municípios da região. Mais de 5,2 mil estudantes assistiram à peça teatral “Educa-me, por quê? E 750 alunos participaram da oficina Repórter Ambiental Mirim. A caravana passou pelas cidades de Lajeado, Estrela, Venâncio Aires, Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Travesseiro, Teutônia, Taquari, Muçum, Encantado, Santa Clara do Sul, Marques de Souza e Dois Lajeados. Confira as últimas ações deste ano.
As atividades da Caravana Educame reuniram 200 estudantes e professores das escolas municipais e estadual de Dois Lajeados. A prefeita Fabiana Giacomin e a secretária de Educação e Cultura, Ana Cláudia Roman, acompanharam toda a programação.
17 de setembro
Emef Mundo
Encantado, em Encantado
As turmas do 5º ao 9º ano participaram da programação da caravana Educame. Cerca de 130 estudantes, acompanhados pelos professores e equipe diretiva, assistiram ao espetáculo “Educa-me, por quê?”
Emef Carlos Gomes e Érico Veríssimo A Caravana Educame, do Grupo A Hora, encerrou a temporada 2025 com apresentação teatral em duas escolas. Pela manhã, na Emef Carlos Gomes, em Marques de Souza, 220 estudantes participaram da programação. À tarde, na Érico Veríssimo, de Encantado, cerca de 140 alunos assistiram à peça teatral “Educa-me, por quê?”. Em seguida, as crianças do 4º e 5º ano participaram da oficina Repórter Ambiental Mirim.
PESQUISA NACIONAL
Levantamento ouviu 1600 professores de todo o país. Mais de 40% das escolas não têm plano de ação climática em seus Projetos Político-Pedagógicos
Jessica R. Mallmann jessica@grupoahora.net.br
Uma pesquisa recente da Nova Escola, em parceria com o Office for Climate Education (OCE), revelou que 92% dos docentes brasileiros consideram a educação climática fundamental. No entanto, menos da metade consegue abordar o tema semanalmente com os alunos. O levantamento, que ouviu 1.600 professores em todo o país, apontou como principais obstáculos a falta de materiais didáticos adequados, apoio institucional e formação.
Os professores são agentes fundamentais na formação de indivíduos e na transformação da sociedade. Por meio de seu trabalho em sala de aula e da influência que exercem sobre os alunos, são capazes de impactar o futuro. É por isso que entender suas opiniões e experiências são essenciais para desenvolver estratégias que fortaleçam o debate ambiental nas escolas.
Segundo o estudo, o maior desafio para ensinar sobre mudanças climáticas está na falta
de materiais e recursos didáticos adequados, apontado por 43,1% dos entrevistados. Ao mesmo tempo, 69,1% deles acreditam que ter acesso a materiais atualizados e envolventes é importante para que o assunto pudesse ser melhor trabalhado em sala de aula.
Diante do atual cenário, 38% dos professores não se sentem seguros para ensinar os fundamentos científicos das mudanças climáticas, e mais de 40% das escolas não têm plano de ação climática em seus Projetos Político-Pedagógicos.
Os resultados da pesquisa reforçam a urgência de inserir o tema nos currículos escolares. No Vale do Taquari, esse movimento já é uma realidade, por meio do Programa Educame - Educação Ambiental na Escola, idealizado pelo Grupo A Hora.
Os livros e cartilhas do programa começaram a ser entregues às secretarias de Educação de 35 municípios da região, em setembro do ano passado. A iniciativa surgiu da necessidade de trabalhar os
temas prevenção e educação ambiental no Vale do Taquari, atingido pelas enchentes.
As publicações são um estímulo aos professores e aos alunos para desenvolverem trabalhos dentro e fora da sala de aula. Os livros entregues às escolas são para uso dos professores, enquanto que a cartilha é voltada para os estudantes e seus familiares, com o intuito de disseminar o conteúdo ao máximo possível de pessoas.
Professora da EMEF Érico Veríssimo, em Encantado, Janete Woos utiliza os materiais do Educame para trabalhar a temática. “Esse material pode ser utilizado o ano todo,
Esse material pode ser utilizado o ano todo, porque ele traz uma diversidade de ideias.”
Janete Woos, Professora da EMEF Érico Veríssimo, em Encantado,
porque ele traz uma diversidade de ideias. Ele já vem pronto para poder aplicar nas escolas e aborda sobre o bioma, o mundo e sobre a nossa mata no Rio Grande do Sul”, destaca a professora.
Para ela, outro fator que despertou o seu interesse nos livretos, foi o fato dos materiais abordarem sobre o assunto enchente. “É algo que a gente fica constrangida, fica triste em falar ou trabalhar sobre com os alunos, apesar de ter muita necessidade. No primeiro momento, os alunos ficam tristes em debater o assunto, pois grande parte deles conviveu com isso. Mas o material transformou tudo isso”.
Escolas buscam espaços ao ar livre para desenvolver atividades que aproximam os alunos do meio ambiente e estimulam novas formas de aprendizado
Jessica R. Mallmann jessica@grupoahora.net.br
Em um mundo cada vez mais conectado às telas, experiências que resgatam o contato com a natureza se tornaram um respiro necessário, especialmente para as crianças. A alegria dos alunos da EMEF João Batista de Mello, de Forquetinha, durante uma visita ao interior de Arroio do Meio, é um exemplo claro disso. Entre árvores, animais e histórias contadas ao ar livre, os pequenos exploraram um tipo de aprendizado que não cabe em livros nem em meios digitais: o da convivência e interação com o ambiente natural.
A visita ocorreu no Duas Meninas Garden, local que tem recebido escolas da região para atividades voltadas à educação ambiental. Por lá, a curiosidade e a espontaneidade das crianças florescem. O que se vê é uma redescoberta do prazer de estar em meio à natureza.
No espaço, as atividades propostas envolvem o contato direto com plantas, animais e trilhas ecológicas. As crianças participam de momentos de observação e de práticas simples de preservação ambiental, como a chamada “Trilha do Abraço”, em que simbolicamente
abraçam uma árvore e refletem sobre a importância do ar que respiram.
“Quando perguntamos por que é importante preservar as árvores, muitas respondem ‘por causa do ar’.
Em duas letras, elas resumem tudo. É uma resposta simples, mas muito poderosa”, comenta Joner Frederico Kern, responsável pelo espaço.
São atividades lúdicas que permitem que eles apurem todos os sentidos. Os alunos deram comida para os animais, fizeram trilha, abraçaram uma árvore…foi um dia inesquecível.”
Andrea Gressler, diretora
O local também abriga um projeto de observação de aves, onde já foram catalogadas cerca de 70 espécies, entre típicas da região e migratórias. A proposta, desenvolvida com apoio de um especialista, tem como objetivo incentivar o olhar atento das crianças e despertar o interesse pela biodiversidade.
Quando perguntamos por que é importante preservar as árvores, muitas respondem ‘por causa do ar’. Em duas letras, elas resumem tudo.
Joner Frederico Kern, responsável pelo espaço
Para a diretora da EMEF João Batista de Mello, Andrea Gressler Bonacina, a visita ao Duas Meninas Garden é transformadora, tanto pelo espaço verde quanto pelas práticas realizadas. “São atividades lúdicas que permitem que eles apurem todos os sentidos. Os alunos deram comida para os animais, fizeram trilha, abraçaram uma árvore… foi um dia inesquecível”, relata. Na visão de Andrea, as crianças estão muito ligadas à tecnologia. A escola, como agente de transformação, precisa proporcionar vivências em ambientes naturais a fim de estimular a autonomia, a observação e a empatia. “Essas experiências fogem da realidade deles. São momentos que, com certeza, eles levam para casa e compartilham com a família”, completa.
O Duas Meninas Garden conta com atividades adaptadas conforme a faixa etária e o interesse dos grupos escolares, que podem escolher entre diferentes roteiros de visita. Além de trilhas ecológicas, há o apiário com abelhas sem ferrão, a horta orgânica, o pomar e o Bosque Encantado, que permitem vivências diretas com o meio ambiente. Um dos pontos mais simbólicos é a chamada Trilha do Abraço, onde as crianças realizam o “abraço ambiental” em uma árvore, refletindo sobre a preservação das plantas e do ar que respiram. Em meio a flores, cadeiras e balanços gigantes, os alunos ainda participam de momentos práticos e curiosos. A experiência pode ser de meio turno ou dia inteiro.
• Melhora o desenvolvimento físico e cognitivo
• Fortalece os vínculos sociais
• Melhora atenção e concentração
• Senso de responsabilidade
• Fortalece o respeito ao meio ambiente
Dado foi apresentado durante
Ovolume de resíduos sólidos gerados no município de Taquari cresceu 30,95%, passando de 4,2 mil toneladas, em 2023, para 5,5 mil toneladas, em 2024. “E segue crescente em 2025”, diz a coordenadora de Meio Ambiente de Taquari, Marília Souza. Ela foi a primeira palestrante do II Congresso de Qualidade Ambiental, promovido pelo Instituto Estadual de Educação Pereira Coruja. O evento, nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, abordou o tema “Gestão de resíduos: responsabilidade ambiental se constrói com ações de gestão consciente”. A atividade foi aberta aos estudantes, professores, gestores municipais e comunidade. Os palestrantes abordaram produção, descarte, recolhimento, destinação e reaproveitamento, fechando o ciclo desde a geração até a reutilização dos resíduos sólidos. Coordenadora de Meio Ambiente de Taquari, Marília falou sobre a importância da comunidade entender que largar o saco de lixo na frente de casa para coleta não significa que os resíduos desapareçam. Destacou que a conscientização deve iniciar já nas escolhas de consumo, pois ali começa a geração, e vai até o descarte. Separar orgânico do seco e embalar de forma que o coletor não precise juntar restos e ter contato com o material descartado são práticas simples, mas imprescindíveis. “Meu resíduo, minha responsabilidade”, alerta Marília. Ela ainda explicou que o município não tem aterro sanitário. Então, o material coletado é levado para Companhia
Temos o rio Taquari próximo a cidade, temos empresas que trabalham relacionadas ao meio ambiente, a lagoa que é um ícone da cidade.”
Gabriel Kersting, ex-aluno
Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), em Minas do Leão –distante 72 km de Taquari.
Na sequência da programação do congresso, o representante do CRVR, Guilherme Querotti, abordou o tema “Gestão e valorização de resíduos”, e o técnico em segurança do trabalho Marcio Fernando Bonato apresentou o case de Hospital São José. No segundo dia, a palestra principal foi com a diretora operacional Sara Allebrandt, da Empresa Gaúcha de Tratamento de Efluentes (EGTE) e
Empresa Gaúcha de Tratamento de Resíduos (EGTR). Ela abordou o tema “Destino dos resíduos sólidos urbanos no Brasil”. Entre os principais negócios do grupo estão transformar chorume em fertilizante.
O II Congresso de Qualidade Ambiental, se encerrou com apresentação de projetos do curso Técnico em Meio Ambiente do Instituto Pereira Coruja.
Idealizado no ano passado pelo professor Israel Reis, o evento também busca dar visibilidade ao curso técnico em meio ambiente, que no próximo ano completa duas décadas de existência. “A questão ambiental é sempre uma polêmica, a gente acaba vendo mais discussão do que ações concretas”, destaca Reis. “A ideia é que a gente se reúna, converse e proponha ações realizáveis”.
Ao possibilitar que a comunidade e gestores públicos participem do Congresso, o professor entende que o conhecimento ambiental atravessa fronteiras e é essencial para o desenvolvimento das empresas e da sociedade.
Técnico em meio ambiente e apaixonado pela área, Gabriel Kersting, 22, acredita que o curso do Instituto Pereira Coruja abre portas para debates que aproximam a comunidade do tema. Para ele, o congresso consolida nesse propósito e valoriza Taquari, município rico em fauna e flora.
“Temos o rio Taquari próximo a
O Instituto Pereira Coruja está com inscrições abertas até o dia 2 de novembro para ingresso no curso Técnico em Meio Ambiente em 2026. O pré-requisito é ter concluído o Ensino Médio. Conforme a coordenadora Aline Almeida, o Técnico em Meio Ambiente oferece um amplo leque de oportunidades no mercado de trabalho, impulsionado pelo crescimento das demandas socioambientais e pela busca de soluções sustentáveis em diversos setores. “Esse profissional assume um papel estratégico e de grande relevância, atuando em áreas que unem empregabilidade, inovação e compromisso com o planeta”, destaca Aline.
O Curso Técnico em Meio Ambiente foi implantado na Instituição de Ensino Pereira Coruja em 2006. Trata-se de um curso profissionalizante pós-médio, com duração de 2 anos e carga horária de 400 horas de estágio supervisionado. “Além disso, é um curso 100% gratuito, uma oportunidade de formação de qualidade para quem deseja ingressar em uma carreira promissora e com grande impacto social e ambiental”, ressalta a coordenadora. Para fazer a matrícula, basta acessar https://escola. rs.gov.br/matriculas. Os contatos com o Instituto Pereira Coruja são: (51) 3653-3429 e e-mail pereiracoruja03cre@educar. rs.gov
cidade, temos empresas que trabalham relacionadas ao meio ambiente, a lagoa que é um ícone da cidade… então, por diversos fatores acredito que seja importante que tenhamos esse momento para falar sobre o meio ambiente no município, em que o ele está tão presente.”
Trabalhos envolveram
estudantes dos anos iniciais e finais da Emef Santo André, de Lajeado
Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
AEscola Municipal de Ensino Fundamental Santo André, de Lajeado, promoveu momentos de descobertas, emoção e aprendizado, durante a 2ª Mostra Científico-Pedagógica. O evento, no dia 11 de outubro, transformou o ginásio da escola em um verdadeiro espaço de investigação e encantamento, reunindo
Turma 3º ano explicou aos visitantes o trabalho “Matemática que ocupa espaço: explorando os sólidos geométricos
alunos, famílias e comunidade em torno da produção científica e criativa dos estudantes.
Aberta ao público, a mostra apresentou pesquisas inéditas desenvolvidas por todas as turmas da escola dos Anos
Alunos do 5º ano B pesquisaram sobre o caminho da água, do rio à torneira
Iniciais aos Finais, resultado de um processo que começou ainda no início de 2025. Sob o tema “Metamorfose(s): Humanizar para Conectar e Transformar”, os alunos mergulharam em processos de pesquisa que
uniram ciência, arte, sensibilidade e reflexão sobre o mundo.Conforme a coordenadora pedagógica anos finais, Jéssica Samara Herek dos Santos, durante os meses de preparação, as turmas participaram de saídas de estudo, palestras, entrevistas e atividades colaborativas. A intenção era estimular o olhar investigativo e tornar o aprendizado mais vivo e significativo.
Nos Anos Iniciais, as investigações se conectaram aos eixos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), explorando leitura, escrita, matemática e ciências de forma prática e curiosa. Já nos Anos Finais, os projetos ganharam novas camadas de sentido, destaca a coordenadora Jéssica. Inspirados nas obras do escritor Antônio Schimeneck, que esteve na escola para conversar com os alunos, os estudantes refletiram sobre questões humanas, sociais e ambientais, articulando conhecimento científico com experiências de vida e sensibilidade artística.
Entre os trabalhos apresentados estava o “Ciclos que transformam: mudanças que fluem no planeta e dentro de nós”, do 5º ano A. Um dos grupos, do 5º ano B, mergulhou em um tema em evidência: “A água em transformação: o caminho do rio Taquari até nossas casas”. Os estudantes do 3º ano apostaram na matemática com o trabalho “Matemática que ocupa espaço: explorando os sólidos geométricos”.
A magia da metamorfose foi o assunto desenvolvido pelos alunos do 1º ano A e B.
Estudos realizados por estudantes do 9º ano revelam cenários opostos na nascente e na foz do manancial
Luciane Eschberger Ferreira lucianeferreira@grupoahora.net.br
As estudantes do 9º ano Amanda Veloso Finatto, Antônia Hartmann Stoll e Clara Giongo Heisler desenvolveram uma pesquisa científica sobre as condições ambientais de dois pontos do Arroio Saraquá. Orientadas pelo biólogo e doutor em Ambiente e Desenvolvimento, professor Samuel Renner, as jovens apresentaram os resultados foram na mostra científica do Colégio Cenecista João Batista de Mello, de Lajeado, onde estudam. O grupo trabalhou com quatro bioindicadores de qualidade ambiental: coliformes totais, a partir de análise laboratorial de amostras de água; e musgos, líquens e odonata (libélulas), por meio de observação. As libélulas são bons indicadores, destaca Renner, porque representam uma certa qualidade da água, já que estes organismos possuem a fase larval aquática e adulta aérea. Os pontos de coleta e checagem foram na nascente do arroio Saraquá, em Santa Clara do Sul, e na foz, onde
encontra o rio Taquari, em Lajeado. A escolha do Saraquá se deu por duas razões: é um manancial conhecido e porque a equipe imaginava que haveria disparidade nos resultados dos dois pontos.
Conforme explicam as estudantes, os bioindicadores são micro e macroorganismos que expressam as condições do meio ambiente no qual estão inseridos. Esclarecem possíveis questões como a qualidade da água e do ar.
O grupo fez observação, fotografou os dois locais e coletou amostras de água. O material foi encaminhado ao laboratório Unianálises, da Univates. Os resultados confirmaram a suspeita de que a nascente teria um índice mais baixo de contaminação por coliformes totais, 1.700/100ml, contra 17.000/100ml, na foz. De um ponto para outro, a quantidade é dez vezes
As libélulas são bons indicadores, porque representam uma certa qualidade da água, já que estes organismos possuem a fase larval aquática.”
Samuel Renner, professor orientador da pesquisa
Musgos e líquens nos caules das árvores são bioindicadores de qualidade
maior. “Qualquer amostra de água com mais de 4.000 coliformes totais em 100 ml pode ser considerada poluída”, destacam. Os coliformes totais indicam, entre outros fatores, o despejo de esgoto doméstico sem tratamento. O índice apresentado na foz aponta para água extremamente poluída.
As estudantes chegaram à conclusão de que Lajeado apresentou um número de coliformes totais consideravelmente maior do que o apresentado em Santa Clara do Sul por conta da diferença de densidade populacional. “Não é incomum cidades grandes ou medianas, como Lajeado, apresentarem níveis maiores de poluição do que municípios pequenos, como Santa Clara do Sul, por alguns motivos, tais como maior atividade industrial e maior volume de veículos, o que causa mais poluentes na água e no ar. Além disso, o consumo e geração de resíduos e falta de áreas verdes influenciam na degradação da qualidade do ar, do solo e da água”, destacam.
Conforme o relatado na pesquisa, entre os dois locais foi notória a diferença de quantidade de musgos e líquens, o que revela também disparidade em relação à qualidade do ar. O leito próximo à nascente apresentava muito mais desses bioindicadores do que o leito próximo à foz.
Em relação às libélulas, o grupo conseguiu o registro fotográfico de um exemplar do gênero Hetaerina, apenas em Santa Clara do Sul. As fêmeas desse gênero depositam os ovos em plantas aquáticas e as larvas se desenvolvem na água, que precisa, obrigatoriamente, apresentar certa qualidade.
O estudo das adolescentes indica que o biomonitoramento é uma atividade extremamente interessante para os pesquisadores, já que revela os efeitos diretos das ações antrópicas na natureza, justamente o que foi provado ao longo da execução do projeto, por meio da experiência prática. Os resultados parciais demonstram que a forte pressão do desenvolvimento urbano sobre os recursos naturais acabou por alterar completamente os ambientes analisados. Estes fatos demonstram novamente que a ocupação humana desordenada degrada ambientes preciosos, como os aquáticos. Trabalhos de monitoramento podem servir como termômetro ambiental e contribuir nos esforços de preservar a integridade dos ecossistemas, a sobrevivência e o bem-estar das gerações atuais e futuras.
O professor observa a importância de restaurar estes ambientes e os mananciais para as gerações futuras. “Isso afeta a qualidade de vida das pessoas, é uma questão de saneamento e saúde pública.”